Science & Solutions No. 51 - Aves

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A resistência aos antibióticos é essencial para a compreensão dos esforços de redução dos antibióticos nas aves A sua caixa de ferramentas para reduzir os antibióticos Mantendo você naturalmente informado | Número 51 | Aves

Como reduzir com êxito os antibióticos

Qual o problema das minhas aves? Parte 11

BIOMIN 1


Photo: iStockphoto_DenisIsmagilov

Photo: iStockphoto_Andrei Kuzniatsou

ÍNDICE

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15

A resistência aos antibióticos é essencial para a compreensão dos esforços de redução dos antibióticos nas aves

A sua caixa de ferramentas para reduzir os antibióticos

Qual o problema das minhas aves? 11 – Condições de claudicação (manejo)

Franz Waxenecker DI (MSc) Diretor de Desenvolvimento e

Daniel Petri PhD Gerente de Linha de Produto Global – Microbianos

Chasity Pender PhD e Raj Murugesan Médico Veterinário PhD

Nataliya Roth DI (MSc) Cientista de Desenvolvimento

A redução e a remoção de antibióticos das rações para aves é atualmente um tema comum para os produtores. Isto deve-se aos níveis crescentes de resistência antimicrobiana e não aos antibióticos em si. Garantir a utilização dos antibióticos apenas para o tratamento da doença em aves irá aliviar a pressão no setor, mas qual será o custo para o desempenho das aves?

2 SCIENCE & SOLUTIONS

A procura constante de redução dos antibióticos em animais de pecuária ao nível mundial significa que o setor terá de aprender a dominar um novo conjunto de ferramentas para apoiar o desempenho e manter a competitividade.

Um check-list útil para sintomas, causas e soluções.

BIOMIN


EDITORIAL

Apoiando você em cada passo do percurso É difícil não enxergar a atual tendência global para reduzir a longo prazo a administração de antibióticos em animais de pecuária, que é impulsionada por regulamentos, exigências dos consumidores e a ausência de moléculas antibióticas novas. Os nossos clientes aderem cada vez mais à utilização responsável dos antibióticos, o que ajuda a preservar o seu valor medicinal para o tratamento de seres humanos e animais. Resolver a questão da resistência aos antibióticos e eliminar a lacuna no desempenho que surge quando os antibióticos são retirados da dieta são os dois maiores desafios para assegurar uma rentabilidade sustentável da avicultura, mantendo ao mesmo tempo o funcionamento previsto dos antibióticos nos anos vindouros. O êxito implica um percurso a longo prazo com um objetivo geral, em vez de uma meta específica. A BIOMIN está empenhada em fornecer soluções nutricionais naturais e cientificamente avançadas desde a sua fundação em 1983. Temos como missão acompanhá-lo nesse percurso e ajudálo a manter-se naturalmente à frente no seu negócio. A BIOMIN disponibiliza o kit de ferramentas cientificamente mais avançado do mercado para que você possa atingir o êxito máximo nos resultados do seu negócio. As nossas soluções podem ser aplicadas para ajudar a reduzir parcial ou completamente a utilização de antibióticos, apoiando simultanêamente a saúde e o bem-estar dos animais e mantendo a rentabilidade. A redução e a remoção dos antibióticos da dietas das aves requer uma abordagem de 360 graus, incluindo boa gestão das

ISSN: 2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net

granjas nutrição, biossegurança, higiene e um programa de saúde e vacinação robusto. Reconhecemos que cada granjatem o seu próprio conjunto único de condições e é por isso que a nossa equipe internacional de especialistas está disponível para o ajudar na identificação dos desafios locais, fornecendo-lhe ao mesmo tempo soluções personalizadas através do nosso kit de ferramentas para o ajudar a obter o nível de desempenho desejado. Além disso, o nosso envolvimento na abordagem a questões do setor, o nosso extenso programa de pesquisa científica e desenvolvimento e as nossas estratégias para aplicação na granja — bem como a nossa revista, Science & Solutions — têm proporcionado continuamente ao setor expertise e conhecimento. O novo design da Science & Solutions, juntamente com o novo lema “Mantendo você naturalmente informado”, reflete o nosso compromisso com você, nosso cliente, e reitera o valor que damos à descoberta científica, à partilha de conhecimentos e ao apoio que lhe prestamos para que tenha êxito.

Hannes Binder PhD Diretor-Geral

Editores: Ryan Hines, Caroline Noonan Colaboradores: Hannes Binder PhD, Daniel Petri PhD, Nataliya Roth DI (MSc), Franz Waxenecker DI (MSc), Chasity Pender PhD e Raj Murugesan Médico Veterinário PhD. Marketing: Herbert Kneissl, Karin Nährer Gráficos: GraphX ERBER AG Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter Editora: BIOMIN Holding GmbH Erber Campus, 3131 Getzersdorf, Áustria Tel.: +43 2782 8030 www.biomin.net © Copyright 2018, BIOMIN Holding GmbH

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos de autor, exceto em conformidade com as disposições da Copyright, Designs and Patents Act 1998 [Lei relativa aos Direitos de Autor, Desenhos e Patentes de 1998]. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença. BIOMIN is part of ERBER Group

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A resistência aos antibióticos é essencial para a compreensão dos esforços de redução dos antibióticos nas aves A redução e a remoção de antibióticos das rações para aves é atualmente um tema comum para os produtores. Isto deve-se aos níveis crescentes de resistência antimicrobiana e não aos antibióticos em si. Garantir a utilização dos antibióticos apenas para o tratamento da doença em aves irá aliviar a pressão no setor, mas qual será o custo para o desempenho das aves? É a resistência antimicrobiana, e não os próprios antibióticos, que motiva a iniciativa de redução dos antibióticos. As exigências dos consumidores, os regulamentos e a ausência de moléculas antimicrobianas novas são todos fatores contribuintes para a tendência atual de redução a longo prazo dos antibióticos nos sistemas de avicultura modernos. Embora a necessidade de informar os consumidores sobre a produção alimentar continue a ser uma questão em aberto, é a capacidade de resistência das bactérias a um ou mais antibióticos — tornando esses fármacos ineficazes — e são as implicações profundas para a saúde tanto humana como animal que justificam a necessidade de reduzir os antibióticos.

Foco na resistência De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2011), “a utilização de antibióticos de qualquer tipo em pessoas, animais ou plantas pode promover o desenvolvimento e a proliferação da resistência a antibióticos”. A identificação da utilização de antibióticos em animais de pecuária como um fator de risco 4 SCIENCE & SOLUTIONS

Franz Waxenecker DI (MSc) Diretor de Desenvolvimento

Nataliya Roth DI (MSc) Cientista de Desenvolvimento

no desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos explica por que a resistência antimicrobiana continua a ser alvo de maior atenção pelas autoridades reguladoras e de saúde ao nível mundial, particularmente no caso de antibióticos considerados importantes para a medicina humana. Esta preocupação é distinta do fato de os resíduos dos antibióticos poderem penetrar na carne e nos ovos: já se estabeleceram períodos de retirada e monitorização para garantir que os antibióticos não penetrem na cadeia alimentar.

Proteção de ferramentas de saúde importantes A necessidade de preservar substâncias antimicrobianas surge do fato de constituírem, em certa medida, um

RESUMO • A utilização extensiva de antibióticos está resultando em níveis crescentes de resistência antimicrobiana • Há uma preocupação global sobre a função que os antibióticos terão no tratamento de doenças se a resistência antimicrobiana continuar a crescer • Em países onde a utilização de antibióticos é baixa, a resistência antimicrobiana também é baixa • Os antibióticos adicionados às rações de animais para promoção do crescimento foram proibidos em vários países, tendo sido substituídos por uma combinação de aditivos para rações para suprir a lacuna no desempenho BIOMIN


Figura 1. Agentes antimicrobianos prescritos para seres humanos e todas as espécies de animais

Danmap 2015

220

35 30

180 160

25

140 20

120 100

15

80 10

60 40

5

20 0

Suínos produzidos (milh. de cabeças)

Agentes antimicrobianos (toneladas)

200

94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15

0

n Agentes antibacterianos humanos prescritos n Agentes antimicrobianos veterinários prescritos n Antimicrobianos - Promotores de crescimento n Suínos produzidos (milh. de cabeças) Fonte: Programa dinamarquês integrado de monitorização e investigação da resistência antimicrobiana, 2015

recurso limitado. A classe mais recente de antibióticos foi descoberta em 1987. A pesquisa e o desenvolvimento previstos para novos agentes antimicrobianos têm ficado somente na teoria. De acordo com a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE, 2016), só foram comercializadas cinco novas classes de antibióticos desde 2000. O desenvolvimento da resistência bacteriana a um antibiótico nos anos subsequentes à sua introdução, estimados por alguns como correspondentes em média a oito anos, limita a viabilidade econômica e a vida útil de novas moléculas, desencorajando a inovação (Schmieder e Edwards, 2012). A ausência de novas substâncias antibióticas reforça a importância de preservar as que já existem.

Padrão de restrições para antibióticos Historicamente, as motivações para a utilização de antibióticos nos animais de pecuária classificam-se em três categorias: promoção do crescimento, prevenção das doenças e tratamento. A tendência quanto a restrições governamentais sobre os antibióticos tem sido bastante clara: antibióticos para promoção do crescimento serão desencorajados. (Veja a caixa de destaque “G20 visa à limitação dos antibióticos”.) Os países que procuram limitar a administração de antibióticos em animais começam tipicamente com restrições sobre um ou diversos antibióticos promotores de crescimento (Antibiotic Growth Promoters, AGP), seguidas frequentemente pela proibição dos AGP. Pelo menos 32

Figura 2. A mudança para o uso racional de antibióticos

Antibióticos na pecuária

Promoção do crescimento

Prevenção

Tratamento

proibidos Aditivos para rações

Antibióticos

cartão amarelo

Aditivos para rações

Biossegurança

Vacinação

Antibióticos

Fonte: BIOMIN

países impuseram uma proibição a nível nacional aos AGP e 35 exigem que seja feita uma prescrição por um veterinário. Como próximo passo, alguns países — embora não todos — procuram depois abordar a utilização preventiva ou profilática dos antibióticos, limitando assim a utilização dos antibióticos para o tratamento de doenças. Contudo, estas medidas não são sempre suficientes para reduzir a utilização de antibióticos nos animais de pecuária. BIOMIN 5


A RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS É ESSENCIAL PARA A COMPREENSÃO DOS ESFORÇOS DE REDUÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS NAS AVES

Figura 3. Venda de agentes antimicrobianos veterinários para espécies de produção alimentar em 2014 n Outros* n Pleuromutilinas

400

n Macrolídeos n Trimetoprima

300 mg/PCU

n Polimixinas n Aminoglicosídeos

200

n Sulfonamidas n Penicilinas n Fluoroquinolonas

100

n Lincosamidas n Tetraciclinas

Áustria Bélgica Bulgária Croácia Chipre República Tcheca Dinamarca Estônia Finlândia França Alemanha Hungria Islândia Irlanda Itália Letônia Lituânia Luxemburgo Países Baixos Noruega Polônia Portugal Romênia Eslováquia Eslovênia Espanha Suécia Suíça Reino Unido

0

Fonte: Vigilância europeia sobre o consumo de agentes antimicrobianos veterinários, 2016

O exemplo europeu Em 2005, a Europa proibiu a utilização de AGP. A proibição não teve inicialmente o efeito pretendido pelas autoridades reguladoras — isto é, a redução dos antibióticos administrados a animais de pecuária. A eliminação dos AGP foi acompanhada por um aumento dos agentes antimicrobianos veterinários prescritos para utilização preventiva nos anos subsequentes (Figura 1). Como resposta à utilização preventiva de antibióticos, as autoridades reguladoras de vários países europeus introduziram um sistema de “cartão amarelo” que utiliza vários indicadores diferentes para incentivar mais reduções na utilização de antibióticos para fins preventivos. Este sistema demonstrou ser eficaz na restrição da utilização de antibióticos ao tratamento de doenças (Figura 2),

G20 visa à limitação de antibióticos “Iremos promover o uso racional de antibióticos em todos os setores e procurar restringir a respectiva utilização na medicina veterinária apenas a fins terapêuticos. A utilização responsável e racional de antibióticos em animais para produção alimentar não inclui a utilização para promoção do crescimento na ausência de uma análise de riscos. Enfatizamos que os tratamentos só devem estar disponíveis através de prescrição ou equivalente veterinário.” – Declaração dos Ministros da Agricultura do G20 em 2017

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o que explica por que os países do norte da Europa têm baixos níveis de utilização de antibióticos em animais, considerando a quantidade de antibióticos vendidos e o tamanho das respectivas populações de animais — designando-se como unidade de correção populacional (PCU) (Figura 3).

Prevalência da resistência nas aves Há em todo o mundo diversos programas de monitoramento que investigam os níveis de bactérias resistentes a antibióticos em animais. A agregação de dados de vigilância de 19 países que registram a resistência antimicrobiana de E. coli em aves mostra que países como a Noruega e a Suécia, que têm uma utilização de antibióticos menos intensiva (Figura 3), também têm níveis inferiores de E. coli resistente a antibióticos, incluindo ampicilina, ciprofloxacino e tetraciclina (Figuras 4, 5 e 6). Esta observação, juntamente com a pressão contínua dos consumidores que são clientes de supermercados e de redes de fast food, aumenta a probabilidade de mais países optarem por restringir a utilização de antibióticos ao tratamento de doenças.

Progresso varia conforme o país Com base no número de E. coli resistente a antibióticos em aves e considerando o histórico dos países que adotaram primeiro a redução e a remoção de antibióticos, podemos observar, em geral, três conjuntos de situações. 1. No primeiro grupo de países — incluindo o Vietnã, os Estados Unidos e vários países da América do Sul — o BIOMIN


Figura 4. Percentagens de isolados de E. coli resistentes a tetraciclina em aves 100 80 60 40 20 Argélia Vietnam China Turquia Itália Grécia Brasil Portugal Bangladesh Espanha Reino Unido Irlanda Bélgica EUA Croácia Países Baixos Hungria Áustria República Tcheca Suécia Noruega

0

Fonte: BIOMIN, 2016

Figura 5. Percentagens de E. coli isolados resistentes a ciprofloxacino em aves 100 80 60 40 0

Portugal Grécia Espanha Croácia Hungria Bélgica República Tcheca Itália China Áustria Brasil Argélia Vietnam Países Baixos Bangladesh Irlanda Turquia Reino Unido Suécia Noruega EUA

20

Fonte: BIOMIN, 2016

Figura 6. Percentagens de E. coli isolados resistentes a ampicilina em aves 100 80 60

Pelo menos 32 países impuseram uma proibição a nível nacional relacionada à utilização de antibióticos promotores de crescimento e 35 exigem que seja feita uma prescrição por um veterinário. antibióticos já foi implementado, os níveis de resistência são consideravelmente inferiores aos do resto do mundo.

O futuro O desafio para os produtores que adotaram programas de remoção dos antibióticos, ou que estejam em países onde a utilização de antibióticos está sendo reduzida, é reduzir os antibióticos enquanto mantêm uma produção elevada. Para manter a sua função necessária no tratamento das doenças, são necessárias medidas alternativas para substituir a função dos antibióticos quanto à promoção do crescimento e à prevenção das doenças. Na produção pecuária moderna, são necessários promotores de crescimento nas rações, tal como é necessária a prevenção das doenças. A melhor opção no futuro será uma combinação de aditivos para rações, biossegurança melhorada, programas de vacinação e melhores práticas de manejo — conforme se observa em produtores e zonas geográficas que já implementaram a mudança. Futuramente, a chave para resolver a questão dos antibióticos será controlar as resistências e suprir a lacuna no desempenho.

40 20 Turquia Itália Vietnam China Portugal Reino Unido Bélgica Espanha Grécia Irlanda Brasil Países Baixos Croácia Argélia Hungria Bangladesh República Tcheca Áustria EUA Suécia Noruega

0

Fonte: BIOMIN, 2016

processo de remoção dos antibióticos ainda não começou ou está nas fases iniciais. Nesses países, observam-se frequentemente elevados níveis de resistência para muitas classes de antibióticos. 2. No segundo grupo, os AGP foram proibidos, embora ainda não tenha sido adotado um sistema de “cartão amarelo” ou outras medidas que reduzam ainda mais a utilização de antibióticos. Nesses países — que incluem a Itália, a Espanha e a Turquia — ainda podemos encontrar níveis elevados de E. coli resistente, pelo menos a uma lista de antibióticos selecionados. 3. No terceiro grupo de países — incluindo a maioria dos países do norte da Europa —, onde o uso racional de

Referências Programa dinamarquês integrado de monitorização e investigação da resistência antimicrobiana . (2015). Use of antimicrobial agents and occurrence of antimicrobial resistance in bacteria from food animals, food and humans in Denmark. Relatório disponível em: www.danmap.org Agência Europeia do Medicamento, European Surveillance of Veterinary Antimicrobial Consumption. (2016). Sales of veterinary antimicrobial agents in 29 European countries in 2014. EMA/61769/2016. Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos. (2016). Antimicrobial resistance: Policy insights. Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos. Schmieder, R e Edwards, R. (2012). Insights into Antibiotic Resistance Through Metagenomic Approaches. Future Microbiology. 7(1):73-89. Organização Mundial da Saúde. (2011). Tackling antibiotic resistance from a food safety perspective in Europe. Organização Mundial da Saúde.

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A sua caixa de ferramentas para reduzir os antibióticos A procura constante de redução dos antibióticos em animais de pecuária ao nível mundial significa que o setor terá de aprender a dominar um novo conjunto de ferramentas para apoiar o desempenho e manter a competitividade.

Photo: iStockphoto_Andrei Kuzniatsou

Daniel Petri PhD, Gerente de Linha de Produto Global – Microbianos

RESUMO • Os problemas como a contaminação por micotoxinas, os desafios por agentes patogênicos e as más práticas de manejo ficam expostos quando os antibióticos são retirados da dieta, resultando num desempenho inferior • Há muitos produtos disponíveis no mercado para ajudar a suprir a lacuna no desempenho • Cada granja deve identificar os seus requisitos específicos e personalizar uma solução adequada 8 SCIENCE & SOLUTIONS

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Photo: Rocky Mountain Laboratories, NIAD, NIH, Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA

Photo: Argonne National Laboratory LLC e Medicina e Ciências Biológicas da Universidade de Chicago, EUA

Clostridium spp., imagem explicativa da espécie virulenta Clostridium perfringens

Salmonella enterica, sorotipo Typhimurium

Quando se retiram os antibióticos da produção moderna, surgem frequentemente outros problemas. À medida que os países começam a reduzir os antibióticos, começando muitas vezes por restrições sobre a utilização de antibióticos promotores de crescimento (AGP), os produtores de rações e de animais de pecuária acabam rapidamente tendo que procurar formas de criar os animais sem antibióticos. Não há nenhum produto mágico que os possa substituir. A resposta consiste em uma abordagem de 360 graus que combina nutrição adequada, biossegurança, higiene, genética, saúde e boas práticas de manejo na granja. Além disso, os aditivos para rações inovadores também podem ter uma função essencial.

Revelar o que estava oculto Como disse Warren Buffet, só quando a maré baixa é que se descobre quem estava nadando nu. Parte do motivo pelo qual as soluções certas para uma granja podem ser diferentes de uma para outra, relaciona-se ao fato de a aplicação subterapêutica de antibióticos, como os utilizados para promoção do crescimento ou prevenção das doenças, poder ocultar outras áreas que precisariam de atenção. Quando se retiram os antibióticos da produção moderna, surgem frequentemente outros problemas. A contaminação por micotoxinas torna-se mais importante, os desafios por agentes patogênicos aumentam e as más práticas de manejo os evidenciam— tudo isto além da lacuna no desempenho que deve ser suprida. A substituição dos antibióticos na produção de animais de pecuária está associada a uma complexidade considerável em termos de espécie, clima, fase de produção, idade, sistema de produção e zona geográfica. Portanto, é necessária uma solução personalizável que possa considerar todos estes

fatores. Isto poderá ser concretizado identificando-se a combinação certa de produtos probióticos, fitogênicos, à base de ácido orgânico e/ou desativadores de micotoxinas que permitem obter os resultados certos numa determinada situação. Uma análise dos cenários seguintes mostra como os diferentes sistemas de produção avícola em diferentes países poderão se beneficiar de combinações variáveis de aditivos para rações com o objetivo de responder melhor aos desafios locais específicos.

Desafio por agentes patogênicos nos Estados Unidos Considere um estábulo com cama espessa no sudeste dos EUA onde há um elevado nível de fundo de Clostridium perfringens formador de esporos e demasiado azoto na dieta — resultante de um teor mais elevado de proteínas na dieta, possivelmente de subprodutos animais. A espécie C. perfringens, que excreta α-toxina, não é particularmente virulenta, embora o seu crescimento excessivo possa reduzir o desempenho do plantel, exceto se transportar genes de toxina específicos, como NetB. A remoção dos antibióticos requer uma solução que incida sobre o controle de agentes patogênicos, além de uma análise da fonte e da qualidade das proteínas. Uma solução adequada seria aplicar um aditivo fitogênico para rações (AFR) para exercer pressão sobre as bactérias Gram-positivas e aplicar um produto à base de ácido orgânico para ajudar a combater as bactérias Gram-negativas.

Em última análise, uma estratégia a longo prazo para apoiar os seus animais deve ter boa relação custo/eficácia. BIOMIN 9


A SUA CAIXA DE FERRAMENTAS PARA REDUZIR OS ANTIBIÓTICOS

Bactérias Gram-negativas na América Latina Em outro cenário, considere o caso do desafio por Salmonella, má qualidade dos pintos e plantel de reprodução inconsistentes. Os antibióticos são permitidos na produção e as flutuações cambiais desencorajam a perspectiva de mudança para novos promotores de crescimento (NGPs). Aqui, faria sentido aplicar um probiótico precocemente e um produto à base de ácido ao longo das fases de produção. O simbiótico (prebiótico + probiótico) específico para as aves introduziria idealmente as estirpes de bactérias essenciais no trato gastrointestinal, para promover o desenvolvimento intestinal e para impedir por competição a colonização do intestino por agentes patogênicos. O produto à base de ácido manteria um ambiente intestinal hostil para as bactérias Gram-negativas. Ambos os produtos podem ser aplicados concomitantemente, quer através da ração ou por aplicação na água, proporcionando total flexibilidade.

Europa Uma granja de frangos europeia, como exemplo, chega a ser, através da sua excelente higiene, excessivamente sanitária, o que resulta na eliminação tanto das bactérias intestinais nocivas como das benéficas no ambiente intestinal. A aplicação na água de um simbiótico específico para aves nos primeiros três dias estabeleceria rapidamente um microbioma intestinal saudável e auxiliaria o desenvolvimento do sistema imunitário. A aplicação de um AFR na ração auxiliaria a digestibilidade e reduziria a inflamação, produzindo uma conversão alimentar otimizada. A combinação poderia ser reintroduzida na ração final.

Micotoxinas Quando se retiram os antibióticos, as micotoxinas tornam-se mais importantes porque podem prejudicar a saúde e o desempenho dos animais, perturbar a barreira intestinal e reduzir a eficácia das vacinas. Qualquer um dos cenários descritos acima seria pior na perspectiva de um produtor. Um programa de gestão dos riscos de micotoxinas robusto deve incluir testes regulares dos ingredientes das

rações e medidas preventivas, para que os animais possam atingir todo o seu potencial. A aplicação regular de um desativador de micotoxinas é a forma mais segura de evitar problemas.

Benefícios para quem continua com AGP Embora se preveja nos anos vindouros uma redução acentuada na aplicação de antibióticos para promoção do crescimento e tratamento preventivo, os NGP poderão proporcionar benefícios para os produtores. De fato, é possível utilizar simultaneamente NGP, AGP e um programa de gestão dos riscos de micotoxinas robusto. Num ensaio comercial recente realizado na Nova Zelândia, os especialistas da BIOMIN conceberam uma solução de NGP para uma granja de frangos de alto desempenho que já utilizava um desativador de micotoxinas. No ensaio, foi utilizado um AFR para reforçar a mucosa no lúmen e melhorar a eficiência da ração. Além disso, foi utilizado um simbiótico para estabilizar a microbiota epitelial e cecal e preparar adequadamente os sistemas imunitários das aves, tudo utilizando ainda o regime de AGP múltiplo já existente na granja. A combinação resultou numa melhoria do desempenho e num retorno sobre o investimento positivo e substancial.

Mil possibilidades,sua solução O mercado dos aditivos para rações oferece uma grande variedade de opções, tendo cada uma os seus modos de ação e vantagens. Em última análise, uma estratégia a longo prazo para dar suporte aos seus animais deve ter boa relação custo/ eficácia. Para garantir benefícios evidentes na produção, a aplicação dos aditivos para rações deve ser personalizada para a situação e as circunstâncias individuais. Não há uma abordagem única que se adeque a todos. A BIOMIN realiza pesquisa e desenvolvimento há décadas, tendo produzido alguns dos produtos mais inovadores nas respectivas categorias. A escolha do produto depende de vários fatores, incluindo espécie, zona geográfica, fase de produção, desafio específico e preferências do cliente. Diferentes combinações de aditivos podem ainda ser a melhor opção, o que complica ainda mais a questão. Contudo, encontrar uma solução não precisa ser complicado.

As equipes de vendas e os especialistas da assistência técnica da BIOMIN contam com apoio local e global para acompanhar os clientes no processo de identificação da solução certa e garantir que tenham a expertise e as competências para a implementarem com êxito — esta é uma parceria a longo prazo para atingir resultados lucrativos. 10 SCIENCE & SOLUTIONS

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Um guia prático para o diagnóstico diferencial 11 – Condições de claudicação (manejo) Devido a uma intensa seleção genética visando ao aumento do crescimento e da eficiência da ração, a claudicação tornouse um problema global crescente na indústria avícola atual. A claudicação não é apenas uma preocupação em termos de bem-estar do animal; também representa uma grave ameaça financeira para os produtores de avicultura, pois é uma significativa causa de descartes, mortalidade e condenação da carcaça. Em termos gerais, o custo financeiro associado aos problemas de claudicação nas aves pode se elevar a várias centenas de milhões de dólares por ano. Muitos fatores de risco, incluindo causas não patogênicas e patogênicas, podem ser associados à ocorrência de

claudicação nos frangos de corte, e a condição é geralmente multifatorial. É importante distinguir as diversas causas da claudicação de modo a desenvolver estratégias de prevenção e tratamento apropriadas, visto que estas estratégias mudarão com base no agente causador identificado. Os fatores de manejo, tais como a qualidade do leito e a densidade populacional, podem ter um papel importante no desenvolvimento de problemas nas pernas e claudicação. Esta tabela destaca os diversos fatores de manejo que estão habitualmente associados ao aumento da ocorrência de claudicação e propõe soluções para ajudar a mitigar as consequências destas condições.

Fatores de manejo Condição

Causalidade

Sintomas

Lesões

• Ulceração do metatarso e almofadas digitais

• Lesões necróticas na superfície plantar das patas

Discondroplasia/ osteocondrose da tíbia

• Seleção genética • Taxa de crescimento rápido tardio • Razão cálcio-fósforo • Excesso de cloreto na ração, originando acidose metabólica • Equilíbrio ácido/base • Micotoxinas

• Tumefação e abaulamento na região das articulações dos joelhos • Angulação das patas • Típico em aves com >35 dias

• Tampão de cartilagem na extremidade proximal da tíbia, tíbia distal e metatarso proximal, por ordem decrescente de frequência

Perna torcida

• Seleção genética • Densidade populacional

• Deformação do tarso • Valgus/varus • Várias angulações das pernas

Doença degenerativa das articulações

• Deficiências de desenvolvimento • Lesões físicas

• Desequilíbrio ao caminhar • Amontoamento

Pododermatite/ dermatite plantar/ • Má qualidade da cama queimadura dos • Deficiência de biotina pés/queimadura por amônia

Toxicidade de ionóforos

• Monensina

Para mais informações, visite www.mycotoxins.info

• Patas esticadas para trás

• Torção linear da tíbia e do fêmur • Angulação alterada dos côndilos tibiais • Lesões na cartilagem articular epifisária, principalmente do antitrocânter femoral, mas também de outras articulações da perna, resultando em erosões e flaps da cartilagem • Nenhuma lesão específica

Solução • Diminuir a umidade da cama com ventilação apropriada e evitar derramamento de água • Melhoramento da integridade intestinal administrando probióticos vivos específicos para aves • Suplementação de biotina na ração • Diminuir a densidade de energia e proteína da ração para desacelerar o crescimento • Corrigir desequilíbrios nutricionais • Adicionar um desativador de micotoxinas eficaz na ração

• Abater aves afetadas

• Abater aves afetadas

• Misturar a ração de forma apropriada • Retirar o ionóforo

Bibliografia disponível se solicitada

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: esta tabela inclui conselhos gerais sobre assuntos relacionados com avicultura que afetam com maior frequência as aves de produção e que podem estar relacionados com a presença de micotoxinas na alimentação. As doenças e problemas avícolas incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A BIOMIN não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante de ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou do respectivo conteúdo. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.

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