Science & Solutions #28 Suínos (Português)

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Número 28 • Suínos

Leitões rentáveis Espaço na formulação da ração Quebra pósdesmame: Proteção contra toxinas

Photo: fotostorm

Photo: Aumsama

A magazine of

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 4: Necrose de orelha


Editorial Aumento da produtividade As empresas especializadas em genética realizaram investigações que visam melhorar a produtividade durante várias décadas para produzir linhagens geneticamente superiores com um potencial genético mais elevado. O número de cerca de 10 leitões nascidos vivos por ninhada na década de 1980 aumentou para 13-14 nascidos vivos por ninhada na atualidade. Contudo, continua a ser difícil atingir este potencial genético completo devido aos grãos de baixa qualidade, desafios relacionados a doenças, alterações nas condições climáticas, etc. Neste número da Science & Solutions abordamos como arranjar espaço para determinado número de aditivos nas rações das dietas dos suínos e assim se atingirem diversos objetivos de saúde e desempenho. O período imediatamente após o desmame torna os leitões especialmente vulneráveis a micotoxinas e infecções. Uma ração com reduzida contaminação por DON conduziu a um ensaio desenvolvido para demonstrar a eficácia de Mycofix® no combate aos efeitos nocivos causados pelas endotoxinas produzidas por patógenos bacterianos tais como E. coli, revelando que até mesmo uma contaminação com reduzidos níveis de micotoxinas pode ter significativos impactos negativos no sistema imunitário intestinal e vilosidades dos leitões. Um aditivo para ração de combate a micotoxinas é extremamente importante para proteger os animais dos efeitos nocivos causados pelas endotoxinas e micotoxinas. Muitos técnicos especializados descreveram os diferentes métodos para melhorar o desempenho de animais em várias condições. Espero que este número da Science & Solutions lhe disponibilize uma perspectiva científica e prática, que proporcione um resumo do elevado volume de informações. Vai ao encontro do contínuo ênfase que damos aos métodos naturais e sustentáveis para ajudar os produtores a melhorarem a produtividade dos seus animais.

Si Yeong CHOI Gerente Técnico Regional, Suínos

Science & Solutions • Número 28


Name, title position

Photo: Tom Nulens

Índice

Arranjando espaço para aditivos de rações nas dietas dos leitões

Reduzindo o componente de ácido orgânico na formulação de rações para arranjar espaço e gerar mais benefícios financeiros.

2

Photo: Jevtic

Por Attila Kovács DVM MV Sc

Ataque de toxinas durante a quebra pós-desmame

Os leitões são muito vulneráveis às micotoxinas e endotoxinas no período imediatamente após o desmame.

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Por Andre van Lankveld BSc e Diego Padoan DVM

Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos?

Parte 4: Necrose de orelha

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Uma lista útil de verificação para diagnóstico de sintomas, causas e soluções. Science & Solutions é uma publicação mensal da BIOMIN Holding GmbH, distribuída gratuitamente aos nossos clientes e parceiros. Em cada número, Science & Solutionsapresenta temas sobre os mais recentes conhecimentos científicos em nutrição e saúde animal com destaque especial para uma espécie (aves, suínos ou ruminantes) em cada trimestre. ISSN:2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net Editora-chefe: Daphne Tan Colaboradores: Si Yeong Choi, Andre Van Lankveld, Attila Kovács, Diego Padoan Marketing: Herbert Kneissl, Cristian Ilea Gráficos: Reinhold Gallbrunner, Michaela Hössinger Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter, Mickaël Rouault Editora: BIOMIN Holding GmbH Industriestrasse 21, 3130 Herzogenburg, Austria Tel: +43 2782 8030 www.biomin.net Impresso na Áustria por: Johann Sandler GesmbH & Co KG Impresso em papel ecológico: Austrian Ecolabel (Österreichisches Umweltzeichen) ©Copyright 2016, BIOMIN Holding GmbH Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos autorais, exceto em conformidade com as disposições da Copyright, Designs and Patents Act 1998 [Lei relativa aos Direitos Autorais, Desenhos e Patentes de 1998]. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença.

Uma revista da BIOMIN

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1.1%

0.3%

0.8%

3.0%

1.5%

Illustration: micha360

% 7 . 2 % 1.7

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Science & Solutions • Número 28


Arranjando % espaço para aditivos de rações nas dietas dos leitões Hoje em dia, pode considerar-se que a utilização de ácido orgânico nas dietas dos leitões é uma atividade de rotina. No entanto, elevados níveis de ácidos orgânicos na formulação das rações ocupam muito espaço na ração, espaço esse que, de outro modo, seria útil. A substituição de uma parte dos ácidos orgânicos por um aditivo mais potente pode criar espaço para melhorar a formulação da ração ou adicionar matéria-prima mais econômica sem custos adicionais. Por

Attila Kovács, Diretor de Linha de Produto Global

– Acidificantes

O

s produtores de suínos aplicam ácidos orgânicos nas rações principalmente para combater a contaminação microbiana e fúngica que provoca a deterioração da ração e para diminuir o pH nos estômagos dos animais. O tratamento contínuo com ácidos orgânicos tem o benefício acrescido de impedir a repetição da contaminação da ração, ao contrário de métodos como, por exemplo, o tratamento térmico. Diversos fatores suportam os fundamentos para a acidificação da dieta para animais jovens, especialmente suínos na fase de desmame. No desmame, os leitões registram frequentemente uma limitada capacidade digestiva e de absorção, geralmente devido à secreção insuficiente de ácido hidroclórico e enzimas pancreáticas. Junte-se a isto o stress associado ao processo de desmame, súbitas alterações na consistência da ração e alterações ambientais — todos estes aspectos podem ter um efeito negativo na digestão, na absorção da ração e na microflora intestinal dos leitões. Inibição de E. coli e promoção de bactérias benéficas Vários estudos revelam que a acidificação das dietas dos leitões a níveis de pH relatados entre 4,36 e 5,79 pode reduzir as contagens de coliformes e E. coli no trato intestinal, diminuindo a abrasão e a mortalidade dos leitões (Tabela 1). Os ácidos orgânicos influenciam

Uma revista da BIOMIN

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Photo: luismmolina

Arranjando espaço para aditivos de rações nas dietas dos leitões

Os ácidos orgânicos influenciam positivamente o desenvolvimento de Lactobacilli no trato gastrointestinal, o que pode inibir competitivamente a proliferação de E. coli.

Tabela 1. Alteração na flora bacteriana do trato intestinal utilizando Biotronic® Top3. Controle

Controle positivo

Biotronic® Top3

E. coli

6.302a

5.970b

5.873b

Coliformes

8.277a

7.977b

8.151b

Salmonella Typhimurium

8.220a

7.941b

8.053ab

Lactobacillus

6.295a

6.172a

6.515b

Bifidobacterium

6.891a

6.878a

7.130b

Log cfu/g Ileum

a,b

As médias com subscritos diferentes diferem significativamente; P<0,05 Controle positivo: Colistina 100 g/t + CTC 100 g/t Fonte: BIOMIN

positivamente o desenvolvimento de Lactobacilli no trato gastrointestinal, o que pode inibir simultaneamente a proliferação de E. coli e produz ácido lático e outros metabólitos que diminuem o pH ou têm um efeito antimicrobiano e inibem ainda mais a E. coli. Níveis de inclusão Para diminuir a capacidade de tampão e os níveis de pH na ração, utilizam-se geralmente ácidos orgânicos no processo de produção da ração. Estes geralmente incluem ácido fórmico, ácido benzóico e ácido acético. A acidificação da dieta através de uma mistura de ácidos orgânicos diminui o valor de pH das dietas dos suínos em 0,15 a 0,98 unidades de pH, dependendo dos níveis de inclusão (variando entre 0,5% e 3,0%) e da composição da dieta. O nível de inclusão dos ácidos orgânicos varia consideravelmente em todas as unidades de produção de ração, dependendo também do tipo de ácidos orgânicos, do carregador e do fato de os ácidos serem adicionados isoladamente ou misturados. Substituição de ácidos simples na dieta A formulação da ração consiste num delicado processo que deve manter um equilíbrio entre os requisitos de nutrientes dos animais em cada fase de produção, o valor nutricional de várias matérias-primas da ração, pré-misturas, vitaminas e minerais, juntamente com considerações relacionadas com o preço e a disponibilidade. O espaço pode ser um problema, pois não é fácil

4

tentar incluir todos os ingredientes a um nível ótimo. As dietas de suínos que também contêm ácidos orgânicos apresentam um desafio adicional. Uma abordagem consiste em substituir parte dos ácidos simples por um aditivo de ração mais potente, arranjando assim espaço na formulação da ração de um modo rentável. A linha Biotronic® Top combina o exclusivo complexo permeabilizante Biomin®, um fitoquímico, uma mistura selecionada de ácidos orgânicos e respectivos sais, utilizando integralmente uma sinergia exclusiva no seu modo de ação. O complexo permeabilizante Biomin® potencia a atividade dos ingredientes ativos e facilita a respectiva entrada para o citoplasma, permeabilizando a membrana exterior das bactérias Gram-negativas. Substituir 2 a 3 kg de um ácido simples por 1 kg de Biotronic® Top3 potencia o efeito antimicrobiano da mistura de ácido, reduzindo a carga bacteriana e melhorando o desempenho dos animais em termos de crescimento. Quando quiser criar espaço na formulação da ração, geralmente recomenda-se a aplicação da taxa 2:1 para substituir um ácido simples por produtos da linha Biotronic® Top. Maximizar o espaço na prática Realizaram-se vários ensaios no terreno e científicos visando a substituição do ácido benzóico e do ácido fórmico em diferentes formulações comerciais nas dietas dos leitões. Num caso recente, um produtor alemão quis reduzir o espaço ocupado pelos ácidos na formulação substituindo na íntegra 6 kg por tonelada de um produto baseado em sal de ácido fórmico (ACID) por Biotronic® Top3, desde que isso pudesse ser feito sem custos adicionais. Para esse ensaio, duplicamos a taxa de substituição recomendada para 4:1, substituindo o ácido em questão por Biotronic® Top3. A formulação da ração também continha outros ácidos que não foram substituídos nas dietas iniciais ou de substituição (Tabela 2). O componente ácido da dieta de substituição utilizando Biotronic® Top3 custa menos 19% do que a dieta inicial utilizando o produto à base de sal de ácido fórmico (ACID); uma economia de € 3,60/ ton. Depois de se avaliar o desempenho em termos de crescimento num ensaio a campo utilizando 380 leitões em desmame (Figura 1), tornou-se evidente que a substituição dos

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Attila Kovács Gerente de Linha de Produto Global - Acidificantes

Photo: harneshkp

Os ácidos orgânicos são essenciais na alimentação dos leitões, especialmente no período de desmame, mas também podem ser um fator limitante para a formulação da ração.

Tabela 2. Teor de ácido e preço nas dietas dos suínos em desmame. Componente Biotronic®

Top3

Inclusão (%)

Inclusão (%)

0

0.15

ÁCIDO

0.60

0

Formiato de cálcio

0.43

0.43

Ácido fumárico

0.12

0.12

Ácido cítrico

0.12

0.12

€ 19.20

€ 15.60

Preço dos ácidos em € por tonelada de ração*

*preços referentes ao mercado alemão

Figura 1. Peso corporal (kg) dos animais. 14 12 10 8 6 4 2 0

10.90

11.51

6.26

6.06

Peso inicial

Peso corporal final (kg)

n Ácido n Biotronic® Fonte: BIOMIN

Fonte: BIOMIN

0,60% de ACID por 0,15% de Biotronic® Top3 não provocou qualquer alteração no desempenho em termos de crescimento, embora tenha gerado um lucro adicional de € 0,5 por leitão. O grupo de Biotronic® apresentou uma ingestão de ração superior e um FCR inferior (Figuras 2 e 3). Espaço para mais desempenho O espaço adicional que é poupado na formulação da ração pode ser utilizado para incluir outros aditivos de ração que podem melhorar o desempenho em termos de crescimento ou suportar a saúde do animal. Um desativador de micotoxinas ou um aditivo de ração fitogênico figuram entre os mais comuns associados a ácidos orgânicos. A existência de espaço adicional também permite uma maior flexibilidade relativamente ao nível de inclusão das matérias-primas para otimizar a energia ou os níveis de vitaminas/minerais, ou os custos. Conclusão Os ácidos orgânicos são essenciais na alimentação dos leitões, especialmente no período de desmame, mas também podem ser um fator limitante para a formulação da ração. Os produtos da linha Biotronic® Top podem substituir parte dos ácidos orgânicos na formulação com benefícios financeiros adicionais para o produtor. A modulação da carga bacteriana no trato intestinal, associada a uma utilização mais eficiente da ração pelo animal, para além de cobrir os custos do produto, também acarreta um benefício adicional.

Uma revista da BIOMIN

Figura 2. Ingestão diária média de ração (g) nos grupos de ensaio após 24 dias de ensaio. 298 296 294 292 290 288 286 284 282 280 278

296

285

Ingestão diária média de ração (g) n Ácido n Biotronic® Source: BIOMIN

Figura 3. FCR nos grupos de ensaio após 24 dias de ensaio. 1.43

1.43

1.42 1.41 1.40 1.40 1.39

FCR n Ácido n Biotronic®

Fonte: BIOMIN

5


Photo: Tsekhmister/Dreamstime

Ataque de toxinas durante a quebra pós-desmame Many articles are written about the stressful period piglets experience right after weaning, though too often on-farm discussions focus on issues such as diarrhea or oedema that occur anywhere from 1 week to 1 month post-weaning. Antibiotics and/or high levels of zinc oxide are often applied in these cases. However, public concern and stricter rules regarding the former have propelled efforts to curtail antibiotic use in farm animals worldwide. Por Andre

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Van Lankveld and Diego Padoan, Gerentes Técnicos de Vendas

Science & Solutions • Número 28


Sobrecarga Após esta diminuição da ingestão de ração, os leitões começam a comer e tentarão frequentemente compensar estas deficiências de nutrientes, acabando por comer em excesso. A ingestão de ração em excesso num momento de menor digestibilidade significa que a proteína será digerida em menor escala, proporcionando uma boa fonte de nutrientes para os patógenos como E. coli. Durante este período, os patógenos também estão mais aptos a aderir à parede do intestino, onde podem se multiplicar e produzir endotoxinas. Substâncias nocivas As endotoxinas, ou lipopolissacarídeos (LPS), constituem a parede celular de bactérias Gram-negativas (p. ex., E. coli, Salmonella), e são liberadas por bactérias após a morte ou durante a proliferação. A insuficiência da proteção do TGI causada pela diminuição da ingestão de nutrientes ou pelo consumo excessivo, por exemplo, pode conduzir a um aumento da passagem de endotoxinas que, por sua vez, resulta em lesões locais ou sistêmicas ou em reações inflamatórias. As próprias endotoxinas conseguem provocar lesões nas "tight junctions" entre as células da camada epitelial, melhorando a TEER (resistência elétrica transepitelial) já comprometida devido à presença de micotoxinas ou o contrário. A TEER consiste numa medida da permeabilidade da parede intestinal que permite contabilizar o nível da situação de fuga que provoca um drástico aumento das consequências patológicas através da adsorção e fluxo para o sangue de toxinas endógenas e exógenas, tais como

Uma revista da BIOMIN

Figura 1. Contaminação com micotoxinas na ração (ppb).

[ppb]

É

do conhecimento geral que a consequência imediata do desmame é uma drástica diminuição da ingestão de ração e uma perda de peso corporal nos primeiros dias. Alguns leitões nem sequer comerão durante as primeiras 48 horas. Este déficit de ingestão de nutrientes tem um impacto drástico na anatomia, nas funções e nos microorganismos do trato gastrointestinal, prejudicando os processos digestivos eficientes e as funções de proteção. Muitos investigadores demonstraram que esta ingestão de nutrientes reduzida conduz à atrofia das vilosidades (diminuição da altura das vilosidades até 30%), efeitos negativos nas "tight junctions" e menor função de proteção do trato gastrointestinal (TGI).

1.000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 .0 12

0 7.2

14

.0 18

0 7.2

14

.0 26

0 7.2

14

.0 01

8.2

01

4

.0 09

Controle

8.2

01

4

.0 15

8.2

01

4

.0 23

8.2

01

4

.0 25

8.2

01

4

Mycofix® Select

Fonte: BIOMIN

bactérias. As endotoxinas são sinergéticas com tricotecenos no efeito de fuga. O efeito das endotoxinas na ingestão de ração não deve ser subestimado, pois pode atingir uma diminuição de 26%, que é uma considerável porcentagem. São frequentemente aconselhadas estratégias nutricionais para redução do stress durante o desmame e para ajudar a ultrapassar a quebra no desmame no intuito de se aumentar a ingestão de nutrientes e de implementar ingredientes altamente digeríveis. Recentes investigações demonstram que mesmo pequenas quantidades da micotoxina desoxinivalenol (DON) afetam o sistema imunitário intestinal e são nocivas para as vilosidades intestinais. Um trato gastrointestinal saudável é fundamental para a eficiência da ingestão de nutrientes, para a função do sistema imunitário e para a microflora indígena. Aceitar a realidade Numa recente experiência com a DanAVL genetics, o principal objetivo do ensaio foi constatar o efeito de Mycofix® no desempenho técnico, escore de diarreia e necrose de orelha numa ração não contaminada. Este ensaio deveria comprovar a eficiência de Mycofix® na redução dos efeitos negativos das endotoxinas neste período. Depois de se analisarem os diferentes lotes da ração do ensaio, verificou-se uma contaminação média-baixa de DON na dieta dos animais em desmame (entre 600 e 800 ppb, Figura 1). O produtor da ração não tinha conhecimento desta reduzida contaminação nos ingredientes. O ensaio foi realizado com 720 leitões. Os animais do grupo de tratamento suplementado com Mycofix® ganharam mais 0,6 kg (Figura 2) e apresentaram uma taxa de conversão melhorada 0,12 (Figura 3).

Durante este período, os patógenos também estão mais aptos a aderir à parede intestinal, onde podem se multiplicar e produzir endotoxinas. 7


Ataque de toxinas durante a quebra pós-desmame

23.4 23.3 23.2 23.1 23.0 22.9 22.8 22.7 22.6 22.5 22.4

Figura 3. FCR (kg/kg).

23.3

[kg/animal]

[kg/animal]

Figura 2. Peso corporal (kg/animal).

22.7

n Controle n Mycofix® Select

1.8 1.78 1.76 1.74 1.72 1.70 1.68 1.66 1.64 1.62 1.60

1.79

1.67

n Controle n Mycofix® Select

Fonte: BIOMIN

Figura 4. Escore de diarreia (1 = nenhuma diarreia a 5 = diarreia grave). 2.50 2.00

Escore

1.50 1.00 0.50 0.00 Dia 5

Dia 13

n Controle n Mycofix® Select Fonte: BIOMIN

Figura 5. Score top ear necrosis (1 = no necrosis to 5 = severe necrosis). 1.60

Escore

1.40 1.20 1.00 0.80 0.60 Dia 26

Dia 32

n Controle n Mycofix® Select Fonte: BIOMIN

8

Dia 42

Melhoria Para além do desempenho, também foram avaliados alguns parâmetros relacionados com a saúde dos animais que podem ocorrer relacionados com as micotoxinas melhoradas na ração ou ou níveis aumentados de endotoxinas no TGI. Mycofix® revelou uma menor incidência de diarreia nos primeiros 14 dias após o desmame (Figura 4) e na necrose da orelha superior (Figura 5). Este ensaio é um exemplo perfeito de como se podem diagnosticar os problemas no terreno. Nos debates sobre os decepcionantes resultados de desempenho dos leitões, é frequente assumir-se que a qualidade dos ingredientes é correta. Pode ser difícil aceitar que até mesmo um baixo nível de contaminação com micotoxinas pode influenciar drasticamente o desempenho e o estado de saúde. Outro aspecto a considerar neste contexto pode ser que o efeito da adição de Mycofix® tenha influência sobre a redução do efeito negativo das endotoxinas. Para além de formular dietas para animais que estão iniciando a ingestão de alimentos sólidos/na fase de desmame com ingestão de nutrientes aumentada, ingredientes mais facilmente digeríveis e aditivos que melhoram a digestão, também se recomenda a utilização de Mycofix® numa solução padrão para combater a contaminação de micotoxinas de baixo nível e os efeitos negativos das endotoxinas na saúde e no desempenho dos leitões.

Science & Solutions • Número 28


Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 4: Necrose de orelha

A síndrome da necrose de orelha (SNO) em suínos foi relatada como um problema de saúde em crescimento em muitos países com explorações de suinocultura intensiva. A SNO manifesta-se através de lesões nos tecidos nas pontas das orelhas. Os investigadores diagnosticaram-na ocasionalmente em suínos com três semanas, mas é mais comum em suínos com 5 a 16 semanas de idade.

P

or vezes, apenas alguns suínos são afetados e as lesões quase não são visíveis, mas existem surtos em que todos os suínos são afetados, muitos com extensas lesões. A doença não provoca mortalidade, mas pode dificultar a venda de suínos para carne. A causa desta doença é complexa e os presumíveis fatores desencadeadores podem dividir-se em agentes infecciosos e não infecciosos. Weissenbacher-Lang (2012) publicou um estudo em que se observaram os fatores causadores da síndrome da necrose de orelha (SNO) em 72 suínos com idades compreendidas entre 5,5 e 10 semanas. Estreptococos e estafilococos foram isolados da maioria do pavilhão auricular. Não foi possível detetar a circovirose suína 2 (PCV2) e a síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRS) foi identificada em apenas 10% dos leitões. As principais micotoxinas detectadas na ração foram o desoxinivalenol e alcalóides do ergot. Foi detetada uma correlação positiva entre o desoxinivalenol e a necrose epidérmica focal e o desenvolvimento de bactérias nos resíduos das células de superfície. A ergotamina está positivamente associada à vasculite e à fase aguda de SNO. Os resultados sugerem que a SNO tem origem multifatorial e que, embora agentes infecciosos possam estar envolvidos no desenvolvimento da síndrome, não são o único fator desencadeador. Além disso, em alguns casos, existe uma relação direta entre a perturbação da microflora intestinal e os níveis de endotoxinas (lipopolissacarídeos nos intestinos e sintomas de SNO). Ações específicas para impedir a necrose de orelha revelaram-se de formulação extremamente difícil. Obviamente que o controle de uma doença co-existente constitui uma parte fundamental da estratégia de saúde de qualquer vara e ajudará a minimizar o desenvolvimento de lesões. Pode ser útil minimizar os traumatismos nas pontas das orelhas prestando a atenção adequada às divisões das varas, ao design da tremonha de alimentação e ao acesso à água, bem como através da redução da concorrência, aumentando o espaço disponível e reduzindo a dimensão do grupo. A disponibilização de ar puro também pode ser útil. Os estreptococos e os estafilococos necessitam de elevados níveis de umidade para prosperarem, então pode ser útil aumentar a permuta de ar e reduzir a umidade, bem como prestar atenção à higiene.

Uma revista da BIOMIN

Foi comprovado que a disponibilização de ração em pasta em vez de granulada reduz a necrose de orelha. Não é evidente se isso se deve à redução do tamanho das partículas durante a operação de prensagem ou se é o tratamento térmico que destrói certas substâncias importantes da ração. Também é importante promover a cicatrização de feri-

mentos de modo que as infecções não possam ter uma rápida ação. A inibição da inflamação nos capilares das orelhas pode ser melhorada através da adoção de medidas de nutrição, tais como a adição de níveis mais elevados de vitaminas B, introduzindo certos fitogênicos e garantindo o equilíbrio certo entre ácidos gordos ômega-6 e ômega-3.

Lista de verificação

Ação de correção

Causa possível: Tricotecenos (por exemplo, desoxinivalenol), alcalóides do ergot • Positivo em matérias-primas ELISA, rações HPLC. • Histórico de contaminação na origem das matérias-primas • Sintomas referentes a uma mistura de infeções • Declínio dos desempenhos na vara/fase

• Verificar as matérias-primas e a ração • Higiene das linhas de ração/água • Usar Mycofix® a uma taxa de inclusão adequada

Causa possível: AGENTES PATOGÊNICOS: Estreptococos e estafilococos • Epidemiologia, sintomatologia

• Biossegurança

• Necropsia

• Vacinação

• Imuno-histoquímica, PCR, ELISA

• Antibióticos

Causa possível: Disbiose da microflora intestinal • Aumento dos níveis de bactérias Gramnegativas/endotoxinas • Digestibilidade e nível de proteína • Teor de fibras fermentáveis

• Usar Mycofix® para ligar as endotoxinas • Verificar as matérias-primas e a formulação da ração

Causa possível: Fatores nutricionais • Nível de proteína digerível muito baixo • Níveis de vitaminas (B, K, E e antioxidantes) • Relação ácidos graxos ômega-3/ômega-6 • Ração em granulado em vez de pasta

• Verificar a formulação das matériasprimas e da ração • Gestão e nutrição adequadas (óleo de peixe, Mycofix®, fitogênicos).

Causa possível: Gestão

• Superpopulação, mistura • Ventilação/níveis de oxigênio

• Aumento do espaço

• Design da tremonha de alimentação e acesso a água

• Verificar a ventilação

Bibliografia disponível se solicitada ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Esta tabela inclui conselhos gerais sobre os assuntos relacionados a suínos que afetam com maior frequência os suínos e podem estar relacionados à presença de micotoxinas na ração. As doenças e os problemas dos suínos incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A Biomin não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante de ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou do respectivo conteúdo. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.

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