ioAtivo Nº 7 | Março de 2012
Farma Júnior
Anvisa proíbe uso de Aloe vera em alimentos e gera polêmica
A babosa, muito nutilizada em cosméticos e como aditivo de aromatizante, pode possuir agentes cancerígenos pág. 4
Nova direção e novos membros na Farma Jr. págs.3 e 4
O iogurte que nem todo mundo conhece pág.6
Juliana Ract: inesperadamente professora: pág.7
Editorial
A diretoria 2011 se despede da Farma Jr.
Expediente
Farma Jr. Projetos e Consultoria Farmacêutica Gestão 2012
Olá Leitor,
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Após um ano de muita experiência, a gestão 2011 se despede preparada para encarar os desafios do mercado de trabalho. Somos suspeitos para falar, mas a Farma Jr.com certeza fez a diferença. Balanços financeiros, planos de mídias, exercício da liderança, organização do tempo, organizar um planejamento estratégico... Você já se imaginou fazendo isso ainda na graduação? Para todos os diretores da Farma Jr., essas atividades fazem parte do cotidiano e compõem o conhecimento administrativo necessário para uma carreira de sucesso, mas não contemplado nas salas de aula. Muitas vezes, ficamos desanimados com o nosso curso, pois todos sabemos que pode ser muito cansativo e difícil. Uma atividade extra-curricular é sempre uma motivação a mais, pois você conhece novas pessoas, supera novos desafios e adquire responsabilidades. Sabemos que só ter uma boa faculdade não é garantia de sucesso. Afinal, além de todos os seus companheiros de sala, há inúmeras pessoas de outras faculdades interessadas na mesma vaga que você. E qual é o seu
diferencial? Por experiência própria, sabemos que o diferencial é decisivo tanto na conquista do primeiro estágio, como no decorrer da sua vida profissional. Realizamos atividades que gerentes de grandes empresas também realizam. Somos treinados para tomar decisões, prever riscos, trabalhar em equipe, presidir uma empresa. Alguém duvida que isso é um diferencial? Para nos despedirmos, deixamos aqui nosso agradecimento aos outros diretores: sem eles não teríamos sido uma gestão tão completa e que teve tantos resultados. E claro, aos trainees e consultores: sem a dedicação e comprometimento deles, nunca conseguiríamos realizar os projetos com tanto empenho.
Diretoria: Jéssica Rocha, Jessyca Kuba, Juliana Medeiros, Marcos Moretto, Paulo Souza, Thais Mikami, Vivian Borali. Responsável pela BioAtivo: Marcos Moretto. Presidente: Vivian Borali. Endereço: Av. Prof. Lineu Prestes, 580 - Centro de Vivência, sala 14, Cidade Universitária. Contato: (11) 7175-4879 // farmajr@usp.br Produzido por:
Jornalismo Júnior ECA-USP
Por isso, participem da Farma Jr.!
por Beatriz Claudino Souza (Presidente da gestão 2011 e Conselheira da Gestão 2012) e Tamyres Martines de Almeida Souza (Diretora de Marketing da Gestão 2011 e Conselheira da Gestão 2012)
Edição: Beatriz Montesanti e Bruna Romão Equipe: Bruna Romão, Marina Salles, Roberta Barbieri e Talita Nascimento. Projeto Gráfico: equipe de Comunicação Visual da Jornalismo Júnior. Contato: (11) 3091-4085 // jjr@usp.br // @jornalismojr
Institucional
Farma Júnior está sob nova direção Nova diretoria mostra respeito ao trabalho desenvolvido pelas gestões anteriores Talita Nascimento A nova gestão da Farma Júnior teve seu início oficial no final de 2011, após o evento “Imersão Diretoria”. A tal “Imersão” tratou de discutir metas e objetivos da empresa, além de propor momentos de integração entre os participantes. Em uma conversa com os diretores recém-eleitos, a BioAtivo soube de expectativas, motivações e receios da nova diretoria. O processo que forma anualmente a nova gestão da Farma Júnior envolve uma série de pré-requisitos dos candidatos. Para completar, cada um ainda tem de apresentar aos membros da empresa propostas para o cargo a que concorre. Acontece que nem sempre foi assim. A nova presidente, Vivian Borali, diz que antes os cargos eram de-
finidos por indicação, o que não era muito democrático. A partir das eleições realizadas em 2010 para definir a diretoria de 2011, de acordo com ela, o processo ficou bem mais organizado. Além disso, Paulo Souza, diretor de projetos, acredita que este ano as pessoas que concorreram aos cargos estavam mais preparadas e tranqüilas. “A gestão de 2011 preparou melhor a empresa” comenta. Tanto Paulo quanto Marcos Moretto, diretor de Marketing, candidataram-se na eleição passada, mas sentiram-se mais confortáveis este ano. Eles contam que o tempo foi determinante para que amadurecessem seus projetos. A nova gestão traz certas expectativas. “Temos que atingir a visão”, diz Marcos. Ele fala isso pois a empresa embasa suas ações em um pla-
Nova gestão mostra-se preparada para os desafios da empresa
nejamento trienal que iniciado em 2010. Portanto, 2012 é a reta final para que os objetivos deste plano sejam alcançados. Vivian é otimista quanto a esta responsabilidade. Ela acredita que, com o esforço de todos, as metas serão alcançadas.
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A gestão de 2011 preparou melhor a empresa” Paulo Souza, Diretor de Projetos da Farma Jr.
A diretoria tem um compromisso notório com a visão estabelecida pelo planejamento. Antes deste plano ser traçado, cada gestão buscava objetivos diferentes, gerando descontinuidade nos projetos. Este tipo de planejamento proporcionou um maior crescimento para a empresa e de forma alguma impossibilitou a inovação. “Ele [o planejamento] só direciona. Temos diversas maneiras de alcançar os objetivos”, defende Marcos. Outro desafio é gerar interação entre as diretorias. A gestão quer evitar que os núcleos da empresa busquem interesses isolados, pois, diz Vivian, isso pode gerar falta de comunicação, causa de falhas facilmente evitadas. Juliana Medeiros, diretora de RH, não acredita ser necessário que esta interação seja forçada. Para ela, ao fazer parte da empresa, as pessoas passam a se conhecer melhor e a interação surge quase espontaneamente.
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Institucional
Começa o Processo Seletivo da FJ Calouros passarão por seleção e treinamento antes de serem membros oficiais da empresa Bruna Romão Começa o ano. Saem os resultados da FUVEST. Iniciam-se as aulas. E também o processo seletivo e de treinamento da Farma Júnior. Em 2012, o processo que começou na primeira semana de março será um pouco diferente dos anos anteriores. A fase inicial do processo de seleção ocorreu nos dias 7 e 9 de março, com uma dinâmica de grupo, na qual os calouros trabalharam em grupo na resolução da tarefa proposta, enquanto eram observados por membros da diretoria da Farma Jr. A segunda fase acontece entre os dias 12 e 21 de março e se trata de entrevistas individuais com cada candidato aos cargos de trainee na empresa júnior.
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A primeira interação pessoal com os ‘bixos’ é muito importante, porque já podemos ver o perfil da nova geração da empresa.” Marcos Moretto , Diretor de Marketing da Farma Jr.
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Segundo Jéssica Rocha, Diretora de Administrativo-Financeiro, esse modelo do processo seletivo pode ser bastante interessante para o calouro, na medida em que se apresenta como experiência profissional. Desde o início de seu contato com a empresa júnior, o candidato poderá
Farma Jr. proporcionará experiência profiissional em todo o processo sentir como é o mercado, além da própria atuação que a Farma Jr. proporcionará aos selecionados. “Nós queremos, desde essa dinâmica e simulação de entrevista, dar [aos calouros] o máximo de experiência de um ambiente de trabalho”, comenta. Para Marcos Moretto, Diretor de Marketing, este contato inicial com os possíveis futuros membros é interessante também para a administração da empresa. “A primeira interação pessoal com os bixos é muito importante porque já podemos ver o perfil da nova geração da empresa”, explica o diretor. Treinamento e efetivação Depois de selecionados, os novos membros passarão por um mês de experiência antes de serem efetivados. Esta é uma novidade no processo de seleção e treinamento da Farma Jr. De acordo com Jéssica e Marcos, isto permitirá que o calouro conheça
melhor a empresa antes de oficializar sua integração como trainee efetivo. “É um tempo para que a pessoa tenha experiência, decida se pretende ou não continuar e acostume-se com a rotina”, diz Marcos. Ele ressalta, porém, que apesar de não ter vínculos formais, os calouros já serão tratados como membros normais da empresa. Durante a experiência, os ingressantes serão apresentados à empresa, sua organização e rotina. Após a conclusão, aqueles que pretenderem continuar serão efetivados, assinando um termo de voluntariado. Em junho, os trainees efetivos, após cumprir alguns pré-requisitos de efetivação, assumirão cargos de consultores. Jéssica considera o período de experiência e treinamento válido mesmo para quem decida não continuar na empresa. “Achamos importante que a pessoa, mesmo que não continue ou não se identifique, tenha essa experiência profissional”, conta.
Pesquisa
Os inúmeros benefícios do iogurte Trabalho desenvolvida no laboratório de leite da FCF explora usos do iogurte para a saúde Marina Salles Não é novidade que muitos iogurtes são vendidos com a promessa de fazer milagres pelo trato intestinal de quem tem prisão de ventre. Mas além desse benefício existem outros que já são explorados pelos profissionais da saúde.
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Os benefícios do iogurte vão além da melhoria no trânsito intestinal.”
Maricê Nogueira, professora da FCF-USP Se na televisão essa conversa encerra-se na legenda do comercial que oferece produtos capazes de fazer “seu intestino funcionar como um reloginho”, nos laboratórios o processo de fabricação de iogurtes e similares vai bem mais longe. De acordo com a professora Maricê Nogueira de Oliveira, do departamento de Tecnologia Bioquímica-farmacêutica, o estudo acerca do leite fermentado tem, atualmente, duas principais diretrizes no laboratório de leite da FCF. Uma delas é referente ao desenvolvimento de iogurtes probióticos e a outra de kefir. Com o objetivo de oferecer à população produtos capazes de melhorar não só o trânsito intestinal, mas também de contribuir para com a
síndrome metabólica e o equilíbrio da microbiota intestinal, os pesquisadores que trabalham nessa área desenvolveram métodos de enriquecimento dos produtos com bactérias benéficas à saúde. O kefir consiste em um conjunto de lactobacilos e leveduras que se alimentam de lactose e que, por isso, têm a capacidade de fermentar o leite. Ligeiramente efervescente e espumoso, é de fácil preparo e economicamente acessível, além de ser importante na digestão de alimentos e na produção de cálcio e vitaminas. Já o iogurte, mais conhecido do nosso dia a dia, pode ser obtido por meio de um processo em que o leite, posto em contato com bactérias láctageras, gera ácido lático, proveniente da digestão dos açúcares desse substrato, no caso, a lactose. Essa reação diminui o pH original do leite, desestabilizando as proteínas nele presentes, o que resulta na mudança de estado físico desse material, que
de líquido passa a figurar como uma espécie de gel, a que damos o nome de iogurte. Comprovadamente eficazes, esses processos de enriquecimento do leite necessitam de artifícios tecnológicos para serem realizados, o que demanda investimentos que, segundo Maricê, têm sido provenientes de convênios do laboratório com a Fapesp, o CNPq e a indústria. Na opinião da professora, as pesquisas na área têm evoluído bem. “Já fizemos testes dos produtos em animais e agora buscamos testá-los também em seres humanos, após parceria firmada com o Hospital das Clínicas”. Dentre os iogurtes desenvolvidos, há inclusive um que tem a proposta de diminuir a incidência de dor de garganta em crianças que frequentam creches. Cepas isoladas da própria mucosa oral produziriam um antibiótico que, ao ser colocado no iogurte, atacaria estreptococos específicos da infecção.
O kefir é um substrato importante na digestão de alimentos
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Notícias
Professores da FCF comentam a pro
Após a Anvisa ter proibido a produção e comercialização de produtos alimentícios à ba Roberta Barbieri
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), recentemente, proibiu a venda, fabricação e importação de alimentos e bebidas à base de Aloe Vera, conhecida popularmente como babosa. O motivo da proibição, segundo o órgão, foi a ausência de comprovação da segurança do uso de Aloe vera em alimentos e a falta de registro para a comercialização. Além disso, a Anvisa alega que há substâncias mutagênicas presentes na babosa, o antraceno e a antraquinona. O órgão publicou um informe técnico explicando sua decisão. “As evidências científicas avaliadas até o momento não comprovam a segurança de uso dos produtos contendo Aloe vera como alimento. Em virtude dos diversos relatos de casos adversos, a utilização de Aloe vera como alimento ou como ingrediente alimentar necessita de criteriosa avaliação de sua segurança previamente a comercialização. Portanto, com o intuito de proteger e promover a saúde da população, os produtos contendo Aloe vera não devem ser comercializados no Brasil como alimento até que os requisitos legais que exigem a comprovação de sua segurança de uso sejam atendidos”, diz o documento. Os estudos sobre a babosa ser ou não anticancerígena se divergem,
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A ideia desse cuidado com a população foi importante. Talvez a decisão tenha sido muito radical. Mas, já que não tem como controlar, corta-se o mal pela raiz.” Elfriede Marianne Bacchi, professora da FCF-USP
isso torna a decisão polêmica. Além disso, existem diferentes formas de obtenção de produtos à base de Aloe vera, então não há um padrão na composição desses produtos, o que torna os estudos ainda mais difíceis. “Observa-se ausência de estudos toxicológicos adequados, bem como falta de padronização ou especificação adequada do in-
grediente”, afirma a Anvisa em seu informe técnico. Decisão polêmica Elfriede Marianne Bacchi, professora da FCF e especialista em Farmacognosia, concorda com a determinação da Anvisa. Ela acha válida a retirada desses produtos enquanto não houverem maiores conhecimentos. Já o professor Paulo Chanel, que especialista em Farmacognosia achou a decisão da Anvisa inadequada, exagerada e afoita. Ele acha que primeiro deveria ter um parecer científico embasado, para só depois proibir. A professora acredita que é difícil ter o controle da utilização da babosa e que em função desse uso absurdo a Anvisa acabou proi-
Anvisa alega que há substâncias mutagênicas na Aloe Vera
Notícias
oibição do Aloe Vera em alimentos
ase de Aloe Vera, em novembro, especialistas divergem quanto à validade da medida bindo. Além disso, ela explica que a babosa serve para muita coisa, por isso o uso acaba se espalhando, o que é perigoso. “A ideia desse cuidado com a população foi importante. Talvez a decisão tenha sido muito radical, mas já que não tem como controlar, corta-se o mal pela raiz.” A professora diz ainda que se houvesse mais controle sobre a produção desses fitoterápicos e sobre quem os receita, talvez não houvesse a necessidade de proibir. Além da falta de controle, existe o problema da automedicação. Elfriede Bacchi explica que muitas pessoas acabam ingerindo a babosa indiscriminadamente e tudo que é usado de forma abusiva pode ser tóxico e fazer mal. Ela também conta que alguns estudiosos dizem que a babosa é anticancerígena e que por isso pessoas com essa doença ingerem a babosa, o que pode causar sérios problemas já que o câncer exige medicação muito controlada. O problema é ainda maior quando o paciente substitui os tratamentos comprovados contra o câncer e a medicação necessária pela babosa – cuja utilização como cura ainda não é efetivamente comprovada . Nesse sentido, a professora acha a proibição válida, pois o uso do Aloe vera pode ser prejudicial. Já Paulo Chanel não concorda, apesar de ser mais fácil proibir, ele acredita que essa não é a melhor forma de re-
solver esses problemas. Ele diz que é preciso pensar na questão da educação, tratando de temas como esse nas salas de aula. “E tem que ter um compromisso da Anvisa em chamar atenção do Sistema de Saúde”, completa. Segundo Paulo, muitas pessoas não tem espírito crítico e acreditam nos mitos sobre a babosa que passam na mídia, portanto alertar as pessoas seria uma forma de melhorar isso.
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A Anvisa está bem intencionada, mas é uma medida inadequada. Há a falta de um parecer científico embasado.” Paulo Chanel , professor da FCF-USP
Porém, Paulo diz que há muitas generalizações e que não se pode dizer: “Babosa faz mal”. É preciso explicar e provar quais formas de uso são prejudiciais, pois existem muitas variações. As generalizações prejudicam o bom uso que pode se fazer da babosa, como por exemplo, a função de cicatrizante. Já Elfriede acredita que não há muitos problemas com a proibição, pois tem outros extratos vegetais que podem substituir as funções benéficas da babosa.
Outras funções da babosa De acordo com a decisão da Anvisa o uso do Aloe vera é regulamentado e permitido como aditivo na função de aromatizantes em alimentos e bebidas. Essa permissão é por conta da baixa concentração de Aloe vera. Também não houve a proibição em cosméticos. Uma parte da babosa é constituída de mucilagem que é um açúcar. Esse polissacarídeo retém água e por isso hidrata a pele e o cabelo. Outra propriedade da babosa é a de agilizar na cicatrização. Isso porque a mucilagem atua como uma camada protetora. Como o uso é externo, não há proibição. A Aloe vera também ajuda no emagrecimento, pois a mucilagem quando em contato com a água entumece. Assim, quando se ingere isso há uma sensação de satisfação e consequente redução da fome. Além disso, a babosa tem substâncias laxantes que também contribuem para a diminuição de peso. No entanto, como não se pode comercializar alimentos e bebidas à base desse fitoterápico o uso para emagrecimento não é mais permitido.
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Raio X
A última opção pode ser a resposta Juliana Ract, nova docente da FCF, conta como envolveu-se com vida acadêmica Bruna Romão
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Jovem e descontraída, Juliana Ract não tem nada em comum com a imagem que comumente associa-se a professores e acadêmicos. De fato, a professora doutora, que cursou Engenharia de Alimentos na UNESP, nunca pensara em seguir a vida acadêmica. “Durante a faculdade, eu sempre achei que eu fosse trabalhar na produção. Eu gostava muito de fábricas, de processos, de equipamentos”, explica. Em 2000, recém formada e sem experiência, no entanto, encontrou dificuldades em conseguir uma colocação no mercado de trabalho. “Então eu achei que tinha que me aperfeiçoar um pouco mais”, relata. Foi quando a jovem procurou o professor Luiz Antônio Gioielli, da FCF-USP, para ser orientada por ele em sua dissertação de mestrado, iniciada no meio de 2000. “Eu vim para cá meio sem opção e acabei indo super bem no mestrado”, afirma. Foi a partir dos estudos com o orientador que Juliana desenvolveu o interesse pela pesquisa e, posteriormente, pela docência. “Quando entrei em contato, ele me recebeu muito bem, abriu as portas. E eu cheguei aqui sem saber nada: eu nunca tinha lido um artigo científico. Ele me ensinou tudo do zero com a maior paciência. É um excelente orientador. Então eu acabei me envolvendo tam-
bém pela forma que ele trabalha, porque ele me ensinou tudo isso”, conta. Após o mestrado, ela também fez doutorado e pós-doutorado com o professor Gioielli. Durante o doutorado, teve sua primeira experiência como docente, trabalhando durante um ano no SENAI. “A FAPESP permitia poucas horas de trabalho no semestre para os bolsistas. E o SENAI me deu essa oportunidade de pegar Docência não estava nos planos de Juliana poucas aulas em um curso técnico de processamento de alimen- Juliana envolve a modificação de protos. Foi minha primeira experiência e priedades físico-químicas de lipídeeu gostei” . os para melhor aplicação industrial. Entre doutorado e pós-doutora- “Com isso, também conseguimos do, ela fez um intervalo de três anos, mudar um pouco as propriedades durante o qual trabalhou no ramo in- nutricionais, apesar de não ser o foco dustrial, decidindo, posteriormente principal”, explica. voltar à pesquisa. Todo docente contratado pela Em 2011, iniciou as atividades USP deve apresentar um plano de como docente na FCF. Sua trajetó- pesquisa. O de Juliana, relacionado ria ‘prematura’ na pesquisa acabou à Tecnologia de Alimentos, propõe levando-a a anteriormente não cogi- o desenvolvimento de duas linhas: a tada docência. “Depois que a gente cristalização de lipídeos e os procescomeça a entrar na vida acadêmica, sos de interesterificação enzimática não tem outra opção”, ri. contínua. “Agora estou em fase de Juliana divide a disciplina Física In- execução do projeto, tenho dois anos dustrial, do Departamento de Tecno- para isso. E como ainda não tenho logia Bioquímico-Farmacêutica, com alunos nem de Iniciação Científica, mais quatro professores. Especialista nem de Pós-Graduação, por enquanem cristalização de óleos e gorduras, to estou tocando sozinha no laboraela incluiu esta operação unitária à tório. O ideal seria ter alunos de IC o matéria.O trabalho desenvolvido por quanto antes”, conclui
Diversão
Super-reação:
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