Science & Solutions #20 Suínos (Português)

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Número 20 • Suínos

Derrotando o estresse causado pelo calor Maximizando a produtividade das porcas

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Photo: iStockphoto/Tinik

Uma revista da

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 2: Aborto


Editorial A nutrição em tempo quente Com a aproximação do verão, enfrentamos de novo os efeitos negativos do estresse calórico nas porcas ou seja, a redução da fertilidade e do desempenho zootécnico. A cada ano que passa há, cada vez mais, explorações em todo o mundo que implementam equipamentos e sistemas de resfriamento para amenizar os efeitos prejudiciais das altas temperaturas. Neste número da Science & Solutions, apresentamos algumas sugestões para a proteção dos suínos contra o estresse calórico. Em primeiro lugar, manter-se atento à intoxicação por micotoxinas, particularmente em zonas de alto risco como, por exemplo, o sul da Europa, uma vez que estas toxinas debilitam a atividade hepática (bem como a parede intestinal e células com atividade imune). Isso, por sua vez, reduz a eficiência da digestão do alimento pelos animais e produz mais calor numa época que já é quente. Em segundo lugar, não se deve esquecer de verificar os ductos de água, uma vez que a água fresca e limpa é essencial para o bem-estar animal. Em terceiro lugar, aceitar que uma perda de peso da porca um pouco superior ao usualmente verificado durante a lactação não constitui um problema, desde que não ultrapasse 13% do peso da porca; caso contrário, a recuperação será problemática durante o primeiro mês posterior ao desmame. Em quarto lugar, é importante saber que a dieta pode ser modulada para aumentar a digestibilidade. Os aditivos fitogênicos para rações, em particular, podem ter vários efeitos benéficos na alimentação, como efeitos na palatabilidade, carminativos e coleréticos, melhorando a digestibilidade da ração através do aumento das enzimas endógenas. Como mostramos neste número, suplementar as dietas das porcas com aditivos fitogênicos para rações aumenta a ingestão voluntária de ração durante a lactação e evita o estresse intestinal, fornecendo uma capacidade antioxidante acentuada e modulando os processos inflamatórios. Finalmente, este número inclui a segunda parte da nossa série sobre diagnóstico diferencial que abrange questões relacionadas ao aborto. Períodos onde o clima é quente é frequentemente apontado como uma causa de estresse para os animais e para os profissionais da indústria suinícola. Através destas simples e poucas medidas básicas, as consequências negativas poderão ser substancialmente atenuadas.

Diego PADOAN Gerente Técnico para Suínos

Science & Solutions • Número 20


Photo: iStockphoto/modify260

Índice

Derrotando estresse calórico nos suínos

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Os efeitos do estresse causado pelo calor surgem a temperaturas mais baixas do que habitualmente se pensa. A nutrição pode ajudar os suínos a enfrentarem esta ameaça. André van Lankveld e Simone Schaumberger

Maximizando a produtividade das porcas

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Satisfazendo os requisitos nutricionais cada vez mais exigentes das matrizes suínas com desempenho mais elevado através de aditivos fitogênicos para rações. Jose Soto

Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 2: Aborto

9

Uma lista de verificação útil para diagnóstico de sintomas, causas e soluções.

Science & Solutions is a monthly publication of BIOMIN Holding GmbH, distributed free-of-charge to our customers and partners. Each issue of Science & Solutions presents topics on the most current scientific insights in animal nutrition and health with a focus on one species (aquaculture, poultry, swine or ruminant) per issue. ISSN: 2309-5954 For a digital copy and details, visit: http://magazine.biomin.net For article reprints or to subscribe to Science & Solutions, please contact us: magazine@biomin.net Editor: Ryan Hines Colaboradores: André van Lankveld, Diego Padoan, Simone Schaumberger e Jose Soto Marketing: Herbert Kneissl, Cristian Ilea Graphics: Reinhold Gallbrunner, Michaela Hössinger Research: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter Publisher: BIOMIN Holding GmbH Industriestrasse 21, 3130 Herzogenburg, Austria Tel: +43 2782 8030 www.biomin.net ©Copyright 2015, BIOMIN Holding GmbH All rights reserved. No part of this publication may be reproduced in any material form for commercial purposes without the written permission of the copyright holder except in accordance with the provisions of the Copyright, Designs and Patents Act 1998. All photos herein are the property of BIOMIN Holding GmbH or used with license. Printed on eco-friendly paper: Austrian Ecolabel (Österreichisches Umweltzeichen)

Uma revista da BIOMIN

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Derrotando o estres inos suínos através d André van Lankveld, Swine Technical Manager and Simone Schaumberger, Gerente de Produto para Micotoxinas

O estresse causado pelo calor afeta a suinocultura tanto em climas tropicais como em EUA, estima-se que as perdas econômicas associadas ao estresse calórico estejam pró 2

Science & Solutions • Número 20


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stas perdas incluem dias não produtivos para as porcas e perdas econômicas dos animais na fase de em crescimento e terminação. Mesmo em condições climáticas temperadas, como é o caso da suinocultura holandesa, há problemas de queda de desempenho no verão devido ao estresse causado pelo calor (Figure 1). Figura 1. Sazonalidade e impactos do estresse calórico nos suínos em climas temperados.

sse calórico da nutrição

m regiões temperadas. Só na suinocultura dos óximas a 316 milhões de dólares por ano. Uma revista da BIOMIN

Crescimento em gramas/dia

Photos: iStockphoto/Henrik5000/Tala

810 805 800 795 790 785 780 775 770

T1 T2 T3 T4 — 2010

— 2011

— 2012

Fonte: Agrovision 2013

Maior estresse calórico Os suínos são muito mais sensíveis a ambientes quentes quando comparado a outros animais de produção — sobretudo porque quase não suam e os seus pulmões são relativamente pequenos em comparação com seu tamanho corporal. Quando os suínos são expostos ao estresse causado pelo calor, a sua frequência respiratória aumenta, a frequência cardíaca diminui, começam a ofegar acentuadamente e param de comer, uma vez que a alimentação contribui para uma produção de calor adicional. O fato dos suínos mais pesados serem mais sensíveis ao estresse calórico pode ser claramente observado nos parâmetros de desempenho de crescimento. Investigações realizadas com diferentes categorias de peso (peso corporal de 75 kg, 80 kg e 25 kg) constataram a existência de uma correlação negativa direta entre o ganho diário médio (GDM) e o aumento da temperatura ambiente. Embora o GDM de

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Derrotando o estresse calórico nos suínos através da nutrição

Excessivamente quente >180 respirações / min.

• Elevação excessiva da temperatura corMorte poral • Aumento da permeabilidade intestinal 34°C • elevação da absorção de endotoxinas e agentes patogênicos

Quente 50-180 respirações / min

• Dispersão • Redução na ingestão de ração • Aumento do contato com o piso • Elevação da temperatura corporal

Confortável 20-30 respirações/min. Fonte: BIOMIN

• Comportamento normal

30°C 27°C

atmosférica

Figura 2. Resumo das reações dos suínos ao aumento da temperatura.

23°C 18°C

suínos com 75 kg comece a diminuir por volta dos 23 °C, os suínos com 25 kg conseguem compensar a situação até os 27 °C (Langridge, Austrália ocidential, 2014). O intervalo de temperatura de conforto térmico habitualmente aceito para porcas na maternidade é de 21 °C a 25 °C — embora este intervalo seja muito elevado. As porcas na maternidade começam a manifestar sinais de estresse calórico a partir dos 22 °C (Tabela 1). A ingestão de ração diminui quase 0,5 kg/dia quando a temperatura aumenta até os 25 °C. Efeitos negativos no sistema entérico e imunológico Os efeitos do estresse calórico podem ser explicados por alterações na barreira intestinal. Se esta barreira for debilitada devido ao estresse causado pelo calor, esta poderá determinar um aumento da permeabilidade às endotoxinas o que, por sua vez, resultará em danos locais ou sistêmicos ou em reações inflamatórias (Lambert, 2009) (Figura 2). Pearce et al. (2013) observaram um aumento significativo nas concentrações de endotoxinas plasmáticas quando os suínos eram colocados durante 24 horas em ambientes quentes (35 °C, umidade de 24%–43%). Os efeitos na produção de leite, em particular, podem ser associados à circulação de endotoxinas, uma vez que as endotoxinas diminuem as concentrações plasmáticas de prolactina no pós-parto (Smith e Wagner, 1984). Este fato, por sua vez, tem um impacto negativo no desenvolvimento da leitegada. Combatendo o estresse calórico através da nutrição As soluções técnicas para reduzir o estresse calórico são frequentemente investimentos que exigem recursos consi-

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deráveis de tempo e capital como, por ex., a construção de galpões com sistemas de resfriamento. Uma abordagem nutricional poderá ser mais adaptável e mais rápida de implementar. Com base nos conhecimentos atuais de que dispomos, há alguns aspectos que poderão melhorar a produtividade dos suínos durante períodos de estresse causado pelo calor. Manejo da alimentação • Refeições menores e mais frequentes no dia e/ou alimentação durante a noite. • Fornecimento suficiente de água fresca e limpa . Eliminar a proliferação de bactérias na água através da adição de ácidos, como o Biotronic® SE Forte ou TOP. Ajuste das rações sólidas • Umedecer a ração com água. • Utilizar ração peletizada em vez de farelada Redução do teor de proteína bruta Num ensaio sobre lactação em situação de estresse causado pelo calor, Noblet observou que as porcas perdiam menos peso com uma ração que tinha menor teor de proteína bruta (consultar a Tabela 1: Noblet et al., 2000). Uma das explicações para este fato é que, durante o processo de digestão, as proteínas geram mais calor metabólico do que as gorduras (26% em comparação com 9%, respectivamente). Isso de deve às reações complexas para o metabolismo dos seus aminoácidos constituintes das proteinas (Church e Pond, 1982). Substituição do amido por gordura como fonte energética As gorduras são excelentes fontes energéticas que permitem aos suínos compensar uma menor ingestão de ração. A gordura é também um ingrediente mais digerível que gera Tabela 1. Efeito do nível de proteínas da ração no desempenho de porcas em lactação em ambientes com conforto térmico (20ºC) e de ambientes com temperatura elevada (29ºC) (Noblet et al., 2000). Proteínas na ração (%) Ingestão de ração (kg/d) Peso dos suínos na altura do desmame (kg) Produção de leite (kg/d) Perda de peso da porca (kg) Loss weight of sow in kg

20°C 17.6 14.2

29°C 17.6 14.2

6.71

6.51

3.56

4.05

10.5 10.0 16

10.3 9.6 15

10.4 7.4 41

10.3 7.7 29

Science & Solutions • Número 20


Tudo o que você precisa saber sobre as fumonisinas

André van Lankveld, Gerente Técnico para Suínos Simone Schaumberger, Gerente de Produto para Micotoxinas

Os nossos conhecimentos sobre as fumonisinas — pertencentes ao grupo das principais micotoxinas — e os perigos que representam para a pecuária aumentaram substancialmente desde o primeiro caso provável de intoxicação por fumonisinas em 1970. Foram registrados relatos de contaminação elevada por fumonisinas em rações na América Latina, no sul da Europa, nos Estados Unidos, na Ásia e na África. Baseando-se nos conhecimentos científicos mais recentes, o Compêndio sobre Fumonisinas da BIOMIN oferece aos leitores um guia prático sobre as fumonisinas, os sintomas que provocam em várias espécies de animais e as estratégias disponíveis para combatê-las. Para obter mais informações, contate o seu representante local da BIOMIN.

-12.78

-16.42

-12.56

-16.48

-14.14

kg

-3

-16.33

2

-13

2.º parto

3.º parto

4.º parto

Perda de peso corporal durante a lactação -18

Dieta de controle

Digestarom®

Utilização do Digestarom® como auxiliar na digestão de proteínas Certos compostos vegetais conseguem promover uma melhor secreção de enzimas e reduzir a perda de proteínas através da redução da resposta inflamatória dos suínos. Num ensaio sobre o estresse causado pelo calor em porcas em lactação realizado na Tailândia, observou-se um aumento de quase 10% na ingestão de ração com a utilização do fitogênico Digestarom® P.E.P., resultando numa redução de 20% na perda de peso para os diferentes partos (Figure 3).

Fonte: Universidade Khon Kaen na Tailândia, 2008

Combate das toxinas que têm um impacto negativo na saúde dos animais O tempo quente e úmido aumenta a probabilidade de contaminação por micotoxinas das matérias primas utilizadas para a produção de ração (Ex: Milho, Trigo) tanto na lavoura quando durante a armazenagem dos grãos. Em situações de estresse calórico, o fígado é frequentemente submetido a estresse. Isto manifesta-se muitas vezes como utilização insuficiente de nutrientes e/ou inflamação hepática crônica. É importante manter o fígado o mais saudável possível e evitar estresse adicional provocado por toxinas como, por exemplo, as micotoxinas. Há muitos ensaios que demonstraram o efeito negativo do estresse causado pelo calor no

Conclusão O estresse calórico impacta frequentemente no desempenho dos suínos nos climas tropicais e sazonalmente nos climas mais moderados. Embora haja muitas formas de melhorar o manejo e formulação de rações para combater o estresse calórico, as técnicas indicadas acima são baseadas nos conhecimentos científicos mais recentes e são um bom ponto de partida. Elas refletem a maior atenção dada à redução de toxinas e inflamação gastrointestinal nestas condições estressantes. As melhores estratégias combinam as diferentes medidas ou técnicas que reduzem o estresse dos animais, melhoram o respectivo desempenho e impulsionam os resultados financeiros para os produtores.

Uma revista da BIOMIN

6.42

6.00

6.59

5.85

7

-8 Perda de peso

Manter o equilíbrio eletrolítico correto À medida que a temperatura aumenta, a tensão respiratória do animal aumenta. Uma respiração mais rápida remove mais dióxido de carbono da corrente sanguínea, que é depois expirado. Isto altera os níveis de pH do sangue, provocando acidose metabólica e, por sua vez, determinando uma menor ingestão de ração. Os “tampões de pH” sanguíneos, como o bicarbonato de sódio ou potássio ajudam a recompor o equilíbrio eletrolítico e, consequentemente, podem melhorar a ingestão de ração.

Ingestão de ração

Menos fibra Quanto maior o teor de fibra de um ingrediente, pior será a digestibilidade. As fibras não digeridas vão para o intestino grosso, onde estimulam a proliferação de microorganismos que irão gerar calor nos processos de fermentação.

6.21

Figura 3. O Digestarom® melhora a ingestão de ração pelas porcas.

5.65

menos calor metabólico durante a digestão, em comparação com o amido.

desenvolvimento de endotoxinas no intestino. Pearce et al. (2013) observaram um aumento significativo nas concentrações de endotoxinas plasmáticas quando os suínos eram alojados durante 24 horas em ambientes quentes (35 °C, umidade de 24%–43%). Os aditivos inovadores para rações, como o Mycofix®, conseguem combater ativamente as principais micotoxinas e diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias.

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Photo: iStockphoto/marilyna

Uma abordagem nutricional para maximizar a produtividade das porcas utilizando fitogênicos Jose Soto, Gerente Técnico para Suínos

Embora a melhoria genética tenha sido o principal motor para uma maior prolificidade das matrizes e a produção elevada dos descendentes de carne magra, a melhoria da nutrição permite obter ganhos adicionais.

A

tualmente, uma porca produz mais três leitões por leitegada e leitões 40% mais pesados do que a quatro décadas. Nesta nova realizade, uma porca tem de produzir uma quantidade de leite adequada para sustentar o crescimento de uma ninhada maior e de carne mais magra. Os requisitos nutricionais da porca são muito influenciados pela fase de produção e pela ordem de parto. Para assegurar níveis elevados de produtividade e a rentabilidade para o produtor, é necessário manejar eficientemente o plantel reprodutivo e atualizar continuamente o programa nutricional. Os aditivos fitogênicos para rações demonstraram de forma consistente que são benéficos, aumentando a ingestão de ração das porcas durante a lactação e proporcionando alívio intestinal ao reduzirem o estresse oxidativo e os processos inflamatórios. Perspectiva econômica da retenção de matrizes e ingestão de ração durante a lactação A rentabilidade será otimizada se procurarmos manter 70% das marrãs que entram

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no plantel reprodutivo e as mantivermos na rebanho até pelo menos o quarto parto. As margens de lucro associadas às porcas são otimizadas num período mais tardio da vida, atingindo-se o maior retorno sobre o investimento (Return On Investment, ROI) entre o quarto e o sétimo parto (Figura 1). Contudo, em muitas explorações comerciais, 40% a 50% das porcas são descartadas antes de atingirem o seu terceiro ou quarto parto. A taxa de descarte das porcas é influenciada por vários fatores, incluindo aspectos genéticos, programas nutricionais, desenvolvimento das marrãs e estado de saúde. Numa perspectiva nutricional, uma ingestão de aminoácidos e/ou energia inferior às ideais durante a lactação foi associada ao aumento do intervalo entre o desmame e o estro, reduzindo subsequentemente o tamanho da leitegada posteriore determinando um peso inferior da leitegada ao desmame, bem como aumento das taxas de descarte de fêmeas. As pesquisas realizadas sugerem que se uma porca consumir ≤ 3,5 kg de ração por

Science & Solutions • Número 20


Estresse oxidativo na porca e no feto Atualmente, as recomendações nutricionais sugerem que um programa de alimentação bifásico poderá ser benéfico para as porcas, devido à maior necessidade de aminoácidos durante a fase final da gestação, com base nas alterações dramáticas de desenvolvimento tecidual do feto. Contudo, os atuais programas de alimentação para a gestação só utilizam uma dieta, independentemente da fase de gestação e do parto. Isto não fornece nutrientes suficientes para o crescimento fetal e mamário durante a fase final da gestação, provocando estados catabólicos nas porcas. Podem ser concebidos novos sistemas de acomodação, adaptados a instalações novas, que permitem opções de alimentação para várias fases. Todavia, nas instalações de gestação existentes em muitas explorações nos EUA, a alimentação com duas dietas de gestação é praticamente inviável. Os estados catabólicos aumentam a produção de espécies reativas de oxigênio, provocando estresse oxidativo, que está associado à diminuição dos antioxidantes disponíveis durante a fase final da gestação e a lactação. O estresse oxidativo começa então a normalizar-se no final do período de lactação. Os danos oxidativos são um forte indicador do estado de saúde e bem-estar dos animais, em termos de envelhecimento,

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Figura 1. Impacto da retenção de matrizes na rentabilidade do investimento. 6% ROI, %

4%

-8%

2% 7

6

5

4

3

2

1

-1%

0%

-3%

-4% -6%

4%

2%

0% -2%

4%

9

2%

8

4%

-8%

-10%

Parto

Fonte: Adaptado de Pinilla e Lecznieski, 2010 Figura 2. Efeitos da inclusão de Digestarom® em dietas na ingestão de ração durante a lactação para porcas multíparas. 10 9 Ingestão diária de ração (kg/d)

dia durante as primeiras duas semanas de lactação, é provável que ela seja removida do plantel antes do parto seguinte. Uma ingestão de ração insuficiente durante a lactação poderá ser crítica, sobretudo para as porcas com menor número de partos, quando os nutrientes para a produção e manutenção de leite são prioritários, reduzindo os nutrientes disponíveis para a reprodução. Os fitogênicos têm um impacto positivo na ingestão voluntária de ração durante a lactação. Além disso, há indícios de que os fitogênicos têm um efeito estabilizador na digestão, resultando numa melhoria da conversão alimentar. Os dados apresentados na Figura 2 foram obtidos de um ensaio realizado nos Estados Unidos. As porcas foram alimentadas com uma dieta de base, com ou sem Digestarom®, um aditivo fitogênico para rações. As porcas alimentadas com Digestarom® ingeriram consistentemente mais ração quando comparadas às de controle (P < 0,01). A ingestão de ração total durante o período foi de 6,2 kg, mais de 14% superior a de controle (5,4 kg).

8 7 6 5 4 3

+14,8%

2

Ø = 6,2 kg Ø = 5,4 kg P < 0,01

1 0

Dieta de controle

Digestarom®

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Dias de lactação

Fonte: Gorman et al., 2005. Universidade Texas A&M

estresse, estado nutricional e doença. O aumento do estresse oxidativo é responsável por uma redução na produção de leite, no desempenho reprodutivo e, eventualmente, na longevidade das porcas. Durante a gestação, há requisitos energéticos e de oxigênio superiores, o que também origina estresse oxidativo caracterizado pela produção de espécies reativas de oxigênio na placenta, incluindo superóxido e peróxido de hidrogênio. A produção excessiva de radicais livres poderá provocar a oxidação tanto de lípideos como de proteínas e debilitar o funcionamento normal das células endoteliais. O estresse oxidativo elevado também poderá alterar a placenta e a formação do esqueleto fetal. O poder das plantas Os aditivos fitogênicos para rações oferecem uma capacidade antioxidante acentuada. As propriedades antioxidantes de algumas substâncias fitogênicas foram atribuídas aos terpenos fenólicos presentes nos seus óleos essenciais. Um elemento celular importante é o sistema do fator de

Para assegurar níveis elevados de produtividade das porcas e rentabilidade para o produtor, é necessário gerenciar eficientemente o plantel reprodutivo e atualizar continuamente o programa nutricional. 7


A Nutritional Approach to Maximizing Sow Productivity using Phytogenics

Figura 3. Supra regulação dos genes-alvo de Nrf2.

Expressão de RNAm relativa

3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 CYP1A1

HO-1

Dieta de controle

UGT1A1

Digestarom®

Fonte: Gessner et al., 2013

Figura 4. Efeitos da inclusão de Digestarom® em dietas nas contagens de células somáticas em porcas multíparas.

Contagem de células somáticas (1000/ml de leite)

4,000 3,500 3,000 2,500 2,000 1,500 1,000 500 0

Maternidade

Dia 2

Dia 7

Dieta de controle

Dia 14 Digestarom®

Fonte: BIOMIN, 2008

transcrição Nrf2, um dos maiores mecanismos de defesa celular contra o estresse oxidativo e xenobiótico no trato intestinal. A ativação da via do Nrf2 provoca o acionamento dos genes responsáveis pela defesa celular contra espécies reativas de oxigênio e pela desintoxicação. Em avaliações in vitro, constatou-se que o Digestarom® supra regula os genes-alvo de Nrf2, em comparação ao controle (P < 0,05) (Figure 3). Redução da inflamação e proteção intestinal A suplementação regular com aditivos fitogênicos para rações melhora o desempenho, não só através da supra regulação

8

do fator de transcrição Nrf2, como também através da sua ação profilática contra reações inflamatórias no trato gastrointestinal através da sub regulação do fator NF-KB. O Digestarom® reduziu significativamente os níveis de RNAm dos genes-alvo de NF-KB IL-8, ICAM-1 e MCP-1, que iniciam e mantêm as reações inflamatórias desencadeadas por antígenos. Para melhorar o desempenho do suíno aumentando a ingestão de ração e a eficiência da ração, é necessário reduzir os processos inflamatórios subclínicos para aumentar a disponibilidade de energia e nutrientes destinados ao desempenho zootécnico, em vez destes serem destinados ao mecanismo de defesa. Redução das contagens de células somáticas O Digestarom® reduziu significativamente a expressão de genes do fator de transcrição NF-KB e do marcador apoptótico TNFa no íleo e no jejuno, respectivamente, durante uma avaliação in vivo realizada por Kroismayr et al. (2008), sugerindo uma melhoria do desempenho zootécnico. Os dados apresentados na Figura 4 foram obtidos de um ensaio realizado na Eslováquia. As porcas foram alimentadas com uma dieta de base, com ou sem Digestarom®, um aditivo fitogênico para rações. As porcas alimentadas com Digestarom® apresentaram uma contagem de células somáticas inferior em comparação com o tratamento de controle. Conclusão Há cada vez mais indicações que confirmam que a suplementação das dietas dos suínos com aditivos fitogênicos para rações origina a melhoria do desempenho e de parâmetros de saúde dos animais. Suplementar as dietas com aditivos fitogênicos para rações aumenta a ingestão voluntária de ração durante a lactação e evita o estresse intestinal, fornecendo uma capacidade antioxidante acentuada e modulando os processos inflamatórios. Comprovou-se que os fitogênicos são altamente eficazes na melhoria da nutrição das porcas, assegurando a rentabilidade para os produtores.

Science & Solutions • Número 20


Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 2: Aborto

G

OUTROS

AGENTES PATOGÊNICOS

MICOTOXINAS

eralmente, aceita-se que cerca de 2% das gestações das porcas terminam em abortamento. Nestes casos, deve ser realizada uma investigação para identificar as causas, o que pode abranger desde fatores ambientais, como o estresse calórico, até nutricionais, como toxinas. No outono, poderá haver um aumento natural da taxa de abortos devido à diminuição das horas de luz solar, embora esta deva ser esporádica. Isto poderá ser eficazmente combatido através de uma gestão inteligente da luz artificial, tanto da sua duração como da sua intensidade. Em alguns casos, os abortos são provocados pelo consumo de água potável contaminada por leveduras ou outras bactérias. Em outros casos, podem resultar de uma ingestão de água insuficiente durante a fase inicial da gestação. Se o surto de abortos for dramático e afetar um grande número de porcas do lote, então é provável que haja uma doença infecciosa alastrando-se (consulte a tabela), sem cronologia específica, tendo as porcas frequentemente febre e havendo outros sinais nos fetos abortados e nos leitões recém-nascidos. Uma doença característica é a síndrome reprodutiva e respiratória porcina (Porcine Reproductive and Respiratory Syndrome, PRRS), que ocorre sobretudo durante o último período da gestação. Em explorações grandes, o aumento da taxa de abortos poderá ser mais difícil de constatar, embora possam existir

indícios, como redução na ingestão de ração e no peso das porcas, acompanhada por secreção vulvar anormal. As micotoxinas também podem ser um agente causador. As aflatoxinas, o desoxinivalenol, as fumonisinas, a zearalenona (ZEN) e os alcaloides de ergot podem desempenhar um papel significativo nos problemas de fertilidade e nos abortos. O consumo de ração com níveis elevados de ZEN pelas porcas gestantes , especialmente durante a fase inicial, poderá deteriminar ninhadas menores e aumento da taxa de mumificação. Entre o 7.º e o 10.º dia de gestação é o período mais, e pode determinar uma elevada taxa de morte embrionária. Além disso, se a ração contiver quantidades baixas a médias de ZEN durante toda a gestação, poderá resultará em fetos pequenos e/ou grandes variações no peso dos leitões da mesma leitegada. A ZEN também poderá provocar aumento dos natimortos e mortalidade neonatal e, no pior dos casos, pode mesmo determinar a morte de toda a ninhada. Há ainda indícios de que a intoxicação por ZEN está associada a deformidades nas patas traseiras. A diminuição da ingestão de ração e, por vezes, a recusa total do alimento, têm um efeito autolimitante na micotoxicose Decrease of feed intake and sometimes feed refusal have a self-limiting effect in mycotoxicosis.

Causa potencial

Lista de verificação

Ação de correção

• Zearalenona, desoxinivalenol, aflatoxinas, alcaloides de ergot, fumonisinas

 Positivo em matérias-primas (ELISA) ou rações (HPLC)

 Verificar as matérias-primas e a ração

 Histórico de contaminação na origem das matérias-primas

 Higiene da linha de ração e água

 Taxa esfinganina/esfingosina plasmática elevada

 Utilizar Mycofix® Plus com uma taxa de inclusão adequada

Virus: • Peste suína africana, peste suína clássica, febre aftosa, PRRS, circovírus porcino tipo 2, parvovírus, vírus da gripe A

 Epidemiology

 Biossegurança

 Symptomatology

 Vacinação

 Necropsy

 Antibióticos

Bactérias: • Espécies Actinobacillus, Brucella suis, Erysipelothrix rhusiopathiae, Lawsonia intracellularis. Listeria monocytogenes, espécies Leptospira, espécies Salmonella, espécies Streptococcus, espécies Staphylococcus.

 Histopathology

• Temperatura ambiente elevada

 Verificar a temperatura ambiente

 Intervalo de temperatura: 10 °C–21 °C

 Verificar o fluxo de água direto após o horário da alimentação

 Fluxo de água de 1,0 litro–1,2 litros / minutos (mín. 8 litros/ dia)

• Corrente de ar, especialmente no outono • Falta de água

 Bacterial culture  PCR  ELISA  Immunohistochemistry (IHC)

References are available on request

Para obter mais informações, visite www.mycotoxins.info

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Esta tabela inclui conselhos gerais sobre os assuntos relacionados a suínos que afetam com maior frequência os suínos e podem estar relacionados à presença de micotoxinas na ração. As doenças e os problemas dos suínos incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A BIOMIN não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante de ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou do respetivo conteúdo. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.

Uma revista da BIOMIN

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M

EN

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O seu exemplar da Science & Solutions

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