Revista Incluir

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Momentos marcam sua vida. Experiências enriquecem sua carreira. Daniel Costa teve glaucoma e deslocamento de retina, perdendo a visão ainda na infância. Estudante de administração de empresas, ele atua na área de pesquisas da Deloitte, que dispõe de tecnologia especializada para a realização do seu trabalho, como um leitor de telas digital. Recentemente, ele ganhou um novo amigo e a Deloitte, um novo integrante, o cão-guia Frontier da raça labrador. Faça como o Daniel e venha viver grandes momentos na Deloitte. Inscreva-se:

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17/09/2014 12:09:43


é uma publicação bimestral da Editora Minuano

editorial

A

Revista Incluir está de casa nova! A partir de agora, a Editora Minuano e o Grupo Cereja Digital, proprietária do Jornal Diário de São Paulo, se uniram com o objetivo de fortalecer ambas as marcas. Com isso, quem ganha, é você, nosso leitor, que terá um produto ainda melhor e repleto de informações que agregam no dia a dia das pessoas com deficiência. Esta edição traz uma entrevista com a top model Brenda Costa, que falou com exclusividade à nossa equipe sobre os desafios em ser surda no mercado da moda internacional. Confira ainda uma matéria especial sobre as eleições, com as propostas dos candidatos à presidência, os anseios do povo e a acessibilidade nas seções de votação. Em Comportamento, saiba quais são os esportes radicais que estão sendo praticados por pessoas com deficiência. E, em Fazendo da Diferença, conheça a história de um pai que mudou de país com a família em busca da cura de seu filho. Conheça também a Redefor, um curso de especialização em educação inclusiva para professoresm e saiba mais sobre o mergulho adaptado, prática esportiva que cada vez mais ganha adeptos no Brasil. Boa leitura e até a próxima!

Julliana Reis Julliana Reis Editora-chefe

Rua Cel. Mário de Azevedo, 239 Bairro do Limão/ CEP: 02710-020 – São Paulo – SP Cx. Postal: 16.352 – CEP: 025015-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (11) 3437-7676 DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera Lúcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br CRÉDITO E COBRANÇA Luis Eduardo S. Marcelino - luiz@edminuano.com.br Alexandra Testoni, Joyce Ferreira da Silva e Liane Bezerra EDITORIAL Editora-chefe: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Camila Sousa - redacao@edminuano.com.br Revisão: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Editora de Arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente: Claudia Silva - claudia@revistaincluir.com.br Colaboradores: Aline Barreto, Caroline Baptista e Gabriela Rocha (textos); Bianca Ponte, Carlos Roncari, Gabriela Viana, Gil Grossi, Katarine Almeida, Marina Arruda e Yves Tadeu (fotos); Dolores Affonso (artigo); Flávia Cintra, Lak Lobato, Pablo Eduardo e Sofia Crispim (colunistas); Martins e Leocádio (Auditor da Saúde); e Karina Barbosa dos Santos (tradução) MARKETING Alda Mendes - alda@edminuano.com.br Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br Jacqueline Santos - marketing@edminuano.com.br Joyce Danielle - marketing2@edminuano.com.br PUBLICIDADE Kalinka Lopes - kalinka@revistaincluir.com.br Adriana Alcântara - adriana@revistaincluir.com.br Sheila Fidalgo - sheila@edminuano.com.br VENDAS Gerente: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br Alexandra Eleutério - alexandra@edminuano.com.br Sabino José dos Santos - vendas2@edminuano.com.br vendas@edminuano.com.br DEPÓSITO E LOGÍSTICA APOIO: Alexandre Baccarini, Daniela Lima Santos, Ednaldo Saturnino, Magadiel Aranha Silva, Ricardo Ribeiro, Ronaldo Gomes da Silva ASSINATURAS Tel.: (0xx11) 3437-7676 ramais 126/129/149 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE Amanda Barros - atendimento@edminuano.com.br Cleice Justino, Fabiana de Lima, Fabiana Mendes, Ingrid Bertolini, Isabella Tomé, Jacqueline Donegá e Suelen Kelle DEPARTAMENTO DE WEB / DESIGN GRÁFICO Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br Kelme Voltan – suporte@edminuano.com.br Impressão e Acabamento Distribuidor exclusivo para bancas de todo Brasil FC Comercial e Distribuidora S/A Estr. Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - sala A Jd. Belmonte - Osasco - SP Tel.: (0xx11) 3789-3000

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Foi dado o primeiro passo rumo a um mundo mais acessível! O projeto que irá beneficiar milhares de pessoas com mobilidade reduzida já está presente no aeroporto de Palmas – TO e será instalado em breve no aeroporto de Porto Alegre – RS. Fruto de uma parceria da Infraero com a Ortobras, o Elo leva o passageiro da sala de embarque até o avião por meio de conectores modulares climatizados, garantindo mais acessibilidade e segurança para todos os usuários. A solução foi desenvolvida com tecnologia 100% nacional e tem como parte o Mamuth (Módulo Remoto para Embarque Acessível), um projeto da Ortobras que possibilita o embarque e desembarque à aeronave para passageiros em todas as situações com agilidade, facilitando principalmente o acesso de pessoas com mobilidade reduzida através de um elevador de alta tecnologia e escadas mais largas que as convencionais. É a Ortobras inovando mais uma vez e revolucionando com a Infraero a história da acessibilidade!

Mobilidade | Acessibilidade | Elevadores | Aeroportos ortobras.com.br | facebook.com/ortobras revista incluir


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sumário

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50

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radar

Eleições

trabalho e profissões Messias Fernandes

entidades APABB

histórias de Sofia Festa infantil

mundo afora

Attitude is Everything

comportamento Esportes radicais

fazendo a diferença Pai herói

educação Redefor

34 38 40 42 44 46 48 50

especial Conade - Conselhos

vale saber Extrato braile

melhor idade Esportes

Special Olympics Copa Mundial de Futebol

esporte Mergulho

vale saber Invólucro

negócios Recolocação profissional

capa / entrevista Brenda Costa


58 62 64 66 68 70 72

74 76 78 80

especial Rio2016 Atletismo e paratriatlo

saúde Lesão na vértebra

auditor da saúde Carências

alternativa Núcleo de dança

82

coluna

Libras Diária

tecnologia

Direção moderna

vale saber Homem mais alto

58

84 86 88 90 92 94 96 98

arquitetura e decoração Biblioteca

vale saber

Coleção Incluir

coluna

Lak Lobato

vale saber

Natanael Joaquim

artigo

Dolores Affonso

vale saber

Memorial ABBR

lazer e cultura Acampamento

destaque Escola Verbo em Movimento

destaque Caixa

destaque Ortobras

CPB

Torneio internacional da Holanda

vale ler

Desculpa, não ouvi!

vale assistir Andaluz


FALE COM A GENTE! A sua opinião é muito importante para nós.

cartas

Envie sugestões e comentários para: redacao@revistaincluir.com.br

Reunimos nesta edição especial alguns dos muitos comentários de leitores e parceiros da #RevistaIncluir! Fale conosco e envie suas sugestões. Obs.: Os conteúdos são editados! “Sou leitor da Revista Incluir e gosto muito das

Aguardamos seu contato!

matérias, que trazem conteúdo importante para quem trabalha com inclusão. Um grande abraço e parabéns pelo trabalho.”

“Adorei a Revista Incluir, que está com assuntos muito bons.

Gabriel Sinopoli

Bem legal os temas abordados! Parabéns pelo belo trabalho

São Paulo - SP

e muito obrigada pela oportunidade de compartilhar meu pensamento aos demais!!” Laís Rodrigues Gerzson Porto Alegre - RS

“Primeiramente gostaria de agradecer MUITO a matéria da revista Incluir. Adorei! Muito obrigado pelo carinho.”

“Estou impressionada com o crescimento que a Revista Incluir tem tido. É prazeiroso e enriquecedor ler todas as publicações

GIGANTE Leo, capa da edição 29 Rio de Janeiro - RJ

de vocês. Primeiramente parabéns à Editora Minuano, e parabéns a toda equipe Incluir” Maria Harbeck

“Adorei a matéria e estou à disposição para

Belo Horizonte - MG

participar de outras reportagens.” Mila Guedes São Paulo - SP

site: www.revistaincluir.com.br www.twitter.com/revistaincluir www.facebook.com/revistaincluir

edição 29 10

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Eleições 2014 SAIBA O QUE ESPERAR DO PRÓXIMO PRESIDENTE E DA ACESSIBILIDADE NAS SEÇÕES ELEITORAIS

Por: Julliana Reis e Camila Sousa | Fotos: Divulgação Colaborou: Aline Barreto e Claudia Silva

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o próximo dia 5 de outubro, acontece o 1º turno das Eleições 2014. Neste ano, o pleito vai eleger presidente e vice-presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. A votação do 2º turno está marcada para o dia 26 de outubro. Os eleitores que estarão fora de sua área de votação, têm até o dia 21 de agosto, para habilitar-se ao voto em trânsito. Já os eleitores que perderam seu título, têm até o dia 23 de setembro, para requerer a 2ª via do título dentro de seu domicílio eleitoral. Para ajudar os eleitores, solicitamos aos candidatos à presidência da República, as ações e projetos de seus planos de governo em prol das pessoas com deficiência. Até o fechamento desta edição, apenas seis candidatos apresentaram suas propostas.

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Acessibilidade nas urnas Os eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida tiveram até o dia 7 de maio para pedir transferência para votar em uma seção especial nestas eleições. Todos os eleitores que solicitarem a transferência, tiveram que apresentar documentos que comprovem suas restrições e necessidades ao juiz eleitoral. Desta forma, a Justiça Eleitoral poderá providenciar meios e recursos para que todos possam exercer seu direito ao voto. Nos municípios onde não for possível a instalação de seções especiais, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os juízes eleitorais poderão designar uma das seções já existentes para funcionar como seção especial.


O que as pessoas esperam do próximo presidente? Fomos a campo para saber a opinião dos eleitores “Eu quero mudanças drásticas na economia e principalmente na política. Precisa ter uma renovação. Alguns partidos ajudaram, de certa forma, quando diminuíram alguns impostos para as pessoas com deficiência física, como eu, mas ainda há muito o que fazer.” Tiago Pinheiro Maranhão, 32 anos, aposentado Eldorado - MS

“Já sofri muito com meu filho Gabriel, de cinco anos, que tem deficiência intelectual. Por isso, acho que a saúde deve ser fortemente melhorada. O novo presidente precisa dar mais atenção à saúde, não só para as pessoas com deficiência, mas para todos os brasileiros.” Kátia Batista, 39 anos, professora São Paulo - SP

“Tenho um irmão cadeirante e espero que o próximo presidente se mantenha sempre atualizado sobre os problemas do Brasil. É necessário que se melhore drasticamente o atendimento e os investimentos na áreas da saúde. Acho também que os políticos precisam ter a população como prioridade.” Eduardo Kubiak, 33 anos, funcionário público Quedas do Iguaçu - PR

“Já desisti de acreditar que alguma coisa vai mudar, pois, a cada quatro anos, mudam os políticos e nada se modifica. Mas existem várias coisas para melhorar, como saúde, educação, moradia e principalmente a forma de governar.” Marisa Maria Fabricante, 49 anos, aposentada (tem uma irmã com deficiência) Ouro Preto do Oeste - RO

“Muitas devem ser as obrigações de um presidente, mas é difícil de acreditar que, depois de tanto tempo, o Brasil mude. Acho que devem acontecer mudanças na saúde e na educação. Para a sociedade, a política é a única forma de ter alguma mudança.” Luciano Costa Maia, 33 anos, aposentado (tem uma tia com deficiência intelectual) Paranaína - MS

“O novo presidente da república precisa ter mais atitude e saber governar. Só assim ele vai conseguir mudar o pensamento descrente do brasileiro com relação à política. O eleitor também deve prestar mais atenção na hora de votar.” Maria Graças Marinho, 35 anos, aposentado (tem um irmão com deficiência visual) Manaus - AM

“O novo presidente precisa prestar mais atenção nas periferias, na prestação de serviço como no Atendimento Médico Ambulatorial (AMA), e no Sistema Único de Saúde (SUS) em geral. Deve-se ter como prioridade, a contratação de médicos e enfermeiros especializados em vários tipos de doenças e deficiências.” Antonia Maria Barbosa, 62 anos, aposentada (tem uma filha com deficiência intelectual) São Paulo - SP radar

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Aécio Neves - Coligação Muda Brasil Vice: Aloysio Nunes Ferreira (PSDB / PMN / SD / DEM / PEN / PTN / PTB / PTC / PTdoB)

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programa de governo do candidato da coligação Muda Brasil, prevê: a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência, por meio da criação de espaços apropriados para o debate sobre suas necessidades e aspirações, fortalecendo a concepção de que a questão da deficiência não pode ser confundida com doença; Garantir a participação da família nas formulações políticas e na definição de ações a serem direcionadas pelo poder público a seu desenvolvimento; Incentivar o desenvolvimento de pesquisas voltadas para as tecnologias assistivas e para as tecnologias sociais que aumentem a autonomia e a independência da pessoa com deficiência; A integração de ações nas áreas de educação, saúde, assistência social, habitação, emprego e renda, de acordo com idade, sexo, renda e tipo de deficiência; Apoio à implantação de uma Rede Nacional de Reabilitação e Readaptação, com centros e clínicas destinadas ao cuidado de pessoas com deficiência física, garantindo o acesso gratuito aos profissionais e aos medicamentos e exames médicos necessários, assim como o fortalecimento dos serviços já existentes.

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Apoio à educação inclusiva, que mantém as crianças na escola regular, intensificando a capacitação contínua de professores e de toda a equipe escolar, além do preparo da escola, sem prejuízo das escolas especiais, nos casos em que estas sejam necessárias; Incentivo ao desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação que contemplem as características de cada deficiência, permitindo a evolução de escolaridade e gerando novas expectativas de vida às pessoas com deficiência; Realização de parcerias entre instituições educacionais públicas e privadas, sem fins lucrativos, no sentido de avançar para a construção de um sistema educacional que contemple o fortalecimento das escolas comuns e a permanência das escolas especiais, nos casos em que estas sejam necessárias; Estímulo à participação de pessoas com deficiência nos programas e cursos de formação profissional, por meio de oferta de condições de acessibilidade, material adaptado e tecnologias que permitam o desenvolvimento de suas habilidades; Incentivo aos programas municipais de acessibilidade; Definição de regras claras que incentivem a contratação de pessoas com deficiência intelectual e múltipla pela iniciativa privada, criando mecanismos para favorecer a inserção dessas pessoas no mundo do trabalho; Apoio à criação, pelos municípios, de programa de cuidadores domiciliares para pessoas com deficiência em situação de envelhecimento ou com dependência, bem como alternativas de acolhimento na ausência dos pais.


Dilma Rousseff Coligação Com a Força do Povo Vice: Michel Temer (PT / PMDB / PSD / PP / PR / PROS / PDT / PCdoB / PRB)

O

plano de governo da candidata da coligação Com a Força do Povo prevê a continuidade da implementação do Viver sem Limite, cujo objetivo é garantir igualdade de oportunidades aos brasileiros e brasileiras com deficiência, com ações de acesso à educação, atenção à saúde, inclusão social e acessibilidade. As diretrizes desta e de outras ações propostas no programa estão sendo discutidas em 22 reuniões setoriais; trabalho que é parte do processo de campanha. Só depois dessa etapa é que teremos mais detalhes sobre cada tema.

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Eduardo Jorge Vice: Celia Sacramento PV

O

plano de governo do candidato prevê proporcionar acessibilidade física a todas as unidades escolares, em todos os níveis e garantir transporte escolar acessível, com equipamentos e monitores; Ampliar os programas de ensino profissionalizante para pessoas com deficiência nos níveis médio e superior; Proporcionar a educação bilíngue (Libras); Garantir cuidadores nas escolas da Educação Básica para proporcionar autonomia e cuidados pessoais aos alunos com deficiência; Garantir a inclusão da pessoa com deficiência no ensino regular, com complemento pedagógico nas salas de recursos multifuncionais e atendimento especializado nas entidades para pessoas com deficiência; Identificar e prevenir deficiências adquiridas; Estabelecer o atendimento terapêutico de pessoas com deficiência e ampliar a rede de Centros Especializados de

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Reabilitação, além de garantir transporte e acesso à saúde; Garantir e ampliar a oferta de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção; Garantir e ampliar a oferta do Benefício de Prestação Continuada (BPC); Estabelecer programas de apoio e cuidados às pessoas com deficiência em situação de alta vulnerabilidade e abandono, independente da faixa etária; Estabelecer programas de atendimento complementar a pessoas com deficiência fora da faixa etária escolar; Dar continuidade às ações previstas no plano Viver Sem Limite, além de reestruturá-lo dentro das ações intersetoriais das várias pastas do governo; Criar uma Comissão Permanente de Acessibilidade para acompanhamento e avaliação da implantação dos decretos federais que regulamentam o atendimento prioritário e que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; Criar o Fundo Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e ações de implementação do decreto federal nº 5.296/04 nos estados e municípios; Criar dentro do Sistema Nacional de Emprego (SINE) um cadastro único da pessoa com deficiência, que deverá ser regionalizado através dos postos de atendimento ao trabalhador, para promover a efetiva inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, bem como o cumprimento da Lei de Cotas; Usar os dados do cadastro único para encaminhar as pessoas com deficiência ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), ou para ações regionais de capacitação profissionalizante; Criar o Fundo Nacional de Promoção do Esporte Paralímpico, para financiar atletas de todo o Brasil; Ter acesso a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais, em formatos acessíveis, e ter acesso a locais que ofereçam serviços ou eventos culturais, tais como teatros, museus, cinemas, bibliotecas e serviços turísticos, bem como, tanto quanto possível, a monumentos e locais de importância cultural nacional.


eymael

Levy Fidelix

Vice: Roberto Lopes PSDC

Vice: Cel. José Alves PRTB

O

candidato José Maria Eymael, do Partido Social Democrata Cristão prevê benefícios para pessoas com deficiência, em seu programa de governo. Entre eles, assegurar para todas as pessoas o pleno exercício de seus direitos de cidadão, bem como, estabelecer a igualdade de oportunidades entre todos os brasileiros, independente de quaisquer diferenças, o que pressupõe a igualdade de direito a suas necessidades básicas nas áreas da Educação, da Saúde, do Trabalho, da Segurança e da Justiça. Desta forma, o candidato pretende tornar possível a construção do modelo de sociedade proposto pela Social Democracia Cristã, que está incluído no inciso I, artigo 3º da Constituição Federal: Uma Sociedade Livre, Justa e Solidária.

O

plano de governo do candidato pretende atender às principais necessidades tanto de pessoas com deficiência, quanto idosos e pessoas com problemas psicológicos. Entre outras propostas, o programa prevê “que estas pessoas no futuro possam ser isentas de todos os tipos de impostos, como imposto de renda, IPVA e IPTU, para quem tiver apenas um imóvel, além de manter alguns programas que já beneficiam esta parcela da população. Estou profundamente sensibilizado pela causa e os meus objetivos avançam no sentido de tirar de quem tem muito e cobrar imposto social dos bancos para beneficiar o segmento que tanto sofre e tanto precisa da nossa ajuda”. Até o fechamento desta edição, os demais candidatos não responderam as solicitações.

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trabalho e profissões

trabalho e profissões

CONTRARIANDO EXPECTATIVAS APÓS SE RECUPERAR DE UMA LESÃO NA COLUNA, MESSIAS FERNANDES DE OLIVEIRA SE FORMOU EM PSICOLOGIA E HOJE AJUDA PACIENTES QUE PASSARAM POR SITUAÇÕES SEMELHANTES À SUA Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

O

dia-a-dia de Messias Fernandes de Oliveira,

mero de pessoas em processo de reabilitação e outras que

33, é movimentado. O psicólogo trabalha na

procuram a psicologia por outros motivos. Os pacientes

Associação Brasileira Beneficente de Reabili-

em reabilitação geralmente são atendidos em grupo, pois

tação (ABBR), onde realiza avaliações neuropsicológicas

acreditamos ser muito importante a troca de experiências

e faz consultas com pacientes que sofreram traumas se-

no enfrentamento e no manejo das dificuldades oriundas

melhantes ao seu. “Atendo diariamente um elevado nú-

de determinadas problemáticas motoras.”

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Nascido em Bom Jardim, município localizado a 100

do estranhamento de alguns curiosos e das dificuldades

quilômetros de Recife (PE), Messias sofreu um acidente

que enfrentei, consegui conquistar minha capacidade de

aos 14 anos, quando pulou de uma pedra e bateu a cabeça

projetar metas e sonhos”, afirma.

no fundo de um rio. Após ser socorrido de forma incorre-

Já a escolha pela carreira de psicólogo surgiu cedo e

ta e passar por três hospitais, o jovem foi diagnosticado

aconteceu pelas experiências vividas após o acidente. De

com tetraplegia, sem esperanças de recuperação. A mu-

acordo com Messias, presenciar as histórias de outras pes-

dança do quadro aconteceu quando a médica fisiatra Ana

soas em tratamento gerou uma mudança de pensamento.

Luiza Baptista e o cirurgião ortopedista Deusdeth Gomes

“Na ocasião eu ainda era um adolescente e não tinha ideia

do Nascimento conheceram a história de Messias e o ope-

do universo da psicologia, mas já entendia que para além

raram seis meses depois. Contestando as expectativas, o

da dor carnal, havia um sofrimento emocional que dilace-

jovem, mesmo com dificuldades, voltou a andar em três

rava o mundo interno das pessoas que se deparavam com

meses.

uma situação extremamente complexa, gerando dúvidas,

Após passar um ano de recuperação na ABBR, locali-

incertezas e declínio nos papéis sociais”, completa.

zada no Rio de Janeiro (RJ), Messias retornou para sua

Além de seu trabalho na ABBR, Messias realiza pales-

terra natal, reaprendeu a escrever e, em 2011, voltou para

tras, é psicólogo voluntário da Associação Brasileira de

a instituição, no papel de psicólogo.

Futebol em Cadeira de Rodas (ABFC) e recentemente lan-

“Quando me considerei apto a voltar a estudar, decidi

çou um livro chamado Renascendo de um mergulho, onde

concluir o ensino fundamental no colégio que estudava.

conta a história de sua vida, fala sobre as mudanças e a

Foi uma etapa muito importante na minha vida. Apesar

superação ao longo dos anos.

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entidades

entidades

APABB MINAS GERAIS PROGRAMA DE LAZER LEVA VIVÊNCIAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SEUS FAMILIARES Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

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Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade – APABB – é uma instituição sem fins lucrativos, de abrangência nacional, com certificado de filantropia e utilidade pública, voltada para a inclusão e a qualidade de vida das pessoas com deficiência e ao apoio a suas famílias. O núcleo de Minas Gerais, coordenado pela assistente social Shirley Ellen dos Santos Lopes, atende hoje, em grande parte, jovens adultos, de Belo Horizonte e Re-

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gião Metropolitana, e em sua maioria, carentes. Atualmente, a APABB MG possui três programas ativos: o programa de esportes com o educador físico Gustavo Henrique Marques Santana (com o projeto Movimento no Clube Palmeiras); o programa de atenção às famílias e às pessoas com deficiência com a assistente social Evelin Marques dos Santos (com o projeto Superação, de inclusão digital, a Musicoterapia e o Grupo de Atenção as Famílias) e o programa de lazer com a terapeuta ocupacional Eleonora de Assis,


responsável por promover eventos e vivências, de acordo com a demanda e expectativa de seu público. O objetivo principal do programa de lazer é possibilitar à pessoa com deficiência e seus familiares uma ampliação de seu espaço vital e campo lúdico, possibilidade de explorar o setor cultural e turístico e se apropriar do espaço público de sua cidade e municípios vizinhos, conhecer e aprimorar suas potencialidades e habilidades nos campos biopsicossociais, trocar experiências e vivências prévias favorecendo a autoestima, além de promover reflexões e trocas de experiências entre famílias e estimular a continuação/manutenção do projeto em sua rotina. Em 2014, o lazer da APABB Minas Gerais já proporcionou diversos passeios aos seus participantes. Utilizando parcerias e incluindo o lado lúdico e cultural às demandas de inclusão e apropriação em espaços públicos e privados, o programa já realizou eventos como: Boliche em parceria com o Boliche DelRey; Cinema em parceria com o Cineart Shopping Cidade; Carnaval de rua em parceria com a APAE Belo Horizonte e instituições convidadas; Visita ao Museu Histórico Abílio Barreto; Visita ao Centro Cultural do Banco do Brasil;

Colônia de Férias em parceria da AABB MG (Associação Atlética Banco do Brasil); Viagem em parceria com o SESC Estalagem Ouro Preto. Ainda para 2014 estão planejadas visitas em parceria com o Museu Inhotim e o Parque Ecológico Vale Verde, Oficinas de Brinquedos Descolados com Tina Descolada (personagem criada pela psicóloga Marte Alencar) e Trilhas Inclusivas a convite da personagem, além de duas discotecas em parceria com a casa de festas infantis RajaBoom, nas quais são comemorados os aniversários do semestre. A APABB possui diversos projetos de ampliação do setor de lazer e exploração do cenário externo ao Município, proporcionando a integração e vivência dos participantes do Núcleo MG com outras instituições no Estado e no Brasil, porém devido à escassez de recursos, muitos dos projetos são adiados enquanto a instituição busca parcerias, patrocínios e incentivos para realizá-los.

APABB 31 2515 2901 / 2515 2912 www.apabb.org.br/nucleos/es/mg/

entidades

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histórias de Sofia

histórias de Sofia

FAZENDO A FESTA Por: Sofia Crispim | Fotos: Arquivo pessoal

Tem gente que acha que cadeirante só vai ao hospital.

Mas para a gente poder aproveitar uma festa, algumas

Não passeia, não viaja, não vai a festas. Mas cadeirante

coisas são importantes. Tem gente que acha que é só fa-

também faz aniversário e quase sempre gosta de come-

zer uma rampa na porta do buffet e pronto. Não é bem

morar como qualquer pessoa.

assim. A rampa nos ajuda a chegar no lugar, mas e lá, o

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que tem para a gente fazer?

Mundo, não conseguimos viajar. Então comemoramos

É bom lembrar que criança com deficiência também

num restaurante de um shopping em São Paulo. Nesse

brinca. Cada uma de um jeito. Eu adoro cantar, gosto de

restaurante tem tudo, rampa, banheiro acessível e área

brincar de boneca, fantasia e jogar no computador. Eu

infantil com brinquedos. Meu amigo João Lucas Takaki

amo quando tem videokê nas festas. Também consigo jo-

também foi, ele é cadeirante como eu. Ele não come nada

gar naquelas máquinas de fliperama, videogame, gosto

que tenha leite, então um restaurante é bom porque tem

de teatro, gosto de dançar, enfim, um monte de coisas

várias opções de comida. E numa festa a comida é uma

simples que qualquer buffet pode ter.

das coisas mais importantes!

Outra coisa que os buffets e salões de festa precisam

Eu já fiz duas festas em buffet e comemorei as outras

ter é banheiro acessível e espaço entre as mesas para eu

vezes em casa, na escola, parque ou em restaurantes.

poder andar com a minha cadeira. Tem lugar que põe

E em todas tinha sempre um cadeirante, um idoso, ou

tanto brinquedo e esquece que a gente vai precisar de es-

seja, não sou só eu que preciso de acessibilidade. Por isso

paço para chegar lá, né?

quando a gente vai planejar, a gente pensa não só em

Parece simples, mas não é. A maioria dos salões ou

mim, mas nos convidados também.

não tem banheiro ou tem muita escada ou só tem brinquedos para quem anda e pula. Não entendo bem porque, mas continuo fazendo aniversário, então o jeito é comemorar cada ano de um jeito. Nesse ano, com a Copa do

*Sofia Crispim assina a coluna, sob supervisão de sua mãe, Denise Crispim

histórias de Sofia

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mundo afora

mundo afora

SHOWS ACESSÍVEIS INSTITUIÇÃO INGLESA PROMOVE CONSCIENTIZAÇÃO PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM SHOWS E FESTIVAIS MUSICAIS Por: Camila Sousa | Fotos: Attitude Is Everything Divulgação

F

azer com que shows e espetáculos musicais

ao vivo não precisa ser caro; existe um case de negócios

se tornem acessíveis para todas as pessoas

para melhorar a acessibilidade; É fundamental o acesso

com deficiência é o objetivo da Attitude Is

de informações sobre o evento com antecedência; Nem

Everything, instituição de caridade independente loca-

todas as pessoas com deficiência são usuárias de cadei-

lizada em Londres, Reino Unido.

ra de rodas.

Iniciada como um projeto piloto em 2000, a insti-

O impacto gerado pela campanha é tanto social, es-

tuição atua de duas formas: através da ‘Carta de Boas

timulando mais independência, inclusão e participação

Práticas’ e da campanha ‘#MusicWithoutBarriers’. A

das pessoas com deficiência nos shows, quanto econô-

primeira é um conjunto de atitudes e critérios para cada

mico, mostrando que tal público corresponde a uma

empresa tornar seu espetáculo acessível. Tal carta é di-

parcela significativa da população, que consome e pode

vidida nas categorias Bronze, Prata e Ouro, de acordo

aumentar o lucro das produtoras.

com o nível de acessibilidade adotado durante os shows.

A ‘#MusicWithoutBarriers’ já obteve o apoio de di-

Já a ‘#MusicWithoutBarriers’ é a principal campa-

versos músicos como Alt-J, Frank Turner, Franz Ferdi-

nha da instituição e possui quatro principais mensagens

nand, The Cure e Tom Odell, e festivais, como os conhe-

para empresas e sociedade: Melhorar o acesso à música

cidos Glastonbury e Reading Festival.

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mundo afora

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comportamento

incluir | comportamento

ADRENALINA PARA TODOS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MOSTRAM QUE NÃO HÁ LIMITES QUANDO SE TRATA DE ESPORTES RADICAIS Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

A

cada dia cresce a legião de adeptos aos

bém apreciam tais práticas e não deixam que suas

esportes radicais. Adrenalina, emoção e

limitações as impeçam de se divertir e aproveitar o

sensação de liberdade são apenas alguns

clima de aventura oferecido pelos esportes.

dos motivos que levam as pessoas a iniciarem algu-

Exemplo disso é Luciana Napoli, 54, que possui

ma atividade nessa área. No entanto, ao contrário do

ataxia, doença do sistema neurológico que afeta a

que muitos pensam, pessoas com deficiência tam-

coordenação motora. Apesar das adversidades, Lu-

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revista incluir


2005, e passou a utilizar cadeira de rodas. Na época ele achou que jamais seria capaz de continuar praticando esportes, mas descobriu na categoria Hardcore Sitting uma nova forma de conquistar recordes e participar de campeonatos. “Eu adaptei os dois esportes. Hoje eu surfo, não com a prancha tradicional, mas com a ‘More Bug’, aquela prancha quadradinha para surfar deitado, e adaptei o skate para a cadeira de rodas. Então tudo o que eu fazia antigamente, eu continuo praticando, só que de uma forma diferente”, afirma. A possibilidade de competir e ganhar de outras pessoas em categorias como o skate serve de motivação para o atleta melhorar a cada dia. “Eu não imaginava que era capaz de fazer tudo isso de novo na cadeira de rodas. Então é uma emoção que não tem como explicar. É a melhor emoção do mundo”, ciana prefere encarar as situações com bom humor e

diz Pedro Henrique.

não deixou de realizar o sonho de praticar esportes como tirolesa, boia crosws e rafting.

Tecnologia da emoção

“A sensação é de você ser livre, de vento batendo

O uso de equipamentos adaptados é muito im-

na cara... frio na barriga, indescritível”, afirma Lu-

portante na prática de esportes radicais, tanto para

ciana, que precisou utilizar cadeiras adaptadas e um

a realização das manobras, quanto para garantir a

guia para finalizar as modalidades. Entre seus novos

segurança dos atletas. É nesse aspecto que entra a

planos está um voo de parapente em Botucatu (SP),

Jumper Equipamentos, criada por Pablo Moya. For-

e um projeto no qual fará consultoria em hotéis pelo

mado em psicologia e com pós-graduação em psico-

Brasil, principalmente aqueles com esportes radi-

logia do esporte e fisiologia, Moya foi o responsável

cais, dando dicas para os estabelecimentos recebe-

por introduzir o Hardcore Sitting no Brasil.

rem a pessoa com deficiência da forma correta.

Além do esporte, a grande inovação trazida pela

Para Pedro Henrique Amorim, 29, atleta de

empresa foi um novo conceito em cadeiras de rodas,

Hardcore Sitting, modalidade que mistura BMX

que facilita a vida de todas as pessoas com defici-

Freestyle com Skate e é praticado em cadeira de ro-

ência física, não somente das que praticam espor-

das, conhecer o esporte adaptado foi um meio im-

tes radicais. “É um novo design, com muita leveza,

portante para continuar sua grande paixão. Skatis-

e com produtos de qualidade. Não usamos sucata,

ta e surfista, Pedro sofreu um acidente de carro em

usamos alumínio aeronáutico, titânio, sistema de

comportamento

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comportamento

amortecimento na parte da frente. Nosso equipa-

próprio Pedro Henrique, que conhecemos no início

mento, em média, pesa 6 quilos. É o equipamento

da matéria. “A partir do primeiro momento em que

mais leve, talvez, do mundo”, conta Pablo.

ele [Pablo Moya] me viu, começou a me patrocinar.

Para ele, a maior motivação de trazer tal modali-

Ele me trouxe uma cadeira da Jumper Equipamen-

dade para o Brasil é incentivar as pessoas a saírem

tos, eu dei uma volta, ele gostou e desde aquele mo-

de suas casas. “As pessoas tendem a se isolar e passar

mento ele já me deixou com a cadeira e eu passei a

décadas dentro de casa. Eu levei isso como uma meta

fazer parte da equipe”, relembra Pedro.

pessoal: tirar as pessoas de dentro de casa e fazer com que elas sejam mais felizes”, completa Moya.

Além do Hardcore Sitting, a Jumper planeja ainda uma nova modalidade adaptada, o Mobility MMA.

Junto a esta ideia, a Jumper Equipamentos iniciou

“Atualmente esta modalidade está sendo estudada

um patrocínio para os atletas da categoria e criou a

junto a uma equipe, para desenvolver uma cadeira

equipe de Hardcore Sitting, formada por Fernando

de rodas específica para o Boxe e para o MMA.”

Mendes, João Lucas Takari, de apenas 9 anos, e pelo

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revista incluir

Com tantos benefícios, a prática de esportes por


pessoas com deficiência pode auxiliar ainda na fisioterapia e melhora dos movimentos, conforme relata o atleta Pedro Henrique. “Eu não tinha tantos movimentos como eu tenho hoje, depois que comecei a praticar o Hardcore Sitting. Então acho que o esporte ajuda em muitas coisas, tanto em você voltar com alguns movimentos, quanto para uma qualidade de vida melhor. O esporte é importante em todos os sentidos”, finaliza.

Jumper Equipamentos www.jumperequipamentos.com.br

Hardcore Sitting Brasil www.hardcoresitting.com.br

comportamento

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fazendo a diferença

fazendo a diferença

Uma doce Odisseia CONHEÇA A HISTÓRIA DE UM PAI QUE TROCOU DE PAÍS EM BUSCA DE TRATAMENTO PARA O FILHO Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

T

odos nós conhecemos a coragem dos pais na hora de cuidar dos seus filhos, e a história de Idário Santos, 46, se encaixa exatamente

neste contexto. Casado com Soraya e pai dos meninos Vinícius e Artur, Idário precisou lidar com uma situação extrema e tomou uma decisão que mudaria não somente a sua vida, mas a de muitas famílias. Tudo começou em 2002, com o nascimento do filho mais novo de Idário, Artur. Ainda nos primeiros dias de vida, os pais perceberam que o garoto era diferente e saíram em busca de tratamento. Após um diagnóstico errado, a família descobriu que Artur tinha uma doença rara, a Maple Syrup Urine Disease (MSUD) ou Doença do Xarope de Bordo na Urina. “Logo após o diagnóstico, os médicos não sabiam como tratar da doença. E nos deparamos com um problema enorme, pois não sabíamos o que fazer”, afirmou Idário. Depois de tentarem tratamentos pelo Brasil, Idário e sua esposa foram para os Estados Unidos, onde conheceram o doutor Kevin Strauss. O médico falou

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revista incluir


sobre alternativas para o tratamento de Artur e, mais importante, ofereceu uma cura. “No dia 27 de agosto de 2005, no Hospital de Crianças de Pittsburgh – com nosso caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal, Artur Bucar Santos foi o primeiro brasileiro do mundo a ser curado dessa doença”, comemora o pai. Depois da experiência, Idário escreveu o livro Uma doce Odisseia e atualmente se dedica a ajudar famílias de todo o mundo que sofrem com a doença. “Eu escrevi um Projeto de Lei intitulado ‘Lei Artur Bucar Santos’, que está em tramitação no Congresso Nacional. Além de outras providências, a lei tem o intuito de proteger a criança que possui doença rara contra a negligência”, completa.

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educação

educação

REDEFOR UNESP OFERECE CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA Por: Julliana Reis | Fotos: Carlos Roncari

D

esde o início do ano, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), promove a primeira edição da Rede São Paulo de Formação Docente (Redefor), que oferece sete cursos de educação especial e inclusiva. Ao todo, são mais de 1.500 profissionais da educação do Estado de São Paulo em formação, com aulas semipresenciais e 10 encontros presenciais uma vez por mês, sempre aos sábados.

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revista incluir

Para receber o certificado, o cursista precisa completar o cronograma de aulas e estágio, além de realizar provas presenciais e apresentar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A formação, inédita no Estado de São Paulo, consiste em sete cursos: Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva; Deficiência Física; Deficiência Auditiva; Deficiência Visual; Deficiência Intelectual; Altas Habilidades/Superdotação; e Transtorno Global de De-


senvolvimento (TGD). Para a cursista Roselaine de Fatima Moreira, que é pedagoga especializada em deficiência intelectual e distrúrbios da aprendizagem, o curso é uma excelente opção para os profissionais da rede. “Optei pela especialização em TGD, porque tenho notado um aumento na demanda desta área da educação inclusiva e estou muito satisfeita com o programa. Tenho certeza que este curso fará uma grande diferença no desenvolvimento tanto dos profissionais, quanto dos alunos, que serão os grandes beneficiados por esta iniciativa”, garante. Segundo a coordenadora da Unesp, Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, o curso tem sido pensado há alguns anos e foi viabilizado em 2013, por iniciativa da Escola da Formação de Professores (EFAP) da Secretaria Estadual da Educação (SEE-SP), em parceria com a Unesp. “O curso é fundamentado no respeito às diferenças e surgiu da necessidade de aperfeiçoar a formação de professores e gestores da rede para oferecer ensino de qualidade e atendimento especializado aos estudantes que possuem

As cursistas Roselaine e Antonia

educação

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educação

deficiência, com visto a implantação e desenvolvimento de uma escola para todos no âmbito do sistema de ensino, da escola e da sala de aula”, explica Elisa. Ainda de acordo com a coordenadora, com os cursos, espera-se que educadores e gestores tenham condições de atuar como articuladores e agentes no processo de inclusão escolar e, dessa forma, promover no contexto escolar o desenvolvimento dos alunos, garantindo uma educação para todos. Para a diretora de escola, Antonia Eugenia Camelo Sampaio Batista, que também cursa a Redefor, são poucas as oportunidades de aperfeiçoamento na área. “Esta é uma excelente opção para o profissional que deseja um aprofundamento. Minha participação aqui vai além, já que todo o conhecimento que recebo é compatilhado com os profissionais da minha equipe. Acredito que com a Redefor, teremos profissionais mais preparados e escolas mais qualificadas”, conta Antonia.

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O CURSO A proposta pedagógica da Redefor pretende desenvolver diferentes competências necessárias aos professores e gestores, que devem chegar ao fim do curso – que tem duração de 12 a 18 meses – cientes de que alunos da Educação Especial devem ter igualdade de oportunidades para aprenderem e se desenvolverem e que, para que isso aconteça, deve haver estratégias e recursos que permitam essa realidade na escola regular. “O professor e o gestor deverão saber identificar a deficiência para além da deficiência. Eles devem ser capazes de identificar as potencialidades de aprendizagem e, a partir delas, conseguir planejar o acesso e a comunicação a todos, independentemente das suas dificuldades sensoriais, físicas e cognitivas”, conclui Elisa.


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especial

especial

CONSELHOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS PESQUISA DEFINIU O PERFIL DOS CONSELHOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA PELO PAÍS Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

O

Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com

aspectos relacionados à infraestrutura, eleição, formação e

Deficiência (Conade) realizou uma pesquisa de

estrutura dos conselhos, com o objetivo de obter subsídios

âmbito nacional para descobrir qual é o perfil

para o marco legal das instituições.

dos conselhos Estaduais e Municipais voltados para a inclusão de pessoas com deficiência. Finalizado no mês de julho, o levantamento englobou

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revista incluir

A pesquisa foi realizada através de um questionário, elaborado por conselheiros do Conade durante uma reunião no mês de abril. No total, 83 conselhos enviaram suas res-


postas, sendo 13 estaduais (48% do total nacional) e 69 municipais (12% do total).

A pesquisa abordou também a parte financeira das instituições. A grande maioria dos conselhos estaduais (85%)

Finalizando a análise dos dados, foi possível observar que

disse não ter dotação orçamentária. Já nos conselhos mu-

os conselhos estaduais contam com melhor infraestrutura,

nicipais, 94% não têm dotação orçamentária, enquanto 6%

sendo que quase todos têm sala própria, telefone, acesso à

têm orçamento de até 10 mil reais e 3% têm orçamento de

internet, computador próprio, impressora, sala de reuniões,

11 a 50 mil reais.

um funcionário em período integral, além de terem sede em locais com acessibilidade arquitetônica. Apesar disso, ape-

15 anos

nas 15% dos conselhos estaduais contam com recursos em

No mês de junho, o Conade completou 15 anos de exis-

braille e 8% com intérprete de Libras. O horário de funcio-

tência com uma sessão solene realizada no Plenário da Câ-

namento também acontece de forma diferenciada, com so-

mara dos Deputados, em Brasília. O evento, que contou com

mente 65% dos locais abrindo em período integral, todos os

parlamentares e entidades ligadas a temáticas e lideranças

dias da semana.

da sociedade civil, ressaltou a história da luta política das

Já o levantamento sobre os conselhos municipais mostrou que a estrutura destes locais ainda é precária, sendo

pessoas com deficiência no Brasil, além de suas conquistas e desafios.

que metade ou pouco menos da metade conta com sala

“O Conade tem cumprido o seu papel trabalhando na ló-

própria, telefone, acesso à internet, computador próprio,

gica de fiscalizar, monitorar e acompanhar a formulação de

impressora e funciona em local com acessibilidade arquite-

leis e a política voltada para as pessoas com deficiência, isso

tônica. Apenas 35% conta com um funcionário em período

só é possível graças às pessoas que dedicaram seu tempo ao

integral e 39% funciona em período integral todos os dias

longo destes 15 anos pela melhoria da vida das pessoas e por

da semana. Uma pequena parcela conta com intérprete de

uma sociedade mais justa”, afirma Antonio José Ferreira,

Libras (6%) e recursos em braille (4%).

atual presidente da instituição.

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vale saber

vale saber

EXTRATOS EM BRAILE PROJETO DE LEI QUER GARANTIR A EMISSÃO DE EXTRATOS DE BANCO EM BRAILE Por: Camila Sousa | Foto: Divulgação

P

essoas com deficiência visual poderão conquistar uma série de direitos em suas relações com bancos e operadoras de cartão de crédito, como o extrato mensal de conta corrente em braile ou em caracteres ampliados. Sem custos adicionais, esse atendimento diferenciado está previsto no projeto (PLS 349/2012), do senador Ciro Nogueira (PP-PI), aprovado no último mês na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. O texto institui outras obrigações para bancos e operadoras de cartões, como a leitura do inteiro teor do contrato por funcionário da instituição no momento da adesão, além da inscrição em braile e em alto-relevo do número do cartão, de seu código de segurança e a data de validade. As orientações quanto ao uso do cartão devem seguir esse

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mesmo padrão de escrita e leitura. Ciro Nogueira argumenta que grande parte das pessoas com deficiência visual ainda não usufrui o direito a um acesso claro e direto aos meios de pagamento eletrônico como cartão de crédito e de débito. Já o senador Gim (PTB-DF), relator da proposta, destaca que mais de 16 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual, dos quais cerca de 2,5 milhões necessitam e utilizam o sistema braile. Em sua avaliação, as iniciativas já tomadas pelos bancos não suprem a real necessidade dos clientes com deficiência visual. As medidas sugeridas devem ser acrescentadas ao texto da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, a Lei de Acessibilidade.

revista incluir

Job: 738

Registr


vale saber

Job: 738-INCLUIR-up -- Empresa: Almap BBDO -- Arquivo: JOB 738-45.72- 16341-23x27.7 JR VENDAS CORP UP_pag001.pdf

Registro: 150231 -- Data: 14:53:53 17/07/2014

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melhor idade

melhor idade

UM, DOIS, TRÊS, QUATRO... TERCEIRA IDADE DRIBLA A PREGUIÇA E PRATICA EXERCÍCIOS FÍSICOS SEM MEDO DE SER FELIZ Por: Gabriela Rocha | Foto: Bianca Ponte

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e o corpo é o nosso maior instrumento, que permite nos deslocarmos, nos relacionarmos e nos expressarmos, é justo que cuidemos bem dele. Por volta dos 30 anos de idade os indivíduos começam a perder massa muscular e a perda dessa massa significa perda de força, o que tende a se agravar com o passar do tempo. Envelhecer traz consideráveis transformações ao corpo: a flexibilidade é prejudicada, as articulações perdem mobilidade, há mais lesões degenerativas, como a osteoporose, o pulmão tem seu peso reduzido, a capacidade do coração diminui e a pressão se eleva entre outros. Porém, isso tudo pode ser estabilizado. Segundo pesquisas feitas pela Organização Mundial de Saúde, o idoso tem perda de até 5% da capacidade física a cada dez anos e tem a possibilidade de recuperar 10% dessa capacidade através de atividades físicas adequadas. Foi o que aconteceu com o militar reformado, de 76 anos, Lucinal Vaz Salgado, que completa, nesse ano, dez anos contínuos de exercícios físicos regulares. “Depois que eu entrei na academia, tudo melhorou. Antes eu me cansava com qualquer caminhada, hoje não, até meu colesterol melhorou”, conta. Para a educadora física, Carolina Santos, da academia Bio Ritmo, praticar exercícios é sinônimo de prolongamento de uma vida mais independente. “A importância do exercício está nos pequenos detalhes, como dormir melhor e estar mais disposto”, explica. As atividades físicas estão diretamente relacionadas à qualidade de vida na melhor idade, principalmente no

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que diz respeito à prevenção e até tratamento de doenças cardíacas. E não é só o corpo que é moldado na academia, há todo um conjunto com o psicológico. “Trabalhamos em grupo, tem todo um caráter de sociabilização, aqui eles fazem amigos e isso é muito importante”, explica a professora do programa Bio Master. Além disso, as atividades físicas contribuem para a melhoria da capacidade funcional dos idosos. “Fazer atividades simples do cotidiano com autonomia é o que mais buscamos aqui.”


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special olympics

special olympics

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL UNIFICADO ATLETAS DA SPECIAL OLYMPICS BRASIL SE PREPARAM PARA COPA NA MALÁSIA Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação

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m outubro, os atletas que integram o time de futebol da Special Olympics Brasil (SOB) embarcam para a Malásia para

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participar da Copa do Mundo de Futebol Unificado. A equipe que representará o Brasil na Malásia é composta por 17 atletas unificados, sendo nove atle-


tas regulares e oito parceiros, sem deficiência, além de integrantes da comissão técnica. Entre os preparativos para o evento, a SOB promoveu uma partida entre sua Seleção de Futebol Unificado e a Seleção Brasileira de Futebol de Artistas, para apresentar o time que vai representar o Brasil no torneio internacional. Realizado no Campo da Portuguesa, no Rio de Janeiro (RJ), o evento contou com a participação especial dos embaixadores da SOB, Zico e Romário, que prestigiaram os atletas. Na ocasião, Romário fez uma preleção para os garotos ressaltando a importância de defender a ‘amarelinha’ da seleção. A 1ª Copa do Mundo de Futebol Unificado Special Olympics acontece de 29 de outubro a 10 de novembro, e vai reunir 25 países: África do Sul, Arábia Saudita, Bangladesh, Brasil, China, Coreia, Costa do Marfim, Costa Rica, Equador, Eslováquia, Estados

Unidos, França, Honduras, Jamaica, Líbia, Malásia, Paraguai, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Sérvia, Tailândia, Tanzânia e Uruguai. Esporte Unificado Com o objetivo de formar equipes mistas, compostas por atletas com deficiência intelectual e atletas sem deficiência, com o mesmo nível de habilidade de ambos. Assim, e diferentemente das outras competições promovidas pela Special Olympics, a Copa terá um alto nível de habilidade. Uma tendência mundial de grande impacto, o Esporte Unificado tem uma mensagem poderosa de inclusão, pois permite novas possibilidades, experiências positivas e a convivência com a diversidade. Em 2013, a SOB organizou diversas competições de futebol, que serviram como seletivas para os 17 atletas que hoje integram a seleção brasileira.

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esporte

esporte

MERGULHO ESPORTE ATRAI CADA VEZ MAIS ADEPTOS NO BRASIL Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação

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m esporte de várias modalidades, o mergulho consiste na exploração submarina utilizando equipamentos especiais. E, para sua prática, pessoas com deficiência precisam apenas de algumas adaptacões. “Existem poucos instrutores habilitados e atualizados com o mergulho adaptado no Brasil”, conta Willian Palma Spinetti, instrutor e diretor da Scafo, Centro de Mer-

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gulho que dispõe de um trabalho diferenciado e exclusivo com instrutores habilitados para formar alunos com as mais variadas deficiências, além de oferecer capacitação para instrutores interessados em atender este público, que cada vez mais busca por profissionais especializados. Profissional habilitado desde 1999, Willian mergulha há quase 20 anos, e garante que o interesse pelo esporte adaptado surgiu logo nos primeiros anos de profissão.


“Comecei a trabalhar como instrutor há 15 anos e logo no início da minha carreira conheci uma cadeirante que costumava mergulhar com outro instrutor e achei isso interessante, porque, muitas vezes, as pessoas com deficiência nem sabem que podem mergulhar”, explica ele, que levou cerca de 8 anos para conseguir realizar o curso de formação para atendimento a pessoas com deficiência. “Precisei buscar capacitação e, em 2010, fiz o curso de especialização para trabalhar com pessoas com deficiência e isso é fascinante porque debaixo d’água eles ganham muita mobilidade e independencia. Lá não tem os obstaculos que eles têm aqui fora”, completa Willian, que se vê realizado na profissão. Sobre as adaptações necessárias, o profissional garante que são poucas. O mais importante, neste caso, é o preparo do profissional para atender as necessidades dos alunos de acordo com sua deficiência. “Um exemplo interessante é o do aluno surdo, pois como não podemos falar quando estamos na água, toda a comunicação é feita por sinais, e eles têm uma vantagem nisso. Ainda assim,

existem equipamentos facilitadores… ou seja, enquanto a cadeira de rodas motorizada reduz o esforço do usuário, a cadeira mecânica exige muito mais esforço”, conclui Willian. O esporte Uma atividade esportiva legalizada pela Handicapped Scubba Associattion Brasil (HSA Brasil), o mergulho adaptado atrai cada vez mais adeptos e, há quem diga, que sua prática pode garantir alguma melhora no quadro clínico do aluno. Porém, não existe, até o momento, estudo que comprove tais argumentos. Os cursos de mergulho adaptado têm carga horária mínima de 30 horas, mas podem ter maior duração já que as aulas são baseadas na performance de cada aluno, que após receber a habilitação, terá autonomia para a prática do esporte em qualquer lugar do mundo. Não existe limitação quanto às deficiências, exceto no caso de alguns tipos de deficiência intelectual, já que o aluno precisa entender uma série de procedimentos.

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vale saber

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DIVERSIDADE E IGUALDADE JOVEM REALIZA ENSAIO FOTOGRÁFICO ONDE RETRATA A BELEZA DE PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA Por: Camila Sousa | Fotos: Marina Arruda

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fotógrafa Marina Arruda, 24, lançou o ensaio fotográfico Invólucro, onde demonstra a existência da beleza e da diversidade humana. Com um total de 20 imagens, o material foi exposto pela primeira vez em março deste ano, e contou com fotos de modelos com síndrome de Down, com amputação, com albinismo e com paralisia cerebral entre outros, além de pessoas sem nenhum tipo de deficiência. As fotografias foram produzidas em um cenário com luzes e objetos, transmitindo a sensibilidade e a delicadeza com as quais percebemos o mundo ao nosso redor. Marina Arruda relata ainda que o processo de produção

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das fotografias foi muito intenso, tanto para ela quanto para os próprios modelos e que tal experiência abriu portas para que eles se autodescobrissem em suas vidas. As imagens de Marina Arruda enaltecem a crueza do olhar, que permite o trânsito entre os limites daquilo que está dentro e do que se apresenta por fora em cada pessoa. Essência e aparência se confundem involuntariamente, tais como o fantástico e o concreto se tocam durante os sonhos. Para entrar no universo capturado por Marina Arruda não há demandas por conhecimentos que não sejam as experiências vividas pelo próprio leitor das imagens.


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negócios

negócios

READAPTAÇÃO PROFISSIONAL EMPRESAS DE CONSULTORIA AUXILIAM O RETORNO DO PROFISSIONAL COM DEFICIÊNCIA AO MERCADO DE TRABALHO Por: Camila Sousa | Fotos: Kica de Castro

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lém da inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, outro ponto importante e pouco discutido é a readaptação do profissional que adquire algum tipo de deficiência ao longo da vida. Independente se o funcionário retorna para a mesma empre-

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sa ou busca oportunidades em outro local, é importante que as instituições forneçam apoio à pessoa com deficiência, auxiliando em sua integração. Para ajudar neste processo existem empresas específicas como TRinclusão Consultoria, fundada pela psicólo-


ga e escritora Tatiana Rolim. Além de oferecer palestras, workshops e treinamentos, o local tem uma orientação específica voltada para os candidatos, conscientizando-os das leis e normas de inclusão para pessoas com deficiência. “Faltam informações, esclarecimentos e existem algumas pessoas que, mesmo possuindo alguma deficiência, não aceitam fazer parte da cota, entre tantas outras demandas que não podemos deixar de orientar para sermos mais assertivos com as vagas”, afirma Tatiana. O trabalho desenvolvido dentro das empresas também é importante, e inclui um programa de capacitação para profissionais de RH e gestores lidarem melhor com o processo de seleção de pessoas com deficiência, além de um acompanhamento do desenvolvimento do profissional na instituição. “Sem dúvidas, o RH tem grande importância

neste processo, mas, para isso, precisa também estar preparado para a demanda e competência para lidar com este cenário que, quando despreparado, desperdiça talentos pela exclusão pautada sobre as competências da pessoa com deficiência.” “Quando prestamos um serviço visando a inclusão, seja o candidato de uma fonte ou de outra da TRinclusão, buscamos estabelecer com o cliente um programa de acompanhamento, justamente para darmos sequência ao trabalho desenvolvido e, conforme alinhamos com a empresa, o programa se estende ao longo de 12 meses onde é possível identificarmos vários aspectos do processo”, completa. No entanto, apesar de tantos avanços, o mercado ainda é relutante. “Enfrentamos grande resistência por parte das empresas em absorver esta mão de obra, tanto de pessoas com deficiência visual, quanto cadeirantes e surdos. Desta forma, resta para a cota ser preenchida através daquilo que defino como PDL: ‘Perfil de Deficiência Leve’, ou seja, as empresas estão buscando no mercado apenas pessoas com deficiências aparentemente imperceptíveis”, analisa a psicóloga. Para o futuro, Tatiana Rolim espera que o quadro mude e que a readaptação do profissional com deficiência tenha uma melhora significativa no mercado de trabalho. “Sinceramente eu não gostaria de imaginar que ainda temos muitos anos de trabalho duro pela frente, de conscientização e batalha para os mesmos direitos à inclusão no mercado de trabalho. Mas a realidade sinaliza que efetivamente ainda vamos precisar de uma década de esforços para mudanças significativas. Coisas que ouvi há 20 anos ainda persistem no diálogo de empresas nos dias de hoje. Assim, espero que na próxima década tenhamos um resultado menos duro do que o atual” finaliza.

TRinclusão www.trinclusao.com.br

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e ďťż ntrevista

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revista incluir


Brenda Costa TOP MODEL INTERNACIONAL E MÃE DE ANTÔNIA, ELA FALA SOBRE A SUPERAÇÃO DE BARREIRAS PARA ALCANÇAR SEUS SONHOS Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação Colaborou: Caroline Baptista

D

ona de uma beleza única, a top model Bren-

Brenda também concilia bem a carreira, o casamento

da Costa, que é surda de nascença, nunca

e a maternidade. Ela é mãe de Antônia, 5 anos, fruto de

viu a deficiência como um problema.

seu casamento com o fotógrafo egípcio Karim Al-Fayed,

“Fui criada como uma criança normal e sempre convivi com outras crianças em escola regular”, conta ela, que aprendeu a ler lábios para se comunicar. Aos 31 anos de idade, ela superou vários desafios para brilhar nas passarelas internacionais, tendo sido eleita uma das 25 tops mais sexys do mundo.

que também é surdo. Segundo ela, a comunicação com a filha, que não tem deficiência, é completamente normal, já que Antônia entende tudo o que os pais falam e sabe se comunicar com eles. Com o objetivo de compartilhar sua história com o público em geral, além de incentivar pessoas com deficiên-

Em 2007, Brenda realizou uma cirurgia para receber

cia, Brenda escreveu o livro Bela do Silêncio, onde com-

um implante coclear, procedimento que ajudou a recu-

partilha sua história de superação em busca de seu sonho

perar parte da audição.

de se tornar uma modelo com carreira internacional.

Atualmente, Brenda vive em Londres, mas sem-

Em entrevista exclusiva, que você confere a seguir,

pre que pode vem ao Rio de Janeiro, onde nasceu,

Brenda fala sobre a deficiência e os desafios para alcan-

para estar com os familiares.

çar o sucesso.

entrevista

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e  ntrevista

Revista Incluir: Quando você se interessou pela moda? Brenda Costa: Minha mãe trabalhava com moda e eu sempre gostei de moda e de roupas, desde pequena.

RI: Como você avalia a menina Brenda, do Rio de Janeiro, para a Top Model Internacional? BC: Minha carreira foi construída com muito trabalho. Foram muitas as batalhas, desde o início, mas con-

RI: Quando você decidiu seguir a carreira de modelo?

quistei meu espaço. A única diferença é que hoje em dia eu estou muito mais segura.

BC: Desde adolescente eu quis ser modelo. Aos 17 anos, me apresentei em uma agência e, num primeiro

RI: Como foi aceitar sua deficiência?

momento, eles não me aceitaram, mas encontrei o dono

BC: Para mim foi um processo normal, pois meus

da agência no elevador e ele tinha um filho surdo. Eu

pais me criaram como uma menina completamente nor-

acabei voltando com ele e fui contratada.

mal, fazendo as mesmas coisas que as outras meninas.

RI: E como foi ingressar neste segmento? BC: No início foi difícil, mas eu me adaptei muito rápido.

RI: Quais suas maiores dificuldades com relação à sua deficiência (na escola, no trabalho, na vida pessoal... no dia a dia)? BC: Eu não sinto dificuldade, ainda mais hoje com

RI: A surdez tornou-se um desafio para você?

as mídias sociais que ajudam muito na comunicação.

BC: Foi um desafio sim, especialmente quando eu comecei minha carreira internacional, pois ninguém conseguia entender o que eu estava falando.

RI: Você acredita que ainda existam preconceitos, principalmente, na área de moda e beleza? BC: Eu acho que sim, mas também penso que se

RI: De lá para cá, quais foram suas maiores

você luta, você pode vencer.

conquistas profissionais? BC: Depois de um tempo que eu estava morando

RI: Você frequentou escolas regulares, pas-

em Nova York, fui convidada para fazer uma campanha

sou por algumas cirurgias corretivas auditivas

para a Baby Phat e fui fotografada pelo grande Steven

e teve acompanhamento fonoaudiológico. Mas,

Klein. Esse trabalho abriu muitas portas para mim por-

diante de sua deficiência, como você adaptou

que, depois dele, comecei a fazer várias campanhas para

sua comunicação?

grandes marcas como L’Oréal e Guerlain, além de capas

BC: A fonoaudiologia e a cirurgia só me ajudaram

de revistas internacionais entre outros trabalhos muito

a pronunciar melhor as palavras. Me comunico muito

importantes na minha carreira. Tudo isso, para mim,

bem com as pessoas.

foi uma grande conquista.

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revista incluir


entrevista

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e ďťżďťż ntrevista

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RI: Em algum momento, você pensou em

“ACHO QUE A INCLUSÃO ESTÁ CADA VEZ MAIS POSSÍVEL”

aprender a língua de sinais? BC: Eu conheço um pouco a língua de sinais, mas eu quase nunca uso porque sempre achei que usar a voz seria mais fácil. RI: Até onde a moda pode te levar? BC: A moda me levou num mundo que jamais eu

nha barriga começar a aparecer. Quando a Antonia nas-

sonhava estar! Conheci o mundo e convivi com muitas

ceu, eu parei um tempo para me dedicar completamen-

pessoas diferentes.

te a ela. Agora que ela está maior, eu voltei a trabalhar.

RI: Você acredita que este segmento está aberto para a inclusão? BC: Claro que sim! Eu sou prova disso.

RI: De onde veio a ideia de escrever o livro autobiográfico A bela do silêncio? BC: Esse livro foi escrito para incentivar todas as pessoas com deficiência a correr atrás de seus sonhos.

RI: Você teve o apoio de sua família nesta carreira, principalmente, sua mãe. Como é sua relação com ela?

RI: Falando sobre inclusão, você tem ou pensa em ter projetos sociais?

BC: Minha mãe foi sempre foi minha maior aliada e,

BC: Eu sempre tive vontade e ainda vou fazer. Quero

no início, viajou comigo. Ela sempre me apoiou e esteve

talvez abrir uma Organização Não-Governamental (ONG),

do meu lado em todos os momentos.

que garanta o acesso de crianças carentes, com deficiência, a todos os profissionais e técnicas de tratamento.

RI: Hoje, você é mãe da Antonia, que não tem deficiência. E como é a relação de vocês? BC: Nossa relação é muito normal. A Antonia tem os pais surdos e lida com isso de um jeito natural. Ela não tem outra realidade. Ela fala em inglês e em português comigo. Eu leio os lábios dela, e ela entende tudo o que

RI: E sobre acessibilidade, como você avalia a inclusão de pessoas com surdez ao redor do mundo? BC: Eu acho que a inclusão está cada vez mais possível com as ferramentas tecnológicas disponíveis.

eu falo. RI: Que mensagem você deixa para os leitoRI: Como você conciliou a carreira e a maternidade? BC: Quando eu fiquei grávida, eu trabalhei até a mi-

res da Revista Incluir? BC: Nunca parem de sonhar!!! E corram atrás de seus sonhos! entrevista

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A Revista Incluir está preparando um evento especial para levar informação, entretenimento e lazer para todos. 56

revista incluir


vem aí

EM breve aguarde mais informações acompanhe nas próximas edições e nas redes sociais /revistaincluir www.revistaincluir.com.br

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Rio2016

Rio2016

Versão em Português

JOGOS PARALÍMPICOS RIO 2016 A CIDADE MARAVILHOSA SE PREPARA PARA SEDIAR A 15ª EDIÇÃO DOS JOGOS Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação Rio 2016 | Tradução: Karina Barbosa dos Santos

A partir desta edição, a Revista Incluir fará um especial destacando duas modalidades dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Para começar, vamos conhecer uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos e outra que fará sua estreia no Rio de Janeiro.

O

Atletismo é um esporte de grande tra-

em Stoke Mandeville, na Inglaterra, com a disputa

dição nos Jogos Paralímpicos. As pri-

de corridas de cadeirantes nos Jogos realizados

meiras competições oficiais para atle-

para veteranos da Segunda Guerra Mundial.

tas com deficiência aconteceram no ano de 1952,

58

revista incluir

O esporte está no programa paralímpico desde a


primeira edição dos Jogos, em Roma, em 1960. Ao

mas sem puxá-lo, sob a pena de ser desclassificado.

longo dos anos, novas classes foram criadas para

O programa paralímpico conta com eventos de

que homens e mulheres com diversos tipos e graus

pista (track) – corridas de curta, média e longa dis-

de deficiência pudessem competir – fossem elas

tâncias, além do revezamento e da maratona -, de

deficiências motoras, sensoriais ou intelectuais.

campo (field) – saltos, arremesso e lançamentos –

Para assegurar uma competição justa e equili-

e combinados – o pentatlo, feito tanto por homens

brada, os atletas são separados de acordo com sua

como por mulheres e cujas cinco provas variam de

habilidade funcional, e competem também com ca-

acordo com a classe do participante.

deiras de rodas e próteses. No caso dos atletas com

Nos Jogos Paralímpicos de 2016, o Atletismo

deficiência visual, eles podem ser acompanhados

será disputado no Estádio Olímpico João Havelan-

por um guia, que corre ao seu lado ligado por uma

ge, de 9 a 18 de setembro.

corda. Sua função é a de direcionar o competidor,

PARATRIATLO NOVIDADE BUSCA ALCANÇAR SUCESSO COM PROVAS DE NADO, CICLISMO E CORRIDA

Uma das novidades no programa dos Jogos Para-

al chamada de handcycle, impulsionando os pedais

límpicos de 2016, o Paratriatlo vem experimentando

com as mãos, para a etapa de ciclismo, e realizar a

o mesmo sucesso que o esporte convencional, estre-

corrida em uma cadeira de rodas.

ante no programa olímpico no ano 2000, em Sydney.

As cinco classes do Paratriatlo são definidas pela

O percurso é composto por 750 metros de nado,

União Internacional de Triathlon, através de um sis-

20 quilômetros de ciclismo e outros 5 quilômetros de

tema de pontuação específico, e são reconhecidas

corrida, distância conhecida como Sprint Triatlo. As-

pela sigla PT. A classe PT1 inclui todos os cadeiran-

sim como no Triatlo tradicional ou standard, o tem-

tes. As classes PT2, PT3 e PT4 são as dos atletas com

po gasto na transição entre nado, ciclismo e corrida é

comprometimentos como deficiência nos membros,

computado no tempo total de prova, e vence o atleta

hipertonia, ataxia e/ou atetose, carência de força

que realizá-la no menor tempo.

muscular e amplitude de movimentos diminuída. A

Pessoas com diversos tipos de deficiência partici-

classe PT5 inclui os atletas com deficiência visual e é

pam do esporte, desde cadeirantes, amputados até

subdividida em B1, B2 e B3, de acordo com a capaci-

atletas com deficiência visual. Eles são classificados

dade visual de cada atleta. Um guia de mesma nacio-

de acordo com suas potencialidades e podem utilizar

nalidade e sexo é obrigatório durante toda a prova.

equipamentos adaptados para o auxílio em sua loco-

Nesta categoria os atletas e seus guias devem montar

moção – por exemplo, competidores com paraplegia,

uma bicicleta de dois lugares durante a etapa de ci-

ou cadeirantes, podem usar uma bicicleta manu-

clismo.

Rio2016

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Rio2016

Versão em Inglês

ATHLETICS ONE OF THE FIRST MODALITIES OF THE PARALYMPIC GAMES, ATHLETICS HAS REINVENTED ITSELF OVER THE YEARS By: Camila Sousa | Photos: Divulgação Rio 2016 | Translated by: Karina Barbosa dos Santos

Starting with this edition, Incluir magazine will make a special edition, highlighting two modalities of the Rio 2016 Paralympic Games. For starters, we will present one of the most traditional modalities of the Games and another one that will debut in Rio de Janeiro.

A

thletics is a sport of great tradition at

England, with wheelchair racing competitions in

the Paralympic Games. The first offi-

the Paralympics, for veterans of World War II.

cial competitions for athletes with di-

The sport is in the Paralympics program since

sabilities occurred in 1952 in Stoke Mandeville,

the first edition of the Games, in Rome in 1960.

60

revista incluir


Throughout the years, new classes were created so

them, under the penalty of being disqualified.

that men and women with different types and le-

The Paralympics program includes track events

vels of disabilities could compete – whether with

(short distance, middle distance and long distance

motor, sensory or intellectual impairments.

races, plus relay race and marathon), field events

To ensure a fair and balanced competition, ath-

(jumps, shot put and throw) and combined events

letes are separated according to their functional

(the pentathlon, performed both by men and wo-

abilities, and they also compete with wheelchairs

men, the five sports varying according to the class

and prostheses. In the case of athletes with visual

of the participants).

impairments, they may be accompanied by a guide,

In the 2016 Paralympic Games, Athletics will

who runs by their side, linked by a rope. Their func-

take place at Estádio Olímpico João Havelange,

tion is to direct the competitors, but without pulling

9-18 September.

PARATRIATHLON THIS NEW MODALITY SEEKS TO ACHIEVE SUCCESS WITH SWIMMING, CYCLING AND RUNNING

One of the innovations of the 2016 Paralympic

or wheelchair users, can use a manual bike called

Games program, Paratriathlon has been experien-

handcycle, by pushing the pedals with their hands,

cing the same success as the conventional moda-

for cycling, and race in a wheelchair.

lity, debutant in the 2000 Olympics program, in Sydney.

The five classes of Paratriathlon are defined by the International Triathlon Union, through a spe-

The sport consists of 750 meters swimming, 20

cific scoring system, and are recognized by the ini-

km cycling and another 5 meters running, distan-

tials “PT”. The PT1 class includes all wheelchair

ce known as Sprint Triathlon. As in the traditional

users. PT2, PT3 and PT4 are the classes of athletes

or standard Triathlon, time spent in the transition

with impairments such as limb disabilities, hyper-

from swimming, to cycling and running is com-

tonia, ataxia and / or athetosis, lack of muscle

puted on the total test time, and the athlete who

strength and impaired range of motion. The PT5

makes it in the shortest time wins.

class includes athletes with visual impairment and

People with different types of disabilities participate in this sport, from wheelchair users and

is subdivided into B1, B2 and B3, according to each athlete’s visual capacity.

amputees to visually impaired athletes. They are

Having a guide of the same nationality and sex

classified according to their potential and may

is mandatory during the entire race. In this cate-

use adaptive equipment to aid in their locomo-

gory, athletes and their guides must ride a two-seat

tion – for example, competitors with paraplegia,

tandem bicycle during the cycling test.

Rio2016

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saúde

saúde

CONTUSÃO NA VÉRTEBRA SAIBA MAIS SOBRE A LESÃO QUE TIROU O JOGADOR NEYMAR DA COPA DO MUNDO 2014 Por: Camila Sousa | Foto: AP / Divulgação

por ano, número que representa um problema de saúde pública para o País. “As consequências dos traumas nessa região são lesões ósseas, disco-ligamentares ou a combinação das duas. Os traumas na coluna vertebral são potencialmente desastrosos por poderem causar lesões nas estruturas nervosas (medula espinhal e raízes nervosas) e nas estruturas ósseas, causando instabilidade na coluna, dores, incapacidade física e, eventualmente, lesões nervosas secundárias”, afirma o doutor Mauro Volpi, professor doutor do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP. Para esclarecer melhor o que aconteceu com o jogador e falar sobre outros tipos de lesões na coluna, a Revista Incluir conversou com o ortopedista doutor Alexandre Sadao Iutaka, que trabalha no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das ClíniO doutor Alexandre Sadão Iutaka

U

cas da USP e no Instituto Vita.

m dos assuntos mais comentados da Copa

Revista Incluir: Você pode explicar um pouco

do Mundo 2014 foi a lesão do jogador bra-

sobre a contusão sofrida pelo jogador Neymar

sileiro Neymar, que fraturou a vértebra

na Copa do Mundo?

lombar 3 (L3) após uma disputa de bola com o colom-

Dr. Alexandre Sadão Iutaka: O atleta Neymar

biano Zuñiga. Apesar de não se tratar de uma contu-

sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar, em uma

são grave, o incidente trouxe à tona a discussão sobre

região chamada de processo transverso, uma ponta de

traumas na região da coluna. Estima-se que no Brasil

osso na porção lateral da vértebra, longe dos nervos.

aconteçam mais de 11 mil novos casos de lesão medular

Ela causa bastante dor, mas a recuperação não deixa

62

revista incluir


sequelas neurológicas ou físicas, permitindo o retorno

bilidade na coluna ou lesão da medula, normalmente é

ao esporte de competição após a consolidação da fratu-

necessária uma cirurgia para correção destes problemas.

ra. Não há necessidade de uso de colete, sendo seu uso somente para controle da dor. Se esta for de baixa intensidade, o paciente pode andar e se mobilizar sem ele.

RI: Quais são os cuidados para evitar um trauma da região da coluna? ASI: A prevenção nos esportes envolve estudos das

RI: Quais são os outros tipos de lesões que podem acontecer na coluna?

causas e situações onde as lesões acontecem seguidas de medidas preventivas. Estas medidas são mudança de

ASI: As lesões variam de simples contusões até fra-

regras, como aconteceu no judô e no futebol americano,

turas com lesão medular associada. O mais comum são

que proibiram e puniram situações de jogo onde as le-

espasmos musculares, mas lesões discais (como a hér-

sões eram mais frequentes (defender um golpe caindo

nia de disco), lesões ligamentares e fraturas são comu-

de cabeça para evitar um ‘ippon’, proibir o ‘tackle’ de

mente descritas.

cabeça), mudar equipamentos de segurança (como o capacete do futebol americano que impede movimentos

RI: Quais são as maiores causas de lesões na coluna?

exagerados de extensão / flexão do pescoço, o HANS da Fórmula 1 e o ‘casco’ lombar da motovelocidade).

ASI: Fora do esporte, os traumatismos da coluna são primordialmente causados por acidentes de trânsito

RI: Ao suspeitar de uma lesão na coluna,

(carro e moto), quedas de altura, violência urbana (ar-

existe algum procedimento básico que a pessoa

mas de fogo) e mergulho em água rasa. É importante não

pode tomar?

confundir traumas na coluna com dores lombares por

ASI: O primeiro passo é não deixar pessoas sem

desgaste / envelhecimento, situação muito comum na

treinamento (curiosos bem intencionados) mobilizar e

população e uma das principais queixas dos pacientes.

transportar um ferido com suspeita de lesão na coluna. Algumas lesões são causadas por mobilização ina-

RI: Quais são os tratamentos disponíveis atu-

dequada na cena do acidente e transporte sem prote-

almente para pessoas que sofrem esse tipo de

ção para a coluna. Chame os bombeiros (que tem um

contusão?

treinamento excelente) ou serviço de urgência médica

ASI: No caso da fratura que o atleta Neymar sofreu,

(192). Após um correto transporte, somente um médico

repouso e medicações analgésicas são suficientes, segui-

treinado pode descartar lesões potencialmente sérias da

das de uma reabilitação com intuito de devolver força,

coluna e indicar exames e tratamento.

flexibilidade e controle motor para o CORE (músculos estabilizadores da região lombar e pelve). O tratamento para outras lesões varia demais, dependendo se há ou não perda da estabilidade da coluna ou acometimento das estruturas nervosas. Quando a lesão é estável, o tratamento é conservador e pode envolver o uso de um colete ou colar (para coluna cervical). Quando há insta-

Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) www.iothcfmusp.com.br

Instituto Vita www.institutovita.com.br

saúde

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auditor da saúde

auditor da saúde

A PORTABILIDADE E AS DOENÇAS PREEXISTENTES Por: Advogados da Saúde* | Foto: Wellington Fernandes

A

sensação de bem-estar é um terreno fértil para

planos de saúde não podem mais exigir o pagamento de

uma vida mais digna. Por isso, se o seu atual

duas mensalidades, em caso de rescisão contratual, nem a

plano de saúde está aquém do desejado, saiba

fidelidade mínima de um ano de seus associados de planos

que você pode migrar para outro sem ter que cumprir o tal

coletivos e empresariais. Essas condições previstas pela re-

período de carência novamente.

solução 195 da ANS são abusivas e ferem o Código do Con-

Por meio da retificação da Resolução Normativa 252, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) há

sumidor e a Constituição Brasileira, principalmente as pessoas com deficiências que usufruem desses planos.

três anos, o direito à portabilidade de carências foi amplia-

O problema é que consumidores com lesões e doenças

do. Dentre as principais prerrogativas aos consumidores,

de alta complexidade enfrentam dificuldades para contra-

constam da regra a extensão do direito aos beneficiários de

tar e mudar de plano. Se a doença preexistente for motivo

planos individuais, familiares e coletivos por adesão e a por-

de recusa, configurar-se-á em discriminação e o Judiciário

tabilidade especial para aqueles que se viram às voltas com

poderá ser acionado. Para o consumidor que não era bene-

a extinção de seus planos antigos. Além disso, vale ressaltar

ficiário de algum plano antes da contratação, a operadora

que há a oportunidade de não cumprir o período de Cober-

pode negar a cobertura por 24 meses, o tempo da carência,

tura Parcial Temporária (CPT).

mas jamais negar a celebração do contrato.

Para tal, quem deseja migrar de plano pela primeira vez precisa ter dois anos de vigência contratual com o plano atual – que deve ser regulamentado pela ANS ou adaptado à Lei 9.656/98 – ou três anos em caso de ter cumprido CPT. Além disso, o plano novo tem de ser compatível ao antigo. Nas portabilidades posteriores, é exigido um ano de permanência no plano precedente. Acontece que cada vez mais as operadoras ofertam planos coletivos para pessoas físicas, em detrimento da oferta de planos individuais, pois o reajuste dos coletivos não é submetido à competência reguladora da ANS. Essa política não defende o cidadão, pois não é administrada em função do interesse do consumidor; mas, sim, somente da economia das operadoras. Não se trata, pois, de uma mera questão contra uma espécie de “arrocho nas mensalidades”. Portanto, o Poder Judiciário entende que as operadoras de

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revista incluir

Martins e Leocádio possuem atuação específica na área da saúde privada, que visa sanar os principais conflitos vivenciados entre os planos de saúde e usuários. Visite: www.advogadosaude.com.br/site/


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auditor da saúde

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NO SEU RITMO SEM MOVIMENTOS PRÉDETERMINADOS, O NÚCLEO DANÇA ABERTA LEVA AO PÚBLICO DIFERENTES EXPERIÊNCIAS ATRAVÉS DA DANÇA, DO MOVIMENTO E DO ENCONTRO Por: Gabriela Rocha | Fotos: Gil Grossi

O

famoso dois pra lá e dois pra cá pode ser

rino e fotógrafo, Alito Alessi, criador do método, em 1997.

muito mais carregado de significado do

Em sua terceira edição, a oficina do Núcleo Dança Aber-

que muitas pessoas imaginam. Dançar vai

ta contará com profissionais habilitados no método Dance-

muito além de, simplesmente, se mexer, e pode ser uma

Ability, onde a capacidade para dançar de cada pessoa se

experiência de troca grandiosa. É isso o que o Núcleo

define mais por sua presença, sua troca com os outros e à

Dança Aberta busca difundir e democratizar com suas

atmosfera criada pelo grupo do que por suas habilidades

oficinas, cursos, workshops e espetáculos, promovendo

técnicas em dança. “Cada pessoa tem uma característica

descobertas e reflexões profundas a respeito da inclusão

única, seja ela física ou mental, e facilitar a expressão ar-

social por meio do estímulo artístico.

tística de diferentes pessoas é o que o Núcleo Dança Aberta

Formado por Neca Zarvos e Priscila Jorge, o Núcleo

procura fazer”, explica Priscila Jorge.

Dança Aberta foi fundado em 2007, por Neca, que realiza

Como em jogos de improvisação, a oficina tenta trazer à

há mais de 15 anos a difusão do método DanceAbility, in-

tona uma sensação artística única entre pessoas com e sem

cluindo a produção da primeira vinda ao Brasil do dança-

deficiência, em um ambiente diferente do que as pessoas

66

revista incluir


soas com eainda sem – entreJá elas, educadores, arquiteimaginam. “Nós nunca dizemos dê um não passo para frente e tãomais go fazer minha unha, por exemplo, não fico mais mais adiscriminação. discriminação. Jápintei pintei meus cabelos go go fazer fazer minha minha unha, unha, por por exemplo, exemplo, não fico fico mais mais tão tão mais ainda ainda a deficiência adiscriminação. Jápintei meus meus cabelos cabelos go fazer minha unha, por exemplo, não fico mais tãode mais ainda adiscriminação. discriminação. Já meus cabelos tos, dançaterapeutas, ocupacionais, professores sim faça um movimento para frente. Cada pessoa interpreta go go fazer fazer minha minha unha, unha, por por exemplo, exemplo, não não fico fico mais mais tão tão mais mais ainda ainda aruivo adiscriminação. Já Jápintei meus meus cabelos bitolado.” de loiro, de ruivo decastanho, castanho, epercebo percebo aforma forma bitolado.” bitolado.” de loiro, loiro, de de ruivo e terapeutas de e edecastanho, epintei percebo epintei acabelos aforma dança ede artistas entre outros, e há seleção pública bitolado.” deloiro, loiro, de ruivo ede de castanho, epercebo percebo aforma forma como quiser e que fazque quiser,com nocom seu no seu tempo, bitolado.” bitolado.” decomo de loiro, de ruivo ruivo e se de eme castanho, castanho, percebo eou aele, aforma Gerson, se preocupa com o peso, diz que adoracomo como sou tratado, se me ajudam não”, diz ele, que Gerson, Gerson, que secomo se preocupa preocupa o peso, oritmo, peso, diz diz que que adora adora sou sou tratado, tratado, se me ajudam ajudam oueuma ou não”, não”, dizdiz ele, que que desse grupo. nos mandam uma espécie de curà sua capacidade, seja ela qual for”, esclarece. Gerson, que se preocupa com oexercícios, peso, diz que adora como sou se me ou não”, diz ele, que Gerson, Gerson, que que se se preocupa preocupa com com opratica peso, o peso, diz diz que que adora adora como como sou sou tratado, tratado, se me me ajudam ou ou não”, não”, diz diz ele, ele, que que dançar e,sempre sempre que pode, exercícios, mas,conta conta com ainscritos ajuda da mãe eirmã da irmã para escolher as dançar dançar e, e, sempre que que pode, pode, pratica pratica exercícios, mas, mas, conta com com a“Os ajuda atratado, ajuda dase da mãe mãe eajudam da eajudam da irmã para para escolher escolher as as rículo explicando o motivo que o faz querer participar e nós Alcançando mais de 100 pessoas ao longo de seus dois dançar e, sempre que pode, pratica exercícios, mas,roupas. conta com a meu ajuda da mãe eextravagante da irmã para dançar dançar e,com e, sempre sempre que que pode, pode, pratica pratica exercícios, exercícios, mas, mas, conta conta com com a“Sigo ajuda a meu ajuda da da mãe mãe edo da eextravagante da irmã irmã para para escolher asasas não muita frequencia por conta dos diversos roupas. meu perfil do extravagante ecolorido colorido não não com com muita muita frequencia frequencia por por conta conta dos dos diversos diversos roupas. “Sigo “Sigo perfil perfil do e escolher colorido e escolher os avaliamos e selecionamos por serem potenciais multiplimeses de duração, o projeto aberto à sociedade, de criannão com muita frequencia por dos diversos roupas. “Sigo meu perfil do extravagante colorido não não com com muita muita frequencia frequencia por por conta conta dos dos diversos diversos roupas. roupas. “Sigo “Sigo meu meu perfil perfil do do extravagante extravagante e colorido e ecolorido compromissos diários. Ele diz que as pessoas costu-ao ao sóbrio, mas comedido”, completa. compromissos compromissos diários. diários. Ele Ele diz diz que que asconta as pessoas pessoas costucostuao sóbrio, sóbrio, mas mas comedido”, comedido”, completa. completa. cadores e difusores decomedido”, informação.” ças acompromissos adultos, conta diários. com a participação de ONGs e insEle dizque que as pessoas costu-ao ao sóbrio, mas completa. compromissos compromissos diários. diários. Ele Ele diz diz que as as pessoas pessoas costuao sóbrio, sóbrio, mas mas comedido”, comedido”, completa. completa. mam comentar sobre sua aparência, roupa ecostucomporSobre tratamentos mais invasivos, Gerson diz que mam mam comentar comentar sobre sobre sua sua aparência, aparência, roupa roupa e compore comporSobre Sobre tratamentos tratamentos mais mais invasivos, invasivos, Gerson Gerson dizdiz que que Além de ser gratuito, o projeto oferece transporte e assistituições, além de incentivo da Secretaria do Estado da mam comentar sobre sua aparência, roupa e compor-gostaria Sobre tratamentos mais invasivos, Gerson diz que mam mam comentar comentar sobre sobre sua sua aparência, aparência, roupa roupa e compore comporSobre Sobre tratamentos tratamentos mais mais invasivos, invasivos, Gerson Gerson diz diz que que tamento, pois sempre usa roupas de estilo diferentes gostaria de poder fazer, no futuro, cirurgia plástica fatamento, tamento, pois pois sempre sempre usa usa roupas roupas dede estilo estilo diferentes diferentes gostaria de de poder poder fazer, fazer, no no futuro, futuro, cirurgia cirurgia plástica plástica fafatência locomotiva às pessoas com deficiência. Os interessaCultura de São Paulo. pois sempre usa roupas de estilo diferentes gostaria de poder no futuro, pois pois sempre sempre usa usa roupas roupas dede estilo estilo diferentes diferentes gostaria gostaria dede poder poder fazer, no futuro, futuro, fa-fa-faetamento, com cores exóticas. “Me perguntam como, mesmocial, cial, colocar botox e no até depilação acirurgia laser e plástica transplanetamento, com etamento, com cores cores exóticas. exóticas. “Me “Me perguntam perguntam como, como, mesmo mesmo cial, colocar colocar botox botox efazer, até efazer, até depilação depilação acirurgia laser acirurgia laser e plástica transplane plástica transplandos podem se inscrever até 13 de agosto de 2014, e as aulas Os participantes são divididos em dois grupos com difeever, com cores exóticas. “Me perguntam como, mesmo cial, colocar botox e depilação até depilação atudo emuito transplane sem com e sem com cores cores exóticas. exóticas. “Me “Me perguntam perguntam como, como, mesmo mesmo cial, cial, colocar colocar botox botox eproblema até eproblema até depilação aé laser atudo emuito transplanemuito transplanver, consigo me vestir tão bem. Respondo quete te de cabelos. “O é que é laser tudo caro. sem ver, consigo consigo meme vestir vestir tão tão bem. bem. Respondo Respondo que que te de de cabelos. cabelos. “O “O problema é que é que é laser caro. caro. acontecerão de 2 setembro a 23 de outubro, no estúdio Pulrentes objetivos: o Núcleo Didático é formado por um grupo sem ver, consigo me vestir tão bem. Respondo que te de cabelos. “O problema é feito, que é pois tudo muito caro. sem sem ver, ver, consigo consigo vestir vestir tão tão bem. bem. Respondo Respondo que que teSe te de de cabelos. cabelos. “O “O problema problema é teria que é feito, que éfeito, tudo é tudo muito muito caro. caro. isso faz parte dame minha personalidade, porque souSe Se não fosse por isso, játeria pois não tenho isso isso faz faz parte parte dadame minha minha personalidade, personalidade, porque porque sou sou não não fosse por por isso, já já teria não não tenho tenho sarte, umfosse local amplo eisso, todo adaptado, napois capital paulista. de 15 pessoas interessadas em conhecer o método DanceAisso faz parte da minha personalidade, porque souqualquer Senão não fosse por isso, játeria teria feito, pois não tenho isso isso fazfaz parte parte da da personalidade, personalidade, porque porque sou sou Sequalquer Senão fosse fosse por por isso, isso, já já teria feito, feito, pois pois não não tenho tenho amante das artes etoda toda forma deexpressão. expressão. Dizem qualquer preconceito com alterações no corpo, afinal amante amante das das artes artes eminha toda eminha forma forma dede expressão. Dizem Dizem preconceito preconceito com com alterações alterações no no corpo, corpo, afinal afinal bility para aplicação em ambiente profissional. Do segundo amante das artes toda forma de expressão. Dizem preconceito com no corpo, afinal amante amante das artes artes enão toda enão forma forma demas de expressão. expressão. Dizem Dizem preconceito com alterações corpo, corpo, afinal afinal que adas aparência étudo, tudo, ajuda emuito. muito. oqualquer homem do século 21 não é mais o no mesmo, mas não que que a participam aaparência aparência não éetoda étudo, mas mas ajuda ajuda emuito. JáJáJáoqualquer homem oqualquer homem dopreconceito do século século 21com 21 não não é alterações mais é alterações mais o mesmo, ono mesmo, mas mas não não grupo pessoas que têm vontade dee experimenNúcleo Dança Aberta que aum aparência não étudo, tudo, mas ajuda emuito. muito. o homem do século 21 não é mais obrinco mesmo, mas não que que aDanceAbility, aaparência aparência não não épreconceito étudo, mas mas ajuda edeficiente, emuito. o tenho homem o tenho homem dodo século século 21fazer 21 não não é mais é mais obrinco mas mas não não um grande com odeficiente, eseJá setenho vontade de tatuagem, omesmo, que uso na existe um grande grande preconceito preconceito com com oajuda o deficiente, e Já se e Já vontade vontade de de fazer fazer tatuagem, tatuagem, oobrinco omesmo, que que uso uso na na tarexiste oexiste dançando. www.nucleodancaaberta.com existe um grande preconceito com odeficiente, deficiente, tenho vontade de tatuagem, oconclui. brinco que uso existe existe um um grande grande preconceito preconceito com com o deficiente, epesse e eseseorelha tenho tenho vontade vontade dejá de fazer oconclui. brinco oconclui. brinco que que uso uso nanana eu não souber me portar e vestir, me vestir, só vou aumentar orelha esquerda já otatuagem, suficiente”, eu eu não não souber souber me me portar e me eDidático me vestir, só vou vou aumentar aumentar orelha esquerda esquerda já éfazer oéfazer suficiente”, oétatuagem, suficiente”, Segundo Priscila, oportar Núcleo éosó formado por eu não souber me portar e vestir, me vestir, só vou aumentarorelha orelha esquerda o suficiente”, conclui. eueu não não souber souber meme portar portar e me e me vestir, sósó vou vou aumentar aumentar orelha esquerda esquerda já já é já oé suficiente”, oé suficiente”, conclui. conclui.

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incluir |comportamento alternativa comportamento comportamento


coluna

coluna

O QUE É LIBRAS? POR QUE APRENDER? Por: Pablo Eduardo* | Foto: Arquivo Pessoal

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Língua Brasileira de Sinais - Libras é a língua utilizada para a comunicação com surdos. Algumas pessoas ainda confundem ‘língua’ com ‘linguagem’ e isso é errado! Libras é uma língua e possui sua própria gramática, assim como as demais línguas. Foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão em 24 de abril de 2002, sancionada pela Lei nº 10.436. Várias pessoas pensam que é uma língua universal usada por todos os surdos espalhados pelo mundo, mas não é bem assim! Da mesma forma que as línguas mudam de país para país, também existem diversas línguas de sinais diferentes em cada país. Imagina como é complicado você viver em um país que poucas pessoas falam a sua língua! É bastante complicado isso, não é? Mas saiba que você pode mudar essa situação! Além disso, já pensou na possibilidade de viajar e explorar um novo mundo sem sair do seu próprio mundo? Ou então conhecer uma nova cultura? Essas são algumas das infinitas possibilidades de oportunidades que a Língua Brasileira de Sinais proporciona a você, quando você se permite a viver uma experiência única como essa. Você vai ser tornar um bilíngue e viver experiências inesquecíveis desenvolvendo uma visão holística e diferenciada em relação ao mundo. Fica difícil descrever todas as emoções que essa língua cativante desperta, se bateu uma curiosidade mínima que seja em você, aprenda a Língua Brasileira de Sinais e compartilhe conosco as suas emoções!

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Pablo Eduardo é graduando em gestão de Recursos Humanos e fundador do projeto Libras Diária. www.facebook.com/polardrummer http://br.linkedin.com/in/pabloeduardo


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DIREÇÃO MODERNA DOIS NOVOS MODELOS DE DIREÇÃO PARA AUTOMÓVEIS ADAPTADOS CHEGAM AO MERCADO PARA SIMPLIFICAR O DIA A DIA DE QUEM UTILIZA ESSA TECNOLOGIA Por: Camila Sousa | Foto: Divulgação

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íder no mercado brasileiro de adaptação veicular, a Cavenaghi apresenta as novas versões da Central de Comandos Elétricos (CCE) e do Comando Manual Universal (CMU), duas das mais tradicionais soluções do portfólio da empresa, com um design ainda mais moderno e funcional. As tecnologias CCE e CMU, reconhecidas em todo o País, possibilitam que pessoas com alguns tipos de deficiência possam dirigir ao transferir comandos elétricos para o volante e também o comando de frenagem e aceleração.

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O CCE é um equipamento que permite o controle de todos os comandos elétricos do automóvel. Ele é capaz de acionar a parte elétrica do veículo por meio de um controle remoto acoplado ao volante, permitindo que motoristas com lesões medulares mais elevadas consigam acionar setas, faróis, lavadores, limpadores e a buzina. O equipamento é universal e pode ser adaptado em qualquer volante. Já o CMU faz a transferência das funções de acelerador e freio dos pés para as mãos do motorista. Ideal para pessoas com limitações no membro inferior direito (MID) ou ambos os membros inferiores (MMII), o acionamento se dá por meio de uma empunhadura horizontal posicionada ao lado esquerdo do volante da direção. Confeccionado com hastes rígidas telescópicas para melhor acionamento de acelerador e freio, o CMU minimiza a probabilidade de problemas de ruptura e funcionamento. A aceleração é obtida quando o condutor puxa a alavanca e a frenagem funciona com o movimento contrário. As tecnologias são indicadas para qualquer tipo de transmissão automotiva: manual, automatizada, semiautomática ou automática. A garantia de ambos os produtos é de cinco anos e a instalação dos equipamentos da Linha Direção pode ser feita em até sete dias úteis pela própria Cavenaghi ou por alguma das concessionárias credenciadas.

Cavenaghi www.cavenaghi.com.br


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HOMEM MAIS ALTO DO BRASIL VIVE NA PARAÍBA COM 2,37 METROS DE ALTURA E 204 KG, JOÉLISSON SUPEROU O PRÓPRIO RECORDE Por: Camila Sousa | Foto: Divulgação RankBrasil

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oélisson Fernandes superou o próprio recorde nacional. Nascido em Assunção, na Paraíba, Joélisson Fernandes superou o próprio recorde e se tornou o homem mais alto do Brasil junto ao RankBrasil 2014, com 2,37 metros de altura e 204 quilos. Conhecido como Ninão, o recordista trabalhava em uma mina de caulim, um tipo de minério utilizado na fabricação de cerâmica e porcelana, para ajudar a família. Atualmente ele mora em uma casa adaptada para seu tamanho excepcional e utiliza roupas e sapatos especiais. Para se ter uma ideia, o recordista utiliza a numeração de calçados tamanho 60. Ninão foi registrado no RankBrasil pela primeira vez em 2007, quando media 2,29 metros. A superação ocorreu durante o programa Domingo Legal, exibido pelo SBT, em maio deste ano. Atualmente, ele é apenas 14 centímetros menor que o turco Sultan Kosen, o homem mais alto do mundo com 2,51 metros de altura. O fiscal do RankBrasil, Luciano Cadari conferiu as medidas do gigante e oficializou o recorde com a entrega do troféu. Gigantismo O gigantismo é causado pelo excesso de produção do hormônio do crescimento. Esta alteração acontece por causa de um tumor benigno que aparece durante a infância ou puberdade. O tratamento para controlar a altura é feito com medicação de uso contínuo.

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arquitetura e decoração

arquitetura e decoração

BIBLIOTECA DA SAHY SÃO SEBASTIÃO GANHA BIBLIOTECA Por: Julliana Reis | Fotos: Caio Guimarães e Samuel Chaves (S4 Photopress)

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arquiteta Denise Barretto assina o projeto da biblioteca de 65 m², na unidade chamada Sahy, em São Sebastião, cidade do litoral de São Paulo.

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Resultado de um trabalho social do Instituto Verdescola, uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que desenvolve trabalhos socioeducativos, de geração de renda e de qualificação profissional, a ação abrangeu o


planejamento e a execução, sem custo, da biblioteca, que vai beneficiar a população local. A ideia do projeto surgiu a partir de uma paixão que a arquiteta adquiriu ao visitar a ONG. “Recebi o convite para conhecer a Sahy, e passei um dia inteiro acompanhando as aulas mais variadas, divididas em várias casas da comunidade, e pude sentir a alegria dos jovens e das crianças na computação, na dança, música, capoeira, futebol, pintura e artes além de muitos outros, como o atelier de costura das mães”, explica a arquiteta, que contou com a parceria de importantes marcas que abraçaram a causa, como a Etna, a Florense e a Vitrine by Casa Fortaleza. Para o projeto, a arquiteta focou-se no atendimento do espaço, que se estende a todos os públicos da comunidade, desde crianças a adultos, inclusive garantindo a acessibilidade. Outra premissa foi a integração entre os grupos com

mesas de pesquisa para apoiarem a comunicação e reuniões para crianças de todos os tamanhos. Dada essa direção, o resultado foi um ambiente amplo, com espaço para leitura, estudo, discussão e até personalizado para os menores, com mesa e cadeira em tamanho reduzido. A decoração resumiu-se às estantes brancas, que inseriram leveza ao espaço, e aos puffs coloridos e piso vinílico neutro com desenho de um enorme tapete com listras marcadas e contrastantes nas cores carmim, bege escuro e cru, que acrescentaram descontração. Os destaques ficaram por conta do uso das cores puras e alegres, como o vermelho, azul e amarelo em alguns móveis e detalhes da estante, e o design limpo das cadeiras em alumínio como a Bertoia e em madeira ebanizada, como a Formiga. Outros arquitetos também se envolveram e projetaram outros espaços, como Patricia Anastassiadis, Jóia Bérgamo, Deborah Roig e João Armentano. arquitetura e decoração

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COLEÇÃO INCLUIR MARANHENSE CRIA LIVROS PARA ESTIMULAR APRENDIZADO DE CRIANÇAS SEM DEFICIÊNCIA Por: Camila Sousa | Fotos: Divulgação

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ducar crianças por meio da leitura é a proposta do projeto ‘Inclusão a partir da leitura’, que apresenta agora a Coleção Incluir. Criada pela escritora maranhense Sharlene Serra, a série contém quatro livros que retratam situações de crianças com deficiências. Os desenhos foram criados por Ricardo Pontes e

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cada personagem carrega uma lição diferente para as crianças que não possuem deficiência. O primeiro livro traz a história de Ritinha, que tem deficiência visual. A edição contém combinações em braile, informações sobre os recursos de sua aprendizagem e a educação no trânsito. Já o livro número dois conta a história de Vitória,


que tem deficiência auditiva. Em seu livro, a autora aborda outras formas de comunicação, apresenta as diferenças linguísticas entre cada região, dá ênfase para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e ensina de forma divertida o alfabeto manual. Já o menino Paulo, que tem deficiência física e precisa utilizar uma cadeira de rodas, é o terceiro personagem da coleção. Nesta publicação, Sharlene fala sobre as dificuldades do garoto e mostra a luta por seus direitos. Por último, a publicação do garoto Biel, que tem síndrome de Down, relata a descriminação enfrentada por essas crianças. Na história, o personagem ensina que nem todos aprendem de forma igual e que as diferenças devem ser entendidas e aceitas. A proposta das publicações é estimular uma cultura inclusiva, para que crianças sem deficiência conheçam outras realidades e aprendam a respeitar as diferenças. “O importante é que os livros já foram distribuídos em várias escolas particulares aqui de São Luiz (MA), e os resultados têm sido emocionantes e gratificantes. As crianças sem deficiência entenderam a proposta e querem aprender braile com a personagem Ritinha, querem aprender Libras com a Vitória. Já levei cadeirantes nas escolas, para falar do personagem Paulo e, por fim, aprenderam com Biel que cada um tem um ritmo para aprender”, afirma a autora. O projeto da Coleção Incluir possui 16 anos, sendo 12 de gestação e 4 de publicação, de forma independente, conforme ressalta Sharlene. “Eu acreditei e não desisti apesar das circunstâncias. Minha intenção é levar para as crianças um olhar mais humano, de respeito às diferenças”, finaliza.

Coleção Incluir wwww.facebook.com/colecaoincluir

Um livro para ler com um sorriso no rosto e os ouvidos bem atentos para um universo sonoro que nos rodeia.

Lançamento em Março. Saiba mais em: vale saber

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SURDOS USUÁRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA E AS LEGENDAS: UMA HISTÓRIA DE AMOR Por: Lak Lobato* | Foto: Arquivo Pessoal

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ssistir televisão é um dos passatempos mais habituais da atualidade. Hoje em dia, praticamente todos os lares e estabelecimentos comerciais possuem, pelo menos, um aparelho de televisão. Ainda assim, não é toda a programação que possui acessibilidade. No caso do grupo sobre o qual faço divulgação, nosso meio de acessibilidade é a legenda. Para nós, serve tanto a legenda comum, aberta (aquelas amarelinhas usadas para traduzir algum idioma estrangeiro) quanto a legenda em sistema fechado e especial para deficientes auditivos, que descreve todos os ruídos ambientes, tais como campainha, latido de cachorro, etc. Atualmente, apesar de haver divulgação e leis sobre a acessibilidade, as legendas estão sumindo. Embora a programação da TV aberta seja obrigada a apresentar um número X de horas de programação acessível, os canais a cabo e cinemas estão substituindo a legenda por dublagem, sem opção. Não que eu ou nosso grupo seja contra a dublagem. Ela é tão importante quanto a legenda, no que se refere à acessibilidade, pois abrange um público que não tem afinidade com a leitura dinâmica das legendas (por dificuldade ou por mera preferência). Porém, a dublagem torna qualquer programação completamente inacessível, já que não permite nem mesmo a compreensão por leitura labial. Por isso, pedimos que a dublagem não seja a única forma de programação disponível. Apenas uma das opções, assim como a legenda. Que os cinemas e emisso-

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ras de televisão ofereçam as duas opções, em horários alternados. A legenda, inclusive, não nos serve apenas para programações de televisão ou cinema. Ela também nos permite acesso ao teatro, palestras e debates, quando feita em tempo real, através do sistema de estenotipia. Em resumo: acessibilidade para surdos usuários da língua portuguesa é feita, principalmente, através do português escrito. Por isso, precisamos dela o máximo possível. Além dela, precisamos também de sistema de transmissão fechado de som (sistema FM ou aro magnético), mas esse assunto fica para a próxima coluna. Beijinhos sonoros

*Lak Lobato é publicitária, tem deficiência auditiva desde os 10 anos de idade e é usuária do implante coclear. Autora do blog www.DesculpeNaoOuvi.com.br dedicado à divulgação da surdez na ótica dos surdos oralizados e/ou usuários de próteses e implantes auditivos. contato@laklobato.com


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PROFESSOR SUPERA DEFICIÊNCIA E CONQUISTA O MUNDO LIVRO QUE ENSINA AS LÍNGUAS INGLESA E PORTUGUESA, GANHA FAMA INTERNACIONAL E LANÇAMENTOS NA ÁFRICA E NA EUROPA Por: Julliana Reis | Foto: Divulgação

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epois de viajar para os Estados Unidos em busca de cura para sua cegueira, o paulistano Natanel Joaquim aprendeu a falar inglês e quando voltou para o Brasil resolveu investir em uma nova profissão, a de professor e tradutor do idioma. Hoje, mais de 20 anos depois, ele divide seu tempo entre diversas atividades, entre elas, como palestrante motivacional, professor de inglês, tradutor para a Celebrate, empresa especializada em atender artistas internacionais no Brasil, e também como agente de viagens.

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Ele, que nas horas vagas aproveita para escrever, lançou em 2004, a autobiografia ‘No pain, no gain, sem sacrífico não se alcança nada’, que ganhou versões impressa e em áudio. Agora, após lançar no Brasil seu novo trabalho, um livro para brasileiros e turistas, chamado ‘Fale inglês e português em diversas situações’, e que segue a linha da escola dirigida por Natanael, que atua com a proposta de ensinar as línguas inglesa e portuguesa de forma rápida e fácil. Com o sucesso do livro no Brasil, Natanael conquistou o mundo e já foi convidado para dois lançamentos internacionais na África e na Europa. “Fui convidado pelo ministro da Cultura de Angola para lançar o livro e a viagem já está marcada para o final do mês de agosto. Também estou acertando a data para um lançamento em Portugal, ainda neste ano. Depois disso, viajo para os Estados Unidos e pretendo fazer alguns lançamentos por lá também”, adianta ele, que está feliz com o sucesso da publicação. Responsável pela ONG Visão do Bem, que promove a integração de pessoas com deficiência visual por meio da música, Natanael Joaquim tem apenas 10% da visão e não se intimida perante os obstáculos. Ele, que na infância vendeu coxinhas para ajudar a mãe, se diz otimista com seu novo livro. Uma publicação da Editora Geográfica, o livro ‘Fale inglês e português em diversas situações’, tem 176 páginas e está disponível para venda no site: www.portalnj.com.br.


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artigo

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(D)EFICIENTES NA EMPRESA? TRANSFORME COTAS EM MOTIVAÇÃO, PRODUTIVIDADE E RESULTADOS! Por: Dolores Affonso* | Foto: Arquivo pessoal

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um País com mais de 45 milhões de pessoas com deficiência e com uma legislação atualizada e abrangente, incluindo-se a Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91), ainda é nítida a exclusão dessas pessoas do mercado de trabalho. De acordo com o Censo 2010 (IBGE), das pessoas em idade produtiva, mais da metade está desempregada. O problema reside na falta de acesso à educação de qualidade e à qualificação profissional. E, principalmente no pensamento de que contratar pessoas com deficiência é sinônimo de aumento de custos e baixa de produtividade. Ledo engano! Empresários, RH e líderes devem reconhecer as diferenças, sonhos, necessidades, limitações e potenciais e promover as ferramentas para que cada um possa dar o melhor de si e colocar em prática todo o seu potencial, tornando-se produtivos e gerando resultados, muitas vezes acima da média pela sua dedicação e vontade de se superar. Para isso, os líderes precisam ser inclusivos, integrando cada membro da equipe que, uma vez “incluídos”, possam ter auto realização, autoestima e autonomia, alcançando uma vida plena e feliz. Cabe ressaltar que a maioria das adaptações são simples e de baixo custo. Neste sentido, o Congresso de Acessibilidade trará, entre 21 e 27/09, mais de 30 especialistas tratando de temas como carreira, tecnologias e acessibilidade, visando a inclusão no mercado de trabalho, a permanência no emprego e a ascensão na carreira. Cabe ressaltar que será online, gratuito e acessível.

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Para acompanhar, basta acessar: www.congressodeacessibilidade.com

Dolores Affonso é especialista em Marketing, Design Instrucional e Educação Especial, realiza palestras, treinamentos e consultorias para diversas empresas. Diretora da A&A Consultoria, professora na FGV, membro do Programa Rompendo Barreiras da UERJ e idealizadora do Congresso de Acessibilidade.


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ABBR GANHA MEMORIAL ESPAÇO CONTA 60 ANOS DE HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO Da Redação | Fotos: Divulgação ABBR / Katarine Almeida

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Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) inaugurou o Memorial ABBR, espaço que reúne 60 anos de história da instituição e registra o começo da reabilitação no Brasil. A entidade teve início em 5 de agosto de 1954, quando o empresário Charles Robert Murray, o arquiteto Fernando Lemos, um grupo de empresários cariocas e médicos importantes da época inauguraram o centro de reabilitação, com o objetivo de tratar crianças acometidas pela poliomielite – o Brasil vivia um surto da doença – e pessoas com limitações físicas. Como não havia profissionais para atuarem no Centro que seria construído, a ABBR criou a Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro (ERRJ) e formou os primeiros fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais do País. Para o presidente da entidade, o cirurgião Deusdeth Gomes do Nascimento, a inauguração do Memorial é a reali-

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zação de um sonho antigo. “Resgatar a memória da ABBR significa resgatar a história toda. Nós temos que registrar para a posteridade, é a história de um ícone de responsabilidade social. Ver que aqui nós praticamos, quando eu digo nós, essa força viva da ABBR, o exercício de cidadania a cada dia”, comemora. Durante as seis décadas mais de 400 mil pacientes passaram pela entidade. Atualmente cerca de 70% dos pacientes são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que contam também com fornecimento médio de 11 mil produtos ortopédicos por ano. Participaram da solenidade o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e a primeira-dama do Estado, Maria Lucia Horta entre outras autoridades.

ABBR www.abbr.org.br

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lazer e cultura

lazer e cultura

PARCERIA DO BEM PAIOL GRANDE E AACD PROMOVEM TEMPORADA ESPECIAL Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação

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Acampamento Paiol Grande promoveu

Assistência à Criança Deficiente (AACD), à sua unidade,

mais uma ação especial, levando cerca de

localizada em São Bento do Sapucaí, cidade do interior

50 crianças atendidas pela Associação de

paulista.

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A iniciativa nasceu da disposição da Fundação Acampamento Paiol Grande de expandir suas ações sociais e da sinergia entre as instituições. E, além das 50 crianças atendidas pela associação, o acampamento recebeu ainda cerca de 50 acompanhantes e 5 terapeutas da AACD. De acordo com Sérgio Milred, presidente do Conselho da Fundação Acampamento Paiol Grande, “o Paiol continua, depois de 67 anos, fiel à sua missão do ‘educar brincando’, educando pela convivência crianças e adolescentes, através de esporte, lazer, diversão e cultura, possibilitando, ao mesmo tempo, uma vivência de valores e noções fundamentais de cidadania, solidariedade, ética, moral e convívio social”. Devido ao sucesso das duas edições do evento, o representante do Paiol garante que pretende manter a parceria com instituições sociais e outros eventos do gênero. Fundado em 1946, o Acampamento Paiol Grande é o primeiro e mais tradicional acampamento do Brasil – único definido como uma Fundação sem fins lucrativos –, com vocação social e educativa.

Acampamento Paiol Grande www.paiolgrande.com.br

lazer e cultura

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especial

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ESCOLA VERBO EM MOVIMENTO ENTENDA COMO A PAIXÃO PELA LÍNGUA DE SINAIS PODE SER TRANSFORMADA EM PROFISSÃO Por: Caio Graneiro e Maiara Fuentes | Foto: Divulgação

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língua de sinais sempre despertou curiosidade

Muitas pessoas veem na Libras a oportunidade de des-

e encantamento, afinal como não se impressio-

cobrir a comunidade e a cultura surda, é muito comum que

nar com a intensa comunicação dos surdos que

fiquem apaixonadas por essa língua tão viva e dinâmica.

se dá pelas mãos e expressões faciais. Devido as mudanças

Essas pessoas logo se interessam em participar mais ativa-

públicas e principalmente ao reconhecimento da Língua

mente da comunidade surda, ajudando na comunicação e

Brasileira de Sinais (Libras) como a língua utilizada pelas

oferecendo seus conhecimentos linguísticos para auxiliar

pessoas surdas, esta admiração logo tornou-se uma possi-

os surdos. Entretanto por muito tempo a ajuda oferecida

bilidade promissora de trabalho.

vinha da boa vontade dessas pessoas que não tiveram for-

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mação adequada para realizar uma interpretação.

conhecimento sobre a língua. “Eu tinha apenas uma curio-

Diante deste cenário percebeu-se a importância de que

sidade, não sabia que iria me apaixonar por esse mundo e

mais do que ensinar pessoas a falar em Libras era preciso

achava que poderia ser muito difícil, mas quando comecei

prepará-las para serem intérpretes. Fazia-se necessário

a pesquisar o mercado de trabalho e descobri que um in-

uma formação mais complexa que traria discussões profun-

térprete de Libras poderia ganhar até 120 reais a hora de

das sobre o idioma, considerando que antes de realizar uma

trabalho, resolvi que valia a pena estudar e me aprofundar

interpretação é necessário conhecer profundamente a lín-

na língua. Para minha surpresa foi muito fácil de aprender,

gua de sinais. Mas também necessitam outros conhecimen-

logo estava fluente e aumentando minha renda”.

tos como a ética do profissional, o entendimento de ques-

Já o caminho feito por Maiara Fuentes foi diferente.

tões que permeiam a inclusão tais como políticas públicas,

Ainda em sua adolescência descobriu que tinha uma defici-

processos cognitivos das pessoas surdas e sua história. Sen-

ência auditiva, procurou a Libras na Verbo em Movimento

do assim, os professores deveriam ser também intérpretes,

porque queria um curso o qual ensinasse não apenas o idio-

afinal como ensinar pessoas a serem intérpretes sem ter a

ma, mas também a preparasse para que no futuro pudesse

vivencia da profissão?

utilizar a língua de sinais como profissão. “Eu já pensava

Pensando em todas estas questões foi fundada a escola

em trabalhar com inclusão, afinal eu me identificava com o

Verbo em Movimento que esse ano comemora 7 anos de

tema por possuir uma deficiência auditiva leve, não imagi-

existência. Situada no centro de São Paulo, a instituição

nava que me tornaria instrutora e que chegaria a dar aulas.

atua com curso de Libras priorizando enriquecer o mer-

Fiz o programa de estágio da escola e hoje integro o corpo

cado de trabalho com pessoas capacitadas em intermediar

de funcionários. Acho muito legal a escola dar oportunida-

uma conversa em língua de sinais, respeitando o individuo

de para os alunos, tanto indicando para trabalhos fora dela

surdo. Na escola o aluno tem uma aprendizagem completa

como para participar dos projetos que ela mesma faz.”

voltada para a preparação do profissional e essa formação

Todos citados acima se apaixonaram pela Libras antes

se deu justamente pela mudança de paradigma em relação

mesmo de saber que poderiam utilizar seus conhecimentos

a Libras no Brasil.

de forma profissional. Outros não querem se tornar intér-

Caroline Martins, aluna formada na escola Verbo em

pretes de Libras, apenas agregar esta língua à profissão em

Movimento, é um exemplo claro da mudança que ocorreu

que já atua, como professores, psicólogos e profissionais de

nos últimos anos. Ela afirma que desde sua formação em

recursos humanos.

2012, trabalha apenas com Libras, fazendo diversos traba-

Para Caio Graneiro, coordenador da escola, “mesmo que

lhos. “Antes eu interpretava na igreja como voluntária, sa-

não seja para atuar de forma profissional, aprender a Libras

bia um pouco de Libras que aprendi com amigos surdos.

permitirá a todas as pessoas uma comunicação plena, afi-

Depois de me formar na Verbo em Movimento continuei

nal se você está pronto para interpretar em uma língua é

fazendo meu trabalho voluntário, mas agora passei a me

porque já é a aprendeu o suficiente para passar aos outros”.

manter com a renda dos meus trabalhos como intérprete.”

Na escola existem cursos para pessoas que não sabem

Não apenas pessoas que possuem alguma experiência

nada e querem começar do zero, até o de interpretação para

prévia que pode vir a se tornar um intérprete. O ex-aluno,

aqueles que já são fluentes na língua. O importante é permi-

Rony Carvalheiro, que hoje está formado e fluente em Li-

tir a inclusão das pessoas surdas no mundo das ouvintes e

bras conta que quando chegou à escola não tinha nenhum

das ouvintes no mundo das surdas.

especial

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destaque

destaque

EXPERIMENTANDO DIFERENÇAS PROJETO PROMOVE VIVÊNCIAS PARA PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA Fotos: Divulgação / CPB

Idealizado com o objetivo de oferecer a pessoas de todas as idades a oportunidade de vivenciar a práti-

CAIXA, com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

ca de modalidades paralímpicas, o projeto Experi-

Além de diminuir os preconceitos sobre as defici-

mentando Diferenças é uma iniciativa das Loterias da

ências, o projeto vem sendo desenvolvido desde 2013,

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nos shoppings de todo o País, em uma área cenográfica de 180 m² construída para o público vivenciar emoções semelhantes àquelas sentidas pelos atletas paralímpicos em algumas modalidades, como futebol com olhos vendados (chute a gol), Bocha Adaptada, Atletismo (corrida), basquete em cadeira de rodas e tênis de mesa entre outros jogos adaptados. Uma equipe de 16 monitores ajudam os participantes, enquanto convidados especiais, como o campeão mundial e bicampeão sul-americano de paracanoagem Fernando Fernandes, interagem com o público. “É muito bacana ver as pessoas vivenciando o esporte paralímpico, porque ao mesmo tempo que cadeira de rodas deixa de ser um objeto estranho, todos têm a oportunidade de entender o prazer de praticar o esporte de uma forma diferente”, conta Fernando. O projeto oferece à CAIXA visibilidade como empresa referência nacional em responsabilidade e inclusão social com a utilização do esporte como instrumento de superação, além de fortalecer a imagem da CAIXA Loterias como principal fonte na destinação de recursos para o desenvolvimento do paradesporto nacional. Além da vivência, o público ainda pode conferir a exposição Caravana Vencedores, que traz 60 imagens feitas pelo premiado fotógrafo Sérgio Dutti, que regis-

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO: São Paulo (SP) 6/8 a 17/8, no Shopping Eldorado Campinas (SP) 27/8 a 7/9, no Shopping Parque das Bandeiras Porto Alegre (RS) 17/9 a 28/9, no Shopping Praia de Belas Florianópolis (SC) 4/10 a 14/10, no Shopping Iguatemi Natal (RN) 14/1 a 25/1, no Natal Shopping Rio de Janeiro (RJ) 29/1 a 8/2, no Shopping Rio Sul Belo Horizonte (MG) 11/2 a 22/2, no Shopping Del Rey

trou os melhores momentos dos paratletas brasileiros nas Paralimpíadas de Londres. destaque

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destaque

destaque

ORTOBRAS AEROPORTO DE PALMAS É O PRIMEIRO DO PAÍS COM TECNOLOGIA DE ACESSIBILIDADE Fotos: Divulgação

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Ortobras – empresa especializada em pro-

O objetivo do ELO é atender os passageiros dos ae-

dutos de mobilidade e acessibilidade – e a

roportos que contam com terminais ao nível do solo,

Infraero – administradora dos principais

bem como as posições remotas dos aeroportos servidos

aeroportos do País – inauguraram em fevereiro, no ae-

por pontes de embarque. A tecnologia possui também

roporto de Palmas (TO), o sistema ELO. Utilizada pela

uma versatilidade, uma vez que os conectores podem

primeira vez no País, a solução é um conjunto de pas-

ser adaptados às diferentes realidades dos aeroportos.

sarelas climatizadas e projetadas para interligar salas

Segundo o presidente da Infraero, Antônio do Vale, a

de embarque e desembarque às aeronaves com lugares

tecnologia é adequada para aviões da classe C, os quais

destinados para pessoas com mobilidade reduzida.

a porta de desembarque fica a uma distância de 2,5 a 3,5

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metros do solo. Além da escada, há um elevador para cadeirantes com capacidade de suportar até 225 quilos. “Esses módulos evitam que os passageiros enfrentem chuva ao se dirigirem às aeronaves em um dia de mau tempo”, reforça. Já Ricardo Hummel, diretor-presidente da Ortobras, lembra que há mais de 30 anos a empresa se preocupa com acessibilidade no Brasil. “Para nós é uma grande conquista entregar um projeto dessa grandeza sabendo que milhares de pessoas serão beneficiadas em todo o País. Foram mais de três anos de pesquisa, desenvolvimento e investimento”, enfatiza. Com tecnologia 100% nacional, o principal diferencial do sistema ELO é o Mamuth – Módulo Remoto para Embarque Acessível. Desenvolvido pela Ortobras, o produto faz a conexão da passarela ao avião, proporcionando duas vias de acesso: uma escada ampla e um elevador. Além do trabalho no Aeroporto de Palmas, que recebeu três equipamentos, a tecnologia está em fase de instalação no Aeroporto Internacional Salgado Filho, localizado em Porto Alegre (RS). A previsão é que o projeto seja implantado em 30 terminais da Infraero até 2015. destaque

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especial

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TORNEIO INTERNACIONAL DA HOLANDA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE 7 VENCE A UCRÂNIA E CONQUISTA TÍTULO Por: Comitê Paralímpico Brasileiro | Fotos: Divulgação

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seleção brasileira de futebol de 7 conquistou o Torneio Internacional da Holanda, realizado em Groesbeek, a 128 quilômetros de Amsterdã. A taça veio após uma vitória por 1 x 0 sobre a Ucrânia, seleção medalhista de prata nos Jogos de Londres-2012 e favorita ao título em solo holandês. O gol que valeu a medalha de ouro foi marcado pelo atleta Wanderson, que veste a camisa 10 do time. Com a vitória, o Brasil encerrou sua participação no evento com uma campanha invicta. Antes de derrotar os ucranianos, o time verde-amarelo derrotou a anfitriã Holanda por 3 x 1 e por 5 x 2, além de ter empatado em 0 x 0 com a própria Ucrânia. O triunfo contra a forte equipe ucraniana vingou

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a derrota sofrida na final da Copa Intercontinental da modalidade, realizada no ano passado, na Espanha. Na ocasião, após uma campanha impecável, com 100% de aproveitamento até o jogo decisivo, a Seleção Brasileira caiu diante dos ucranianos na grande final, vencida pela equipe do leste europeu pelo placar de 1 a 0. A conquista brasileira no Torneio Internacional da Holanda anima ainda mais a equipe para a disputa da Copa América, que será realizada em Toronto, no Canadá, entre agosto e setembro. A competição continental é classificatória para a Copa do Mundo de 2015, principal evento da modalidade depois dos Jogos Paralímpicos.


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vale ler

vale ler

DESCULPE, NÃO OUVI! PUBLICADO EM MARÇO, O LIVRO TRAZ AS EXPERIÊNCIAS DE VIDA DA PUBLICITÁRIA LAK LOBATO Por: Camila Sousa | Foto: Divulgação

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DESCULPE, NÃO OUVI!

Editora Atitude Terra

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publicitária Lak Lobato, 37, perdeu a audição aos dez anos, algo diagnosticado pelos médicos como uma sequela tardia da caxumba. A jovem só recuperou a capacidade de ouvir décadas mais tarde, graças a um bem-sucedido implante coclear bilateral. Como cresceu aprendendo o português, sua língua materna, Lak nunca sentiu a necessidade de aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras), se tornando assim uma surda oralizada. Tal característica, pouco conhecida do público em geral, foi a principal motivação para Lak criar o blog Desculpe, não ouvi!, que posteriormente se tornou um livro publicado com o mesmo nome. Na obra, ela conta sua trajetória de forma bem humorada e sem sentimentalismos, dando ênfase para a importância da audição e a beleza dos sons. O livro traz ainda as diferenças entre as pessoas com deficiência auditiva e surdos oralizados, mostrando que o segundo grupo tem necessidades, interesses e características diferentes dos primeiros, principalmente no que diz respeito à comunicação. Desculpe, não ouvi! é um livro para ler com um sorriso no rosto e com os ouvidos bem atentos para o universo sonoro que nos rodeia.


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ANDALUZ Fotos: Yves Tadeu / Divulgação

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aseado em fatos reais, o longa Andaluz foi gravado para a TV e traz o primeiro protagonista albino do cinema. Na trama, Andaluz (interpretado por Flávio André Silva) é um carroceiro e morador de rua albino que vive nas imediações do bairro Luz (SP). Em uma noite, ele testemunha acontecimentos assombrosos dentro do Mosteiro da Luz, após uma parede do local ser demolida. Assustado com sua descoberta, Andaluz tenta trazer à tona o que viu, mas sofre com o preconceito e tem somente o apoio de Marino, um jornalista que tenta ajudá-lo. Confuso com a situação, Andaluz começa a ter pesadelos e percebe que precisará enfrentar um mistério ainda maior: sua própria origem. Além do preconceito, o filme mostra um pouco das dificuldades da pessoa com albinismo, principalmente no caso do protagonista que anda o dia inteiro sem nenhuma proteção contra o sol.

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Título: Andaluz Ano: 2010 Gênero: Drama Duração: 52 minutos Direção: Guilherme Motta Elenco: Flávio André, João Signorelli, Luciana Vendramini


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