folheto FCG formação adultos

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Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

GULBENKIAN uma coleção a descobrir

Educação de Adultos

Sugestões Temáticas — Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Abril de 2012

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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt

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Gulbenkian uma coleção a descobrir Formação de adultos A taxa de desemprego atingiu níveis nunca vistos não só nos países da União Europeia, como também a nível mundial. A atual crise mundial tem tido graves consequências na economia mundial, arrastando as empresas para a falência e os empregados para o desemprego. Muitas pessoas veem-se obrigadas a regressar aos bancos da escola ou das universidades para continuarem os seus estudos e ganharem competências para os novos desafios que têm de enfrentar, não só no que respeita às habilitações académicas que são exigidas como também às habilitações profissionais, que passam pelo conhecimento das novas tecnologias. Criou-se, deste modo, um ambiente propício para a formação profissional, na maior parte das vezes destinada aos ora desempregados adultos e pessoas que, não tendo atingido o tempo da reforma, são consideradas com demasiada idade para iniciarem uma aprendizagem que lhes garanta oportunidades de trabalho. É, neste contexto, que passamos a integrar o conteúdo deste livro destinado à educação de adultos que, por não ter contornos da educação formal ministrada pelas escolas, consoante os programas curriculares da política governamental educativa, e se carateriza por ser informal. A educação de adultos tem finalidades profissionais ou culturais, que A. Léon descreve neste livro. Com efeito, apresenta como fundamento das transformações que afetam a atividade humana, o meio de formação, o trabalho, os tempos livres e a vida familiar. As causas já não se relacionam com a industrialização nem a urbanização progressivas do quadro da vida, nem da necessidade de educação permanente como meio de especialização profissional, mas novas formas de educação, decorrentes dos motivos que acima referimos. O conteúdo deste livro refere-se particularmente à psicopedagogia científica dos adultos, na qual se identificam modelos ou soluções propostas pelos psicólogos organizacionais para melhorar a adaptação dos indivíduos no trabalho. Este livro distingue bem o estado de indiferenciação entre a educação da criança e a do adulto, antes do séc. XVIII, numa altura em que as formas de escolarização estavam ligadas às condições sociais, numa mistura heterogénea de todos os tipos de indivíduos, contrariamente aos filhos dos burgueses e da nobreza, que eram educados em colégios particulares. Os rapazes tinham uma educação diferente das raparigas, que deixavam cedo a escola e se casavam ainda adolescentes. Foi durante este século que se verificaram as maiores mudanças ligadas à evolução social. A industrialização e a urbanização no séc. XIX aumentou a taxa de alfabetização e, após o séc. XX se retomaram os temas pioneiros da educação nova, mudando a relação entre pais e filhos e à publicação das leis que tornaram o ensino obrigatório, acompanhando a criança no seu desenvolvimento psicológico e educativo. E, assim se chegou à educação do adulto, chegando-se a recrutar professores para a animação das classes de alfabetização, tornada educação permanente e educação de adultos. A educação de adultos foi sustentada por vários modelos, o primeiro dos quais se caraterizava por ser iniciático, esotérico e representado por formas de aprendizagem nas corporações, o segundo, racionalista, implicava a preocupação de difundir conhecimentos técnicos, aos quais se aplicaram teorias da psicossociologia do trabalho. Neste contexto, citamos os livros que constam deste espólio, relevando o contributo de Lourau (1971) no quadro legislativo da regulamentação dos programas de orientação e formação profissional e do papel do Conservatoire National des Arts et Métiers em favor da

aprendizagem de uma profissão manual, que permitia aos jovens com idade inferior a 18 anos, a sua integração na vida ativa. Para o efeito, foram criados cursos noturnos para a formação dos trabalhadores adultos, passando os estabelecimentos e os centro de formação para a tutela do Estado, aos quais acrescentaram o ensino à distância, com duas vertentes, a do Centre National de Télé-enseignement de Vanves e da Télévision éducative pour adultes. Para além do novo conceito de formação profissional, esta aparece ligada à política de emprego e economia do Estado. A Unesco foi uma das instituições que muito investiu na alfabetização de adultos, principalmente em África no que se considerou o período da pós-alfabetização, com a criação de bibliotecas para fomentar a leitura dos neoalfabetizados e, consequentemente, a feitura de brochuras destinada à aquisição dos conhecimentos necessários para melhorar a agricultura, a criação de animais, a alimentação, a higiene, a puericultura e a vida cívica. Em Portugal, procurou-se alargar a educação básica a todos os portugueses, tendo sido promulgadas várias portarias e decretos-leis, com vista à reestruturação dos cursos, promovendo o aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos, para melhor integração nas atividades profissionais. Para completar este quadro, acrescentamos os contributos dos docentes desta universidade neste tema interdisciplinar tão interessante como é o da alfabetização de adultos, da formação profissional e da educação de adultos. Mencionamos J. Barroso (2003), Canário (2003; 2004; 2006; 2007; 2009), R. Canário/B. Cabrito (2005), C. Cavaco (2003; 2008; I. Chagas (2003), R. 2009), A. Estrela ( ) e A. Nóvoa (2010).

Bibliografia BUREAU REGIONAL DE L’UNESCO POUR L’ÉDUCATION EN AFRIQUE (1977) – La post-alfhabétisation en Afrique. Problèmes et perspectives: Expérience au Mali et en Tanzanie. Document préparatoire à la réunion d’experts africains sur la post-alphabétisation. Dakar: Unesco, 75 p. BUREAU REGIONAL DE L’UNESCO POUR L’ÉDUCATION EN AFRIQUE (1977) – Rapport final de la réunion d’experts sur la post alphabétisation en Afrique. Dakar: Unesco. LÉON, Antoine (1971)- Psychopédagogie des adultes. Paris: Presses Universitaires de France, 189 p. LÉON, Antoine (1983) - Histoire de L’Education populaire en France. Paris: Editions Fernand Nathan207 p. LOURAU, René (1971) – Analyse institutionnelle et pédagogie. Paris: EPI Editeurs, 239p. METAIS, Guy (1969) – La formation professionnelle des adultes en France. [Paris]: Secrétariat général du Comité interministériel de la formation professionnelle et de la promotion sociale, 14 p. REPÚBLICA PORTUGUESA (1974) – Ensino primário supletivo para adultos: (Legislação reguladora para a criação e funcionamento dos cursos). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 136 p.

Recensão de Edma Satar, Bibliotecária


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