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Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves Série. 01 N. 0
Setembro, 2013
www.biblioteca.cmmangualde.pt
O adeus de Urbano Tavares Rodrigues
JULIO RESENDE
“Por vezes, a experiência ajuda-nos na técnica, mas não vale para o espírito.” » pg. 10
Joana Vasconselos
bate recorde Urbano Tavares Rodrigues morreu aos 89 anos e com 61 anos de carreira literária.
» pg. 13
Biblioteca Municipal de Mangualde “Espatulando” - Dr. Alexandre Alves
A exposição de Joana Vasconcelos, no Palácio Nacinal da Ajuda é a sua maior exposição individual da artista com 38 peças e é a exposição individual mais visitada de sempre em Portugal, ultrapassando os 232 mil visitantes. » pg. 3
Mostra de artes plásticas de Nara Abrantes
Elo entre a Cultura e a comunidade, com novas funcionalidades. Mais perto para servir melhor
Gaiola Dourada A Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves é, por excelência, um polo cultural do concelho e tem desenvolvido a sua actividade tendo por base os princípios da UNESCO para as Bibliotecas Públicas que, estabelecem a igualdade de acesso à informação e à cultura para todos os cidadãos. Com o objectivo de servir cada vez melhor o público e de aproximar e envolver cada vez mais os utilizadores, a Biblioteca Municipal procura adaptar-se e propor novas formas de
encontro. O projecto Artes entre Letras é pois, mais uma forma de fazer chegar informação actualizada e pertinente aos utilizadores da Biblioteca Municipal. Trata-se de uma recuperação e restruturação do Jornal de Parede, que agora é apresentado num novo formato, e que, reúne informação relativa à cultura às artes e às letras, convidando os nossos leitores a conhecer o que de mais importante vai acontecendo a este nível. » pg. 2
Quando se fala de uma vaga jovem de emigração portuguesa, eis um filme que acerta as contas com um imaginário: a aventura emigrante dos anos 60 e 70. DeUm filme realizado por Ruben Alves e com a participação de Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Roland Giraud e Chantal Lauby.. » pg. 7 Patente de 2 a 30 de setembro, na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves. » pg. 11
Conteúdos o jornal..................................................................................................................2 notícias ...............................................................................................3 Joanavascocelos exposição individual maisvista de sempre...........................3 lídia jorge entre as “grandes vozes da literatura”..........................................3 “a cinemateca precisa de um novo modelo de financiamento”........................3 Destaques do mês.................................................................................4 “ao contrário das ondas” - Urbano tavares rodrigues....................................4 “Madrugada suja” - miguel sousa tavares....................................................4 “ourivesaria arcaica em portugal”.....................................................................4 “submissão” - Amy waldman..................................................................................4 “OS LUGARES DE MARIA” - MARGARIDA BOTELHO........................................................4 “A MENINA GIGANTE” - mANUEL JORGE MARMELO E MARIA MIGUEL MARMELO.....5 CONTO DO MÊS........................................................................................5 “OS TRÊS PORQUINHOS APRENDEM A RECICLAR”....................................................5 POESIA.................................................................................................6
EUGÉNIO DE ANDRADE..............................................................................................6 CINEMA.........................................................................................7 “GAIOLA DOURADA”....................................................................................................7 mUSICA..........................................................................................8 DEOLINDA.............................................................................................................8 TEATRO...........................................................................................9 SETE TEXTOS PORTUGUESES NA PRÓXIMA TEMPORADA DO d. MARIA....................9 dANÇA.............................................................................................9 FESTIVAL ANDANÇAS..................................................................................................9 GRAÇA bARROSO.......................................................................................................9 PINTURA.........................................................................................10 JÚLIO RESENDE........................................................................................................10 eXPOSIÇÕES / aTIVIDADES......................................................................11 “ESPATULANDO” .......................................................................................................11 “DE PRETO E BRANCO”...............................................................................................11
AGENDA................................................................................................................12 Clube de leitura....................................................................................................12 uRBANO TAVARES RODRIGUES............................................................13 PROJETOS......................................................................................17 fOI HISTÓRIA.......................................................................................18 aconteceu..............................................................................25 “em quarto crescente “.........................................................................................25 ÙLTIMA..........................................................................................26 aMARTE..........................................................................................................26 TOP LEITORES...........................................................................................................26 Em novembro.....................................................................................26 16.º aniversário da biblioteca...........................................................................26 “Leituras enfeiticadas” .....................................................................................26 “aprender em festa 2013”.....................................................................................26
EUGÉNIO DE ANDRADE “O sucesso de uma obra não é sinal da sua qualidade.” » pg. 6
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
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o jornal
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» artes letras « “Artes entre Letras” é um projeto desenvolvido pela Biblioteca Dr. Alexandre Alves, que pretende em primeiro lugar, ser tal como o próprio nome indica, um espaço in-
clusivo, onde para além das letras, exista lugar para apresentação de outras formas de expressão cultural. “Artes entre Letras” é um jornal com periodicidade mensal. Apresenta em Setembro de 2013 uma edição experimental e, terá o seu 1º número no mês de Outubro. O grande objectivo deste projecto é difundir as principais actividades que decorrem na Biblioteca Municipal, quer sejam do âmbito do plano de actividades interno, quer da Câmara Municipal ou de entidades externas às quais a Câmara Municipal presta apoio através da Biblioteca Municipal, bem como, realçar acontecimentos considerados relevantes nas áreas, da Literatura, Música, Teatro, Cinema e Dança. No que concerne aos assuntos considerados relevantes, assumimos que esta selecção poderá ser considerada subjectiva, uma vez que é da responsabilidade da equipa que desenvolve o projecto. Contudo, procuraremos destacar informação de âmbito cultural por vezes pouco destacada pela imprensa. O projecto tem também a missão de ser mais um ponto de contacto entre a Biblioteca Municipal e a comunidade, visando melhorar a interação entre ambos. Será mais um meio ao nosso dispor para divulgar a agenda da Biblioteca Municipal e de colocar em destaque todos os serviços que esta presta aos munícipes, por vezes ainda pouco conhecidos pelo público. O jornal da biblioteca “Artes entre Letras”, terá uma versão impressa, que pode ser vista e lida na seção de periódicos da sala de leitura de adultos da Biblioteca Municipal e, uma versão digital, disponível para consulta no sítio da biblioteca em, www.biblioteca.cmmangualde.pt ou através do facebook: www.facebook/bibliotecamangualde. Acreditamos que este projecto contribuirá para o desenvolvimento cultural do município através da palavra escrita e da imagem impressa, mas também consideramos a sua vertente de cidadania, que aliás, está na base da concepção da Biblioteca Pública, de modo a garantir que, informação e cultura cheguem de igual forma a todo o cidadão independentemente da sua idade, sexo, raça, etnia, religião, estrato social, cultura ou formação. Esta edição experimental funciona como ensaio, podendo a sua organização gráfica e de conteúdos serem revistos. Para isso, a sua contribuição é importante: O que faria de diferente; quais os aspetos a melhorar; que temáticas gostaria de ver abordadas; Deixe-nos neste espaço as suas sugestões:
Sugestões: ____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________
ficha técnica Equipa da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
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notÍcias
Joana Vasconcelos foi à Ajuda fazer a exposição individual mais vista de sempre em Portugal Mais de 232 mil visitantes ultrapassam números de exposições dedicadas a Frida Khalo, Amadeo ou Rauschenberg. in Público 14/08/2013, e 27/08/2013 Nem a fechar mais tarde nos últimos dias se conseguiu dar vazão às filas que nos últimos dias cercaram o Palácio Nacional da Ajuda. A exposição de Joana Vasconcelos terminou neste domingo depois de há duas semanas se ter tornado na mostra mais vista em Portugal. As contas finais já estão feitas: 232 mil pessoas viram a exposição. Quando ao fim de um mês a exposição já tinha sido tão visitada como o Palácio Nacional da Ajuda no ano anterior, antevia-se que os números pudessem vir a bater recordes. Afinal, os números são significativos se se tiver em conta que, segundo dados de 2012 do Instituto dos Museus e da Conservação, entidade que agora integra a Direcção-Geral do Património Cultural, passaram pelo Palácio da Ajuda durante os 12 meses do ano passado 50.065 pessoas. O sucesso ficaria provado há duas semanas, quando ainda antes de terminar se bateu o recorde da exposição mais vista de sempre em Portugal com 178 mil visitantes. Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda apresentava 38 obras criadas na última década, na maioria inéditas e outras emblemáticas, como A Noiva, Marylin e Coração Independente Vermelho.
Depois de ter mostrado alguns destes trabalhos no Palácio de Versalhes, em Paris, no ano passado – exposição que recebeu 1,6 milhões de visitantes –, a artista regressou a um espaço que foi habitado por uma família real, desta vez a portuguesa. A conceção da exposição foi inspirada na figura da rainha Maria Pia. A par das peças cobertas de crochet, inspiradas no bestiário de Bordallo Pinheiro, estão também expostas obras mais recentes, como Lilicoptère, Perruque ou War Games. A entrada da exposição tinha o preço de dez euros, mas existiam preços especiais para jovens, seniores e famílias. Havia ainda um bilhete especial que, por mais cinco euros, permitia que não se tivesse de esperar para entrar. A Everything is New, na sua primeira incursão na produção de um evento deste género, cobre todo o investimento da exposição e assegura a receita equivalente à que o palácio teve no mesmo período do ano passado. Quando atingir o breakeven, os lucros serão partilhados tendo em conta a média da receita do Palácio, mais 10%. A exposição mais vista na Ajuda até aqui era De Pedro, o Grande a Nicolau II: Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do Hermitage (2007), com 105 mil visitantes em cinco meses.
Lídia Jorge entre as “grandes vozes da literatura”
in Lusa 29/07/2013
Obra de Joana Vascocelos - Lilicoptère, 2012
No panorama museológico português, Joana Vasconcelos ultrapassa assim com a sua maior exposição individual de sempre, com 38 peças, nomes como o de Frida Khalo, Robert Rauschenberg, Paula Rego, Amadeo de SouzaCardoso ou Juan Muñoz. Cento e cinquenta e sete mil visitantes acorreram ao Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, para ver a exposição dedicada a Paula Rego em 2004, seguida de Robert Rauschenberg: Em viagem 70-76, que recebeu 120 mil visitantes em 2008. Mais recentemente, a exposição mais vista de 2012 foi a de Marijke van Warmerdam, De Perto à Distância, em Serralves, com 100.653 visitantes.
Frida Khalo foi vista por 105.220 pessoas no Centro de Exposições do CCB em 2005 e em 2007. Amadeo Souza-Cardoso (1887-1918) Diálogo de Vanguardas tornou-se uma das mostras mais populares da Fundação Calouste Gulbenkian, com 100.117 ingressos vendidos. Já no Museu Berardo a mostra individual mais vista pertence precisamente a Joana Vasconcelos e a Sem Rede com os seus 167 mil visitantes. Joana Vasconcelos e o seu Trafaria Praia são representantes de Portugal na 55.ª Bienal de Veneza, que decorre na cidade italiana. O cacilheiro estará em Veneza até 24 de Novembro.
“A Cinemateca precisa urgentemente de um novo modelo de financiamento”
in Público 22/08/2013
Lídia Jorge
A escritora Lídia Jorge foi eleita uma das “dez grandes vozes da literatura estrangeira” pela revista francesa Magazine Littéraire, ao lado de Zadie Smith, Mo Yan, Enrique Vila-Matas e Alice Munro, de acordo com a edição de agosto. A próxima edição da publicação francesa coloca na capa uma seleção de dez escritores estrangeiros (não franceses) e entre eles surge a autora portuguesa, de quem é traçado um perfil biográfico e literário. “Lídia Jorge invoca, de uma forma polifónica, os múltiplos estratos do século XX português, privilegiando o olhar das mulheres sobre uma sociedade patriarcal, antes de mais frio, depois atormentado”, sustenta a publicação, num artigo assinado pela professora universitária Maria Graciete Besse. Lídia Jorge, 67 anos, nascida em Boliqueime, estudou Filologia Românica, deu aulas em Angola e Moçambique e é autora de mais de dezena de romances, entre os quais “O dia dos prodígios” e “O vento assobiando nas gruas”, contos, teatro e ensaio.
Basear o financiamento de uma instituição como a Cinemateca, essencial à divulgação e à preservação do património fílmico, numa receita variável é uma má opção. Quando essa receita vem de um mercado - o da publicidade em televisão - que tem registado quedas acentuadas nos últimos anos é mais do que isso, é uma receita para a instabilidade permanente. Esta é a opinião de Nuno Sena (programador do festival Indie Lisboa), Luís Urbano (produtor de O Som e a Fúria) e António-Pedro Vasconcelos (realizador), profissionais ouvidos ontem pelo PÚBLICO depois de o secretário de Estado da Cultura (SEC) ter assegurado que a Cinemateca não vai suspender as suas actividades por falta de dinheiro. A garantia de Jorge Barreto Xavier chegou por email, lacónica, a meio da manhã: “A Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema e o ANIM não vão fechar.” O ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento, em Bucelas) é a face menos visível da actividade da casa da Rua Barata Salgueiro, mas nem por isso menos importante. É lá que se conserva, sublinha Vasconcelos, a “memória do cinema português” e um “laboratório de referência” de conservação e restauro.
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
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DESTAQUES DO MÊS “Ao contrário das ondas”
“Madrugada suja”
Urbano Tavares Rodrigues não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo. Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências, tem uma obra literária e ensaística muito vasta e traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora, o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências, etc. De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos A Noite Roxa, Bastardos do Sol, Os Insubmissos, Imitação da Felicidade, Fuga Imóvel, Violeta e a Noite, O Supremo Interdito, Nunca (...)
Filho do advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares e da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen e primo em terceiro grau de José Avillez, Miguel Sousa Tavares é natural do Porto. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, e foi na capital que passou a infância e a juventude. Durante mais de uma década foi advogado em Lisboa. Estreou-se no jornalismo em 1978, ano em que iniciou a sua colaboração na Radiotelevisão Portuguesa. Em 1989 participou na fundação da revista semanal Grande Reportagem. Foi director da versão trimestral, entre 1990 e 1991, e da versão mensal, iniciada em outubro de 1991, até 1999. Antes, em 1989, dirigiu a revista Sábado, fundada por Pedro Santana Lopes, mas manteve-se pouco tempo no cargo, devido à instabilidade interna da revista. Em 1990 começou a colaborar no Público, onde publicaria uma crónica semanal até 2002. Ao mesmo tempo, estendeu a sua colaboração ao desportivo A Bola, à revista Máxima e ao informativo online Diário Digital. Das suas incursões literárias resultaram compilações de crónicas, vários romances, livros de contos e uma história infantil. Equador, de 2004, foi um best-seller, estando traduzido em mais de uma dezena de línguas estrangeiras. Rio das Flores, em 2007, teve uma primeira tiragem de 100 mil exemplares. Recebeu o Prémio de Jornalismo e Comunicação Victor Cunha Rego, em 2007.
Miguel Sousa Tavares
Urbano Tavares Rodrigues
“Madrugada suja” Sinopse Sinopse Em torno de dois homens e uma mulher, um retrato irónico e sensual da nossa sociedade. Em cada uma das quatro partes deste romance, uma personagem se desnuda ou tenta fazê-lo, até aos limites do possível, e uma sociedade consumista, hedonista e angustiada vai surgindo em seu redor. No entanto persiste em algumas dessas personagens, cuja trajectória de vida passou pelas grandes transformações do 25 de Abril, um conflito interior entre ideais e ambições. Assistimos a separações, novas ligações e frustrações de vária ordem e a conflitos de geração. Perto do final, uma decisão do governo sobre a privatização da justiça vem alterar o comportamento de várias personagens.
No princípio, há uma madrugada suja: uma noite de álcool de estudantes que acaba num pesadelo que vai perseguir os seus protagonistas durante anos. Depois, há uma aldeia do interior alentejano que se vai despovoando aos poucos, até restar apenas um avô e um neto. Filipe, o neto, parte para o mundo sem esquecer a sua aldeia e tudo o que lá aprendeu. As circunstâncias do seu trabalho levam-no a tropeçar num caso de corrupção política, que vai da base até ao topo. Ele enreda-se na trama, ao mesmo tempo que esta se confunde com o seu passado esquecido. Intercaladamente, e através de várias vozes narrativas, seguimos o destino dessa aldeia e em simultâneo o dos protagonistas daquela madrugada suja e daquela intriga política. Até que o final do dia e o raio verde venham pôr em ordem o caos aparente.
“Ourivesaria arcaica em Portugal” “Trata-se de apresentar a um público vasto a melhor ourivesaria do Ocidente peninsular atlântico, desde a Idade do Bronze à época visigótica, com os seus torques, braceletes e arrecadas, achados arqueológicos do território português, incluindo sempre que possível as técnicas de fabricação. Esperamos que o livro possa vir a contribuir, de forma efetiva, não só para o desenvolvimento de novas perspetivas e abordagens de investigação dos especialistas, mas também para despertar na juventude portuguesa o desejo de enveredar por este nobre caminho da Arqueologia, honrando o propósito do grande mestre José Leite de Vasconcelos ao conceber o «seu» Museu Nacional de Arqueologia: «Um Museu do Homem Português que procura reunir elementos materiais que concorram para o conhecimento total da vida do homem… tudo o que defina caracteristicamente o nosso povo.
“Submissão” Amy Waldman
O primeiro romance de Amy Waldman, que foi repórter do “New York Times” e está nomeado para o Orange Prize 2012 a atribuir no dia 17 de Abril. É sobre a América pós 11 de Setembro, a autora imagina que o projecto escolhido para fazer o memorial às vítimas é de um arquitecto muçulmano.
Sinopse Alguns anos depois dos atentados de 11 de Setembro, um júri reúne-se em Manhattan para escolher o projeto vencedor de um memorial, a ser erigido no ground zero. Perante milhares de participações anónimas, o júri - constituído por artistas, académicos e a viúva de uma das vítimas - chega finalmente a acordo. Abrem o envelope selado que contém a identidade do vencedor. A perturbação é geral: o distinguido é um arquiteto muçulmano chamado Mohammad Khan. O debate que se segue reacende discórdias presentes desde o início do processo de seleção. Ao questionar a legitimidade da dor, a ambiguidade da arte e o significado do Islão, o júri dá início a um conflito que rapidamente se estende ao país. As fugas de informação para os média colocam sob pressão não só os membros do júri - particularmente Claire Burwell, representante dos familiares das vítimas e inesperada apoiante do vencedor - mas o próprio Mohammad Khan, americano, sofisticado, ambicioso, e que se vê pela primeira vez confrontado com a sua herança cultural. Uma luta entre fações, ou diferentes “Américas”, na qual está latente a urgência de uma resposta à questão essencial: como manter viva a memória de uma tragédia?
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“Os lugares de Maria” Margarida Botelho
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DESTAQUES DO MÊS “A menina gigante”
» 7 anos
As encantadoras ilustrações e as deliciosas peripécias de Maria fazem da leitura deste livro um momento de ternura e encanto não só para as crianças como também para os adultos.
Recebeu o Prémio Literatura para a Infância - Almada 2004 e recomendado pela Gulbenkian/Expresso. Maria é uma menina de seis anos. Como todos os meninos da sua idade, Maria é muito observadora e curiosa, e como muitos meninos da sua idade, Maria não aprecia nada, mas mesmo nada peixe... E isto para Maria vai tornar-se um problema muito sério... Contudo, também a levará à descoberta de mundos muito diferentes!
Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
Margarida Botelho (Almada, 1979) formou-se em Arquitectura mas desde que se lembra sempre gostou de tintas, lápis de cor e folhas brancas para desenhar as palavras e as formas das histórias que inventava. É cofundadora do grupo de Teatro para a Infância “Rabo de Palha”. Já ganhou vários prémios Literários e participou em diversas exposições de Ilustração. Trabalha em Ilustração, Literatura Infantil e em projectos de Educação Artística. Colabora com diversos serviços educativos de bibliotecas e museus, entre os quais o Serviço Educativo do Centro de Arte Moderna e o Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2005 publicou o seu primeiro livro “Os Lugares de Maria” (história e ilustração) das Paulinas Editora. Em 2006 publicou o livro “A Casa da Árvore” (história e ilustração) como edição de autor. Em 2007 frequentou na School of Visual Arts em Nova Iorque um curso de “Criação de livros para a infância” e ilustrou o livro “Os quatro comandantes da cama voadora” de David Machado para a Editorial Presença.
Manuel Jorge Marmelo e Maria Miguel Marmelo
» 7 anos
bruxas? E os anões? Viram-nos? Claro que não; não existem. Esqueçam tudo isso, porque esta é uma história de verdade, sobre uma menina que talvez esteja sentada ao vosso lado, na escola, ou baloiçando, para lá e para cá, no baloiço desse parque onde agora tu estás. Esta é a história de Ana Grande.
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e a leitura com apoio do professor ou dos pais. Esqueçam por instantes todas as histórias tristes com final feliz que leram e ouviram antes desta. Esqueçam, por favor, os patinhos feios, as princesas mal-amadas, as meninas ameaçadas por lobos terríveis, as crianças raptadas no mais cruel dos mundos. Esqueçam-nos, ainda que todos vos tenham feito sonhar e sorrir, que tenham embalado o vosso sono. Cada uma dessas histórias, vocês sabem, tratam de mundos fantasiosos, falsos, que não existem já e talvez não tenham existido jamais. Onde estão os castelos de fadas? E as
Manuel Jorge Marmelo (Porto, 1971) é um jornalista e escritor português. Estreou-se nas letras em 1996 com o livro O homem que julgou morrer de amor/O casal virtual, tendo sido convidado, nesse mesmo ano, a participar na colectânea A cidade sonhada, a par de alguns dos mais reputados escritores, poetas e artistas do Porto. Publicou o seu primeiro livro infantil em 2003, “A Menina Gigante”, escrito em parecia com a sua filha, Maria Miguel Marmelo, e ilustrado por Simona Traina, o qual integra a lista de livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura. O livro de contos O Silêncio de um homem só (2004) valeu-lhe o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco. Desde Julho de 2001, o seu nome consta do Dicionário de Personalidades Portuenses do Século XX, da Porto Editora, sendo o mais jovem dos nomes biografados.
conto DO MÊS 3 porquinhos aprendem a reciclar
Estávamos no princípio do Verão. Os três porquinhos tinham acabado as aulas e já sonhavam com umas belas férias junto ao mar, com concertos ao ar livre e muita animação. O problema era convencer os pais a deixá-los acampar sozinhos: - Por favor, mãe. Vai haver um concerto dos Lobos Gang esta semana, tens que nos deixar ir! - Um concerto do “quantos”? – perguntou a mãe. - Dos Lobo Gang, - respondeu o porquinho mais velho. – aquela banda que nós gostamos muito. Ao fim de muitas insistências, os pais cederam. E numa bela manhã solarenga, os três porquinhos lá partiram nas suas bicicletas, de mochila às costas. Chegaram a um pinhal muito fresquinho, onde corria um regato, e foi aí que resolveram montar as tendas: para o mais novo uma amarela, para o do meio uma verde e para o mais velho uma azul. Como vêem, aquele acampamento tinha todas as cores para ser um ecoponto... mas de ecoponto não tinha mesmo nada! Em pouco tempo amontoaram-se pelo chão embalagens de isto e de aquilo, pacotinhos de sumo de todos os sabores... enfim, um cenário muito feio, bastante parecido com o de uma lixeira. Depois do jantar, o Lobo e a sua banda encheram a noite de guitarradas e o êxito foi tal que tiveram que voltar três vezes ao palco, porque os fãs não paravam de gritar: “Só mais uma! Só mais uma!”. No regresso às tendas, comentavam os três irmãos: - Aquele Lobo tem cá uma voz! Quem me dera conseguir um autógrafo dele... - E se tentássemos amanhã encontra-lo por aí? Mal sabiam eles que não ia ser preciso. E que seria o próprio Lobo a vir ter com eles. Logo de manhãzinha... o Lobo atravessava o pinhal a caminho do café mais próximo, onde ia tomar o pequenoalmoço, quando viu a lixeira que crescia à volta daquelas três tendas, digamos que ficou... desvairado, desnorteado, passado de todo! - Mas o que é isto? – gritou ele. – Eu a pensar que já quase não havia lixeiras e são os meus fãs os primeiros a sujar tudo? Isto não vai ficar assim! Então, com passos pesados de lobo mau, caminhou em direcção à tenda amarela, onde dormia o porquinho mais novo:
- Abram esta porta! Se não abrem vou soprar e vai tudo pelos ares! – disse o Lobo furioso. E o Lobo soprou e a tenda voou. O porquinho mais novo foi a correr esconder-se na tenda do porquinho do meio. E mais uma vez o Lobo disse: - Abram esta porta! Os dois porquinhos, sem saberem que o lobo era “o Lobo”, nem se mexeram. E mais uma vez, a tenda foi pelos ares, e os dois irmão correram a refugiar-se na tenda do irmão mais velho. Não passaram dois segundos e logo se ouviu a voz do Lobo: - Abram esta porta! Se não já sabem o que acontece... E mais uma vez o Lobo soprou... e, vejam só, esta tenda também voou! Então o Lobo disse muito calmamente: Olhem lá... estão a fugir para quê? Julgam que como porquinhos ao pequeno-almoço, é? Devem andar a ver muitos filmes... - Mas... – balbuciaram os três porquinhos. - É o Lobo, dos Lobo Gang! Uau!!! - Não é Uau, nem meio Uau! – disse o Lobo. – Em primeiro lugar, quero esse lixo todo apanhado, em segundo, quero as embalagens separadas. Podem pô-las dentro das vossas tendas porque a amarela é mesmo daquele amarelo igualzinho ao contentor do ecoponto onde se depositam as embalagens de plástico e metal, a verde é verde garrafa, igual ao contentor verde onde se põe o vidro, e a azul é azul da cor do papel e do cartão. No fim, levam tudo para o próximo ecoponto! De rabinho entre as pernas, os porquinho meteram mãos ao trabalho. - Estas embalagens também? – perguntou o mais velho, apontando para os pacotes de sumo. - Claro! Ou julgam que essas não se reciclam? E mais! Quero-as escorridas e bem espalmadas. No final, o lobo mostrou o seu espírito de artista: Agora, até vou fazer uma música sobre isso... Querem ouvir um bocadinho? SE QUERES POUPAR ÁRVORES, ÁGUA, ENERGIA ENTÃO NÃO PERCAS NEM MAIS UM DIA! COMEÇA A RECICLAR: PRIMEIRO SEPARAS, DEPOIS ESPALMAS SE FIZERES TUDO ISTO, JÁ MERECES MUITAS PALMAS! YE, YE
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
Poesia
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Eugénio de Andrade “Em frente! Pelos caminhos ruins se não houver outros; pelos bons, se for possível.”
Pequena elegia de setembro Não sei como vieste, mas deve haver um caminho para regressar da morte. Estás sentada no jardim, as mãos no regaço cheias de doçura, os olhos pousados nas últimas rosas dos grandes e calmos dias de setembro. Que música escutas tão atentamente que não dás por mim? Que bosque, ou rio, ou mar? Ou é dentro de ti que tudo canta ainda? Queria falar contigo, dizer-te apenas que estou aqui, mas tenho medo, medo que toda a música cesse e tu não possas mais olhar as rosas. Medo de quebrar o fio com que teces os dias sem memória. Com que palavras ou beijos ou lágrimas se acordam os mortos sem os ferir, sem os trazer a esta espuma negra onde corpos e corpos se repetem, parcimoniosamente, no meio de sombras? Deixa-te estar assim, ó cheia de doçura, sentada, olhando as rosas, e tão alheia que nem dás por mim. Eugénio de Andrade
O poeta nasceu na freguesia de Póvoa de Atalaia (Fundão) em 19 de Janeiro de 1923. Fixou-se em Lisboa aos dez anos, com a mãe, que entretanto se separara do pai. Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado Narciso, publicou três anos mais tarde. Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro. Durante os anos que se seguem até hoje, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Joaquim Namorado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny, José Luís Cano, Ángel Crespo, Luis Cernuda, Jaime Montestrela, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder, Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, Óscar Lopes, e muitos outros. Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade». Recebeu um sem número de distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001). A 8 de Julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e a 4 de Fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto, após uma doença neurológica prolongada.
Eugénio de Andrade - retrato
Vida e obra literária Estreou-se em 1939 com a obra Narciso, torna-se mais conhecido em 1942 com o livro de versos Adolescente. A sua consagração acontece em 1948, com a publicação de As mãos e os frutos, que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio. A obra poética de Eugénio de Andrade é essencialmente lírica, considerada por José Saramago como uma poesia do corpo a que se chega mediante uma depuração contínua. Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da
paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os lugares do lume (1998). Em prosa, publicou Os afluentes do silêncio (1968), Rosto precário (1979) e À sombra da memória (1993), além das histórias infantis História da égua branca (1977) e Aquela nuvem e as outras (1986). Foi também tradutor de algumas obras, como dos espanhóis Federico García Lorca e Antonio Buero Vallejo, da poetisa grega clássica Safo (Poemas e fragmentos, em 1974), do grego moderno Yannis Ritsos, do francês René Char e do argentino Jorge Luís Borges. Em Setembro de 2003 a sua obra Os sulcos da sede foi distinguida com o prémio de poesia do Pen Clube Português.
Antologias poéticas
Antologias
Antologia [1945-1961], 1961 Poemas (1945-1966), 1971 Poesia e Prosa (1940-1989), 1989 O Jornal/Limiar, 1990 Poemas de Eugénio de Andrade, select., est. e notas de Arnaldo Saraiva, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999 Poesia, 2000
Daqui Houve Nome Portugal, 1968 Memórias da Alegria, 1971 Antologia Breve, 1972 A Cidade de Garrett, 1993 Fernando Pessoa, Poesias Escolhidas, 1995 Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões, 1972 Erros de Passagem, selecção e prefácio, 1982 Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, 1999 Sonetos de Luís de Camões, 2000 Poemas Portugueses para a Juventude, 2002
Obras publicadas Poesia Adolescente, 1942 Pureza, 1945 As Mãos e os Frutos, 1948 Os Amantes sem Dinheiro, 1950 As Palavras Interditas, 1951 Até Amanhã, 1956 Coração do Dia, 1958 Mar de Setembro, 1961 Ostinato Rigore, 1964 Obscuro Domínio, 1971 O Inverno, 1971 Véspera de Água, 1973 Escrita da Terra, 1974 Homenagens e outros Epitáfios, 1974
Limiar dos pássaros, 1976 Primeiros Poemas, 1977 Memória Doutro Rio, 1978 Matéria Solar, 1980 O Peso da Sombra, 1982 Branco no Branco, 1984 Vertentes do Olhar, 1987 O Outro Nome da Terra, 1988 Contra a Obscuridade, 1988 Rente ao Dizer, 1992 Ofício de Paciência, 1994 O Sal da Língua, 1995 Pequeno Formato, 1997 Os Lugares do Lume, 1998 Os Sulcos da Sede, 2001
Prosa Os Afluentes do Silêncio, 1968 Rosto Precário, 1979 À Sombra da Memória 1993
Literatura Infantil História da Égua Branca, 1977 Aquela Nuvem e Outras, 1986
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cinema
Gaiola Dourada Ficha técnica Título original: La Cage Dorée De: Ruben Alves Com: Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Roland Giraud, Chantal Lauby Género: Comédia Classificação: M/12 Quando se fala de uma vaga jovem de emigração portuguesa, eis um filme que acerta as contas com um imaginário: a aventura emigrante dos anos 60 e 70. A Gaiola Dourada é um sucesso. Angelina vive em França quase desde sempre. Deixou Barcelos ainda jovem à procura de uma vida melhor para que depois um dia pudesse voltar à sua terra. Mas por lá, nos arredores de Paris, casou-se, também com um emigrante português, e teve um filho; o sonho do regresso ficou adiado. Passou os anos a trabalhar e nunca na vida tinha ido ao cinema. Até Abril. Quando A Gaiola Dourada estreou em França e o filho a presenteou com os bilhetes, nunca imaginando Angelina que sentada naquela sala de cinema se sentisse tão parte daquela história. Ligou para Portugal e não se cansou de falar do filme de Ruben Alves. A sua família em Portugal ainda não viu o filme mas já se identifica com a história. Deve ser este, afinal, um dos grandes motivos do sucesso de A Gaiola Dourada, filme que depois de em França ter sido visto por mais de um milhão de espectadores, em Portugal já soma mais de 150 mil em duas semanas. Que filme é este que em pleno mês de Agosto, mês de férias e festas, tem levado milhares de pessoas ao cinema? Que Portugal é este que aparece
representado? Ou devemos dizer: que França é esta que o filme nos mostra? Quando Maria (Rita Blanco), uma porteira num bairro rico de Paris, surge no ecrã apressada no início de mais um dia de trabalho, essa mulher poderia ser Angelina. À sua volta todos sabem que todo o tempo disponível é bom para trabalhar mas em Portugal nem imaginam o que Maria, ou Angelina, faz. Não imaginam que aquela emigrante que em Agosto vem de férias visitar a família, durante o ano mal sai de casa para um fim-de-semana algures ou apenas para um jantar num qualquer restaurante. A Angelina foi preciso o filho mostrarlhe que há vida para além do trabalho e que uma ida ao cinema de vez em quando faz bem. A Maria e ao operário José (Joaquim de Almeida) também foram os filhos Paula (Bárbara Cabrita) e Pedro (Alex Alves Pereira) que os obrigaram a passar uma noite longe do fogão e do sofá. Humanizar os clichés “Este é o Portugal dos portugueses em França e até agora ainda não tinha sido mostrado desta forma”, diz ao PÚBLICO Hermano Sanches Ruivo, filho de pais portugueses emigrantes em França. “Esta história é verdadeira e não temos de ter vergonha dela”. As pessoas são assim e mesmo nos exageros de Ruben Alves a verdade está lá. “Os portugueses dizem asneiras, jogam às cartas e gostam de futebol”, explica o luso-descendente, que é conselheiro na câmara de Paris. Para Sanches Ruivo, A Gaiola Dourada é a história dos portugueses que trocaram Portugal por França nas décadas de 1960 e 1970. “É preciso que quem está mais longe entenda o que é estar fora e até agora faltava essa compreensão”, continua o luso-descendente, advogado de formação como Paula, a filha de Maria que no filme acaba envolvida com o filho do patrão do pai. “A verdade é que há em Portugal muitos preconceitos, principalmente quando chega esta altura em que os emigrantes vêm de férias. São muitos os que criticam e gozam sem sequer imaginarem a vida que aquelas
pessoas levam por lá.” Mas mais importante, diz Sanches Ruivo, é mostrar aos franceses esta realidade. No filme de Ruben Alves, Maria e José passam os dias a trabalhar, sem nunca terem coragem de dizer não a quem quer que seja. Mas a recompensa, essa, tarda em chegar: o prometido aumento de casa que não acontece ou a promoção há tantos anos desejada e que nunca mais chega. “E não deixa de ser interessante ver a reacção das pessoas quando percebem que podem perder a Maria e o José. De repente dão-lhes tudo o que eles pediram durante anos porque percebem que como estes portugueses dificilmente vão encontrar. E é isto mesmo, estes portugueses mostraram que são bons trabalhadores, que são pessoas de respeito e não há ninguém em França que não goste deles. Podem não ter estudos mas são bons no que fazem”, explica Sanches Ruivo, esperando que A Gaiola Dourada, com todos os clichés e referências que tem, mostre que as gerações seguintes, os filhos destes portugueses, não têm motivos para ter vergonha do passado humilde dos pais - há um momento no filme em que isso acontece com o filho mais novo do casal. “Nós, os filhos, já não somos portugueses, nascemos aqui, crescemos aqui e por isso adquirimos outras bases que os nossos pais não tinham antes. O Ruben Alves é um exemplo disso, filho exactamente de uma porteira e de um operário, e agora vinga no cinema. Eu cheguei à Câmara de Paris e exemplos assim não faltam”, conta Sanches Ruivo, que acredita que mesmo assim a ligação a Portugal nunca se perde. “São muito poucos aqueles que nunca mais vieram a Portugal.” Mas avisa: “É preciso que Portugal também faça alguma coisa por nós.” Emmanuelle Afonso, presidente do Observatório dos Luso-Descendentes (OLD), começa por apontar o dedo ao Governo português, que devia investir no ensino da língua fora do país. “Há pessoas que não entendem por que é que os pais entre eles até falam português mas depois com os filhos falam em francês, esquecendo-se
que não há nada que os incentive a tal. Se nós, filhos de emigrantes, percebemos e falamos português é porque os nossos pais nos ensinaram”, aponta a responsável, que já viu o filme cinco vezes. “Quanto mais vezes virmos o filme mais lições tiramos, para mim fica a homenagem aos emigrantes que conseguiram dar uma nova vida aos seus filhos que hoje já chegam a cargos de topo”, diz Emmanuelle Afonso, sem querer dar um tom político ao filme. “Mas que é uma ajuda na mudança de mentalidades, disso eu não tenho dúvidas. Até porque durante muito tempo falar da emigração doía e o Ruben Alves consegue com este filme um efeito terapêutico.” Hermano Sanches Ruivo é da mesma opinião e defende que Portugal só tinha a ganhar se conseguisse seduzir estas gerações mais distantes. “Num momento em que se fala que há cada vez mais pessoas interessadas em aprender o português, não entendo como não existe ainda um programa pensado nesse sentido”, diz o lusodescendente, para quem as comunidades portuguesas deviam ser usadas por Portugal como “trampolins para outros investimentos”. É por isso que garante que este filme vai ficar na memória. “Principalmente numa altura em que tantos jovens estão novamente a sair de Portugal, não podemos correr o risco de perder a ligação com estes nossos portugueses”, diz. José Carlos Marques, sociólogo especialista em emigração, destaca que os portugueses que partiram para França naquela época não são os mesmos que partem agora. “Têm outras ambições, procuram outros desafios e por isso quando partem já não é com a ideia de um dia voltar, no fundo os que partem agora são a segunda geração representada no filme”, diz o investigador, para quem o mais importante no trabalho de Ruben Alves foi a maneira como o realizador representou “o estereótipo de forma muito bem conseguida”. “O que vemos ali é o que percorre o nosso imaginário há muitos anos mas acaba com a ideia de que estes portugueses são uns coitadinhos. O que eles fazem ali é viver a sua vida normal.”
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Música Mundo Pequenino Deolinda
Mundo Pequenino Mundo Pequenino é o nome do ter-
ceiro álbum de originais da banda portuguesa Deolinda. Disco gravado no Porto no Boomstudios, com produção do britânico Jerry Boys e pela própria banda.
Alinhamento: 01. Algo Novo 02. Concordância 03. Gente Torta 04. Há-de Passar 05. Medo de Mim 06. Musiquinha 07. Semáfaro da João XXI 08. Seja Agora 09. Pois Foi 10. Balanço 11. Doidos 12. Não Ouviste Nada
Formação: Ana Bacalhau (voz) Luís José Martins (guitarra clássica, ukelele, cavaco, guitalele, viola braguesa e voz) Pedro da Silva Martins (composição, letrista, guitarra clássica e voz) José Pedro Leitão (contrabaixo e voz)
Discografia: Álbuns de estúdio Canção ao Lado (2008) Dois Selos e Um Carimbo (2010) Mundo Pequenino15 (2013) Álbuns ao vivo Deolinda ao Vivo no Coliseu dos Recreios (2011)
Mundo pequenino Sem perder o link com a residência suburbana, a Deolinda carimba o passaporte e absorve sons e culturas naquele que é o seu álbum mais rico e completo. Um «Mundo Pequenino» de grande in Disco Digital 17/08/2013 imaginação. O título engana. O «Mundo Pequenino» da Deolinda não é exíguo apesar da personagem continuar a viver num apartamento suburbano, provavelmente com vista para o trânsito. A diferença é que agora tem o passaporte todo carimbado e são essas milhas aéreas que a fazem ver o mundo com outros olhos.
Aproximaram-se mundos, estreitaram-se fronteiras e aquele que é o terceiro álbum da banda decisiva para a reconstrução de uma ideia de nova portugalidade é o mais completo de todos. Se o primeiro «Canção ao Lado »era uma pedrada no charco e o segundo «Dois Selos e um Carimbo» decantava a linguagem, «Mundo Pequenino» é a consequência de toda as horas nos aeroportos, cidades e estradas por esse mundo fora. Ouvem-se, por exemplo, arranjos à Beirut em «Concordância», uma valsinha em «Semáforo da João XXI», as lágrimas da Itália costeira na lindíssima «Não Ouviste Nada» com António Zambujo e um arranjo surrealista de cordas em «Pois Foi», entre outros sons inesperados para quem conhece os
irmãos mais velhos deste «Mundo Pequenino» mas lógicos numa banda que se fartou de viajar e bebeu noutras culturas. Não se pense, porém, que a Deolinda e particularmente o autor das letras Pedro da Silva Martins deixou de estar atento ao que se passa do lado de cá. Talvez «Mundo Pequenino» seja mais romântico - parecendo que não «Seja Agora» é a canção certa para oferecer flores por impulso - e físico - a divertidíssima «Doidos» promete transformar plateias numa Avenida da Liberdade em noite de marchas - mas o desencanto, mesmo com uma luz ao fundo, também está reflectido. Só não há uma «Parva Que Sou» mas há uma «Musiquinha» que é talvez a canção mais rica que já gravaram. Tal como o álbum.
Deolinda O projecto musical surgiu em 2006, quando os irmãos Pedro da Silva Martins e Luís José Martins (ex-Bicho de 7 Cabeças) convidaram a prima, Ana Bacalhau, então vocalista dos Lupanar, para cantar quatro canções que tinham escrito. Após perceberem que a voz da prima se adequava na perfeição às rimas e melodias por eles criadas, convidaram também José Pedro Leitão, contrabaixista dos Lupanar (actual marido de Ana Bacalhau), para se juntar aos três, nascendo assim os Deolinda. O tema “Contado Ninguém Acredita” foi incluído na compilação Novos Talentos de2007, lançado pelas lojas FNAC. Em 21 de Abril de 2008 , foi lançado o disco de estreia, Canção ao Lado. Desde então, em finais de Outubro de 2008, chegou à sua posição cimeira, o 3º lugar, do Top Oficial da AFP,4 a tabela semanal dos 30 álbuns mais vendidos em Portugal, tendo saído (e reentrado) por duas vezes nos primeiros tempos, ficado um total de quatro semanas fora desta tabela. Em Outubro de 2008 , o disco Canção ao Lado tornou-se “disco de ouro”. Em Dezembro de 2008, tornou-se “disco de platina”.6Durante o ano de 2009, o disco “canção ao lado” atinge o galardão de dupla-platina, correspondente à venda de mais de 40 mil unidades. Em 2 de Março de 2009, o disco Canção ao Lado foi lançado no mercado europeu pela editora World Connection. Em Abril de 2009,
Ana Bacachau
entrou directamente para o 8º lugar da tabela de vendas discográficas World Music Charts Europe e em Maio subiu ao 4º lugar dessa mesma tabela.
Ainda em Abril de 2009, o grupo deu início à sua primeira digressão europeia. Actuaram em diversos países, entre eles Holanda,Alemanha e Suíça, regressando a Portugal para diversos concertos em cidades como Porto, Braga e Barcelos. O álbum Canção ao Lado ficou em 10ª lugar nas preferências dos ouvintes da rádio Antena 3, numa votação levada a cabo por esta estação em abril de 2009, na qual se perguntava qual seria o melhor álbum de música portuguesa editado entre 1994 e 2009, tendo como base uma lista de 100 álbuns lançados nesse período. Em 23 de Abril de 2010 a banda estreou um novo álbum (Dois Selos e Um Carimbo) que teve como single de apresentação “Um Contra o Outro”. O seu segundo álbum, Dois Selos e Um Carimbo, entrou directamente para nº 1 do top de vendas português e recebeu o galardão de platina em Novembro de 2010 . A canção Parva que Sou, estreada nos quatro concertos feitos nos Coliseus de Lisboa e Porto, em Janeiro de 2011, foi imediatamente considerada um hino de uma geração. Em 21 de Novembro de 2011 é lançado o primeiro DVD do grupo “Deolinda ao Vivo no Coliseu dos Recreios” No dia 18 de Março de 2013, lançam o 3º álbum de originais “Mundo Pequenino”
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Teatro
Sete textos portugueses na próxima temporada do D. Maria Os Juramentos Indiscretos, de Marivaux, co-produção entre o Teatro dos Aloés e o Teatro São João no Porto, repõe no D. Maria a partir de Novembro. in Público 18/07/2013 Um teatro nacional tem de arriscar, diz João
Mota. Das 13 produções para 2013, sete são de autores portugueses. Todas na sala pequena, excepto a revista do Teatro Praga que sobe ao palco da sala maior A temporada 2013-2014 do Teatro Nacional D. Maria II, que começa em Outubro, aposta em textos de autores portugueses e para diferentes públicos. É a segunda temporada como director artístico de João Mota, que destaca a capacidade que um teatro nacional deve ter de arriscar. Mas os textos de autores portugueses estarão, sobretudo, na Sala Estúdio, a sala mais pequena: serão seis, de autores como Luiz Pacheco, José Fanha ou Alberto Pimenta. (Também nesta sala estará o ciclo Teatro Avulso, que recebe oito produções de companhias externas ao D. Maria, do Norte e centro do país.) A única peça portuguesa em cena na Sala Garrett, a maior, será Tropa-Fandanga, projecto do Teatro Praga (Fevereiro): escrito a convite
de João Mota, inspira-se no teatro de revista e recorda momentos históricos como a Primeira Guerra Mundial e o 25 de Abril. Para João Mota, esta escolha mostra como o Teatro Nacional “não serve para seguir uma receita, mas para experimentar coisas novas e criar novos públicos”. No conjunto das duas salas, haverá 13 produções, seis das quais de autores estrangeiros: O Aldrabão, de Plauto, com Virgílio Castelo, Coriolano, de Shakespeare, O Regresso a Casa, de Harold Pinter, com João Perry, e Três Mulheres Altas, de Edward Albee - o regresso de Catarina Avelar ao Teatro Nacional. Há ainda Os Juramentos Indiscretos, de Marivaux, co-produção entre o Teatro dos Aloés e o Teatro Nacional São João no Porto, com encenação de José Peixoto, que mereceu Menção Honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro; repõe no D. Maria a partir de Novembro. Por último, no lote das
Festival Andanças
peças estrangeiras, a 23 e 24 de Novembro sobe ao palco Ta Ra Ta Tam, teatro coreográfico inspirado na obra do dramaturgo romeno Ion Luca Caragiale e da responsabilidade
Graça Barroso
do coreógrafo e bailarino Gigi Caciuleanu. Já esteve em Paris, Londres ou Bruxelas e chega a Lisboa numa parceria entre o D.Maria II e o Instituto Cultural Romeno.
Dança
O adeus a uma das principais intérpretes do Ballet Gulbenkian e fundaCerca de mil artistas participam em Castelo de Vide na 18.ª edição do dora da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo evento dedicado à música e às danças populares in Lusa 17/08/2013
in Público 11/06/2013
Cerca de mil artistas vão participar na 18.ª edição do festival Andanças, que espera acolher mais de 20 mil pessoas a partir de segunda-feira, no concelho alentejano de Castelo de Vide. O festival é promovido pela Associação para a Promoção da Música e Dança PédeXumbo, com o apoio da Câmara de Castelo de Vide, e decorre até dia 25 na zona da albufeira de Póvoa e Meadas naquele concelho do norte alentejano. Propõe-se “uma multiplicidade de atividades ligadas à música e à dança, que permita ao participante escolher aquilo que mais lhe interessa”, como explicou à agência Lusa a coordenadora do Andanças, Ana Martins. O festival realiza-se este ano no Alentejo, junto à fronteira com Espanha, o que leva a organização a “piscar o olho” ao público
do país vizinho. “O festival é internacional, acolhe músicas e danças de todo o mundo e sempre tivemos muito público espanhol e de outros países. Com a realização junto a Espanha, acreditamos que vamos conquistar muito público do país vizinho”, disse Ana Martins. O Andanças, que vai decorrer numa área de cerca de 25 hectares, dedica-se a promover a música e as danças populares e conta com o apoio logístico de mais de 600 voluntários. Com vários palcos e espaços criativos, no Andanças vão decorrer concertos, oficinas de dança e workshops centrados nas danças tradicionais portuguesas, street dance, capoeira, forró, hip-hop, danças egípcias, havaianas, tradicionais de Cabo Verde, salsa cubana ou sapateado, entre outras.
Uma bailarina que apenas é descrita em termos superlativos – “uma mulher extraordinária, uma bailarina completa, muito, muito rara”, para o ex-director do Ballet Gulbenkian Jorge Salavisa; “uma referência, em termos interpretativos, para a sua geração e para as seguintes”, para Maria José Fazenda, professora da Escola Superior de Dança. Graça Barroso, bailarina do Ballet Gulbenkian e fundadora da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, morreu em junho aos 62 anos em Lisboa. Destacou-se primeiro como bailarina no Ballet Gulbenkian – companhia fundada em
1965 e extinta em 2005 -, onde se cruzaria com Jorge Salavisa, também ele ex-bailarino e professor, até 2010 director do Teatro São Luiz, em Lisboa. Salavisa diz mesmo ao PÚBLICO que “a Graça foi uma das razões por que vim para Portugal [em 1977]. Nunca pensei que houvesse uma bailarina tão bonita e tão extraordinária em Portugal”, descreve, sobre o regresso a Portugal e sobre o cargo que assumiu na companhia após o 25 de Abril. Primeiro, como mestre de bailado e depois como director artístico. “Ela sempre foi um espanto, em palco e em estúdio.”
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Pintura
QUICK FACTS Nome: Júlio Resendende
Ocupação: Pintor
Data de nascimento: outubro 23, 1917
Data da morte: setembro 21, 2011
Educação:
Academia Silva Porto Escola de Belas Artes do Porto Escola de Belas Artes de Paris Academia Grande Chaumière
Local de Nascimento: Valbom; Gondomar
Local da morte: Valbom; Gondomar
Prémios:
Prémio Nacional de Pintura da Academia de Belas-Artes, Prémio Armando de Basto, Prémio Sousa Cardoso Prémio Especial da Bienal de Arte de S. Paulo, 1º Prémio de Artes Gráficas na X Bienal de S. Paulo Ordem de Mérito Civil do Rei de Espanha Entre muitos outros.
Outras páginas web sobre Júlio Resende Fundação Júlio Resende | Lugar do Desenho http://pt.wikipedia.org/wiki/Júlio_Resende
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Júlio Resende
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No ano seguinte (1962), presta provas públicas para a Cadeira de Professores na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Faz o mural afresco no Palácio de Justiça do Porto. Em 1964 Executa cin“ Júlio Resende sabe que a expressão não co painéis cerâmicos para obras de arquitectura. se atinge pela acumulação de pormenoCria cenários e figurinos para o “Auto da Índia” de res- de desenho ou - cor mas pela eliminaGil Vicente, encenação de Carlos Avilez para o TEP, ção”. Júlio Pomar Porto em 1965. Em 1966 Realiza um afresco para o Tribunal de Justiça em Anadia. Em 1967 cria cenários e figurinos para “Fedra” Habituado a viver num ambiente artístico, dotde Racine, encenação de Carlos Avilez para o Teado de forte cultura musical, desde cedo se dediatro Experimental de Cascais. Ilustra “Aparição” cou à pintura e à ilustração, aos 14 anos, pratica de Virgílio Ferreira, isto em 1968, ainda nesse ano ilustrações e banda desenhada para jornais e realiza cenário e figurinos para o bailado “Judas”, publicações infantis frequentando a Academia coreografia de Agueda Sena e Companhia da Silva Porto, de desenho e da pintura. Fundação C. Gulbenkian, Lisboa. Este caminho que escolheu para a sua vida Em 1969 recebe o Prémio “Artes Gráficas” na gorou as expectativas dos progenitores, esperBienal de Artes de S. Paulo, com ilustrações do ançados em que o filho optasse por uma carreira romance “Aparição”. Cria cenários e figurinos para musical ou por uma comercial. o “Auto da Alma” de Gil Vicente no TEP, Porto. Re“… Mas eu queria, efectivamente, ser pintor! aliza seis painéis em grés para o Palácio de Justiça Talvez o destino me tenha proporcionado o primeiro de Lisboa. passo. Aurora Jardim, figura conhecida nos meios Em 1970 Orienta o visual estético do Especliterários e jornalísticos do Porto, intercedera junto táculo de Portugal na “Exposição Mundial de Osado pintor Alberto Silva que dirigia, então, a Acaka” e cria os cenários e figurinos para “Antígona” demia Silva Porto, para que eu viesse a frequentar as no Teatro Experimental de Cascais. Faz a primeira lições de pintura aí ministradas. Comprei a primeira viagem ao Brasil em 1971 , encontrando-se com caixa de tintas «a sério», e aprendi a colocar as cores Jorge Amado e Mário Cravo Filho. na paleta, segundo as boas regras…” Em 1972 é nomeado Membro da Academia real No entanto, para agradar ao pai trocou o curso das Ciências, Letras e Belas-Artes Belgas, Bruxelas, liceal por um curso comercial entre 1934 e 1935. onde fez uma comunicaEm 1935 Júlio Resende ção. Ilustra a obra de Ferparticipou na Grande nando Namora “Retalhos Exposição dos Artistas da Vida de um Médico” Portugueses e retratou em 1973, ainda nesse ano o avô materno a lápis, faz nova viagem ao Brasil. num trabalho assinado, Recebe o grau de Oficial pela primeira vez, com o da Ordem de Santiago da nome Júlio Resende, em Espada. homenagem à mãe. No ano de 1974 exerce Dois anos depois funções de gestão na ESengressa na Escola de BAP e realiza cenário para Belas-Artes do Porto e é o filme “Cântico Final” discípulo, entre outros, de Manuel Guimarães, de Dórdio Gomes. Por adaptação do romance dificuldades financeiras de Virgílio Ferreira. Entre decorrentes da má situa1975 e 1976 dedica-se a ção económica da loja tempo inteiro à gestão paterna, viu-se obrigada ESBAP. do a suportar sozinho Em 1977 faz viagem ao as despesas do curso, Nordeste Brasileiro onde através da venda de trase encontro com os artisbalhos gráficos, como tas Sérgio Lemos e Frandesenhos publicitários, cisco Brennand. Em 1978 banda desenhada e cria cenários e figurinos ilustrações. Participa na para o bailado “Canto de organização do “Grupo Amor e Morte” coreogrados Independentes” em 1943, ano da sua primei- Obra de Júlio Resende “Pescador da Póvoa do Varzim” 1960, tinta da China e aguada de tinta da China sobre papel fia de Patrick Hurde, inra exposição individual no Salão Silva Porto. Com o arquitecto João Andresen e o escultor spirado na obra musical de Lopes Graça para a A carreira de docente iniciou-se em 1944, na Barata Feyo integrou, em 1956, a equipa vence- Companhia Nacional de Bailado. Também visita Escola Industrial de Guimarães, no ano em que dora do concurso para o monumento do Infante às Faculdades de Belas-Artes de Espanha. No ano de 1981 executa os vitrais para a Igreja proferiu uma palestra no Instituto Britânico do D. Henrique, em Sagres, com o projecto Mar Novo. Nª Sª da Boavista, Porto. Viaja até Pernambuco Porto, sobre Gravadores britânicos. Todavia, esta obra não viria a ser concretizada por Em 1945, expôs no Porto e ganhou os primeiros não ser do agrado de Oliveira Salazar. Nesse ano, e Baía onde profere uma palestra na Fundação de muitos prémios. Integrou a nona Missão Esté- terminou o curso de Ciências Pedagógicas na Joaquim Nabuco, Recife. Recebe as insígnias de Comendador de “Mérito Civil de Espanha” atribuítica de Férias em Évora. Começou a pintar quadros Universidade de Coimbra. com temas alentejanos. Durante uma estadia em Em 1957 organiza a exposição “4 Artistas Por- das pelo Rei de Espanha em 1982. No ano de Madrid, onde visitou o Prado, museu que o fasci- tugueses” em Oslo e Helsínquia. Júlio Resende, 1984 realiza o painel mural “Ribeira Negra”. Em 1985 É-lhe atribuído o Prémio AICA. Júlio nou sobretudo pelas obras dos pintores Goya, So- ganha o 2º prémio de Pintura da Fundação lana e Vázquez Díaz, tendo tido a oportunidade Calouste Gulbenkian, Lisboa. Pinta quadros so- Resende, executa em grés o grande mural “Ribeira Negra” no Porto em 1986. No ano de 1987 de conhecer este último. Nesse ano, terminou bre o Porto e a Póvoa. a licenciatura em Pintura com o quadro Os FanNo ano seguinte executa um painel para a profere a última lição na ESBAP. Realiza uma Extoches, classificado com dezoito valores. “Exposição de Bruxelas”. Prémio “Columbano” posição retrospectiva na Fundação Calouste GulEm 1946 Júlio Resende criou um curso de da Câmara Municipal de Almada. Promoveu a benkian, Lisboa em 1989. No ano de 1992 faz uma viagem a S. Vicente e arte no Instituto Britânico do Porto. Expôs pela 3ª Missão Internacional de Arte em Évora e foi primeira vez em Lisboa, ilustrou um livro de convidado a dar aulas na Escola Superior de Be- Stº Antão (Cabo Verde). É criado o “Lugar do DeAdolfo Simões Müller e ganhou uma bolsa do In- las Artes do Porto, como assistente de Pintura de senho – Fundação Júlio Resende” em 1993. Entre 1994 e 1995 Júlio Resende realiza vários stituto para a Alta Cultura, para aperfeiçoamento Dórdio Gomes. Nestes anos também executou da técnica da pintura no estrangeiro. vários painéis cerâmicos para edifícios: para o painéis cerâmicos para a estação do MetropoliMudou-se para Paris e entre 1947 e 1948 estu- Hospital de S. João, para o Posto Alfandegário de tano de Lisboa, “Sete Rios”. Faz uma viagem a da as técnicas de afresco e gravura na Escola de Vilar Formoso e para a Pousada de Santa Catarina Goa, em 1996. Em 1997 faz nova viagem a CaboVerde desta vez a Santiago e Fogo. Belas-Artes de Paris onde é discípulo de Duco de de Miranda do Douro. Nesse mesmo ano recebe a Grã-Cruz da OrLa Haix. Na Academia Grande Chaumière recebe Em 1959 recebe uma Menção Honrosa na 5ª Bilições de Othon Friesz. Copia os Mestres no Mu- enal de S. Paulo. Cria dois painéis cerâmicos para dem do Infante D. Henrique e realiza a decoraseu do Louvre. Visita os museus da Bélgica, Ho- o Hospital de S. João, Porto, também executa oito ção de azulejos da estação do Metropolitano de landa, Inglaterra e Itália. painéis de azulejo para a pousada de Miranda do Lisboa, “Sete Rios”. No ano de 1999 faz viagem à Regressou, em 1949, trabalhou como professor Douro. No ano de 1960 recebe o Prémio “Diogo Ilha de Moçambique. Em 2000 faz nova viagem na Escola Industrial e Comercial Carlos Amarante, de Macedo” no Salão de Arte Moderna do SNBA, ao Brasil a Recife. Faleceu a 21 de Setembro de 2011 em Valbom, em Braga, e, depois, na Escola de Cerâmica de Lisboa. Painel cerâmico para a Pousada de BraViana do Alentejo (1949-1951), lugar onde criou gança. Gondomar, Porto, aos 93 anos de idade. as bases da sua obra e produziu quadros que reflectem as suas preocupações humanistas. A primeira exposição individual no exterior aconteceu em 1950, em Kristiansund, na Noruega. Em 1951, de novo em Portugal, expôs no Palácio da Foz, em Lisboa. Na capital contactou, com o escritor Virgílio Ferreira e com os artistas Júlio Charrua, Almada Negreiros e Eduardo Viana. A gente do mar passa a constituir tema dominante da pintura. Ganha o Prémio Especial na Bienal de S. Paulo. Foi convidado a visitar a Noruega, país a que regressa em 1952. Por essa altura, visitou também a Dinamarca e realizou um fresco, o primeiro dos seus murais, para a Escola Gomes Teixeira no Porto, onde leccionava. Ganha o Prémio na 7ª Exposição Contemporânea dos Artistas do Norte. Nessa altura começa a Investigar o desenho infantil e a produziu inúmeros murais cerâmicos para edifícios, públicos e privados, obras que se inseriram no contexto da reutilização do azulejo na arquitectura nacional dos anos 50 e 60. Neste capítulo da arte pública, colaborou com notáveis arquitectos nacionais, em especial com a dupla José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos. Em 1953 cria as“Missões Internacionais de Arte”, a primeira das quais ocorreu em Trás-os-Montes, e voltou ao Porto. Nos dois anos seguintes, na Póvoa de Varzim, deu aulas na Escola Comercial e Industrial e promoveu a segunda edição da Missão Internacional de Arte.
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
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exposições / Atividades
NARA ABRANTES ESPATULANDO
Mostra de artes plásticas Exposição patente na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves de 2 a 30 de setembro e é organizada pelo Gabinete de Gestão e Programação do Património e Cultura. Zenara Silva Abrantes brasileira paraense nascida na cidade de Santarém no Estado do Pará que fica na região norte do Brasil. E matogrossense de coração onde residi em Rondonópolis no Estado Mato Grosso que fica na região centro oeste desde 1998 até Julho de 2011.Hoje resido em Mangualde, tenho 37 anos, sou casada com um português que é o meu maior motivo de estar neste lindo país, o meu amado Antonio Mario Marques de Abrantes. “Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor”. Wolfgang Amadeus Mozart. E desde pequena que sou uma apaixonada pelas artes, principalmente pela pintura a óleo sobre tela. Comecei a pintar na infância primeiramente com tinta guache, e em seguida com tinta para tecido e tinta a óleo. Mas não nasci sabendo, fiz um curso com Marlene Trova uma maravilhosa
artista plástica de Rondonópolis que me ensinou o básico que eu necessitava para andar com meus próprios pés. E durante esse tempo fui pintando, adquirindo prática e vendendo meu trabalho sob encomendas a amigos e pessoas que gostavam do meu trabalho. Na cidade de Rondonópolis fiz algumas exposições no Rondon Plaza (shopping da cidade) e no SESC - Rondonópolis (serviço social do comércio) e de lá pra cá venho desenvolvendo a técnica do espatulado, que consiste em trabalhar somente com espátulas ou associado ao uso dos pincéis na pintura de uma tela. Neste tipo de técnica há um uso abundante de tinta oque valoriza a tela e o trabalho realizado. Nesta exposição trabalho vários temas em 12 telas com a mesma técnica com efeito espatulado. Sendo assim uma amostra do meu trabalho no Brasil e um pouco de um novo começo na terra lusitana.
FÁTIMA RODRIGUES
DE PRETO E BRANCO Exposição de pintura e desenho Exposição esteve patente na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves de 1 a 30 de agosto e foi organizada pelo Gabinete de Gestão e Programação do Património e Cultura. Pinturas a lápis, carvão, esfuminho e borracha estiveram expostas na Biblioteca Municipal de Mangualde, Dr. Alexandre Alves de 4 a 29 de agosto. denominada de “De preto e branco” esta exposição é da autoria da pintora Fátima Rodrigues. Caras, olhares, crianças, atitudes, mulheres e corpos são as principais inspirações da artista. Natural de Abrunhosa do Mato e atualmente a residir em Paris, Fátima Rodrigues é uma artista autodidata, apaixonada pelo lápis. Diplomada em letras e artes, em 1992, tem ainda a formação em arte-tera-
pia desde 2012. Participa em vários projetos entre os quais Associação «Dessinons ensemble», Atelier - Levallois (França), desde 2009, Associação Escale - Levallois (França), Atelier de «Desenho ao vivo - modelos nus», desde 2011, exposição « Foire de Paris », em 2012, exposição Associação « Escale », Levallois, em 2012 e 2013, com desenhos de nus, coadministradora do site «Univers de femme», apresentação de criadores e artistas e redatora de artigos de arte: « Vue sur l’Art” (Vista sobre a Arte) no mesmo site.
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exposições / Atividades
Clube de Leitura
da Biblioteca Municipal de Mangualde Projecto de promoção da leitura. Candidatura ao programa Gulbenkian de Língua Portuguesa.
Hora do conto 05 de Setembro | 10:30 A menina gigante
Manuel Jorge Marmelo e Maria Miguel Marmelo
12 de Setembro | 10:30 A menina gigante
Manuel Jorge Marmelo e Maria Miguel Marmelo
19 de Setembro | 10:30 A menina gigante
Manuel Jorge Marmelo e Maria Miguel Marmelo
26 de Setembro | 10:30 A menina gigante
O Clube de leitura, surgiu num momento
em que a Biblioteca Municipal de Mangualde sentiu a necessidade de desenvolver um projecto de promoção de leitura, vocacionado para o público adulto, onde o prazer de ler fosse o princípio. A afirmação da Biblioteca Municipal enquanto pólo dinamizador da cultura na comunidade e, a experiência de sessões pontuais onde o modelo do Clube de Leitura resultou, fez-nos acreditar que era chegado o momento de o fazer nascer. A pertinência e qualidade, permitiu-lhe o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da candidatura ao programa Gulbenkian de Língua Portuguesa. O princípio do CLUBE DE LEITURA da Biblioteca Municipal de Mangualde é que, todos os elementos do grupo leiam um livro ao mesmo tempo, desenvolvendo a sua leitura pessoal e íntima em casa e, (mais ou menos) quinzenalmente, no dia e hora marcados reúna com os restantes elementos do grupo para a partilhar. Nas sessões do Clube, são comentadas as páginas lidas desde o encontro anterior e, marcadas as páginas a ler até ao encontro seguinte. O debate sobre a acção, as personagens, o tema ou o estilo
AGENDA
Manuel Jorge Marmelo e Maria Miguel Marmelo
Ateliers de ilustração e expressão escrita Cinema, musica internet 02 de Setembro » 31 Setembro Hórario da Biblioteca
Clube de leitura
11 de Setembro | 21:15 Os Homens que odeiam as mulheres de Stieg Larsson
Biblioteca para avós (reinicio em Outubro)
O Clube de Leitura com Luís Miguel Rocha na semana cultural Em Quarto Crescente...
literário é enriquecido com a partilha de experiências pessoais dos membros do clube. O CLUBE DE LEITURA, de acordo com os seus objectivos iniciais, é também um impulsionador de outras actividades complementares à própria leitura. Estão previstas iniciativas como o visionamento de filmes baseados em livros que são lidos, e outras que, não estando tão diretamente ligadas aos livros, abrem os horizontes ou complementam a formação cultural, como a visita a Museus e Exposições, Peças de Teatro ou até a cidades e espaços culturais em geral. Foi o que acont e ceu
em dois momentos distintos, a partir de dois livros debatidos
nas sessões do Clube. Um primeiro momento fora de portas, foi a ida ao cinema para assistir ao filme, Comboio Nocturno para Lisboa, do realizador Bille August. Esta actividade contou apenas com o grupo do Clube de Leitura e permitiu a analogia entre a obra literária e a cinematográfica. Um segundo momento de extensão cultural, foi o encontro com o escritor Luís Miguel Rocha, sobre o seu livro A Filha do Papa, lido recentemente no Clube de Leitura. Esta sessão foi aberta a toda a comunidade, e teve lugar no âmbito da semana cultural Em Quarto Crescente… realizada em Julho passado. Com um ano de existência, o Clube conta actualmente com 21 inscritos, 15 deles ativos. Das obras escolhidas para leitura constam autores portugueses e estrageiros. O género literário preferido do Clube tem sido a ficção, contando com seis romances apresentados: A Purga de Sofi Oksanen; Comboio Nocturno para Lisboa de Pascal Mercier; O Prisioneiro do Céu de Carlos Ruiz Záfon; As Vinhas da Ira de Jonh Steinbeck; A Filha do Papa de Luís Miguel Rocha e, Os Homens que Odeiam as Mulheres de Stieg Larsson. Entre uns mais polémicos, outros mais reflexivos, uns mais viciantes e apelativos, outros de escrita mais cuidada, todos eles permitiram momentos de tertúlia, manifesto de verdadeiro gosto pela leitura e pelo prazer de partilhar opiniões sobre os temas retratados nas obras. Para acompanhar a actividade do CLUBE DE LEITURA, deverá estar atendo à publicação dos principais comentários na Rede Social Facebook, ou na página Web da Biblioteca Municipal, para além da informação que pode encontrar na própria Biblioteca Municipal. É parceiro deste projecto a Papelaria Adrião de Mangualde.
1vista por mês | Locais • Centro Social Paroquial de Abrunhosa-aVelha • Centro Social de Fornos de Maceira Dão • Centro Paroquial da Cunha Baixa • Lar de Nossa Sr.ª do Amparo • Lar Morgado Cruzeiro • Centro Social Cultural da Paróquia de Mangualde • Centro Paroquial de Santiago de Cassurrães • Centro Social Paroquial de Chãs de Tavares • Associação de Solidariedade Social de Contenças de Baixo
Livros sobre rodas (reinicio em Outubro)
1vista por mês | Locais • EB1 de Abrunhosa do Mato • EB1 de Abrunhosa-a-Velha • EB1 de Cubos • EB1 de Cunha Baixa • EB1 de Moimenta do Dão • EB1 de Tibaldinho • EB1 Mangualde n.º 1 • EB1 Santa Luzia • JI de Abrunhosa do Mato • JI de Casal Mendo • JI de Cubos • JI de Cunha Baixa • JI de Moimenta do Dão • JI de Tibaldinho • JI Mangualde n.º 1
Doces Leituras 01 de Setembro » 31 Setembro Pastelaria Cinderela Urbano Tavares Rodrigues
Auditório 10 de Setembro Seminário IN TUR
Exposições “Espatulando” de Nara Abrantes 02 de Setembro » 31 Setembro Hórario da Biblioteca
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
No dia 9 de Agosto de 2013 houve uma vaga de calor. De certo modo ele morreu dentro de um seu romanceNão foi notícia de abertura. Os telejornais mostraram mulheres gordas em Carcavelos e um sujeito pequenino (parece que ministro) a falar de “cultura política nova.” Mais tarde este dia será lembrado como a data em que morreu Urbano Tavares Rodrigues. Manuel Alegre - Lisboa, 9/8/2013
Urbano Tavares Rodrigues
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SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
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Morreu o escritor
Urbano Tavares Rodrigues Tinha 61 anos de carreira literária
O
escritor, jornalista e militante do PCP Urbano Tavares Rodrigues morreu na manhã dia 9 de Agosto, no Hospital dos Capuchos, em Lisboa. Estava a poucos meses de completar 90 anos e com 61 anos de carreia literária. Numa entrevista ao Ípsilon, em Outubro do ano passado, Urbano Tavares Rodrigues dizia: “Mereço amplamente o Prémio Camões”. A frase saiu a meio de uma conversa sobre livros e política. Refletia o sentimento de uma justiça por fazer. Não era a primeira vez que deixava cair o desabafo. Fazia, então, 60 anos de obra literária e 89 de uma vida cada vez mais frágil fisicamente devido a uma insuficiência cardíaca. Continuava a escrever e continuou a editar até ser internado.
Urbano Tavares Rodrigues nasceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1923, filho de uma família de grandes proprietários agrícolas de Moura, Alentejo. Foi, aliás, em Moura que fez a escola primária. Depois, já em Lisboa ingressou no Liceu Camões, onde foi colega de Luís Filipe Lindley Cintra e do irmão de Vasco Gonçalves, António. Licenciou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde cursou Filologia Românica. Desde cedo começou a militar na oposição ao Estado Novo. Isso valeu-lhe o impedimento de trabalhar como professor. Passou pela prisão em Caxias e foi para um longo exílio em França. Em Paris, conheceu alguns dos intelectuais da década de 1950, caso de Albert Camus, de quem foi amigo
e que era presença frequente nas suas conversas. Foi professor na Faculdade de Letras, crítico literário e esteve sempre ligado ao Partido Comunista Português. Doutorou-se em 1984 em Literatura com uma tese sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes. A despedida no novo livro: “E tudo será luz” Em 2007 começaram a ser publicadas pela Dom Quixote as suas Obras Completas. Nessa altura, Urbano Tavares Rodrigues disse ao Ípslion que era a concretização de um sonho antigo. No início de Julho passado fez chegar à sua editora na Dom Quixote, Cecília Andrade, aquele que será o seu último livro, Nenhuma Vida, a publicar ainda este ano, divulgou nesta sexta-feira a editora.
Esse romance, que será lançado para assinalar os 90 anos do escritor aborda questões que Urbano Tavares Rodrigues tratou na sua obra, mas também ao longo da sua vida, como as lutas políticas e sociais, a solidariedade, as relações humanas, mas também a sexualidade e o erotismo. Tem um prefácio escrito pelo próprio e que é já uma despedida. “Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz”.
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“Mereço amplamente o Prémio Camões” ISABEL LUCAS in jornal Público de 12/10/2012
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or fim o desabafo quando faz 60 anos de carreira. Zangado com o estado do mundo, mas não com a vida, Urbano Tavares Rodrigues confessa a mágoa de não ter um prémio que acha que lhe é devido e diz que foi tudo o que queria ter sido. Sabe, escrevi uma novela em três ou quatro dias...” Urbano Tavares Rodrigues antecipa-se a qualquer pergunta para revelar uma ousadia para alguém a pouco tempo de fazer 89 anos. Ver o que dá escrever de um fôlego. Um desafio para um escritor que continua a cultivar o Disse recentemente numa entrevista que cada vez mais escreve novelas e contos porque tem medo que o tempo não o deixe terminar um romance. Pois é. Este livro, Escutando o Rumor da Vida seguido de Solidões em Brasa, era para ser um romance, mas depois olhe, saiu assim. Sinto que não vou viver muito. Um dos meus médicos diz-me, meio a brincar, que é um milagre eu estar vivo. Mas sabe, escrevi agora uma novela em três ou quatro dias... Chama-se A Rosa das Profundezas. Um miúdo anda a brincar e vê uma rosa no fundo de um charco. Arregaça o bibe e tira-a. É uma rosa esquisita, azulada. A minha ideia foi fazer uma coisa explosiva. Conseguir uma escrita muito nova, arriscada, na fronteira do delírio, mesmo, a alucinação. Essa perspectiva delirante sobre o mundo já vem no seu último livro. Já. Mas esta é uma novela mais pequena. Rápida. Deve ter umas 40 páginas. Foi um desafio? Foi. Escrevi loucamente. A escrita está bonita. Aquilo é louco mesmo, e ainda não sei muito bem o que vale. Uma amiga minha está a digitalizar o texto. Ela gostou imenso, mas não me chega uma opinião, porque ela é muito minha amiga pode-se deixar influenciar. E porque que é uma coisa muito louca? Porque é. Tem partes delirantes, de fuga às regras da lógica. O rapaz cresce e acaba por ir trabalhar para uma agência de viagens. Tem um contrato e Paris e vai para lá. Podemos dizer que é uma coisa da paz, mas a paz acaba por ser guerra. Entra naquilo a que o Mário Soares chama de “capitalismo selvagem neofascista” que está instalado na Alemanha. Os seus temas sempre foram o amor, o tempo, a morte. Há alguma mudança? Nesse aspecto não. Não consigo escrever qualquer coisa que seja completamente nova, mas consigo escrever de uma maneira nova e cada vez mais olho o amor como uma necessidade absoluta do mundo. Uso a palavra “amor” no sentido mais lato, não só sexual. A grande lição para o mundo futuro é uma grande dose de amor, de compreensão dos outros. Não sei se nota isso nos meus livros. Quando, por exemplo, se abstém de fazer juízos morais sobre o comportamento das suas personagens? Sim, a minha função não é julgar. É trabalhar sobre os sentimentos, sobre a palavra. É difícil escrever sobre erotismo? Sim, mas há escritores que têm conseguido coisas boas nesse aspecto. É preciso tacto, trabalho de linguagem. As palavras existem. São para ser usadas. Todos nós tivemos dificuldade na transição do fascismo para a liberdade, com o 25 de Abril. Eu também
tive, porque escrevia com alguns eufemismos. Mas habituei-me. O Lobo Antunes também escreve dessa maneira, com bastante liberdade... [Pausa] Tanto eu como o meu irmão Miguel somos muito longevos. Ainda tenho capacidade erótica para ter relações sexuais. Continuo a ter desejo e a transportar isso para os meus livros, corresponde a uma certa vivência. Considera-se um provocador? Não. Não é o meu objectivo. A provocação por si não me interessa. Pode haver falsa provocação, o que é outra coisa. Os seus livros continuam a reflectir uma atenção sobre o mundo à volta. Estar em casa não lhe retira a capacidade de observar? De modo nenhum. leio jornais, vejo televisão, converso com as pessoas. essa escrita não vem por por obrigação, mas porque de facto já tenho mesmo ódio ao que se passa. Até mesmo aqui em Portugal está instalado um capitalismo selvagem neo-fascista, com o Passos Coelho. Perante a força da insurreição popular não sei como é que isto vai acabar. É imprevisível. Qual é o papel da literatura em momentos como este? Sou comunista e sou escritor e nunca obedeci a pedidos para fazer dos meus livros instrumentos de combate do PC, mas como a minha ideologia é essa ela projecta-se e essa projecção é útil neste momento porque as massas necessitam do apoio dos intelectuais e eu estou a dá-lo embora dentro da minha linha, que é estética e intimista. Uma vez chateei-me com um tipo do partido que queria que eu pusesse mais sangue, mais vermelho naquilo que escrevia. Eu disse-lhe que punha o vermelho que entendesse. Foi um dos dirigentes do sector intelectual do PC. Como é que faz a sua militância, hoje? Continuo a ser. Pediram-me para não abandonar. De vez em quando escrevo textos que me pedem. Porque se diz um heterodoxo? Sempre fui profundamente anti-estalinista e tive alguns problemas com o partido por causa disso. Estive nitidamente a favor da insurreição de Praga e escrevi contra a invasão dos tanques soviéticos, das barbaridades que se fizeram. Eu era a favor da Primavera, do chamado socialismo de rosto humano. Já está a ver que a minha ideia do comunismo é a de uma economia de Estado, mas com uma certa abertura à iniciativa privada, que não seja totalitária, que não seja opressora, para poder haver espontaneidade, beleza, variedade. A favor da liberdade de culto. Sou perfeitamente agnóstico, mas acho que se deve respeitar todos os cultos. Vítor Córdova, personagem de Solidões em Brasa, o segundo conto do seu mais recente livro, diz-se um agnóstico e há uma aluna que o interpela, afirmando que isso
erotismo e a estar atento ao mundo, mesmo condicionado à casa, grande, forrada a quadros e a livros e cheia de fotografias de António, o filho de seis anos que diz que ele é o maior escritor do mundo. Não conseguir vê-lo crescer é a sua grande angústia, uma falta que tenta preencher com palavras. Serão a sua grande herança. Uma carta para António abrir quando tiver dez anos. Falar de tolerância. Aqui fala-se dessa e de outras histórias de um escritor que é comunista e que foi tudo o que quis.
é o que ele diz, mas que é um espiritual, um místico. É o seu caso? Se sou místico é só numa comunhão profunda com a natureza. Isso é mais ser panteísta do que místico. O que lhe interessa é o homem soviético, como à sua personagem Vítor Córdova que distingue entre ser comunista e ser pró-soviético? É mais um ponto em comum. O homem soviético era cordial fraterno, tinha qualidades interessantíssimas. Na primeira viagem que fiz à União Soviética, fui um bocado iludido, porque os guias davam-me uma imagem da realidade que não era verdadeira. Cheguei deslumbrado com uma fábrica onde os delegados da comissão directiva eram representantes dos trabalhadores, dos funcionários e dos engenheiros e aquilo funcionava muito democraticamente. Tinha uma gestão operária. Mas quando comecei a conhecer alguns escritores eles abriram-me os olhos, dizendo que aparentemente aquilo era verdade, mas que de facto era tudo combinado. Aquilo era uma mistificação. Fiquei lixado. Depois comecei a descobrir que havia muito mais sequelas do estalinismo do que eu pensava, a história do Gulag. O pior foi que o Estaline destruiu completamente tudo o que era verdadeiramente socialista, a discussão interna no comité central, o debate de ideias. Acabou com tudo isso. Já não tinha nada do socialismo marxista. Os estilhaços chegaram ao PC português. Era inevitável. Nunca fui estalinista, mas eu vivi em Paris num período em que os pp camaradas do Partido Comunista Francês com quem e convivia que me disseram que o Gulag era verdade. Abrira-me os olhos. Como o Aragon [Louis Aragon, poeta e escritor surrealista, 1897-1982], de quem me tornei muito amigo. Esse nunca deixou de ser comunista, mas não era estalinista. Também foi amigo de Albert Camus. Que memória tem dele? Profundo afecto. Uma vez apresentoume uma namorada brasileira... Ele tinha muitos problemas. A mulher adorava-o e ele também gostava imenso dela, mas era um homem de muitas mulheres, uma coisa complicadíssima. Ele tinha dificuldade em romper e às as vezes acumulava duas e três até que aquilo era uma confusão dos diabos. Ele custa-lhe fazer sofrer. Era um tipo giríssimo. Nessa época tentou o que nunca ninguém conseguiu: ser existencialista sendo comunista. Como olha para essa fase? É verdade, uma enorme contradição. mas era muito jovem. Era um disparate, mas tentei. E achava que era possível ter ideias marxistas ligadas à filosofia da existência. Era uma utopia. Em A Porta dos Limites (estreia, em 1952, e na Vida Perigosa (1955) sente-se isso. Já com A Noite Roxa (1956) passou-se uma coisa interessante. Com as minhas artes consegui passar a fronteira e ir visitar a então RDA. Estive lá cinco ou seis dias e não gostei.
Era um país comunista autoritário, sentia-se a presença da polícia política. Aquilo desagradou-me e voltei um bocado baralhado para o chamado lado ocidental da Europa. Eu estou contra este ocidente capitalista mas não posso estar com aquele socialismo policial. Numa recente entrevista dizia que Álvaro Cunhal lhe perdoava uma série de rebeldias ideológicas dizendo-lhe: “tens uma alma comunista”. O que é isso de ter uma alma comunista? Eu tinha-lhe proposto uma coisa com a qual ele não concordava, uma aliança pontual com o Mário Soares. Sou muito amigo do Mário Soares, desde o tempo da faculdade. Discordamos ideologicamente, mas em alturas muito difíceis, e sem que eu lhe pedisse, ele ajudou-me, arranjou-me lugar no Colégio Moderno, até a Pide me impedir, dizendo que eu tinha ideias subversivas. Há pouco tempo ele mandou-me uma carta do Algarve, despedindo-se “com um grande abraço deste seu camarada antifascista”. Foi o que ele encontrou de comum. [Risos]. Bom, o que é certo é que eu achava que havia uma série de coisas que se podiam fazer em comum, O PC com o Soares. Em que circunstâncias? Já não me lembro muito bem, mas ele odiava o Mário Soares. Quando se falava em Mário Soares arrepiava-se todo. Uma vez disse-me: “ai Urbano, às vezes parece que tens teias de aranha na cabeça, mas o teu coração é comunista”. E o que é isso? Um comunismo de solidariedade com os pobres e os infelizes que é profundamente ligado ao socialismo. Eu tornei-me comunista um pouco por influência de um primo meu que casou com a irmã do Álvaro Cunhal, o Fernando Medina. Ele deu-me a ler textos comunistas quando eu tinha 13 ou 14 anos. Fiquei tocado com a solidariedade para com os pobres e humilhados. Eu antes de ser comunista estava ligado a uma espécie de socialismo cristão, embora repudiando a confissão e tudo isso. Descobri muito cedo que era uma farsa. Teve essa educação católica? Sim, tive catequese e tudo. Fiz a primeira comunhão. E como é que descobriu “a farsa”? Quando me pediam para prometer não repetir determinadas acções e que tinha de rezar uns tantos Padre-Nossos e eu sabia perfeitamente que ia repetir. Por exemplo? Umas histórias que eu já tinha com umas priminhas, em que havia sexo, embora sem chegar ao fim. Tinha uns 13, 14 anos. Achava de uma desonestidade profunda dizer que não repetia. E mandei isso à fava.
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
Nunca a sexualidade me pareceu um pecado. Aí estava muito mais de acordo com os gregos. Noutras coisas senti. Por exemplo, no relacionamento que tive com as mulheres. Algumas vezes acho que as magoei. Posso ter sido egoísta. Disso arrependo-me.
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Não. Parece que está sempre a despedir-se da vida, mas depois sempre a regressar a ela. No livro anterior, Assim se esvai a Vida, há quase uma despedida. Neste, uma espécie de reconciliação.
Em Escutando o Rumor da Vida começa com uma das personagens, Francisco Medeiros, a lidar com o remorso em relação ao modo como lidou com algumas mulheres. Esse remorso é seu?
É verdade. Há alturas em que tenho vontade de morrer, mas depois luto. Contra a angústia. Acabo por me aguentar.
Sim.
Ajuda muito.
As suas personagens masculinas têm cada vez mais de si. Escolhe as personagens para se expor?
Pertence à comissão de leitura da Fundação Gulbenkian. Continua a ler autores recentes...
Acho que não faço essa escolha, mas não há dúvida de que há muito de mim no Francisco Medeiros e a figura de Lídia, a mulher, inspira-se muito na minha primeira mulher, na Maria Judite de Carvalho (escritora, 19211998). Uma mulher muito doce, que me adorava e era indulgente para com os meus desvios eróticos. Gostei muito dela. Foi o meu grande amor e a Ana Maria, a minha actual mulher, a grande paixão. Outra personagem com quem tenho muito que ver é o Michel/Olimpia (traficante redimido de Solidões em Brasa) no aspecto da aventura. Eu era quase inconsciente, não tinha medo de nada. Na clandestinidade em Portugal fiz coisas do arco da velha. Não tinha a consciência do perigo.
Sim, muito atento e acho que temos grandes escritores actualmente.
Quando fala de medo fala de quê?
De manhã faço tratamentos, depois um bocadinho durante a tarde trabalho, escrevo. À noite não escrevo. Ainda estou a recuperar da loucura que foi escrever esta novela ... Escrevia de manhã à tarde e à noite.
Não sou medroso, mas não tenho a mesma coragem nem o mesmo impulso. Mas apesar da minha falta de condições físicas, já neste estado, dei um soco a um tipo que foi malcriado com a minha mulher por causa de um problema no trânsito. É perigoso ser seu amigo? Podemo-nos ver de repente num livro, expostos? É, isso é. Eu não resisto. É irresistível. Já alguma vez teve problemas com isso?
A escrita ajuda?
Por exemplo? Gosto muito da Dulce Maria Cardoso, da Hélia Correia, que já é de outra geração mas é uma escritora extraordinária. Gosto muito do João Tordo, O Bom Inverno é um livro excelente. O José Luís Peixoto, de quem sou profundamente amigo. O Gonçalo M. Tavares não me entusiasma muito. É uma mistura de Brecht e de Kafka, dos alemães que ele conhece muito bem. O único livro dele que em entusiasmou foi o Jerusalém. Como é que gere o tempo que tem?
É avô, pai de um rapaz de seis anos. Qual a diferença entre ser pai aos 82 anos e ser avô antes disso. Eu tive muitas dúvidas em ser pai tão tarde. Mas era importante para a minha mulher. Estive preocupado até o António nascer, angustiado com a hipótese de um defeito físico. Ele diz que o pai é o melhor escritor do mundo [risos]. Mas a relação nem sempre
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a relação é boa, ele consegue ser muito carinho, confidente, outras vezes é provocante. Tem dito que uma das coisas que mais o angustia é temer não poder acompanhar o crescimento do seu filho. É verdade que escreveu uma carta para o seu filho ler quando tiver dez anos?
São aqueles tipos que andam com os cães, que andam na droga, às vezes na prostituição. São os merdosos. Há uns tipos que resolvem fazer uma experiência, ir apanhá-los. Propõem-lhes uma grande festa e só há dois ou três que não querem ir... Alguns saem desse meio, outros regressam.
Sim. Ele já sabe umas coisas do que lhe quero dizer. Quero que ele compreenda o pai que teve. A importância da tolerância, da fraternidade, da generosidade. Ninguém é totalmente generoso. Tenho consciência disso. Mas sou dos menos egoístas que conheço.
Como é que se põe a par dessa realidade?
Tem uma filha bastante mais velha, a escritora Isabel Fraga.
Sim, mas é mais uma vontade que de as coisas corram bem.
Sim. Dou-me muito bem com ela. Tivemos uma relação muito carinhosa. Levei-a a Paris no Maio de 68, ainda chegámos no fim. Ela tinha 14 anos. Eu a Maria Judite e ela.
O que é que gostava de ter sido e não foi?
O Vítor Córdova procura o sentido da vida. Já encontrou o seu?
É vaidoso?
Não. Encontrei aquilo que eu gostava que o meu filho compreendesse de mim, que é um misto de tolerância, de compreensão e respeito pelos outros. Sem ódio. Com algumas excepções. Posso sentir ódio contra aqueles que vivem de explorar os outros... [pausa] mas eu tenho sido mais vítima de ódio. Ainda não tive o prémio Camões porque soube recentemente que há membros do júri que dizem: “esse comunista não terá o Prémio Camões. Sente mágoa por não ter o prémio? Tenho revolta. Mereço amplamente o Prémio Camões. Não é pelas honrarias, que já tive muitas. Até em França já me deram a Legião de Honra, mas isto é asqueroso. Está a escrever alguma coisa? Agora escrevi esta novela e nã sei o que farei. Tenho para aqui uma série de contos para serem publicados num livro que está previsto. Há um conto que se chama Os Merdosos.
Acompanho. Estou informado. Tenho amigos e família nessa geração. É um optimista?
Eu fui o que gostava de ter sido. Escritor e professor.
Não... tinha uma certa vaidade. Era considerado um homem bonito na juventude, que foi até muito tarde. As mulheres estabeleciam comigo uma relação de ternura e essa ternura acabava por se transformar em sexo. Muitas vezes estive muito apaixonado, outras vezes eram amizades eróticas, com muita ternura e com desejo. Era um D. Juan? Não. O D. Juan era o conquistador. Eu era o conquistado. Havia uma aproximação terna que acabava por gerar uma relação erótica. Umas vezes estive profundamente apaixonado. Um mulherengo pode ser um tipo terno Foi um mulherengo? [risos] Acho que não, mas tive muitas mulheres. Às vezes fico comovido quando encontro uma dessas pessoas de quem gostei.
E quem são os merdosos?
Obras publicadas Antologia
1958 - O Alentejo 1968 - A Estremadura 2003 - O Algarve em Poemas
Contos
1970; 1992 - Contos da Solidão 1977 - Estórias Alentejanas 2003 - A Estação Dourada 2008 - A Última Colina
Contos e novelas
1952; 1990 - A Porta dos Limites 1959; 1994 - Bastardos do Sol 1971; 1996 - Estrada de Morrer 1976; 1987 - Viamorolência 1977; 1985 - As Pombas são Vermelhas 1985 - Oceano Oblíquo
Crónicas
1970; 1974 - A Palma da Mão 1971; 1976 - Deserto com Vozes 1974 - As Grades e os Rio 2003 - God Bless América
Ensaios
1950 - Manuel Teixeira Gomes 1954 - Présentation de castro Alves 1958 - O Tema da Morte na Moderna Poesia Portuguesa; integrado depois em O Tema da Morte: Ensaios 1960; 1981 - O Mito de Don Juan
1960 - Teixeira Gomes e a Reacção Antinaturalista 1961 - Noites de Teatro 1962; 2001 - O Algarve na Obra de Teixeira Gomes 1964 - O Romance Francês Comtemporâneo 1966; 1978 - Realismo, Arte de Vanguarda e Nova Cultura 1966; 1978 - O Tema da Morte: Ensaios 1968 - A Saudade na Poesia Portuguesa 1969 - Escritos Temporais 1971; 2001 - Ensaios de Escreviver 1977 - Ensaios de Após-Abril 1980 - O Gosto de Ler 1981 - Um Novo Olhar sobre o Neo-Realismo 1984 - Manuel Teixeira Gomes: O Discurso do Desejo 1993 - A Horas e Desoras 1994 - Tradição e ruptura 1995 - O Homem sem Imagem 2001 - O Texto sobre o Texto 2003 - A Flor da Utopia 2005 - O Mito de D. Juan e Outros Ensaios de Escreviver 2011 - A Natureza do Acto Criador
Ficção
1972 - Esta Estranha Lisboa 1982; 1992 - Fuga Imóvel 1986 - A Vaga de Calor
Novelas
1955; 1985 - Vida Perigosa 1956; 1982 - A Noite Roxa 1957; 1998 - Uma Pedrada no Charco 1959; 2012 - As Aves da Madrugada 1960; 1978 - Nus e Suplicantes 1963; 2000 - As Máscaras Finais 1964; 2001 - Terra Ocupada 1964 - A Samarra 1968; 1987 - Casa de Correcção 1972 - A Impossível Evasão 1999 - O Último Dia e o Primeiro
Narrativa
1969; 1973 - Horas Perdidas
Páginas
1973 - Redescoberta da França 1976 - Registos de Outono Quente 1999 - Agosto no Cairo: 1956
Romance
1961; 2003 - Os Insubmissos 1962; 1982 - Exílio Perturbado 1966; 1988 - Imitação da Felicidade 1967; 1974 - Despedidas de Verão 1968 - Tempo de Cinzas 1974; 1999 - Dissolução 1979; 1986 - Desta Água Beberei 1986; 1987 - A Vaga de Calor 1989 - Filipa nesse Dia 1991 - Violeta e a Noite
1993 - Deriva 1995 - A Hora da Incerteza 1997 - O Ouro e o Sonho 1998 - O Adeus à Brisa 2000 - O Supremo Interdito 2002 - Nunca Diremos quem sois 2005 - O Eterno Efémero 2006 - Ao contrário das Ondas 2007 - Os Cadernos Secretos do Prior do Crato
Teatro
1971; 2001; 2012 - As Torres Milenárias
Texto e fotografia
1996 - A Luz da Cal 1998 - Margem da Ausência
Viagens
1949 - Santiago de Compostela 1956 - Jornadas no Oriente 1958 - Jornadas na Europa 1963 - De Florença a Nova Iorque 1973 - Viagem à União Soviética e Outras
Outros
1965; 1998 - Dias Lamacentos 1966 - Roteiro de Emergência 1974 - Perdas e Danos 1975 - Diário da Ausência 1975 - Palavras de Combate 1998 - Os Campos da Promessa
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
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projetos BIBLIOTECA PARA AVÓS O projeto surgiu no âmbito do Plano de Ação 2011 da Rede Social, no eixo de intervenção Fomentar o Envelhecimento protegido, promovido pela Câmara Municipal de Mangualde e é levado a cabo pela Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves. “Biblioteca para Avós” é um projeto itenerante. A sua concretização consiste na visita periódica da Biblioteca Municipal aos lares e centros de dia do concelho de Mangualde, apresentando histórias e conversas apartir dos livros. São ainda realizadas atividades complementares que visam promover o livro e a leitura.
CLUBE DE LEITURA O Clube de leitura dirige-se à comunidade em geral, ao público adulto com gosto pela leitura, e é uma organização da Câmara Municipal de Mangualde, através da Biblioteca Municipal que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da candidatura ao programa Gulbenkian de Língua Portuguesa e, tem como parceiro a Papelaria Adrião. Todos os participantes leem o mesmo livro ao mesmo tempo, desenvolvendo a sua leitura pessoal e íntima em casa e, quinzenalmente, no dia e hora marcados reúnem para a partilhar. Nas sessões, serão comentadas as páginas lidas desde o encontro anterior e, marcadas as páginas a ler até ao encontro seguinte. O debate sobre a ação, as personagens, o tema ou o estilo literário poderá ser enriquecido pela partilha de experiências pessoais dos membros do clube e por atividades complementares, como o encontro com escritores, visionamento de filmes, teatro, entre outras.
DOCES LEITURAS É frequente a analogia entre a comida e a leitura. A primeira como alimento do corpo, mantendo o ser humano forte e saudável, com energia e vigor para as atividades da vida, a segunda como alimento mental, contribuindo para manter e fortalecer a sua mente e inteligência. O saborear de uma boa leitura, coloca-nos no caminho do saber e da eloquência. Lemos para conhecer mais, lemos para dialogar mais, lemos para crescer intelectualmente, lemos para filosofar, lemos para saber… Tanto a comida, como a leitura nos podem trazer momentos de prazer. A nós, parece-nos que as duas fazem uma parceria perfeita. É com base nesta ideia e, com o objetivo de divulgar livros e leituras em conjunto com alimentos de pastelaria, que vimos propor uma parceria entre as pastelarias de Mangualde e a Biblioteca Municipal.
HORA DO CONTO A Hora do Conto é uma atividade de promoção da leitura, desenvolvida pela equipa da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves com o objectivo de aproximar as crianças ao mundo imaginário da leitura. As histórias são préviamente preparadas utilizando várias estratégias para maior motivação à leitura por parte das crianças. Os grupos devem contactar a Biblioteca Municipal para se inscreverem nesta actividade, que está também disponível para o público sénior.
LIVROS SOBRE RODAS “Livros Sobre Rodas” é um projeto de promoção da leitura dirigido às crianças do pré - escolar e do 1º Ciclo do concelho. Desenvolvido pela equipa da Biblioteca Municipal desde alguns anos a esta parte, caracteriza-se pela itinerância de contos e livros pelo concelho e pela visita programada de todas as crianças do concelho à Biblioteca Municipal para iniciarem a sua formação de leitores e utilizadores destes serviços. O objectivo é a promoção do livro e da leitura, numa perspetiva lúdica, junto de todas as crianças, contribuindo assim para o seu crescimento enquanto leitores e cidadãos com níveis satisfatórios de literacia. O projeto é anual, sempre renovado em cada inicio de ano lectivo.
Brevemente disponivel, com novo layout e novas funcionalidades
www.biblioteca.cmmangualde.pt
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
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FOI HISTÓRIA ...
01 SET “No ringue,
nunca soube o que é ter medo”
Rocky Marciano, o invicto.
Rocco Francis Marhegiano, ou apenas Rocky
Marciano, nasceu a 1 de setembro de 1923 — Des Moines, Iowa, falecendo no dia 31 de agosto de 1969) foi um lutador de boxe norteamericano. É considerado por muitos um dos melhores de todos os tempos e categorias, junto de Muhammad Ali, Mike Tyson, Joe Louis, George Foreman, Evander Holyfield etc. Conhecido pelos seus golpes potentes, Marciano nunca perdeu uma luta sequer enquanto esteve nos ringues. Somou 49 vitórias em 49 combates na sua carreira, sendo 43 por K.O., marca nunca superada até hoje. Rocky Marciano ficou conhecido também por nunca subestimar nenhum de seus adversários, pelo jeito humilde e modesto. Vale a pena lembrar que Rocky foi o último branco campeão dos pesos pesados por um bom tempo, após sua carreira ter terminado iniciou-se a supremacia afro-americana nos ringues que durou até a chegada de Tommy Morrison nos anos 1990, e posteriormente, dos irmãos Vitali e Wladimir Klitschko, que unificaram os títulos mundiais. Na sua carreira praticamente perfeita ficou com o título de 23 de Setembro de 1952 até 30 de Novembro de 1956, quando se aposentou do boxe, sem nunca sentir o gosto de uma derrota ou empate. Fora das quatro cordas do ringue, o lutador inspirou os famosos filmes da série “Rocky”, de Sylvester Stallone , com o primeiro filme “Rocky” ganhou o Óscar de Melhor Filme em 1976.
aos Aliados pondo fim à Segunda Guerra Mundial. As forças navais e aéreas japonesas foram destruídas. A Declaração de Potsdam acordada pelos aliados exigia a capitulação incondicional de todas as forças armadas japonesas; caso o Japão não aceitasse os termos isso implicaria a destruição das forças armadas e do território japonês. O Primeiro-Ministro nipónico Kantaro Suzuki respondeu que o seu governo não tencionava obedecer ao ultimato. A consequência foi, o lançamento da Bomba Atómica sobre Hiroshima e a seguir em Nagazaki matando milhares e milhares de pessoas, devastando o território envolvente e toda a capacidade industrial destas duas cidades. Só com esta ação devastadora é que o Primeiro-Ministro aceitou a capitulação.
Rendição do Japão no USS Missuri em 1945.
Em 2 de Setembro de 1945 a bordo do navio
norte-americano USS Missouri, na baía de Tóquio, o Japão rende-se formalmente aos
Foi membro fundador da Movimento dos Oficiais Livres, com Gamal Abdel Nasser. Foi feito prisioneiro pelos britânicos por ser agente alemão em 1942, e novamente, em (1946-9), por atos terroristas. Participou do golpe de 1952, que derrubou o rei Farouk e que levou Nasser ao poder. Sucedeu a Nasser como presidente do Egito (1970-1981). Em 1972, dispensou a missão diplomática soviética no seu país e, em 1974, após perder militarmente a Guerra de Iom Kippur (1973). Recuperou, no acordo de paz, o canal de Suez das mãos de Israel. Num esforço para acelerar um acordo no Oriente Médio, visitou Israel, em 1977, fato que marcou o primeiro reconhecimento daquele país por um país árabe, tendo gerado fortes condenações de grande parte do mundo árabe. Encontrou-se novamente com o primeiroministro israelita Menachem Begin em Camp David, Maryland, EUA (1978), sob a chancela do então presidente americano Jimmy Carter e assinou um tratado de paz com Israel em 1979, em Washington, DC. Em 6 de Outubro de 1981, Sadat é assassinado durante uma parada militar no Cairo por membros da Jihad Islâmica Egípcia infiltrados no exército e que eram parte da organização egípcia que se opunha ao acordo de paz com Israel e a entrega da Faixa de Gaza para o Estado Judeu. Foi sucedido pelo seu vice-presidente Hosni Mubarak. Encontra-se sepultado no Monumento ao Soldado Desconhecido, Cairo no Egito.
03 SET 04 SET MUHAMMAD ANWAR AL
GERÓNIMO
Em 3 de Setembro de 1981 a polícia egípcia prende mais de 1500 opositores ao governo de Anwar-al-Sadat.
02 SET
Rendição do Japão
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Gerónimo, o último Apache
Muhammad Answar Al Sabat
Muhammad Anwar Al Sadat, foi um militar e político egípcio, presidente do seu país de 1970 a 1981. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1978.
A 4 de Setembro de 1886, rende-se o último Guerreiro Nativo Americano o Índio Apache Gerónimo Durante quase trinta anos, combateu e ofereceu resistência aos “Caras Pálidas” (colonos brancos) que haviam invadido a sua terra natal. Tornou-se o mais famoso dos chamados “índios renegados”. Resistiu heroicamente, mas rendeu-se ao ter uma visão de um comboio a passar pelas suas terras. Foi preso e passou 22 anos prisioneiro, até a data de sua morte. Geronimo nunca retornou à terra
onde nasceu; morreu de pneumonia em Fort Sill, em 1909, e foi enterrado como prisioneiro de guerra.
05 SET
Dr. Jivago
Em 5 de Setembro de 1958 o romance do escritor Russo Boris Pasternak, Dr. Jivago, proibido no seu próprio país é lançado nos Estados Unidos. Filho de um professor de pintura e de uma pianista, teve uma juventude cosmopolita. Estudou filosofia na Alemanha e retornou a Moscovo em 1914, ano em que publicou sua primeira coleção de poesias. Primeiramente próximo do futurismo russo, é principalmente como poeta que Pasternak se tornou conhecido na Rússia. Durante a Primeira Guerra Mundial e no período da Revolução Bolchevique ele ensina e trabalha numa fábrica química dos Urais, o que lhe deu matéria para a sua famosa obra Dr. Jivago anos mais tarde. Pasternak caiu em desgraça com as autoridades soviéticas durante os anos 1930; acusado de subjetivismo, ele conseguiu, no entanto, não ser enviado para os Gulags (campos de trabalho no norte da Rússia para onde eram enviados os dissidentes ao regime). Foi-lhe atribuído o Nobel de Literatura de 1958, mas ele não foi autorizado a recebê-lo por razões políticas. Na Rússia, é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude de o livro Dr. Jivago não ter tido sucesso na antiga União Soviética por falta de divulgação motivados pelas divergências com o regime. É interessante observar, no entanto, que a personagem principal, homónimo ao livro, é, justamente, um poeta que tem problemas com as autoridades soviéticas, embora simpatizante da causa dos deserdados. O Dr. Jivago, é possível afirmar, é um alter-ego do poeta Pasternak. Em 1965, Doutor Jivago foi adaptado ao cinema, por David Lean, com Omar Shariff, no papel principal, Julie Christie e ainda Geraldine Chaplin, o filme arrecadou a maioria dos Óscares de Hollywood desse ano. O filme ficou famoso também pelo tema musical principal da sua grande banda sonora, “Lara’s Theme”. Entretanto, Pasternak não viveu para ver o seu livro adaptado para as telas. Morreu em 1960.
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
06 SET A morte do Sr. Aphartheid
Hendrick Verwoed
Em 6 de Setembro de 1966, o Primeiro-Minis-
tro da África do Sul Hendrick Verwoed,“Arquiteto” da politica do “Aphartheid”(segregação racial), no seu país é assassinado na Cidade do Cabo pelo mensageiro parlamentar Dmitri Tsafendas.
07 SET
Londres não foi a única cidade a ser bombardeada pela Luftwaffe durante a Blitz. Outros centros militares e industriais importantes, como Belfast, Bristol, Cardiff, Coventry, Glasgow, Sheffield, Swansea, Liverpool, Hull, Manchester, Portsmouth, Plymouth e Southampton sofreram intensos ataques aéreos que provocaram um alto número de vítimas. Os alemães fracassaram completamente em atingir o objetivo da Blitz, que seria minar a moral do povo britânico e facilitar uma potencial invasão da Grã-Bretanha. Em maio de 1941, a ameaça da iminente invasão havia passado, e Hitler redirecionou a sua atenção para o leste da Europa, os alemães nunca mais conseguiram bombardear a GrãBretanha em larga escala novamente, continuaram com ataques menores durante a guerra, elevando o número de vítimas civis para 51,509. Em 1944, o desenvolvimento das bombas voadoras V-1 e V-2 permitiram que a Alemanha mais uma vez atacasse Londres, desta vez com armas lançadas a partir do continente europeu. No total, as armas V-1 e V-2 mataram perto de 8,938 civis em Londres e nos deus subúrbios.
08 SET
Nasceu Nova Iorque
O inferno Londrino
Estátua da liberdade
Londres após o ataque da Luftware
Blitz foi um intensivo bombardeamento do
Reino Unido pela Luftwaffe alemã entre 7 de setembro de 1940 e 10 de maio de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. O nome provém da contração popular inglesa da palavra alemã “Blitzkrieg”, ou “guerra relâmpago”. Embora tenha atingido várias cidades na Inglaterra, começou com o bombardeamento de Londres, que se seguiu por 57 noites consecutivas. No final de 1941, mais de 43,000 civis, metade deles em Londres, foram vitimados pelas bombas, e mais de um milhão de casas destruídas ou danificadas apenas na região londrina.
Em 8 de Setembro de 1664 Nova Amesterdão torna-se Nova Iorque O Governador holandês Peter Stuyvesant entrega Nova Amesterdão a um esquadrão naval inglês sob as ordens do Coronel Richard Nicolls. Stuyvesant tinha a esperança de poder resistir aos ingleses, mas era um Governador impopular e os seus súbditos holandeses recusaram colaborar e não se uniram para defender a colónia. Na sequência da sua captura, o nome de Nova Amesterdão foi mudada para Nova Iorque em honra ao Duque de Iorque, que organizou a missão inglesa. Em 1686 Nova Iorque foi a primeira cidade colonial a receber o “Alvará Real”. Após a Guerra Civil Americana a cidade foi a primeira capital da Federação americana.
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FOI HISTÓRIA ...
09 SET 10 SET
O regresso de Vasco da Gama
Vasco da Gama
Em 9 de Setembro o navegador português Vasco da Gama regressa a Lisboa, Portugal após a primeira das suas três viagens à India. Vasco da Gama Navegador português, nasceu em Sines, por volta de 1468, filho ilegítimo de Estêvão da Gama, que esteve ao serviço de D. João II como marinheiro. Vasco da Gama era também um experimentado navegador que já executara várias missões ao serviço de D. João II. D. Manuel I nomeia-o comandante da frota que vai descobrir o caminho marítimo para a Índia. Faziam parte desta expedição três naus e um navio de mantimentos. A frota parte de Lisboa a 8 de julho de 1497 e chega a Moçambique a 2 de março de 1498. Segue depois para Melinde, onde obtém a ajuda de um piloto mouro, acabando por aportar a Calecute, na Índia, em 17 de maio de 1498. Apesar do aparente bom acolhimento, aparecem as intrigas dos comerciantes árabes, que põem em perigo a estadia da frota portuguesa. Em outubro de 1498 tem início a viagem de regresso, dando-se a chegada a Lisboa em a 9 de setembro de 1499. Estava descoberto o caminho marítimo para a Índia há tanto tempo procurado, e era o culminar de tantos anos de esforços. Face aos problemas que entretanto surgem na Índia, Vasco da Gama volta lá em 1502 com uma armada de 20 navios, submetendo Quíloa e fazendo alianças com os reis de Cochim e Cananor, com o que deixa assegurado o domínio português no Oceano Índico. Regressa carregado de especiarias em 1504.Em 1524 D. João III nomeia-o vice-rei da Índia, onde chega em setembro, para lutar contra os abusos existentes que punham em causa a presença portuguesa na região. Vasco da Gama começa a atuar rigidamente e consegue impor a ordem, mas vem a morrer em dezembro desse mesmo ano, sendo os seus restos mortais trazidos para Portugal.
Rolou a última cabeça
Em 10 de Setembro de 1977 a Guilhotina cai pela última vez,na prisão de Beaumets, em Marselha, França, um imigrante tunisino condenado à morte por assassínio, torna-se a última pessoa a ser executada por este método. A guilhotina é um instrumento utilizado para aplicar a pena de morte por decapitação. O aparelho é constituído de uma grande armação reta (aproximadamente 4 m de altura) na qual é suspensa uma lâmina losangular pesada (de cerca de 40 kg). As medidas e peso indicados são os das normas francesas. A lâmina é guiada à parte superior da armação por uma corda, e fica mantida no alto até que a cabeça do condenado seja colocada sobre uma barra que a impede de se mover. Em seguida, a corda é liberada e a lâmina cai de uma distância de 2,3 metros, seccionando o pescoço da vítima. Foi o médico francês Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814) que sugeriu o uso deste aparelho na aplicação da pena de morte. Guillotin considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento ou a decapitação com um machado. Na realidade, a agonia do enforcado podia ser longa, e certas decapitações a machado não cumpriam o seu papel ao primeiro golpe, o que aumentava consideravelmente o sofrimento da vítima. Guillotin estimava que a instantaneidade da punição era a condição necessária e absoluta de uma morte decente. Mas não foi ele o inventor desse aparelho de cortar cabeças, usado muitos séculos antes. Guillotin, na verdade, apenas sugeriu o seu regresso na Revolução Francesa como eficiente método de execução humana. O aparelho serviu para decapitar 2794 “inimigos da Revolução” em Paris. No primeiro projeto de guilhotina havia uma lâmina horizontal. Foi o doutor Louis, célebre cirurgião da época, que preconizou, em um relatório entregue em 7 de março de 1792, a construção de um aparelho com lâmina oblíqua, a única maneira de matar todos os condenados com certeza e rapidez, o que era impossível com uma lâmina horizontal. Calculam-se 15 mil vítimas da guilhotina entre 1792 e 1799. No período do terror, constataram-se 40 mil mortes na guilhotina.
Guilhotina
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12 SET 11 SET A morte de um Ouro negro em líder
Berlim
Atleta norte-americano, James Cleveland Owens nasceu a 12 de setembro de 1913, em Danville, no Alabama, e morreu a 31 de março de 1980, em Phoenix, Arizona, vítima de doença prolongada. Aos nove anos de idade, depois de mudar-se para o Ohio, passou a ser tratado por “Jesse” quando o professor, confundido pela forte pronúncia do jovem, assim o entendeu ao ouvi-lo dizer que se chamava “J. C.”.
“O socialismo não pode ser imposto por decreto: é um processo em desenvolvimento.” - Salvador Allende
Em 11 de Setembro de 1973 Salvador Allende é assassinado. As forças armadas chilenas lideradas pelo golpista Augusto Pinochet levam a cabo um golpe de estado que culmina com a morte do Presidente Allende. Salvador Allende nasceu em 1908, em Valparaíso, no Chile e faleceu a 11 de setembro de 1973. Formou-se em Medicina mas dedicou a sua vida à política. Aderiu ao partido socialista quando este foi fundado em 1933, tornou-se deputado do Congresso em 1937 e foi ministro da Saúde em 1939. Em 1970, decidiu candidatar-se pela coligação Unidade Popular, e concorreu às eleições presidenciais chilenas. Muitos dos analistas políticos da altura temiam a candidatura de Allende, por ela significar a aliança de socialistas, comunistas e outros partidos e grupos de esquerda menos significativos, cujos seguidores mais extremistas preconizavam um desprezo pela “legalidade burguesa”, que consideravam um obstáculo às alterações político-económicas que pretendiam implementar. Como forma de contrariar este medo que se podia generalizar, Salvador Allende frisou, várias vezes, o facto de se pretender vincular a um governo democrático e constitucional, tarefa que lhe foi facilitada pelo facto de os seus apoiantes não serem militantes dos partidos que a coligação englobava. O desejo de Allende era implementar o socialismo de um modo pacífico e legal, aquilo a que chamou “la via chilena”. As eleições realizaram-se a 4 de setembro de 1970, e o candidato da Unidade Popular obteve o maior número de votos (36,6%), deixando o segundo candidato a pouca percentagem de distância (35,3%). Como não houve maioria por parte de nenhum partido, o Congresso teve de nomear o presidente, tradicionalmente o candidato com maior número de votos. A tradição foi respeitada e, a 24 de outubro desse ano, Allende confirmou-se como o primeiro presidente marxista livremente eleito em todo o mundo.
Jesse Owens - Jogos Olimpicos de Berlim 1936
Nos Jogos Olímpicos de Berlim, realizados em 1936, ganhou quatro medalhas de ouro nas seguintes provas: corridas de 100 e de 200 metros, estafeta de 4x100 metros e salto em comprimento, tendo, para esta última, tendo estabelecido uma marca que só seria batida em 1960. As vitórias de Owens, de raça negra, constituíram uma grande humilhação para Hitler que pretendia que os Jogos Olímpicos mostrassem a superioridade da raça ariana. Em 1976, Jesse Owens recebeu, do presidente Gerald Ford, a Medalha da Liberdade, considerada a mais importante condecoração que um cidadão civil norte-americano pode desejar.
13 SET
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destacou. Em grande medida a ele se deve a transição de um estilo de jazz de índole mais folk, para uma forma de arte que destacava a improvisação e a criatividade do solista. Ficaram famosas as suas improvisações de sons vocálicos sem sentido, conhecidas por scatting. Já com um percurso musical distribuído por várias bandas, juntou-se, em 1922, à Oliver’s Creole Jazz Band, em Chicago, na altura o centro do jazz norte-americano, tendo aí permanecido até 1924. Neste ano mudou-se para Nova Iorque, onde tocou na banda de Fletcher Henderson, considerada a melhor banda jazz do seu tempo. A sua atividade musical, crescente em solicitações e em reconhecimento pelo seu talento, incluiu algumas gravações com cantores de blues, tais como Bessie Smith, Clara Smith e Ma Rainey. Em 1925 regressou a Chicago e fundou a sua própria banda, os Louis Armstrong And His Hot Five, aos quais se sucederiam os Hot Seven. Nos dois anos seguintes granjeou o sucesso que fez dele um dos melhores trompetistas de todos os tempos e um cantor de eleição. Neste período destacaram-se temas como “Cornet Chop Suey”, “Heebies Jeebies”, “Potato Head Blues” e “Struttin’ With Some Barbecue”. Em 1928 formou os “Savoy Ballroom Five”, nos quais fez dupla com o pianista Earl Hines. São deste período temas como “West End Blues”, “Weather Bird”, “St. James Infirmary” e “BasinStreetBlues”. Os anos 30 constituíram o período de ouro de Armstrong, tendo liderado várias bandas e gravado temas populares da altura, tal como “I Can’t Give You Anything But Love”, “Ain’t Misbehavin”, “Tiger Rag”, “I’ve Got A Heart Full Of Rhythm” e “Wild Man Blues”. A década de 40 viu a sua popularidade diminuir. Fundou o sexteto All Stars, com o qual tocou em palcos de todo o Mundo. Esta banda notabilizou-se pela postura humorística que tinha em palco. Nos anos destacaram-se temas como “Mack The Knife” (1955), “Hello Dolly” (1964) e “What A Wonderful World” (1967), entre outros. Nos últimos anos da sua vida, o seu nome era conhecido em todo o mundo, não só pelas qualidades de trompetista, mas também por ser um cantor e um artista de entretenimento de eleição. Trabalhou ainda no cinema, tendo participado nos filmes Cabin In The Sky (1943), Jam Session (1944), High Society (1956) e The Five Pennies (1959). Em 1954, editou a sua autobiografia, Satchmo, My Life In New Orleans (1954). Morreu a 6 de julho de 1971, em Nova Iorque.
O rei do Jazz
No meio da ascendência do Rock n Roll o “Rei” do Jazz, trompetista, o norte-americano Louis Armstrong ganha um “Grammy”, um dos prémios mais cobiçados a nível internacional com a música “Hello, Dolly”. Trompetista e cantor negro norte-americano, de origem humilde, Daniel Louis Armstrong nasceu a 4 de agosto de 1901, em Nova Orleães, Luisiana, nos EUA. Enquanto jovem aprendeu a tocar vários instrumentos de sopro, mas foi no trompete que mais se
Louis Armstrong
14 SET Grace Kelly
Grace Kelly
Em 14 de Setembro de 1982 morre num desastre de viação a Princesa Grace do Mónaco, casada com Rainier do Mónaco. Em 1951, na época com 22 anos de idade, Grace Kelly atuou pela primeira vez numa produção cinematográfica, ao lado do ator Paul Douglas, e sob direção de Henry Hathaway, ela participou no filme “Fourteen Hours”. A importância de Kelly no filme era mínima e a sua atuação não chamou a atenção de críticos e diretores cinematográficos. No ano subsequente, a atriz fora convidada pelo diretor Fred Zinnemann a atuar na sua próxima produção, intitulada High Noon. No Western, Grace atuou como Amy Kane, protagonizando o filme ao lado de Gary Cooper. A atuação de Grace no filme foi bem recebida pelos críticos, o que resultou num contrato de sete anos com a MGM juntamente com um salário de oitocentos e cinquenta dólares por semana. No mesmo ano, Kelly fez um teste para atuar no filme Taxi, uma produção da Twentieth Century Fox, dirigida por Gregory Ratoff, que seria lançada no ano seguinte. Ela não conseguiu o papel, mas o seu teste havia chamado a atenção de John Ford, que afirmou que ela tinha “educação, qualidade e classe”. Em 1953, após duas atuações no cinema, ela foi convidada pelo diretor John Ford para atuar em Mogambo, depois de Gene Tierney desistir do papel por motivos pessoais. No papel de Linda Nordley, na primeira produção após assinar contrato com a MGM, Grace Kelly recebeu um Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, além de uma nomeação ao Óscar na mesma categoria. Grace contou a Hedda Hopper que havia três coisas em Mogambo que lhe interessavam: “John Ford, Clark Gable, e uma viagem à África com as despesas pagas”. Ela contou também que se o filme fosse realizado no Arizona ela teria recusado o papel. Após a realização do filme que lhe rendeu o Globo de Ouro, Kelly estreou um programa de T.V. cujo nome era The Way of an Eagle ao lado de Jean-Pierre Aumont, antes de ele ser chamado pelo diretor Frederick Knott para atuar na peça teatral “Chamada para a morte”.
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A mesma peça foi adaptada para o cinema pelo diretor Alfred Hitchcock em 1954. O diretor, que estava à procura de uma atriz para protagonizar o filme, viu o teste que Grace fizera para o filme Taxi, bem como algumas cenas de High Noon, decidiu convidá-la para a produção. As gravações do filme tiveram início em agosto de 1953 e decorreram até o dia 24 de setembro do mesmo ano. O filme é lançado em 28 de maio de 1954, foi bem recebido pela crítica especializada que elogiou sua atuação, afirmando que “ela fez um bom trabalho como a esposa espantada e triste”. Kelly, que fora “emprestada” pela MGM para atuar no filme (produzido pela Warner Bros.), passou a ser referida pela imprensa, a partir de então, como “a musa de Hitchcock”. No ano de 1955, Grace Kelly conheceu Rainier Louis (Príncipe do Mónaco), após concordar em ser fotografada com o ele, durante o Festival de Cannes. Na época do seu primeiro encontro com o príncipe, ela tinha 25 anos e ele 32 e, após uma série de atrasos e complicações, eles encontraram-se uma segunda vez, durante um jantar promovido pelo príncipe na sua casa real. Na ocasião, o príncipe Rainier pediria Kelly em noivado e esta aceitaria. A sua breve carreira, o seu casamento de “sonho” e a sua morte violenta transformaram Grace Kelly num mito. Conhecida principalmente pela sua profissão, atriz e pela sua beleza Grace Kelly foi uma grande estrela do cinema nos anos 50 e 60 do Séc. XX.
15 SET
Ku Klux Klan
Ku Klux Klan
A 15 de Setembro de 1963, quatro raparigas de raça negra são assassinadas em Birmingham, Estados Unidos da América. Um engenho explosivo que rebenta na igreja de um bairro rico de Birmingham, Alabama mata quatro raparigas e feriu dezenas de crentes da Igreja Batista. A bomba de dinamite foi colocada pelo movimento de extrema-direita e racista Ku Klux Klan. O F.B.I. identificou então quatro suspeitos do atentado, no entanto por razões desconhecidas o processo continha várias falhas e o caso foi arquivado. Anos mais tarde com novas perícias e a reabertura do processo os suspeitos foram levados a tribunal, julgados e condenados.
16 SET
Rolls-Royce
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FOI HISTÓRIA ...
Entre os mais conhecidos modelos da Rolls-Royce figuram, sucessivamente, o Silver Dawn (1949), o Silver Cloud (1955), o Silver Shadow (1965), o Silver Spirit (1980) e o Silver Seraph (1998). Entretanto, em 1973, o departamento automóvel da marca havia sido privatizado. Sete anos mais tarde, a Rolls-Royce foi comprada pela empresa Vickers que, em 1998, a vendeu à Volkswagen da Alemanha, passando em 2003 para as mãos da BMW, igualmente uma marca alemã. Esta apresentou no mesmo ano no Salão de Detroit, nos Estados Unidos da América, o modelo Phantom.
17 SET
Muhammed Ali Em 16 de Setembro de 1903, Frederick Henry Royce, fabricante inglês de automóveis, testa com sucesso o primeiro motor a gasolina, com um mecanismo de dois cilindros e uma potência de 10 cavalos. A marca é a mais prestigiada de todos os construtores de automóveis, por muitos é considerado o melhor e o mais luxuoso carro do mundo. A marca britânica de automóveis de luxo Rolls-Royce foi fundada em 1904, em Manchester, pelo aristocrata Charles Rolls (nascido em 1877) e pelo engenheiro Henry Royce (nascido em 1863), e, nesse mesmo ano, lançou o modelo 20 H.P. Henry Royce já produzia automóveis há algum tempo, quando Charles Rolls o foi procurar, em 1903, para criar uma parceria. Este último garantiu ao construtor que venderia todos os modelos que ele fabricasse. A formalização da união entre ambos, contudo, só surgiu em 1906. A marca começou a ter um grande sucesso, assente no facto de produzir vários modelos com motores diferentes, mas muitos elementos comuns. Em 1906, a Rolls-Royce era já reconhecida como uma marca de prestígio pelos seus modelos fiáveis. Nesse ano, lançou o Silver Ghost, projetado para ser o melhor carro do mundo. O nome fez tanto sucesso, que Silver Ghost viria a fazer parte das várias denominações futuras de modelos da marca. O original seria produzido até 1925, tendo chegado às 6173 unidades. Entretanto, Charles Rolls trocou os carros pelos aviões e em 1911 foi o primeiro britânico a atravessar o Canal da Mancha por ar. Anos mais tarde, foi um dos primeiros britânicos a morrer num acidente de aviação. Também em 1911 surgiu a famosa estatueta que a partir daí passou a adornar todos os modelos da marca, sendo colocada na frente do carro. A mulher que a inspirou era Eleanor Thornton, amante de lorde Montagne, um cliente da Rolls-Royce. Entretanto, a partir de 1914 a Rolls-Royce passou também a fabricar motores para aviões, atividade que manteve com muito sucesso até à atualidade. Em 1931 a marca comprou a concorrente Bentley, que estava numa difícil situação financeira e, até 2002, os carros das duas marcas foram sempre praticamente iguais, exceto na grelha e em outros detalhes mínimos.
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utilizando o humor e a inteligência. Exemplo disso foi seu desempenho antes da luta com George Foreman no Zaire. Ali utilizou todo seu conhecimento d pan-africanismo para se colocar como o lutador da África, enquanto Foremam ficou como simbolo da alienação negra americana, episódio este muito bem retratado no filme “Quando Éramos Reis”, de 1974. Ali entrou para história da década de 60 quando se negou a lutar na Guerra do Vietname. “Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?”, com frases como essa Ali demonstrou toda a incoerência da Guerra. Pela sua história de lutador e ativista político Muhammad Ali pode ser considerado uma das maiores personalidades vivas do século XX. Muhammad Ali tem a doença de Parkinson, diagnosticada no início da década de 1980. Em 2010, Ali foi a Israel para tratar a doença. Em 2001, Will Smith interpretou Muhammad Ali no filme Ali. Por diversas vezes anunciou-se a luta entre Ali, o campeão mundial do profissionais, contra o cubano Teófilo Stevenson, campeão mundial dos amadores e campeão olímpico, mas devido a problemas técnicos e políticos essa luta jamais ocorreu. Em 2010 Muhammad junto com a cantora Christina Aguilera fizeram a propaganda em prol das vítimas do terremoto que destruiu o Haiti.
18 SET
New York Times Muhammad Ali - a lenda do boxe.
Muhammad Ali-Haj, nascido Cassius Marcellus Clay Jr. (Louisville, 17 de janeiro de 1942), é um pugilista norte-americano. É mundialmente conhecido não somente pela sua maneira de combater, mas também pelas suas posições políticas. Ali foi eleito “O Desportista do Século” pela revista americana Sports Illustrated em 1999. Nascido no estado do Kentucky, tornouse o melhor lutador de boxe do seu tempo e começou vencendo os Jogos Olímpicos de 1960. Conquistou o título de campeão dos pesos pesados ao derrotar Sonny Liston em 1964. Perdeu o título em 1967 e foi proibido de atuar por três anos e meio por se ter recusado a lutar no Vietname. Recuperou o titulo ao ser reabilitado, mas logo o perdeu para Joe Frazier. Ganhou de novo o título em 1974 ao vencer George Foreman numa luta realizada no Zaire (retratada no documentário “Quando éramos Reis”), perdeu-o em 1978 para Leon Spinks e em seguida retomou-o de Spinks em 17 de Setembro de 1978, tornando-se o primeiro pugilista a conseguir este feito, três vezes campeão. Retirou-se do boxe quando ainda era campeão. Foi o único boxer que até hoje suportou 12 assaltos com o maxilar partido (luta com Ken Norton, em 1973). Converteu-se ao Islamismo (mudando de nome para Muhammad Ali-Haj) e lutou contra o racismo. Muhammad Ali pode ser considerado o primeiro desportista a aliar marketing com política. A forma como promovia as suas lutas até hoje é incomparável, pois tinha a capacidade de criar rivalidades e inimigos
The New York Times, primeiro jornal norte-americano.
O jornal foi fundado em 18 de setembro de 1851 por Henry Jarvis Raymond e George Jones. Raymond também auxiliou na fundação da Associated Press em 1856. Originalmente o jornal circulava, em edições matutinas, todos os dias, menos no domingo. Durante a Guerra Civil Americana o NYT passou a circular também no domingo, juntamente com outros grandes jornais diários da época. Em 1896 Adolph Ochs obteve o controle do jornal quando este atravessou uma má situação financeira. Ganhou seu primeiro Prêmio Pulitzer por reportagens e artigos sobre a Primeira Guerra Mundial em 1918. Em 1919 realizou a sua
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primeira entrega transatlântica para Londres. Palavras-cruzadas começaram a aparecer em 1942. Comprou a estação de rádio de música clássica WQXR no mesmo ano. A seção de moda foi introduzida em 1946. O Times também passou a ter uma edição internacional neste ano, mas parou de publicála em 1967 e juntou-se aos donos dos jornais Herald Tribune e The Washington Post para publicar o International Herald Tribune, em Paris. Uma nova sede para o jornal, um arranhacéu projetado por Renzo Piano, foi construída em 2007, na ilha de Manhattan, em Nova Iorque.
do Recurso Hierárquico (1981), Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas (1983) e Política Externa e Política de Defesa (1985). Freitas do Amaral lança também Do 11 de Setembro à Crise do Iraque (2002) onde critica os atropelos da Administração de George W. Bush ao Direito Internacional. Aspetos jurídicos da empreitada de obras públicas (2002) é outra das suas obras que publicou juntamente com Fausto de Quadros e José Carlos Vieira de Andrade. A 12 de março de 2005 ingressou no XVII Governo Constitucional, de maioria socialista, como ministro de Estado e ministro dos Negó-
20 SET 19 SET A Grande Viagem
Freitas do Amaral Presidente da ONU
Freitas do Amaral no mais alto posto da ONU.
Freitas do Amaral é eleito Presidente da Assembleia-Geral das Nações Undidas Político e professor universitário português, nasceu em 1941 na Póvoa de Varzim. Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1963, e nela se doutorou quatro anos depois. Lecionou Direito Administrativo na mesma universidade e, em 1977, tornou-se também professor da Universidade Católica Portuguesa. Foi um dos fundadores do Centro Democrático Social (CDS), em 19 de julho de 1974, atualmente designado Partido Popular (PP). Em 1977-1978 foi o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros e, entre 1981 e 1983, presidiu à Federação Europeia das Democracias Cristãs. De janeiro de 1980 a janeiro de 1983 desempenhou cargos de ministro da Defesa Nacional e de vice-primeiro-ministro nos três governos da Aliança Democrática (AD). Em 1986 foi candidato à Presidência da República, apoiado pelo seu partido e pelo PSD, acabando por ser derrotado tangencialmente por Mário Soares na segunda volta das eleições. Veio depois a ocupar o mais alto cargo internacional desempenhado por um cidadão português. É eleito Presidente da Assembleia-Geral da Nações Unidas em1995 cargo que ocupou até 1996. No entanto, não pôde realizar alguns dos seus projetos devido à crise político-financeira atravessada pela organização. Entre outros estudos na sua área de especialidade, escreveu O Caso do Tamariz (1965), A Utilização do Domínio Público pelos Particulares (1965), A Execução das Sentenças pelos Tribunais Administrativos (1967), A Responsabilidade da Administração no Direito Português (1973), Comentário à Lei dos Terrenos do Domínio Hídrico (1978), Conceito e Natureza
Fernão de Magalhães parte em 20 de Setembro de 1519 para a sua grande viagem “A Circum-navegação da Terra”. Navegador português, ao serviço de Castela na época dos Descobrimentos, nasceu em 1480, provavelmente em Trás-os-Montes, segundo muitos autores em Sabrosa, município do distrito de Vila Real. Morreu bem longe dali, a mais de 15 000 quilómetros, na ilha de Mactan, no arquipélago das Filipinas, a 27 de abril de 1521. Sem honra nem glória, durante muito tempo com a sua memória esquecida. O seu diário de bordo e as suas anotações desapareceram depois da sua infeliz ingerência nas guerras tribais na ilha de Mactan, incidente que lhe tirou a vida, às mãos do régulo nativo LapuLapu. Acabava assim um périplo que cobrira já dois longos oceanos e um sem número de infortúnios, problemas, mortes e revoltas en-
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tre os seus subordinados. Chegar às Filipinas foi complicado, quase dois anos depois de ter zarpado de Sanlúcar de Barrameda (Espanha), a 20 de setembro de 1519. Capitaneava uma armada de cinco navios (Trinidad, San Antonio, Concepción, Victoria e Santiago), à frente de 234 homens. Uma armada que se resumiria, no fim da viagem de circum-navegação completa ao mundo, a uma embarcação (Victoria), outro comandante, Sebastião Del Cano, e a apenas dezoito homens (incluindo Del Cano). Mas esquecidos de Magalhães, com exceção de um italiano que seguiu na armada de 1519, António Pigafetta, que nos deixou relatórios impressionantes mas autênticos das jornadas intercontinentais do navegador português e dos seus últimos dias. Tudo começou em 1517, quando aquele nobre português, depois de uma carreira de subalternidade, sem brilho nem grandes feitos pessoais, ao serviço de D. Manuel, na Ásia como na África, ofereceu as suas armas e préstimos ao rei de Espanha, Carlos V. Apesar de no anonimato de um subordinado, Magalhães ganhou vasta experiência militar e náutica nas suas andanças pelo Oriente. Em 1505, depois de ter sido educado na corte portuguesa, partiu para a Índia na poderosa armada de D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei da Índia (1505-1509), a qual tinha como missão afastar as frotas turcas dos mares da região – o que se conseguiu, até 1538. Depois da partida do vice-rei, em 1509, sempre animado pelo forte desejo de conhecer as terras a Oriente (percorreu vastos territórios do subcontinente indiano e da África oriental) e principalmente as terras das Especiarias (Molucas, Sunda, Celebes), acompanhou D. Diogo Lopes Sequeira na malograda expedição (naufrágio) a Malaca, ainda naquele ano de 1509. Permaneceu no Oriente até 1513, tendo-se tornado amigo do feitor das Molucas, Francisco Serrão, junto do qual apurou os seus conhecimentos acerca dessas ilhas, das suas
Fernão de Magalhães liderou a primeira viagem de Circum-navegação.
famosas especiarias e das rotas adjacentes. Na sua estada no Extremo Oriente, participou ainda na tomada de Malaca por D. Afonso de Albuquerque, em 1511, um ano depois de ter sido promovido a capitão. Em 1513 regressou a Portugal, tendo sido destacado para Marrocos, onde participou em várias expedições, numa das quais, a Azamor, em 1514, foi ferido num joelho, regressando a Lisboa. Atrás de si vinha uma fama menos consentânea com a sua posição, acusado de ganância e poucos escrúpulos. Não se sabe se por tal motivo ou se por outro que desconhecemos, o certo é que D. Manuel I lhe recusou um aumento de 100 reais na tença anual que lhe pagava. Com uma imagem não muito boa junto do monarca português, afigurava-se difícil a sua anuência para outro projeto que há muito acalentava: o de atingir as Molucas por Ocidente, solução que considerava mais rentável e segura que a rota do oriente via Índia-Malaca, repleta de muçulmanos e piratas hostis aos Portugueses e seus interesses. Depois de várias recusas de D. Manuel I (também de uma nau para a Índia), Magalhães dirigiu-se a Sevilha para “vender” o seu projeto ao rei de Espanha, Carlos V. Foi acompanhado de Rui Faleiro, português. A Carlos V propôs Magalhães não apenas atingir as Molucas por Ocidente mas acima de tudo provar que aquelas ilhas não estavam dentro da área de jurisdição portuguesa defendida no Tratado de Tordesilhas (1494) mas sim em mares “espanhóis”. Além disso, a viagem decorreria sempre em águas espanholas. Apesar de algumas reticências, Carlos V aceitou o projeto, confiando a Magalhães uma frota de cinco navios, 234 homens e 480 toneladas em navegação. Com muitas peripécias e uma rutura de relações com Faleiro, a armada de Magalhães saiu de Sanlúcar de Barrameda a 20 setembro de 1519, depois de lhe nascer o primeiro filho e de sua mulher esperar outro, que o altivo navegador nunca conheceu. Sua mulher era D. Beatriz Barbosa, filha de um amigo português de Sevilha, Diogo Barbosa, antigo companheiro no Oriente, muito influente naquela cidade espanhola, pai de Duarte Barbosa, que rumou com Fernão na fatídica viagem, que o seria também para ele (Duarte foi morto em Cebu, Filipinas, uns dias antes de Magalhães). Beatriz morreria antes da chegada dos 18 cadáveres vivos em 1522, sobreviventes da viagem de Magalhães. Tentouse o seu regresso a Portugal, com aumentos de tença, entretanto, mas Magalhães recusou sempre. A viagem de circum-navegação começou bem, atingiu rapidamente a América do Sul (novembro), depois de escala nas Canárias. Em fevereiro de 1520 passaram no Rio da Prata, chegando a S. Julián, na Patagónia, mais a sul, em março. Começariam aqui os maiores problemas da viagem, ou melhor, acabaria a bonança da mesma. Seis meses ficaram ali retidos, para passar o inverno. Mas estalaram revoltas e motins, perdendo-se ainda Santiago. Depois vem a procura do estreito, que receberia o nome de Magalhães, no extremo sul da América, região de “mau navegar”. Passado este (38 dias) e o desaparecimento de mais uma nau (provando-se que uma rota pelo estreito seria péssima), após motins e tempestades, atingiu-se o Pacífico, assim batizado por Magalhães, pelas suas calmarias. Demorou quatro longos meses a atravessar, com muitas mortes (escorbuto), fome e as célebres “nebulosas de Magalhães”, diminuindose cada vez mais a tripulação. Chegou-se às ilhas Marianas (ou dos “Ladrões”), depois veio a emboscada de Lapu-Lapu, em Mactan, nas Filipinas. Aí, sobreveio a morte, de um navegador português ao serviço de Espanha.
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21 SET
Herbert George Wells
cer triviais aos olhos dos críticos e filósofos mais desatentos, mas o núcleo, a essência da Ficção Científica tornou-se crucial para a nossa salvação, se é que vamos ser salvos de todo. ” - Isaac Asimov Destacam-se, de entre os numerosos livros que publicou, The Time Machine (A Máquina do Tempo, 1895), The Island of Doctor Moreau (A Ilha do Doutor Moreau, 1896) e The War of the Worlds (A Guerra dos Mundos,1897),todos eles também adaptados ao cinema.
22 SET
Guerra Irão / Iraque
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FOI HISTÓRIA ...
nominada Příbor, na República Tcheca. Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose como forma de acesso aos conteúdos mentais no tratamento de pacientes com histeria. Ao observar a melhoria de pacientes de Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da doença era psicológica, não orgânica. Essa hipótese serviu de base para seus outros conceitos, como o do inconsciente. Freud também é conhecido por suas teorias dos mecanismos de defesa, repressão psicológica e por criar a utilização clínica da psicanálise como tratamento da psicopatologia, através do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava que a desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana, assim como suas técnicas terapêuticas. Ele abandonou o uso de hipnose em pacientes com histeria, em favor da interpretação de sonhos e da livre associação, como vias de acesso ao inconsciente. Suas teorias e o seu tratamento com os pacientes foram controversos em Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. As ideias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.
25 SET
Estado Novo
António Oliveira Salazar
Herbert George Wells
Escritor inglês, de nome completo Herbert George Wells, nascido em 21 de Setembro de 1866 e falecido em 1946, teve uma infância difícil mas foi um autodidata incansável, conseguindo licenciar-se em Ciências pela Universidade de Londres. É considerado um dos pioneiros da ficção científica. A sua obra revela fé no progresso técnico. O inicio do “período dourado” do género deu-se já no século vinte, nos finais de 1920 e muito graças ao crescimento das revistas Pulp, dedicadas exclusivamente á Ficção Científica e fortemente influenciadas pelas populares obras de H. G. Wells e pelos avanços tecnológicos da altura que permitiam a chegada por exemplo de novos aparelhos a casa das famílias americanas e que anunciavam um futuro bastante promissor para a sociedade. A primeira série de revistas Pulp foi a Astounding Science-Fiction liderada pelo editor/autor John Campbell. Campbell foi de importância capital para o crescimento do género, sendo que o próprio Assimov o considerou como “A força mais poderosa de sempre na Ficção Científica”. Com o crescimento das histórias de Campbell nasceram outras revistas Pulp como a Galaxy e The Magazine of Fantasy and Science Fiction. Posteriormente com o final de Segunda Guerra mundial e com o crescente uso da ciência no campo bélico (armas nucleares) as temáticas das revistas Pulp começaram a mudar. O mundo entrava agora num clima de Guerra Fria e exploração Espacial e a Ficção Científica acompanhava os acontecimentos. Com esta mudança de filosofia e com uma nova paleta de medos a Ficção Científica ganha um novo grupo de seguidores e novos autores começam a surgir; estamos no período de Stanislaw Lem, Isaac Assimov, Phillip K. Dick, George Orwell. A partir deste momento a Ficção Científica assume-se como um género sério e adulto que se utiliza a si mesmo para poder camuflar as suas sátiras e as suas opiniões acerca da sociedade moderna. “Histórias de Ficção Científica podem pare-
A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar desde 1980 a 1988 entre o Irão e o Iraque. Foi o resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. Os Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, apoiavam o Iraque. Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilômetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência. Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Shatt-al-Arab (que controla o porto de Bassora), a reapropriação de três ilhas no estreito de Ormuz (tomado pelo Irão em 1971) e a cessão de autonomia às minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, em 22 de Setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão. Os confrontos provocaram milhares de mortos nas duas partes, milhares de civis desalojados e deslocados, praticaram-se genocídios e utilizaram-se armas químicas em larga escala.
24 SET Sigismund Freud
USS Enterprise
23 SET
Sigismund Freud
A 23 de setembro de 1939, morre em Londres Sigismund Schlomo Freud , mais conhecido como Sigmund Freud, formou-se em medicina e especializou-se em Neurologia, tendo logo a seguir criado a Psicanálise. Freud nasceu numa família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco. Atualmente a localidade é de-
Em 25 de Setembro de 1933 é criado o Secretariado da Propaganda Nacional, durante o “Estado Novo” de Oliveira Salazar. António Ferro continua a ser uma figura incontornável para a compreensão das políticas culturais em Portugal. A cultura tornou-se com ele não apenas num veículo de propaganda, mas sobretudo um eficaz instrumento de controlo social. Ao contrário do que se afirma, a sua principal preocupação não era a criação e difusão das ideias do regime, mas a criação de meios de ocupação dos “tempos livres” dos portugueses. Estes constituíam num tempo potencialmente perigoso para o poder se não fosse organizado. Homem de Cultura, escritor e fundador da revista “Orpheu”, viajado e conhecedor da Politica Internacional, a ascensão do “movimento fascista” na Itália e na Alemanha foi acompanhada de perto por Ferro, que era uma das companhias preferidas do Presidente do Concelho. Toda uma politica securitária e nacionalista foi arquitetada por António Ferro. A contribuição mais significativa de António Ferro foi, ter mostrado que as múltiplas manifestações culturais podiam ser organizadas de modo a predisporem os indivíduos para certas formas de comportamento e pensamento espontâneo.
26 SET USS Enterprise Em 24 de Setembro de 1960, é lançado ao
mar o Porta-Aviões mais importante dos Estados Unidos, o U.S.S Enterprise O Porta-Aviões U.S.S. Enterprise (CVN-65) foi o primeiro porta-aviões com propulsão nuclear a ser utilizado pela Marinha Americana. Com os seu 342 metros de comprimento é maior barco em operações militares do mundo. A sua retirada do ativo está prevista para ocorrer em 2014-2015.
Levi-Straus Em 26 de Setembro de 1902 morre o empresário norte-americano Levi-Straus, conhecido como o criador dos “Jeans”. Homem de negócios, multifacetado, ficou na história por procurar um tecido mais resistente para os operários fabris, mineiros e construção em geral. Esse tecido resistente, lavável e de longa duração chegou até aos nossos dias mantendo
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FOI HISTÓRIA ...
a sua reputação, mas ultrapassando, os seus aspetos morfológicos, os “jeans” entraram no mundo da “Moda” e no seu uso no quotidiano moderno com o “Pronto a Vestir”.
Etiqueta usadas nas calças da marca.
27 SET
Judy Garland
Judy Garland
Em 27 de Setembro Judy Garland estrela maior
de Hollywood assina o seu primeiro contrato com a produtora “Metro Goldwin-Mayer”. Atriz norte-americana, Judy Garland, de nome verdadeiro Frances Ethel Gumm, nasceu a 10 de junho de 1922, nos Grandes Rápidos, Minnesota, e morreu a 22 de junho de 1969, em Londres, vítima de uma dose excessiva acidental de comprimidos para dormir. Começou no cinema com o filme The Big Revue (1929) e mais dois ou três filmes em que o seu nome não faz parte do elenco. Só em 1936 é que chamou a atenção pelo seu trabalho em Pigskin Parade (Diabruras de Estudante, 1936), Every Sunday (1936), The Broadway Melody of 1938 (Maravilhas de 1938, 1937) e Love Finds Andy Hardy (Andy Hardy Apaixona-se, 1938). Formou uma equipa de sucesso com o então jovem Mickey Rooney nos filmes Thoroughbreads Don’t Cry (Nasceu um Gentleman,1937), Babes in Arms (De Braço Dado, 1939) e Girl Crazy (Doidinho Por Saias, 1943). Mas foi o seu papel de Dorothy Gale no filme The Wizard of Oz (O Feiticeiro de Oz, 1939) que a elevou à categoria de estrela e a fez ganhar o Óscar Juvenil em 1940. Foi neste filme que teve a oportunidade de cantar a sua mais famosa canção, “Over the Rainbow”, hoje considerada pelos americanos como a mais emblemática do século XX. Seguiram-se então uma série de típicos musicais da Metro Goldwyn como For Me and My Gal (O Prémio do Teu Amor, 1942), com Gene Kelly, Meet Me in Saint Louis (Não Há Como a Nossa Casa, 1944), Ziegfeld Follies (As Mil Apoteoses de Ziegfeld, 1946), Till the Clouds Roll By (1947), Easter Parade (Quando Danço Contigo, 1948), Words and Music (1948), The Pirate (O Pirata dos Meus Sonhos,1948). Durante este
período tornou-se dependente de barbitúricos para dormir, para acordar e para manter o peso que seriam mais tarde responsáveis pela sua morte. Foi casada com David Rose e depois com o realizador Vincente Minnelli, em 1945, de quem teve a filha Liza Minnelli. A sua cada vez maior dependência das drogas levou-a a ter um comportamento instável que resultou na rescisão do contrato por parte da MGM em 1950 e no divórcio com Minnelli em 1951. Judy Garland casou-se com o produtor Sidney Luft, de quem teve os seus dois filhos Lorna e Joseph, que foi responsável pelo seu regresso, produzindo A Star Is Born (Assim Nasce Uma Estrela, 1954), do realizador George Cukor, o filme em que Judy Garland teve uma participação brilhante, para muitos a melhor da sua carreira e que lhe valeu uma nomeação para o Óscar da Melhor Atriz. Nos anos 50 e 60, Judy Garland desenvolveu também a sua carreira de cantora, fazendo digressões pelo país ao mesmo tempo que participava em filmes e iniciava o seu próprio programa de televisão, The Judy Garland Show em 1963. O seu disco Judy Garland at Carnegie Hall (1961) recebeu cinco Grammy’s e ficou no topo de vendas durante meses. O filme Judgment at Nuremberg (Julgamento de Nuremberga, 1961) foi responsável pela sua segunda nomeação para os Óscares, desta vez na categoria de Melhor Atriz Secundária em 1962. O seu último filme para o grande ecrã foi I Could Go On Singing (Triunfo Amargo, 1963). Em 1965, Judy Garland divorciou-se de Sidney Luft para casar com o ator Mark Herron, de quem se divorciou em 1967 ao descobrir que este era homossexual. Casou-se com o “manager” Mickey Deans em março de 1969, apenas três meses antes da sua morte a 22 de junho desse mesmo ano. Judy Garland foi considerada uma atriz e cantora de grande talento e uma vítima do star system de Hollywood.
28 SET
Brigitte Bardot
Atriz francesa nascida em 28 de Setembro de 1934, em Paris. Filha dum rico industrial, estudou ballet durante a sua infância. Com apenas 15 anos, foi convidada para ser manequim e, em 1950, a revista Elle já a colocava na sua capa. Em 1952, casou-se com o realizador Roger Vadim com quem manteria um casamento muito mediático. A sua beleza não passou despercebida aos produtores cinematográficos franceses e, em 1952, fez a sua estreia no filme Le Trou Normand (1952) de Jean Boyer. Gradualmente, tornou-se num dos maiores símbolos sexuais gauleses, muito devido ao sucesso de filmes que exploraram a sua imagem física: Le Portrait de Son Père (1953), Un Acte D’Amour (1953) e Tradita (1954). Protagonizou, ao lado de Dirk Bogarde, a comédia britânica Doctor at Sea (Uma Garota a Bordo, 1954), antes de surgir no elenco do épico de Hollywood Helen of Troy (Helena de Troia, 1956). Impressionados pelo seu sex-appeal, os produtores da Warner Bros. ofereceram-lhe um contrato de sete anos, que Bardot recusaria. Foi o seu marido quem lhe deu a oportunidade de se tornar uma estrela à escala mundial, filmando-a admiravelmente em Et Dieu ...Créa la Femme (E Deus Criou a Mulher, 1956). Este melodrama com uma leve atmos-
30 SET
A morte de um rebelde
Brigitte Bardot
fera erótica fez de Bardot o objeto de desejo de muitos homens e projetou a carreira internacional dos seus co-protagonistas, o alemão Curt Jurgens e o francês Jean-Louis Trintignant. Apesar do sucesso, Bardot mostrou-se pouco inclinada a aceitar prosseguir a sua carreira em Hollywood, continuando a filmar em França. Os êxitos sucederam-se: Une Parisienne (1957), La Femme et le Pantin (1959), ao lado do ator português António Vilar, e Vie Privée (Vida Privada, 1961), de Louis Malle. Após o fracasso de Le Mépris (O Desprezo, 1963), de Jean-Luc Godard, a estrela de Bardot empalideceu um pouco. Continuaria a filmar até 1973, ano em que se despediu do cinema com L’Histoire Très Bonne et Très Joyeuse de Colinot Trousse-Chemise (1973). Desde então, retirou-se iniciando paralelamente uma luta ativa a favor dos direitos dos animais.
29 SET
Mafalda
Mafalda, a personagem mais conhecida de Quino.
Mafalda, a Contestadora. Em 29 de Setembro de 1964, a personagem que conquistou a América Latina apareceu pela primeira vez num jornal semanário argentino. Originalmente, o “Cartoonista” Quino tinha criado a personagem para uma campanha publicitária, a ideia foi recusada e o autor redefiniu o caráter de Mafalda e começou a editar os pequenos quadradinhos numa tira do jornal. Mais tarde a popularidade de Mafalda ultrapassou as fronteiras da Argentina tornando-se, uma das personagens de B.D. mais conhecidas em todo o mundo.
James Dean
Ator norte-americano, de nome completo James Byron Dean, nascido a 8 de fevereiro de 1931, em Marion, e falecido a 30 de setembro de 1955, em Cholame, vítima de um acidente de automóvel. A sua imagem continua a ser um símbolo da juventude rebelde e idealista. Aos 9 anos, com a morte de sua mãe, foi educado pelos tios. Após concluir os estudos, instalou-se em Los Angeles, onde chegou a matricular-se no Curso de Direito, tendo desistido pouco depois. Juntou-se a um workshop liderado pelo ator James Whitmore, a que se seguiu uma participação na série televisiva de cariz religioso Family Theatre (1951). Fez depois figurações nos filmes Fixed Bayonets (1951), Sailor Beware (1952), Has Anybody Seen My Gal? (1952) e Trouble Along the Way (1953). Decidido a mudar de ares, foi para Nova Iorque, onde se matriculou no Ator’s Studio. Aí deu razão toda a sua rebeldia, tendo sido chamado a protagonizar a peça Beat the Clock (1954). Mas foi a forma como interpretou o papel de chantagista árabe na peça The Immoralist (1954) que mostrou como a sua carreira no cinema seria promissora. Elia Kazan sentiu que Dean era um ator à imagem de Marlon Brando e apostou nele para protagonizar East of Eden (1955), uma adaptação do romance de John Steinbeck, onde deu corpo a Cal, um jovem irrequieto em permanente conflito interior que busca conquistar a aceitação do pai. O filme foi um sucesso absoluto, catapultando a carreira de Dean, que foi nomeado para o Óscar de Melhor Ator no seu filme de estreia como protagonista e levando a Warner a propor-lhe um contrato de sete anos. Seguiu-se Rebel Without a Cause (Fúria de Viver, 1955), um título que ganharia aura de culto, especialmente entre o público adolescente e juvenil que olhava para Dean como um ícone. Quase em simultâneo, integrou o elenco do épico The Giant (1956), representando a personagem Jett Rink, um operário que singra na vida a ponto de se tornar um magnata do petróleo. Findas as rodagens deste título, Dean procurou tirar uns dias de folga para se dedicar à sua grande paixão: a velocidade. Num cruzamento, embateu lateralmente noutro veículo e despistou-se, tendo morte imediata. A sua morte provocou ondas de comoção nos Estados Unidos e coincidiu com a estreia comercial de Fúria de Viver.
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Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves | SETEMBRO 2013
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Aconteceu...
in METRONEWS - Sex 26 Jul 2013
Terminou no passado dia 20 de julho, no Largo Dr. Couto, em Mangualde, a iniciativa “Em quarto crescente… noites de encontro com as artes em mente”. Esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Mangualde em parceria com as Bibliotecas Escolares e Municipal de Mangualde e Maria Aguiar, revelou-se um sucesso sempre com a assistência repleta. A entrada foi livre e durante toda a semana decorreram vários momentos de leituras, pintura e desenho ao vivo, música, livros, cafetaria, workshops, exposições e teatro. Nesse sentido foi plenamente dinamizado o espaço noturno da cidade num ambiente de café concerto, onde estiveram presentes as diversas artes, desde a literatura, à música, às artes plásticas e ao teatro. Com uma programação pensada para todos os públicos, e envolvendo a comunidade através de diversas temáticas e atividades, o Largo Dr. Couto foi o centro da animação na noite da cidade. No encerramento, o evento contou com a realização de um graffiti do artista Zela, na Rua Primeiro de Maio.
22h00 a Noite de contos com Graça Magalhães, Carlos Paixão e Carlos Pais. Ao piano esteve Marina Pereira. Pelas 23h00 ouviu-se o Duo Francisco e Filipa.
Universidade Sénior, as Memórias do Colégio com Mª Arminda, Mª Luísa, Chico Nuno, Branca Carolino e Jorge Correia, e os Unexpected. Pelas 23h00 subiu ao palco o Duo Alma do Luso.
A 16 de julho o lema foi a CADERNETA DE CROMOS e em destaque esteve o Futebol. Pelas 19h00 realizou-se o Workshop de Artes Manuais, dinamizado pela equipa da Biblioteca Municipal e Graça Almeida e, pelas 21h30 teve lugar «A música por palavras…» por Maestro João Pe-
Na quinta-feira, dia 18, o tema foi A QUE SABE A LUA?, com o destaque: Culinária, Vinho e Magia. O Workshop de Cerâmica com Maria do Amparo decorreu pelas 19h00 e às 21h30 realizou-se um Show Cooking e apresentação de vinhos. Um momento de magia iluminou o Largo Dr. Couto
No arranque, no dia 14 de julho, o lema foi um SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, onde estiveram em destaque Biografias. Pelas 21h30 decorreu a cerimónia de abertura desta semana com um Espetáculo de Luz e Som e logo após a peça Visitas bem passadas pelo Teatro Zunzum. Pelas 22h30 começou a Noite de Fados com o dro Rodrigues. Pelas 22h00 realizouGrupo de Fados de Mangualde. se o «Futebol e Cultura» com Abílio Travessas e às 23h00 atuou a Banda No dia 15 de julho o lema foi UMA Gloom. MÃO-CHEIA DE HISTÓRIAS e estiveram em destaque Contos e Lit- No dia 17 de julho o lema foi VIAGENS eratura Infantil. Às 19h00 decorreu NA NOSSA TERRA e em destaque eso Workshop de ilustração – Luís teve «História e autores locais». PeAlmeida, pelas 21h30 a apresen- las 19h00 realizou-se o Workshop tação do livro: “Uma mão-cheia de de Dança com Helena Couto, pelas histórias” com Li Li & Ri Ri e pelas 21h30 atuaram os Cantar Sénior da
com Henrique Adrião pelas 22h00. Pelas 23h00 ouviu-se os Alcatuna. No dia 19 o tema foi É SEXTA-FEIRA… com destaque para a Poesia e Teatro. Assim, pelas 19h00 decorreu o Workshop de Teatro com Maria Aguiar. Pelas 21h30 subiu ao palco a apresentação da Amarte – «Amá-la com estórias» do Teatro Zunzum. Pelas 22h00 foi a vez do Ensino Articu-
lado da Música e a «Noite dos Anos 80» arrancou pelas 23h00 com vários DJs. A noite de encerramento, a 20 de julho, foi a NOITE DO ROMANCE. O Workshop de Escrita Criativa com Maria Aguiar teve lugar pelas 19h00. O Clube de Leitura da Biblioteca Municipal de Mangualde, que se realizou pelas 21h30, contou com a presença de Luís Miguel Rocha. Às 22h00 assistiu-se ao Recital de Piano de Sara Mendes e pelas 23h00 realizou-se a Festa de
Encerramento – Em Lua Cheia- que contou com a projeção de imagens aleatórias e fogo-de-artifício. A organização contou com a colaboração de Daniel Barreiros, José Figueiredo, Pedro Zela, Livraria Adrião, Maria do Amparo, Pastelaria Princesa do Castelo, Pastelaria Cinderela, Pastelaria do Patronato, Booktailors, Amarte, Mazur, ACCIG e o apoio da Konica Minolta.
SETEMBRO 2013 | Biblioteca Municipal Dr Alexandre Alves
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scriptum
“Um clássico é um livro que não precisa ser lido outra vez.” Carl Van Doren
em outubro Aprender em Festa 2013 Leituras enfeitiçadas Última semana de outubro
dia 31 de outubro
é uma iniciativa do Cine Clube de Viseu (CCV) que, através da parceria com a Biblioteca Municipal de Mangualde, tem lugar anualmente em Mangualde. O projeto destina-se aos alunos, professores, educadores e outros agentes educativos, apresentando um programa diversificado de sessões de cinema. Pretendese envolver a comunidade escolar nas atividades do projeto Cinema para as Escolas do CCV num mês em que se comemora em mais de 50 países o Dia Internacional da Animação (28 de Outubro), festa a que aderem também várias cidades portuguesas.
Atividade de promoção da leitura a partir do
Aprender em Festa 2013
tema do Halloween, evento tradicional e cultural dos países anglo-saxónicos que remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã- Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d. C.. Os Estados Unidos popularizaram a comemoração com as famosas abóboras e a frase “Gostosuras ou Travessuras”. As Bruxas, que povoam o mundo dos contos da literatura infantil também caraterizam atualmente esta festividade, pelo que neste serão não faltarão leituras enfeitiçadas, disfarces e bruxarias inofensivas.
16º Aniversário da Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves - 22 de Novembro
O 16º Aniversário da Biblioteca Municipal será assinalado com diversas atividades ao longo da
semana divulgadas em programa específico para o efeito.
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Top 5 Adultos 1.º Memorial do convento 2.º A filha do Papa 3.º O sentimento de si: o corpo, a emoção e a neurobiologia da consiência 4.º Corto Maltese: a balada do mar salgado 5.º Os caçadores de mamutes
Top 5 Infanto - Juvenil 1.º História comrecadinho 2.º As Melhores histórias de Oscar Wilde 3.º Lendas de Portugal 4.º A princesa e a ervilha: e outros contos 5.º 28 histórias de rir
A Câmara Municipal de Mangualde e AMARTE – Associação pelo Movimento, Arte e Terapia, assinaram um protocolo de parceria que visa promover a formação em arte, a promoção da saúde pela arte e a promoção de eventos culturais e artísticos. Assim, e a partir do próximo mês de setembro, Mangualde terá a oportunidade de conhecer novas abordagens, novos estilos, criações culturais e explorar novas formas de comunicação através da arte e da cultura.
A atuação da AMARTE prende-se com três grandes vertentes: formação em arte, promoção da saúde pela arte e promoção de eventos culturais e artísticos. A oferta de formação permanente abrange idades dos 3 aos 99 anos e passa por várias técnicas de dança, teatro e uma oficina de pais para leitura em família. De uma forma permanente, a AMARTE oferece terapia mediada pela arte nas expressões musical, corporal e lúdica e
pontualmente outras atividades como ateliers e workshops de várias áreas. Associação pelo movimento, arte e terapia A AMARTE foi oficialmente apresentada à comunidade mangualdense na noite de 19 de julho, enquadrada no programa “Em Quarto Crescente... Noites de Encontro com as artes em mente”, onde participou com workshops de dança contemporânea, teatro e escrita criativa. A associação, sem fins lucrativos, desenvolverá a sua atividade na Biblioteca Municipal de Mangualde, que é sua parceira nesta missão de promoção, crescimento e desenvolvimento da pessoa, da arte e da cultura através da formação, organização de eventos artísticos e culturais e da terapia. Todo o programa está disponível na página www.amarte-assoc.pt