Revista Incluir

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www.edminuano.com.br

revista IncluiR - ao alcance de todos

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Ano 6 R$ 14,90 € 5,00

A musa

MARINALVA DE ALMEIDA

e pura superacao

Esportista, modelo, mãe e mulher: A velejadora que participou das paralimpíadas do Rio, fala como lida com uma rotina multitarefa

MARINALVA DE ALMEIDA

especial sexualidade Tire dúvidas e desmistifique tabus que ainda existem sobre o tema

você pode

chefe ser o

Adaptações garantem que pessoas com deficiência tornem-se empreendedores

Atenção A partir do código em braile, o leitor tem acesso ao conteúdo audiodescrito da revista na íntegra em nosso site

A festa paralímpica As histórias de superação, inclusão, conquistas e medalhas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Confira a cobertura completa e a opinião de quem participou deste grande evento

e mais!

Um tour pelos pontos turísticos do Rio de Janeiro testando a acessibilidade para surdos, cegos e cadeirantes

Laramara Associação comemora 25 anos de sucesso no atendimento de pessoas com deficiência visual JUN/JUL 2016

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Foto: Gustavo Moura

é uma publicação bimestral da Editora Minuano

Av. Marquês de São Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - São Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234

DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera Lúcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br FINANCEIRO Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino EDITORIAL Editora de conteúdo: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Letícia Leite e Marina Sobrinho redacao@edminuano.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Alaor Filho, Augusto Moraes, Bianca Ponte, Bruno Ryfer, Cleber Mendes, Danielly Stefanie de Oliveira, Fred Holfmam, Gustavo Moura, João Augusto de Oliveira, Kely de Aguiar, Kriz Knack, Marco Antonio Teixeirae Whashington Alves (fotos); Danielly Stefanie de Oliveira (ilustração); Eliane Cristina Baatsch, Eliane Lemos, Felipe Cristiano da Silva, Leonardo Gontijo, Renata Andrade e Denise Crispim (coluna); Cicero Urban (artigo) CIRCULAÇÃO Patricia Balan - circulacao@edminuano.com.br MARKETING Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br PUBLICIDADE Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini, Kalinka Lopes, Marco Gouveia e Stepan Tcholakian VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente Depósito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE atendimento@edminuano.com.br Paloma França e Thais Souza Tel.: (0XX11) 3279-8571 DEPARTAMENTO DE WEB Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br

Colhendo os frutos e compartilhando os conhecimentos Os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro acabaram e nele pudemos ver nossos atletas colhendo os frutos de seus trabalhos. Por isso, nesta edição, trazemos uma cobertura completa do evento, com um balanço geral das conquistas brasileiras, além de uma análise da acessibilidade do parque olímpico, com a opinião do público e de atletas. Durante nossa passagem pelo Rio, também visitamos alguns pontos turísticos e contamos como estes locais estão preparados para receber pessoas com deficiência física, visual e auditiva. Conheça ainda a Biblioteca Parque Estadual, espaço no Rio de Janeiro que passou por uma reformulação para unir arte, literatura e plataformas multimídias em prol de pessoas com deficiência. Também trazemos outras opções de lazer fora do Rio de Janeiro, como em Balneário Camboriú, que já conta com um mirante sobre rodas totalmente acessível. Já em São Paulo, levamos nosso atleta do triatlo Fernando Aranha para testar o iFly, um simulador de voo genial usado para treino de paraquedismo e que garante muita emoção pra quem tem coragem de se aventurar dentro do túnel de vento. Imperdível! Na entrevista de capa, falamos com a atleta de vela Marinalva

PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br A Editora Minuano recebeu o prêmio TOP QUALIDADE BRASIL em 2015/2016 pelo reconhecimento da excelência de qualidade em seus produtos e ações.

FILIADA À

de Almeida, que contou um pouco de sua história e da importância do esporte em sua vida. Já a matéria especial desta edição aborda a sexualidade, tema que, apesar de ser polêmico, desperta sempre muita dúvida e questionamentos. Boa leitura e até a próxima!

Impressão e Acabamento:

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Esta revista foi impressa na Fontana divisão gráfica, com emissão zero de fumaça, tratamento de todos os resíduos químicos e reciclagem de todos os materiais não químicos.

Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678 – CEP: 06045-390 – Osasco – SP.

RESPEITE O DIREITO AUTORAL Reproduzir o conteúdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou física) é proibido por lei. O direito autoral é protegido por lei específica (lei nº 9.610/98) e sua violação constitui crime. Respondendo judicialmente o violador

Julliana Reis Julliana Reis Editora-chefe


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Sumário

Edição 43

10 test drive Peugeot 2008

12 lazer iFLY

14 laramara 25 anos

16 vitrine Banheiros

18 instituto Pestalozzi de Resende

28 especial Sexualidade

20 instituto Instituto Gabi

22 histórias de Sofia Segurança

26 saúde Baixa audição

38 estamos de olho Inclusão profissional

24 mundo afora Príncipe de Dubai

40 vale saber Dog Day


Mano Down

42 coluna

44 educação Discalculia

48 coluna Equoterapia

56 rio 2016 Rio 2016

74 coluna Entre Rodas & Batom

76 vale saber Maquetes

86 minha história André Bandeira

84 melhor idade Alimentação

94 vale ler O menino que pedalava

50 entrevista Marinalva de Almeida

70 coluna AAPSA

72 projetos especiais Biblioteca Parque Estadual

78 empreendedorismo Empresa de estampas

80 coluna Verbo em Movimento

82 turismo Mirante sobre rodas

88 artigo Cicero Urban

90 notas Notícias do setor

92 vitrine Livros

68 incluir cultural Stand up comedy

96 vale assistir Procurando Dory

98 Turma do Dauzito O amor é contagioso


FALE CONOSCO Queremos saber sua opinião sobre a revista. E você também pode sugerir pautas ou comentar nossas reportagens. Estamos esperando seu contato!

Fiquei imensamente feliz em conhecer a revista Incluir durante minha ida às Paralimpíadas no Rio de Janeiro. Tenho um filho de 16 anos com deficiência física e acompanhar o conteúdo de vocês será muito importante pra mim e principalmente para ele. Adoramos a parte de lazer, os lugares incríveis que podemos ir! Obrigada Revista Incluir, vocês são incríveis. Dalva Tavares Nunes e Gabriel Tavares

Olá redação da revista Incluir. Assinei a revista Incluir pelo site e fiquei feliz com o conteúdo! Também acompanho as redes sociais e acho que o trabalho de vocês é muito

Assim que recebeu a revista Incluir nosso medalhista

importante. Sou fisioterapeuta e atendo muitas pessoas

Daniel Dias – capa da última edição – se disse feliz pela

com deficiência, e isso vai me ajudar muito. Gostaria

homenagem. “Nossa, que honra. Não li a matéria, mas só

inclusive de sugerir mais matérias sobre acompanhamento

pela capa, posso garantir que já gostei muito”

com fisioterapeutas e da importância desses profissionais ma reabilitação de pessoas com deficiência. www.revistaincluir.com.br revista IncluiR - ao alcance de todos

Thiago Augusto

A musa

Fiquei extremamente feliz com minha matéria na

MARINALVA DE ALMEIDA

revista Incluir. Muito obrigada pela oportunidade, pelo

e pura superacao

profissionalismo e pelo carinho.

Esportista, modelo, mãe e mulher: A velejadora, que participou das paralimpíadas do Rio, fala como lida com uma rotina multitarefa

MARINALVA DE ALMEIDA

Iasmin Rosário

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Ano 6 R$ 14,90 € 5,00

especial sexualidade Tire dúvidas e desmistifique tabus que ainda existem sobre o tema

você pode

chefe

Atenção A partir do código em braile, o leitor tem acesso ao conteúdo audiodescrito da revista na íntegra em nosso site

A festa paralímpica O evento trouxe para o País muita superação, inclusão, acessibilidade e histórias para contar! Conheça a opinião de quem acompanhou de perto e o legado pós Jogos Paralímpicos

ser o

Adaptações garantem que pessoas com deficiência tornem-se empreendedores

Central de atendimento ao assinante: 11 3279-8572 redacao@revistaincluir.com.br facebook.com/revistaincluir

Laramara Prestes a completar 25 anos, associação comemora resultados positivos

OUT/NOV 2016

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Foto de capa: João Augusto de Oliveira

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NOSSO ENDEREÇO:

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Acesse nosso site e confira as novidades e as edições anteriores: 8 revista incluir www.revistaincluir.com.br


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Test drive

O modelo SUV compacto da Peugeot chama a atenção pelo design moderno e robusto Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte

L

ançado no Brasil no primeiro semestre de 2015, o 2008 entra na briga dos SUVs

compactos e se destaca pela beleza e

pelo bom desempenho.

Com motor turbo THP Flex, o modelo oferece

alto nível de performance, com baixo consumo de combustível e sem agredir o meio ambiente,

já que dispõe de um sistema de baixo nível de emissão de CO2.

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revista incluir

Ele é o primeiro propulsor de injeção direta

primento, 1,74 de largura e 1,58 de altura) e

torna o Peugeot 2008 o mais potente do seu

panorâmica e entrada de luz natural no car-

com turbocompressor bicombustível o que segmento. O equilíbrio entre desempenho e

economia garantiu ao modelo nota A de consumo no programa de etiquetagem veicular do INMETRO.

No quesito design, o 2008 chama aten-

ção pelo tamanho (são 4,16 metros de com-

pelo teto de vidro, que permite uma visão

ro, deixando o trajeto muito mais agradável. Outro diferencial, o espaço interno garante o conforto dos passageiros, enquanto o porta-malas de 355 litros – segundo maior

da categoria –, permite transportar muitas bagagens sem dificuldades.


Com a tela de 7’’, o modelo oferece nave-

gação de rádio, celular, fotos e GPS, além das

regulagens do veículo e das indicações dos

chama a atenção e deixa o passeio muito mais agradável”, conta ele.

Fernando também elogiou e até se surpreen-

sensores de estacionamento.

deu com a potência do carro. “Ele tem uma arran-

cionado bi-zone, que coloca um ponto final na

carro mais pesado. Mas, pelo contrário, a força do

Destaque ainda para o sistema de ar condi-

discordância de temperatura entre motorista e passageiro. Isso porque as temperaturas são

controladas de maneira independente, graças a

dois sensores que ficam de cada lado do carro.

cada muito forte e até assustei, pois esperava um motor faz ele parecer muito mais leve. Me surpreendeu positivamente.”

Entre outros quesitos, ele também elogiou o

volante e os controles de navegação do painel, além do espaço interno. “Com a regulagem de

altura do banco e por ele reclinar totalmente para trás, foi muito tranquilo colocar a minha cadeira de

rodas no banco do passageiro e também no banco

de trás. Isso é muito importante para garantir a independência do cadeirante. Minha cadeira tam-

bém cabe no porta-malas sem precisar desmontar, basta tirar o tampão. Isso também é ótimo.”

O test drive Nesta edição realizamos um test drive es-

pecial, já que contamos com a participação do

atleta Fernando Aranha, do Triatlo, que disputou

a modalidade nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, durante nossa cobertura do evento, na

Pontos positivos: ● Visibilidade ● Design

Cidade Maravilhosa.

● Espaço interno

testou o modelo 2008 da Peugeot, que recebeu

● Conforto

Fernando, que tem sequela de Poliomielite,

adaptação de alavanca de freio e aceleração da Speedtech.

Ele, que dirige há mais de 15 anos, destacou

● Porta-malas ● Abertura da porta dianteira

desde a beleza do modelo até a potência do

Pontos negativos:

visibilidade excelente. Isso sem falar nesse teto de

● Distância em relação à porta dianteira

motor. “Achei o carro muito bonito e tem uma

vidro, que é muito bacana e um diferencial que

● Abertura do porta-malas

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Livre para voar Nosso atleta do triatlo, Fernando Aranha, aceitou o desafio para voar em São Paulo Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte

A

pós participar da disputa no tria-

tlo, nas Paralimpíadas do Rio de

Janeiro (RJ) e de realizar o test

drive desta edição, convidamos o atleta

Fernando Aranha para um passeio muito especial. Ele, que tem sequela de Poliomielite

e utiliza cadeira de rodas para se locomover,

aceitou de pronto o convite para fazer um voo na iFLY, em São Paulo (SP).

Para quem não conhece, a iFLY opera o

maior simulador de paraquedismo indoor do mundo e já conta com duas unidades no Brasil, uma em São Paulo e outra em Brasília

(DF). Nelas, um túnel de vento é usado para simular tanto voos de entretenimento, como voos de treinamento para paraquedistas. Em

outros países, o túnel também atende a um

programa educacional em que os alunos podem conhecer na prática os conceitos

de disciplinas como ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

Voltando ao voo de nosso atleta, assim

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que chegamos à sede do iFLY, Fernando não

escondeu a ansiedade. “Estou até com um pouquinho de medo, mas vamos lá, parece que vai ser muito bom isso”, contou ele, antes de iniciar o treinamento.

Entre os procedimentos padrões para

realizar o voo – cada um deles têm duração de aproximadamente um minuto –, está a realização de um treinamento.

Feito isso, chegou a hora de colocar o

macacão, o capacete, o tênis e o óculos de

proteção para, enfim, entrar no tão esperado túnel de vento.

Segundo o empresário Fábio Diniz, um

dos responsáveis pela vinda do iFLY para

o Brasil, voos de pessoas com deficiência são bem comuns em todo o mundo. “Esta-

mos acostumados a trabalhar com pessoas com deficiência e aqui eles são tratados sem diferença, pois não há um treinamento específico para esse público. O que pode ter

é a necessidade de uma adaptação como,

por exemplo, ter um cuidado maior com as pernas, usando o caso do Fernando como exemplo”, explica.

Fábio é paraquedista e costumava rea-

lizar treinamentos de voo no iFLY, por isso,

ele resolveu trazer o túnel para o Brasil. “Já estamos trabalhando para abrir novas unida-

des em outras cidades brasileiras no próximo ano”, completa.

Sobre o voo, Fábio garante que o atleta

se saiu muito bem. “Sem dúvidas foi incrível ver o Fernando se sair tão bem em seu

primeiro voo. Eu olhava pra ele ali dentro

e pensava: ‘ele não anda, mas pode voar’ e isso é genial.”

Para voar, Fernando contou com a

ajuda de dois instrutores, que garantiram

sua segurança dentro do túnel. “Eu estava me sentindo muito bem e muito seguro lá

dentro. Todo o receio passou no momento que eu senti meu corpo pairando no ar.

Foi tão incrível que eu senti vontade de

arriscar mais. Deu até vontade de chorar de tão feliz que eu estava. Posso dizer que foi um momento único na minha vida”, conta Fernando que pretende voar mais vezes.

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Laramara

Laramara:

25 anos de história Instituição atua em prol da educação e desenvolvimento da pessoa com deficiência visual e já atendeu milhares de famílias em todo o território brasileiro

M

Por: Letícia Leite / Fotos: Kriz Knack e Danielly Stefanie de Oliveira

oderna, aberta e flexível, a Laramara é uma das institui-

ções mais atuantes do Brasil

e centro de referência na América Latina quanto ao trabalho interdisciplinar de

avaliar, diagnosticar e intervir no processo de aprendizagem e desenvolvimento de

pessoas com deficiência visual e múltipla.

Suas ações disseminam por todo o

país materiais pedagógicos, tecnologias e conhecimento, e se estendem à família, à escola, à empresa e à comunidade,

apoiando pessoas de todas as idades de

forma integral, seja em relação à educação, trabalho, cultura ou lazer.

Considerada um verdadeiro centro de

desenvolvimento humano e apoio à inclusão social, já atendeu quase 11 mil famílias

em todo o território brasileiro e estabelece uma parceria muito importante com os familiares, que participam de todas as

etapas de seu trabalho. Preocupa-se com

o assessoramento atuando na formação inicial e continuada de profissionais para disseminar o conhecimento desenvolvido

e sistematizado. Desenvolve um trabalho de cooperação técnica com a Secretaria

da Educação em apoio à inclusão escolar.

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Carmem e seu filho Francisco


A instituição desenvolveu mais

confeccionar cada um dos brin-

foram integrados ao livro Brin-

brincadeiras educativas. Produz

de 100 brinquedos especiais que

car para Todos, distribuído para

todo o Brasil pelo Ministério da Educação. Este livro foi dedicado

às mães, mostrando-lhes como

quedos e como utilizá-los nas ainda mais de 30 materiais de instrução entre livros e DVDs sobre educação da criança com deficiência visual.

O nascimento da instituição Tudo começou quando a filha caçula

Victor Siaulys, conseguiram realizar o sonho: criaram o

de Mara Siaulys, Lara, adquiriu deficiência

Instituto Laramara. No início,

fia amasse sua profissão, teve de imediato

da família para compartilhar com os pais

visual. Por mais que a professora de geogra-

ainda muito pequena, era uma proposta

uma equipe comprometida em garantir o

uma certeza: “Minha prioridade a partir da-

suas experiências, transmitir-lhes otimismo

um único pensamento: melhorar a qualidade

quele momento era a educação de minha

filha e precisava me dedicar inteiramente a ela. Queria aprender rapidamente como

educar a Lara e comunicar-me com uma criança que não enxerga”, diz a fundadora

e crença no potencial de desenvolvimento

das crianças e dar às pessoas com deficiência visual a oportunidade de educação com os melhores recursos existentes.

“Idealizamos um espaço que daria opor-

do Instituto Laramara.

tunidade de educação a muitas crianças,

fazer para que Lara descobrisse o mundo?

através de brincadeiras e serem felizes. Um

A partir daí, foi lançado o desafio. O que

Como proporcionar à sua filha as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de todas as crianças? Mara cursou

Pedagogia, se especializou no ensino de pessoas com deficiência visual e foi trabalhar como voluntária.

Entendendo um pouco mais sobre de-

ficiência visual, passou a inventar brinca-

deiras e brinquedos que ajudassem Lara

onde elas pudessem aprender com prazer

espaço no qual a pessoa com deficiência

visual encontraria apoio para se desenvol-

ver em todos os sentidos, contando com os

situação das crianças com deficiência visual

em nosso país. Pensava na dificuldade dos pais, na precariedade de serviços especializados, na falta de intervenção

precoce e de suporte às famílias, creches e escolas”, diz Mara.

Assim, em 1991, junto a seu marido

inspirados na Lara tenha continuidade com

ela. Que a força de vontade para superar

todos os obstáculos que ela sempre demonstrou seja inspiradora para todos

os jovens cegos de nosso país, que hoje, felizmente, encontram recursos para apoiar seu desenvolvimento”, finaliza.

Expectativas Atualmente, completando 25 anos, a

de 80 mil itens para todo o Brasil, entre

queria colaborar para uma mudança na

e espero que este trabalho que criamos

para a vida como cidadão integrado.

seu aprendizado passou a ser seu objetivo.

“Quanto mais eu aprendia sobre o tema

Dedico-me à instituição com muita alegria

conviver, obter informações e preparar-se

instituição localizada no bairro da Barra

e via o desenvolvimento da Lara, mais

de vida da pessoa com deficiência visual.

melhores recursos e serviços, onde pudesse

a compreender tudo a sua volta. Mostrar-

-lhe como usar os outros sentidos para

sucesso da instituição, todos trabalham com

Funda, em São Paulo (SP), já distribuiu mais

livros, manuais de instrução, vídeos, brinquedos pedagógicos, máquinas, bengalas

e recursos ópticos. Ainda segundo Mara Siaulys, o projeto continua crescendo e

diz que em todos os momentos de sua trajetória procura se superar para assegurar

igualdade de oportunidades à pessoa com deficiência visual, para que ela se conscientize de seus direitos e deveres.

“Em todos os setores da Laramara há

Lara e Mara Siaulys

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Vitrine

Banheiros acessíveis Ducha com barra ajustável Fixada na parede, a ducha tem a altura regu-

lável de acordo com a necessidade do usuário. Japi: www.japi.com.br

Barras de apoio em aço inox Maiores e em formatos mais específicos, as barras de apoio podem ser instaladas em pias e lavatórios, dentro do box, nas laterais do vaso

sanitário e nos cantos de paredes. O acabamento com canopla esconde os parafusos. As barras são

produzidas em aço inox 304, que não oxida, suportam até 150 kg e atendem à norma de acessibilidade (ABNT NBR9050/2015). Astra: www.astra-sa.com.br

Box Flex Sem trilhos superiores, possui altura de 2,0 metros e com vão mínimo de 0,60 metros e máximo de 1,2 metros,

garantindo o conforto e espaço necessário na hora do banho. Pode

ser instalado de diversas formas, com uma ou duas portas articuladas que se ajustam facilmente ao abrir e fechar.

Ideia Glass: www.ideiaglass.com.br

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Box Certo Permite a abertura das portas em

uma angulação de 180° , tanto para dentro, como para fora. Pode

ser instalado em cantos, espaços frontais ou até mesmo em cima

de banheiras. Por não possuir trilhos inferiores, a peça facilita a locomoção de cadeirantes ao entrar e sair do box.

Ideia Glass: www.ideiaglass.com.br


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Instituto

Associação Pestalozzi de Resende Instituto precisa de ajuda para continuar os atendimentos a cerca de 235 alunos Por: Marina Sobrinho | Foto: Divulgação

dispõem de infraestrutura e atendimentos

especializados e, além da parte clínica, eles contam com um departamento de Esporte,

Cultura e Lazer, responsável pelas oficinas de dança, pela educação musical, e pelas

atividades de educação física, de natação e de ginástica rítmica.

Os alunos com idade superior a 18 anos

são inseridos nas oficinas do Centro de

Convivência. A associação também realiza

o projeto Sala de Leitura, para despertar o gosto pela leitura nos alunos e o projeto Autodefensores, que tem por objetivo discutir

e elaborar propostas para a conferência da

pessoa com deficiência do município de Resende, abordando temas como saúde, educação, inclusão social e acessibilidade.

L

ocalizada ao sul do estado do Rio de

Assim como todas as entidades do

Nos primeiros anos, a associação, sem fins

Janeiro, a cidade de Resende conta

lucrativos, realizou suas atividades na Casa da

Pestalozzi, entidade filantrópica fundada em

e também na Igreja do Rosário. Desde 1984,

com uma unidade da Associação

1969, para tratar, dar assistência e educação para pessoas com deficiência intelectual e paralisia cerebral, que dispõe de atendimento nutricional, psicopedagógico, de reabilitação,

fisioterapia e médico com hidroterapia, psicologia, fonoaudiologia e odontologia.

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Amizade, localizada na Praça Coelho Gomes, a Pestalozzi de Resende ocupa um prédio próprio que recebeu o nome de Escola Edouard Michelin, em homenagem ao doutor

Edouard Michelin por seus atos humanitários e contínuos no atendimento à unidade.

Na sede, cerca de 235 atendidos

estado do Rio de Janeiro, que dependem

de repasses da Fundação para a Infância e

Adolescência (FIA) para dar continuidade aos atendimentos, passa por uma grave crise por falta desses repasses. Por isso,

eles precisam de ajuda para manter suas atividades e poder continuar os

atendimentos para os mais de 235 alunos.

Os interessados em ajudar podem fazer

contato pelo e-mail: pestalozziresende@ hotmail.com ou no telefone (24) 3354-1460.


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Instituto

Instituto Gabriela Barreto Sogari Quem ajuda as pessoas é feliz

E

Por: Marina Sobrinho | Foto: Divulgação

m 2001, o jornalista Francisco Sogari

e sua esposa Iracema Sogari, que

atuam há mais de 25 anos em

educação para pessoas com deficiência,

decidiram fundar o Instituto Gabriela Barreto Sogari, carinhosamente chamado de Instituto

Gabi, localizado na zona sul de São Paulo (SP). A iniciativa do casal surgiu depois de

um episódio trágico. Perderam sua filha, Gabriela, ao seis anos de idade, enquanto eles

atravessavam a rua, rumo a um supermercado para comprar alimento a um morador em situação de rua, que a filha, sensibilizada,

pediu ao pai, dizendo “Quem ajuda as pessoas é feliz”. A frase se tornou um lema

para a família, mas lamentavelmente não

houve tempo de chegarem ao mercado, um motorista embriagado atropelou a garota.

“Eu e minha esposa, Iracema, sabíamos

que era preciso seguir adiante mesmo em meio a tanta dor e desespero. Tínhamos outro

filho – o João Filipe, hoje, com 17 anos – para

cuidar e amar. Mas precisávamos de algo a mais naquele momento. Era preciso manter a Gabi viva entre nós”, relata Francisco.

Na garagem de uma voluntária que

tudo começou. O casal atendia crianças e adolescentes com deficiência, com ajuda de voluntários. “Descobrimos que estas famílias eram duplamente excluídas, pois

não tinham acesso a tratamentos, orientação, informação”, disse Franscico.

As crianças, adolescentes e jovens

20

atendidos pela instituição frequentam a

convênio com a Prefeitura de São Paulo e de

participam de atividades de vida diária e

de roupas e objetos na própria sede da ONG.

casa diariamente, por meio período. Elas

oficinas, complementados pelo atendimento

doações particulares, além do bazar permanente Outra estratégia para garantir a

de fonoaudiologia e psicologia. Um assistente

sustentabilidade é a Campanha Sócio

incluindo projeto de geração de renda.

recebem um boleto sem valor de cobrança, pelo

social realiza o trabalho com as famílias, O Instituto Gabi entende que a família é

o alicerce de onde parte todo o trabalho. “As pessoas com deficiência passam quatro horas por dia no nosso atendimento. No restante do

dia, estão com a família, daí a importância desta célula na vida destas pessoas”, destaca Iracema.

O casal conta com o apoio e a dedicação de

voluntários. “No Gabi, há muito espaço para o

trabalho voluntário. Para os que querem fazer trabalhos presenciais, precisamos de voluntários para ‘engrossar’ o time”, disse o fundador.

Patrocinador, por meio da qual os interessados qual podem realizar uma doação espontânea, a

campanha conta também com a opção Sócio Patrocinador Master, voltada às empresas.

Os interessados em participar da campanha Sócio Patrocinador, Sócio Patrocinador Master, realizar doações diversas e/ou oferecer trabalho voluntário, podem fazer contato com o Instituto Gabi, pelo telefone (11) 5564-7709, pelo e-mail contatosinstitutogabi@gmail.com.

A entidade se mantém através de um

revista incluir

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Histórias de Sofia

Deficiência, autonomia e segurança Por: Denise Crispim* | Fotos: Shutterstock/Arquivo pessoal

E

ntre as principais angústias dos

Um fator, entretanto, acaba passando

situação de risco? Poucas vezes pensamos

A gente pensa tanto em prepará-los para

nando alvos fáceis para a criminalidade

pais de crianças com deficiência

muitas vezes despercebido: a segurança.

autonomia. Meu filho será capaz de traba-

o futuro e se esquece um pouco do pre-

figura, sem dúvida, a questão da

lhar, de se sustentar? Será independente, apesar de suas limitações, sejam elas físicas, sensoriais ou intelectuais?

A questão é muito presente e não

acontece sem razão. Nós somos finitos

e a sensação de deixar uma criança so-

zinha, sem o devido amparo, é bastante angustiante. Hoje recursos de tecnologia

sente. E infelizmente não são poucos os

física e emocional. A Secretaria de Direitos

recursos de comunicação alternativa e se

deficiência que são vítimas de violência Humanos até fez uma campanha de alerta para que as pessoas denunciem a violência cometida contra pessoas com deficiência.

Mas e quando estamos falando de crian-

muitas pessoas com deficiências diversas

fesa ou a comunicação. Como uma criança

bastante autônoma.

22

revista incluir

Falar no tema é o primeiro passo para

pensarmos em soluções. Uma criança

ças, em especial de crianças com deficiên-

morem sozinhas, trabalhem, tenham vida

que tanto nos assusta.

relatos de crianças e adolescentes com

assistiva têm auxiliado muito nesse proces-

so, a tecnologia tem tornado possível que

nisso e talvez por isso elas estejam se tor-

cias que muitas vezes dificultam a autodeque não fala comunica um sofrimento ou

como a criança que não anda foge de uma

que não fala, por exemplo, precisa usar fazer entender. Ela precisa ter um meio

de comunicação (ainda que seja o olhar) e códigos compreensíveis. É fundamental que as famílias busquem esses recursos e

encontrem as melhores estratégias com cada criança. Se a criança está num hospital, pelo Estatuto da Criança e do Adoles-

cente ela tem direito a acompanhante (faça valer seu direito, não deixe uma criança


sozinha, ela pode ficar ainda mais vulne-

sual ou deficiência múltipla também é preciso

sociais como escola, clínica, atividades de

ção o ambiente que frequentam e qual auxílio

rável). Agora se ela já frequenta ambientes lazer, é fundamental que a família consiga compreendê-la e haja comunicação efetiva,

com o hábito de narrar (seja qual for o recurso utilizado para isso) o que acontece no

seu dia a dia. Além do mais, ela precisa ter

segurança para contar. Alguém em quem ela confie. Criar canais com alguém na escola, com a família e ter sempre por perto

alguém de confiança é muito importante.

pensar em estratégias levando em considera-

necessário. O que não dá é para ignorarmos a questão da segurança. Pensar em segurança

não significa não pensar em autonomia, pelo contrário. A autonomia é algo que deve ser trabalhada ao longo de todo o desenvolvimento infantil, e quanto mais segura a criança estiver,

melhor ela usará os recursos a seu favor e mais chances terá de ser autônoma.

Precisamos dar espaço para autonomia,

Para crianças que não andam, é im-

mas precisamos pensar em segurança. A au-

A criança torna-se um alvo fácil: qualquer

ambiente seguro) fazer sozinhos aquilo que

portante ter mecanismos de segurança.

pessoa empurra sua cadeira, ela tem poucos meios de fugir. É preciso cercar-se de

pessoas de sua confiança, seja na escola ou em outro ambiente, e ter meios de reportar o risco. Para crianças com mais mobilidade,

usar o celular ou outros aparelhos para pedir ajuda pode ser um bom recurso.

Para crianças com autismo, deficiência vi-

tonomia está mais relacionada a deixá-los (em eles conseguem fazer e treinar habilidades para que eles possam cada vez mais. Já a segurança

é reconhecer em que momentos a criança está mais vulnerável e agir para que sua deficiência não a torne um alvo mais fácil e planejar as ações para evitar riscos desnecessários.

Estejamos atentos, em todos os am-

bientes.

*Denise Crispim é jornalista e mãe de nossa colunista mirim Sofia Crispim. Nesse texto, excepcionalmente, Sofia não participou.

revista incluir

23


Mundo afora

O príncipe da vida real Conheça Hamdan bin Mohammed Al Maktoum, príncipe herdeiro de Dubai, que dedica seu tempo a ajudar as pessoas ao redor do mundo Por: Letícia Leite / Fotos: Reprodução Instagram

O

segundo filho do Sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum tem

chamado atenção internacio-

nalmente. Aos 33 anos, Hamdan bin Mo-

hammed Al Maktoum ou Fazza, nome que utiliza para publicar os poemas que escreve,

compartilha sua rotina com seus quase 4 milhões de seguidores no Instagram.

O príncipe, que não costuma chamar

muita atenção, sempre vestido com roupas

esportivas, dedica seu tempo a atividades para transformar o mundo em um lugar melhor,

auxiliar organizações filantrópicas é uma das

suas prioridades. Defensor da diversidade, apoia pessoas com deficiência e costuma participar de campeonatos em cadeira de rodas. Ao

aceitar o título de príncipe se transformou em

membro honorário do Centro de Pesquisa sobre Autismo de Dubai e participa ativamente de várias fundações, ajudando na compra de equipamentos médicos, por exemplo.

Fazza é conhecido por ser uma pessoa

muito aberta, costuma ser simpático com o

público, dar entrevistas e patrocinar eventos

esportivos. Ele adora animais, os cavalos são a sua verdadeira paixão, não apenas possui

24

revista incluir


um próprio estábulo, como apoia fundações

que protegem os animais e representa o país em competições internacionais de equitação.

Entre as suas maiores conquistas, destaca-se a medalha de ouro nos Jogos Equestres na França, em 2014.

Além disso, o herdeiro costuma pensar no

futuro das crianças de seu país, ele é o diretor

do comitê esportivo de Dubai, assim, cumpre a responsabilidade de levar e participar dos

eventos na cidade, como o grande festival de yoga e a maratona anual de Dubai. O

príncipe também apoia jovens talentos, por adorar fotografia fundou o concurso inter-

nacional de fotografia Hamdan International Photography Award, com um fundo de 400

mil dólares. Ele afirma que os artistas são um raio de esperança para o planeta e que sua

criatividade e visão iluminam a humanidade para um futuro melhor.

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25


Saúde

Baixa audição, fique atento! Déficit pode passar despercebido na juventude e ser descoberto após anos sem ouvir com qualidade

A

Por: Letícia Leite / Fotos: Arquivo pessoal

perda de audição é o mais

ouvido interno, elas não são enviadas como

adulta, após obterem o tratamento ade-

população, afetando mais de

perda auditiva é feito principalmente por

que antes nunca ouviram, como o barulho

frequente déficit sensorial da

360 milhões de pessoas no mundo todo,

segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O problema normalmente

é relacionado a idosos ou às pessoas que

nascem com deficiência auditiva, mas ele também é frequente entre adultos. Muitos

impulsos para o cérebro. O diagnóstico da meio de um exame chamado audiometria.

Baixa audição na fase adulta Imagine passar a infância e a juventu-

crescem achando que o volume baixo dos

de sem ouvir perfeitamente, acreditando

isso, quando, na verdade, possuem defici-

normal, quando, na verdade, possui uma

sons é o padrão normal e se habituam a

ência auditiva e não sabem. Estas pessoas ouvem o que, para alguém sem a deficiência, são apenas sussurros.

Basicamente, existem duas categorias

que o volume baixo dos sons é o padrão

deficiência. Os brasileiros ainda não têm

o costume de frequentar um fonoaudiólogo, e quando descobrem o déficit na vida

quado, se emocionam em poder ouvir sons dos pássaros, dos carros na rua, da porta batendo ou até o choro do próprio filho.

“Estima-se que uma pessoa com perda

auditiva demore em média sete anos para procurar ajuda. Neste tempo, a audição

dela pode ter sido dramaticamente prejudicada – em alguns casos a atrofia do nervo

auditivo nem pode ser revertida. Então é

importante que as pessoas fiquem atentas

e que, ao menor sinal de dor e redução da capacidade auditiva, busquem um otorrinolaringologista. Ele vai avaliar o caso e, se

de perda auditiva a condutora e a neuros-

sensorial. A primeira envolve anomalias na transmissão do som nos ouvidos médio e externo e pode ser corrigida. Pode aconte-

cer, por exemplo, quando a cera impede os sons de chegarem ao ouvido interno, onde

são transformados em impulsos nervosos

elétricos transmitidos para o cérebro. Ferimentos no tímpano e infecções do ouvido

médio também podem causar perda de audição condutora.

Já a perda neurossensorial envolve o

ouvido interno, há falha do nervo auditivo,

e é mais difícil de ser tratada. Portanto,

mesmo que as vibrações sonoras atinjam o

26

revista incluir

A fonoaudióloga Andréa Campos Varalta Abrahão


necessário, encaminhará o paciente para a adaptação dos aparelhos com um fono-

audiólogo,” diz a fonoaudióloga Andréa

Campos Varalta Abrahão, diretora técnica da Direito de Ouvir, empresa especializada

audição em oito anos de trabalho”, diz a fonoaudióloga.

Da caxumba à surdez

exemplo, pode ser necessária uma cirurgia.

Uma série de sinais pode indicar que

Caso ela seja provocada por uma obstrução

uma pessoa sofre de perda auditiva. Para

causada pela cera compactada, uma limpeza

identificá-los, é preciso observar algumas

feita por um otorrinolaringologista pode ser

ações comportamentais no dia a dia:

suficiente. Se a perda auditiva for causada

pelo envelhecimento natural – a chamada

• Quando a pessoa passa a não

presbiacusia – entram os aparelhos auditivos.

entender direito o que é falado ao

“Pouco a pouco, o preconceito sobre os

telefone ou em locais barulhentos;

aparelhos auditivos tem diminuído. Cada vez

• Quando passa a achar que o tom

menores e mais potentes, eles atendem diversos

de voz normal é um sussurro;

tipos e graus de perda auditiva e ainda pos-

• Se há necessidade de aumentar

suem funções impressionantes. Há aparelhos

muito o som da TV ou do rádio para estão sendo apresentadas;

• Se não entende o que as pessoas

dizem e, por vergonha, acaba dando respostas erradas às perguntas;

• Quando pede com frequência

para que as pessoas repitam o que disseram.

Segundo Andréa, a perda da audição

afeta a vida de uma pessoa adulta de diversas formas. O principal ponto a ser com-

prometido é a comunicação. A pessoa com perda auditiva tem dificuldade de interação

Paula Sposito

Paula Sposito Almeida, 23 anos, pegou

caxumba no primeiro dia de escola, aos seis anos. Na época, ninguém percebeu que a doença tinha provocado a perda de audição de um de seus ouvidos.

“A perda auditiva ainda carrega um es-

tigma muito forte de incapacidade. Mas é

importante deixar claro que as tecnologias de hoje permitem cada vez mais a inclusão

de pessoas com esta deficiência na sociedade. Só aqui na empresa já ajudamos mais de 15 mil pessoas a reabilitarem sua

aparelho auditivo”, complementa Andréa.

Graus de perda auditiva

LEVE (21 A 40 dB) – Quando uma pes-

mim. Muitas vezes, me senti diferente dos outros e questionava a minha capacidade.

Não sabia que tudo isso era devido a um déficit de audição,” diz Paula.

sons normalmente

soa tem dificuldade para entender a fala e alguns sons, como o canto dos passarinhos

MODERADA (41 A 70 dB) – Neste caso,

Já na fase adulta, Paula resolveu fazer

há dificuldade para ouvir o latir do ca-

perda de audição: “Quando coloquei o

do aspirador de pó e outros ruídos

aparelho, me senti como naqueles vídeos

casos de depressão.

ouvir música ou atender o telefone direto pelo

as explicações era um desafio imenso pra

pre fui distraída nas aulas e compreender

o que as pessoas dizem ou se até mesmo é a perda também está muito relacionada a

celulares, tablets e TVs. É possível, por exemplo,

NORMAL (0 A 20 dB) – Ouve todos os

um exame de audiometria e constatou a

alvo de brincadeiras ou chacotas? Por isso,

no mercado que podem ser sincronizados com

“Tive muita dificuldade na escola, sem-

e, normalmente, acaba se isolando. Por que ir a uma reunião familiar se ela não entende

O tratamento para a perda auditiva depende

de suas causas. Se a surdez for provocada por problemas na membrana do tímpano, por

em aparelhos auditivos.

conseguir entender as coisas que

Como tratar?

em que a criança ouve pela primeira vez,

foi uma grande surpresa! Fiquei de boca aberta, pois nunca tinha tido a sensação

de ouvir com o ouvido direito. Comecei a perceber coisas que antes não percebia, como a porta batendo, o som dos pássaros,

o barulho dos carros. Se alguém me chamar hoje, não preciso virar tanto a cabeça. Se

antes era estranho ficar com o aparelho, hoje acho estranho ficar sem”, afirma.

chorro, um bebê chorando, o barulho mais altos

SEVERA (71 A 90 dB) – Pessoas com

este tipo de perda auditiva não conseguem ouvir o toque do telefone e nem compreender a fala, por exemplo

PROFUNDA (> 91 dB) – Nível de perda auditiva profunda, as pessoas não

ouvem sons considerados muito altos como uma máquina de cortar grama, um caminhão e a turbina de um avião

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27


Especial

Sexualidade Apesar do tema ainda ser repleto de tabus, conheça histórias de pessoas com deficiência que venceram as dúvidas e dificuldades físicas e conquistaram uma vida sexual saudável Por: Letícia Leite / Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

28

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29


Especial

A

pós um período inicial de tra-

tratar alguma disfunção sexual, são encami-

deficiência passa a ser inserida

A psicoterapia pode ser uma ferramen-

tamentos, toda pessoa com

na sociedade, seja no lazer, no estudo, no

ta para a reabilitação à medida que ajuda

cesso de inclusão neste quesito abrange

terno e a priorizar a busca da satisfação

trabalho e também na vida sexual. O pro-

um conjunto de fatores biológicos, psicológicos e sociais, como informações deta-

lhadas sobre a sexualidade na condição da deficiência, tratamentos para disfunções

sexuais, formas de lidar com o preconceito e de melhorar a autoestima, por exemplo.

A reabilitação sexual pode ser realizada

das necessidades mais íntimas como: não desistir dos seus objetivos, compreender

suas dificuldades, aceitar mudanças, perder o medo de arriscar, voltar a acreditar no

amor e se entregar de corpo e alma aos seus sentimentos, como o amor e a paixão. “As pessoas com deficiência podem ter

uma vida sexual ativa saudável se aprende-

psicoterapeuta especialista em Psicologia

e confiar em seu potencial. Ter uma vida

Hospitalar da Reabilitação, é importante que

o paciente tenha acesso à informação, aos tratamentos e que experimente a vida sexual

com objetividade, sem fugir da intimidade.

Ele ressalta ainda que cada deficiência possui uma peculiaridade a ser tratada.

“O ideal é que a reabilitação sexual

rem a enfrentar as dificuldades, ter atitude

sexual prazerosa depende de conhecer o

nosso corpo em cada situação e em cada momento da vida. Mesmo na ausência de

sensibilidade podemos ter prazer sexual, o segredo é estar conectado com os nossos

desejos e sentimentos”, garante Puhlmann. Já quando o assunto é maternidade,

aconteça durante o processo de reabilita-

o especialista diz que há cuidados espe-

cos e assistentes sociais especialistas em

gravidez. “A mulher com deficiência pode

ção física, e que seja conduzida por médi-

sexualidade. Eu, particularmente, prefiro trabalhar com grupos mistos, de homens e mulheres, trocando experiências sobre

sexualidade. E quando há a necessidade de revista incluir

o paciente a organizar o seu mundo in-

em grupo ou de forma individual, presencial

ou à distância. Segundo Fabiano Puhlmann,

30

nhados ao urologista ou à ginecologista.”

cíficos para cada mulher no período de

ter uma vida sexual ativa e prazerosa, pode

engravidar e cuidar de seu filho com auto-

nomia, ela enfrentará os mesmos desafios de outras mães.”


Sexualidade entre anões

Diferente do que muito se pensa, as

começam a se interessar pelas meninas, co-

nanismo são referentes à sua altura, em

ter nanismo os meninos não me olhavam

únicas limitações das pessoas que possuem questões sexuais o seu organismo funciona

normalmente. O casal de namorados Maria Rita Hubner Pottes e Saymon Aparecido

Pacheco, apesar de possuírem acondro-

plasia, tipo de nanismo que promove o encurtamento dos braços e das pernas,

meça a rolar aquele clima de paquera, e por da mesma forma que olhavam para as outras meninas. Comecei a lidar melhor com

esta situação quando passei a ter contato com outras pessoas com nanismo, pois vi

que existem outras pessoas iguais a mim.” Já Saymon conta que a única dificul-

possui uma vida sexual ativa e saudável

dade que enfrentou em relação ao nanis-

Maria Rita diz que os únicos problemas

“Acredito que para os homens seja muito

como a de qualquer outro casal.

que enfrentou em relação à sexualidade

foram as dúvidas que surgiram ao longo de sua vida. “Demorei um pouco pra ter

uma vida sexual ativa comparada as ou-

tras pessoas, mas eu e minha mãe sempre conversamos abertamente sobre o assunto

e isso me ajudou bastante. Nunca tive dificuldades referentes à minha deficiência

física. Tenho problemas hormonais, mas

mo na sua vida sexual foi o preconceito.

mais complicado do que para as mulheres, muitas vezes acontecia de não sair

com pessoas de estatura mediana devido

ao preconceito delas, tanto que a minha primeira relação foi com uma mulher do

meu tamanho. Quando a relação é com

uma pessoa da mesma estatura que você é bem mais tranquilo.”

Já quando o assunto é maternidade,

isso não está relacionado ao nanismo, pode

Maria Rita diz que uma gravidez é possível,

Ainda segundo a zootecnista de 25

suas deficiências ósseas. “Eu não poderia,

acontecer com qualquer pessoa.”

anos, a adolescência foi um período difí-

cil, pois ela não se sentia à vontade com a sua deficiência e disse, ainda, que se rela-

cionar com outras pessoas com nanismo foi essencial para que ela superasse essa

situação. “Na adolescência enfrentei alguns problemas porque é quando os meninos

com apenas algumas restrições devido às por exemplo, ter um parto normal porque

a minha bacia é muito estreita. Então a minha gravidez seria tranquila, minha mãe teve nanismo e sua gravidez foi totalmente

normal, só devemos tomar cuidado e fazer

exames regulares por termos uma estrutura física diferente.”

Maria Rita e Saymon

revista incluir

31


Sexualidade feminina Carolina e Clara

Para as mulheres que adquirem algum tipo

abertas com os profissionais responsáveis pelo

mais seguro, pois não conseguimos ter certeza

tos costuma ser sobre a maternidade. Será que

de forma muito direcionada. “Mais do que sobre

na última semana de gestação minha placenta

meu bebê? E não foi diferente com Carolina

sempre foi em relação à maternidade. Perguntei

de deficiência, um dos primeiros questionamen-

ainda sou fértil? Será que conseguirei cuidar do Ignarra, 37 anos, que é tetraplégica em decor-

rência de um acidente de moto, há 15 anos. Ao

descobrir a deficiência, a consultora de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de tra-

balho teve muitas dúvidas, mas passou por uma

seu tratamento até que a esclarescessem tudo

o prazer na sexualidade, minha principal dúvida ao médico e ele disse que era possível, e já que era meu sonho e eu não queria arriscar não conseguir engravidar, ele sugeriu que eu tentasse engravidar logo, antes dos 30 anos.”

Atualmente, Carolina é mãe de Clara, de 11

do quanto eu tenho de força no abdômen, e ressecou e eu não poderia esperar o trabalho

de parto. Tomei anestesia geral, e essa foi uma

das piores partes do meu parto, porque não vi a Clara nascer, ela ficou em observação na UTI

Neonatal e eu só fui vê-la 16 horas depois. Essa foi a única parte que eu teria estudado melhor com

o meu médico, outras formas de anestesia, ficar

reabilitação muito bem-sucedida.

anos. Quando decidiu engravidar tinha poucas

ser humano, pois fui tratada fisicamente, e em

saber se conseguiria cuidar de sua filha, no que

tante na vida de qualquer mulher, ser mãe é

carrinho e do berço, recorreu à ajuda de seus pais

e vontades. Assim, Carolina acredita que para

“Sinto que fiz uma reabilitação global como

paralelo emocional e socialmente, e isso me trouxe fortalecimento. Isso faz a gente se sentir forte

pra se relacionar de todas as formas, inclusive

sexualmente. Não senti em momento algum que minha autoestima caiu, após o acidente tive alguns relacionamentos e dois anos depois

comecei a namorar meu marido. Nós já nos conhecíamos bem, ele entendia minha lesão,

sabia quais eram as dificuldades e as coisas foram

referências sobre mães cadeirantes, e por não

diz respeito a dar banho, pegá-la do chão, do e teve apoio até que a bebê completasse um ano.

Carol fez uma bateria de exames para saber se

estava tudo certo com o seu corpo para engra-

vidar e conseguiu no primeiro mês de tentativa. Ela acredita que o fato de ter engravidado muito jovem acabou ajudando bastante nesta questão.

“Minha gestação foi super tranquila, tive

acontecendo”, relata.

que fazer um tratamento profilático pra evitar

rolina, e como suas dúvidas eram maiores que

eu trabalhei até o último dia. Escolhemos um

Ser mãe era um dos maiores sonhos de Ca-

suas próprias dificuldades, teve conversas muito

32

revista incluir

infecção urinária, mas no mais foi tudo normal,

parto cesáreo que consideramos o procedimento

desacordada foi muito triste pra mim”, lembra.

A maternidade é um passo muito impor-

abdicar muitas vezes dos seus próprios desejos assumir esta responsabilidade é necessário ter

certeza de que é isso mesmo o que você quer. “A maternidade é a maior realização da minha

vida, não só o fato de ter concebido uma criança, mas o fato de eu inspirar minha filha no sentido de formá-la, de educá-la, de transmitir valores

de respeito e conquista, mas também inspirá-la no sentido de vê-la repetindo alguns dos meus

comportamentos, e assim eu me sinto como todas as outras mães, a maternidade traz o sentimento de igualdade”, finaliza.


O amor e a

síndrome de Down

O casal Samanta Quadrado, 28 anos,

e Breno Viola, 35 anos, tem síndrome de Down. Eles namoram há quatro anos e já planejam o casamento para breve. Sobre o

relacionamento, eles garantem que estão muito felizes e satisfeitos, em especial, com

a vida sexual, e que a síndrome não traz a eles nenhum tipo de problema.

“Antigamente éramos tratados como

coitadinhos e alguns médicos diziam que

não viveríamos por muitos anos, mas hoje vimos que esta situação é bem diferente. Depois que conheci a Samanta, minha vida

mudou, posso dizer que ela me completa por inteiro e que quando passamos a dormir juntos as coisas foram acontecendo

naturalmente. Eu descobri o meu corpo, a Samanta também descobriu o dela e somos muito felizes. Além disso, costumam dizer

que a libido das pessoas com síndrome de Down é muito alta”, diz Breno.

Samanta também afirma que não há

problemas em sua vida sexual e ela rea-

liza diversas atividades que a auxiliam no

desenvolvimento da autoestima, como

acompanhamento psicológico e dança do ventre. “Comecei a praticar dança do ventre em 2012, ela faz com que eu me sinta mais bonita.”

A estudante pretende ser mãe no futu-

ro, mas atualmente utiliza métodos contraceptivos, como pílula anticoncepcional e DIU.

Breno e Samanta

revista incluir

33


Especial

A vida sexual

com tetraplegia descobrindo, vai dando um jeito, mas o mais complicado é você entender como

em relação à sexualidade, mas tudo ainda

difícil. Quando comecei a namorar tinha

doras, que além de tudo traz comodidade,

tudo funciona, e fazer isso sozinho é muito

vergonha por não entender o meu próprio corpo, que estava muito diferente do que

era antes. Os parceiros ou parceiras devem

entender esta parte em conjunto conosco, e juntos começamos a descobrir melhor

como nosso organismo funciona com a deficiência”, afirma.

Apesar de ter conhecimento acerca de

Na maioria dos casos de lesão medular

em homens, a deficiência acaba trazendo algumas dificuldades para a vida sexual.

Mauro Nohara, 24 anos, sofreu um acidente automobilístico e fraturou a coluna na altura cervical, o que resultou na paralisia parcial dos seus membros inferiores e superiores.

O atleta de paraciclismo diz que mesmo

tratamentos para melhorar o desempenho

sexual, Mauro acredita que os mesmos se-

e assim não é preciso frequentar clínicas,

nem nada do tipo. Tenho amigos que usam citrato de sildenafila, medicamento para impotência sexual ou disfunção erétil, para ter relação sexual. Já usei algumas vezes, mas acaba sendo arriscado para a nossa

saúde. Para mim o que mais vale a pena é você mesmo se estimular”, finaliza.

cobrados por eles. Quando o assunto é paternidade, ele afirma que teria que optar por algum método alternativo, como a inseminação artificial.

Estimulador peniano

O Viberect é o primeiro equipamento penia-

sexuais, e afirma, ainda, que seu urologista

no que estimula o sistema nervoso, ajudando os

deu algumas dicas sobre o assunto, mas

homens a superarem as dificuldades de ereção e

que a maioria das dúvidas sobre o tema

a restaurar o funcionamento do pênis. Desenvol-

tirava com os próprios amigos, e acredita

vido por urologistas e especialistas em medicina

que o autoconhecimento é fundamental.

sexual, o uso do dispositivo é uma modalidade

“A fase logo após o acidente foi bem

segura e natural recomendada nos casos de

complicada, inicialmente nem pensei em

disfunções erétil e ejaculatória, lesão medular e

ter relação sexual, pois o que queremos

de câncer de próstata. O produto é vendido no

naquele momento é voltar a andar, o res-

revista incluir

pois é algo que pode ser utilizado em casa,

devido aos valores muito altos que são

acaba o auxiliando bastante nas relações

34

é muito caro, como as próteses estimula-

jam inviáveis em seu caso, principalmente

que pouco, ainda tem sensibilidade, o que

to não importa. Com o tempo você vai

“Há metodologias avançadas no exterior

Mauro Nohara

exterior a um preço aproximado de 300 dólares.


Entretenimento

Para os casais que buscam locais di-

cadeira de rodas, altura dos móveis como

contram dificuldades quanto à acessibi-

adequado, barras de segurança, chuveiro

ferentes para se divertirem a dois e enlidade, o Lush Motel, de São Paulo (SP),

oferece uma suíte acessível. Foi realizado

um projeto exclusivo e uma de suas suítes foi totalmente reformada para atender todas as necessidades de pessoas com

deficiência física, possui rampa de aces-

so à suíte, largura das portas ajustada à

cama e mesa, e o banheiro tem sanitário

com ducha de mão e assento, inclinação

do espelho e a porta do banheiro que abre para os dois lados. Tudo foi pensado para

que o hóspede possa ter autonomia para utilizar todo o ambiente da suíte.

“A empresa já existe há 26 anos e na

época da construção não havia essa pre-

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35


Especial

ocupação com acessibilidade. Recentemente fizemos um Retrofit completo, reformando todas as suítes, e desde o início do processo decidimos que precisávamos

ter ao menos uma suíte para atender também hóspedes com mobilidade reduzida.

Temos uma clientela muito diversificada, a principal motivação para fazer uma suíte acessível foi ter opções para oferecer um

serviço para todos”, explica Felipe Marti-

nez, diretor do Lush Motel e da Associação Brasileira de Motéis (ABMOTEIS).

Ainda segundo Felipe, antes dessa

suíte, eles já recebiam alguns hóspedes cadeirantes ou com mobilidade reduzida,

mas sem dúvida aumentou a clientela após a inauguração dessa suíte. Atualmente

atendem entre três e quatro hóspedes

36

revista incluir


com deficiência por semana. Para garantir a

disponibilidade da suíte aos hóspedes que realmente precisam desses recursos, há a

opção de fazer uma reserva antecipada sem nenhuma cobrança adicional.

“Temos como essência na nossa em-

presa a hospitalidade e o prazer em servir pessoas. Por isso, independente do perfil

do hóspede, buscamos formas de tornar nossas suítes o mais confortável possível, com itens e equipamentos que contribuam

para uma experiência completa de lazer. Sendo assim, não poderíamos deixar de

ter uma opção que atendesse também

pessoas com mobilidade reduzida. O mais importante, em nossa opinião, é contri-

buir por um mundo sem 'barreiras' onde

qualquer pessoa pode usufruir dos nossos serviços”, finaliza.

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37


Estamos de olho

Inclusão profissional 62% das pessoas com deficiência enfrentam algum tipo de dificuldade no mercado de trabalho Por: Leticia Leite / Foto: Arquivo pessoal

E

ntrar no mercado de trabalho é algo

tentável' foi realizado com 4.319 pessoas com

deficiência. E em relação às empresas, ficou

de dedicar anos à capacitação com

no portal de carreira VAGAS.com.br.

não sabem muito bem quais ações as com-

que leva tempo e persistência, além

os estudos, escolher uma empresa que atenda

deficiência da base de currículos cadastrados "É um tipo de situação que ainda faz parte

às suas necessidades, no caso das pessoas

da realidade de muitas pessoas com deficiência.

complicada. Apesar da Lei de Cotas prever a

muita gente que não sabe respeitar o profissional

com deficiência, tem se tornado uma tarefa

contratação e inclusão deste grupo, muitas cor-

porações não estão cumprindo-a corretamente. Uma pesquisa inédita da VAGAS.com em

parceria com a Talento Incluir, empresa que

atua na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade através do mercado de trabalho, revelou que 62% das pessoas com deficiência

evidenciado que as pessoas com deficiência panhias fazem a favor delas.

Camila Lima, de 30 anos, levou um tiro

Apesar da Lei de Cotas completar 25 anos, tem

aos 12 anos na cidade do Rio de Janeiro

com deficiência. E isto está refletido em nossa

mente, após muita fisioterapia, a agente

pesquisa, infelizmente. Nós esperamos que esse

estudo possa contribuir para o entendimento

das principais questões que afetam a inclusão de

pessoas com deficiência nas empresas e servir

como inspiração para a criação de soluções para elas", diz Mario Kaphan, sócio-fundador

(RJ), o que a deixou tetraplégica. Atualexecutiva que atua em um órgão público conquistou o movimento dos braços e

garantiu maior independência, entretanto, ela ainda encontra obstáculos para a inclu-

são profissional na empresa onde trabalha. O prédio possui 34 andares e, para

da VAGAS.com.

chegar até o auditório, que fica no último

falta de oportunidades para o perfil profissional

percepção desse público em relação aos

lances de escada, pois o elevador especial

no de carreira (38%) e falta de acessibilidade

58% dos respondentes, a área de RH não

enfrentam algum tipo de dificuldade para

trabalhar. Dentre as principais queixas estão a (66%), baixos salários (40%), ausência de pla(16%). O estudo denominado 'Inclusão Sus-

38

revista incluir

O levantamento também apontou a

profissionais de Recursos Humanos. Para

está preparada para contratar pessoas com

andar, as pessoas devem subir alguns que faz uma baldeação no meio do edifício

está desativado há mais de um ano, im-

possibilitando que os cadeirantes tenham


O que fazer nesses casos? De acordo com Carolina Ignarra,

sócia consultora da Talento Incluir, o colaborador não deve temer de punições ou desligamento por apontar

alguma irregularidade desta natureza na empresa e deve buscar a pessoa e departamento corretos para fazer a queixa:

“As empresas devem ter uma

equipe de Recursos Humanos preparada para ouvir e solucionar os problemas dos funcionários. Entretanto,

o colaborador deve ser cauteloso ao apontar os problemas, deve relatar

os fatos de forma profissional, trazer evidências e deixar de lado qualquer

aspecto emocional, pois não é o ideal

para o ambiente corporativo”, afirma.

Qual o papel das empresas? Ainda de acordo com Carolina,

as empresas que passam por estas situações devem entender que

contratar pessoas com deficiência é apenas uma parte da inclusão, que outras questões muito importantes devem ser solucionadas para que a

Camila Lima

acesso ao ambiente. Segundo Camila, a

sem os eventos para outro lugar que eu

reduzido o elevador não possui contrato

várias vezes com a superintendência, mas

empresa diz que devido ao orçamento

de manutenção, e que serão multados caso o ativem sem esta licença.

“No geral o ambiente é acessível para

pessoas com deficiência, mas há este

problema com o elevador que dá acesso

ao auditório. Já pedi para que remanejas-

tenha acesso, mas recusaram. Reclamei até agora nada foi feito. Eles fazem uma

propaganda enorme de inclusão na em-

presa, mas tudo fica só no papel, porque as pessoas com deficiência não conseguem

participar dos eventos, e eles sabem que estão infringindo a lei”, diz.

responsabilidade da empresa seja cumprida.

“O papel da empresa é formar in-

ternamente todas as áreas, incluindo

a capacitação do RH; definir metas

para a inclusão; agir para desenvolver um plano de carreira para este grupo

e contratar número expressivo de pessoas com deficiência,” finaliza.

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39


Vale saber

Cachorro é o melhor amigo do homem Conheça o projeto que aborda e incentiva o recurso de cães de assistência Por: Marina Sobrinho | Fotos: Sindicato dos Comerciários de São Paulo

C

ães de assistência são recursos de

comércio, transportes e hospitais.

para pessoas com deficiência,

Andrade, que é socializadora de cães de

que haja debates para esclarecer os mitos,

Diversitas, onde trabalha, desenvolveu o

Tecnologia Assistiva, fundamentais

principalmente visual, por isso, é necessário compreender a função desses cães e a importância de estarem presentes no cotidiano das pessoas.

Esse recurso colabora para eliminar situações

de exclusão para usuários nos diferentes espaços de uso coletivo. Como empresas, escolas,

40

revista incluir

“Ser socializador exige muito comprome-

Pensando nisso, nossa colunista Renata

timento e responsabilidade. Temos muitas

assistência, em parceria com a empresa

cadas, como por exemplo, a resistência das

projeto ‘Dog Day’ em 2015, que tem por

objetivo sensibilizar e levar conhecimento

questões culturais que precisam ser modifiempresa com o trabalho dos socializadores”, comenta Renata.

O tema deficiência ainda é assunto deli-

de qualidade através de eventos que ofe-

cado e constrangedor para algumas pessoas,

divulgação das necessidades dos usuários e

o diálogo com o usuário ou socializador, e

recem interação com cães de assistência e das famílias socializadoras.

e a presença do cão de assistência favorece possibilita trocas que geralmente são difíceis


de serem desencadeadas.

As ações acontecem de maneira pública

No Dog Day, as pessoas podem interagir

e privada, em três atividades simultâneas

além de aprender muito sobre a história,

atender a diversidade de interesses e de

com estes cães super treinados, leais e afáveis, formação e rotina deles.

Por meio de diferentes atividades o proje-

to também divulga e apoia instituições sérias que doam cães treinados para pessoas com deficiência visual.

A equipe técnica desse projeto é formada

por pedagogos, artistas plásticos, técnico em

O&M, especialista em tecnologia assistiva, treinadores, instrutores, usuários e socializadores de cães de assistência.

Parte da renda das ações privada é inves-

tida no próprio evento, e o restante do valor é revertido para ações gratuitas como escolas públicas e projetos como o ‘Dog Night’ em bares, teatros e cinemas.

em diferentes formatos e linguagens para aprendizagem, que são:

Hora do Break: Espaço para interação com os cães e esclarecer dúvidas sobre treinos e a

convivência com os usuários e socializadores; Blind Trust: Exercícios em uma rota segura em que os participantes experimentam

a sensação de serem guiados por cães. E também debate sobre o tema;

Dog Toy: Oficina de arte, onde crianças e

suas famílias podem customizar moldes exclusivos para cães de assistência, e também envolve apoio para pessoas com deficiência e intérprete de Libras.

revista incluir

41


Coluna

Conviver com as diferenças faz bem para todos Por: Leonardo Gontijo | Foto: Divulgação

Apesar de todo o aparato Legal (publi-

fessores; falta de infraestrutura; falta de garantia

após o nascimento do meu irmão, ainda

pudessem maltratá-lo e a impossibilidade de

cação da Lei Brasileira de Inclusão) e 26 anos nos deparamos com escolas que negam a

matrícula para pessoas com Down. Uma das principais bandeiras do instituto é a luta por uma escola realmente inclusiva.

A seguir relato como se deu o processo

com meu irmão e alguns ensinamentos que devemos seguir: Após 17 negativas, e muita frustração, meus pais conseguiram uma escola

que recebesse o Dudu. A primeira escola dele foi a ‘Criatividade’, que fica próxima à nossa

de resultados; receio de que os demais alunos

aprender.

ter alguém específico para controlar a situação;

não conhecermos o indivíduo que existe por

inclusive de laudo médico para conhecer as

não a síndrome de Down. As pessoas com Down

a necessidade de inúmeros testes e exames, condições da saúde da criança, bem como de laudo psicológico para avaliar a capacidade de

convivência dele com as demais crianças; ele teria que chegar mais tarde e sair mais cedo para que outros pais não o vissem na escola; e pressão dos pais dos ditos ‘alunos típicos’.

Infelizmente, nem todas as escolas tentam

casa, em Belo Horizonte (MG). Segundo meus

suprir o despreparo e acabam violando um di-

carinho e sem discriminação.

positivo para as condições de aprendizagem, o

pais, foi a única que aceitou recebê-lo com

Nessa época, eles viveram momentos de

muita tristeza, mesmo estando preparados

para as dificuldades de se conseguir uma vaga nas instituições ditas normais. Foram muitos os senões, as negativas, as desculpas,

as explicações. Foi, particularmente, difícil e

reito constitucional. É necessário ter um olhar

que ajuda a eliminar as barreiras e a compreen-

der os limites em vez de acentuar as diferenças.

Enumero abaixo dez coisas que as pessoas

vão aprender ao conviver com as pessoas com

para oferecer uma educação de ponta para

com um colega que tem dificuldades que ele

demonstração de que as instituições e, em

3) A comunicação vai muito além do falar.

as diferenças. O colégio que meu pai escolheu

são vítimas;

o que acabou resultando em uma ação judicial

que não prosseguiu porque meu pai desistiu. Era muito sacrifício e frustração para continuar. A desinformação é patente e as desculpas

variadas. No caso da rejeição ao Dudu, as principais explicações foram: falta de preparo dos pro-

42

revista incluir

cada recusa de escolas e professores que alegam

que não estão preparados fazem pensar que a

escola não está preparada para funcionar, pois esquece que educar é antes de tudo humanizar.

Se não está preparada para educar um aluno com Down, não está preparada para educar nenhum aluno, pois todos são seres humanos, logo passíveis de serem educados.

Portanto, a conclusão a que podemos chegar

é: ‘UMA ESCOLA ONDE NINGUÉM É DEIXADO DE FORA NOS ENSINA A VIVER EM UMA SOCIEDADE ONDE NINGUÉM É DEIXADO DE FORA’.

não possui;

Ela é feita de gestos, olhares e silêncios;

para seus três primeiros filhos rejeitou o Dudu,

têm habilidades e dificuldades como todos nós. A

2) A se colocar no lugar do outro ao conviver

última instância, a sociedade de um modo

geral, estão despreparadas para conviver com

trás de sua condição. Se educa um ser humano e

1) Aceitar melhor as diferenças e se tornar

uma pessoa menos preconceituosa;

os três filhos, foi um balde de água fria, uma

Não podemos educar ninguém enquanto

Down (adaptado da autora Sohar Dahini):

triste receber o não de uma escola tradicional de Minas. Para o meu pai, que se sacrificou

10) Que todo ser humano pode ensinar e

4) Vai aprender que pessoas com Down não 5) A vida vale a pena apesar das dificuldades;

6) A importância do cuidado e de ajudar

ao próximo;

7) A ser flexível e ver que não existe apenas

uma maneira de realizar as coisas;

8) A lidar melhor com suas limitações; 9) A dar valor a pequenas conquistas;

MANO DOWN

www.manodown.org.br


revista revistaincluir incluir

4 9 43


Educação

DISCALCULIA Família, médicos e professores devem atuar em conjunto para identificar as dificuldades da criança em relação aos números e praticar atividades específicas para cada diagnóstico Por: Letícia Leite | Foto: Danielly Stefanie Oliveira

44

revista incluir


A

discalculia é um distúrbio do

Quais são as causas?

as competências aritméticas se

Cavalcanti Ribeiro, este transtorno apresenta

criança com discalculia estão o baixo rendimento

abaixo da esperada para a idade cronológica. É

recentes que utilizam técnicas de neuroimagem

escolares, que se tornam evidentes para os pais

neuro-desenvolvimento onde

encontram significativamente comprometidas, considerada uma perturbação da aprendizagem

específica com déficit na matemática, caracteriza-

da por uma significativa dificuldade no conceito

Segundo a neuropediatra Marcela Guimarães

uma predisposição familiar e genética. Exames demonstram alterações cerebrais funcionais em áreas específicas.

o ingresso na faculdade ou no mercado de traba-

lho. Algumas delas desenvolvem sintomas psi-

cológicos como ansiedade, distúrbios de humor, baixa autoestima, baixo limiar para frustrações,

irritabilidade e agressividade. No ensino médio,

estas dificuldades podem causar desmotivação e limitar o aluno na escolha profissional.

cerebrais, sequelas de eventos traumáticos e infecciosos que acometem o cérebro no período do desenvolvimento”, afirma.

ler números multidígitos e memória fraca para fatos numéricos básicos. Dentre os sinais menos

evidentes estão a incoordenação motora, dis-

praxia construtiva, falta de orientação espacial, desorientação direita-esquerda e agnosia para dedos, por exemplo”, explica a neuropediatra.

encontrados em crianças com discalculia. O

Diagnóstico

não verbais, como organização visuoespacial,

valcanti Ribeiro, a suspeita do distúrbio geralmen-

apresenta prejuízos na memória operacional ver-

vida escolar. Os pais devem buscar profissionais

Existem dois padrões neuropsicológicos

primeiro envolve disfunções em habilidades

psicomotoras e percepção tátil. Já o outro padrão

tipos de discalculia, que estão relacionados às dificuldades encontradas em cada indivíduo:

• Léxica: dificuldade na leitura de Apenas um terço das crianças apresentam discalculia como transtorno isolado. A maioria se apresenta associada a condições como dislexia, TDAH e distúrbios no desenvolvimento da linguagem.

inabilidade para efetuar somas simples e para

Classificações

bal associado à dislexia. Além disso, há diferentes

Vale saber!

“Os sinais encontrados com mais frequência

reconhecer sinais operacionais, dificuldade para

do raciocínio lógico-matemático.

tivas, de incompetência, desde a fase escolar até

e professores.

a patologias diversas como deficiência mental, epilepsias, síndromes genéticas, malformações

crianças à medida que passa percepções nega-

e a dificuldade de acompanhar as exigências

são erros na formação de números (invertidos),

do número, na memorização de fatos aritméticos,

Este transtorno pode interferir na vida das

Dentre as principais características de uma

“A dificuldade em matemática também pode

ter causas neurológicas secundárias associadas

na fluência e precisão do cálculo e na precisão

Quais são os sinais?

símbolos matemáticos;

• Verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;

• Gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;

Ainda de acordo com Marcela Guimarães Ca-

te ocorre na escola, pela professora, no início da habilitados na área dos transtornos específicos da aprendizagem e o diagnóstico deve contar

com auxílio multidisciplinar de psicólogos, neu-

ropsicólogos, pedagogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos.

Testes padronizados para as áreas de habili-

dades cognitivas e exames de processamento au-

xiliam a equipe, entretanto, ainda não há exames

específicos para o diagnóstico. A neuroimagem é

utilizada em pesquisas, mas ainda não é acessível na prática, portanto, os critérios diagnósticos são clínicos e bem delimitados.

• Operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos;

• Practognóstica: dificuldade na

enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens;

• Ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.

revista incluir

45


Educação Panorama nas escolas

dos professores são rapidamente percebidos

elementares, habilidade sintática, produção de

a escola deve receber orientações para li-

autoestima e o aumento do desempenho do

tamanho, espaço, distância, hierarquia e as quatro

Quando uma criança possui discalculia,

dar com as individualidades do aluno e criar adaptações específicas para que ele possa acompanhar as aulas.

As escolas estão se adequando grada-

tivamente às necessidades específicas dos

transtornos de aprendizagem após a obri-

gatoriedade da inclusão escolar, prevista na Lei 13.146, que visa garantir um ambiente acessível para alunos com limitações para

pela equipe pedagógica devido à melhora da aluno. Acredito que as dificuldades que ainda

ocorrem são referentes à falta de informação sobre o tema. Na minha experiência, as escolas

cer as dificuldades de percepção visuoespacial, é

seja parceira da escola durante o processo de aprendizado.”

um acompanhamento com profissionais que

devem ser instituídas rapidamente.

sões devem ser semanais e exercitar as habili-

Quando o aluno não sabe os fatos

superar as etapas anteriores. Além disso, para vennecessário se utilizar de figuras, formas, detalhes,

semelhanças, tamanho, espessura, largura e só a partir da experimentação concreta partir para números, letra e figuras geométricas.

(o neuropsicólogo, por exemplo), os laudos

Discalculia verbal

Segundo a neuropediatra, a criança só traba-

logo produtivo, que faz com que a família

Tratamento

“Os efeitos positivos de uma boa atuação

significativas.

lhará com fatos aritméticos mentalmente após

criar um ambiente colaborativo, com diá-

a confirmação do diagnóstico por um mé-

documentam a necessidade de medidas que

operações, que são experiências não verbais

estão se adaptando aos poucos, é importante

um desempenho escolar satisfatório. Após

dico e por outro profissional especializado

novos números, noções de quantidade, ordem,

“Se o aluno apresentar comorbidade e TDAH,

As crianças devem ser encaminhadas para

o neuropediatra deverá instituir tratamento es-

tenham experiência com a discalculia. As ses-

psicológicas também merecem ser abordadas

dades específicas, como noções de números

Discalculia de procedimento Quando o aluno não sabe como

pecífico para tal condição. As comorbidades

precocemente e a família deverá ser orientada quanto à organização da rotina da criança”, diz.

Discalculia semântica Quando o aluno não tem noção do que é maior e menor, longe e perto

aritméticos e tabuadas, por exemplo.

fazer a conta.

• Distinção entre recitar palavras nu-

• Eliminar situações de ansiedade em

méricas e contar;

classe permitindo tempo extra para

• Reforçar os padrões de habilidades

• Ordem e sequência dos números

tarefas e avaliações. Evitar exercícios

básicas organizando objetos por ta-

cardinais e ordinais, dias da semana,

de fluência;

manho e formas;

meses e estações do ano entre outras;

• Falar em voz alta e reagrupar todas

• Estimular o aluno a explicar sua

• Contar para trás, auxiliando a de-

as estratégias;

estratégia durante a resolução do

senvolver a habilidade de memória

• Uso de papel quadriculado para

problema para expandir suas ações

automática;

alinhar contas;

de resolução;

• Desenvolvimento da estratégia de

• Brincar com matemática para ensi-

• Ensinar habilidades estimativas para

contagem em base decimal pela qual a

nar fatos básicos;

permitir previsão da resposta;

criança pode realizar tarefas de adição

• Anexar tabuada na carteira e per-

• Estimular o aluno a escrever uma

e subtração;

mitir manipulação durante resolução

sentença matemática a partir de uma

• Reforço da linguagem matemática

de problemas;

sentença verbal;

ensinando palavras quantitativas, tais

• Ensinar contar salteado para apren-

• Construir respostas incorretas para

como mais, menos, igual, soma, juntos

der fatos de multiplicar.

os problemas auxiliando o aluno a

e plausibilidade da resposta.

e diferentes.

discriminar a correta da incorreta; • Incorporar dinheiro e estratégias de medida para adicionar relevância.

46

revista incluir


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47


Coluna

Os Benefícios da Equoterapia na Deficiência Intelectual Por: Eliane Cristina Baatsch* | Foto: Augusto Moraes

V

isando a busca de concepções

tervenções terapêuticas ou atendimentos

reabilitação no contexto biopsicos-

contribuição no processo de aprendizagem

para o auxílio da habilitação ou

social e cognitivo da deficiência intelectual,

a equoterapia tem apresentado resultados positivos através de estudos de casos diagnosticados de deficiência intelectual associa-

da às síndromes e outras deficiências (ANDE-BRASIL-2011).

educacionais especializados, mas tem a sua

da pessoa com deficiência intelectual, além de ser uma terapia prazerosa.

O praticante estabelece um vínculo, re-

lação de amizade, confiança e reciprocidade com o seu cavalo.

Entre muitos objetivos conseguimos al-

Deficiência intelectual é caracterizada

cançar melhoras na interação, socialização,

no cérebro humano, relacionados a um bai-

ção temporal, noção espacial, diminuição

num conjunto de problemas que ocorrem xo rendimento cognitivo, muitas vezes sem afetar outras regiões ou funções cerebrais por um funcionamento. (COELHO&JOSÉ-1999)

Quando envolve o diagnóstico de de-

ficiência intelectual ou associação, é breve se pensar nas intervenções direcionadas

comunicação, organização, memória, noda ansiedade, coordenação motora global,

aprendizagens, relações, símbolos, signos, linguagem e autonomia entre outros obje-

tivos associados na melhora da qualidade de vida e interdisciplinares.

Na maioria das vezes o retorno vem das

na alfabetização ou aprendizagens, mas na

instituições que o praticante frequenta como

fato auxiliam no processo de aprendizagem

terapias. Os processos de avaliações são

equoterapia os objetivos são amplos e de num contexto global.

A equoterapia também é um recurso con-

família, escola, ambientes sociais e demais qualitativos.

comitante as áreas educacionais, terapêuticas

Referências: Associação Nacional de Equoterapia.

inclusão escolar e social do praticante.

-BRASIL, Agosto 2011

e institucionais que somam no processo de O cavalo não substitui a sala de aula na

alfabetização e muito menos as outras in-

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revista incluir

Apostila do Curso Básico de Equoterapia. Brasília: ANDECOELHO, M.T; José, E.A. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999, p.232.

*Eliane Cristina Baatsch é equoterapeuta, coordenadora da Hípica Santa Terezinha, instrutora de equitação clássica, equitação para equoterapia e de volteio terapêutico. Pedagoga e psicopedagoga, especialista em deficiência múltipla


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Entrevista

Marinalva de Almeida

JoĂŁo Augusto de Oliveira

50

revista incluir


Ao término das Paralimpíadas, a atleta conta em entrevista exclusiva os seus planos para o futuro e alguns fatos da sua vida pessoal que contribuíram para que ela se tornasse a mulher que é hoje Por: Letícia Leite

N

atural do Paraná, da cidade de Santa

uma dos 288 atletas dos Jogos Paralímpicos

deixou sua terra natal bem cedo,

seu parceiro Bruno Landgraf conquistaram

Isabel do Ivaí, Marinalva de Almeida

aos cinco anos. A filha caçula de seis irmãos

mudou-se para o Mato Grosso do Sul, lugar onde sua vida mudaria completamente. Após

pegar a moto de seu cunhado para dar uma volta, aos 15 anos, Marinalva sofreu um acidente

que levou à amputação de sua perna esquerda. O que ela não sabia era que esta ampu-

tação a levaria a um destino brilhante, como

Rio 2016, na categoria de vela. Marinalva e

a 8ª colação, elevando o patamar do Brasil no ranking da modalidade. Atualmente,

aos 39 anos, Marinalva é mãe de três filhos, reside em Niterói (RJ) e divide suas ativi-

dades esportivas com a rotina materna, sem abdicar dos seus hobbies e dos seus momentos como mulher.

Confira a seguir a entrevista!

revista incluir

51


Entrevista

Como foi se ver amputada aos 15 anos? Todas as pessoas, independente da idade,

têm os seus sonhos e quando sofri o acidente foi muito difícil. Apesar do apoio e otimismo da minha família e dos meus amigos, nin-

guém sabia lidar com esta situação, principalmente eu, ninguém está preparado para lidar

com uma deficiência. Além de tudo a gente

é pobre, e é complicado para uma pessoa que não tem uma condição financeira estru-

turada bancar os remédios e tratar a questão psicológica que é muito importante. Naquele

momento surgiram vários questionamentos do tipo ‘será que ela vai conseguir construir uma vida?’, tudo isso também passava pela minha cabeça.

Por ter sofrido o acidente ainda na ado-

lescência, como foi o processo de conquista da sua liberdade e independência?

Minha mãe era muito preocupada, mas

por mais que ela quisesse me proteger não

ficou me prendendo, primeiro porque ela não ia conseguir, e segundo porque eu estava me

redescobrindo. Quando eu queria sair com

os meus amigos, por exemplo, ela deixava eu ir. Minha mãe tem um sentimento muito

forte que a ajuda perceber o outro, ela via que eu estava lutando, querendo reconstruir a minha vida. Quando fui reaprender a andar

de bicicleta depois do acidente, por exemplo,

ela dizia: ‘você vai cair, vai se machucar”, mas mesmo se isso acontecesse eu queria aprender, e quando eu aprendi ela ficou muito

orgulhosa. Tive muito apoio das pessoas ao meu redor, e é gostoso ficar recebendo muita

atenção, com as pessoas fazendo tudo pra

você, seria muito fácil eu aceitar todo esse conforto e me acomodar, mas depois tudo isso torna-se difícil, pois você acaba sendo um

peso para as pessoas e você mesmo acaba

se sentindo mal com esta situação, então Divulgação

52

revista incluir

sempre procurei fazer tudo sozinha, mesmo que eu não conseguisse.


Bruno Ryfer Marinalva com seu filho Pedro Henrique

E como você reagiu em relação a sua

dou muito para que eu fosse a pessoa confiante

eu inclusive sofri violência doméstica. É muito

Eu estava muito bem antes do acidente, já

desejada e se olhar no espelho e se sentir bonita

vai acontecer com você, e quando acontece é

vaidade?

era vaidosa e meu corpo já estava praticamente formado como mulher, e após o ocorrido tive

alguns receios do tipo: ‘será que alguém vai querer ficar comigo?’, ‘será que vou conseguir me casar? Será que vou conquistar a pessoa que

eu quero pra mim?’. Uma coisa que sentimos

que sou hoje. Qualquer mulher quer se sentir

traz uma satisfação pessoal muito grande, mas para mim não é o mais importante, acredito que devemos cuidar do corpo e também da alma. Como construiu sua família?

Eu casei muito cedo, aos 16 anos. Conheci

quando adquirimos a deficiência é que somos

um rapaz que também era amputado e tivemos

Para estimular a minha vaidade passei a me ins-

seguiu os meus passos no esporte, é campeão

menos, e a vaidade é um processo demorado.

pirar em outras pessoas com deficiência. Certa

vez encontrei uma moça cadeirante que era estonteante, sempre maquiada, com as unhas feitas, e eu a admirava porque ela irradiava luz,

porque ela mesma se sentia muito bonita, e isso refletia de dentro para fora. Ser vaidosa me aju-

dois filhos, o Robert, que hoje tem 20 anos e Sul-Americano de remo, e o Pedro, que tem 15

anos e é dançarino. Com dez anos de casamento nos divorciamos. Achei que me relacionando com uma pessoa que tivesse o mesmo pro-

blema que eu seria mais difícil de dar errado, e estava enganada. Tivemos vários problemas e

triste falar sobre isso, você jamais pensa que doloroso, criou-se um círculo vicioso de desres-

peito e machismo comigo e com os meus filhos, e para eu me separar tive que praticamente

fugir, peguei os meus filhos, deixei todo o resto de lado e vim para São Paulo. Hoje já não me

dói e nem tenho rancor, mas é um assunto muito delicado da minha vida. Nós mulheres

que sofremos algum abuso deste tipo ficamos

totalmente desestruturadas, pensamos que

não vamos conseguir nos reestabelecer, mas tem muita gente boa no mundo e podemos

sim encontrar outra pessoa e ser feliz. Meus filhos sempre me apoiaram muito em todos os

âmbitos da minha vida, e assim, mesmo com

dificuldade, conseguimos nos reestabelecer na revista incluir

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Entrevista Fred Holfmam Marinalva e seu companheiro na vela Bruno Landgraf

cidade de Salto, interior de São Paulo. Voltei a

As competições foram difíceis porque nossos

mas me senti orgulhosa de ser brasileira, fiquei

de idade me levava para a escola na garupa da

último lugar no ranking da Paralimpíada passada,

ceber tantas pessoas em um país que tem tan-

estudar e a trabalhar, meu filho com dez anos bicicleta. Após alguns anos me casei novamente

e tive o meu terceiro filho, o Bento, de sete anos,

e apesar de ter me divorciado novamente temos um bom relacionamento como amigos, inclusive

ele cuidou do Bento durante toda esta fase de treinos para as Paralimpíadas.

Como foi participar da Paralimpíada no

Brasil?

Foi indescritível, senti muito frio na barriga.

A torcida brasileira me deu muita força, porque

eu saia da água esgotada e o pessoal queria tirar foto, mas isso não era ruim, pelo contrário, eu

conversava com as pessoas e aquilo me reenergizava, eu ficava mais feliz e o cansaço logo

passava, essa troca de energias foi muito positiva.

54

revista incluir

concorrentes são muito bons. Nós estávamos em

e eu e o Bruno Landgraf, meu parceiro na vela,

colaboramos para uma melhor classificação este ano. Ficamos em 8º lugar, a minha meta era 7º,

e era possível, mas tivemos alguns problemas. O Bruno estava com uma expectativa mais oti-

boquiaberta de como tudo foi maravilhoso. Re-

tos problemas de acessibilidade e violência me preocupava. Claro que houve alguns problemas, mas no geral foi de tirar o chapéu.

Você foi considerada por vários sites uma

mista que a minha, ele esperava o 5º lugar. Eu

das musas dos Jogos Paralímpicos, o que

começo saia errado, saia feio, e agora eu gostava

A primeira notícia que eu vi foi através

aprendi muito, nem pareço a mesma pessoa, no

acha disso?

de ver as minhas manobras, achava tudo lindo,

de uma amiga que me marcou em algo so-

competindo. A sensação que eu tenho agora

bola, nem imaginei que eu estivesse lá porque

pois comecei do zero e de repente estava ali que acabou é de missão cumprida, estou muito

feliz de ter participado e eu estou muito feliz por ter sido aqui. Isso trouxe tanta autoestima para

nós, porque não estamos em um momento de

festa, estamos passando por uma crise financeira,

bre os paratletas mais bonitos, e eu não dei

poxa, eu tenho quase 40 anos! Quando eu vi

que eu estava lá fiquei muito feliz e mandei o link para todo mundo! Não me acho sensual, sabemos que todos temos defeitos, eu tenho

manchas na pele, detesto as minhas mãos,


mas eu fico feliz por isso porque não sou mais

uma menininha, tenho três filhos e já passei

por um monte de coisas na vida. Para mim foi uma homenagem, é muito gratificante.

Você também faz alguns trabalhos como

modelo, pretende seguir nesta carreira?

Eu adoro fotos, já fiz algumas campanhas,

inclusive para uma loja de sapatos, e estou planejando mais três ensaios para breve. Nessas

horas eu me transformo, é o momento que você pode ser o que quiser, parece que é um personagem que eu incorporo e me dedico

inteiramente, coloco uma música para me sentir mais à vontade durante as fotos e me

entrego, é algo que eu realmente gosto muito de fazer. Sempre desejo passar uma imagem positiva da pessoa com deficiência através das

fotos, a imagem de força, de sonhos realizados

e de conquista. Eu encontro muitas pessoas

na rua e é muito importante que elas me vejam como uma pessoa com deficiência que se cuida, isso passa uma mensagem de que você

se respeita e se ama, e isso pode de alguma forma transformar as suas vidas. Penso nessa

troca, em ajudar as pessoas de alguma forma sem mesmo trocar uma palavra com elas. Quais são os planos para o futuro?

Em relação ao esporte, a vela não está dentre

as modalidades para os Jogos Paralímpicos de

Tóquio, então tenho que descobrir um outro esporte para participar, por enquanto estou pen-

sando em canoagem ou vôlei sentado. Vamos fazer alguns testes para avaliar a minha aptidão, porque eu quero estar em Tóquio e quero trazer

medalha, vou me dedicar e treinar, mas tenho

que ver para o que levo jeito. Os objetivos também são começar uma faculdade, fazer inglês,

alguma aula de música, provavelmente piano

porque sou apaixonada pelo instrumento, e reorganizar a família. Agora que acabaram os

treinos de vela na Baía de Guanabara no Rio de Janeiro, no começo do ano retorno para São Paulo e volto a morar com meus filhos.

revista incluir João Augusto de Oliveira

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Rio2016 Alegria do povo brasileiro e momento histórico para o paradesporto marcaram os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte

O

s Jogos Rio 2016 deixaram saudades em quem acompanhou

de perto cada uma das con-

quistas, em especial, de nossos atletas. Com

mais de 2 milhões de ingressos vendidos, o evento reuniu o que há de melhor no povo brasileiro.

Durante 12 dias, o Brasil viveu os melho-

res momentos de nossa história paradesportiva. A Cidade Maravilhosa recebeu de

braços abertos turistas vindos de diversas

partes do mundo, para acompanhar de perto a 15ª edição dos Jogos Paralímpicos,

maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência.

A equipe Incluir também esteve no Rio

56

revista incluir


de Janeiro para acompanhar o evento e

nossas impressões sobre o que vimos você confere a seguir.

Além de uma cerimônia de abertura e

de encerramento incríveis, o evento reuniu no Rio de Janeiro milhares de turistas, que,

de um modo geral, elogiaram a organização do evento.

Grupo da Pestalozzi de Resende

leiros. “Acho maravilhoso ter a oportunidade

lidade em geral do Rio de Janeiro. “Estamos

que isso, o legado que esse evento mara-

povo brasileiro e também com a acessibilida-

permitir isso a nossos atendidos. Mas, mais vilhoso vai deixar para o povo brasileiro é inestimável. Ver pessoas de todas as idades Igor Giffon

Morador de Niterói (RJ), Igor Giffon, que

tem paraplegia, se disse motivado a praticar

esportes. “Ainda estou em fase de reabilitação, mas, assim que possível, pretendo

instalações da Vila dos Atletas e a acessibi-

de acompanhar isso de perto e também por

reunidas aqui para ver o esporte paralímpico é realmente especial”, completa.

Atletas do ciclismo de pista, as austra-

lianas Jessica Gallagher e Madison Janssen, que têm baixa visão, também elogiaram as

muito satisfeitas com a receptividade do de de um modo geral. Não tivemos nenhum problema desde que chegamos e as pessoas

são muito atenciosas por aqui”, garantem as meninas, que após conquistarem medalha de

bronze, aproveitaram os dias de folga para conhecerem alguns dos principais pontos turísticos da cidade.

começar a praticar alguma modalidade esportiva e, quem sabe, não chego a uma paralimpíada”, conta ele, que também elo-

giou a acessibilidade do Parque Olímpico da Barra, onde foram realizadas algumas disputas.

“O comitê organizador está de parabéns

porque está tudo muito acessível e é muito

importante ter essa liberdade para poder

acompanhar as provas sem nenhum tipo de barreira”, completa.

Responsável por uma excursão que le-

vou cerca de 15 pessoas da Pestalozzi de Resende, cidade do sul do estado do Rio,

Parque Olímpico, Kátia Alves destacou a importância do legado deixado para os brasi-

As atletas australianas Jessica Gallagher e Madison Janssen

revista incluir

57


Rio 2016

Corcovado acessível para cadeirantes Pessoas com deficiência física podem chegar ao tão famoso monumento do Cristo Redentor Por: Letícia Leite / Fotos: Bianca Ponte

A

visita ao Morro do Corcovado é um

dos passeios obrigatórios para quem visita o Rio de Janeiro. Ícone da Ci-

dade Maravilhosa, ele abriga a estátua do Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo moderno, que possui 38 metros e foi inaugurada

em 1931. O acesso até o topo do morro pode ser feito por estrada, em veículo próprio ou em vans de excursão, ou através do Trem do Corcovado.

Patrícia Côrtes é cadeirante, possui paraple-

gia e esteve pela primeira vez no Corcovado em

2011, entretanto, desejava voltar ao local para uma segunda experiência. “A minha primeira visita não foi tão legal porque não conseguimos

acessível para

cadeirantes. Ao chegar

à estação no pé do morro,

Patrícia foi conduzida por um colaborador da empresa

administradora até o vagão.

Uma rampa de acesso móvel é

colocada sobre o vão entre o trem e a plataforma e dentro do vagão há um espaço reservado para que o visitante faça todo o trajeto em sua própria cadeira de rodas.

Ao desembarcar, a jornalista

embarcar nas vans e me informaram que o tren-

de 24 anos foi recebida mais uma

caminho de carro e não foi tão bom, pois o trajeto

conduziu por uma rampa até

zinho não era acessível. Assim, acabei fazendo o

era reduzido e não pude apreciar muito a vista.”

Atualmente, o Trem do Corcovado é

58

revista incluir

vez por um colaborador que a os elevadores de acesso, que também eram adaptados, e


que o faria novamente em um dia ensolarado,

como estava nesta sua segunda visita, e apontou outras percepções sobre o passeio. “Achei que no começo faltou um pouco de informação

até descobrir o que tínhamos que fazer para

subir o morro, e se a minha cadeira fosse um pouco maior talvez não coubesse no trem. Mas

no geral a acessibilidade foi boa, as escadas

rolantes, os elevadores... Achei bem simpática a condução dos colaboradores. Além disso, o

banheiro também é acessível, só não é possível alcançar o secador de mãos”, finaliza. nas escadas rolantes que davam acesso ao monumento do Cristo Redentor. Apesar da grande

quantidade de pessoas em volta do monumento,

Patrícia conseguiu se locomover com a cadeira

de rodas em seu entorno e deitou nos colchões disponibilizados para fotografar a estátua. Apenas um ponto do mirante não é acessível para cadeirantes, pois possui uma escadaria.

Patrícia possui certa facilidade para se

levantar da cadeira de rodas e afirma que isso contribuiu para que ela apreciasse a

paisagem. “A mureta que dá para a vista é muito alta, é necessário um espaço onde

ela seja mais baixa para que os cadeirantes consigam ver melhor."

Apesar de acreditar que o passeio é um pou-

co complicado para um cadeirante fazer sozinho,

devido ao difícil acesso ao local, Patrícia afirma

revista incluir

59


Rio 2016

Museu do Amanhã para cegos Testamos a acessibilidade de uma das novas atrações do Rio de Janeiro Por: Letícia Leite / Fotos: Bianca Ponte

uma experiência rica em detalhes, o Museu do

dos bichos e do mar, tentei retratar tudo em cima

uma educadora para acompanhá-la durante

aquilo que queria ser passado para as pessoas,

Amanhã, mediante agendamento, disponibilizou

toda a visita, além de explicar sobre as atrações,

a educadora descrevia os ambientes pelos quais passavam.

O

internacionais e repleto de tecnolo-

gias que garantem uma experiência multissensorial para o público. A visita é baseada em uma narrativa sobre como poderemos viver e moldar

os próximos 50 anos, e a exposição principal é

cheia de questionamentos sobre a era atual de grandes mudanças. ‘De onde viemos?’, ‘Quem

as três dimensões da existência: Matéria, Vida

com as maquetes táteis. A primeira era uma

reprodução da Praça Mauá e arredores, já a segunda, era o Museu do Amanhã em tamanho

reduzido, onde podia ser analisado o seu interior, e assim, já ter uma dimensão do que viria pela frente durante a visita. Ambas podiam ser tocadas por todo o público, e em particular pelas

pessoas com deficiência visual, que contam ainda com legendas em braile, indicando qual ponto estavam tocando.

Em seguida, na parte denominada Cosmos

a experiência é audiovisual. Uma espécie de

Levamos a fisioterapeuta e telefonista Ela-

da natureza e do homem. O vídeo é narrado,

ne Malaquias, que tem deficiência visual, para

conhecer o museu. “Sempre tive vontade de visitá-lo, mas eu e meus amigos, também deficientes visuais, ficávamos receosos do local não ter acessibilidade para nós.” Para proporcionar

60

revista incluir

Continuando a visita, há o ambiente Terra,

adaptado, com portas largas, sonorização e braile.

somos?’, ‘Onde estamos? ‘,’Para onde vamos?’ e ‘Como queremos ir?’.

incluída”, diz Elane.

constituído por três cubos de sete metros de

A primeira experiência de Elane no museu foi

ciências diferenciado, com padrões

não me senti excluída, pelo contrário, me senti

Logo na entrada já há itens de acessibilida-

de, como piso podotátil, rampas e um elevador

Museu do Amanhã é um museu de

dos sentidos. Consegui interpretar exatamente

cinema, onde passa um filme sobre a origem

o que facilita a interpretação de pessoas com deficiência visual.

“Nesta atração nós viajamos sem sair do chão,

com a narração dei asas à minha imaginação, seguida pelos movimentos do som, pelo barulho

altura que abrigam conteúdos que investigam e Pensamento. Todos eles são multissensoriais e dentro de cada um há uma experiência

surpreendente. O primeiro é revestido na parte

externa com imagens da natureza em várias partes do mundo e emite o som do planeta Terra. Já o segundo é composto por diversas

letras que são iluminadas sequencialmente e formam palavras referentes ao tema Vida, o som que este cubo emite é o do coração. O


Como chegar?

Para chegar ao museu, Elane utilizou o Veícu-

lo Leve sobre Trilhos (VLT), também inaugurado

recentemente no Rio de Janeiro. Há uma estação na Praça Mauá, próxima ao museu.

“Estava apreensiva, pois nunca tinha feito esse

terceiro, o Cubo do Pensamento, emite o som

do cérebro, dos neurônios em conexão, e aborda os sentimentos e ações dos seres humanos baseados na imaginação.

Seguindo a exposição, a área Antropoceno

retrata como a atividade humana modifica o

planeta. Uma maquete tátil traz conteúdos sobre

o espaço e a migração humana, há algumas in-

formações disponibilizadas em braile e também gráficos em 3D que auxiliam as pessoas com

percurso, mas em todas as estações do VLT há

um funcionário para me receber e me conduzir

até o vagão, e esta mesma pessoa já comunica

a estação em que vamos descer para que um funcionário nos receba lá. Também há alertas

sobre os fechamentos das portas e uma grava-

ção que nos avisa em qual estação estamos. Ao

desembarcar, somos conduzidos até a direção

em que iremos seguir, o percurso foi muito bom”, conclui.

deficiência visual a compreenderem os dados. O penúltimo espaço da exposição é o Amanhãs, que trás uma reflexão sobre a tecnologia e as

tendências globais através de um teste reali-

zado em monitores. Elane pôde fazê-lo com a intermediação da educadora. Finalizando a visita,

a ala Nós instiga o exercício da imaginação, o ambiente é revestido de madeira com espaçamentos, possibilitando o toque.

Elane aprovou a estrutura do museu e afir-

mou que faria o passeio novamente. “Foi uma ótima visita, achei tudo bem acessível. Consegui usar os demais sentidos de fato, como o tato e a

audição. Além da explicação da educadora, havia várias legendas em braile e gráficos em 3D, não senti falta de nada”, diz.

Segundo a gerente de Educação do Museu

do Amanhã, Melina Almada, o museu foi pensa-

do, inclusive arquitetonicamente, para atender às necessidades das pessoas com deficiência. “Temos um compromisso com a acessibilidade,

e especificamente para as pessoas cegas disponibilizamos, por exemplo, a audiodescrição do

vídeo do Cosmos de forma poética e a galeria das formas, que faz um desdobramento da exposição

principal e será conectada com um audioguia, o qual será liberado em breve para o público para

auxiliar no acompanhamento dos conteúdos da exposição.”

revista incluir

61


Rio 2016

Bondinho do Pão de Açúcar para surdos Como será a acessibilidade do bondinho mais famoso do Brasil para pessoas com deficiência auditiva? Nós te dizemos! Por: Letícia Leite / Fotos: Bianca Ponte

O

complexo turístico Pão de Açú-

ranças não sabiam Libras, e assim não con-

Alexandre o testou e, por ser um surdo ora-

do Pão de Açúcar, foi criado em

instruções, como que era necessário guardar

ções transmitidas sem dificuldades. Já em

car, conhecido como Bondinho

1912 com o intuito de contribuir para o divertimento dos visitantes do Rio de Janeiro com uma vista privilegiada para as belezas

seguiam me passar com precisão algumas os tickets que são utilizados durante todo o passeio, na ida e na volta”, diz.

Os visitantes embarcam em direção ao

da Cidade Maravilhosa.

Morro da Urca, o espaço engloba um anfitea-

morros e a atração é muito acessível para ca-

to, a Praça dos Bondes e o Cocoruto, espaço

O trajeto do bondinho é realizado em dois

deirantes, todos os acessos e principalmente o bondinho estão dentro dos padrões para

tro, o Espaço Baía de Guanabara, um heliponcultural que conta a história dos teleféricos.

Para auxiliar na compreensão das infor-

que as pessoas com deficiência física façam

mações e da paisagem há um aplicativo

pessoas com deficiência auditiva? Será que

disponível para os sistemas Android e IOS. Ao

uma visita tranquila e segura. Mas, e para as

elas conseguem fazer um passeio agradável e sem obstáculos na comunicação?

Convidamos o funcionário público Ale-

xandre Carlos da Silva, de 54 anos, para uma

visita e, ao chegar à bilheteria, ele, que é presidente da Federação Desportiva de Surdos

do Estado do Rio de Janeiro teve um pouco de dificuldade.

“Os colaboradores da bilheteria e os segu-

62

revista incluir

interativo e gratuito, o Bondinho, que está apontar o celular para determinados pontos é possível visualizar diversas informações sobre

outros locais como a Praia de Copacabana

e a Baía de Guanabara. O passeio é guiado

pelo passarinho Tiê-sangue, espécie rara que virou mascote do Bondinho pela incidência recorrente nas matas do parque.

O aplicativo ainda não possui legenda em

Libras, mas possui legendas em português.

lizado, conseguiu compreender as informaum dos mirantes do Morro da Urca havia um monumento escrito Rio 2016, em Libras,

em homenagem aos Jogos Paralímpicos, contribuindo para a inclusão de surdos não oralizados.


Em seguida, o outro embarque é em di-

reção ao Morro do Pão de Açúcar, uma mon-

tanha despida de vegetação em sua quase

totalidade. É um bloco único de uma rocha

proveniente do granito, que sofreu alteração por pressão e temperatura e possui mais de

600 milhões de anos. Em sua área comum de visitação há alguns mirantes para apreciação

da paisagem, além de lojas e uma lanchonete com vista panorâmica.

Quando questionado sobre a sua visita

de uma forma geral, Alexandre afirmou: “O passeio é incrível, a vista é muito linda. Mas quanto à acessibilidade ela é mais dedicada aos cadeirantes e aos cegos, pois

disponibilizam muitas informações em braile. Já para os surdos não há muitas

opções, o ideal seria haver totens com

telas sensíveis ao toque ou algum pro-

grama para ser utilizado com tablets ou QR Codes que tivessem informações em

Libras para as pessoas com deficiência auditiva”, finaliza.

revista incluir

63


Rio 2016

Brasil supera recordes e comemora Com 72 medalhas, 93 atletas brasileiros fizeram as melhores marcas de suas vidas no Rio de Janeiro

E

Por: Julliana Reis | Ilustrações: Shutterstock

ntre as conquistas do Brasil nos

meta de terminar na quinta colocação geral

menos do que 93 brasileiros fizeram no Rio

destaque para nossa delegação,

çadas. Um dos grandes objetivos era aumentar

pós-Londres brilhou e 15 atletas (oito homens

Jogos Paralímpicos Rio 2016,

que superou marcas relevantes e quebrou recordes históricos no Rio de Janeiro.

Com 72 medalhas conquistadas: 14

ouros, 29 pratas e 29 bronzes (confira o quadro de medalhistas nesta edição), garantimos o maior número de pódios do

país em todas as edições das paralimpíadas, superando, em muito, a marca anterior de 47 medalhas, de Pequim, em 2008.

não era a única, e todas as outras foram alcan-

as melhores marcas de suas vidas. A geração

o número de medalhas no total e de moda-

e sete mulheres) com menos de 23 anos subiram ao pódio”, garante Andrew Parsons,

lidades no pódio. O desempenho dos atletas mostra que o trabalho foi bem feito. Nada

presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Modalidades de destaque O ATLETISMO foi, de longe, a modali-

Em comparação com os Jogos de Lon-

dade mais vencedora do Brasil nos Jogos

de medalhas é ainda mais expressivo: 67%.

ção do esporte foi impressionante. De

dres, 2012, o crescimento no número total Outro ponto que deve ser valorizado é

que ao mesmo tempo em que o atletismo realizou sua melhor campanha em todos os tempos e a natação igualou a melhor

Rio 2016. Foram 33 medalhas e a evolu-

Sydney, 2000, até esta edição dos Jogos,

as conquistas do atletismo praticamente quadruplicaram.

marca anterior no quesito número de pódios, as vitórias brasileiras não se limitaram

a estas modalidades. Pelo contrário, o Brasil esteve representado em pódios de nada

menos do que 13 esportes, quatro deles de forma inédita: canoagem, ciclismo, halterofilismo e vôlei sentado. Em Londres havia sido sete modalidades apenas.

“Estamos satisfeitos com a campanha nos

Jogos. Foram 72 medalhas conquistadas. Sob

esta ótica, foi a nossa melhor participação. A

64

revista incluir

Pela primeira vez em Jogos Paralím-

picos, o time da VELA disputou em três

classes e o melhor resultado ficou com a dupla da Skud18, Marinalva de Almei-

da (capa desta edição) e Bruno Landgraf,

que após 11 regatas conquistou a oitava colocação.


Na BOCHA o Brasil encerrou com duas

medalhas: um ouro nos pares BC3 e uma prata nos pares BC4.

Com 19 medalhas, a NATAÇÃO ficou cinco

pódios à frente dos Jogos de Londres. No Rio, as medalhas brasileiras foram conquistadas por

oito atletas diferentes em provas individuais, com destaque para Daniel Dias, que conquistou

A seleção brasileira de FUTEBOL DE 5

medalhas nas nove provas em que disputou.

fez história, com a conquista de sua quarta medalha paralímpica consecutiva.

Os atletas do TÊNIS DE MESA fizeram

uma participação histórica, com quatro No CICLISMO, Lauro Chaman foi o

pódios.

primeiro brasileiro a subir no pódio. Ele

conquistou duas medalhas: uma prata e um bronze.

Na CANOAGEM, Caio Ribeiro estreou com o pé di-

reito e conquistou a medalha de bronze na classe KL3.

As quadras da Arena Carioca

1 e da Arena Olímpica presencia-

ram os melhores resultados que as

equipes masculina e feminina do BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS já alcançaram.

O cavaleiro Sérgio Oliva voltou a co-

locar o Brasil no pódio no HIPISMO, com dois bronzes: um no Adestramento grau

Estreando em Paralimpíadas,

o TRIATLO teve como represen-

tantes Fernando Aranha, da classe PT1, que ficou na sétima colocação e Ana Raquel Lins, da PT4, que ficou no 11º lugar.

No FUTEBOL DE 7, a seleção brasileira

terminou com a medalha de bronze.

IA e outro no Estilo Livre grau IA.

No HALTEROFILISMO tivemos o

O Brasil conquistou sua primeira me-

dalha no VÔLEI SENTADO, com a equipe feminina, que ficou com o bronze.

No JUDÔ, nossa campanha foi

prateada. Ao todo, foram quatro medalhas, todas elas de prata.

primeiro brasileiro a alcançar o pódio

em Jogos Paralímpicos, com a medalha de prata na categoria até 88 kg.

Pela primeira vez o GOALBALL esteve

representado entre os quatro melhores

com as equipes masculina (bronze) e feminina (quarta colocada).

revista incluir

65


Rio 2016

Quadro de medalhistas (em ordem alfabética)

14 medalhas de ouro Futebol de 5

• Alessandro Silva (lançamento de

• Luan, Cassio, Damião, Jefinho,

• Claudiney Santos (lançamento de

e Vinicius

disco F11) disco F56)

Ricardinho,Tiago, Nonato, Felipe, Dumbo

• Daniel Martins (400 m T20 – WR)

Natação

• Ricardo Costa (salto em distância T11)

| 50 m costas S5 | 100 m livre S5)

• Petrúcio Ferreira (100 m T47 – WR)

• Silvania Costa (salto em distância T11)

• Shirlene Coelho (lançamento de dardo) Bocha

• Antonio Leme, Evani Calado e Evelyn

• Daniel Dias (200 m livre S5 | 50 m livre S5 • Daniel Silva, Diogo Ualisson, Felipe Gomes e Gustavo

Araújo (revezamento 4x100 m masculino T11-13)

Alaor Filho/MPIX/CPB

Vieira (pares BC3)

Washington Alves/MPIX/CPB

Atletismo

29 medalhas de prata Atletismo

• Rodrigo Parreira (salto em distância T36)

Bocha

T35)

F38)

Santos (pares BC4)

Alice Correa e Thalita Simplício (reveza-

Ciclismo

• Verônica Hipólito (100 m T138)

C4-C5)

Renato Cruz e Alan Fonteles (revezamento

Halterofilismo

• Fábio Bordignon (100 m T35 | 200 m • Felipe Gomes (100 m T11 | 200 m T11 | 400 m T11)

• Mateus Evangelista (salto em distância T36)

• Odair Santos (5000 m T11 | 1500 m T11)

• Petrúcio Ferreira (400 m T47)

66

revista incluir

• Shirlene Coelho (lançamento de disco • Terezinha Guilhermina, Lorena Spoladore, mento 4x100 m feminino T11-T13)

• Yohansson Nascimento, Petrúcio Ferreira, 4x100 m masculino T42-T47)

• Dirceu Pinto, Marcelo Santos, Eliseu

• Lauro Chaman (prova de resistência

• Evânio Rodrigues (categoria até 88 kg)


Judô

• Daniel Dias, Talisson Glock e Patrícia dos

• Antônio Tenório (categoria até 100 kg)

20 pontos)

• Lucia Teixeira (categoria até 57 kg)

• Wilians Araújo (categoria acima de 100 kg) Natação

• Andre Brasil (100 m livre S10)

• Carlos Farrenberg (50 m livre S13) • Daniel Dias (100 m peito SB4)

Santos (revezamento 4x50 m livre misto

Tênis de mesa

• Israel Stroh (classe 7)

• Daniel Dias, Andre Brasil, Ruiter Silva e

Cleber Mendes/MPIX/CPB

• Alana Maldonado (categoria até 70 kg)

Phelipe Rodrigues (revezamento 4x100 m livre masculino 34 pontos)

• Joana Neves (50 m livre S5)

• Phelipe Rodrigues (50 m livre S10)

• Susana Schnarndorf, Joana Neves, Clodoaldo Silva

29 medalhas de bronze Atletismo

Rocha, Hudson Januário, Wesley de Souza,

Tênis de mesa

• Edneusa Dorta (maratona T12)

Gilvano Diniz, Maycon de Almeida, Felipe

nildo Espíndola (equipe de tênis de mesa

• Daniel Mendes (200 m T11)

• Edson Pinheiro (100 m T38)

• Izabela Campos (arremesso de disco F11)

Wanderson de Oliveira, Leandro do Amaral, Rafael Gomes

• Lorena Spoladore (salto em distância

Goalball masculino

• Marivana Oliveira (arremesso de peso

Alexsander Celente, Leomon Moreno,

T11)

• José Roberto Oliveira, Alex de Melo,

• Aloísio Lima, Guilherme da Costa e Iramasculina classe 1-2)

• Bruna Alexandre (classe 10)

• Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos (classe 6-10)

Josemarcio Sousa e Romário Marques

Vôlei sentado feminino

• Teresinha de Jesus (100 m T47)

Hipismo

ria Dias, Adria da Silva, Pâmela Pereira,

• Verônica Hipólito (400 m T38)

grau IA)

• Rodrigo Parreira (100 m T36)

• Terezinha Guilhermina (400 m T11) • Yohansson do Nascimento (100 m T47) Canoagem

• Caio Ribeiro (KL3 200 m) Ciclismo

• Lauro Chaman (contrarrelógio C5) Futebol de 7

• Marcos dos Santos, Jonatas Machado, Fernandes Vieira, José Carlos Guimarães,

Diego Delgado, Fabrizio Nascimento, Igor

• Sérgio Oliva (individual grau B | estilo livre

Natação

• Paula Herts, Edwarda Dias, Gizela MaCamila de Castro, Nathalie Silva, Suellen Cristine Lima, Jani Batista, Janaina Cunha, Nurya Silva, Laiana Batista

• Andre Brasil (100 m borboleta S10)

Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB

F35)

• Daniel Dias (50 m borboleta S5) • Ítalo Pereira (100 m livre S7)

• Joana Neves (100 m livre S5)

• Matheus Rheine (400 m livre S11)

• Phelipe Rodrigues (100 m livre S10)

• Phelipe Rodrigues, Andre Brasil, Daniel Dias

e Ruan de Souza (revezamento 4x100 m medley masculino 34 pontos)

• Talisson Glock (200 m medley SM6)

revista incluir

67


Incluir cultural

Humor também é para todos Jornalista troca a redação pelos palcos e se destaca no stand up comedy Por: Marina Sobrinho| Fotos: Arquivo pessoal

D

esde 2000, a Lei nº 10.098 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção

da acessibilidade das pessoas com defici-

ência ou mobilidade reduzida. Entretanto, a realidade não condiz com a ementa dessa lei.

Em muitos lugares a falta de acessibili-

dade para pessoas com deficiência ainda

é precária, isso faz com que, essas pessoas façam suas próprias adaptações.

Algumas instituições da Secretária de

Cultura se preocupam em incluir acessibilidade em seus espaços culturais, ofe-

recendo exposições, espetáculos, acervos e apresentações entre outras ações inclusivas.

Além dos espaços, a deficiência vem

rompendo barreiras no esporte e na cultu-

ra. A comédia, por exemplo, recebe grandes humoristas, como Geraldo Magela, o ceguinho, e Jeferson Souza Farias, mais

conhecido como Jeffinho – ambos têm deficiência visual e são personagens do programa A Praça é Nossa, do SBT.

Outro humorista que vem ganhando

68

revista incluir


destaque é Paulo Henrique Fabião.

“O que me levou ao stand up foi a von-

tade de provar para o mundo, que a pes-

menos de um ano, encheu sua agenda se apresentando em bares da cidade.

Ele, que sempre contou com o apoio da

soa com deficiência é uma pessoa como

família, encontrou no humor sua realização

paralisia cerebral.

muito bem acolhido, foi na comédia. Porque,

qualquer outra”, conta Fabião, que tem Formado em jornalismo, ele não en-

controu no mercado muitas oportunidades

em sua área e resolveu trocar a redação

profissional. “Se tem um lugar que eu fui

querendo ou não, o tipo de humor que eu faço é diferente, é algo que ninguém faz”, diz.

Segundo ele, a paralisia não o limitou

pelos palcos e vem ganhando espaço com

no humor, pelo contrário, ajudou. “É como

A carreira na comédia é o que mantém

palhou para arrumar emprego, mas no

seu stand up.

atualmente Paulo Fabião, que começou a fazer shows em um bar na rua Augusta, na região central de São Paulo (SP), e em

eu sempre brinco, ser cadeirante me atracaso da comédia é um diferencial positivo, me destaco por fazer piada com a minha própria deficiência”, conclui.

revista incluir

69


Coluna

CÃES DE ASSISTÊNCIA NO BRASIL

C

Por: Renata Andrade e Felipe Cristiano*

ães de assistência são recursos de

um perfil, e esses perfis só podem ser ditos com-

em todos os locais frequentados por aproxima-

como cães-guia para pessoas cegas

já finalizou o treinamento básico. Só então, ele

para iniciar o treinamento. É considerado pelas

tecnologia assistiva que podem atuar

ou com baixa visão, como cães de serviço para

pessoas com deficiência física ou crianças com

autismo; alerta médico para pessoas com diabetes ou epilepsia e ouvintes para surdos.

Instituições de formação de cães de assistên-

patíveis quando o cão atinge a maturidade e estará apto à próxima etapa que é a formação das duplas. Assim, a fila de espera é guiada pelo comportamento do cão e não pela próxima pessoa da fila ou que tem condição de financiar tal custo.

O trabalho de formação de cães de assistên-

cia no Brasil são recentes e muitas não atendem

cia começa com a seleção genética, pois é preciso

de Cães-Guia e da Associação Internacional de

‘trabalho’. Treinar é diferente de adestrar. Adestra-

aos critérios mínimos da Federação Internacional

Cães de Assistência que regulam a formação de cães de assistência no mundo.

Atuar de acordo com os parâmetros destas

instituições internacionais é um dos critérios para

verificar a seriedade da instituição. Instituições confiáveis não vendem cães de assistência, por exemplo. Ou seja, o cão é entregue de forma

gratuita para o usuário, que arca com os custos

que os cães tenham predisposição para este

antes de o profissional ser reconhecido como tal. As instituições sérias acabam por entregar

menos cães, mas com mais qualidade que aqueles entregues em uma transação comercial.

Outro aspecto importante e desconhecido

permanência do cão de assistência em trabalho, em formação, com o treinador ou o socializador.

Apesar da legislação, os espaços de uso cole-

a comercialização desta ajuda técnica ou a for-

tivo têm barrado os cães em formação, mesmo

Pessoas que pagam por esta tecnologia correm

necessária. Essas dificuldades de acesso fazem

riscos de sofrer acidentes ou sérios danos por te-

rem cães adestrados e não treinados ou por estes cães não serem compatíveis com seus perfis.

Isso porque cada cão e cada usuário tem

70

revista incluir

tam as famílias socializadoras de forma respeitosa e como parte do projeto, incentivando o contato de usuários e socializadores e mantendo estes informados sobre o cão.

A sugestão para quem deseja ser socializador,

dedicadas a uma causa e não a um negócio.

acompanhado pelo usuário e também do cão

mação feita por profissionais não qualificados.

avaliados criteriosamente. Essas instituições tra-

específica e muita prática e experiência orientada,

de assistência, atividades que exigem graduação

formação e acompanhamento do cão. Essas Existe, atualmente, uma preocupação com

de formação dos cães de assistência e devem ser

usuário de cães de assistência ou patrocinador,

no Brasil é que a legislação garante a entrada e

despesas devem ser patrocinadas.

instituições sérias papel fundamental no processo

dores não são treinadores ou instrutores de cães

de alimentação, saúde e bem-estar do cão, após

recebê-lo, mas não com os custos de aquisição,

damente um ano, até que o cão esteja pronto

identificados e apresentando a documentação com que muitos socializadores desistam de aju-

dar as instituições. O socializador é um voluntário que acolhe o cão ainda filhote e é responsável por cuidar dele, educá-lo e ensiná-lo a se comportar

é buscar instituições sérias, que realmente são

Que não cobram dos usuários e se ocupam do

bem-estar do cão, dos socializadores e usuários e não do quanto podem ganhar com isso.

*Renata Andrade é especialista em Tecnologia Assistiva e coordenadora no Grupo de Diversidade e Inclusão da AAPSA. É socializadora voluntária na Bocalan e idealizadora do Dog Day, programa lúdico e informativo para conscientização sobre cães de assistência e temas relacionados à inclusão e deficiência Felipe Cristiano da Silva é usuário do cão-guia Thor. Membro da Organização do primeiro Encontro Nacional de Cães-Guia. Estuda Relações Internacionais na UNIVALE


N O S S O S MAIS DE:

1000 associados

eventos externos

reuniões técnicas

15

participação de mais de

1500 executivos decisores

100 90

N Ú M E R O S

grupos de debates e networking participação de mais de

mais de

2500

de pessoas cadastradas nos maillings

2milhões

1milhão

profissionais mais de

de postos de trabalho

Atenta ao cenário global desde a sua constituição, a Associação Paulista de RH e Gestores de Pessoas se tornou referência no debate de atualidades, tendências e inovações relacionadas à gestão corporativa e de pessoas. Anualmente, uma equipe de 80 experientes profissionais coordenam 15 Grupos de Debates e Networking, promovendo mais de 90 reuniões técnicas, que contam com a participação direta de mais de dois mil e quinhentos profissionais, criando um ambiente fértil para a troca de informações, boas práticas, conhecimentos, networkings e geração de negócios. Ao todo, a Associação contabiliza acima de mil associados, que empregam mais de dois milhões de pessoas e, no ano passado, promoveu mais de 100 eventos externos que atraíram a participação de mais de mil e quinhentos executivos decisores, gerando uma visualização de mais um milhão de pessoas cadastradas nos mailings da Associação.

Acesse saiba mais: www.aapsa.com.br

revista incluir

71


Projetos especiais

BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL TORNA-SE REFERÊNCIA EM ACESSIBILIDADE Espaço no Rio de Janeiro passou por uma reformulação e une arte, literatura e plataformas multimídias em prol de pessoas com deficiência Por: Leticia Leite |Fotos: Divulgação

D

iante dos grandes

vimento e Gestão (IDG), estimula

tecas tradicionais, os

à educação através de um espaço

acervos das biblio-

livros já não são os únicos itens

essenciais para estes ambientes, eles requerem outros recursos para

o acesso democrático à cultura e

pensado para atender às necessidades de toda a população.

“A Biblioteca Parque é um es-

agregar conhecimento ao público

paço plural, aberto para receber

pessoas com deficiência. A Biblio-

dos. Em um ambiente moderno e

e proporcionar acessibilidade às

teca Parque Estadual (BPE), espaço

da Secretaria de Estado de Cultura gerido pelo Instituto de Desenvol-

públicos de idades e perfis variaacolhedor, estimula os visitantes a experimentar diversas formas de

arte, como literatura, música, cine-

ma e teatro”, destaca Adriana Karla

estúdio completo para gravação,

Fundada em 1873, por Pedro

debates e oficinas. O público con-

Rodrigues, diretora do espaço.

II, e em seu atual prédio desde

1980, a BPE passou por mudanças

estruturais e foi reinaugurada em 2014, totalmente modernizada para oferecer aos mais de 1.200

visitantes diários uma experiência de integração entre a literatura e

para reuniões, teatro, café, auditó-

rio, laboratórios e ambientes para

estudo. O espaço possui banheiros adaptados, piso podotátil, rampas e elevadores acessíveis.

Além disso, há um ambiente

dedicado às pessoas com

mais de 200 mil itens, incluindo

Especiais, equipado com materiais

obras literárias, títulos técnicos, quadrinhos e cerca de 20 mil filmes entre outros. Possui espaço multimídia, biblioteca infantil, revista incluir

ta, ainda, com uma área externa

variadas manifestações culturais.

O ambiente reúne acervo com

72

além de locais para exposições,

deficiência, o Espaço Leitores

de auxílio à leitura para pessoas que não possuem os membros, impressora em alto-relevo, máquina

de aumento de visão, teclado com


alto-relevo e impressora em braile,

com uma equipe especializada para

com softwares e aplicativos de

“Tudo aqui é extremamente demo-

por exemplo. Também contam leitura e voz para sites, como o BrowseAloud e o Dosvox.

O acervo do espaço segue o

conceito de ampliação do aces-

so à leitura, com publicações em diversas plataformas como braile, audiolivros e livros digitais, para

atender pessoas com deficiência. crático e grátis para a população. Temos bibliotecárias especialistas em

acessibilidade, elas estudam Libras,

por exemplo, e trabalhamos com

programas de formação para remodelar o time de colaboradores.” Ainda há outras três unidades

pessoas com deficiências motoras,

da Biblioteca Parque no Rio de

da há as salas especiais, que são

da Biblioteca Parque Estadual: a

visuais, auditivas e cognitivas. Ain-

vedadas com o intuito de preser-

var o silêncio para pessoas com deficiência auditiva e também visual, que normalmente estão

acompanhadas por alguém que

os auxiliem no processo de leitura. Ainda segundo Adriana, a Bi-

blioteca Parque Estadual conta

Janeiro que seguem os moldes Biblioteca Parque de Manguinhos

(BPM), que também conta com estrutura para atender pessoas

com deficiência, o que inclui rampas, banheiros adaptados e

acervo em braile, a Biblioteca Parque Niterói (BPN) e a Biblioteca Parque da Rocinha C4 (BPR).

revista incluir

73


Coluna

Quando os bons se reconhecem Por: Elaine Lemos* | Fotos: Arquivo pessoal

le instante, a fé de que para mudar é preciso unir.

Geert me diz, após agradecer sua attitude:

“This is where my heart is” (Este é o lugar onde meu coração está).

Meu agradecimento em especial à Mônica

Ferreira de Amorim, que não mediu esforços e recursos para levar o filho e verem de perto

o maior evento esportivo do mundo para as

pessoas com deficiência. Mulher de coragem e determinação chegou numa cidade desco-

nhecida e fez acontecer. Minha eterna gratidão e admiração. Aos grandes campeões, torcida e patrocinadores também!

G

Grata por esse momento em minha vida!

Geovanne com o atleta Geert Schipper

eovanne Amorim é a primeira crian-

afinal a torcida era movida por gente do bem.

Você, idealizado pelo diretor esporti-

cerem constroem algo incrível e inesperado.

Paralimpíadas, Fernando Aranha. Com seis anos,

premiação. Geert Schipper sai do pódium para

ça a fazer parte do Projeto Inclusive

vo e atleta do triatlo que representou o Brasil nas ele tem histórias incríveis para contar, uma delas será sobre o Rio2016!

Ele e a mãe saíram de São Paulo levando na

bagagem, além da cadeira de rodas, determina-

ção e ingressos para o triatlo e natação. Usaram o

transporte público para conhecer alguns pontos

turísticos da Cidade Maravilhosa. No dia 10/9, chegaram cedo a Copacabana para a torcida organizada com direito a camiseta produzida pela Mestiça Propaganda e Outlet Premiun Rio.

Familiares e amigos unidos para vibrar amor

e boas energias, afinal, ele participar dos jogos já representa um vitória indescritível.

Prova emocionante! Fernando chegou em

sétimo lugar, reduziu seu tempo e ficamos felizes

com seu resultado. Essa história não acaba aqui,

74

revista incluir

Os bons se reconhecem e ao se reconhe-

Depois de tanto gritar, Geovanne acompanha a cumprimentar a torcida e encontra uma criança encantada com tudo o que estava acontecendo.

Olhos atentos e sorriso no rosto. Inesperadamen-

te, Geert ao tocar a mão dessa criança retira sua medalha e a coloca no pescoço do Geovanne,

em seguida pede para tirar uma foto, e entre tantas palavras desconhecidas para muitos de nós, fica claro que não era preciso traduzi-las.

*Eliane Lemos Ozores é psicóloga com

A atitude de Geert Schipper se alinha à atitu-

com deficiência pela Universidade São

Elas expressavam amor!

de de Fernando Aranha que, mesmo sem terem conversado sobre seus projetos pessoais, encontraram um elo importante por meio das mãos de uma criança que recebe como presente o

Tom prata (exemplar somente para medalhistas). As mãos de uma criança fortaleceram, naque-

especialização no atendimento da pessoa Paulo. Atua como consultora e palestrante em educação inclusiva. eliane@entrerodas.org www.entrerodas.org

www.facebook.com/entrerodasebatom @PsicoEliane


revista incluir

75


Vale saber

Inclusão cultural:

Maquetes táteis Por: Letícia Leite | Fotos: Divulgação

E

m uma visita aos museus e exposi-

ções, já imaginou como as pessoas com deficiência visual conseguem

apreciar as obras de arte, como as pinturas em

tela? No caso dos surdocegos torna-se ainda

mais complexo, pois além de não conseguirem

analisar visualmente as obras, não é possível ouvir a descrição do objeto.

Pensando nisso, Dayse Tarricone, especia-

lista em artes plásticas, comunicação visual e arquitetura, criou um projeto há 20 anos que revolucionou a experiência de apreciar a arte para pessoas com deficiência. A designer desenvolveu

maquetes táteis de materiais tridimensionais, que possibilitam através de uma assimilação sintética conhecer obras de arte e também a

construção arquitetônica de prédios, seu interior, e seus espaços adjacentes.

“Iniciei o trabalho com o objetivo de desen-

volver as artes plásticas com o surdocego e fui

aprovada pela USP como aluna especial. Neste meio, conheci a Amanda Tojal, responsável por

incluir a acessibilidade em museus com materiais multissensoriais nas exposições. A primeira maquete tátil com materiais multissensoriais foi

para o MAC - Museu de Arte Contemporânea”, diz Dayse.

76

revista incluir


Do que são feitas?

Cada maquete tátil tem sua especificidade

e seu conceito, são construídas por uma equipe

altamente especializada através de materiais resistentes ao toque. Por trás da montagem,

há uma ampla pesquisa para que tudo seja

em Madrid, na Espanha, foram contemplados

com as maquetes. Dentre as obras de maior

destaque está a exposição itinerante que acon-

teceu entre 2012 e 2015, a 'Sentir pra Ver- Gêneros da Pintura da Pinacoteca do Estado de São Paulo', composta por 14 maquetes.

“As maquetes táteis foram desenvolvidas a

extremamente assimilado ao material real da

fim de promover a acessibilidade. Possuímos

Toda a estrutura da maquete é feita em

tetura e comunicação. Os materiais multissen-

obra de arte ou construção arquitetônica.

madeira, e também são utilizados materiais

sintéticos, resinas, massas, cerâmica, entre ou-

tros que possuem grande durabilidade, visto que as maquetes serão tocadas por muitas

um projeto integrado de arte, design, arqui-

soriais e interativos são executados em lingua-

gem universal, permitindo maior assimilação e abrangendo todas as deficiências”, finaliza.

pessoas. Além disso, recursos tecnológicos

avançados são utilizados para a finalização

dos produtos, como impressora 3D, materiais

de comunicação visual e tátil, photo etching e recorte a laser.

“Temos um consultor com deficiência, o

Lothar Bazanella, presidente do CADEVI (Centro

de Apoio ao Deficiente Visual) que nos orienta quanto ao material que devemos utilizar. Após ofertarmos diversas amostras, chegamos a um

acordo do que consideramos ideal”, diz Dayse.

Diversas exposições e museus, como o

Museu do Futebol, em São Paulo, o Museu do

Amanhã, no Rio de Janeiro, e o Museu Thyssen, revista incluir

77


Empreendedorismo

EMPRESA DESENVOLVE ADAPTAÇÃO PARA MÁQUINA DE BRINDES O principal objetivo é incluir pessoas no segmento de marketing promocional e personalização de objetos Por: Letícia Leite | Fotos: Divulgação

E

m épocas de crise os índices de

desemprego estão cada vez mais altos e, com isso, a população

está procurando formas de trabalhar de maneira autônoma. Para isso, as pessoas

com deficiência enfrentam alguns obstáculos, pois nem sempre há ferramentas de trabalho adaptadas para suas necessidades.

Fabio Caner, de 41 anos, que não tem o

braço direito, atuava na área de tecnologia da informação e perdeu o emprego

devido ao mercado saturado. Por conta disso, ele decidiu abrir o próprio negócio.

Através da internet, conheceu a máquina de personalização de brindes VICM-19, da Sertha Brindes, e decidiu investir no

equipamento para não ficar fora do mercado de trabalho.

Assim, passou a trabalhar com a

personalização de brindes, entretanto, precisava de ajuda, pois sozinho não conseguia fazer todas as etapas do processo,

já que para concluir um produto é necessário segurá-lo com uma mão, enquanto a outra mão abaixa uma alavanca. Fabio contatou

Sergio Gotti, presidente da Sertha Brindes, Sergio Gotti, sócio da Sertha Brindes, com a VICM-19

78

revista incluir

e juntos pensaram em uma alternativa para


clientes aprendam a utilizar o equipamento, conferindo toda a estrutura e know-how para quem quer começar o próprio negócio.

Com uma média de 300 produtos

gravados por dia, Fabio trabalha com personalização há um ano, atende empresas

de vários segmentos e também buffets com

seus brindes personalizados, chegando a

faturar entre 3 e 4 mil reais por mês, mas sua ideia é crescer e aumentar o faturamento.

Para Sergio Gotti, da Sertha Brindes

e desenvolvedor da VICM-19, sempre foi um sonho poder ajudar uma causa tão importante como a inclusão de pessoas com deficiência física no mercado de trabalho.

“Atualmente temos cinco máquinas deste

tipo e o objetivo é mostrar que as pessoas com

deficiência podem se integrar à sociedade sem precisar depender de ninguém. Futuramente, se percebermos a necessidade de adaptar outros modelos de máquinas para outros

tipos de deficiência, desenvolveremos novos produtos”, finaliza Sergio.

Fabio Caner com sua máquina adaptada

adaptar a máquina para que ele pudesse

baldes de pipoca, squeezes, nécessaires,

independente.

com qualidade fotográfica.

concluir todo o procedimento de forma

“Após muito estudar, concluímos que uma

entre outros, em apenas quatro segundos

O produto desenvolvido e patenteado

base com um pedal para que eu pudesse utilizar

por Sergio Gotti é uma ótima oportunidade

certa da gravação e ainda segurar o produto

próprio negócio com baixo investimento

os pés me faria ter controle e colocar a pressão

na haste com minha mão esquerda”, diz Fabio.

para quem deseja empreender e ter o

para atender festas e eventos corporativos,

produzindo lembranças, convites e

MÁQUINA DE PERSONALIZAÇÃO

brindes no segmento de foto produto. A

utiliza papel impresso convencional e grava

serem personalizados, o papel especial e

A VICM-19 é uma máquina de transfer que

mais de 200 objetos como canecas, copos,

empresa também fabrica os brindes para oferece treinamento para garantir que os

Máquina VICM-19 da Sertha Brindes

revista incluir

79


Coluna

Professores Construtores Por: Caio Graneiro* | Foto: Arquivo pessoal

N

a contemporaneidade as políticas

quista da humanidade, justamente porque,

de construtores dispostos a valorizar o impac-

sibilidade tem crescido, ganhado

emoções, entender e se fazer entendidos.

e que aceitem o desafio de falar a mesma

inclusivas e movimentos de aces-

espaço na mídia e na legislação. Regras arqui-

através delas, podemos externar sentimentos,

O que aconteceria com o desenvolvimen-

tetônicas foram criadas para definir largura,

to de alunos surdos se os professores apren-

estão sendo construídos onde antes só ha-

não pode ouvir se sentiria na possibilidade

comprimento e altura. Elevadores e rampas viam escadas, porém, apesar de todos esses

avanços, não se constroem pontes entre as pessoas com cimento e areia.

Pesquisas apontam para como a relação

dessem a falar em Libras? Como um aluno que

mímicas e apontar de dedos.

Não estou aqui descartando a importante

volvimento. Quem não tem em sua história

aula em português enquanto a interpretação

gostar ou não de uma matéria ou até mesmo determinante na escolha de sua profissão.

A afetuosidade, a empatia e o vínculo são

instrumentos primordiais no ensino, quando o

aprendizado passa pelo emocional o ganho é

mais permanente e a motivação em aprender torna-se forte.

Porém, como se poderia construir vínculo,

demonstrar afetuosidade e ter real empatia sem comunicação?

é necessário para que o professor possa dar simultânea vai acontecendo , mas estou apontando para a diferença que faria o aluno poder perguntar sua dúvida direto ao professor, e o

professor poder responder direto ao aluno, a

importância que teria o professor poder perguntar sobre a vida do aluno e se envolver na

sua história sem a mediação de um interprete. O interprete é o apoio indispensável para a

interpretação da aula, mas não deveria ter também que intermediar a relação.

Professores aprendendo Libras é a ponte,

Somo seres sociais, nos constituímos pela

o elevador , o cimento e a areia na construção

aquisição da língua. A língua é a maior con-

Portanto, o convite está aberto: Precisa-se

linguagem e desenvolvemos abstração na

80

revista incluir

construir essa ponte.

em uma comunicação falha e baseada em

contribuição do interprete em sala de aula, ele

um professor que tenha sido marcante para

língua que eles. Aprenda Libras e ajude a

de ser compreendido de forma integral, não

dos professores com os alunos pode influenciar diretamente no seu aprendizado e desen-

to da língua na subjetividade de seus alunos

de uma relação integral com os alunos surdos.

*Caio Graneiro é psicólogo formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, intérprete de Libras há mais de dez anos, com proficiência no uso e ensino da língua atestada pelo Prolibras. É coordenador pedagógico da Escola Verbo em Movimento, ministra aulas, palestras e workshops na área de inclusão


revista incluir

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Turismo

Mirante sobre Rodas

Nova atração turística em Balneário Camboriú, o BC by Bus, é acessível para pessoas com deficiência Por: Letícia Leite | Foto: Divulgação

A

ssim como em grandes metrópo-

Intitulado BC by Bus, ele proporciona uma

O veículo possui dois andares, capacidade

les brasileiras como São Paulo, Flo-

visão privilegiada em relação a um ônibus co-

total para 73 pessoas e conta com um

mundiais como Barcelona, Dubai, Londres,

ainda mais do passeio que fazem pela cidade

fi e GPS, que reconhece os pontos turísticos

rianópolis, e em destinos turísticos

Miami, Cingapura e Nova Iorque, Balneário

Camboriú ganhou um ônibus turístico panorâmico com tecnologia de última geração.

82

revista incluir

mum, permitindo que os turistas desfrutem catarinense, vislumbrando de vários ângulos

as belezas naturais e atrações, transformando o passeio em uma experiência incrível.

sistema moderno de comunicação com Wi-

ao longo do trajeto. Dessa forma, é acionado um áudio com informações e curiosidades

das localidades, além de dicas de segurança.


O sistema de som está instalado em cada

poltrona e as informações são traduzidas em três idiomas: português, inglês e espanhol. Os visitantes recebem, ainda, capas nos dias de

chuva e mantas para os dias frios, garantindo maior conforto e segurança na área superior.

O projeto tem o apoio da construtora

EMBRAED, e sua primeira apresentação ao público aconteceu no mês de julho durante as comemorações do aniversário da cidade catarinense.

Segundo Rosana Munhoz, diretora da

By Bus Turismo, empresa responsável pela

atração, o ônibus conta com rampas de

acesso, assentos apropriados para pessoas com deficiência e cada um deles possui um

sistema de som individual. Além da rampa

de acesso para cadeirantes, o ônibus conta

com suspensão inteligente que facilita o embarque de pessoas com mobilidade

reduzida, ficando mais próximo do chão.

e Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento.

mas de proporcionar um passeio inclusivo.

vamente pela Estrada da Rainha. Durante o

“Estamos estudando cada vez mais for-

Todos têm o direito de conhecer novos lugares e viver novas experiências. No que diz respeito ao turismo, ainda tem muito a ser feito para torná-lo mais acessível. Cada

equipamento turístico ou atração que puder contemplar uma parcela desse público

já será algo bastante positivo e servirá de exemplo”, diz.

Por fim, retorna a Balneário Camboriú noitinerário são feitas três paradas de 20 a 30

minutos para que os passageiros tirem fotos e apreciem o local.

Ingressos

Os bilhetes possuem tarifa fixa de 55 reais

para adultos e 25 reais para crianças de 4 a 12

anos. A empresa ainda oferece condições es-

Como é o passeio?

Cada viagem tem um roteiro fixo com

duração de três horas e meia, e duas saídas

peciais para grupos. Os ingressos podem ser adquiridos no quiosque de vendas da BC By Bus no Atlântico Shopping.

diárias, às 9h e às 14h, de terça a sábado, e

aos domingos, às 14h. O ponto de embarque e desembarque fica no Atlântico Shopping, localizado no centro de Balneário Camboriú.

O trajeto contempla as avenidas Bra-

sil, Barra Sul, Atlântica e Estrada da Rainha,

o que garante uma vista espetacular para a orla da Praia Central. Depois, segue para Itajaí, passando pela Praia Brava, Praia do Atalaia, Avenida Beira-Rio, Mercado Público

revista incluir

83


Melhor idade

Alimentação na terceira idade

A

Por: Letícia Leite | Foto: Arquivo pessoal

população brasileira está envelhe-

O que fazer?

do com o IBGE, na última década, a

fatores importantes é que o idoso se adeque

cendo em ritmo acelerado. De acor-

Ainda segundo a nutricionista, um dos

população brasileira acima dos 60 anos cresceu

às necessidades especiais em relação ao ferro

117%, o que significa cerca de 24 milhões de

e proteína. Caso não goste de ingerir carnes,

idosos no país. Fatores como a queda da na-

é preciso substituir o alimento, aumentando

talidade e o aumento da expectativa de vida,

o aporte de proteína vegetal como feijões,

passando dos atuais 75 para 81 anos de vida até

ervilha, soja e grão-de-bico entre outros.

2050, foram os principais responsáveis por um

Outro fator relevante e que deve ser leva-

crescimento significativo em tão pouco tempo.

do em consideração na hora de preparar as

Assim, além dos fatores econômicos como

refeições é a consistência dos alimentos, visto

trabalho e aposentadoria, as questões mais

que muitos idosos utilizam próteses dentá-

preocupantes em torno deste envelhecimen-

to da população envolvem a saúde da terceira idade. Afinal, não basta apenas viver mais, é preciso, sobretudo, ter qualidade de vida e a

rias. Sendo assim, a preferência deve ser para Maria do Socorro

Maria do Socorro dos Santos, de 69 anos,

alimentação é uma das peças-chave para isso.

passou a ter uma alimentação balanceada

alimentação balanceada é importante para o

lesterol. A dona de casa se consultou com um

Segundo a nutricionista Lílian Assis, uma

controle de doenças crônicas, que são mais

comuns na terceira idade, pois, além de melhorar a qualidade de vida através do aporte

correto de vitaminas e o controle do peso. “É na terceira idade que a nossa saúde reflete

o quanto nos preocupamos com ela desde a infância. A alimentação adequada previne

doenças e é muito importante também para o controle e tratamento”, afirma.

84

revista incluir

para controlar seus níveis de diabetes e co-

endocrinologista e um nutricionista para pôr em prática uma dieta balanceada. “Com a ida-

de estes níveis de diabetes e de colesterol vão ficando descontrolados e temos que tomar mais cuidado. No início é difícil manter uma

dieta, mas com o passar do tempo você vê que não tem para onde escapar, tenho uma

alimentação controlada há mais ou menos cinco anos”, diz.

os purês, alimentos bem cozidos e carnes desfiadas ou moídas, evitando a ingestão de carnes mais duras e vegetais crus.

Os idosos também devem ficar atentos

à hidratação, a recomendação é o consumo

de mais ou menos dois litros de água por dia, também podem considerar chás (camomila, erva-doce e capim-limão entre outros) para

atingir a meta diária, e a ingestão de fibras para

evitar constipação intestinal, consumindo cereais integrais, vegetais e frutas diariamente.

“No café da manhã costumo comer pão

integral com uma camada leve de manteiga e, às vezes, queijo branco. Já no almoço como

um pouco de arroz integral e feijão. Mas, eu


dou prioridade para as saladas, verduras e

carne branca, assada ou cozida. Não costumo jantar, normalmente tomo um pouco de leite

com bolachinhas. Evito os doces e diminuí bastante o consumo de frutas, pois elas também têm muito açúcar, assim, como apenas uma porção por dia”, relata Maria do Socorro.

Lilian deixa um alerta para uma prática que

os idosos costumam fazer com frequência, que é substituir as refeições, principalmente o

jantar por um lanchinho, como um café com leite e pão. “Esta troca provoca um déficit de

micronutrientes (vitaminas e minerais) e de proteína de alto valor biológico (aquela que é mais aproveitada pela organismo), devendo

Dicas para uma vida mais saudável - Ter um plano alimentar diversificado e

- Evitar alimentos e bebidas industrializadas;

- Fazer refeições balanceadas a cada 3 horas;

- Hidratar-se bem e vagarosamente;

de acordo com sua dieta;

- Comer vagarosamente, mastigando bem os alimentos;

- Controlar a ingestão de gorduras e utilizar óleos mais saudáveis como o azeite de oliva;

- Preparar pratos de fácil digestão, cor-

tando alimentos em pedaços pequenos ou processados;

- Reduzir o consumo de sal e açúcar;

- Controlar o peso e os níveis de colesterol;

- Praticar atividades físicas sob a supervisão de um profissional;

- Exercitar a mente através da leitura, jo-

gos ou a prática de uma atividade musical por exemplo;

- Consultar-se regularmente com especialistas.

ser desestimulada”, conclui a profissional.

revista incluir

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Minha história

Vida que segue e se transforma

Uma história de superação e de força de vontade para continuar vivendo

Por: André Bandeira | Fotos: Arquivo pessoal

vez isso não aconteceu, deixando a minha

família preocupada. O aviso do acidente só aconteceu pelo hospital que fui encaminhado.

Fui socorrido e levado para a Santa Casa de

Misericórdia, onde foi constatado após alguns exames que eu tinha quebrado o pescoço e

fraturado a 6ª e 7ª vértebra cervical, sequela

que ainda permanece até os dias de hoje. Fui encaminhado para UTI e após uma semana fiz a primeira cirurgia para fixar a coluna com uma haste de metal e enxertos ósseos.

Sem nenhum movimento dos membros

inferiores e superiores, o que mais marcou

a minha estada na Santa Casa foi o fato do meu pai fazer aniversário alguns dias depois

do acidente, e eu não consegui sequer dar

um abraço nele. Impressionante como um simples abraço faz tanta diferença.

Mas eu ainda precisava passar por outra

A

cirurgia importante que era para tirar os cacos

André Bandeira

os 21 anos nunca tinha imagi-

Eu tinha acabado de deixar a minha namo-

um acidente automobilístico que

a minha casa. No volante do outro veículo

nado que um dia poderia sofrer

mudaria totalmente minha vida. Há 20 anos,

no cruzamento de duas famosas vias de Piracicaba, cidade do interior paulista, aconteceu uma forte colisão entre dois veículos.

O primeiro era o veículo dirigido por mim.

86

revista incluir

rada na casa dela e estava me dirigindo para

estava um motorista totalmente embriagado, em alta velocidade, passando em todos os sinais vermelhos da avenida.

Eu tinha o costume de avisar a minha na-

morada quando chegava em casa, mas, desta

de ossos que ainda estavam em meu pescoço.

Como na Santa Casa isso não era possível, fui transferido para o Hospital das Clínicas

na capital paulista, a cirurgia foi um sucesso e, após deixar o segundo hospital, fui levado

para a AACD onde iniciei minha reabilitação. Por conta da lesão medular, eu tive que

fazer uma fisioterapia específica para tentar

modificar o meu quadro clínico, após alguns


em princípio como terapia, depois como es-

porte de competição e hoje como atividade física. O tênis de mesa também entrou em minha vida e cheguei a ser um dos primeiros do ranking brasileiro.

Em 2000, voltei para a universidade e me

formei em 2002, como Administrador de Empresas. Depois fiz pós-graduação em Marketing

e, por algum tempo, fui professor universitário, ministrando aulas de empreendedorismo para os alunos de Fisioterapia.

Na época eu e meus pais começamos a ter

contados com pessoas com deficiência para

ajudar famílias que não tinham condições de fazer um tratamento adequado. Após participar

destas atividades me esforcei junto com outras pessoas com deficiência para reativar o Conselho Municipal de Proteção aos Direitos das

Pessoas com Deficiência. Depois da reativação do conselho eu vi a necessidade de se ter uma

voz na Câmara de Vereadores para representar

essas pessoas e me filiei a um partido político. Em 2004, fui eleito vereador pela primeira

vez, tendo me reeleito em 2008 e em 2012.

Independente das limitações, faço um

exercícios eu chegava a chorar, mas sempre

acidente foi o sumiço dos amigos, a minha namo-

trabalho sério voltado para a população pi-

qualificação que conseguiram amenizar um

os outros objetivos e outras metas para sua vida

também realizo palestras em escolas e empre-

fui atendido por profissionais da mais alta

pouco a dor na alma que eu sentia naque-

le momento. Comecei então a conhecer o

universo das pessoas com deficiência e me lembro de um rapaz que conheci na AACD.

Sempre tive como meta voltar a andar e

rada acabou com o relacionamento alegando ter e eu não fazia mais parte dos seus planos. Não

esmoreci, coloquei na cabeça que a fisioterapia era mais importante, e que logo voltaria a estudar

e a trabalhar, algo que me animava no dia a dia.

Após muito esforço consegui recuperar os

racicabana e, além de atuar como vereador, sas falando sobre a realidade dos acidentes

de trânsito no Brasil. Hoje se mata mais no trânsito do que de câncer ou por homicídios, segundo dados do Ministério da Saúde.

Após 20 anos do meu acidente, infeliz-

tentar recuperar os movimentos completos do

movimentos dos braços e buscava via internet

mente pouca coisa mudou, os números são

ção eu era colocado em pé por uma prancha,

situação. O meu primeiro trabalho após o aci-

e 200 mil internações no Brasil, segundo o

meu corpo. Em vários momentos da reabilitamas em algumas situações tinha tonturas que às vezes fazia com que eu desmaiasse. Em to-

dos os momentos a minha mãe estava ao meu lado, dando a maior força e acreditando que

eu sairia fortalecido daquela situação adversa. As fisioterapias se tornaram constantes

em minha vida. Precisei trancar matrícula na universidade e foquei na reabilitação.

Uma das minhas maiores tristezas após o

conversar com pessoas que estavam na mesma dente foi como professor particular de informática, e também trabalhava no supermercado da

minha família. Em 1998, consegui renovar minha

carteira de habilitação, em Campinas, em uma

alarmantes, só em 2014, foram 43 mil mortes Datasus, e os causadores continuam impu-

nes e dirigindo os seus carros sem nenhum compromisso com a vida.

Voltando a falar da minha vida pessoal,

Banca Especial para Pessoas com Deficiência,

me casei em 2013, com Dulci Bandeira, que

Piracicaba, já existe esta Banca Especial, graças

minha família foi e sempre será alicerce para

e voltei a dirigir um carro adaptado. Hoje, em a minha intervenção junto ao Detran.

No mundo dos esportes pratiquei natação,

me conheceu após o acidente, e para mim a

superar o acidente e continua sendo a razão da minha vida.

revista incluir

87


Artigo

A PARATLETA E A EUTANÁSIA Por: Cicero Urban* | Foto: Divulgação

O

s Jogos Olímpicos e Paralímpicos

Esse temor está bem explícito na forma como a

reduzam a dor e o sofrimento. Exige profissio-

mundo alguns temas bioéticos

Eutanásia é o ato de provocar diretamente e

humanística adequada, dedicados ao manejo

trouxeram à tona no Brasil e no

paratleta se manifestou.

nais de saúde com uma formação técnica e

importantes. A questão do aborto tem sido

voluntariamente a morte de alguém com uma

– a possibilidade de contaminação foi a alega-

eliminar a dor e o sofrimento. Contudo, uma boa

superação para todos nós. Encontrou forças e

ou sem sofrimento, mas uma morte preparada

sua vida, apesar de todas as dificuldades e limita-

objeto de intensos debates com o vírus zika ção de vários atletas para não vir ao Rio – e as Paralimpíadas levantaram um debate sobre a eutanásia. A paratleta belga Marieke Vervoort, 37

anos, reacendeu a polêmica ao afirmar que, se não tivesse a opção da eutanásia, teria cometido

doença ou debilidade grave, com o objetivo de

morte não significa apenas uma morte sem dor

espiritualmente e vivida no conforto da família e dos amigos, e com assistência adequada.

Além disso, sempre é bom lembrar que a

suicídio. Na Bélgica, a eutanásia é permitida, ao

eutanásia é uma decisão moral (no sentido estrito

Normas éticas e legais existem em virtual-

É uma decisão baseada em valores mais que em

contrário do Brasil e da grande maioria dos países. mente todas as sociedades com o objetivo de proteger a vida humana e regular as circunstâncias em que ela pode ou não ser prolon-

gada. O maior patrimônio de uma sociedade – qualquer que seja – é, estruturalmente, a pessoa humana. A sociedade existe, afinal, em

razão das pessoas que a constituem. Nenhuma sociedade liberal e democrática pode existir sem elaborar critérios de justiça e, dessa forma, sem deixar de limitar o exercício da autonomia

individual. Limites estes impostos pela lei e previstos no próprio exercício da cidadania.

Assim, existe de fato e de direito um nexo

entre a dimensão moral da vida pessoal e a sua

relevância pública. O homem, enquanto mem-

da palavra), não baseada em estudos científicos.

estudos clínicos, cujos riscos éticos e as conse-

da situação e da dignidade na fase final da vida.

88

revista incluir

nossa, enquanto profissionais de saúde, é dar condições para que os pacientes vivam melhor em todas as fases de suas vidas, inclusive a fase final. A eutanásia não é a solução. Ao contrário, é a falta dela.

possa ser violado o dever de não matar um ser humano inocente. Mudaria de uma forma drás-

tica a ética hipocrática. Obrigaria que este tema fosse abordado dentro dos cursos de medicina

e alteraria o relacionamento médico-paciente. O paciente vai ao médico para um tratamento

que possa salvar ou melhorar a sua vida ou para eliminá-la? E mais: quem poderia ser eliminado, se o sofrimento é uma experiência individual que não pode ser medida?

Eliminar o paciente terminal com pro-

ponto de vista moral) é bem mais fácil que

temática reflete o temor da perda do controle

ções. Este é o caminho a ser seguido. E a missão

fato de permitir que, dentro de uma sociedade,

limitadas e reguladas. E, no caso da eutanásia, a flito. O interesse individual das pessoas nessa

motivação no esporte para seguir em frente com

A sua grande fragilidade está exatamente no

cedimentos como a eutanásia e o suicídio

moral pessoal e a vida pública entram em con-

Marieke Vervoort é um grande exemplo de

quências sociais não são totalmente conhecidos.

bro de uma sociedade – enquanto cidadão –,

deve aceitar que algumas de suas escolhas sejam

da terminalidade em todas as suas dimensões.

assistido (ambos não são muito diferentes do

acolher e tratar. Quando não há nada mais a ser feito, na realidade há muito ainda a ser

feito. A assistência a quem está morrendo exige que sejam mantidos tratamentos que

*Cicero Urban é médico oncologista e

mastologista, professor de Bioética e

de Metodologia Científica na Universi-

dade Positivo e vice-presidente do Ins-

tituto Ciência e Fé


revista incluir

89


Notas Notas

MANO DOWN LANÇA

CALENDÁRIO 2017

O Instituto Mano Down acaba de lançar Kely Aguiar

mais uma edição de suas agendas e

calendários para 2017. O projeto idealizado

por Leonardo Gontijo e Iracema Machado está em sua terceira edição e conta com

Os organizadores do Mano Down

diversos patrocinadores e colaboradores

viabilizados

Com o tema ‘Palcos de Minas’, a edição é

artistas e das famílias dos participantes.

que fazem desse projeto uma realidade. uma forma de homenagear e reverenciar

todos os artistas mineiros. As agendas e calendários Mano Down 2017 foram

com

patrocínio

e

apoio

soas com Deficiência no Mercado de Tra-

o calendário podem fazer contato pelo telefone (31) 98661-1261.

Bianca Ponte

da empresa. Instaladas nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo (SP) e Santos

Dumont, no Rio de Janeiro (RJ), as rampas foram adquiridas de um fabricante nacional

e passaram por intervenções propostas pelos membros do comitê de acessibilidade

da empresa aérea. De acordo com o vicepresidente de Operações da Gol, Sergio Quito,

90

revista incluir

A Associação Brasileira de Recursos

Os interessados em adquirir a agenda e

com mobilidade reduzida às aeronaves

Aéreas já conta com duas plataformas

TRABALHO

Humanos (ABRH) de São Paulo promoveu

dos passageiros com deficiência física e

Desde o mês de agosto, a Gol Linhas

INCLUSÃO NO MERCADO DE

de empresas, dos colaboradores, dos

de acessibilidade para garantir o acesso

GOL APRESENTA PLATAFORMA DE ACESSIBILIDADE

FÓRUM DISCUTE

em 2017, outros aeroportos deverão receber a rampa da acessibilidade, já que desde o

início das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a empresa transportou quase 6 mil pessoas com algum tipo de deficiência. “Vamos avaliar

a demanda dos aeroportos para programar a implantação das rampas em outras cidades brasileiras”, completa Quito.

a 4ª edição do Fórum de Inclusão de Pes-

balho. Realizado em Barueri (SP), o evento reuniu executivos e especialistas de dife-

rentes empresas e organizações, em torno de uma discussão sobre a Lei Brasileira de

Inclusão. Na ocasião, também foram apresentados os resultados da pesquisa realizada pela organização Santo Caos sobre a inclusão de trabalhadores com deficiência.

Segundo a pesquisa, os resultados foram

positivos no que se refere à produtividade

das empresas. ”Entrevistamos gestores, especialistas em lei, opinião pública, todos os

setores não para discutir a cota, mas para

falar de engajamento. Nas empresas que

prepararam a cultura interna para acolher esses profissionais, chegaram à conclusão de que eles produzem muito mais e a presença deles melhora o ambiente de traba-

lho”, explica Guilherme Françolin, um dos envolvidos na pesquisa.

Nos painéis, também foram apresenta-

dos cases de sucesso de empresas da região Oeste da Grande São Paulo.


LARAMARA: 25 ANOS

Divulgação

VARAL PARA

PARAPLÉGICOS DE DEDICAÇÃO Um grupo de universitários de São Paulo

concluiu, mediante a uma pesquisa realizada por eles mesmos, que pessoas com de-

ficiência física encontram dificuldades para a realização de algumas atividades domésticas. Carlos Henrique Alves, Denise de Melo

Zorze, Jonatan de Freitas Bezerra, Rafael Moura Barbara e Sabrina Firmino, atualmen-

te graduados em Ciência da Computação,

desenvolveram para o Trabalho de Conclusão de Curso um protótipo de varal automa-

A Laramara – Associação Brasileira de

Assistência à Pessoa com Deficiência Visual

recebeu Prêmio Pedro Kassab, concedido

pela Associação Paulista de Fundações (APF). A associação foi agraciada na categoria de

No dia 28/11, quando completa 25 anos

Martins na categoria pessoa física. Fundada

gala com show beneficente da cantora

pessoa jurídica, e o maestro João Carlos por Mara Siaulys e seu marido, a Laramara se destaca como uma das associações

mais atuantes do Brasil no atendimento de pessoas com deficiência visual.

tizado para auxiliar pessoas com paraplegia

, a associação vai promover um jantar de

Paula Fernandes. Interessados em outras informações sobre o evento ou para comprar

convites, podem ligar para o telefone (11) 3660-6412.

FERNANDO FERNANDES

no processo de secagem de roupas.

COMEMORA ANIVERSÁRIO

O varal atua de maneira autônoma

através da leitura das variáveis climáticas

DE SEU INSTITUTO

o clima de forma que, se estiver chovendo

Um projeto idealizado pelo atleta da

estende. O protótipo é abaixado ao pressio-

Fernando Fernandes Life (IFFL), também

por meio de sensores. Assim, ele detecta

canoagem Fernando Fernandes, o instituto

o varal recolhe a roupa, caso contrário, ele

com deficiência possa colocar suas roupas no varal sem a ajuda de terceiros.

Reprodução

nar um botão, o que faz com que a pessoa

tem garantido a prática esportiva para milhares de pessoas desde que iniciou suas

atividades, em 2013. E, para comemorar

três anos de sucesso, o IFFL promoveu uma

grande festa no dia 24/9, que reuniu centenas

EMPRESAS BRASILEIRAS

PARTICIPAM DE

de pessoas, atendidas por instituições moção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), participaram da Rehacare –

FEIRA NA ALEMANHA

principal evento do setor de reabilitação

Com o propósito de fomentar as expor-

final do mês de setembro. A Freedom, fa-

tações brasileiras de produtos voltados

para tecnologias assistivas e reabilitação,

empresas associadas à Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospi-

talares e de Laboratórios (ABIMO) e que fazem parte do Projeto Brazilian Health Devices, executado pela entidade em

parceria com a Agência Brasileira de Pro-

da Europa –, realizado na Alemanha, no bricante de cadeiras de rodas, a Ibramed,

produtora de equipamentos para reabilitação física, assim como a Politec, com-

panhia que produz aparelhos auditivos

e a Jumper, desenvolvedora de cadeira de rodas personalizadas para a prática de esporte, representaram o Brasil no even-

to, e apresentaram seus produtos ao público europeu.

parceiras e também por famílias, que frequentam o instituto. Além da recreação,

a festa contou com apresentações musicais e com a participação dos palhaços do Sopro

de Alegria e dos motoqueiros do Rastro

Moto Clube, parceiros do instituto. Também

foram realizadas vivências de canoagem, modalidade que lançou o atleta no esporte

paralímpico. “Por meio da canoagem eu me reinseri na sociedade e é isso que eu

quero oferecer ao maior número de pessoas que eu puder no instituto, uma chance de

entender que esforço, dedicação e amor ao que se faz é fundamental para alcançar o sucesso”, conta Fernando Fernandes.

revista incluir

91


Vitrine

Livros Minha lição de fé Tetraplégico há 27 anos devido a um acidente, o ex-metalúrgico

Waldir de Lazzari tem mais de 200 composições gravadas por

grandes ícones da música popular brasileira. Na obra, o ex-

metalúrgico conta com a parceria de Carlos Magalhães, para compartilhar sua história de vida com os leitores. Primavera Editorial | 120 páginas

Valiosa vida Felipe Quarto, autor do livro, relata em primeira pessoa as experiências de uma pessoa com distrofia muscular de Duchenne, desde o seu nascimento até a fase adulta. A obra

revela os primeiros sintomas, a evolução e os tratamentos. Felipe é um apaixonado pela vida, acreditou em sua capacidade e procurou transformar suas dificuldades em superações.

Editora Livre Expressão | 273 páginas

Enquanto João-Garrancho dorme O livro de Elizete Lisboa conta a história de um monstrinho que

acabou de chegar em um livro que estava em branco, e já chega

dominando todo o espaço. Com ilustrações de Walter Lara, a

história é apresentada de duas formas: em português e em braile,

permitindo também a leitura de pessoas com deficiência visual. Editora Paulinas | 32 páginas

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Para além da educação especial Organizado pela pedagoga Sílvia Ester Orrú, o livro apresenta, de forma crítica, alguns dos avanços ob-

tidos nos últimos anos no cenário da educação es-

pecial, para a semeadura e o florescimento de uma

educação não excludente, que se faz nos espaços em que as relações sociais são privilegiadas. Wak Editora | 248 páginas

Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas

de Física

O livro de Eder Pires de Camargo analisa os saberes que professores do ensino

médio devem mobilizar para incluir alunos com deficiência visual em ativi-

dades de ensino, e toma como exemplo a experiência de uma disciplina de

graduação na qual futuros licenciados estruturaram e implementaram novas práticas de ensino para turmas mistas. Editora Unesp | 276 páginas

O menino que escrevia com os pés O livro da psicóloga Carina Alves tem ilustrações de Roney Bunn

e conta a história de um menino que perdeu as mãos e supera os

obstáculos por meio do esporte. A trama aborda de forma didática

questões relacionadas à inclusão, à diversidade e à acessibilidade. Disponível em português, em alemão e em inglês, o livro tem ainda versões especiais em braile, em pictogramas e em Libras. Editora Mundo Criar | 32 páginas

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Vale ler

O menino que pedalava Tendo o paradesporto como pano de fundo, trama relata a história de um menino que vê na bicicleta seu caminho para a felicidade Por: Julliana Reis | Foto: Divulgação

E

m meados de 2012, após concluir

atletas conquistaram uma classificação iné-

escritora Cassia Cassitas, que

de 2016, no Rio de Janeiro. Quem seriam

um trabalho sobre economia, a

acaba de lançar ‘O menino que pedalava’, não entendia como as pessoas podiam

levar uma vida feliz em meio ao abalo da

dita e convidaram o mundo para o evento melhores protagonistas para um livro sobre a vontade de bem viver?”

A partir de então, a escritora passou a

economia mundial. “Eu olhava ao meu re-

ler biografias, conhecer institutos, conver-

podiam levar a vida daquela maneira des-

ligados à saúde.

dor e via as pessoas se divertindo. Como preocupada com o fantasma da inflação

sar com atletas, treinadores, profissionais Em alusão à história de ‘O Mágico de

e do desemprego rondando o Brasil? Eu

Oz’, a trama de ‘O menino que pedalava’,

Quanto mais ela observava, maior a

história de André, um garoto que, contra-

me indignei.”

convicção de que havia outra perspectiva, outra forma de conviver com os fatos. “Numa manhã de domingo me deparei com

uma maratona e foi então que o esporte ganhou minha atenção, e também a am-

bientação de grande parte dos episódios

se passa nas ciclovias de Sydney, e conta a riando todas as expectativas, se interessa pelo ciclismo, e com a ajuda dos pais, de

seu treinador e de um empenhado médico,

passa a conviver com uma nova realidade, muitas vezes difícil de entender e de lidar. Mais do que uma simples história de

do livro”, explica.

superação, o livro relata o poder que temos

Paralímpicos de Londres e os atletas bra-

da solidariedade, da coragem e da luta por

Na mesma época acontecia os Jogos

sileiros estavam fazendo bonito. “Nossos

94

revista incluir

de despertar em nós o espírito adormecido um ideal.

O Menino que Pedalava

Editora Pandorga | 248 páginas


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Vale assistir

PROCURANDO DORY Fotos: Divulgação

U

m ano após ajudar Marlin a reencontrar seu filho Nemo, Dory precisa agora lidar com vários peixes do seu passado, entre eles alguns pelos quais ela foi

apaixonada. A trama aborda a deficiência e alguns transtornos de

forma inteligente. Isso porque, além da deficiência intelectual da protagonista, que está em busca de seus pais, tem ainda Hank, um

polvo mutilado; Bailey, um beluga com problemas de autoestima; e Geraldo, um leão-marinho que apresenta um déficit cognitivo.

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Gênero: Animação Ano: 2016 Duração: 102 minutos Direção: Andrew Stanton e Angus MacLane


A falta de informação faz com que pensem que eles são incapazes E nós, viemos para provar o contrário!

Há 5 anos lutando pela inclusão

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Turma do Dauzito

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