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leitura CULTURa adultos

scriptum “Amar a leitura é trocar horas de fastio por horas de inefável e deliciosa companhia” John F. Kennedy

Já são conhecidos os vencedores dos Globos de Ouro 2015 A cerimónia de correu em Los Angeles no Beverly Hill Hilton Hotel no dia 12 de janeiro. Cinema

Melhor Filme (Drama): Boyhood Melhor Actor (Drama): Eddie Redmayne – The Theory of Everything Melhor Atriz (Drama): Julianne Moore- Still Alice Melhor Filme (Comédia ou Musical): The Grand Budapest Hotel Melhor Ator (Comédia ou Musical): Michael Keaton – Birdman Melhor Atriz (Comédia ou Musical): Amy Adams – Big Eyes Melhor Realizador: Richard Linklater – Boyhood Melhor Argumento: Alejandro González Iñárritu – Birdman Melhor Ator Secundário: J. K. Simmons – Whiplash Melhor Atriz Secundária: Patricia Arquette – Boyhood Melhor Filme de Animação: How to Train Your Dragon 2 Melhor Filme Estrangeiro: Leviathan (Rússia) Melhor Banda-Sonora: Jóhann Jóhannsson – The Theory of Everything Melhor Canção Original: Glory de John Legend - Selma

Televisão

Melhor Série (Drama): The Affair Melhor Ator (Drama): Kevin Spacey – House of Cards Melhor Atriz (Drama): Ruth Wilson – The Affair Melhor Série (Comédia): Transparent Melhor Ator (Comédia): Jeffrey Tambor – Transparent Melhor Atriz (Comédia): Gina Rodriguez – Jane the Virgin Melhor Ator Secundário: Matt Bomer – The Normal Heart Melhor Atriz Secundária: Joanne Froggatt – Downton Abbey Melhor Telefilme ou Minissérie: Fargo Melhor Ator (Telefilme ou Minissérie): Billy Bob Thornton – Fargo Melhor Atriz (Telefilme ou Minissérie): Maggie Gyllenhaal – The Honourable Woman

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Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves - Série. 02

N. 06

janeiro 2015

CULTURa Viagens novidades espetáculos QUESTões e respostas ontem conto livros top eventos e exposições auditório CULTURa Infantil clube Agenda música videos referência Poesia cinema projetos

Notícias

N ov i da d e s

Ac o n t e c e u

atividades

o MUNDO DE HARRY pOTTER

Tiago Rebelo

A todos um bom natal Livro sobre rodas

J. K. Rowling tem tentado mater vivo ... p.7

Novidades literárias... p.12

Projeto desenvolvido pela BMM p.14

em fevereiro 2º Aniversário da AMARTE A amarte é uma associação sem fins lucrativos criada em 2012 a pensar na pessoa e no seu (des)envolvimento na sociedade. O seu objetivo é a promoção, crescimento e desenvolvimento da pessoa, da arte e da cultura através da formação, da organização de eventos artísticos e culturais e da terapia. A Amarte está atualmente sediada na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, onde promove a sua atividade nas áreas do teatro, dança, yoga e terapia. O seu campo de ação pode ver-se compreendido em três grandes vertentes: educação/formação em arte; promoção da saúde pela arte; promoção de eventos culturais e artísticos, assim como produção de espetáculos protagonizados pelos seus alunos/atores. É neste seguimento que surgem as diferentes atividades que convergem para a concretização dos objetivos iniciais apostando por isso em técnicos qualificados para o seu desenvolvimento e orientação. No final de Janeiro a Associação Amarte celebra o seu 2º aniversário partilhando com o público o trabalho artístico que tem vindo a desenvolver com os seus grupos de trabalho.

Autor do mês Tiago Rebelo Pág. 9, 10

As histórias e agenda para o mês de janeiro p.18

Mais Hora do Conto ➲ p.15

Eventos do mês ➲ p.16

TOP’s ➲ p.17

PJ harvey vai publicar livro de poesia

Orquestra POEMa ➲ p.19

Globos de Ouro ➲ p.20

Pág. 5

Filósofo josé gil recebe o prémio do prado coelho Pág. 5

Distinção especial

Prémio Cecil B. DeMille: George Clooney

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015 - 20 -

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015


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SUMÁRIO

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ACONTECEU

ORQUESTRA POEMA No passado dia 21 de Dezembro a Igreja Paroquial de Mangualde acolheu a 4ª edição do concerto de solidário, este ano com a presença da Orquestra POEMa, que foi

JORNAL

aplaudida de pé várias vezes pela assistência. O Presidente da Câmara e restante vereação estiveram presentes neste concerto, que contou com cerca de 400 espectadores e, onde foram angariados cerca de

4 Editorial

»»p.5

Na Leitura Pública é isto que fazemos. Ir ao encontro das necessidades dos nossos potenciais leitores/utilizadores garantindo a igualdade de acesso a bens e atividades culturais, no âmbito da formação, informação e lazer.

1200 kg de bens alimentares.

5 PJ Harvey vai publicar livro de poesia

ceria com o Conservatório Regional de Música de Viseu

7 grupo belga soldier’s heart venceu festival termómetro

de sopros. Os intervenientes deste projeto são elementos

A edição que assinalou os 20 anos do Festival Termómetro foi ganha pelo grupo belga Soldier’s Heart...

José de Azeredo Perdigão”, com idades compreendidas

ção de duas formações, orquestra de câmara e orquestra das Bandas Filarmónicas do concelho de Mangualde e alunos/ex-alunos do Conservatório Regional de Viseu “Dr. entre os 12 e os 30 anos de idade. O concerto teve a Direção Musical do Maestro Tiago Correia e apresentou a formação de Sopros, Cordas e Clássica. Para a Orquestra de Sopros apresentou, English Folk Song Suite – Ralph Vaughan Williams, I.March – “Seventeen Come Sundy”, II. Intermezzo – “My Bonny Boy”, III.

12 Hardmetalfest

March – “Folk Songs from Somerset”; Sticks and Stones

Oito centenas de pessoas são esperadas em Mangualde...

– Jill Bonney (Solista: Miguel Rodrigues). Para a for-

12 Livro recomendado por Mark Zuckerberg...

alDANCES – Eric Ewazen, I. The Lord, ii.The Lady, III.

Livro recomendado por Mark Zuckerberg esgota na amazon...

13 Joe Cocker, o cantor da voz rouca, morreu aos 70 anos no dia 22 de dezembro de 2014

»»p.13

iniciativa da Câmara Municipal de Mangualde, em par“Dr. José de Azeredo Perdigão”. Tem como objetivo a cria-

Beatriz Batarda venceu o Prémio de Melhor Atriz no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira pelo desempenho no filme Yvone Kane, de Margarida Cardoso... »»p.12

Mangualde), foi formada em Setembro de 2013 e é uma

A guitarrista, compositora e cantora inglesa PJ Harvey vai publicar o seu primeiro livro de poesia...

8 Beatriz Batarda venceu prémio de melhor atriz no festival de cinema luso-brasileiro

»»p.8

A Orquestra POEMa (Projeto Orquestra Estúdio de

mação de Cordas os espetadores ouviram Four RoyThe Jester, IV. The Knight. Para a formação Clássica a Orquestra apresentou a Sinfonia nº 6 “Pastorale” – Allegro ma non Troppo – L. v. Beethoven, Sinfonia nº 5 – IV. Finale – p. Tchaikovsky (arr. Richard Meyer) e Radetzky

O músico Joe Cocker morreu aos 70 anos, “depois de uma longa batalha” com o cancro do pulmão...

March – J. Staruss.

12 Morreu Anita Ekberg

Mangualde e do Conservatório de Música Dr. José de

Morreu Anita Ekberg, imortalizada na Fontana Di Trevi do la Dolce Vita...

14 Novidades

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PROJETOS/ACONTECEU

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A organização do evento foi da Câmara Municipal de Azeredo Perdigão, de Viseu e contou com a colaboração direta da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves. Na colaboração estiveram ainda as Bandas Filarmónicas,

o Complexo Paroquial de Mangualde, o Agrupamento de Escolas e a Proviseu. A organização contou com o apoio da empresa Endesa.

Novidades literárias para o mês de janeiro na Biblioteca Municipal Alexandre Alves

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015

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PROJETOS

PROJETOS/ACONTECEU

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PROJETOS/ACONTECEU

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NOTÍCIAS

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EM DEZEMBRO

A TODOS UM BOM NATAL

FILÓSOFO JOSÉ GIL RECEBE PRÉMIO JACINTO DO PRADO COELHO

“A Todos um Bom Natal” é a actividade de Natal que a Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves prepara todos os anos especialmente para os Lares e Centros de Dia do concelho.

D’ANGELO: ASCENSÃO, QUEDA E REPARAÇÃO DE UM MITO DA SOUL

Esta iniciativa enquadra-se no Projecto “Biblioteca para avós” que percorre o concelho em várias sessões durante o ano, levando momentos de leitura, carinho e boa disposição aos “avozinhos” de

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Mangualde.

BANDA SONORA DE COMPOSITOR PORTUGUÊS PRÉSELECIONADA PARA OS ÓSCARES

Este ano, durante a semana de 15 a 19 de Dezembro a equipa da Biblioteca Municipal percorreu o concelho para apresentar uma pequena

dramatização enquadrada no espirito de Natal,

LEIA PELA SUA SAÚDE

aliando os contos tradicionais ao bom humor. Nesta visita foram também oferecidos às referidas instituições, simbólicas decorações de Natal, elaboradas pelas crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico nos atelier`s de Natal dinamizados pela Biblioteca Municipal, no âmbito do projecto “Liv-

LEIA PELA SUA SAÚDE

J. K. ROWLING REVELA NOVOS DETALHES SOBRE O MUNDO DE HARRY POTTER

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ros Sobre Rodas”. Foram realizadas duas sessões em cada dia,

uma às 10, e outra às 14:30. As visitas decor-

TIAGO REBELO

reram nos Lares e/ou Centros de Dia de Cunha

AUTOR

POETA DO MÊS

DO MÊS

HERBERTO

Baixa, Chãs de Tavares, Freixiosa, Abrunhosa – a – Velha, Fornos de Maceira Dão, Contenças de Baixo, Santiago de Cassurrães, Complexo Paroquial de Mangualde e Lar Morgado Cruzeiro de Mangualde. Foram abrangidos por este projecto,

CARTA DE ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE

HELDER

261 idosos do concelho.

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LIVROS E LEITORES

FELIZ ANO NOVO

TOP’S

EDITORIAL

Ao ler o editorial do mês de janeiro do ano que terminou há menos de um mês, pensei: “Que queremos para este ano?” e a resposta é recorrente: - Queremos paz, saúde, amor, compreensão e trabalho. Nada de novo, mas, incrivelmente atual.

Oslo. O primeiro Nobel da Paz atribuído data de 1901 a, Jean Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha Internacional e promotor das Convenções de Genebra e a Fréderic Passy, fundador e presidente da Sociedade Francesa para a Paz.

E assim, entramos no novo ano a desejar o mesmo que desejamos todos os anos. Acreditando que, com estas bases, teremos condições para enfrentar antigos e novos desafios.

No último ano, 2014, a academia sueca premiou a defesa dos direitos humanos das crianças e, em simultâneo conseguiu dividiu a distinção entre as duas potências nucleares inimigas asiáticas, ao atribuir a partilha do Nobel à paquistanesa Malala Yousafzai e ao indiano Kailash Satyarthi. Ao premiar um hindu e uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, o comité quis também distinguir uma “luta conjunta pela educação e contra o extremismo” Na Leitura Pública é isto que fazemos. Ir nesta conturbada parte do mundo. ao encontro das necessidades dos nossos potenciais leitores/utilizadores garantindo Para além das diferentes e variadas a igualdade de acesso a bens e atividades exposições que realizamos, o trabalho da culturais, no âmbito da formação, informaBiblioteca desenvolve-se em diversas ver- ção e lazer. Com esforço, e nem sempre tentes. O objetivo geral que subjaz a tudo da forma completa como gostaríamos, é servir cada vez melhor. Em 2015, pro- mas garantidamente conseguimos concuraremos melhorar o que não esteve ao cretizar os objetivos propostos para 2104. nível por nós desejado e, acrescentar algo Trabalhamos agora as propostas para novo. Será um trabalho de equipa para o 2105, acreditando que estaremos à altura qual muito contribui a opinião e crítica con- de superar o ano anterior e que, o nosso strutiva dos nossos leitores/utilizadores. público corresponderá às expetativas.

Salientamos mais uma vez os prémios Nobel da Paz, expostos no átrio da nossa Biblioteca Municipal para homenagear aqueles que se destacam pelo bem, num mundo onde existe tanta desigualdade e dor. Segundo a vontade de Alfred Nobel, o prémio distingue “a pessoa que fez a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”. Trata-se de um prémio que pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, e não apenas àqueles que já atingiram os seus objetivos em alguma área específica. É, portanto, um Nobel com características próprias cuja atribuição acontece em

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015 -4-

Estamos ainda na fase de recolha de dados do ano 2014, à qual se seguirá uma avaliação e comparação com dados dos anos anteriores. Mas, mesmo antes de recorrermos a números e valores, parecenos possível reconhecer que o destaque do ano 2014 vai para as atividades de índole cultural que a Biblioteca Municipal ofereceu ao público. E, neste contexto, é absolutamente indispensável salientar o esforço de toda a equipa nestas realizações. Por outro lado, salientar igualmente a importância da Biblioteca Municipal na comunidade, saindo das suas próprias paredes, antecipando as vontades do público.

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AT I V I D A D E S

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EVENTO S DO MÊS

in Público 13-12-2014

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NOTÍCIAS

in Sol 13-12-2014

AGENDA

Clube de leitura 16 de janeiro | 21:00 A rainha descalça de Ildefonso Falcones

visita por mês | • EB1 de Tibaldinho • EB1 de Moimenta do Dão • EB1 de Mesquitela • EB1 Santiago de Cassurães • EB1 Chãs de Tavres • JI de Oliveira • JI de Cubos • JI de Tibaldinho • JI Fagilde • Jl Gandufe • JI de Contenças de Baixo • JI Chãs de Tavares• EB1 de Moimenta do Dão • EB1 Fagilde •

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História para o 1º Ciclo Eu não fui! de Christian Voltz

1 visita por mês | • Centro Social Paroquial de Abrunhosa-a-Velha • Centro Social Paroquial de Chãs de Tavares • Lar da Freixiosa • Centro Paroquial da Cunha Baixa • Lar Morgado Cruzeiro • Lar de Nossa Sr.ª do Amparo • Centro Social Cultural da Paróquia de Mangualde • Centro Social de Fornos de Maceira Dão • Centro Paroquial de Santiago de Cassurrães • Associação de Solidariedade Social de Contenças de Baixo

FILÓSOFO JOSÉ GIL RECEBE O PRÉMIO JACINTO DO PRADO COELHO

BANDA SONORA DE COMPOSITOR PORTUGUÊS PRÉ-SELECCIONADA PARA OS ÓSCARES

O Prémio Jacinto do Prado Coelho foi entregue ao filósofo José Gil, pela sua obra “Cansaço, Tédio, Desassossego”, no auditório maestro Frederico de Freitas, na Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa. Atribuído anualmente pelo centro português da Associação Internacional de Críticos Literários, o Prémio Jacinto do Prado Coelho destina-se a galardoar uma obra e o seu autor, sendo patrocinado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Este ano, o júri foi constituído pelas docentes e investigadoras Clara Rocha, Maria João Reynaud e Teresa Martins Marques. A obra “Cansaço, Tédio, Desassossego” foi publicada em outubro do ano passado pela editora Relógio D’Água. Segundo a editora, a obra “é composta por quatro ensaios sobre o tema da heteronímia de Fernando Pessoa, sendo considerado o contributo mais inovador da última década nessa área”. “Cansaço, Tédio, Desassossego” recebeu igualmente, este ano, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, promovido pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos divulgou a lista das 114 bandas sonoras candidatas a uma nomeação para os Óscares de 2015 e dela faz parte a música de Malo, de “No god, no master”, ‘thriller’ escrito e realizado por Terry Green, estreado nos Estados Unidos na primavera. Nuno Malo, nascido na Madeira em 1977 e radicado nos Estados Unidos, é autor de várias bandas sonoras para cinema, tendo sido eleito o compositor revelação de 2010 nos Estados Unidos, pela Associação Internacional de Críticos de Música para Cinema. O músico português estudou composição em Londres e composição para cinema em Los Angeles (Califórnia). Assinou a música de filmes portugueses como “O Julgamento” e “A Arte de Roubar”, ambos de Leonel Vieira, “Filme da Treta”, de José Sacramento, “A Mulher Polícia”, de Joaquim Sapinho, “Amália - O Filme”, de Carlos Coelho da Silva. “A Profecia Celestina” (2006), de Armando Mastroianni, “The Lost and Found Family” (2009), de Barnet Bain, e “Miel de Naranjas” (2012), de Imanol Uribe, são três das produções internacionais para as quais também compôs. A lista das 114 bandas sonoras consideradas elegíveis é liderada pelo francês Alexandre Desplat - com cinco filmes pré-selecionados - e integra também obras de compositores como James Newton Howard, Danny Elfman, Gustavo Santaolalla, Michael Giacchino, Alberto Iglesias, Gustado Dudamel e Howard Shore. As nomeações para a 87ª. edição dos Óscares serão anunciadas a 15 de janeiro em Los Angeles. A cerimónia acontecerá a 22 de Fevereiro.

in Público 14-12-2014

PJ HARVEY VAI PUBLICAR LIVRO DE POESIA

História para o 1º Ciclo Pequeno azul e pequeno amarelo de Leo Lionni

Auditório 30 de janeiro - Ciclo de cinema 299 na pista da animação - Peabody e Sherman

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015 - 16 -

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Ateliers de ilustração e expressão escrita Cinema, musica e internet Horário da Biblioteca

Exposições Nobel da Paz - 20 anos em retrospetiva

A guitarrista, compositora e cantora inglesa PJ Harvey vai publicar o seu primeiro livro de poesia, The Hollow Of The Hand. Resulta de uma colaboração com o fotógrafo e realizador Seamus Murphy e vai chegar às livrarias no outono do próximo ano. Para além de poemas e crónicas, o livro de 224 páginas conterá imagens captadas durante viagens feitas pelos dois, entre 2011 e 2014, a destinos como o Afeganistão ou o Kosovo. “Queria cheirar o ar, sentir o solo e conhecer as pessoas dos países com os quais estava fascinada”, declarou há dias PJ Harvey acerca do projeto. O fotógrafo Seamus Murphy também se pronunciou sobre a colaboração: surgiu naturalmente porque “Polly é uma escritora que adora imagens e eu um fotógrafo que adora palavras.” Não é a primeira vez que colaboram. Em 2011 ela tinha-o convidado para comissariar uma série de vídeoclipes para as 12 canções do seu último e oitavo álbum, Let England Shake. O convite surgiu depois de Harvey ter visto e ter ficado impressionada com A Darkness Visible: Afghanistan, um filme e livro publicado por ele em 2008. Do ponto de vista musical, nos últimos tempos, não se deu

muito por ela. Apenas partilhou uma versão de Red right hand, um original de Nick Cave. A versão foi o seu primeiro tema deste o single Shaker aamer, de agosto do ano passado.

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NOTÍCIAS

ATIVIDADES

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Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015


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NOVIDADES

NOTÍCIAS

in Público 15-12-2014

D’ANGELO: ASCENSÃO, QUEDA E REPARAÇÃO DE UM MITO DA SOUL

Há exatamente um ano a cantora Beyoncé lançou, de surpresa, um álbum homónimo, furtandose dessa forma aos mecanismos habituais de promoção. Embora o objetivo seja sempre o mesmo: excitar a curiosidade do grande público. Desta feita a prenda natalícia é da responsabilidade de D’Angelo. Catorze anos depois de ter gravado um álbum de originais, regressa finalmente com novo disco - Black Messiah está disponível embora neste caso o efeito-surpresa seja menor porque desde 2009 que se vinha especulando que haveria novo álbum no horizonte. Os dois estão em momentos diferentes. Beyoncé é hoje provavelmente a maior celebridade da música popular, enquanto D’Angelo tenta relançar a carreira. Quando este lançou o último álbum em Janeiro de 2000 ainda a cantora se encontrava nas Destiny’s Child, mas não é difícil idealizar que D’Angelo é também

para Beyoncé uma grande referência. Com apenas dois álbuns – Brown Sugar (1995) e principalmente com Voodoo (2000) – é como se tivesse instituído um cânone para a música soul das últimas décadas. Com o primeiro assimilava o que vinha de trás (Marvin Gaye, Stevie Wonder, Curtis Mayfield ou Prince) e atribuía às suas canções soul uma qualidade orgânica que o haveriam de conotar com as movimentações neo-soul dos anos 1990, onde também se notabilizaram Erykah Badu, Jill Scott ou Maxwell. O segundo álbum era sonicamente mais ambicioso, movimentos mínimos, balanço insinuante, ambientes lascivos, um clássico. É quase impossível olhar para a música soul, funk ou R&B que se seguiu, da mais exploratória à mais popular, sem entrever a influência que foi deixando atrás de si. Dos OutKast a Beck, de Spacek a Frank Ocean, de Kanye West aos The Weeknd, de James Blake a FKA Twigs, o leque de nomes que assumiu influências

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015

desse disco é infindável. Era uma das daquelas obras que, coisa não muito frequente, se transformou num sucesso de vendas e, ao mesmo tempo, seduziu os melómanos mais exigentes, alcançando com facilidade o 1º lugar de muitas listas dos melhores de 2000 – foi o que aconteceu no antigo suplemento Sons do PÚBLICO. Discos assim, tão marcantes, podem ser um peso, se os seus autores não forem capazes de gerir as expetativas. Foi isso que parece ter acontecido com D’Angelo que, depois da digressão do lançamento desse disco e de muitos prémios recebidos (entre eles dois Grammy), entrou numa travessia de excessos que meteu prisão por distúrbios, condução sob o efeito de álcool, posse de drogas ou curas de desintoxicação. Uma viagem ao lado mais negro do êxito que apenas nos últimos anos parece ter vindo a ser atenuada. Em 2009 disse-se que se aprestava para lançar novo álbum e que o mesmo se iria intitular James River, mas nada aconteceu. Depois, há dois anos, o baterista e líder do grupo The Roots, Questlove, que tinha trabalhado no passado com ele, afirmou que agora sim estaria mesmo de regresso, depois de superados problemas com adições que o tinham conduzido quase até à morte. Nessa altura o músico, que é também conhecido pela participação no programa de TV de Jimmy Fallon, garantia que o álbum estava quase ultimado. E foram-se sucedendo, deste então, as muitas notícias que veiculavam o lançamento eminente de um novo disco, alicerçadas também no fato de se ter apresentado ao vivo com algumas canções novas. A numerosa sequência de falsos alarmes chegou ao fim no domingo, com uma sessão de audição para convidados em Nova Iorque e com o lançamento de uma nova canção, a que se seguiu a totalidade do álbum esta segunda-feira, creditado a D’Angelo e ao seu colectivo The Vanguards. Uma digressão europeia, com início em fevereiro, também já se encontra alinhada, pelo que este é mesmo o regresso firme de D’Angelo. É possível que as doze canções que integram o disco tenham sido compostas em diferentes períodos, com a soul e o funk a serem puxados aos limites, com uma sonoridade densa mas espaçosa, estruturada a partir do balanço das linhas de baixo, da percussão e dos acordes de guitarra do próprio. Quase quinze anos depois a sua voz mantém-se ilesa, maleável e apaixonada, mas também imprevisível, por vezes parecendo assumir vários personagens para uma só canção. Há algumas letras de consciência política – “all we wanted was a chance to talk / stead we only got outlined in chalk”, canta em The charade – o que não surpreende, tendo até em atenção a justificação para o título do álbum. Black Messiah nada tem a ver com religião, nem com celebrações de individualidade, explica. É uma ode ao sentir coletivo, seja em Ferguson, no Egipto durante a Primavera Árabe ou nos protestos de Wall Street. É uma forma de afirmar que todos somos líderes, diz. Há algumas colaborações (Questlove, Q-Tip ou Kendra Foster), mas é nitidamente um álbum muito pessoal. Como seria de esperar não tem a unidade concetual do anterior. Nessa altura os ambientes eram luxuriantes, agora a sensualidade é exposta de forma mais tortuosa. Mas na sua

Se eu ficar de Gayle Forman

Maze Runner: provas de fogo de James Dashner

Sinopse

Sinopse

Naquela manhã de fevereiro, quando Mia, uma jovem de

Atravessar o Labirinto devia ter sido o fim. Acabar-se-iam

dezassete anos, acorda, as suas preocupações giram à volta

os enigmas, as variáveis e a fuga desesperada. Thomas

de decisões normais para uma rapariga da sua idade: perman-

tinha a certeza de que, se conseguissem fugir, ele e os

ecer junto da família, do namorado e dos amigos ou deixar

Clareirenses teriam as suas vidas de volta. Mas ninguém

tudo e ir para Nova Iorque para se dedicar à sua verdadeira

sabia realmente para que tipo de vida iriam regressar...

paixão, a música. É então que ela e a família resolvem ir dar

O segundo volume da série Maze Runner ameaça tor-

um passeio de carro e, numa questão de segundos, um grave

nar-se um clássico moderno para os fãs de títulos como

acidente rouba-lhe todas as escolhas. Nas vinte e quatro horas

Os Jogos da Fome.

que se seguem e que talvez sejam as suas últimas,

Tudo é sempre outra coisa de João Pedro Mésseder Sinopse

O cotão Simão de Ana Rita Faustino

A leitura deste livro pode começar por qualquer página. Mas,

Sinopse

se se começar pelo princípio, descobre-se que há aqui alguém

Naquele dia, cinzento e ventoso, Jaime chegou à sua

que gosta de ver o que há do outro lado. E que lado é esse?

nova casa. Ficava numa terra bem diferente da sua e

Talvez o outro lado do que se vê, o outro lado do que se ouve,

numa rua que lhe parecia não acabar mais. Tudo o que

o outro lado do que se sente. Até o outro lado de cada palavra,

conhecia havia ficado para trás - a sua grande cidade,

que as palavras às vezes têm vários lados, como as coisas.

o seu prédio, a sua escola - e tudo o que descobria

E há prosa que parece poesia, poesia que parece prosa...

agora lhe parecia cinzento como o próprio dia. Mas, o pior de tudo, aquilo que o preocupava

Porque nem tudo é só o que parece ser.

verdadeiramente era que também os seus amigos tinham ficado para trás. E ele bem sabia que não se fazem amigos assim de um dia para o outro. Porém, mais depressa e mais perto do que imagina, Jaime vai encontrar um amigo inesperado…

Tudo é sempre outra coisa de João Pedro Mésseder Sinopse

O teorema (K)atherine de John Green

O Manel adorava invenções e gostava tanto delas, que as

Sinopse

dividia e agrupava em espécies diferentes. Havia invenções

Dezanove foram as vezes que Colin se apaixonou.

rápidas, como o escorrega, e invenções grandes, como a

Das dezanove vezes a rapariga chamava-se Katherine.

tabuada, cujos números e cruzes dificilmente podem caber na

Não Katie ou Kat, Kittie ou Cathy, e especialmente não

cabeça de alguém. As árvores, por exemplo, eram de certeza

Catherine, mas KATHERINE.

uma invenção às avessas, porque ficavam sem roupa no

E das dezanove vezes, levou com os pés

preciso momento em que o frio estava a chegar. O mundo, esse, parecia ser uma invenção muito desarrumada com países grandes e pequenos a conviver lado a lado. Para devolver um pouco de igualdade e de justiça ao mapa, o Manel decidiu

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NOVIDADES

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NOTÍCIAS

inventar o seu próprio país.

O coelhinho branco de Xosé Ballesteros Sinopse «Era uma vez um coelhinho branco. Um dia foi buscar couves à horta para fazer um caldinho. Quando o coelhinho branco voltou para casa, encontrou a porta fechada e bateu: - Quem é? - perguntou um vozeirão lá de dentro...» ...E em busca de ajuda para reconquistar a sua casa, ocupada pela terrível cabra cabressa, que se lhe saltava em cima lhe partia a cabeça, o coelhinho terá várias surpresas... Trata-se de um texto-fórmula criado tanto para ser lido como para ser contado, e que joga de forma especial com a sonoridade e a rima. Também reivindica a amizade e a coragem, como prova de que a valentia não é uma questão de tamanhos. “O coelhinho branco” é uma adaptação de Xosé Ballesteros a partir de um conto popular português, com ilustrações de Óscar Villán, que foi galardoado com esta obra em 1999 com o Prémio Nacional de Ilustração, concedido pelo Ministério da Cultura de Espanha. O álbum também foi incluído pelo Banco del Libro da Venezuela no catálogo de Os Melhores Livros para Crianças, do ano 2000.

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015


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NOVIDADES

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NOVIDADES

LEITURAS                                      Poemas Completos de Herberto Helder Sinopse

Um Homem escandaloso de Tiago Rebelo

«Poemas Completos» é o novo título para o livro que passa a

Sinopse

reunir a poesia de Herberto Helder. Esta obra segue a fixação emp-

Um Homem Escandaloso é um romance notável sobre a sociedade

regue na edição anterior, «Ofício Cantante», e inclui já os esgota-

moderna, onde o sucesso se conquista com ostentação e fingimento.

dos «Servidões» - considerado por grande parte da crítica espe-

Divertido e desconcertantemente certeiro, eis um retrato prodigioso

cializada como o livro do ano em 2013 - e «A Morte sem Mestre».

de uma época onde a imagem é tudo e o abstracto se sobrepõe ao

O tempo entre costuras de María Dueñas Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários

Sinopse

de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán

Às vezes, um simples telefonema pode partir uma vida ao meio. - Sofia,

e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugia-

há qualquer coisa esquisita com as suas análises.Foram nove pala-

dos sem rumo.

vras apenas, num domingo radioso, de um Verão que chegava ao fim. Iria começar um longo Outono para Sofia Lisboa, e um Inverno sem fim.Antes do telefonema, a vocalista dos Silence 4 não tinha tudo o

Teia de Cinzas de Camila Lackberg

as paredes com discos de ouro e platina, e muitas recordações gloriosas de palcos e tournées. Vivia

Sinopse

com o amor da sua vida, dava aulas de fitness com prazer. E, sobretudo, sentia a crescer dentro de

Outono em Fjällbacka. Um pescador que acabou de recolher os

si uma nova vida, 14 semanas apenas, e muitas promessas de alegria. Mas o telefonema da médica

ovos de lagosta que lançara ao mar está em estado de choque.

cortou-lhe a vida em duas metades.

que queria. Mas tinha muito: um passado que ainda lhe emoldurava

No deck do barco jaz agora à sua frente o corpo inerte de uma menina. Enquanto Erica Falk desespera no seu papel de mãe, Patrick Hedstrom é mais uma vez chamado a desvendar o mistério

daquela morte que vai afectar de forma devastadora a vida de muita gente que lhe é próxima. E enquanto a investigação vai decorrendo, os mistérios continuam.

A viagem dos cem passos de Richard C. Morais Sinopse

Meninas de Maria Teresa Horta

Uma homenagem à inevitabilidade do destino, este livro é uma fábula intemporal - encantador, cativante e de leitura compulsiva.Animado

Sinopse

e cheio de cores, sabores e aromas da cozinha, este romance é

Do fabuloso monólogo de Lilith num paradisíaco ventre materno,

um deleite suculento sobre a família, a nacionalidade e os misté-

primeiro conto deste volume, até «Estrela», que fecha o livro, numa

rios do bom gosto.

violenta, mas irresistível, história de abuso sexual paterno que leva a filha ao suicídio, Maria Teresa Horta traça, num português sumptuoso, ao longo de mais de trinta contos, uma vasta e belíssima galeria de «Meninas». Quase todas negligenciadas, quando não abandonadas e maltratadas, entregam-se à magia ou à leitura salvadoras.

Trash - Os rapazes do lixo de Andy Mulligan

As vítimas do furacão Espírito Santo de Filipe S. Fernandes

Sinopse

Sinopse

rapazes tentam sobreviver nas montanhas de lixo nos subúrbios de

O Furacão Espírito Santo deixou um rasto de destruição que o

uma metrópole. Num dia de sorte e azar, Raphael encontra algo muito

Financial Times estimou em dez mil milhões de euros.Marcou o

especial e misterioso. Tão misterioso que decide guardar, mesmo que

fim de uma dinastia financeira e de uma marca com 150 anos, e

a polícia da cidade ofereça uma bela recompensa pela sua devolução.

Num país do terceiro mundo, num futuro não muito distante, três

transformou um banqueiro, Ricardo Salgado de todo poderoso a

Essa decisão traz terríveis consequências, e em breve os rapazes

uma espécie de maior vilão do século. Fez vítimas como os 30 mil

do lixo vão ter de usar toda a sua astúcia e coragem para escapar aos seus perseguidores. Trash -

accionistas, milhões de clientes e investidores em Portugal e em

Os Rapazes do Lixo é um romance policial para leitores jovens, cuja leitura será interessante para os

vários pontos do globo, milhares de empresas viram os seus investimentos suspensos. A sua

menos jovens, igualmente. Publicado em mais de quinze países, este é um livro sobre como a esper-

intensidade atingiu o Banco de Portugal, a CMVM, o BCE, o Governo e até o presidente da

ança e a determinação podem transcender até a pobreza mais indigna.

república. Mas na origem do Furacão BES estão guerras de famílias, engenharia financeira,

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diversidade acaba por manter os elementos essenciais que lhe granjearam culto, com um aparato sónico intenso – mais funk, na linha Sly Stone, do que soul, como Marvin Gaye. O ano passado o álbum de Beyoncé acabou por não figurar na lista de Melhores do Ano, porque foi lançado a meio de dezembro, quando a maior parte das publicações já tinha publicado as suas listas. Este ano, D’Angelo também já não vai a tempo, mas a sua carreira parece relançada

in Público 14-12-2014

concreto.

Nunca desistas de viver de Sofia Lisboa

Sinopse

da

GRUPO BELGA SOLDIER’S HEART VENCEU FESTIVAL TERMÓMETRO A edição que assinalou os 20 anos do Festival Termómetro foi ganha pelo grupo belga Soldier’s Heart. A final ocorreu na noite deste sábado, na zona do Cais do Sodré, em Lisboa, entre os palcos do Sabotage e Tokyo. O grupo acolheu a unanimidade entre o júri, que destacou também o 2º lugar, ocupado pelos portugueses, de Leiria, Le Crazy Coconuts. Os outros finalistas foram Marvel Lima, Nuno & The End e Getthove. Ao longo dos 20 anos do festival, iniciativa dinamizada pelo comunicador da rádio e TV Fernando Alvim, passaram pelo mesmo, grupos e artistas como os Ornato Violeta, Ana Bacalhau, Silence 4, B Fachada, Mazgani ou Capicua. Os vencedores da edição deste ano vão receber como prémio uma atuação no Festival NOS Alive, a realização de um videoclipe com apoio da Restart e ainda a gravação de um EP de 4 temas com apoio do estúdio Armazém 42. O júri era constituído pelo músico Samuel Úria, pelos jornalistas e críticos Nuno Galopim, Gonçalo Frota e Vítor Belanciano, pelo radialista Nuno Calado, pelo manager Nuno Saraiva e por Fernando Alvim. A próxima edição do festival está agendada para novembro de 2015.

J. K. ROWLING REVELA NOVOS DETALHES SOBRE O MUNDO DE HARRY POTTER in Público 15-12-2014 J. K. Rowling tem tentado manter vivo o interesse dos fãs de Harry Potter com charadas e revelações que vai deixando no site Pottermore, incluindo a notícia de que existiria um argumento razoavelmente elaborado, mas que nunca chegou a ser usado em nenhum dos livros, em torno de Florean Fortescue, uma personagem secundária que faz algumas breves aparições em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, o terceiro dos sete livros que compõem a saga do jovem feiticeiro. Material que noutras circunstâncias os fãs de Potter receberiam com gratidão, mas que agora lhes saberá provavelmente a pouco, depois de alguma imprensa ter noticiado que Rowling iria publicar no seu site doze novas histórias de Harry Potter, ao ritmo de uma por dia. Os responsáveis do site já vieram desmentir a informação, lamentando o equívoco e explicando que os jornais perceberam mal a promessa da escritora de que os seguidores de Pottermore iriam ter “12 dias de surpresas festivas”. Rowling tem um gosto particular por charadas e já por várias vezes criou enigmas para desafiar os seguidores do seu site. No dia 12, voltou à carga com este problema em verso: “In a house on Spinner’s End / A meeting takes place / A mother begs help for her son, tears on her face / Agreeing to help though he doesn’t know how / which potions master performs an Unbreakable Vow?”. Em tradução rápida, algo como: “Numa casa de Spinner’s End, um encontro teve lugar: uma mãe em lágrimas pede socorro para o filho. Dispondo-se a ajudar, embora não saiba como, que mestre de poções pronunciou um voto inquebrável”?(...) Agora a escritora levantou um bocadinho o véu, confirmando que Florean era de fato descendente de Dexter Fortescue e explicando que tencionara usá-lo no último livro como fornecedor de pistas a Harry Potter na sua busca pelos talismãs da morte. Inventou por isso uma trama em que Florean era raptado e depois salvo por Harry Potter e pelos seus amigos, mas acabou por desistir dela e arranjar outra fonte de informação ao jovem feiticeiro. “No fim de contas parece que o fiz ser raptado e morto sem motivo nenhum”, escreve Rowling. “Não é o único feiticeiro que Voldemort [o vilão da série] matou porque sabia de mais ou de menos”, acrescenta, “mas é o único cuja morte me pesa na consciência, porque a culpa foi toda minha”. A escritora tem deixado no seu site várias outras incursões no universo de Harry Potter, dando informações suplementares sobre alguma personagem ou aprofundando, por exemplo, o tópico dos caldeirões mágicos. Mas se esta atividade poderá criar em alguns fãs a expetativa de poder vir a ler em breve um novo livro de Harry Potter, a verdade é que Rowling parece continuar mais empenhada em prosseguir a série de romances policiais protagonizados pelo detetive Cormoran Strike, de que já publicou dois títulos, assinados com o pseudónimo Robert Galbraith.

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prejuízos ocultos, um poder que julgava absoluto que se esboroa.a

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CARTA DE ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE E BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA RECOMENDADAS PARA PATRIMÓNIO EUROPEU in Público 22-12-2014

BEATRIZ BATARDA VENCEU PRÉMIO DE MELHOR ACTRIZ NO FESTIVAL DE CINEMA LUSO-BRASILEIRO

in Público 15-12-2014

Beatriz Batarda venceu o prémio de Melhor Actriz no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira pelo seu desempenho no filme Yvone Kane, de Margarida Cardoso. O prémio, foi atribuído pelo júri da competição de longas-metragens da 18.ª edição do festival, que começou no dia 7 apresentando em competição 15 curtas e 10 longas-metragens. Rodado em Portugal e em Moçambique, Yvone Kane é uma nova colaboração entre Beatriz Batarda e a realizadora Margarida Cardoso depois de A Costa dos Murmúrios (2004). Resultado de uma coprodução luso-brasileira que teve estreia internacional em Outubro no Brasil, no Festival do Rio de Janeiro, o filme conta a história de Rita, uma mulher de luto pela sua filha recém-falecida que volta ao país africano onde cresceu para investigar a verdade sobre a morte de Yvone Kane, uma ex-guerrilheira e activista política. Produzido pela Filmes do Tejo II, tem distribuição da Midas Filmes e a sua estreia nas salas de cinema do circuito comercial português está agendada para Fevereiro. No restante palmarés do festival contam-se Com os Punhos Cerrados, de Ricardo Pretti, Luiz Pretti e Pedro Diógenes (Melhor Filme); O Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi (Prémio Especial do Júri); Paulo André, em O Homem das Multidões, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes (Melhor Actor); Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro (Prémio da Crítica Longas); A Vida privada dos Hipopótamos, de Maíra B. e Matias Mariani (Prémio dos Cineclubes Longas); Permanência, de Leonardo Lacca (Prémio do Público Longas), La Llamadas, de Gustavo Vinagre (Melhor Curta Metragem); E, de Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel Antunes Ramos (Prémio Especial do Júri); Cinema, de Rodrigo Areias (Menção Honrosa); Geru, de Fábio Baldo (Prémio da Critica Curtas); e, finalmente, As Rosas Brancas, de Diogo Costa Amarante (Prémio dos Cineclubes Curtas).

A carta de lei de abolição da pena de morte em Portugal, datada de 1867, e a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra estão entre os 16 bens culturais – documentos ou sítios – recomendados por um painel de peritos para receberem o Selo do Património Europeu 2014. Esta é uma iniciativa criada em 2011 pela União Europeia (EU) com o objetivo de reconhecer bens que “contribuíram para a história e cultura europeias e/ou constituição da União” e cuja dimensão europeia continua a ser valorizada nos dias de hoje. Esta é apenas a segunda edição da iniciativa, que arrancou em 2013, e à qual se submeteram 36 candidaturas de 13 Estados-membro da EU, incluindo Portugal.

A decisão final será tomada pela Comissão Europeia em março de 2015, mas como explicou ao PÚBLICO Silvestre Lacerda, director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde se encontra a carta de lei de abolição da pena de morte, “normalmente a Comissão Europeia não rejeita as recomendações” do painel de peritos. As candidaturas são pré-seleccionadas a nível nacional e cada país pode apresentar o máximo de quatro. Portugal submeteu três candidaturas e uma delas, o Convento de Jesus, em Setúbal, onde foi assinado o Tratado de Tordesilhas em 1494, foi recusada pelo painel de peritos por não corresponder aos critérios de relevância europeia consagrados no documento que estabeleceu o Selo do Património Europeu (Decisão 1194/2011/EU). O relatório de avaliação do painel de especialistas nota que a pena de morte já tinha sido abolida antes, em San Marino e Turim (onde voltou a ser reintroduzida, mais tarde), mas que a carta de lei abolindo a pena de morte em Portugal, ratificada por D. Luís em 1867, constitui “um caso atípico” porque o rei foi “guiado por princípios humanistas”. Nesse documento, que aprova a reforma penal e das prisões, é decretada a abolição da pena de morte e a sua substituição por pena de “prisão celular perpétua”. À época, o escritor francês Vítor Hugo escreveu uma carta congratulando Portugal como um país pioneiro na adoção dessa medida. A candidatura que foi apresentada compromete a Torre do Tombo a levar a cabo uma série de atividades de divulgação do documento, nomeadamente a sua tradução noutras línguas da EU, exposições, digitalização e programas para escolas. Quanto à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, fundada há 500 anos, o relatório do painel de peritos reconhece o seu pioneirismo: foi uma das primeiras bibliotecas na Europa a permitir o acesso público ao seu acervo e a organizá-lo em catálogos por temas para consulta, além de ter disponibilizado livros proibidos durante o Estado Novo. Da lista de sítios patrimoniais recomendados para receber o Selo do Património Europeu 2014 constam o centro histórico de Atenas, a abadia de Cluny em França, ou o estaleiro naval de Gdansk, palco das manifestações que levariam ao fim do regime comunista na Polónia no arranque da década de 1980. No ano passado, a Universidade de Coimbra, onde está incluída a Biblioteca Joanina, parte da biblioteca geral, foi classificada como Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015

in Público 11-01-2015

MORREU ANITA EKBERG, IMORTALIZADA NA FONTANA DI TREVI DO LA DOLCE VITA A sua filmografia conta mais de cinco dezenas de títulos, mas é apenas a um que regressamos sempre que falamos dela. Para sermos mais precisos, é uma cena desse filme que recordamos sempre que falamos de Anita Ekberg, actriz modelo, pin-up tornada actriz, nascida na Suécia, feita estrela em Hollywood, cristalizada enquanto ícone em Itália. Sylvia, ou seja, ela mesma enquanto corpo fílmico imaginado por Federico Fellini, banhando-se com um vestido decotado na Fontana di Trevi, em Roma, enquanto “flirta” com o jornalista Marcello Rubini, ou seja, Marcello Mastroianni. “Marcello, come here!”, ouvimo-la em La Dolce Vita (1960), naquela que se preservou como uma das mais célebres cenas do cinema. Anita Ekberg já não filmava com regularidade desde a década de 1970. Vivia isolada numa villa nos arredores de Roma, acompanhada dos seus cães, de onde saía esporadicamente para participar, por exemplo, na inauguração de uma exposição dedicada a Fellini – e aí chegada, perguntariam à mulher octagenária, que a fratura de uma anca atirara nos últimos anos para uma cadeira de rodas, sobre “aquela” cena. Internada desde o último Natal, Anita Ekberg morreu este domingo na clínica San Raffaele di Rocca di Papa. Tinha 83 anos e continuava a gostar de dizer “fui eu que tornei Federico Fellini famoso, não o contrário”. Nascida em Malmö, Suécia, a 29 de setembro de 1931, sexta de oito filhos, Anita Ekberg foi Miss Malmö e, depois, Miss Suécia, em 1950. No ano seguinte, viajou para os EUA para concorrer a Miss Universo. Não venceu, mas a Suécia, país a que só regressaria muito esporadicamente até ao fim da vida, ficava para trás. Em 1953, estreia-se ao lado da dupla de comediantes Abbott e Costello em Abott and Costello Go To Mars, encarnando uma venusiana. Pela sua presença misteriosa no ecrã, nesses primeiros filmes, acabou alcunhada The Iceberg (o que era também, obviamente, um jogo fonético com o seu apelido). Nessa primeira fase a sua carreira, trabalhou também com Frank Tashlin (Artists and Models, de 1955, com a dupla Jerry Lewis/Dean Martin) mas desde logo Ekberg foi mais um “acontecimento” - fabricado para as revistas de homens que começaram a proliferar nos anos 50, com a ajuda, é claro, das suas medidas excessivas - do que uma actriz. Vimo-la, ainda assim, no Guerra e Paz de King Vidor (1956) ou, no mesmo ano, em novo encontro com Jerry Lewis e Dean Martin em Hollywood or Bust. Quatro anos depois, em 1960, tornar-se-ia lendária. Foi nesse ano que Federico Fellini a chamou para ser a protagonista do seu retrato de uma Roma tão fascinante e vibrante quanto decadente. O génio do casting que Fellini fez em Dolce Vita e, depois, no seu episódio de Bocaccio 70 (filme de 1962 dividido em várias secções independentes realizadas por Fellini, Mario Monicelli, Luchino Visconti e Vittoria De Sica), foi não negar isso mas, pelo contrário, exponenciar, até à fronteira do grotesco, essa dimensão de mulher-fenómeno. No seu período áureo foi ligada romanticamente a nomes como Errol Flynn, Gary Cooper ou Frank Sinatra. Certo é que o milionário Howard Hughes a tomou como sua protegida, aconselhando-a a fazer uma operação plástica ao nariz e a mudar os dentes e o apelido. Recusou tudo (se se tornasse famosa, argumentou, os americanos aprenderiam a pronunciar o seu nome, se não se tornasse famosa, o seu nome não interessaria para nada).

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13 in Público 23-12-2014

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JOE COCKER, O CANTOR DA VOZ ROUCA, MORREU AOS 70 ANOS NO DIA 22 DE DEZEMBRO DE 2014.

O músico Joe Cocker morreu aos 70 anos, “depois de uma longa batalha” com o cancro do pulmão, informou a sua editora, a Sony. Nascido a 20 de maio de 1944 em Sheffield, Inglaterra, viveu naquela cidade até aos 20 anos. “O seu sucesso internacional como cantor de blues e rock começou em 1964 e continua até hoje. Joe criou perto de 40 álbuns e andou em digressão longamente pelo planeta”, disse a Sony no mesmo comunicado. Era conhecido pela voz grave e rouca, por movimentos espasmódicos em palco e pela intensidade que colocava na interpretação. A sua especialidade eram as versões de temas alheios. Cantor de êxitos como Unchain my heart, You are so beautiful ou Up where we belong (com o qual foi distinguido com um Grammy em 1983), atuou por diversas vezes em Portugal (em 2005 esteve no festival Vilar de Mouros, em 2008 em Vila Nova de Gaia e em 2011 no Algarve, por exemplo) e morava há alguns anos num rancho no Colorado, Estados Unidos. De origem proletária, iniciou uma carreira como cantor pop (com o nome de Vance Arnold) nos anos 1960, acabando por encontrar o seu lugar, já em nome próprio, cantando música soul e rock, no circuito de bares em Inglaterra. Em Novembro de 1968 alcançou o primeiro lugar do top inglês com a versão dos Beatles de A little help from my friends, que na sua voz vulcânica ganhou uma tonalidade mais dramática e próxima dos blues. A sua carreira mudou quando cantou esse tema dos Beatles no festival de Woodstock em agosto de 1969, tinha então 25 anos. Desde então ficaram cúmplices. Os Beatles elogiaram-lhe a versão, não surpreendendo que o baterista Ringo Starr tenha sido um dos primeiros músicos a lamentar a morte do amigo através do Twitter: “Adeus e Deus abençoe Joe Cocker. Paz e amor”, escreveu o baterista. O segundo grande sucesso de Cocker em Inglaterra acabaria por ser outra versão, desta vez Delta lady, original de Leon Russell, no Inverno

de 1969. Ao mesmo tempo conquistava o mercado americano com os álbuns With a Little Help From My Friends(1969) e Joe Cocker! (1969), ambos discos de ouro. Ao longo dos anos foi tendo problemas com o álcool, colocando em causa a sua poderosa voz, mas os êxitos nunca o abandonaram. Em 1975 lançou You are so beautiful, mas a sua voz haverá de ficar conotada para sempre com os anos 1980, graças a Up where i belong, dueto com Jennifer Warnes, retirada do filme Oficial e Cavalheiro, e pela versão de You can leave your hat on, de Randy Newman, do filme Nove Semanas e Meia, que marcou toda uma geração. Em 1987 o álbum Unchain My Heart manteve-o em ligação com o grande público. Nos anos 1990 continuou a lançar sucessos, embora com menos frequência com que o fez nas décadas de 1970 e 1980. Across from midnight chegou em 1997, seguido por No ordinary lovedois anos depois. Respect yourself surgiu em 2002, ano em que regressou a With a Little Help From My Friends, num concerto incluído nas comemorações do Jubileu da Rainha Isabel II. O álbum de versões Heart & Soul seguiu-se em 2004. A mítica prestação em Woodstock – Live At Woodstock – foi editada em CD em 2009 e um ano depois foi lançado Hard Knocks, o seu primeiro álbum de estúdio em três anos. O seu 23º álbum de estúdio, Fire It Up, saiu em 2012 pela Sony. O ano passado embarcou numa digressão por diversas cidades europeias, que haveria de terminar em Junho na sala Hammersmith Apollo de Londres, naquele que acabou por ser o seu último concerto.

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in Jornal i 10-01-2015

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AUTOR DO MÊS

in Público 06-01-2015

AUTOR DO MÊS     ENTREVISTA                                    Sapolifestyle

OITO CENTENAS DE PESSOAS ESPERADAS HOJE EM MANGUALDE PARA O HARDMETALFESTS Oito centenas de pessoas são esperadas em Mangualde, para a 21.ª edição do Hardmetalfest, “o festival mais antigo” de Portugal, segundo a organização. Organizado pela Rocha Produções, com o apoio da Câmara de Mangualde, o festival leva doze bandas a esta cidade do distrito de Viseu, oito das quais portuguesas. Em declarações à agência Lusa, José Rocha, da organização, destacou a presença “dos regressados ingleses Cancer, uma banda já dos anos 1990, dos alemães Desaster, uma banda com 25 anos de carreira e vários álbuns editados, dos ingleses Arkham Witch, que pela primeira vez visitam Portugal, e dos espanhóis Display of Power, uma banda tributo aos lendários Pantera”. Estarão também a tocar no Centro Cultural de Santo André os Web, “que são uma banda de referência nacional, e outros grandes valores”, como Midnight Priest, Serrabulho, Acromaníacos, Ravensire, Enchantya, Terror Empire e Undersave, acrescentou. Sete dos grupos portugueses sobem pela primeira vez ao palco, em Mangualde. São bandas que já existem há algum tempo, mas nunca cá tocaram”, contou. Os sons que serão ouvidos entre as 15:00 de hoje às 05:00 de domingo vão “desde o rock, passando pelo punk, até ao metal mais extremo”. José Rocha referiu que a adesão ao festival é cada vez maior. No ano passado, estiveram em Mangualde cerca de 600 pessoas, um número que deverá aumentar para 800 este ano. Muitos dos visitantes “são fiéis, mas a geração tem vindo a renovarse e aqueles que estiveram pela primeira vez no ano passado este ano regressam e trazem os amigos”, disse José Rocha, contando que “é um festival bastante hospitaleiro, considerado por muitos o

LIVRO RECOMENDADO POR MARK ZUCKERBERG ESGOTA NA AMAZON

O jornalista da TVI tem quatro filhos, 16 livros publicados, milhares de fãs e uma enorme paixão pela escrita.

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, decidiu que iria ler dois livros por mês em 2015 e criou a página A Year of Books (Um Ano de Livros) para partilhar leituras com os seus mais de 30 milhões de seguidores. A primeira obra que sugeriu foi tão procurada nas horas seguintes que a Amazon esgotou os exemplares disponíveis. Zuckerberg escolheu The End of Power (O Fim do Poder, na edição portuguesa da Gradiva), de Moisés Naím, editor histórico da revista Foreign Policy, colunista em diversos jornais e autor de uma dezena de

livros sobre economia e política internacional. O resultado da recomendação foi avassalador: de um dia para o outro, um ensaio de um autor respeitado mas não propriamente célebre tornava-se o 39.º livro mais vendido na Amazon, ombreando com os best-sellers de ficção e ocupando a primeira posição no ranking de títulos da especialidade (Negócios e Dinheiro). Quem não se despachou, já só conseguiu encomendar a versão e-book. Um resultado que o jornal britânico The Guardian compara mesmo ao efeito das recomendações da apresentadora Oprah Winfrey, que conseguia transformar o mais banal dos livros num instantâneo campeão de vendas. Há vários anos que Zuckerberg brinda os seus seguidores com inesperadas, e às vezes algo bizarras, resoluções de Ano Novo. Em anos anteriores comprometeu-se a conhecer pessoalmente uma pessoa por dia, ou a fazer algo tão trivial como usar diariamente uma gravata, mas noutros impôs-se promessas mais árduas, como aprender mandarim, ou mais insólitas, como passar a só comer carne de animais que ele próprio tivesse matado (com a ajuda não despicienda de um talhante contratado para o efeito). Desta vez publicou uma mensagem a anunciar que em 2015 iria ler um novo livro a cada duas semanas, dando preferência a obras que lhe permitissem conhecer melhor “diferentes culturas, crenças, histórias e tecnologias”. No mesmo post, o fundador do Facebook convidava os melhor ambiente rock/metal do país”. seus seguidores a tornarem-se seus cúmplices neste desafio, lendo os mesmos livros que ele e comentando-os e discutindo-os na página A Year of Books, um grupo aberto, mas cujos comentários serão “moderados para garantir que se mantêm focados” no livro em causa, explica Zuckerberg. Poucos dias após ter sido criado, o grupo contava já esta terça-feira à tarde com perto de 200 mil likes, e a discussão em torno de The End of Power estendia-se por mais de 600 comentários. “É um livro que aborda o modo como o mundo está a mudar no sentido de dar a indivíduos um poder que tradicionalmente cabia aos governos, aos militares ou a outras organizações”, resume Zuckerberg, justificando a escolha. Já a razão que o jovem multimilionário avançou para esta sua resolução de Ano Novo é de uma desarmante sinceridade: “Descobri que ler livros é intelectualmente muito compensador”, revela, aparentemente sem a menor intenção humorística, o criador do Facebook. “Os livros permitem-te explorar profundamente um tópico e mergulhares nele de um modo que a maioria dos media atuais não permite”, acrescenta Zuckerberg. “Estou determinado a desviar-me da minha dieta mediática e a voltar-me mais para a leitura de livros.” Os fãs já lhe fizeram chegar milhares de sugestões para posteriores leituras, incluindo a Bíblia ou o Corão, mas Zuckerberg ainda não revelou

O mais importante é escrever todos os dias, é isso que me ajuda a construir a história porque, à medida que vou escrevendo, vou tendo ideias. E só escrevendo todos os dias um pouco mais, acrescento futuro ao livro.

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que título se seguirá ao livro de Moisés Naím. Seja qual for, é certo que as respetivas vendas vão disparar em flecha.

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“Uma Noite em Nova Iorque” é o 12º romance de Tiago Rebelo, jornalista-editor de Sociedade da TVI. Para além destes, ainda escreveu mais quatro da série infantil “A Amarguinha”, uma produção que começou apenas há 10 anos. Em casa tem quatro filhos, entre os 4 e os 16 anos, e a menina mais velha já lê os romances do pai.

tem de ter uma grande disciplina? O mais importante é escrever todos os dias, é isso que me ajuda a construir a história porque, à medida que vou escrevendo, vou tendo ideias. E só escrevendo todos os dias um pouco mais, acrescento futuro ao livro.

Já vendeu quantos livros? Não faço ideia mas seguramente umas centenas de milhares. Só muito poucas pessoas conseguem vender tantos livros, se tivermos em conta que uma edição média em Portugal deve ter mil livros e saem mil novidades por mês, num mercado pequeno que lê muito pouco.

No seu lote de 12 romances tem um preferido ou gosta de todos da mesma maneira? Gosto de todos, mas acho que há uns melhores do que outros. Os meus preferidos são “Uma Noite em Nova Iorque”, “Tempo de Amores Perfeitos” e “O Homem que Sonhava ser Hitler”.

As mulheres lêem mais. Quando escreve os seus romances pensa no público feminino? Nunca escrevo a pensar que estou a escrever para mulheres ou para homens. Limito-me a contar a minha história. A realidade é que a maioria das pessoas que compra romances é mulher. Tanto eu como qualquer autor, em princípio, tem mais mulheres a lê-lo. O que lhe dizem os homens e as mulheres que o lêem? Dizem-me normalmente que gostaram do livro e recebo muitos emails de pessoas que me contam que se identificaram com a história. Este último livro é sobre vários relacionamentos e tem muitos pontos de contacto com qualquer pessoa, ou seja todos já viveram situações iguais, ou, pelo menos, parecidas. A particularidade deste romance é que as histórias das personagens do livro se cruzam em Nova Iorque. Inspira-se na sua experiência de vida para criar as suas personagens? As histórias são de ficção. Contudo, se qualquer escritor tirar da cabeça aquilo que viveu e conheceu, não fica nada para contar. Nós só podemos falar daquilo que conhecemos, que vivemos, que experimentámos e que observámos. Por isso a história, de alguma forma, tem a ver com os nossos conhecimentos e com a nossa experiência de vida. O que não quer dizer que tudo o que escrevo seja realidade.

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Já está a escrever o próximo? Ainda não.

Os seus livros preferidos também são os que vendem mais? Curiosamente são. O “Homem que Sonhava ser Hitler” vendeu muito bem mas foi um livro arriscado porque tem uma grande componente policial e política. Mas foi um risco que eu quis correr porque não gosto de estar preso só a um estilo literário. Gosto de ir variando. Tenho histórias de amor, histórias políticas, histórias de guerra, romances históricos…. Como escreve sempre à noite, ainda consegue ter tempo para ser pai? Consigo. Tenho um escritório em casa onde escrevo, mas não sou obsessivo quando estou a escrever. A porta está sempre aberta e os miúdos entram e saem à vontade. Como sou jornalista e toda a vida trabalhei em redacções com barulho à volta, não me faz confusão.

Que programas faz com a família? Gosto de ir à praia o ano todo. E como gosto muito de praia, no Verão vamos quase sempre para o Algarve. Ainda lhe sobra tempo para ir ao ginásio? Vou. Sou muito organizado. Um sonho? Como toda a gente, tenho vontade de progredir na vida. Mas tenho a sorte de fazer aquilo que sempre quis fazer. O meu sonho é ter mais sucesso e ouvir mais pessoas a dizer que gostaram de ler um livro meu. Esse é o reconhecimento do meu trabalho.

Um Homem Escandaloso Romance em Amesterdão O Império dos Homens Bons Breve História de Amor O Homem que Sonhava ser Hitler Eu e As Mulheres da Minha Vida O Último Ano em Luanda És o Meu Segredo Encontro em Jerusalém Uma Noite em Nova Iorque O Tempo dos Amores Perfeitos Para ti, Uma Vida Nova Não Vou Chorar o Passado Uma Promessa de Amor Uma Questão de Confiança

A sua filha mais velha já lê os seus romances? Já lê e gosta. Ainda não os leu todos mas vai lendo. A sua mulher é a primeira pessoa a ler os seus romances? Não, ela prefere ler os livros quando são publicados. A primeira pessoa a ler é a editora.

Para escrever um romance por ano

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P O E TA D O M Ê S

POETA DO MÊS     HERBERTO HELDER                                    OBRAS:

Biografia:

Quem já escreveu 12 livros é mais escritor ou jornalista? Sou as duas coisas. Não faço distinção. É como perguntar a uma criança se gosta mais do pai ou da mãe.

Alguma vez se inspirou numa história que a TVI tenha contado para escrever um romance? Depende do tipo de histórias. Quando escrevo um romance como o anterior, “O Homem que Sonhava ser Hitler”, com uma parte mais social e política, obviamente que a minha experiência como jornalista me ajuda a construir a história. No caso do último livro, nem tanto…

da

Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de novembro de 1930 no Funchal, ilha da Madeira, no seio de uma família de origem judaica. Em 1946, com 16 anos, viaja para Lisboa para frequentar o 6º e o 7º ano do curso liceal. Em 1948, matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra e, em 1949, muda para a Faculdade de Letras onde frequenta, durante três anos, o curso de Filologia Românica, não tendo terminado o curso. Três anos mais tarde regressa a Lisboa, começando por trabalhar durante algum tempo na Caixa Geral de Depósitos e depois como angariador de publicidade, sendo que durante este tempo vive, por razões de ordem vária e pessoal, numa «casa de passe». Em 1954, data da publicação do seu primeiro poema em Coimbra, regressa à Madeira onde trabalha como meteorologista, seguindo depois para a ilha de Porto Santo. Quando em 1955 regressa a Lisboa, frequenta o grupo do Café Gelo, de que fazem parte nomes como Mário Cesariny, Luiz Pacheco, António José Forte, João Vieira e Hélder Macedo. Durante esse período trabalha como propagandista de produtos farmacêuticos e redator de publicidade, vivendo com rendimentos baixos. Três anos mais tarde, em 1958, publica o seu primeiro livro, O Amor em Visita. Durante os anos que se seguiram vive em França, Holanda e Bélgica, países nos quais exerce profissões pobres e marginais, tais como: operário no arrefecimento de lingotes de ferro numa forja, criado numa cervejaria, cortador de legumes numa casa de sopas, empacotador de aparas de papéis e policopista. Em Antuérpia, viveu na clandestinidade e foi guia dos marinheiros no sub mundo da prostituição. Repatriado em 1960, torna-se encarregado das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, percorrendo as vilas e aldeias do Baixo Alentejo, Beira Alta e Ribatejo. Nos dois anos seguintes publica os livros A Colher na Boca, Poemacto e Lugar. Em 1963 começa a trabalhar para a Emissora Nacional com redator de noticiário internacional, período durante o qual vive em Lisboa. Ainda nesse mesmo ano publica Os Passos em Volta e produz A máquina de emaranhar paisagens. Em 1964 trabalha nos serviços mecanográficos de uma fábrica de louça, datando desse ano a sua participação na organização da revista Poesia Experimental. Nesse ano reedita ainda Os Passos em Volta, escreve «Comunicação Académica» e publica Electronicolírica. Em 1966 participa na co-organização do segundo número da revista Poesia Experimental e no ano seguinte publica Húmus, Retrato em Movimento e Ofício Cantante. Data de 1968 a sua participação na publicação de um livro sobre o Marquês de Sade, o que o leva a ser envolvido num processo judicial no qual foi condenado. Porém, devido às repercussões deste episódio consegue obter suspensão de pena, facto este que não conseguiu evitar que fosse despedido da Rádio e da Televisão portuguesas. Refugia-se na publicidade e, posteriormente, numa editora onde desempenha o cargo de co-gerente e director literário. Ainda nesse ano publica os livros Apresentação do Rosto, que foi suspenso pela censura, O Bebedor Nocturno e ainda Kodak e Cinco Canções Lacunares. Em 1970 viaja por Espanha, França, Bélgica, Holanda e Dinamarca, publicando nesse ano a terceira edição de Os Passos em Volta e escreve Os Brancos Arquipélagos. Em 1971 desloca-se para Angola onde trabalha como redator numa revista. Enquanto repórter de guerra é vítima de um grave desastre tendo que ser hospitalizado durante três meses. Data ainda desse ano a publicação de Vocação Animal e a produção de Antropofagias. Regressa a Lisboa e parte de novo, desta vez para os E.U.A., em 1973, ano durante o qual publica Poesia Toda, obra que contém toda a sua produção poética, e faz uma tentativa frustrada de publicar Prosa Toda. Em 1975 passa alguns meses na França e Inglaterra, regressando posteriormente a Lisboa onde trabalha na rádio e em revistas, meios restritos de sobrevivência económica. Em 1976, Herberto Helder participa na edição e organização da revista Nova que, sendo posterior à revolução de 25 de Abril de 1974, reconhecia na Literatura portuguesa características que a aproximaram às Literaturas latino-americana, africana e espanhola, declinando uma direcção literária revolucionária cuja atividade não ultrapassou o plano teórico devido à instabilidade política portuguesa que se fazia sentir na altura. Nos anos que se seguiram publicou as obras Cobra, O Corpo, O Luxo, A Obra e Photomaton e Vox. A última referência encontrada da instabilidade biográfica de Herberto Helder referia-se ao facto de o poeta ter abandonado todas as suas anteriores atividades e de viver no mais cioso dos anonimatos.

Poesia Poesia – O Amor em Visita (1958) A Colher na Boca (1961) Poemacto (1961) Retrato em Movimento (1967) O Bebedor Nocturno (1968) Vocação Animal (1971) Cobra (1977) O Corpo o Luxo a Obra (1978) Photomaton & Vox (1979) Flash (1980) A Cabeça entre as Mãos (1982) As Magias (1987) Última Ciência (1988) Do Mundo, (1994) Poesia Toda (1º vol. de 1953 a 1966; 2º vol. de 1963 a 1971) (1973) Poesia Toda (1ª ed. em 1981) A Faca Não Corta o Fogo - Súmula & Inédita (2008) Ofício Cantante (2009) Servidões (2013) A Morte Sem Mestre (2014) Ficção Os Passos em Volta (1963) Apresentação do Rosto (1968). A Faca Não Corta o Fogo (2008).

Não sei como dizer-te Não sei como dizer-te que minha voz te procura e a atenção começa a florir, quando sucede a noite esplêndida e vasta. Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos se enchem de um brilho precioso e estremeces como um pensamento chegado. Quando, iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado pelo pressentir de um tempo distante, e na terra crescida os homens entoam a vindima - eu não sei como dizer-te que cem ideiias, dentro de mim te procuram. Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros ao lado do espaço e o coração é uma semente inventada em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia, tu arrebatas os caminhos da minha solidão como se toda a casa ardesse pousada na noite. - E então não sei o que dizer junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.

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POETA DO MÊS

AUTOR DO MÊS

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Quando as crianças acordam nas luas espantadas que às vezes se despenham no meio do tempo - não sei como dizer-te que a pureza, dentro de mim, te procura. Durante a primavera inteira aprendo os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto correr do espaço – e penso que vou dizer algo cheio de razão, mas quando a sombra cai da curva sôfrega dos meus lábios, sinto que me faltam um girassol, uma pedra, uma ave – qualquer coisa extraordinária. Porque não sei como dizer-te sem milgares que dentro de mim é o sol, o fruto, a criança, a água, o deus, o leite, a mãe, que te procuram.

in http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/helder/biogra.html http://lifestyle.sapo.pt/fama/entrevistas/artigos/entrevista-comtiago-rebelo

Jornal da Biblioteca | Janeiro 2015


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