Science & Solutions #47 Avicultura (Português)

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Número 47 • Avicultura

Levando a proteção contra micotoxinas a um novo patamar

Photo: iStockphoto_olm26250

Levando a produção avícola a um novo patamar Photo: iStockphoto_Warchi

Photo: iStockphoto_pixbox77/ janrysavy

Uma revista da

Como gerir os níveis de amônia do seu aviário


Editorial Agora é possível atingir um novo patamar na produção avícola 2017 é um ano excelente para os clientes de avicultura da BIOMIN. Recebemos duas autorizações europeias para a utilização de BBSH 797 e FUMzyme® da BIOMIN em todas as espécies avícolas. Estes dois componentes são ingredientes essenciais da quinta geração de Mycofix®. Os clientes de avicultura em todo o mundo podem agora se beneficiar de um produto que combate comprovadamente o espectro mais amplo de micotoxinas utilizando adsorção e biotransformação. Devido à coocorrência de micotoxinas, é necessária uma cobertura abrangente. Nos últimos dois anos, registrou-se um aumento da ocorrência de diferentes micotoxinas, especialmente deoxinivalenol e outros tricotecenos no farelo de soja sul-americano. Mesmo com estes níveis mais elevados de contaminação, pode ser que você ainda não observe sintomas visíveis nas suas aves. Mas lembre-se: as micotoxinas nem sempre causam sintomas específicos que possam ser atribuídos exclusivamente a uma micotoxina específica. Na maioria das vezes, as micotoxinas prejudicam o desempenho ou contribuem para o desenvolvimento de doenças. A integridade do trato gastrointestinal é o fator mais importante otimizar o desempenho das aves. Investigações recentes demonstraram o impacto negativo das micotoxinas na integridade do trato gastrointestinal. Quaisquer lesões intestinais que ocorram terão um impacto na digestibilidade, o que, por sua vez, poderá afetar os níveis de amônia no aviário. Este problema é explorado mais aprofundadamente no artigo da página 6. As condições ambientais adversas representam um desafio para as aves, fazendo com que mesmo baixas contaminações de micotoxinas sejam a última gota que faz o copo transbordar. Neste número da Science & Solutions, destacamos os benefícios da quinta geração de Mycofix® para a indústria avícola e discutimos o importante tema dos níveis de amônia no aviário. Você encontrará também um artigo sobre o diagnóstico diferencial de claudicação decorrente de patógenos virais. Esperamos que aprecie a leitura deste número da Science & Solutions.

Verena STARKL, MSc Gerente de Produto Sênior na BIOMIN

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Science & Solutions • Número 47


Índice

M YC OF I

2 X

As últimas novidades em gestão do risco de micotoxinas

As lesões causadas pela contaminação por micotoxinas representam todos os anos para a indústria avícola mundial perdas de milhões de dólares. Descobertas recentes conduziram ao desenvolvimento do aditivo para rações antimicotoxinas mais eficaz até o momento.

Photo: iStockphoto_kemalbas

Por Verena Starkl, MSc – Gerente de Produto Sênior na BIOMIN

6 5 dicas práticas para o êxito na gestão dos níveis de amônia no aviário

As medidas para reduzir os níveis de amônia, incluindo a gestão do desempenho intestinal, poderão promover a saúde, o bem-estar e o desempenho dos seus plantéis. Por Mark Karimi, MSc – Gerente Técnico de Vendas para Avicultura

Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema das minhas aves?

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Parte 10: Claudicação (patógenos virais)

Uma lista de verificação útil para sintomas, causas e soluções.

ISSN: 2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar a Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net Editores: Ryan Hines, Caroline Noonan Colaboradores: Verena Starkl, Mark Karimi Marketing: Herbert Kneissl, Karin Nährer Gráficos: Reinhold Gallbrunner, Michaela Hössinger Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter Editora: BIOMIN Holding GmbH Erber Campus, 3131 Getzersdorf, Austria Tel.: +43 2782 8030 www.biomin.net ©Copyright 2018, BIOMIN Holding GmbH Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos autorais, exceto em conformidade com as disposições da Lei relativa aos Direitos Autorais, Desenhos e Patentes de 1998. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença. BIOMIN is part of ERBER Group

Uma revista da BIOMIN

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As últimas novidades em gestão do risco de micotoxinas nas aves As lesões causadas pela contaminação por micotoxinas representam todos os anos para a indústria avícola mundial perdas de milhões de dólares. Descobertas recentes conduziram ao desenvolvimento do aditivo para rações desativador das micotoxinas mais eficaz até o momento. Por Verena Starkl, MSc - Gerente de Produto, Gestão do Risco de Micotoxinas

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Science & Solutions • Número 47


Cada amostra poderá conter em média 30 micotoxinas e metabólitos diferentes.

A

maioria dos produtores avícolas estão familiarizados com os prejuízos que as micotoxinas causam e reconhecem a necessidade de monitoramento e mitigação no âmbito de um programa de gestão do risco de micotoxinas completo. O milho contém frequentemente micotoxinas nocivas a níveis que representam reconhecidamente uma ameaça para o desempenho e a saúde das aves. As fumonisinas (FUM), seguindo-se o deoxinivalenol (DON) e a zearalenona (ZEN), são micotoxinas que também se encontram com frequência no milho. O farelo de soja está frequentemente contaminado por diferentes micotoxinas, especialmente DON, ZEN, toxina T-2 e aflatoxina (Afla). Os níveis de contaminação médios no milho e no farelo de soja são responsáveis pela maioria da contaminação total por micotoxinas numa dieta avícola terminada.

Photo: iStockphoto_deepblue4you

Onde há uma, há muitas, e há problemas Investigações extensas sobre as micotoxinas indicam que elas tendem a ocorrer em grupos. A exposição conjunta não só é comum, como também é mais perigosa para as aves. Cada amostra poderá conter em média 30 micotoxinas e metabólitos diferentes. Em campo, isso pode acarretar maiores prejuízos para as aves devido aos respectivos efeitos sinérgicos; quando as micotoxinas ocorrem em conjunto, as consequências adversas de cada micotoxina podem ser aumentadas.

Novidades na proteção das aves Devido à variedade de micotoxinas que podem prejudicar o desempenho e a saúde das aves, é necessária uma abordagem multifacetada. O Mycofix® é um aditivo para rações inovador e completo que recorre a três modos de ação — biotransformação, adsorção e bioproteção — para proporcionar uma proteção total contra as micotoxinas. A quinta versão do produto apresenta cinco características novas.

1. Espectro mais amplo de micotoxinas Os componentes do Mycofix® funcionam de modos específicos (focados numa única micotoxina) e irreversíveis (não podem ser anulados) através de biotransformação. Além dos componentes do Mycofix® que desativam os tricotecenos, a ZEN, a OTA e a Afla, o FUMzyme® consiste numa enzima purificada e patenteada que faz especificamente a clivagem das duas cadeias laterais das moléculas de FUM produzindo duas moléculas de ácido tricarbalítico (Figura 1). Há experimentos que confirmam que a presença de fumonisinas na ração aumenta a percentagem de lesões intestinais devido a enterite necrótica, aumentando também a excreção de oocistos Eimeria nas fezes e na mucosa das aves. O FUMzyme® torna as FUM não tóxicas, protegendo as aves de problemas relacionados a esta micotoxina, como diminuição do desempenho, prejuízo da saúde intestinal, lesões hepáticas e enfraquecimento do sistema imunológico.

Figura 1. O FUMzyme® desintoxica as moléculas de FUM clivando as duas cadeias laterais produzindo duas moléculas de ácido tricarbalílico. HO

O OH

OH

OH

OH CH3

O O OH

O

CH3

OH CH3

CH3

O

CH3 O O OH

HO

OH

OH HO

CH3

Fumonisina B1

NH2 HO

O

NH2

OH

OH

OH

O

O

O HO

O

O HO

forma desintoxicada

O

Uma revista da BIOMIN

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As últimas novidades em gestão do risco de micotoxinas nas aves

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Produto MPL

Produto MSE

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100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Produto MSC

Adsorção de AfB1 [%]

Figura 2. Adsorção de aflatoxinas por diferentes produtos no mercado, analisada de acordo com o método publicado pelo EURL.

Produto MSC = bentonita da BIOMIN, Produto MSE = Mycofix Select e Produto MPL = Mycofix Plus, Produtos 1 – 6 = adsorventes inorgânicos (p. ex., minerais), Produtos 7 – 19 = produtos híbridos (minerais + componentes de leveduras + componentes adicionais), Produtos 20 – 21 = adsorventes orgânicos (produtos à base de leveduras)

O Mycofix® contém os três únicos aditivos para rações autorizados pela UE para a desativação das micotoxinas em rações, comprovados em termos de adsorção das micotoxinas nocivas ou de biotransformação das micotoxinas em metabólitos não tóxicos (Regulamentos N.º 1016/2013, N.º 2017/913 e N.º 2017/930).

Identificação e inclusão do melhor adsorvente A bentonita é uma argila natural com propriedades que variam dependendo da sua origem. Nem todos os minerais Nem todas as comercializados como adsorventes autorizações são iguais são bentonita. Há muito poucas O Regulamento (CE) N.º 1831/2003 bentonitas que satisfazem o requisito do Parlamento Europeu e do Conrigoroso e seletivo da UE (Regulaselho determinou as regras que mento da UE N.º 1060/2013), impleregem a autorização da UE para aditivos para uso em nutrição animentado em colaboração com o mal. Os aditivos enquadram-se em Centro de Pesquisas da BIOMIN. diversas categorias e grupos funcioMuitos dos produtos mais nais. As “substâncias para a redução comuns que se declaram como da contaminação da ração por miadsorventes de Afla, incluindo cotoxinas” pertencem ao grupo funcional (m) da categoria “aditivos tecadsorventes inorgânicos, orgânicos nológicos para rações” (1). Apenas e híbridos, foram testados utilizanos produtos autorizados pela UE na do-se o método para eficácia do categoria/no grupo funcional “1m” Laboratório de Referência da União têm base legal para declarações oficiais relativas à desativação de Europeia (EURL). Só os produtos da micotoxinas e estão sujeitos a eslinha Mycofix® da BIOMIN atingiram crutínio pela Autoridade Europeia o nível de 90% na adsorção de aflatopara a Segurança dos Alimentos xinas exigido para obter a autoriem relação à segurança e à eficácia dos produtos. zação da UE (Figura 2).

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Figura 3. Adsorção de endotoxinas pelo Mycofix®. 100 Adsorção de endotoxinas [%]

2. Segurança e eficácia comprovadas e apoiadas por três autorizações da UE

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 n Mycofix®

n Mycofix® + Afla

Fonte: BIOMIN, 2017

3. Bioproteção melhorada As micotoxinas afetam as células imunológicas, provocam lesões hepáticas e também afetam negativamente a função da barreira intestinal. A mistura de bioproteção no Mycofix® não só auxilia o fígado e o sistema imunológico, como também melhora a integridade da função da barreira intestinal. As micotoxinas reduzem a função da barreira dessas camadas celulares abrindo-as e tornando-as mais permeáveis e permitindo assim a entrada de patógenos para o fluxo sanguíneo com maior facilidade. O Mycofix® reduz a permeabilidade, auxiliando a camada celular e a função da barreira intestinal do animal.

Science & Solutions • Número 47


Verena Starkl MSc – Gerente de Produto, Gestão de Riscos de Micotoxinas

As micotoxinas reduzem a função da barreira dessas camadas celulares abrindo-as, tornando-as mais permeáveis e permitindo assim a entrada de patógenos para o fluxo sanguíneo com maior facilidade.

Dia 15-35

Dia 1-14

Figura 4. Efeitos do Mycofix® Select no desempenho dos frangos de corte alimentados com dietas contaminadas por DON e FUM.

Figura 5. Efeitos do Mycofix® Plus no desempenho das galinhas poedeiras alimentadas com dietas contaminadas por DON, ZEN e FUM.

Controle

Mycofix® Select

DON (ppb)

5.050

5.050

DON (ppb)

FUM (ppb)

2.570

2.570

DON-3-glicosídeo (ppb)

Controle

Mycofix® Plus

2.100

2.100

580

580

--

1,5

ZEN (ppb)

590

590

DON (ppb)

3.360

3.360

ZEN-sulfato (ppb)

480

480

FUM (ppb)

1.180

1.180

FUM (ppb)

9.600

9.800

Mycofix® Select (kg/tonelada)

Mycofix® Select (kg/tonelada)

--

1,5

Quando se adicionou à ração 1,5 kg de Mycofix® Select/tonelada de ração, o aumento do peso total e a redução na ingestão de ração resultaram numa melhoria da taxa de conversão alimentar e num retorno sobre o investimento de 4,00.

Mycofix® Plus (kg/tone-2,0 lada) O aumento das vendas e a redução nos custos com rações devido à melhoria da taxa de conversão alimentar (TCA) decorrente da utilização de Mycofix® Plus resultou num retorno sobre o investimento de 1,27.

Ganho de peso total (35 dias)

Ingestão de ração total (35 dias)

Melhoria da conversão alimentar

Taxa de postura

Peso médio dos ovos

Melhoria da conversão alimentar

+8%

+8%

-5%

+4,6%

+2%

-5%

Preços da ração para frangos de corte e do peso vivo (com base nos preços de mercado médios na Áustria em maio/junho de 2017): ração para frangos de corte = € 362/t, peso vivo = € 1,07/kg

Preços da ração para poedeiras e dos ovos (com base nos preços de mercado médios na Europa em agosto de 2017): ração para poedeiras = € 265/t, preço dos ovos = € 6,5/100 ovos

4. Proteção contra endotoxinas

de ligação na presença de 4.000 ppb de aflatoxina B1 (Figura 3). A estratégia de bioproteção proporciona mais suporte.

As endotoxinas fazem parte da membrana exterior da parede celular de todas as bactérias Gram-negativas (p. ex., E. coli, Salmonela, Shigella, Pseudomonas). Podem potenciar fortes respostas imunológicas, enfraquecendo o sistema imunológico dos animais e prejudicando o desempenho. Os resultados mostram que 500 g/ tonelada de ração do Mycofix® adsorveram mais de 90% de 500 unidades de endotoxinas/ml. Além disso, a estrutura de folha intercamadas da bentonita contém condições de ligação suficientes para se conseguir um nível semelhante de capacidade

Uma revista da BIOMIN

5. Fórmula otimizada O Mycofix® consiste numa fórmula totalmente renovada da linha de produtos Mycofix®, otimizada para promover a eficácia em campo. Um experimento com frangos de corte (Figura 4) e um experimento com poedeiras (Figura 5) demonstraram um impacto muito positivo no desempenho quando o Mycofix® é adicionado à dieta.

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5 dicas práticas para o êxito na gestão dos níveis de amônia no aviário As medidas para reduzir os níveis de amônia, incluindo a gestão do desempenho intestinal, poderão promover a saúde, o bem-estar e o desempenho dos seus plantéis. Por Mark Karimi, MSc – Gerente Técnico de Vendas - Avicultura

A

amônia (NH3) é um gás invisível, alcalino e solúvel em água, que é perigoso para o ambiente. Se ocorrer contaminação do solo ou da água, poderá causar problemas ambientais como acidificação e eutrofização, que podem danificar sistemas de vegetação sensíveis, perturbar a biodiversidade e reduzir a qualidade da água. Na União Europeia (UE), o setor agrícola é responsável pela grande maioria (93,3%) das emissões de amônia totais. A gestão do estrume dos animais de pecuária (recolha, armazenamento e distribuição no solo) é responsável por quase três quintos das emissões de amônia agrícolas, enquanto as emissões do solo são responsáveis pelo restante (Figura 1).

Figura 1. Emissões de amônia, EU-28, 2013 (% do total de emissões de amônia).

58,90% 93,30%

6,70%

34,40%

n Agricultura n Outros setores n Gestão do estrume n Solos agrícolas Fonte: Agência Europeia do Ambiente

Emissões de amônia em aviários Nos aviários, a amônia provém das próprias aves. O nitrogênio não usado é excretado como ácido úrico (80%), amônia (10%) e ureia (5%). Quando o gás amônia é exposto a umidade, reage e forma uma solução básica e corrosiva contendo amônio. Esta solução aquosa de amônio é nociva para as aves. O amônio corrói o reves-

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timento do trato respiratório das aves e paralisa ou até destrói os cílios das células epiteliais. Nessas condições, o muco na superfície da mucosa da traqueia não consegue ser eliminado pelos cílios e, assim, as bactérias ficam aprisionadas. Quando as bactérias chegam aos pulmões ou aos sacos aéreos, causam infecções. Considerando tanto a saúde humana quanto a animal, os níveis de referência de exposição a amônia são definidos como 20 - 25 ppm em muitos países. Contudo, na prática, a concentração de amônia em alguns aviários de frangos de corte poderá exceder facilmente 30 - 70 ppm, particularmente no inverno. A diretiva da UE (Diretiva do Conselho 2007/43/CE) afirma que a concentração de NH3 não deverá exceder 20 ppm durante qualquer período de oito horas ou 35 ppm durante qualquer período de dez minutos durante o ciclo de produção avícola.

Efeitos da amônia na saúde e no desempenho das aves Uma concentração elevada de amônia no aviário tem efeitos adversos na saúde e no desempenho das aves. No entanto, não é fácil medir a magnitude desses efeitos adversos. As aves não são habitualmente expostas a uma concentração de amônia muito elevada durante períodos alargados, exceto em caso de má ventilação ou de alimentação com uma dieta desequilibrada em termos nutricionais. Pesquisas recentes revelaram que podem ocorrer muitas alterações moleculares quando as aves são desafiadas com uma concentração elevada de amônia, mesmo durante períodos curtos. A presença de níveis excessivamente elevados de amônia no ar, durante qualquer período de tempo, causará desconforto nas aves. A amônia é um forte fator de estresse oxidativo que pode provocar inflamação. Há experimentos que mostraram que as concentrações elevadas de amônia podem alterar o funcionamento normal dos órgãos nos

Science & Solutions • Número 47


Figura 2. Visão geral da volatilização da amônia.

Lesão das células epiteliais respiratórias N

Perda de cílios traqueais

C O

Aumento da suscetibilidade a infecção e doença

O

NH3 + CO2

H

H H

Queimadura do jarrete e pododermatite NH4+, OH-

Uma concentração elevada de amônia no aviário tem efeitos adversos na saúde e no desempenho das aves. animais, prejudicar o metabolismo energético, induzir apoptose celular e causar danos mitocondriais na mucosa do trato gastrointestinal. A fraca taxa de crescimento e o fraco desempenho das aves que crescem em concentrações de amônia atmosféricas elevadas estão fortemente relacionados com a influência da amônia na imunidade das aves e na respectiva histomorfologia intestinal. A exposição a concentrações elevadas de amônia afeta negativamente o desenvolvimento do sistema imunológico das aves, bem como as vilosidades intestinais e o proteoma da mucosa.

Gestão da amônia na produção avícola O objetivo para a maioria dos produtores é evitar as concentrações elevadas de amônia, em primeiro lugar, ou controlar as inflamações induzidas e minimizar os impactos na saúde e no desempenho das aves. Veja a seguir cinco formas de reduzir os níveis de amônia nos aviários:

Uma revista da BIOMIN

Ácido úrico Amônia Ureia

+

Enzimas microbianas (uricase e urease) pH (>8,5) Umidade (>25%) Condições quentes Oxigênio

Photo: iStockphoto_ aluxum

Conjuntivite

1. Composição da ração e gestão da dieta; o fornecimento de uma dieta completa e equilibrada é extremamente importante. Os problemas que ocorrem devido a fatores genéticos para elevado desempenho, à formulação das rações e à medicação podem originar a produção de estrume úmido, provocando um aumento da amônia e a liberação de odor, juntamente com a redução do desempenho dos frangos de corte e da eficiência alimentar. 2. Otimizar a densidade populacional das aves para ajudar a limitar o excesso de umidade no aviário, reduzindo assim os processos anaeróbicos. 3. Ajustar a taxa de ventilação – se os níveis de amônia aumentarem, é necessário mais ventilação. Contudo, isto deverá ser efetuado apenas em conformidade com o clima e a temperatura do aviário. 4. Ajustar a temperatura considerando o clima e o bem-estar do aviário. 5. Melhorar a digestibilidade dos nutrientes. Isto também poderia ser alcançado suplementando as dietas com aditivos.

A gestão da dieta é a medida preventiva mais importante desta lista. A quantidade total de nitrogênio nas fezes das aves pode ser consideravelmente reduzida formulando-se dietas com base na necessidade de aminoácidos das aves, em vez de no total de proteína bruta. Como a percentagem de proteína bruta na dieta é reduzida e substituiu fontes de proteína convencionais (por ex., farelo de soja, farelo de girasol) por aminoácidos sinté-

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5 dicas práticas para o êxito na gestão dos níveis de amônia no aviário

A quantidade total de nitrogênio nas fezes das aves pode ser consideravelmente reduzida formulando-se dietas com base na necessidade de aminoácidos das aves, em vez de no total de proteína bruta.

Aditivos fitogênicos para rações (AFR)

ticos, a retenção de nutrientes é maximizada. Reduzir a proteína na dieta em 3% a 5% poderá causar uma redução igual ou superior a 60% na excreção total de nitrogênio de frangos de corte e galinhas poedeiras. Uma dieta bem equilibrada contém ingredientes altamente digeríveis e aditivos para rações funcionais que conseguem melhorar a digestibilidade dos nutrientes no intestino delgado das aves. A inflamação causada pelo estresse poderá reduzir acentuadamente a capacidade que as aves têm de digerir e absorver nutrientes, incluindo proteínas. Um intestino inflamado e pouco saudável não é capaz de absorver a ração digerida, mesmo se a digestão tiver sido reforçada por enzimas exógenas. Manter o trato gastrointestinal saudável e funcional durante todo o período de crescimento é essencial para reduzir a excreção nas fezes de ração que não foi digerida nem absorvida, o que irá, por sua vez, reduzir a volatilização da amônia no aviário (Figura 2).

Os aditivos fitogênicos para rações conseguem aumentar a digestibilidade dos nutrientes no trato gastrointestinal e reduzir a inflamação intestinal causada por fatores estressantes. Estes dois importantes efeitos dos AFR podem aumentar consideravelmente a integridade intestinal das aves. Os aditivos fitogênicos para rações também modulam a microbiota intestinal, minimizando o efeito negativo das bactérias nocivas no intestino. Um intestino saudável passará menos nutrientes que não foram digeridos nem absorvidos para as fezes, o que significa menos excreção de nitrogênio das aves para o ambiente. A menor excreção de nitrogênio reduz em grande medida a volatilização da amônia no aviário. Em um experimento recente, o Digestarom® Poultry, o AFR da BIOMIN, foi adicionado à dieta de um grupo de aves, não se adicionando nenhum AFR no grupo controle. Durante o experimento, a concentração de amônia no aviário com Digestarom® Poultry foi 12,12% inferior quando comparada com o grupo controle. A taxa de fluxo de ar foi 14,19% inferior e houve uma redução significativa nas emissões de amônia (11,71% inferiores) no grupo com tratamento, em comparação com o grupo controle. O nitrogênio total no leito do grupo com tratamento foi de 33,93 kg/t, 8,01% inferior aos 36,89 kg/t medidos no grupo controle. Em simultâneo, o desempenho das aves no grupo do Digestarom® Poultry aumentou tanto em termos de ganho de peso vivo diário como em proporção de conversão alimentar. As melhorias foram medidas como 1,6 g/d e 4 pontos de TCA, conforme mostrado nas Figuras 3 e 4, respectivamente.

Figura 3. Ganho de peso vivo diário médio durante o período do experimento.

Figura 4. Proporção de conversão alimentar para diferentes pesos corporais.

1,36

60

Proporção de conversão alimentar

58,16

Ganho diário médio (g)

56,66 55

50

45

Controle

10

Digestarom®

1,32

1,32 1,30 1,28

1,30 1,28

1,26 1,24 1,22 1,20

40

1,34

1,34

1.400 g

1.500 g

n Controle n Digestarom®

Science & Solutions • Número 47


Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema das minhas aves? Parte 10 — Claudicação (patógenos virais)

E

m 50 anos, as taxas de crescimento dos frangos de corte aumentaram drasticamente graças à intensa seleção genética e aos programas de nutrição melhorados. Um rápido crescimento representa grandes exigências para os sistemas musculoesqueléticos das aves, que podem resultar em dificuldades de locomoção e claudicação. A claudicação diminui o bem-estar do animal e

acarreta graves consequências econômicas devido ao fraco crescimento, risco aumentado de abate e mortalidade, descarte de carcaças aumentado e redução da classificação de carcaças no abate. A claudicação é frequentemente uma condição multifatorial. Compreender as várias causas pode ajudar os produtores a identificar áreas a melho-

Condição

rar e a desenvolver estratégias eficazes para reduzir a incidência de claudicação nos plantéis. As condições que provocam claudicação podem ter origem infecciosa ou não. Esta tabela enfoca a claudicação provocada por fatores patogênicos, designadamente vírus, e sugere soluções que podem ajudar a prevenir ou a aliviar a claudicação resultante destas condições.

Ação de correção

Tenossinovite/Artrite viral • Etiologia: reovírus aviário • Sintomas: tumefação mole das articulações com fluido turvo na cápsula, tumefação do jarrete • Lesões: tumefação e petéquias nas membranas sinoviais, pequenas erosões da cartilagem articular, adesões entre os tendões e fibrose dos tecidos

• Prevenção: vacina viva seguida de vacina inativada • Tratamento: abate do plantel infectado

Amiloidose • Etiologia: coronavírus • Sintomas: tumefação da articulação do jarrete com material laranja amarelado, tremulação muscular • Lesões: acumulação extracelular da proteína amilóide nas articulações e órgãos internos

• Prevenção: vacina viva • Tratamento: salicilato de sódio 1 g/litro (fase aguda). Antibióticos para controlar colibacilose secundária

Bronquite infecciosa (BI)/Laringotraqueíte infecciosa (LTI) • Etiologia: coronavírus, herpesvírus

• Prevenção: vacina viva

• Sintomas: morte súbita, tremulação muscular

• Tratamento: salicilato de sódio 1 g/litro (fase aguda). Antibióticos para controlar colibacilose secundária

• Lesões: edema dos músculos esqueléticos e peitorais Doença de Marek • Etiologia: herpesvírus aviário 2 • Sintomas: uma perna esticada para a frente e outra para trás • Lesões: tumores nos órgãos internos, aumento unilateral dos nervos periféricos

• Prevenção: vacina viva • Tratamento: erradicação do plantel infectado

Encefalomielite aviária (EA) • Etiologia: picornavírus • Sintomas: tremulação da cabeça, pescoço e asas, paralisia de ambas as pernas esticadas para um dos lados • Lesões: lesões macroscópicas leves ou inexistentes, áreas brancas focais no músculo da moela

• Prevenção: vacinação das reprodutoras • Tratamento: nenhum

Doença de Newcastle • Etiologia: paramixovírus aviário sorotipo 1 • Sintomas: torção do pescoço e paralisia das asas e pernas, cianose da crista, edema facial, diarreia verde, redução da postura de ovos, morte súbita • Lesões: hemorragia intestinal, hemorragia petequial no proventrículo, congestão e exsudatos de muco no trato respiratório, principalmente na traqueia

• Prevenção: vacina viva • Tratamento: nenhum. Antibióticos para controlar infecções bacterianas secundárias

Encefalite equina do leste • Etiologia: arbovírus • Sintomas: pescoço flácido, cambaleio, paralisia

• Prevenção: vacinação. Controle da população de mosquitos

• Lesões: nenhuma lesão macroscópica

• Tratamento: nenhum

Para mais informações, visite www.mycotoxins.info ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: esta tabela inclui conselhos gerais sobre assuntos relacionados com avicultura que afetam com maior freqüência as aves de produção e que podem estar relacionados com a presença de micotoxinas na alimentação. As doenças e problemas avícolas incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A BIOMIN não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante de ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou do respectivo teor. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.

Uma revista da BIOMIN

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O seu exemplar da Science & Solutions

Mycofix

® M YC OF I

X

Proteção total

l gu Re

at ion (EC ) No

20 17 /9 3

0

Baseado na ciência para uma proteção ativa contra várias micotoxinas*

, 13 7/9 201 13, 1060/20

Com 3 estratégias combinadas

ADSORÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO BIOPROTEÇÃO

*Autorizado pelos Regulamentos da UE 1060/2013, 2017/913 e 2017/930.

mycofix.biomin.net

Naturalmente à frente


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