04 Recensão EDU 2023

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Guichot-Reina , V. (2022). Mujer, educación e inclusión laboral: una visión desde la manualística escolar (19752020). Octaedro

HIST/ED GCH*MUJ

Lisboa
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Sugestão de leitura abr’ 2023 Educação

Sugestão de leitura abr’ 2023 Educação

Guichot-Reina , V. (2022). Mujer, educación e inclusión laboral: una visión desde la manualística escolar (1975-2020). Octaedro HIST/ED GCH*MUJ

Por que atualmente 88,8% das mulheres trabalham no setor de serviços, e dentro dele escolhem profissões relacionadas à saúde, educação, hotelaria e comércio? Por que apenas um terço dos cargos de gestão são ocupados por mulheres? Por que o emprego de meio período é concentrado por eles? Por que, sendo quase 60% dos formandos no ano letivo 2020/2021 meninas, elas estão sub-representadas nas disciplinas STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e principalmente nas Ciências da Computação, Engenharia e Arquitetura? O que a escola tem a ver com isso? E os livros didáticos, principais recursos didáticos? Podem ser geradores de discriminação?

Estas e outras questões levaram a investigar a influência dos manuais escolares na formação da identidade profissional das mulheres no período político da Transição e estender o estudo até ao presente, de forma a verificar a evolução desta problemática. Muitos avanços foram conquistados no campo do trabalho pelas mulheres desde o início da democracia em Espanha, mas ainda existem entraves como a segregação ocupacional, o maior índice de desemprego, a diferença salarial e o chamado teto de vidro, sendo que uma das suas causas são os estereótipos de género e os processos de socialização diferencial. Porque a escolha profissional não é uma decisão neutra e objetiva, mas nela intervém uma multiplicidade de agentes, e uma cultura de trabalho dominada pelo sexismo perpetua estereótipos e papéis de género. Os manuais, como mostram várias linhas de pesquisa recentes, são uma importante ferramenta de socialização, um canal de transmissão de desigualdades ou o contrário e, ainda, uma fonte magnífica para a História da Educação. No âmbito deste projeto, foram analisados mais de uma centena de livros sobre diversos temas e das principais editoras espanholas.

Recorrendo a uma metodologia mista, quantitativa e qualitativa (análise crítica do discurso textual e iconográfico numa perspetiva de género), o objetivo principal foi elucidar como se dá a socialização recebida através das mensagens veiculadas pela escola através dos manuais escolares, utilizados pelos alunos em primário e secundário, influenciam a escolha e identidade profissional das mulheres, comparando as publicações nos períodos históricos mencionados.

Este livro pretende desvendar alguns mecanismos que dificultam às mulheres o alcance da igualdade real que reivindicam como questão de justiça. Impedimentos difíceis de detetar, porque muitas vezes vão além das leis, decretos e circulares de diferentes administrações. Obstáculos que se introduzem no lugar mais difícil de penetrar, a própria consciência de homens e mulheres, submetidos durante anos à receção de mensagens que convidam à consideração de espaços, atitudes, gostos, expectativas... desiguais para ambos os sexos, o resultado de uma socialização diferenciada. Discursos, verbais ou icónicos, que os convidam a criar identidades pessoais e profissionais determinadas não pelas preferências da diversidade que caracteriza a espécie humana, mas pelo facto não escolhido de nascer com órgãos

sexuais específicos.Este trabalho pretende contribuir para o desvelamento de alguns desses discursos dirigidos às mulheres no campo da educação formal. Para isso, foi feita uma análise exaustiva de, provavelmente, seu principal recurso didático: o manual escolar, um instrumento socializador com relevante poder na conformação de identidades pessoais e, portanto, com potencial influência na transmissão e configuração de uma cultura e identidade socio laboral com viés de género. A época escolhida foi a Espanha democrática que começa após o fim da ditadura de Franco, em 1975, e continua até hoje. Os resultados darão muito que pensar ao público leitor e o alertarão para o caminho a ser percorrido para uma sociedade mais justa para todos os cidadãos.

Conteúdos: Introdução (Virgínia Guichot-Reina)

PARTE I: Contextualização: Vieses de gênero nas escolhas profissionais

1. Mulheres e democracia na Espanha: o longo (inacabado) caminho rumo à igualdade real (Virginia Guichot-Reina)

2. Mulheres na educação na Espanha democrática (Consuelo Flecha García)

3. Segregação ocupacional de investigadores e académicos na Península Ibérica: um estudo comparativo entre Espanha e Portugal (Nazareth Gallego-Morón e Estrella Montes-López)

PARTE II: Imaginários sociais femininos nos manuais escolares (1975-2020)

4. Livros escolares, patrimônio educacional e perspectiva de gênero (María José Rebollo Espinosa e Pablo Álvarez Domínguez)

5. Representação feminina nos livros didáticos da Espanha democrática: Educação Primária (Ana María de la Torre-Sierra)

6. A representação feminina no manual do ensino secundário: ausências e desejos na Transição Espanhola (Patricia Delgado-Granados e Bárbara de-las-Heras-Monastero)

7. Representação feminina nos manuais espanhóis do século XXI: Ensino Secundário (Pilar Moreno-Crespo, Mario Ferreras-Listán e Olga Moreno-Fernández)

8. Representação da mulher fora dos manuais: a perspectiva de cineastas espanhóis sobre a mulher trabalhadora atual (Valeriano Durán Manso)

Como epílogo (Virginia Guichot-Reina)

Divisão de Documentação (Produzido com excertos do livro e do projeto de investigação respetivo)

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