BIBLIOTECA IPAM | Fevereiro, 2013
Entrevista JOSÉ MANUEL OLIVEIRA CARVALHO
Licenciado em Gestão Agrária e Mestre em Gestão de Recursos Naturais. Atualmente é docente das seguintes áreas científicas: Gestão de Marketing, Economia e Desenvolvimento na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Santarém.
Fevereiro de 2013
Biblioteca IPAM (BIPAM): Quais as suas referências (autores) no campo da economia? José Carvalho (J.C.): Na realidade sao varias as referencias que utilizo no campo da Economia. A especificidade de algumas submaterias, a sua integraçao em determinados contextos, ou ate mesmo a sua relevancia atual, marcam muito a quem nos referimos. No entanto, ha tres ou quatro de raíz; a saber: Economia, de Samuelson, P. e Nordhaus, W, Introduçao a Economia, do Krugman, P.; Macroeconomia, de Dornbusch, R. e Fischer, S.; Microeconomia e Comportamento, de Fank, R. Atualmente estou muito concentrado numa area emergente da Economia, como aquela que e afeta a Economia dos Recursos Naturais e do Ambiente… Field, B. apresenta um conjunto de obras muito validas nesta area. Outras das nossas grandes atuais formas de pesquisa e leitura científica centra-se em artigos científicos. Para isso, ja estao disponíveis ferramentas e ediçoes digitais que facilmente nos chegam a casa, via internet. Vale a pena pela sua atualizaçao e facilidade de acesso, pois os artigos publicados estao sempre disponíveis.
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BIPAM: Qual o futuro da Economia dentro das empresas e na sociedade contemporânea? J.C.: Apetece-me responder com um trocadilho… qual o futuro das empresas na Economia, no contexto da economia atual?! Cada vez mais serao necessarias escolhas inteligentes, a recursos que, alem de escassos, precisam de uma gestao criteriosa. A economia tera de encontrar os seus proprios caminhos para resolver ou ajudar a encontrar soluçoes para os problemas emergentes: equilíbrio das empresas e eficiencia global, a longo prazo. Sera uma economia entre a microeconomia e a macroeconomia, mais setorizada, mais independente. Sera relevante ter colaboradores empreendedores e expeditos, que antecipem problemas e tenham capacidade de transforma-los em oportunidades, com os meios internos disponíveis. O futuro passa tambem por uma abordagem mais integrada entre bens e serviços e capitais. Capacidade de adaptaçao e reinvençao, mobilidade e disponibilidade, comunicaçao e intervençao. A riqueza quase representa uma externalidade face a sustentabilidade, os comportamentos e reaçoes farao o resto.
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BIPAM: Quando é que se deu conta da importância da Economia, e como é que procedeu à escolha de enveredar também por este campo J.C.: Simples… lembro-me do nosso segundo resgaste e das reaçoes multiplas e díspares que fui ouvindo no seio da família e das pessoas que me rodeavam… pensei ser uma opçao política! E era. Ouvi palavras como fome, dinheiro e sacrifícios… era tudo novo para mim! De maneira que me dou a ler artigos de jornais ligados a estas questoes, pois as opinioes e as visoes eram muitos diferentes… comecei a ler o suplemento de Economia do jornal Publico, que saía a segunda-feira. Comecei a percecionar que a Economia era uma das bases da nossa sociedade e essa abordagem fez toda a diferença. Surgiram quase em simultaneo outros chavoes que me assustaram: inflaçao, desemprego, o monstro (defice publico) e integraçao na Uniao Europeia. Depois comecei a entender que havia uma relaçao causa-efeito nas coisas economicas e que algumas eram muito positivas para a nossa riqueza. E foram estas que me levaram a experimentar a formaçao superior tambem com esta area envolvida, sem nunca esquecer o setor primario… foi sempre o parente pobre da Economia, mas faz girar muita coisa numa Economia.
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BIPAM: Sendo docente das áreas de Gestão e Economia, como vê o estado do ensino neste setor em Portugal? J.C.: Vejo-o com otimismo. Temos do melhor que ha no mundo em termos de formaçao e de colaboradores no mercado, em qualquer area ou setor de atividade. Novas metodologias de ensino foram transpostas, novas formaçoes específicas, novas abordagens em quase todas as areas de formaçao, hoje, integram unidades curriculares de Economia e Desenvolvimento e Gestao e Marketing. Custa-me e ver e sentir que subsistem formaçoes cujos conteudos nao se coadunam com as necessidades atuais dos mercados e dos profissionais exigidos, ate porque a grande maioria começa como comercial, de produtos ou serviços. O que sinto e que um bom profissional acabara por ter a oportunidade de ter cargos de gestao e de decisao… e nessa altura as bases ja tem de la estar… esta na hora de termos a capacidade de chamar essas pessoas, assim como aos nossos detentores de capital e empresarios, para transmitir ciencia e experiencias. Forma-los e oferecer competencias que todos tem, mas que estao adormecidas. Gestao de pessoas, marketing, inovaçao e empreendedorismo, sao areas emergentes e globais, que podem constituir fatores críticos de sucesso dentro de uma organizaçao.
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BIPAM: Na sua opinião, qual o contributo mais vantajoso que a Economia pode trazer na tomada de decisão das empresas? J.C.: Nao podemos reduzir apenas a um contributo ou a uma simples vantagem sobre o papel da Economia numa organizaçao. Se partirmos do princípio que uma instituiçao, publica ou privada, e um conjunto sistemico e eficiente de recursos (humanos, tecnicos, financeiros e naturais) com o objetivo de produzir algo (produtos e/ou serviços) que satisfaça clientes atuais e futuros, o papel da Economia começa na analise e nas relaçoes que se estabelecem entre recursos, por forma a avaliar a sua situaçao estrategica. Apos tal procedimento atua-se e decide-se intervir para se retirar deles a melhor performance e desempenho. Representa uma ferramenta de decisao que ajuda a resolver problemas rapidamente, por sucessao, por analise, ate mesmo por comparaçao e intuiçao. Outra dos contributos e a capacidade de sistematizaçao de informaçao, construída no momento da analise e que, com a ajuda de modelos, ajudam a criar quadros conceptuais de referencia e de inovaçao. As ferramentas da economia podem por isso constituir um meio e um fim que, coadjuvadas com outras ja explicitadas, representam variaveis de sucesso numa organizaçao.
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