Science & Solutions #29 Ruminantes (Português)

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Número 29 • Ruminants

Photo: photoL

Uma revista da

Desafios para o futuro A Proteína Muito Importante Para as Vacas Leiteiras

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Micotoxinas na silagem


Editorial Desafios para o futuro Alterações climáticas, condições climáticas imprevisíveis, inundações e secas são temas amplamente debatidos na atualidade que afetam a agricultura e tornam a produção sustentável e eficiente de leite um considerável desafio, principalmente quando os preços do leite são baixos. Consideremos as rações. Por um lado, as fontes de proteína e outros componentes são amplamente transportados entre países e continentes, consumindo combustíveis fósseis. Por outro lado, é dado mais ênfase a métodos de produção sustentáveis e rentáveis que respeitam o ambiente. A silagem produzida localmente consiste num meio de utilização das terras de um modo sustentável que permite ao gado utilizar as fibras das plantas com eficácia. Uma eficiente digestão dos nutrientes também é fundamental para a nutrição dos animais, aproveitando ao máximo os recursos naturais e maximizando a produção. Neste número da Science & Solutions, abordamos a proteína microbiana que é a fonte de proteína natural e local para as vacas leiteiras. Abordaremos estratégias de alimentação para maximizar a sua produção e, assim, utilizar eficientemente o rúmen, que é o motor dos ruminantes.. Além disso, abordaremos a gestão da silagem e a ocorrência de micotoxinas que podem prejudicar a saúde e o desempenho dos animais. Uma silagem sem toxinas e de boa qualidade é um pré-requisito para obtermos animais saudáveis e uma produção de leite econômica. Na BIOMIN, disponibilizamos competências e aditivos para rações que o ajudarão a enfrentar estes desafios futuros de uma maneira natural. Encoste-se, relaxe e aproveite a leitura!

Annamaria BOCZONADI Diretora de Produto, Microbianos

Science & Solutions • Número 29


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Photo: gong hangxu

Índice

A Proteína VIP (Muito Importante) Para as Vacas Leiteiras

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A proteína microbiana produzida no rúmen é uma fonte ideal para a produção de leite. Por Luis Cardo, Diretor Técnico de Ruminantes

Identifique e corrija a sua silagem contaminada por micotoxinas

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Aprenda a avaliar e a solucionaos desafios relacionados a micotoxinas na silagem para proteger o rebanho e aumentar a lucratividade. Por Michele Muccio, MSc e Karin Nährer, DI Science & Solutions é uma publicação mensal da BIOMIN Holding GmbH, distribuída gratuitamente aos nossos clientes e parceiros. Em cada número, Science & Solutions apresenta temas sobre os mais recentes conhecimentos científicos em nutrição e saúde animal com destaque especial para uma espécie (aves, suínos ou ruminantes) em cada trimestre. ISSN:2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net Editora-chefe: Ryan Hines Colaboradores: Annamaria Boczonadi, Luis Cardo, Michele Muccio, Karin Nährer Marketing: Herbert Kneissl Gráficos: Reinhold Gallbrunner Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter, Paolo Doncecchi Editora: Biomin Holding GmbH Erber Campus 1, 3131 Getzersdorf, Austria Tel: +43 2782 8030 www.biomin.net Impresso na Áustria por: Johann Sandler GesmbH & Co KG Impresso em papel ecológico: Austrian Ecolabel (Österreichisches Umweltzeichen) ©Copyright 2016, BIOMIN Holding GmbH Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos autorais, exceto em conformidade com as disposições da Copyright, Designs and Patents Act 1998 [Lei relativa aos Direitos Autorais, Desenhos e Patentes de 1998]. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença.

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Photo: Lise Gagne

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Science & Solutions • Número 29


A Proteína VIP (Muito Importante) Para as Vacas Leiteiras Entre o atual período de preços do leite reduzidos, devido a um excesso de produção global, e o fim das cotas de produção de leite na União Europeia, é de uma importância primordial aumentar a eficiência da ração e otimizar os processos biológicos associados à produção do leite. A otimização da função do rúmen pode ajudar a maximizar a proteína metabolizável para vacas com elevada produtividade. Por Luis

Cardo, Diretor Técnico de Ruminantes

O

s custos relacionados com a ração estão em primeiro lugar dentre os custos variáveis de uma exploração de vacas leiteiras, embora possam variar conforme a disponibilidade de forragem. Os nutrientes mais dispendiosos na produção de produtos lácteos são a energia e a proteína. Alimentos proteícos sofreram recentemente uma pressão em termos de preços. A otimização do uso de aminoácidos e proteínas na ração disponibiliza uma maneira para melhorar a eficiência da produção de leite. É interessante notar que a microbiota do rúmen produz o equilíbrio mais econômico e de melhor qualidade entre proteínas e aminoácidos.

Os ruminantes conseguem degradar a fibra graças às ações sinergísticas de diferentes populações de micróbios no interior do rúmen, incluindo bactérias, fungos, protozoários e metanógenos. Este ecossistema fermenta a fibra e outros nutrientes, tais como açúcares e carboidratos, em ácidos graxos de cadeia curta (SCFA). Estes representam a principal fonte de energia para os ruminantes, visando a manutenção e a produção de leite. A fermentação também estimula o desenvolvimento microbiano e, por sua vez, a síntese da proteína.

Disponibilidade de energia e proteína A produção de leite depende diretamente da energia e da proteína metabolizável disponíveis para o animal, após suprir asnecessidades de crescimento e manutenção. Os sistemas de formulação modernos e dinâmicos tais como o Cornell Net Carbohydrate and Protein System (CNCPS), ou plataformas como o Nutritional Dynamic

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Photo: dreamerb

Um ecossistema perfeito

Ilustração da microbiota do rúmen

System (NDS) calculam previsões de produção de leite com base na proteína metabolizável e no perfil de aminoácidos disponíveis ao nível intestinal. Esta abordagem está cada vez mais generalizada devido à sua capacidade de previsão da produção subsequente.

Uma boa fonte de proteína metabolizável A proteína metabolizável tem origem em duas fontes: proteína microbiana e proteína "bypass", que escapou à degradação no rúmen. Nas vacas de alta produção, a proteína microbiana consegue fornecer mais de 50% do total da proteína metabolizável. Além disso, a proteína microbiana fornece 60 % a 85 % dos aminoácidos que

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A Proteína VIP (Muito Importante) Para as Vacas Leiteiras

in China

Tackling acid osis

The dange

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chegam ao intestino do animal. Em termos de perfil de aminoácidos e eficiência econômica, a proteína microbiana revela-se superior à vegetal e a outras fontes de proteína animal. De um ponto de vista nutricional, a composição de aminoácidos da proteína bacteriana do rúmen é a mais próxima do leite (Tabela 1). O aumento da síntese da proteína bacteriana pode economizar processos metabólicos ao melhorar a utilização e a eficiência do nitrogênio. Em termos econômicos, o custo da produção de um grama de proteína microbiana de alta qualidade é inferior ao de qualquer outra fonte de proteína de origem vegetal ou animal. Consequentemente, investir em estratégias que maximizam a produtividade microbiana representa uma boa estratégia para otimizar os investimentos econômicos.

Tabela 1. Composição dos aminoácidos de diferentes fontes de proteína

A produção de proteína microbiana no rúmen acarreta benefícios adicionais, incluindo: • elevada taxa de digestibilidade de 75 % a 80 % (semelhante à farinha de soja) • um perfil de aminoácidos constante e confiável (importante para uma produção de leite estável e qualidade da proteína do leite) • energia da fermentação no rúmen através de uma digestão de fibra melhorada.

Fonte: Block 2006; (g/100 g de aminoácidos)

Otimizando a produção de proteína no rúmen Na medida em que podemos maximizar a produção de proteína do leite através de uma boa função e saúde do rúmen, podemos otimizar o custo da proteina na nossa dieta. Neste sentido, os produtores e nutricionistas devem prestar uma atenção especial ao pH do rúmen, técnicas de cultivo apropriadas e tempo de colheita para, assim, se otimizar a digestibilidade da fibra em detergente neutro (FDN) das forragens, bem como à escolha dos ingredientes

Em termos econômicos, o custo da produção de um grama de proteína microbiana de alta qualidade é inferior ao de qualquer outra fonte de proteína de origem vegetal ou animal. 4

Case stud y

Dairy farm

Photo: Nenadpress

Para mais informações sobre micotoxinas nas vacas, consulte a Science & Solutions Número 25

Troub On/Off le with ycotox Risk MaM nageme in nt Photo: visual7

Illustation:

ET-ART/ Balakovo

Issue 25 • Ruminants A magaz ine of

Leite

Bactérias

Semente de colza

Farinha de peixe

Arginina

3,4

5,1

5,0

5,7

Histidina

2,6

2,0

2,0

2,0

Isoleucina

5,8

5,7

3,2

2,7

Leucina

8,3

8,1

7,8

7,0

Lisina

7,5

7,9

5,1

7,5

Metionina

2,5

2,6

1,9

3,0

Fenilalanina

4,6

5,1

4,1

3,8

Treonina

4,4

5,8

4,7

4,3

Valina

6.3

6.2

4.0

3.3

que melhor resposta dão às necessidades das vacas e das bactérias do rúmen. De uma perspectiva da formulação, uma ração rentável para vacas de alta produção deve ter pelo menos metade de toda a proteína metabolizável proveniente das bactérias do rúmen e mais de 70 % do amido eficientemente fermentado no rúmen. Ambos os parâmetros são bons indicadores de uma eficiência adequada do rúmen. Existem várias oportunidades para se melhorar a síntese da proteína microbiana, assim como há vários problemas que podem limitar a quantidade de proteína microbiana. As Tabelas 2 e 3 ilustram algumas dessas oportunidades e problemas.

Ferramentas para o rúmen Os micróbios do rúmen requerem um constante abastecimento de nutrientes e fatores estimulantes para sustentar o crescimento. De outro modo, a proteína bacteriana sofrerá uma depressão, a digestão da fibra será sub-ótima e a síntese dos SCFAs variável, disponibilizando uma energia insuficiente para as vacas leiteiras. Felizmente, existem diversos aditivos para rações que ajudam a suportar o desempenho das vacas leiteiras. • O Levabon® Rumen E baseia-se numa tecnologia de autólise patenteada avançada que recorre a reações enzimáticas para decompor células de fermentos integrais em fragmentos, fornecendo microbiota útil para o rúmen

Science & Solutions • Número 29


Luis Cardo Diretor Técnico de Ruminantes

46%

+

O Mycofix® protege contra uma ampla variedade de micotoxinas que podem prejudicar a saúde do animal ou provocar problemas reprodutivos.

Ensaios in vivo revelaram que o Levabon® aumenta os indicadores de proteína microbiana em 46 %.

Tabela 2. Oportunidades para a produção de proteína no rúmen Disponibilidade otimizada de nitrogênio e substratos energéticos

As bactérias necessitam de fontes de carboidratos (CHO) e de nitrogênio para se desenvolverem e multiplicarem

Substâncias nucleotídeas e prebióticas disponíveis

Estes nutrientes são energeticamente dispendiosos para as bactérias. A sua disponibilização poupa energia para o crescimento

Aminoácidos (especialmente aminoácidos de cadeia ramificada)

Reduzem os requisitos de energia para o desenvolvimento de bactérias no rúmen

Fonte de carboidratos e proteína

Disponibilidade de N, aminoácidos e peptídeos que favorecem a população microbiana sequencial na digestão de fibras

Aumento da frequência da alimentação

Melhora o ambiente no rúmen

Fonte: BIOMIN

Tabela 3. Problemas para a produção de proteína no rúmen Desequilíbrio entre carboidratos (fibra/amido/açúcares)

Ambiente fraco no rúmen para o desenvolvimento de uma população de micro-organismos mais diversificada

Cereais mal processados, resultando numa menor disponibilidade de carboidratos para fermentação

A fermentação insuficiente de carboidratos conduz a uma produção de SCFA insuficiente

SARA (acidose ruminal subaguda)

O ambiente no rúmen deixa de suportar um desenvolvimento bacteriano apropriado, principalmente de digestores de fibras

Fatores antinutricionais das plantas

Diminuição da digestão de proteína no rúmen

Micotoxinas

Diminuição da população de bactérias no rúmen. Diminuição do fluxo de proteínas bacterianas para o intestino

Falta de açúcares

Falta de energia para bactérias de fermentação rápida

Ingestão de grandes volumes de ração

Aumento da taxa de passagem

Fonte: BIOMIN

com os nutrientes necessários, entre os quais nucleotídeos e glucanos. Ensaios in vivo revelaram que o Levabon® aumenta os indicadores de proteína microbiana em 46 %. • As micotoxinas menos conhecidas parecem desempenhar um papel cada vez mais importante na limitação de uma taxa de fermentação adequada e de desenvolvimento bacteriano no rúmen. O Mycofix® disponibiliza proteção contra uma ampla variedade de micotoxinas que podem prejudicar a saúde do animal ou provocar problemas reprodutivos.

Conclusão Juntamente com uma estratégia de estimulação prebiótica apropriada, é necessário limitar esses fatores

Uma revista da BIOMIN

antinutricionais que têm um efeito direto sobre a população microbiana do rúmen. Um fraco perfil de aminoácidos na proteína degradada no rúmen e para a fração solúvel no rúmen não resulta necessariamente numa limitação do desenvolvimento dos micróbios no rúmen. Pelo contrário, os micróbios do rúmen conseguem converter fontes mais baratas em proteína microbiana que tem um perfil mais adequado para a síntese de leite. Uma estratégia ótima extrairá pelo menos metade da proteína metabolizável das fontes microbianas. A manutenção de uma microflora no rúmen que seja bem estimulada e bem equilibrada baseia-se numa boa estratégia prebiótica, numa gestão do risco de micotoxinas adequada e numa boa eficiência da ração.

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6

Science & Solutions • Número 29


Identifique e corrija a sua silagem contaminada com micotoxinas Recentes dados indicam que as silagens de milho podem apresentar um verdadeiro risco de micotoxinas para as vacas leiteiras. Considerando a distribuição desuniforme de fungos e as micotoxinas que eles produzem num único lote, uma amostragem adequada é o segredo para uma correta avaliação da ameaça específica de micotoxinas. Muccio and Karin Nährer, Diretoras de Produto, Gestão de Riscos de Micotoxinas

A

variedade de ingredientes da dieta de um ruminante, incluindo cereais, proteína, forragens, legumes, sorgo, etc., expõe as vacas leiteiras a uma ampla variedade de contaminantes em diferentes dosagens e em momentos diferentes. Micotoxinas — metabólitos fúngicos tóxicos para os animais e para os homens, produzidos por fungos comuns que existem em praticamente todos os tipos de grãos — podem trazer significativos problemas para a saúde, desempenho e produtividade dos animais. Além disso, algumas micotoxinas podem ser transmitidas da ração ingerida para o leite do animal, como é o caso da aflatoxina. O Estudo sobre Micotoxinas da BIOMIN de 2015 abrange amostras agrícolas de mais de 60 países, visando a identificação da presença e do potencial risco que as micotoxinas representam para a produção de gado em todo o mundo. Foram testadas amostras de silagem de milho para detecção de aflatoxinas (Afla), zearalenona (ZEN), desoxinivalenol (DON), toxina T-2 (T-2), fumonisinas (FUM) e ocratoxina A (OTA). A Figura 1 ilustra a prevalência das seis principais micotoxinas na silagem de milho. Mais de 40 % das amostras testadas apresentaram resultados positivos para DON a concentrações acima do limiar recomendado para vacas. Praticamente uma em quatro amostras tinham valores de ZEN ppb superiores aos recomendados. Do mesmo modo, a Afla excedia o limiar de risco 11 % das vezes. A Tabela 1 disponibiliza mais detalhes sobre o número de amostras, níveis de concentração médios e máximos, e limiares

Uma revista da BIOMIN

Figura 1. Resultados do Estudo sobre Micotoxinas da BIOMIN de 2015 relativos a silagem de milho. As barras representam a porcentagem de amostras positivas. Os pontos indicam a ocorrência de micotoxinas acima dos níveis do limiar de risco (linha inferior, Tabela 1). 80% % de contaminação

Por Michele

Este artigo foi originalmente publicado na DairyGlobal.net

60% 40% 20% 0% Afla ZEN DON T-2 FUM OTA

Fonte: BIOMIN

Tabela 1. Resultados de silagem de milho, Estudo sobre Micotoxinas da BIOMIN de 2015 Número de amostras testadas Média de positivos (ppb) Máximo (ppb) Limiar máx. recomendado (ppb)

Afla

ZEN

DON

T-2

FUM

OTA

188

247

274

194

191

178

8

295

2153

68

201

8

153

6239

34861

685

1757

32

2

100

300

100

2000

80

Fonte: BIOMIN

máximos recomendados para vacas leiteiras.

Consequências para as vacas As aflatoxinas, produzidas pelo Aspergillus, encontram-se geralmente em reduzidas doses em forragens, tais como silagem de milho e feno. Foi demonstrada a contaminação cruzada para o leite e o risco para os humanos em caso de ingestão — um dos principais motivos para a existência de níveis máximos

7


Identifique e corrija a sua silagem contaminada com micotoxinas

Figura 2. Ocorrência de micotoxinas variável num único lote de silagem de milho, 2015

A 23 ppb B 2616 ppb F 23 ppb Z 23 ppb

A 15 ppb B 2418 ppb F 128 ppb Z 1614 ppb

A 18 ppb B 2236 ppb F 187 ppb Z 1207 ppb

A 13 ppb B 2198 ppb F 236 ppb Z 1341 ppb

A 45 ppb B 1265 ppb F 214 ppb Z 1159 ppb

A 11 ppb B 1295 ppb F 124 ppb Z 1451 ppb

A 17 ppb B 1141 ppb F 122 ppb Z 1037 ppb

A 18 ppb B 1442 ppb F 130 ppb Z 1233 ppb

A … Tricotecenos Tipo A (apenas HT-2) B … Tricotecenos Tipo B (DON, 15ADON, D3G) F … Fumonisinas (FB1, FB2, FB3, FB4) Z … Metabólitos de zearalenona (ZEN, Z14S) Fonte: BIOMIN

O primeiro passo para a proteção do rebanho consiste em identificar corretamente o desafio de micotoxinas específico através de testes regulares às rações e aos alimentos antes da sua disponibilização. 8

regulamentares referentes ao leite em muitas jurisdições. As aflatoxinas estão associadas a função do rúmen diminuída, saúde do úbere diminuída, aumento da contagem das células somáticas, diminuição da resistência a causadores de estresse ambientais e microbianos e aumento da susceptibilidade a doenças. Mesmo reduzidas doses podem ter graves implicações na saúde a longo prazo. Devido às suas propriedades estrogênicas, a zearalenona (ZEN) pode diminuir a reprodução e ter efeitos negativos sobre o ciclo reprodutivo e a regulação do hormônio estrogênio em novilhas e bezerros. No rúmen, a ZEN é convertida em duas formas: α- e β-zearalenol. A forma α é ainda mais estrogênica, e por isso potencialmente mais perturbadora da reprodução, do que a ZEN propriamente dita. O desoxinivalenol (DON) é a micotoxina mais comum nas forragens, com prevalência mundial por vezes em elevadas concentrações. Está associado à função diminuída do rúmen, diarréia, perturbações metabólicas, mastite, metrite e manqueira.

Ameaça invisível Não é possível identificar alterações visuais nas silagens e cerais contaminados com micotoxinas. A ausência de bolor visível na silagem não significa necessariamente que esteja isenta de micotoxinas. O contrário também é verdade: uma silagem com alta infestação e com bolor visível pode não conter necessariamente elevados níveis de micotoxinas. O primeiro passo para a proteção do rebanho consiste em identificar

corretamente o desafio de micotoxinas específico através de testes regulares às rações e aos alimentos antes da sua disponibilização.

Distribuição não uniforme As micotoxinas e os fungos que as produzem não são distribuídos homogeneamente na silagem. Uma vez que a ração é conservada em silos (comedouros, trincheiras, etc.), ou em fardos de diferentes formatos, muitos lotes são sobretudo estáticos e os contaminantes não se disseminam de modo uniforme por todo o lote, acumulando-se antes em certos nichos, p. ex., junto das paredes onde a umidade pode favorecer o desenvolvimento dos fungos. A Figura 2 ilustra a distribuição irregular de micotoxinas em silos de armazenagem (único lote de silagem de milho). Os tricotecenos Tipo B incluem desoxinivalenol, 15-Acetildesoxinivalenol (15ADON) e DON-3-glucosida (D3G), sendo esta última uma micotoxina mascarada que não é facilmente identificada através de métodos convencionais frequentemente liberadas no rúmen e com potencial para serem prejudiciais para os animais. A variabilidade entre os níveis ppb mínimo e máximo de micotoxinas na silagem pode ser considerável. Conforme se ilustra na Figura 3, o valor mais elevado para a zearalenona neste caso foi de 50 % superior ao valor mais baixo detetado. Para os tricotecenos de Tipo A (toxina HT-2), verificou-se uma estrondosa diferença de 300 %. Mesmo a variabilidade mais baixa, a da zearalenona e do respectivo metabólito zearalenona-14-sulfato, apresentou uma diferença de 56 %.

Science & Solutions • Número 29


Michele Muccio e Karin Nährer Gerentes de Produto, Gestão de Riscos de Micotoxinas

Sugestões para uma amostragem apropriada A detecção de micotoxinas baseia-se numa amostragem apropriada para garantir resultados confiáveis e rigorosos que reflitam o verdadeiro desafio das micotoxinas. Seguem-se algumas práticas para garantir uma amostragem sem problemas.

Figura 3. Diferença percentual das concentrações de micotoxinas mais altas e mais baixas num único lote de silagem de milho. 350% 300% 250% 200% 150%

Sampling tips

 Siga

um procedimento de amostragem adequado, p. ex., a EU Guidelines Regulation (EC) (regulamento sobre linhas de orientação da UE) Nº 401/2006 relativa a "descrição dos métodos de amostragem e análise para o controle oficial dos níveis de micotoxinas nas rações", que define o número de amostras necessárias dependendo do tipo de lote (ração sólida ou fibrosa) e da dimensão do lote.

 Utilize uma sonda que chegue a todas

as áreas do lote em vez de colher amostras superficiais de um único lote.

 Prepare

cuidadosamente as amostras. As amostras enviadas para laboratórios devem ser devidamente secas, embaladas a vácuo e refrigeradas até ao envio.

 Rotule adequadamente as amostras. Cole um rótulo com a data da amostragem, origem do lote (país, região, nome da exploração), ano de produção, tamanho do lote da amostrado, breve descrição do procedimento de amostragem, fase da amostragem (conservação, fábrica de forragens).

 Evite

o correio normal. Opte pelo correio expresso e evite enviar no final da semana, quando as embalagens podem ficar em espera durante o fim de semana.

100% 50% 0%

Tricotecenos Tipo A

Tricotecenos Tipo B

Fumonisinas

Metabólitos de zearalenona

Fonte: BIOMIN

Várias estratégias inovadoras

Visto que os grupos de micotoxinas diferem em termos estruturais entre eles, são necessárias várias estratégias para combater a ampla variedade de micotoxinas existente no terreno. As três estratégias para combate às diferentes micotoxinas são a biotransformação, a adsorção e a bioproteção. O Mycofix® contém os únicos aditivos autorizados na UE comprovados na adsorção de micotoxinas prejudiciais e na biotransformação de micotoxinas em metabólitos não tóxicos. Ele combina estes três modos de ação para fornecer a proteção cientificamente mais avançada contra as micotoxinas até o momento. Com um procedimento de amostragem, preparação de amostras, monitoramento regular e aplicação de um aditivo desativador de micotoxinas apropriados, os produtores podem proteger os rebanhos contra os impactos negativos das micotoxinas para suportar a manutenção da saúde e do desempenho.

Da análise à ação O relatório da análise das micotoxinas baseado nas amostras enviadas disponibiliza linhas de orientação sobre o desafio específico das micotoxinas na exploração agrícola. Uma consulta com técnicos especializados baseada nesses resultados ajudará os produtores a escolher o desativador de micotoxinas apropriado, visto que diferentes componentes dos aditivos de ração têm modos de ação específicos que focam as micotoxinas específicas e que podem, consequentemente, ser personalizados para dar resposta à ameaça identificada na exploração. Além disso, ajuda a determinar a taxa de inclusão apropriada.

Uma revista da BIOMIN

A ausência de bolor visível na silagem não significa necessariamente que esteja isenta de micotoxinas. O contrário também é verdade: uma silagem com alta infestação e com bolor visível pode não conter necessariamente elevados níveis de micotoxinas

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