Número 27 • Avicultura
Acabar com o uso de antibióticos Objetivo: Promoção do crescimento
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Phozo: Palto
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Uma revista da
Qual o problema das minhas aves? Parte 6: Plumagem
Editorial Desafios: Produção sustentável para um sistema sem antibióticos À medida que a população global aumenta, é prevista um aumento da procura por alimentos. A indústria avícola, sendo um dos mercados com maior índice de crescimento em termos de produção, tem potencial para se tornar a principal fonte de abastecimento de proteína de origem animal. Contudo, o setor irá se deparar com desafios relacionados com a sustentabilidade da produtividade e do desempenho, associados a uma pressão para se reduzir a dependência em relação aos antibióticos. Todos sabemos que os alimentos de origem animal são considerados veículos para a transmissão de doenças para os humanos através dos alimentos. Os antibióticos e os antibióticos promotores de crescimento foram utilizados no tratamento e prevenção de doenças, na promoção do crescimento e na melhoria do desempenho. São cada vez maiores as dúvidas associadas a estas práticas. Resíduos de antibióticos na carne. Potenciais ameaças para os humanos. Reduzidos níveis de antibióticos resultam em alterações na microflora e podem até mesmo podem desencadear doenças. O possível surgimento de estirpes de bactérias resistentes (bactérias multirresistentes) e a queda da eficácia das terapias com antibióticos na medicina humana. Com a crescente procura por parte dos consumidores por carnes sem antibióticos, é possível considerar-se abordagens naturais visando a substituição dos antibióticos/antibióticos promotores de crescimento na produção animal. A BIOMIN disponibiliza um leque de aditivos inovadores e naturais para rações, incluindo aditivos simbióticos e fitogênicos, que foram comprovados no controle de agentes patogênicos entéricos, na melhoria do desempenho e na manutenção da saúde intestinal. Esperamos que considere este número da Science & Solutions informativo no que concerne as suas estratégias que visam a produção de carne num sistema sem antibióticos, e como superar os desafios e problemas com que se depara no ramo. Finalmente, este número inclui a sexta parte da nossa série sobre diagnóstico diferencial que abrange questões relacionadas à plumagem. Boa leitura!
Randy PAYAWAL Gerente Técnico, Avicultura
Science & Solutions • Número 27
Name, title position
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Índice A importância da saúde intestinal numa produção sem antibióticos
Métodos para auxiliar a saúde intestinal que ajudarão os produtores a gerir a transição e a proteger os plantéis.
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Por Chasity Pender, PhD
Objetivo: Promoção do crescimento Encontrar a solução certa implica rever as práticas de gestão e personalizar os objetivos para aplicação de aditivos nas rações.
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Por Carina Schieder PhD, Attila Kovács DVM MV Sc e Wael Abdelrahman PhD
Cut & Keep
Checklist
Qual o problema das minhas aves?
Parte 6: Plumagem
Uma lista de verificação útil para diagnóstico de sintomas, causas e soluções.
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Science & Solutions é uma publicação mensal da BIOMIN Holding GmbH, distribuída gratuitamente aos nossos clientes e parceiros. Em cada número, Science & Solutions apresenta temas sobre os mais recentes conhecimentos científicos em nutrição e saúde animal com destaque especial para uma espécie (aves, suínos ou ruminantes) em cada trimestre. ISSN:2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net Editora-chefe: Ryan Hines Colaboradores: Wael Abdelrahman, Attila Kovács, Randy Payawal, Chasity Pender, Carina Schieder Marketing: Herbert Kneissl Gráficos: Reinhold Gallbrunner Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter Editora: BIOMIN Holding GmbH Erber Campus 1, 3131 Getzersdorf, Austria Tel: +43 2782 8030 www.biomin.net Impresso na Áustria por: Johann Sandler GesmbH & Co KG Impresso em papel ecológico: Austrian Ecolabel (Österreichisches Umweltzeichen) ©Copyright 2015, BIOMIN Holding GmbH Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos autorais, exceto em conformidade com as disposições da Copyright, Designs and Patents Act 1998 [Lei relativa aos Direitos Autorais, Desenhos e Patentes de 1998]. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença.
Uma revista da BIOMIN
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Photo: Stepanyda
A importância da saúde intestinal para uma produção sem antibióticos Por Chasity Pender, Gerente Técnica de Avicultura
Os produtores do setor da avicultura enfrentam inúmeros desafios à medida que aumentam o número de plantéis produzidos sem antibióticos. Boas práticas de gerenciamento e aditivos naturais para as rações auxiliam a saúde intestinal e ajudam os produtores a gerenciar a transição e a proteger os plantéis.
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C
omo as opiniões dos consumidores e das entidades reguladoras evoluíram ao longo dos últimos vários anos, os produtores avícolas têm aumentado o número de plantéis criados sem antibióticos. Enquanto dezenas de países já proibiram a utilização de antibióticos promotores de crescimento, muitos locais que ainda não o fizeram têm sido confrontados com um aumento da procura dos mercados consumidores por produtos sem antibióticos. O principal desafio que os produtores enfrentam com a implementação de programas sem antibióticos é a manutenção da saúde intestinal no intuito de prevenir a enterite necrótica, uma das doenças mais comuns e financeiramente mais debilitantes do mundo, com taxas de mortalidade que chegam a atingir os 50%, se não forem utilizados fármacos nas rações. Menos ferramentas na caixa de ferramentas Os programas usuais sem antibióticos proíbem a utilização de vários agentes antibacterianos, incluindo antibióticos promotores de crescimento, antibióticos terapêuticos e ionóforos. Os antibióticos promotores de crescimento (APC) são fornecidos continuamente em níveis baixos (subterapêuticos) para melhorar o desempenho e a uniformidade do plantel, reduzir as infecções e os desafios subclínicos e melhorar a saúde do plantel. Os antibióticos terapêuticos são utilizados no tratamento de doenças bacterianas ao impedirem o crescimento bacteriano, desde que sejam utilizados nos níveis recomendados e o microrganismo não seja resistente. O tratamento de casos clínicos diminui a duração da doença e reduz a propagação da bactéria, resultando numa diminuição da mortalidade. Em último lugar, os ionóforos são uma classe de antibióticos utilizados exclusivamente para a prevenção da coccidiose, um fator que, reconhecidamente, predispõe para a enterite necrótica. Fazer a mudança A eliminação dessas ferramentas em programas usuais “sem antibióticos” acarreta preocupações legítimas para os produtores em relação ao desempenho, uniformidade do plantel e incidência de doenças, especialmente da enterite necrótica e outros patógenos bac-
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terianos. Além disso, considerando que os plantéis tratados com antibióticos devem ser retirados do programa, há uma hesitação em tratar as aves e comprometer o respetivo estado de “livre de antibióticos”. Isso pode levar a problemas de saúde e bem-estar, bem como ao aumento da mortalidade devido a doenças. Vários fatores podem ter um impacto considerável na proliferação de Clostridium perfringens e numa mudança bem sucedida para uma produção sem antibióticos, incluindo práticas de gerenciamento, fatores nutricionais, coccidiose e contaminação com micotoxinas (Figura 1). Figura 1. Fatores que influenciam o desenvolvimento de enterite necrótica.
Imunossupressão
Micotoxinas
Translocação de patogêneos
Eimeria spp.
Qualidade baixa da proteína na ração
Clostridium spp.
Integridade intestinal reduzida
Digestibilidade dos aminoácidos reduzida
Produção de toxinas
Fuga de proteínas
Absorção de nutrientes reduzida
Aumento da disponibilidade de proteínas no lúmen
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A importância da saúde intestinal para uma produção sem antibióticos
O principal desafio que os produtores enfrentam na implementação de programas sem antibióticos é a manutenção da saúde intestinal de modo a prevenir a enterite necrótica
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pode reduzir o desempenho e predispor as aves para a enterite necrótica. Através da eliminação dos ionóforos, a gestão da coccidiose deve basear-se em coccidiostáticos não antibióticos, ou vacinas para a coccidiose vivas ou, mais provavelmente, uma rotatividade entre ambas. Infelizmente, muitos coccidiostáticos desenvolvem resistência coccidial e, ao contrário dos ionóforos, os coccidiostáticos não possuem propriedades antibióticas.
Fatores nutricionais A dieta constitui um fator de risco fundamental com um forte impacto na incidência de enterite necrótica nos frangos de corte. A proteína não digerível, como é o caso da proteína de origem animal, por exemplo, farinha de carne e osso ou farinha de peixe, não pode ser digerida e absorvida na parte superior do trato intestinal. Em vez disso, a proteína acumula-se na parte inferior do trato intestinal, servindo de substrato para a microbiota intestinal. A fermentação da proteína produz subprodutos desfavoráveis, tais como aminas e amônia, aumentando o pH intestinal e incentivando a proliferação de bactérias patogênicas.
Contaminação por micotoxinas As micotoxinas (metabolitos tóxicos produzidos por fungos existentes em muitos componentes da ração) podem impactar diretamente a integridade intestinal, determinando assim a uma menor absorção e digestão de nutrientes e a uma maior permeabilidade da barreira intestinal. Uma reduzida ingestão de nutrientes e a perda de proteínas plasmáticas para o lúmen devido a isso resulta num aumento da concentração de proteína no lúmen intestinal. Isso proporcina um excelente substrato para proliferação da C. perfringens. As micotoxinas também afetam adversamente a imunidade e estão fortemente relacionadas com as infeções entéricas.
Controle da coccidiose A infeção com coccidiose, resultante de um surto da doença natural ou da introdução a baixos níveis através de vacinação com coccidiose viva, pode causar lesões no epitélio intestinal, permitindo a fuga de proteínas plasmáticas para o lúmen intestinal, um substrato de nutrientes rico que a C. perfringens pode explorar para proliferação e produção de toxinas. Isto
Soluções para gestão da saúde intestinal Boas práticas de manejo ajudarão a limitar a exposição das aves as condições em que a C. perfringens pode facilmente se manifestar (Tabela 1). A saúde das reprodutoras e a adequação da incubadora e da higiene dos ovos devem de ser monitorizadas de modo a impedir a contaminação bacteriana no incubatório. O aumento do vazio sanitário permite a diminuição das populações de bactérias nos plantéis e previne a transmissão delas entre lotes. Um gerenciamento adequado da cama e uma densidade populacional adequada também ajudarão a reduzir o risco de desafios bacterianos e permitiram a queda da excreção de oocistos coccidiais. Além disso, para prevenir a contaminação a partir de fontes externas, é fundamental estabelecer e manter medidas de eficazes de biosseguridade como: higiene do pessoal, dos visitantes e do tráfego de veículos. O período imediatamente após a eclosão é essencial para o desenvolvimento do trato intestinal dos
Photo: decade3d
Clostridium perfringens
Práticas de gestão O principal aspeto a considerar é a carga bacteriana no ambiente. Sabe-se que vários fatores aumentam o risco de desafios bacterianos, incluindo diminuição da saúde das aves reprodutoras, higiene inadequada no incubatório e dos ovos, redução do tempo de vazio sanitário das instalações, aumento da densidade populacional, mau manejo das camas e contaminação através do pessoal de técnicos, visitantes e tráfego de veículos.
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Chasity Pender Gerente Técnica de Avicultura
Conseguir uma boa saúde intestinal ajudará os produtores a gerenciar a transição para uma produção sem antibióticos padrão e a proteger os plantéis
Tabela 1. Lista de verificação da saúde intestinal.
Gestão
Fator
Ação de correção
Contaminação da incubadora
Manter a saúde das reprodutoras e uma higiene adequada da incubadora e dos ovos
Tempo reduzido de vazio sanitário nas instalações
Aumentar o tempo de vazio sanitário entre lotes
Alta lotação Mau gerenciamento da cama
Desenvolvimento
Reduzir a densidade populacional e implementar uma estratégia de gerenciamento adequado da cama
Contaminação de fontes externas
Implementar plano de biossegurança eficaz relativamente a higiene pessoal, acesso à granja e controle de tráfego
Colonização microbiana intestinal insuficiente
Aplicar já no incubatório PoultryStar® nas doses recomendadas Mudar para dieta completamente à base de vegetais
Nutrição
Proteína (animal) não digerível
Incluir Digestarom® na dieta nos níveis recomendados Suplementar com enzimas proteolíticas exógenas
Patógenos
Coccidiose
Rotação de coccidiostáticos não antibióticos e vacinas para a coccidiose vivas Aplicar PoultryStar® e/ou Digestarom® nos níveis de dosagem corretos
Micotoxinas
Contaminação da ração com micotoxinas
Monitorizar a ração e incluir Mycofix® na dose recomendada
pintos. As alterações que ocorrem durante esse período dependem totalmente de uma colonização microbiana adequada. A aplicação de probióticos colonizadores no incubatório proporciona uma oportunidade ideal para colonização das bactérias benéficas no trato digestivo antes que as aves sejam expostas a bactérias e fungos potencialmente patogênicos no aviário, ajudando no desenvolvimento do trato digestivo e auxilia na proteção contra infeções entéricas. Uma solução para reduzir o crescimento e a atividade bacteriana consiste em limitar o respetivo acesso à proteína, uma fonte essencial de nutrientes. Por exemplo, muitos produtores mudam para uma dieta totalmente à base de vegetais. Outra opção consiste em aumentar a digestibilidade dos nutrientes de modo a que sejam absorvidos pela ave em vez de servirem como subtrato para a microbiota. Alguns aditivos fitogênicos para rações têm capacidade para aumentar a atividade das enzimas digestivas endógenas, assim a ave fica mais apta a digerir e a absorver as proteínas e outros nutrientes, tornando-os menos disponíveis para a microbiota. A suplementação com enzimas proteolíticas exógenas é outro método que pode auxiliar a digerir o excesso de proteína. Os probióticos e os aditivos fitogênicos para
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rações, com ou sem utilização de coccidiostáticos ou vacinas, podem ajudar a diminuir os efeitos negativos da coccidiose. Foi comprovado que reduzem a excreção de oocistos, a gravidade das lesões intestinais e os efeitos adversos sobre o desempenho, demonstrando o seu status como promissor "anticoccídeo". A contaminação das rações com micotoxinas também representa uma séria ameaça para a produção animal em nível global. Considerando os inúmeros efeitos nocivos das micotoxinas, é fundamental um programa de gerenciamento de micotoxinas adequado para proteger a integridade intestinal. Conclusão Os principais desafios que os produtores enfrentam ao mudarem para sistemas de produção “sem antibióticos” incidem sobre a saúde intestinal e a prevenção da coccidiose e da enterite necrótica. Mudar para um programa “sem antibióticos” implica na mudança de um paradigma: não existe uma solução única que possa funcionar como substituto para os antibióticos. Para ter sucesso, são necessários vários ajustes e um programa de saúde intestinal sólido tem de ser um componente essencial.
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Objetivo: Promoção do crescimento Por Carina Schieder, Gerente de Produto Fitogênicos, Attila Kovács, Gestor de Linha de Produto Global e Wael Abdelrahman, Consultor Técnico
Continua a verificar-se uma tendência para a redução ou erradicação dos antibióticos promotores de crescimento (APC) na produção avícola, embora a ritmos diferentes, em todo o mundo. Estão sendo realizadas investigações para a próxima geração de promotores de crescimento que proporcionam melhorias de produção consistentes. Encontrar a solução certa implica rever as práticas de gestão e personalizar os objetivos para aplicação de aditivos nas rações.
O
s antibióticos são uma das principais descobertas médicas do século XX e continuam a ser importantes no tratamento de humanos e animais no século XXI. O risco de resistência aos antibióticos e dos resíduos de antibióticos em produtos de origem animal no ambiente aumentaram as preocupações da opinião pública e da comunidade científica em relação ao risco das bactérias multirresistentes. Em certos países, a erradicação dos antibióticos promotores de crescimento (APC) teve um impacto negativo no desempenho dos animais. A próxima geração de promotores de crescimento inclui estratégias inovadoras e naturais, personalizadas para imitar os efeitos dos APC e até acarretar benefícios adicionais, tais como a promoção de bactérias benéficas para
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os intestinos, melhoria da qualidade da carne e dos ovos ou redução das emissões para o ambiente. Objetivo: desempenho Há séculos que se utilizam substâncias derivadas de plantas para dar sabor aos alimentos, bem como, pelo seu efeito benéfico no organismo (efeito biológico). O Digestarom®, uma mistura de ervas, especiarias, óleos essenciais e extratos selecionados e estandardizados, revelou estar apto a proporcionar resultados comparáveis à utilização de APC selecionados na produção animal. Descobertas científicas demonstram que um aditivo fitogênico (AF) para rações como o Digestarom® pode melhorar o desempenho dos frangos de corte, disponibilizando resultados semelhantes ou
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Figura 1. Os aditivos fitogênicos para rações proporcionam o melhor desempenho dos frangos de corte num ensaio até aos 39 dias de idade. 2.2 2018,2a 2000 1900
1969,5a
Conversão alimentar
Ganho de peso corporal (g)
2100
1896,9b
1800 1700 1600
Controle
APC
Digestarom®
2.0
2,002a
1,931ab
1,860b
1.8 1.6 1.4 1.2 1.0
Controle
APC
Digestarom®
a, b indica diferenças estatisticamente significativas
Fonte: Murugesan et al., 2015
melhores em comparação com os APC. Num estudo, as aves de corte que recebiam uma dieta suplementada com Digestarom® apresentaram um maior ganho de peso corporal e uma melhor conversão do alimento em comparação com os grupos de controle e de APC (Figura 1). Três elementos fundamentais para a promoção do crescimento A fórmula do Digestarom®, um aditivo fitogênico para ração, contém três módulos importantes que visam: (1) melhorar a palatabilidade e a secreção digestiva, (2) modular a microbiota intestinal e (3) proteção intestinal. No caso do primeiro módulo, os efeitos de melhoria da secreção digestiva suportam a retenção de nitrogênio e a melhoria da digestibilidade, que contribuem para aumentar a eficiência da ração. O segundo módulo muda o equilíbrio da microbiota intestinal para bactérias mais favoráveis. O terceiro módulo diminui a resposta inflamatória nos animais, preservando a energia para o crescimento e aumenta o estado antioxidante das células gastrointestinais. Juntos, estes módulos melhoram o desempenho e proporcionam benefícios adicionais, tais como a promoção de bactérias benéficas para os intestinos, melhoria da qualidade da carne e dos ovos ou redução das emissões ambientais. O modo de ação dos APC já foi amplamente discutido na literatura. Além
Uma revista da BIOMIN
do efeito antimicrobiano, foram propostas várias hipóteses para explicação da melhoria do crescimento resultante. As explicações incluíram uma interferência na produção da toxina microbiana ou aumento da absorção de nutrientes devido a alterações ao nível dos intestinos. Estudos também revelaram que alguns, mas não todos os APC, estão envolvidos na inibição da resposta inflamatória. Considerando que os aditivos para rações e os APC só se baseiam parcialmente em modos de ação idênticos, não é de estranhar que os respetivos efeitos também variem. Escolher o objetivo de gerenciamento apropriado personalizado de acordo com as condições específicas da granja pode ajudar a atingir o resultado pretendido. O gerenciamento da granja desempenha um papel fundamental para se atingirem resultados positivos. Os fitogênicos combatem as bactérias gram-positivas Foi comprovado que os compostos fenólicos (um grupo que inclui, p. ex., timol e carvacrol; importante composto ativo do tomilho e do orégano) dos óleos essenciais e outros derivados dos óleos essenciais têm propriedades antimicrobianas, embora com tendência para se focarem nas bactérias gram-positivas. Contudo, as bactérias gram-negativas possuem uma membrana celular exterior que limita o efeito antimicrobiano
Foi comprovado que os compostos fenólicos incluindo timol e carvacrol, importante composto ativo do tomilho e do orégano, têm propriedades antimicrobianas, principalmente contra bactérias gram-positivas.
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Objetivo: Promoção do crescimento
Figura 2. Contagens de S. enteritidis no conteúdo cecal dos frangos de corte ao dia 5 e ao dia 10 após infeção. 3,0 2,5
2,63a 2,25a
(Iog UFC/g)
2,0 1,29b
1,5
1,05b
0,87b
1,0
0,66b
0,5 0,0
Dia 5
Dia 10
n Controle n Biotronic® Top3 (1.0 kg/t) n Biotronic® Top3 (2.0 kg/t) a,b As médias com sobrescritos diferentes diferem significativamente;
P<0.05
Fonte: Testes BIOMIN
Oocistos
Figura 3. Excreção semanal de oocistos por grama de excretas de frangos de corte Ross 308. Ao dia 2, todas as aves receberam uma infeção artificial de coccidiose. 220.000 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 D 14
D 21
D 28
D 35
D 42
Média
n PoultryStar® n narasina/nicarbazina + salinomicina Fonte: Estudo de campo BIOMIN, Bélgica 2014.
dos constituintes fitogênicos. Uma substância permeabilizante que desestabiliza essa membrana exterior pode permitir a eficaz ação de agentes antimicrobianos, incluindo fitoquímicos e uma mistura de ácidos orgânicos, na redução da carga bacteriana gram-negativa. A Figura 2 ilustra a eficácia da linha de produtos Biotronic® Top, que combina ácidos orgânicos selecionados e os respetivos sais com um fitoquímico e o exclusivo complexo permeabilizante da Biomin®, no combate a bactérias gram-negativas, tais como Salmonella
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enteritidis nos frangos de corte. (Consulte também “É possível um nível zero de salmonelas?” no número 4 da Science & Solutions). Além da redução das bactérias patogênicas, também se sabe que os produtos Biotronic® aumentam o número de bactérias benéficas no trato intestinal das aves. Na globalidade, um trato digestivo saudável resultará num melhor desempenho dos animais. O desafio da coccidiose Os probióticos e os aditivos fitogênicos para rações, com ou sem a utilização de coccidiostáticos ou vacinas, podem ajudar a diminuir os efeitos negativos da infeção por coccídeos. Ambos, mas especialmente os probióticos, revelaram ser uma estratégia inovadora para o gerenciamento da coccidiose nas aves. O simbiótico multiespécies específico PoultryStar® reduz as lesões intestinais, a contagem de oocistos nos excrementos e a mortalidade, o que tem um reflexo positivo no desempenho (Figura 3). Por conseguinte, tem capacidade para diminuir o impacto da infeção parasítica interna nos frangos ao melhorar a integridade intestinal, reduzindo a invasão de esporozóides no epitélio intestinal e para modular a resposta imunitária das aves. Conclusão A redução da utilização subterapêutica de antibióticos deverá continuar. Diversos ensaios e estudos confirmam a eficácia do Digestarom® na promoção do crescimento e eficiência da ração. No caso do efeito de desafio e promoção de crescimento de uma bactéria gram-negativa, o Biotronic® demonstrou eficácia em ensaios científicos e de campo. O PoultryStar® demonstrou elevada eficiência na exclusão competitiva da bactéria patogênica. Uma estrutura mais granular que permite distinguir entre saúde e eficiência de produção (dois objetivos intimamente relacionados) pode ajudar a orientar a aplicação de aditivos para rações que proporcionam os melhores benefícios para aves e produtores.
Science & Solutions • Número 27
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Cut & Keep
Checklist
Qual o problema das minhas aves? Parte 6: Plumagem comprometida/perda de penas
Na avicultura, as penas desempenham um papel importante em termos de proteção e isolamento do corpo. Apesar do processo de muda ou renovação das penas mais antigas por novas ser um processo natural que ocorre nas poedeiras adultas após o termino de um ciclo de postura, a perda de penas ou o comprometimento da penugem pode ser indicação de outros problemas na granja.
Os problemas relacionados com as penas na avicultura podem dividir-se, genericamente, em dois grupos: • Não se desenvolvem adequadamente (associado à formação das penas), o que está frequentemente relacionado com a nutrição ou a presença de micotoxinas. • São retiradas pelas aves (debicam as penas), o que consiste num problema relacionado com manejo. Em ambos os casos, é fundamental compreender a origem do problema para que este possa ser corretamente solucionado (ver tabela à direita). Condições de stress no galpão, especialmente durante a incubação, como por exemplo calor, frio e existência de correntes de ar, entre outras coisas, podem resultar na perda de penas e numa má qualidade das mesmas. Neste caso, é fundamental observar o comportamento e a interação entre os animais. Freqüentemente, debicar e puxar as penas também pode ser resultado de uma ingestão inadequada de nutrientes. Devido ao elevado teor proteico das penas, níveis de proteínas mais elevados na ração podem incentivar um desenvolvimento e muda mais rápidos. Um desequilíbrio de aminoácidos na ração, em especial dos aminoácidos que contêm enxofre, cisteína e metionina, pode causar deformidades nas penas e/ou uma aparência áspera. O efeito dermotóxico das micotoxinas tricotecenos, tais como a toxina T-2 e outras, também pode contribuir para a reduzida qualidade das penas, associado a outros efeitos negativos, tais como lesões orais e redução do desempenho. Na globalidade, uma perda excessiva de penas ou o comprometimento da penugem afetam adversamente a conversão visto que as aves têm de atribuir energia adicional da dieta para compensar a perda de calor. Como tal, o manejo, o alojamento e a nutrição devem ser otimizados para reduzir esta ocorrência. No que diz respeito às micotoxinas, a prevenção pode realizar-se através do uso de uma ferramenta de gerenciamento do risco de micotoxinas apropriada, que adsorve e/ou biotransforma as micotoxinas, eliminando assim os efeitos tóxicos nos animais, garantindo ao mesmo tempo a proteção do fígado e do sistema imunitário.
Uma revista da BIOMIN
Lista de verificação
Corrective action
Causa possível: Manejo: Temperatura do Galpão • Temperatura do galpão
• Melhorar o gerenciamento do galpão
• Umidade do galpão
• Corrigir a temperatura, a ventilação e a umidade seguindo os manuais de manejo
• Sistema de ventilação
Causa possível: MICOTOXINAS: Toxina T-2 (T-2)/Desoxinivalenol (DON)/ Outros tricotecenos • Positivo para tricotecenos em matérias-primas (ELISA) ou ração (HPLC) • Matérias-primas originárias de fornecedor/região com história de contaminação por tricotecenos • Histopatologia: Inspecionar outros órgãos para identificação de tricotecenos (p. ex., fígado, para vacuolização hepática)
• Verificar os níveis de contaminação médios • Uso de Mycofix® com um nível de dosagem correto • Evitar a contaminação de recipientes de alimentação ou linhas de alimento/água com ração deteriorada, úmida ou bolorenta
• Declínio do desempenho global do plantel
Causa possível: NUTRIÇÃO: Deficiência/desequilíbrio de aminoácidos (AA) • Nível de aminoácidos contendo enxofre total (TSAA) na dieta • Rácio TSAA/Lys/Arg/Thr • Escala de aminoácidos na fábrica de forragens
• Aumentar o nível de aminoácidos (AA) sintéticos em dietas de baixa digestibilidade (altos níveis de subprodutos)
Causa possível: GERENCIAMENTO: Ácaros-purpúreos • Presença de ácaros-vermelhos no galpão durante a noite.
• Fambar as gaiolas com lança chamas durante o período de vazio sanitário. • Lavar as instalações durante o período de vazio. • Aumentar o nível de biossegurança • Sempre que possível, usar correias transportadoras de ovos de plástico
Nota: os agentes patogênicos foram excluídos da tabela devido a limitações de espaço, mas pode ser importante considerá-los. Bibliografia disponível se solicitada
Para mais informações, visite www.mycotoxins.info ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Esta tabela inclui conselhos gerais sobre os assuntos relacionados com avicultura que afetam com maior freqüência as aves de produção e que podem estar relacionados com a presença de micotoxinas na alimentação. As doenças e problemas avícolas incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A BIOMIN não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou de seu respectivo teor. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.
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*Autorizado
pelos regulamentos da UE Nº 1115/2014, 1060/2013 e 1016/2013 para a redução da contaminação com fumonisinas, aflatoxinas e tricotecenos.
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