€ 3,70
MAI/JUN 2015
9 772316 338009
ISSN: 2238-9784
Educação
Plano de aulas
Educação física
As novas diretrizes e as principais ações inclusivas do novo ministro apresentadas ao MEC
Oito planejamentos usando livros, culinária e filme para ter aulas mais educativas e divertidas
Sugestões práticas para integrar os alunos comdae inclusão sem deficiências 1 mundo nas atividades esportivas
www.edminuano.com.br
R$ 7,90
44
Ano 3 - nº 44
2 mundo da inclusĂŁo
Job: 43017-005 -- Empresa: Publicis -- Arquivo: 43017-005-An-Prisma-PCD-41x27.5cm_pag001.pdf
Registro: 165659 -- Data: 17:45:28 15/04/2015
mundo da inclusĂŁo
3
Nesta edição
Entenda a importância das brincadeiras para as crianças
Sugestão de filme infantil que auxilia no processo social
4 mundo da inclusão
Atenção
A partir do início de 2015, a Revista Mundo da Inclusão passou a ser lançada apenas em 6 edições anuais, em decorrência das mudanças editoriais.
é uma publicação bimestral da Editora Minuano
Av. Marquês de São Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - São Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234
De cara nova Nesta edição, a Revista Mundo da Inclusão está totalmente diferente e traz para vocês um novo projeto gráfico muito
DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br
mais leve, bonito e educativo.
ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera Lúcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br
Isso sem falar nas matérias, que estão com muito mais
FINANCEIRO Diretora: Claudia Santos Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino COBRANÇA Diana de Oliveira - cobranca@edminuano.com.br EDITORIAL Editora-chefe: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Fernanda Rodrigues e Maira Isis Cardoso redacao@edminuano.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - arte@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Sandra Francisco (consultora pedagógica) e Rubens Passos (artigo). CIRCULAÇÃO Patricia Balan - circulacao@edminuano.com.br MARKETING Alda Mendes - alda@edminuano.com.br Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br Jacqueline Santos - marketing@edminuano.com.br Jessica de Souza - marketing2@edminuano.com.br PUBLICIDADE Diretor Comercial: Arnaldo Stein Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini, Kalinka Lopes, Marco Gouveia, Patrícia Cestari, Silvana Mendes e Stepan Tcholakia VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente Depósito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br Alexandra Eleutério - alexandra@edminuano.com.br Sabino José dos Santos - vendas2@edminuano.com.br vendas@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE Amanda Barros - atendimento@edminuano.com.br Ingrid Bertolini, Isabella Tomé e Suelen Kelle Tel.: (0XX11) 3279-8571
conteúdo e informação para auxiliar o professor por meio de dicas de livros, filme, sites e blogs que vão ajudar no planejamento de aulas de forma divertida e inclusiva. Temos nossa matéria de capa, que explica a importância da tecnologia para o desenvolvimento da criança com deficiência em sala de aula, além de um caderno com atividades para desenvolver: memorização, linguagem oral e escrita, ampliação do vocabulário, identificação de cores e formas, noção espacial e criatividade. Ainda nesta edição, conheça o novo ministro Janine Ribeiro e saiba quais as principais ações inclusivas que o MEC vem desenvolvendo. Todas essas novidades, e muito mais, que você só confere na #RevistaMundodaInclusão Enquanto você lê esta edição, nós já estamos preparando a próxima. Conte pra gente o que achou das mudanças e mande suas sugestões. Boa leitura e até a próxima edição!
Equipe Mundo da Inclusão
DEPARTAMENTO DE WEB / DESIGN GRÁFICO Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br Erick Rettozi - erick@edminuano.com.br Kelme Voltan - suporte@edminuano.com.br PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br
IMPRESSÃO E ACABAMENTO: DIVISÃO GRÁFICA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Esta revista foi impressa na divisão gráfica do Diário de São Paulo, com emissão zero de fumaça, tratamento de todos os resíduos químicos e reciclagem de todos os materiais não químicos. Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678 – CEP: 06045-390 – Osasco – SP.
Vem falar com a gente em nossos canais on-line! www.mundodainclusao.com.br Revista Mundo da Inclusão MundodaInclusao
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mundo da inclusão
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Na Escola
A tecnologia aliada à educação constrói aulas melhores Conheça alguns avanços oferecidos por meios tecnológicos para alunos com deficiência Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Shutterstock
O uso de tecnologias na educação estimula o apren-
Como disse Rita, o uso das tecnologias é fundamental
dizado, foge do modelo tradicional oferecendo maior
e para que todos tenham acesso, a política de educa-
quantidade de recursos e ajuda a tornar as aulas mais
ção especial brasileira prevê a existência de salas de
dinâmicas, despertando o interesse dos alunos. No
recursos multifuncionais que promovem acessibilida-
caso de alunos com deficiência, o uso das tecnologias é fundamental para desenvolver suas habilidades.
de, pensando no serviço de edu-
“A tecnologia assistiva é uma área do conhecimento
cação inclusiva, onde o professor especializado identifica a barreira, organiza e implementa ações prá-
que envolve recursos,
ticas ou recursos para serem de-
coordenadora da empresa Assis-
práticas e metodologias
senvolvidos com os alunos, para
tiva, onde trabalha com tecnolo-
que são organizadas no
que eles possam participar do
A
fisioterapeuta
Rita
Bersch,
gia e educação, explica um pouco sobre a importância do uso das
desenvolvimento da
currículo comum da escola. Um recurso fundamental na co-
tecnologias na educação inclusi-
funcionalidade das pessoas
va. “A tecnologia assistiva é uma
com deficiência. Ela pode
logias ajudam ainda os alunos
área do conhecimento que en-
ser a voz, a escrita ou ainda
a usufruirem, em igualdades de
volve recursos, práticas e metodologias que são organizadas no desenvolvimento da funcionalidade das pessoas com deficiência.
garantir o acesso destas pessoas à informação.” Rita Bersch
Ela pode ser a voz, a escrita ou
municação alternativa, as tecno-
oportunidades, dos conteúdos, além de incorporar recursos que fazem toda a diferença, como, por exemplo, quando o aluno com deficiência intelectual tem
ainda garantir o acesso destas pessoas à informação.
um texto lido para ele, o que lhe permite dispor da
Com isso, eles conseguem participar ou ainda ampliar
mesma informação que seus colegas de turma.
sua participação em todas as atividades do contexto
“Já os alunos com deficiência visual dispõem de lei-
escolar.”
tores de telas e materiais táteis para percepções
6 mundo da inclusão
“Para poder estudar, uma criança cega ou com baixa visão vai precisar de recursos para ter acesso à informação dos conteúdos e dos formatos que existem, e também para poder gerar a informação anotada, adaptações do que está estudando e fazer todas as tarefas na escola e em casa.” Robert Mortimer em
relação
aos
conceitos
ensi-
nados. Neste caso, a tecnologia se caracteriza por meios e serviços
disponibilizados
na
escola”,
completa ela. O especialista em tecnologia assistiva da Laramara – Associação Brasilei-
TECNOLOGIA ASSISTIVA – O QUE É?
ra de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual –, Robert Mortimer,
É um termo que identifica todos os recursos e serviços que
explica que o uso de tecnologias é
contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades fun-
fundamental para a educação, bem
cionais de pessoas com deficiên-
como para qualquer aspecto da vida
cia, o que ajuda a terem indepen-
das pessoas com deficiência visual,
dência e serem incluídas.
para contornar as barreiras coloca-
São variados equipamentos, ser-
das pela própria deficiência.
viços, estratégias e práticas apli-
“Para poder estudar, uma criança
cadas para facilitar a superação
cega ou com baixa visão vai preci-
das pessoas com deficiências no
sar de recursos para ter acesso à in-
momento de realizar suas ativi-
formação dos conteúdos e dos for-
dades. No ambiente escolar, as
matos que existem, e também para
tecnologias auxiliam os alunos no
poder gerar a informação anotada,
aprendizado, com adaptações de
adaptações do que está estudando e
acordo com cada necessidade.
fazer todas as tarefas na escola e em casa”, explica Mortimer.
mundo da inclusão
7
Na Escola DEFICIÊNCIA VISUAL As pessoas com deficiência visual ou baixa visão necessitam de equipamentos que auxiliem e permitam que elas realizem suas atividades sozinhas como: lupas e lentes, braile para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos e publicações entre outros. Como exemplo, temos o audiolivro, ou livro falado, como uma importante tecnologia para este público, e que são bastante úteis na educação, já que podem ser encontrados tanto em materiais didáticos e profissionalizantes, quanto em literatura, cultura e música. Este recurso permite ouvir o conteúdo em alto som, abrindo espaço para dramatização.
DEFICIÊNCIA FÍSICA As pessoas com deficiência física contam com diversas ferramentas tecnológicas no dia a dia, entre eles, o MyTobii, um sistema que permite acesso ao computador através do olhar. Essa tecnologia permite detectar a direção do olhar da pessoa que o utiliza, seguindo o movimento de seus olhos. Traz facilidades na hora da comunicação e proporciona maior independência aos usuários.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA Pessoas com deficiência auditiva contam com auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado-teletipo (TTY) e sistemas com alerta tátil-visual, entre outros. Criado pela empresa norte-americana MotionSavvy, o Tablet Uni é um aparelho em formato de tablet, que traduz a língua gestual para áudio e texto escrito, é uma tecnologia que pode ajudar a eliminar barreiras na interação escolar e em outros ambientes com pessoas com deficiência auditiva. O Uni utiliza uma tecnologia que reconhece gestos em movimento, evitando que sejam inseridos sinais errados ou que se perca informação importante na conversação com outra pessoa. Funciona através de duas câmeras e projeta imagens dos gestos da pessoa surda num espaço virtual em 3D. AUTISMO Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), o Jogo de Atenção Conjunta utiliza imagens do dia a dia que são coladas em pinos presos à prancha, possuem um trilho (caminho) que pode ser percorrido pelo aluno, ativando a sua coordenação motora, ou pela pessoa que estiver orientando, a partir do lado posterior da prancha, enquanto o aluno acompanha o movimento da peça e trabalha sua concentração conjunta. Com acompanhamento, são notados os avanços e a maior autonomia do aluno nesta atividade que ajuda a estimular a atenção compartilhada, facilita a triangulação do olhar, favorece a coordenação óculo-manual, auxilia na aquisição da coordenação motora fina e desenvolve a possibilidade de atender comandos preestabelecidos, além de promover o conhecimento de cores e formas.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Desenvolvido por um grupo de alunos do curso de Computação da Universidade de Brasília (UNB), o software educacional Participar 2 é uma ferramenta pedagógica que dá apoio a professores que atuam no processo de alfabetização de jovens e adultos com deficiência intelectual. O sistema permite que o aluno possa se comunicar por meio do computador, com atividades que desenvolvem a alfabetização, proporcionando maior autonomia aos usuários. Outro software educacional que merece ser destacado é o Somar, que também foi desenvolvido por
8 mundo da inclusão
alunos da UNB, para auxiliar pessoas com deficiência intelectual no ensino da matemática.
PROGRAMA INCLUIR
A TV INES está disponível na web, 24 horas por dia e pode ser acessada por meio de um aplicativo para celular, tablet e aparelhos de TV conectados à internet.
O programa, do Ministério da Educação (MEC), tem por objetivo oferecer acessibilidade à Educação Superior, incluindo estudantes com deficiência nas universidade, de forma que eles tenham garantindos seus direitos à acessibilidade nas instituições federais. Entre as ações implementadas estão presentes a aquisição de recursos de tecnologia assistiva para promoção de acessibilidade pedagógica, nas comunicações e informações aos estudantes com deficiência e demais membros da comunidade universitária – computador com interface de acessibilidade, impressora braile, lupa eletrônica, teclado com colmeia e acionadores acessíveis entre outros. O Incluir propõe também a aquisição e o desenvolvimento de material didático e pedagógico acessíveis, além de adequação de mobiliários para acessibilidade.
mundo da inclusão
9
A deficiência
Compartilhando histórias
Saiba porque a escola é importante para uma criança com Werding-Hoffmann Por: Julliana Reis | Foto: Bianca Ponte
O que é?
v
Apesar do diagnóstico da deficiência, a cuidadora e corretora de imóveis Rosangela Novais Lira sempre incentivou seu filho Jorge Novais Pereira, de 11 anos, que tem síndrome de Werding-Hoffmann, a frequentar a
A síndrome de Werdnig-Hoffmann é um dos
escola.
quatro tipos possíveis da Atrofia Muscular
Apesar de apresentar comprometimento
Espinhal ou Amiotrofia Espinhal (AME). Con-
físico, Jorge tem seu cognitivo preservado e teve uma infância prati-
siderada uma das doenças degenerativas de
camente normal até seu terceiro aniversário, em março de 2007.
origem genética mais comuns que atinge o
“Sempre notei que existia alguma coisa diferente nele, porque eu
sistema nervoso central, a síndrome é fre-
tenho uma filha mais velha e sabia como era o desenvolvimento ‘nor-
quente entre as doenças autossômicas reces-
mal’ de uma criança. Por isso, quando o Jorge estava com oito meses
sivas, com incidência de 1 para cada 10 mil
de vida, notei que ele não tinha firmeza no pescoço e uma certa
nascimentos.
dificuldade de mastigar, então comecei a questionar os médicos”,
Caracterizada como a mais grave dentre as
lembra Rosangela que só teve a confirmação de que o Jorge tinha a
AMEs por apresentar sintomas desde a vida
síndrome de Werding-Hoffmann aos três anos de idade.
intrauterina, a síndrome causa comprome-
Segundo Sandra Francisco, que foi professora de Jorge durante o En-
timentos como dificuldades de deglutição e
sino Fundamental, o aluno teve um desenvolvimento escolar muito
sucção, além de problemas no desenvolvi-
positivo. “Em sala de aula sempre desenvolvíamos atividades para
mento do sistema respiratório.
integrá-lo de forma plena, pois como ele tem o cognitivo preservado,
Apesar das limitações físicas, não existe com-
não apresentou dificuldades para aprender. No entanto, precisamos
prometimento cognitivo e as pessoas que
respeitar suas limitações e adaptar o material de forma que ele possa
têm a síndrome podem frequentar a escola.
ter acesso aos conteúdos.” Já para Rosangela, a escola é importante para que o filho se sinta
Diagnóstico
integrado. “Ele adora ir pra escola e reconhecemos que seu contato com os colegas é fundamental para seu desenvolvimento”, garante. Em casa, Jorge conta com os cuidados da mãe e da irmã, e de duas cuidadoras que se revezam durante o dia. Ele também realiza diariamente duas sessões de fisioterapia.
O diagnóstico pode ser feito em três etapas: por meio de uma eletromiografia, de uma biopsia muscular e por uma análise do cromossomo cinco, procurando por deleção do gene SMN. Também é possível detectar a síndrome ainda durante a gestação, desde que exista alguma evidência de que o feto apresente alterações.
No final de 2014, Jorge teve que mudar de cidade e ainda não conseguiu o transporte para ir à escola neste ano. Mas sua mãe já tem planos para que ele volte a estudar em 2016. Curiosidade: O termo amiotrofia espinhal progressiva foi usado pela primeira vez pelo neurologista alemão Johann Hoffmann em 1893 e o tipo infantil da AME foi descrito pelo neurologista austríaco Guido Werdnig em 1891.
Se
*1 i
*5
*5
10 mundo da inclusão
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DESENVOLVIMENTO GRÁFICA LARAMARA FOTO GUILHERME CALISSI
O brincar é uma atividade fundamental para a criança explorar e relacionar-se com o mundo. Famílias e profissionais da área da deficiência visual ensinam as crianças a aprender, brincando.
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Educação no Brasil
Nova esperança da Educação Brasileira Janine Ribeiro, o novo ministro da Educação, traz junto ao seu cargo as expectativas de mudança na educação inclusiva brasileira Por: Fernanda Rodrigues | Fotos: Divulgação/ Shutterstock
Considerado uma esperança para a educação brasileira, Renato Janine Ribeiro, 65, foi nomeado ministro da Educação, no início do mês de abril, após a saída tumultuada de Cid Gomes, que deixou o ministério em março. Professor-titular de Ética e Filosofia Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), Janine atuou durante 20 anos na universidade, onde também cursou a graduação e o doutorado. Janine defendeu mestrado em Filosofia na Universidade Paris-Sorbonne. Diante das expectativas sobre seu nome, Janine terá
{
grandes desafios pela frente na reconstrução da educação. Ele é o quinto ministro da Educação nomeado desde o primeiro mandato da atual presidente. Em seu primeiro discurso, após assumir o cargo, Jani-
“Não só aos trabalha-
ne falou da importância da união de todos os setores da sociedade para o desenvolvimento educacional no
dores na educação, no
Brasil, onde todos podem contribuir em uma parcela
MEC e fora dele, aos 2
para a inclusão.
milhões de professores,
“Não só aos trabalhadores na educação, no MEC e
mas também aos 50 milhões de alunos, a seus
fora dele, aos 2 milhões de professores, mas também aos 50 milhões de alunos, a seus pais e familiares,
pais e familiares, aos
aos cidadãos em ge-
cidadãos em geral, que
ral, que deem o me-
deem o melhor de si pela educação” Renato Janine Ribeiro Ministro da Educação
12 mundo da inclusão
lhor de si pela educação”, afirmou.
AÇÕES DE INCLUSÃO
Programa Escola Acessível: Disponibiliza recursos financeiros às escolas públicas por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, para promoção de acessibilidade ar-
O aluno necessita de ensino adequado em toda sua
quitetônica nos prédios escolares e aquisição
vida acadêmica, desde cedo até sua formação no ensi-
de recursos de tecnologia assistiva.
no superior. Pensando nas crianças com deficiência, o Ministério da Educação, em parceria com os sistemas
O MEC afirma que seu intuito é promover a in-
públicos de ensino, implementa a Política Nacional de
clusão social da melhor forma possível, já que,
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusi-
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geo-
va (MEC/2008), que garante o acesso, a participação e
grafia e Estatística (IBGE), há em torno de 46
a aprendizagem dos ‘estudantes público-alvo’ da edu-
milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o
cação especial no ensino regular.
que corresponde a 24% da população.
O MEC, por meio da SECADI, apoia os estados e os municípios na execução da Política de Educação Espe-
Programa Educação Inclusiva – direito à
cial por meio de algumas ações, como as apresentadas:
Diversidade: Apoiar a formação de gestores e educadores a fim de transformar os sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos.
Projeto Livro Acessível: Promover a acessibilidade, assegurando aos estudantes com deficiência visual matriculados em escolas públicas da educação básica, livros em for-
... mas você sabia?
matos acessíveis, que possibilita reproduzir o texto por meio de áudio, com caracteres ampliados e diversas funcionalidades de navegação pela estrutura do livro. Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais: Apoiar a organização e a oferta do Atendimento Educacional Especializado, prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem. As salas de recursos multifuncionais são constituídas de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagó-
Hoje, há um projeto de lei PL 90/2013 do Vereador Jair Tatto (PT) em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, que prevê o ensino obrigatório da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas públicas e privadas da capital paulista, desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. A medida estabelece, ainda, que professores surdos devem ter prioridade para ensinar a matéria.
gicos de acessibilidade.
mundo da inclusão
13
Educação no Brasil
Educação da Pessoa com Deficiência no Brasil Das crianças com deficiência matriculadas, 77% estudam na escola regular e apenas 22% em escolas especiais. (Base de 2013)
77%
120.000
14%
290.799
mil crianças com deficiência são matriculadas no Atendimento Educacional Especializado (AEE)
Escola comum com matrícula de alunos com deficiência 86% escola pública 14% escola privada
86%
113.152 700.000
120.000 100.000
97.006
113.152
100.000 80.000
623.826 93.297
97.006
93.297
84.720 92.749
80.000 60.000
700.000 600.000
337.883
69.441 39.367
27.603
12.286
27.603
42.482
271.358 16.977
200.000 100.000
16.977 2005
2008
2010
0 100.000
2013
0 Total 2005
2003
Classe Especial 2008
Total
Classe Especial
Classe Comum 2010
505.505
437.132
419.321 216.551
337.883 271.358
200.000 300.000
23.750
12.286 2003
400.000 300.000
23.750
20.403 20.000 0
59.959 42.482
39.367
20.403
500.112
500.000 400.000
65.694
65.694
586.968 437.132
419.321 59.959
623.826 505.505
500.112
600.000 500.000 69.441
84.720
60.000 40.000
40.000 20.000
586.968
92.749
120.525
120.525 2003
216.551
216.551
202.761 216.551 202.761
202.126 131.836
202.126
131.836 2005
2008
2010
118.321
118.321 2013
0 2013
Total 2005
2003
Classe Comum
Classe Especial 2008
Total
Classe Especial
Classe Comum 2010
2013
Classe Comum
35.000
500.000
500.000 40.000
48.589
35.000 30.000
48.589 47.356
30.000 25.000
47.356 28.667
20.112
30.000 20.000
25.000 20.000 20.338 20.000 15.000
28.667 27.695
27.695
10.912 8.981 4.441 5.940 1.499 2003 1.499 0 2003
3.705 5.078
17.344
20082.768
1.931
Total 2005 Total
41.602
Classe Especial 2008 Classe Especial
mil
escolas com acessibilidade arquitetônica
14 mundo da inclusão
5.000
2010 Classe Comum 2010
20031.373
1.233 2013
1.373 3.705
0
972 2005
1.233
2.768
1.931 8.981
4.441
6.327
5.000 10.000
972
19.812
13.453 5.078
5.940
0
13.453
19.812
12.054 15.000 10.000
20.112 17.344
10.912
20.000
10.000
29.221 20.338
40.000 30.000
10.000
29.221
0 2003
2013
4.247 6.327 2.080
12.05410.070 10.070 1.984
9.409 6.885 9.409 6.885
4.247 2.080 2005 Total 2005 Total
1.984 2008 Classe Especial 2008 Classe Especial
2010 Classe Comum 2010
2013
2013
Classe Comum
Classe Comum
93.371
mil
professores com formação em Educação Especial
Os dados apresentados neste infográfico são referentes ao ano de 2013, e computados pelo Censo Escolar MEC/ INEP, segundo informações do Ministério da Educação do Governo Federal.
Quais as expectativas
dos professores? Com tantas ações implantadas pelo Ministério da Educação, já é despertada uma esperança para a melhora nas escolas e instituições brasileiras com o assunto educação inclusiva. Infelizmente, temos um cenário ruim que dificulta a adequação dos alunos com deficiência no mundo acadêmico, ainda precisa concretizar o Plano Nacional de Educação (PNE), que não possui um cronograma para atingir as 20 metas em até dez anos e a falta de verba necessária para o investimento. Com tudo isso, a inclusão social demora a acontecer. Ações em papéis são válidas, mas elas precisam acontecer na prática como passo principal. A equipe da #RevistaMundodaInclusão conversou com alguns educadores que comentaram suas expectativas para o rumo da educação inclusiva com a chegada do novo ministro.
Professor Manoel Apolônio – Formado em Pedagogia e Interpretação de Libras
Márcia D Vaisbih – Psicóloga
Karin Strobel é professora Douto-
Educacional
ra em educação, coordenadora de
“Tenho a expectativa de que a Libras
Letras Libras da UFSC e autora do
seja incluída na grade curricular e ensi-
“O ministro da Educação, Rena-
livro “As imagens do outro sobre
nada como disciplina no ensino Funda-
to Janine Ribeiro, afirma que o
a cultura Surda”
mental e Médio. Desde 2002, quando
MEC é um dos ministérios mais
a Lei 10.436, oficialmente regulari-
importantes deste País e que, sem
A educação acessível em comunica-
zou a Libras e sua implementação em
educar, não se avança. Do mes-
ção para surdos requer a presença
cursos de Licenciatura, tem-se falado
mo jeito que houve a renovação
da Língua Brasileira de Sinais (Li-
muito de inclusão da pessoa surda.
no ministério, sigo acreditando na
bras) e de formação continuada de
Mas como incluir quando não se co-
renovação da educação inclusiva.
profissionais e familiares bilingues.
nhece o idioma? E quando ele é restri-
Projetos existem, mas é necessá-
A tecnologia assistiva é inclusão,
to a uma pequena classe que precisa
rio que mais pessoas se envolvam.
somente Libras, não é inclusão.
cursar o ensino superior para aprender
Incluir significa muito mais do que
A Libras é língua como a Língua
em apenas uma disciplina? A Libras,
simplesmente inserir ou integrar.
Portuguesa, a Língua Inglesa e a
como língua em nosso País deve ser
Inserir é fácil. Coloca-se o aluno
Língua Espanhola presentes nas
ensinada a crianças, jovens, adultos e
com deficiência lá, pois ‘agora é
escolas. Para pensar em inclusão
idosos, pessoas de toda faixa etária. É
lei’ e pronto! Mas incluir, pede um
precisa oferecer materiais em Li-
necessário à pessoa surda utilizar sua
planejamento prévio, uma prepa-
bras e profissionais bilingues com
língua na escola com professores, co-
ração de espaço e de profissionais.
conhecimento nas especificidades
legas e funcionários. Anseio o ensino
Ou seja, pede envolvimento.”
dos estudantes surdos.
da Libras em todas as escolas.”
mundo da inclusão
15
Artigo
A isenção de impostos dos materiais escolares Por: Rubens Passos* | Foto: Divulgação
É inacreditável que, no exato momento em que a infla-
prioridades. O governo federal, neste segundo man-
ção volta a preocupar os brasileiros, a Câmara dos De-
dato da presidente Dilma Rousseff, elegeu o ensino
putados tenha postergado a votação de uma proposta
como uma de suas metas fundamentais. Porém, o
que reduziria o preço dos materiais escolares, item
projeto de lei que barateia os materiais escolares é
importante do orçamento das famílias e fundamental
novamente engavetado.
para a qualidade do ensino. Refiro-me ao Projeto de
Assim, considerando a autonomia dos Três Poderes,
Lei 6.705/2009, que prevê isenção de IPI e alíquota
é necessário cobrar os parlamentares, no sentido de
zero de PIS/Cofins para esses produtos. Aprovado há
que a proposta seja votada e encaminhada à sanção
seis anos no Senado, tramita na Câmara dos Deputa-
presidencial. Se isso ocorrer, dificilmente a presidente
dos, na qual sua votação foi adiada outra vez.
da República deixaria de sancionar uma lei que vai ao
É necessário que se esclareça por que os deputados
encontro da essência de suas promessas de campa-
federais, que tanto têm defendido a autonomia do Po-
nha. Caso vetasse a matéria, caberia então cobrá-la.
der Legislativo, relutam em aprovar uma lei de imen-
Em um País no qual a educação é realmente uma prio-
so interesse da sociedade. A quem interessa manter a
ridade ainda a ser atendida, em especial no tocante
taxação sobre artigos essenciais à boa escolaridade?
à qualidade, não podemos nos resignar ante o pro-
Seria pressão do Poder Executivo, preocupado com a
selitismo eleitoral no trato do tema. A absurda carga
presente crise fiscal? Se for isso, cabe aos deputados,
tributária superior a 40% sobre materiais escolares
representantes diretos do povo no Congresso, contra-
desqualifica o discurso dos políticos sobre a questão,
-argumentar e apresentar alternativas de redução de
ferindo a inteligência dos brasileiros. Temos estudan-
despesas públicas.
tes demais fora da escola (25% não completam o Ensi-
Executivo e Legislativo têm muita gordura a ser quei-
no Básico) e vontade política de menos para resolver o
mada. Desde os altos salários de pessoas contratadas
problema! Continuaremos construindo um Brasil de-
sem concurso, nos cargos em comissão, normalmente
sigual enquanto famílias de menor renda tiverem di-
apaniguados políticos, até despesas com passagens
ficuldades para formar seus filhos, num mundo onde
aéreas e recepções. Também é preciso melhorar a
somente a educação democratiza oportunidades!
produtividade no serviço público, importante para a redução de custos. Assim, é uma heresia praticar responsabilidade fiscal à custa do material escolar de nossas crianças e jovens. É uma postura que soa com certo tom de hipocrisia aos olhos dos contribuintes, que trabalham quase cinco meses, todos os anos, só para pagar impostos, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Por isso, é preciso extinguir a cobrança de tributos sobre materiais escolares, essenciais para o projeto de uma nação desenvolvida, e fechar o ralo da improbidade, a expressão mais horrível de um país corrompido! Na campanha eleitoral, a grande maioria dos candidatos a deputado afirma ser a educação uma de suas
16 mundo da inclusão
*Rubens Passos é presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE)
mundo da inclusĂŁo
17
Palavra da Especialista
Vamos falar com quem entende do assunto! Conheça a nova consultora de educação e confira as dicas para pais e professores Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação/ Shutterstock
Sandra Francisco
A partir desta edição, a #RevistaMundoDaInclusão passa a contar com a professora Sandra Francisco como nossa consultora pedagógica. Formada em Letras e pós-graduada em Docência do Ensino Superior e em Educação Inclusiva, Sandra leciona há 21 anos. Confira a entrevista e conheça um pouco sobre a Sandra! Como foi seu primeiro contato com alunos com deficiência? Antes mesmo de ser professora, ainda na adolescência, já me interessava sobre o assunto inclusão. Por cerca de oito anos fui voluntária em uma ONG, em que inseria jovens com deficiência intelectual no mercado de trabalho. Fale um pouco da sua experiência em educação inclusiva. Quando iniciei na Educação, nos cinco primeiros anos, não tive nenhum aluno com deficiência nas escolas em que trabalhei. Aos poucos, a sociedade começou a perceber a importância de levar essas crianças à escola. Muitos pensam que o número de alunos com deficiência é muito maior agora do que antes. Mero engano. Antes eles não estavam na escola, muitos deles sequer passaram por uma. E quando eles ‘apareceram’ vieram dúvidas como, o que fazer com essas crianças? Serei capaz de ensiná-las? Elas serão capazes de aprender? Que tipo de atividades poderei elaborar? Enfim, perguntas que muitos ainda fazem. Acredito que essas dúvidas são normais para aqueles professores que realmente pensam na inclusão. Mas a pergunta que não conseguimos ainda uma resposta plausível é: Por que existe tanto preconceito nas escolas em relação a esses alunos?
18 mundo da inclusão
“Muitos professores necessitam de recursos e ideias para elaborar seus planos de aula. Para tornar o ensino mais concreto, mais próximo da realidade deles e mais estimulante, é necessário buscar estratégias e recursos pedagógicos para que de fato eles participem das aulas.”
Então resolvi me especializar e fazer diversos cursos e
As crianças com deficiência são iguais a todas as outras,
aperfeiçoamento na área. Sempre há algo novo para
necessitam de seus pais. A melhor forma de conseguir
aprender, por isso precisamos sempre nos atualizar.
que os pais se tornem colaboradores não só dos professores, mas também de médicos, terapeutas, e outros, é
Qual a sua proposta de trabalho na área de inclusão?
proporcionar a eles informações práticas acerca da defi-
Muitos professores necessitam de recursos e ideias para
ciência do seu filho. Todos têm um importante papel a
elaborar seus planos de aula. Para tornar o ensino mais
desempenhar.
concreto, mais próximo da realidade deles e mais estimulante, é necessário buscar estratégias e recursos pedagógicos para que de fato eles participem das aulas. Vocês terão sugestões de atividades para que possam desenvolver não só com alunos com deficiência como também para aqueles que têm dificuldades na aprendizagem. Elas também podem servir para os pais que queiram desenvolver alguma atividade com seus filhos em casa. E por falar nos pais, como eles podem dar continuidade ao trabalho realizado na escola? Os pais devem se informar sobre a deficiência dos seus filhos, pois, quanto mais souberem, mais poderão ajudar a si e a eles. Promovendo a independência, caso seja uma criança que tenha condições para tal, por exemplo, ajudar a aprender habilidades para o cuidado diário como vestir-se, comer sozinho, tomar banho. Busquem atividades sociais como esportes e atividades culturais, isto ajudará
“Os professores têm a responsabilidade de ensinar estes alunos competências que necessitarão na vida, reconheça que você pode fazer uma grande diferença para essa criança.”
a desenvolver destrezas sociais e a divertir-se. Conversem com outros pais, cujos filhos tenham a mesma deficiência. Assim poderão compartilhar conselhos práticos e brindar apoio emocional. Procurem o professor e juntos desenvolvam um plano educacional, ofereçam apoio e verifiquem como podem reforçar a aprendizagem escolar em casa. Qual mensagem você deixa aos nossos leitores? Os professores têm a responsabilidade de ensinar estes alunos competências que necessitarão na vida, reconheça que você pode fazer uma grande diferença para essa criança. Averiguem quais são suas capacidades e interesses e apoiem-se nelas. Para proporcionar oportunidades para o seu êxito tem que haver a participação de toda a unidade escolar e principalmente da família, que deve trabalhar de forma conjunta com todos os profissionais que atendam essas crianças. É necessário potencializar as capacidades que lhes permitam ser independentes. Se podem fazer algo por si mesmo, ainda que custe esforço ou mais tempo, deve fazê-lo.
mundo da inclusão
19
Atividades
ATIVIDADES As atividades desta edição são assinadas pela professora Sandra Francisco, que tem pós-graduação em Docência do Ensino Superior e Educação Inclusiva. As atividades têm por objetivo estimular a memorização; a linguagem oral e escrita; o improviso; a ampliação do vocabulário; identificação de cores e formas; noção espacial e a criatividade. Além deste caderno de atividades, você poderá contar com os complementos de conteúdo no encarte!
1
A Casa da Menina
Objetivo: Desenvolver habilidades de interpretação e observação, aprimorando a competência de compreensão global de situações. Modo de aplicar: Oriente os alunos a observarem a ilustração com bastante atenção. Depois disso, eles devem responder as perguntas pintando as respostas corretas. Não se esqueça de pedir aos alunos para pintarem a ‘Casa da Menina’ com muito capricho, deixando o desenho bem colorido.
A pintura influencia no processo de relaxamento do aluno! 1. A CASA TEM TRÊS ANDARES?
SIM
NÃO
2. HÁ SEIS JANELAS NA CASA?
SIM
NÃO
3. A MENINA ESTÁ OLHANDO NA JANELA?
SIM
NÃO
4. HÁ UMA ÁRVORE AO LADO DA CASA?
SIM
NÃO
5. QUATRO FRUTAS APARECEM NA ÁRVORE?
20 mundo da inclusão
SIM
NÃO
2
Quem mora na casinha?
Objetivo: A atividade estimula a percepção, a atenção seletiva e sustentada e, principalmente, a memória operacional, porque ela exige que o aluno perceba os diferentes animais e lembre a cor da casa em que cada um deles está morando. Modo de aplicar: Apresente a música aos alunos (Letra ao lado) e também passe o vídeo da música {http://goo.gl/n3ryac}. Mostre aos alunos, em uma primeira rodada, uma casa e um animal, depois esconda o animal embaixo da casa e pergunte qual o animal que está lá. Se o aluno acertar, você pode tirar o animal da casa e mostrar aos alunos. Na segunda rodada, você deve mostrar duas casas, uma de cada vez, mostrar os animais que vão morar nestas casas e depois peça para o aluno dizer quais os dois animais que moram nas casas, e assim sucessivamente até utilizar as dez casas e os dez animais.
QUEM MORA NA CASINHA? Quem mora na casinha vermelhinha? A galinha. Quem mora na casinha amarelinha? O patinho. Quem mora na casinha verdinha? O sapinho. Quem mora na casinha azulzinha? O coelhinho. Quem mora na casinha marronzinha? O porquinho. Quem mora na casinha bem branquinha? O ratinho. Quem mora na casinha toda rosinha? A macaquinha. Agora quero ver se você se lembra de todos! (repete as perguntas para ver se a criança lembra) Agora quero ver se você acertou todos!
Observações: 1. Os alunos devem receber uma folha impressa com
(repete os nomes dos animais)
os animais que fazem parte da música e outros que não fazem parte da música para selecionar; 2. Disponibilize aos alunos várias cores de retângulos para que eles façam as casinhas. Eles devem recordar apenas as cores que fazem parte da música; 3. Respeite o tempo de cada aluno para a realização das tarefas e certifique-se de que eles estarão confortáveis para preparar a atividade. Cada aluno tem seu tempo e uns preferem ficar na mesa enquanto outros se sentem melhor sentados no chão, por exemplo. Metodologia/ procedimento: As casinhas foram confeccionadas com papel-cartão, cartolina etc. Você pode usar formas geométricas para facilitar o aprendizado. Os moldes para os desenhos estão no encarte!
Atenção! A continuação desta atividade está no encarte!
mundo da inclusão
21
Atividades
3 Quem mora na casa torta? Objetivo: A ideia é trabalhar a memorização da letra da música ‘Quem mora na casa torta?’, de Maria Mazzetti, com os alunos, bem como sua interpretação, trabalhando com pintura ou com massinha.
QUEM MORA NA CASA TORTA? Quem mora na casa torta? Sem janelinha e sem porta? (2x)
Modo de aplicar: Você pode apresentar a música aos
Um gato que usa sapato e tem retrato
alunos (Letra ao lado) e também pode passar o vídeo da
no quarto.
música {http://goo.gl/qBxJgY}. Trabalhe a memorização e a interpretação da letra.
Uma florzinha pequenina que usa saia bem curtinha. Lá dentro tem um elefante, com rabo de barbante, um pente com dor de dente, um papel de óculos e chapéu. Quem mora na casa torta? Quem? Eu? Invente depressa alguém, desenhe janela e porta, na minha casinha torta. Quem mora na casa torta?
22 mundo da inclusão
4
A Casa do Zé
Objetivo: Explorar movimentos, desenvolver atitudes de
Modo de aplicar: Você pode apresentar a música ‘A
confiança nas próprias capacidades motoras, explorar
Casa do Zé’, de Bia Bedran, aos alunos (Letra abaixo) e
as possibilidades de produzir sons e ritmos com o corpo
também tocar a música {http://goo.gl/KlS0AR}. Durante
e com os instrumentos, e explorar movimentos que
o processo, os alunos devem ser orientados a seguir os
envolvam rolar, chutar, lançar, bater palmas, pés, girar,
comandos da música, como bater palmas, bater os pés,
pular e pegar objetos.
dar uma rodada, dar uma pulinho etc...
A CASA DO ZÉ Pra entrar na casa do Zé
Lê lê a, agora já posso entrar
Tem que bater o pé
Mas você tem que dá uma rebolada também
Pra entrar na casa do Zé
Mas você tem que dá uma rebolada também
Tem que bater o pé
Dá uma rebolada... dá uma rodada... dá um pulinho...
Lê lê a, agora já posso entrar
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Lê lê a, agora já posso entrar
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Mas você tem que bater palmas também
Lê lê a, agora já posso entrar
Mas você tem que bater palmas também
Lê lê a, agora já posso entrar
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Mas você tem que abraçar o colega também
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Mas você tem que abraçar o colega também
Lê lê a, agora já posso entrar
Abraçar o colega... dá uma rebolada... dá uma rodada... dá
Lê lê a, agora já posso entrar
um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Mas você tem que dá um pulinho também
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Mas você tem que dá um pulinho também
Lê lê a, agora já posso entrar
Dá um pulinho...
Lê lê a, agora já posso entrar
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé
Oh! Seu Zé, primeiro vou me organizar.
Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar Lê lê a, agora já posso entrar Mas você tem que dá uma rodada também Mas você tem que dá uma rodada também Dá uma rodada... dá um pulinho... Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Bater palma, bater o pé, para entrar na casa do Zé Lê lê a, agora já posso entrar
mundo da inclusão
23
Atividades
5
Mini livro das vogais Exemplo da atividade
Objetivo: Estimular a memorização e a linguagem oral e escrita dos alunos por meio da construção de dois mini livros formando o alfabeto. O ideal é iniciar o trabalho desenvolvendo o mini livro de vogais e, após a fixação das vogais, desenvolver o segundo mini livro das consoantes.
6 Mini livro das consoantes Como aplicar: Você deve usar o modelo abaixo para desenvolver a base dos mini livros. Nele, há indicações sobre como montar o material. Comece recortando as imagens que estão no encarte e cole apenas a parte superior no quadrado menor do lado esquerdo, de acordo com suas letras iniciais. Feito o trabalho manual, você deve trabalhar com os alunos o conteúdo das palavras de forma que eles memorizem as palavras, façam a assimilação de acordo com suas letras iniciais, para que eles desenvolvam a linguagem oral e escrita. Passar cola somente nesta parte
Estas partes devem permanecer juntas ao recortar
Estas partes devem permanecer separadas ao recortar. Depois, colar na região indicada ‘cole aqui’, um sobre o outro.
24 mundo da inclusão
Atenção!
A continuação destas atividades está no encarte!
7
Matemática em Libras
Objetivo: Ensinar os
Como aplicar: Você deve começar o
Dica: Uma sala de aula inclusiva
números em Língua
trabalho ensinando os números em
deve ter o alfabeto e os números de
Brasileira
Sinais
Libras para os alunos. Em seguida,
0 a 10 em Libras expostos de forma
(Libras) e desenvolver
proponha uma atividade para que os
que todos possam aprender a se
a
alunos somem as contas e apresentem
comunicar com os alunos que têm
o resultado em Libras.
alguma deficiência auditiva.
de
capacidade
cálculo dos alunos.
de
Continhas
... vamos lembrar?
mundo da inclusão
25
Educação Física Adaptada
Educação física inclusiva: Um direito de todos Por: Julliana Reis | Fotos: Shutterstock
São muitas as dúvidas quanto ao que é, de fato, uma atividade de educação física inclusiva. Sabemos que muitos docentes têm trabalhado para realmente integrar alunos com e sem deficiência em um mesmo contexto de atividades, mas ainda existem muitas dúvidas quanto ao tema. Segundo o professor Flávio Henrique Corrêa “a Educação Física vem historicamente atendendo a objetivos diversos, ora se constituindo numa prática tradicional e excludente, ora numa prática preocupada com a inclusão de todos nas atividades pedagógicas”. Ainda de acordo com Flávio, que é profissional de Educação Física e diretor do Departamento de Esportes Adaptados da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Barueri, para atender a estes objetivos educacionais propostos pela sociedade, no sentido de oferecer educação para todos, a Educação Física tem realizado uma reflexão em torno da problemática da educação inclusiva, por meio de debates, produções científicas e propostas pedagógicas. “Apesar disso, ainda há um caminho longo a ser percorrido para que as escolas tenham uma atividade física inclusiva”, completa. Para Flávio, a Educação Física como prática educativa, seja ela desenvolvida no âmbito da educação formal ou em outros espaços sociais, não pode estar isolada do movimento de luta por uma educação verdadeiramente democrática. “É necessário discutir as peculiaridades desta prática diante do desafio da educação inclusiva, bem como considerar os diferentes aspectos e fatores que interagem no âmbito educacional no sentido de limitar a implantação do trabalho pedagógico voltados
26 mundo da inclusão
Anota a dica: VOLEIBOL COM BALÕES Forme dois grupos, que devem se posicionar na quadra, separados pela rede. Cada participante de posse de um balão deverá enchê-lo. Durante a música, todos os participantes deverão passar o balão para o campo adversário, devolvendo os que passarem para o seu campo. A cada interrupção da música o professor efetuará a contagem e o grupo que tiver menos balões em seu campo marca ponto. As regras podem ser adaptadas de acordo com as necessidades dos participantes. ARREMESSO DE BOLAS Você vai precisar de garrafas de plástico, bolas de tênis, tacos e cadeiras (se necessário). Organize os alunos para trabalhar em duplas. Com a ajuda do companheiro, eles devem golpear a bola com a mão (ou com o taco) objetivando derrubar as garrafas que estarão em distâncias que variam de 3, 5, 7 e 10 metros. Se houver dificul dade, os objetos poderão ser colocados mais perto.
para a inclusão de todos.” Segundo estudo na área da Educação Física realizado por João Serapião de Aguiar e Édison Duarte, e publicado na Revista Brasileira de Educação Especial, em 2005, culturalmente, a formação pedagógica do professor de Educação Física vem sendo colocada em plano secundário, prevalecendo os conteúdos das disciplinas de cunho técnico-desportivo, corporal e biológico, em detrimento das disciplinas pedagógicas. Desta forma, podemos afirmar que a formação vem privilegiando o desenvolvimento de capacidades e habilidades físicas, que tem
de atividades adequado ao projeto político-pedagógico, deve ocorrer respeitando os princípios do desenvolvimento humano e as características próprias das pessoas com deficiência. Para tanto, é necessário que o professor realize adaptações nos recursos físicos, materiais e nele próprio, amparados em conhecimentos científicos, a fim de possuir condições para trabalhar neste contexto, valorizando o cultivo de atitudes de dignidade, de respeito próprio, de respeito às diferenças e de respeito às limitações da pessoa com deficiência, conforme preconiza os Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação
por prioridade o desempenho físico, técnico e o corpo
Física (BRASIL, SEF, 1998; PCN/SEF, 2000) que você pode
enquanto objeto de consumo.
conferir no link {http://goo.gl/Cl6gUv} .
“Tendo essa visão como base, focada na cultura des-
“É fundamental que a comunidade escolar esteja conven-
portiva e competitiva, entendemos que as resistências
cida do importante papel da Educação Física nesse pro-
com relação à inclusão de pessoas vistas como menos
cesso, para que, ao desenvolver seus conteúdos, ela seja
capazes fisicamente são históricas. Muitas das proposi-
parte do compromisso que toda a escola está assumindo.
ções de atividades feitas em Educação Física, realizadas
É importante também compreender que a inclusão é um
na base da cultura competitiva, podem ser observadas
processo que envolve pessoas. Por isso nunca podemos
nas escolas. A prática desportiva, quando usada sem os
afirmar que existe um modelo de inclusão que vai ser o
princípios da inclusão, é uma atividade que não favore-
ideal para todas as pessoas em todos os lugares. Enten-
ce a cooperação, que não valoriza a diversidade e que
der que o que vai dar qualidade e promover cada proces-
pode gerar sentimentos de satisfação e de frustração.
so de inclusão é o esforço coletivo em refletir bastante
Essa cultura competitiva constitui uma fonte de exclusão
e profundamente, propor e apoiar ideias inclusivas e ter
que pode se consistir numa barreira à educação inclusi-
coragem de colocá-las em prática, assumindo os riscos de
va”, completa Flávio.
errar, mas tendo sempre a disposição de aprender com os
Vale ressaltar ainda que o planejamento de um programa
erros, e a partir daí criar novas práticas”, conclui Flávio.
mundo da inclusão
27
Tá na web
Sites e blogs
muito além do on-line!
Selecionamos alguns sites e blogs que podem ajudar a entender o dia a dia de pessoas com deficiência e seus familiares.
Nossa vida com Alice
nossavidacomalice.wordpress.com Os pais de Alice, que tem síndrome
de Down, criaram o blog para contar um pouco do cotidiano da filha, que desde o nascimento permitiu que eles enxergassem o mundo com um outro olhar sobre as mais variadas deficiências.
Outro Olhar
http://outroolhar.com.br
Diário: Mãe de um autista diariomaedeumautista.blogspot.com.br
Uma iniciativa do Instituto Alana, o projeto ‘Outro Olhar’ inspira e cria
O blog traz diversas informa-
oportunidades, produz e dissemina
ções sobre o assunto em posta-
conhecimento sobre a síndrome de
gens que falam de diagnósticos,
Down, por meio de parcerias em
tratamentos, apoio pedagógico
cinco eixos de atuação: Pesquisa
e vivência. Além disso, é possí-
científica, acolhimento às famílias,
vel conferir dicas super bacanas
comunicação, práticas educativas e
sobre livros e filmes que tratam
mercado de trabalho.
sobre o transtorno.
Lagarta Vira Pupa lagartavirapupa.com.br
Andréa criou o blog após o diagnóstico de autismo do filho, Theo, que hoje tem seis anos de idade. Além de servir como suporte para outros pais, o blog ajuda a derrubar mitos e mostra os aprendizados da criação do filho, oferecendo ajuda mútua e informações.
28 mundo da inclusão
Professor, A Mundo da Inclusão pos
um material com ativid
sui
ades
didáticas voltadas para
todos os alunos. Torne a
sala de
aula um ambiente mais
inclusivo e estimulante.
ASSINE JÁ www.mundodainclusao.
com.br
mundo da inclusão
29
Hora do Recreio
Os brinquedos E A EDUCAÇÃO Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação
F
undamentais para o desenvolvimento cognitivo, motor e até social, os brinquedos são importantes por melhorarem a capacidade das crianças se relacionarem.
Para a psicóloga Eliane de Moura Gonçalves Schwab, mestre em psicologia pela Universidade Federal do Paraná, o brincar é importante para todas as crianças, inclusive as que têm alguma deficiência, e seus benefícios acabam sendo semelhantes em ambos os casos. “O brincar tem importância cognitiva para que as crianças
volve várias funções cognitivas.”
aprendam a fazer classificações por formas, cores e catego-
A diretora de marketing da Sunny Brinquedos, Sharon Czi-
rias, o que é necessário para seu desenvolvimento”, constata
trom, destaca que é preciso que o brinquedo ajude a criança
Eliane, que é professora da PUC-Paraná, onde leciona para
a desenvolver áreas em que tem menos habilidade e obter
as disciplinas Desenvolvimento da Infância e Pessoas com
mais conhecimento. “Massinhas de modelar, por exemplo,
Necessidades Especiais, também realiza psicodianóstico de
são ótimas para a melhora da coordenação, e ajudam no
atraso no desenvolvimento de crianças com deficiência, em
processo criativo da criança. É preciso entender que o brin-
seu consultório.
quedo deve ser um aliado no desenvolvimento cognitivo,
“É comum os pais darem ao filho com deficiência intelec-
emocional e social.”
tual, por exemplo, apenas brinquedos pedagógicos, mas é
Especialista em Desenvolvimento Infantil e consultora Fisher-
importante que a criança brinque de boneca, de carrinho, de
-Price, Teresa Ruas garante que a criança aprende brincando.
casinha, com lousa e giz, pois, por meio do brincar, a criança
“Compreender a habilidade lúdica/criativa e entender que o
expressa seus conflitos e suas vivências”, destaca Eliane, que
brinquedo e as brincadeiras são recursos que empoderam o
fala ainda sobre a função simbólica de alguns brinquedos.
desenvolvimento da criança faz com que ela se transforme
“Blocos para montar ou o ‘resta um’ fazem com que a criança
em um ser ativo e eficiente para a construção do seu próprio
desenvolva o raciocínio lógico; os que têm peças pequenas,
conhecimento, dos seus valores e da sua cultura”, explica.
articuláveis e coloridas, como o Playmobil, por exemplo, são
Segundo Ruas, que é também terapeuta ocupacional infantil
importantes para desenvolver a coordenação motora fina e
especializada em desenvolvimento infantil, mestre em edu-
o senso estético. Já o quebra-cabeça, que pode ser feito em
cação especial, doutoranda em ciências da saúde, consultora
casa com recortes de revista colados em papel-cartão, desen-
de escolas, pais e profissionais da saúde e blogueira, para a
30 mundo da inclusão
criança, o brincar é o meio mais potente e prazeroso para a
A criação do DEP surgiu da necessidade de um aparelho que
aquisição do conhecimento e isso independe do desenvolvi-
pudesse ajudar na melhoria da execução e memorização
mento cognitivo. “A criança com deficiência vivencia todas as
de movimentos do karatê, que exigem maior concentração,
experiências que os recursos lúdicos oferecem. Porém, toda
coordenação motora, lateralidade e equilíbrio. “Trata-se de
criança, independente de qualquer condição, tem o seu pró-
um brinquedo inovador e, no caso de crianças com deficiên-
prio ritmo de desenvolvimento e aprendizagem.”
cia, os resultados alcançados são excelentes”, completa Ma-
A especialista destaca ainda que, mesmo quando a criança
chado, que atualmente está em fase de captação de recursos
depender de ajuda ou de um direcionamento para manuse-
e parcerias para viabilizar o produto.
ar o brinquedo, o prazer diante da interação afetiva e lúdica
Para o doutor Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra da
será sentido da mesma maneira que a criança que não de-
MBA Pediatria, autor do Blog do Pediatra e do livro ‘Seu bebê
penda dessa ajuda. “Alguns brinquedos e brincadeiras pode-
em perguntas e respostas – do nascimento aos 12 meses’, a
rão ser adaptados a fim de permitir a maior participação e
criança que não brinca não tem uma infância completamen-
compreensão por parte da criança. A adaptação não indica
te saudável. “Durante a infância, a criança precisa explorar o
‘exclusão’ ou impossibilidade de brincar com algum brinque-
mundo da imaginação e desenvolver a criatividade, sociabili-
do. Pelo contrário! É um meio potente para adequar as habi-
zação com outras crianças e adquirir aptidões que podem ser
lidades e possibilidades apresentadas pela criança às caracte-
estimuladas através de jogos e brincadeiras que visam o racio-
rísticas lúdicas do brinquedo ou da brincadeira”, completa.
cínio, a coordenação motora e, ainda, através de brincadeiras
É válido ressaltar ainda que os brinquedos e as situações lú-
que estimulam a movimentação.”
dicas se transformam em recursos terapêuticos para as crianças com deficiência, pois toda criança se motiva a aprender
O lúdico e a linguagem
e adquirir novos comportamentos diante da ludicidade. “O
Segundo a professora Suelly C. Olivan Limongi, membro
brinquedo por si só nunca será terapêutico. Ele se torna tera-
do departamento de Linguagem da Sociedade Brasileira de
pêutico diante da relação e dos objetivos traçados pelo pro-
Fonoaudiologia, a experiência motora e a atuação no meio
fissional de saúde, como, o terapeuta ocupacional infantil, o
são fundamentais para que a criança conheça seu mundo.
psicólogo e o fisioterapeuta entre outros”, garante Ruas, que
“É dessa forma que ela construirá as noções de tempo, de
completa: “todo e qualquer brinquedo possibilita a educa-
espaço, de causalidade; conseguirá identificar as caracterís-
ção e o aprendizado da criança por meio da expressão lúdi-
ticas dos objetos, entendendo-se seres vivos e inanimados, e
ca - a ocupação e o meio mais eficaz da criança dizer quem
organizá-los de acordo com essas características.”
ela é, qual é a sua realidade cultural, os seus desejos, as suas
Para Limongi, também é fundamental que a criança compar-
frustrações, as suas dificuldades e suas habilidades -. Assim,
tilhe o momento de brincar, para a formação de um elo de
na minha concepção, para que o brinquedo seja educativo,
relação de mútua influência. “Essas experiências fazem parte
pedagógico e recreativo, é essencial que ele possibilite a livre
do mundo da criança por meio do lúdico. É com brincadeiras
descoberta, o aprendizado sem regras e normas a seguir, a
de cantarolar, de esconder e achar, de se arrastar, de pular e
livre imitação, uma experiência guiada pelas próprias caracte-
correr, de jogar e chutar bola, de imitar ações com o telefone,
rísticas, individualidades e realidade da criança, uma vivência
a boneca, o carrinho que a criança vivencia as experiências de
criativa na qual existe a construção do pensamento e formas
vida”, explica.
de solucionar os problemas, a convivência com o outro e com
Num segundo momento, as brincadeiras evoluem para o “fa-
o meio/contexto que a rodeia”.
zer de conta” e para as invenções.
Pensando nos múltiplos propósitos de um brinquedo, o en-
“A linguagem oral estará presente nessas situações: as brin-
genheiro e inventor Samuel Machado desenvolveu o DEP, um
cadeiras serão descritas, serão feitas perguntas, serão dadas
brinquedo que tem como objetivo o estímulo das funções
respostas e ordens, seja na relação com o outro, seja brinca-
neurológicas.
deira com a boneca ou o cachorro. As brincadeiras podem
“O brinquedo faz com que a criança tenha um processo de
ser repetidas várias vezes, mas apresentarão alguma modifi-
aprendizagem melhor, e, mais que diversão, ele desenvolve
cação, seja nas ações, seja nas palavras e frases que a criança
os mecanismos de controle e orientação motora, que são tão
usa. São essas modificações que fazem com que a criança
importantes no crescimento delas”, explica.
aprenda e se desenvolva”, conclui Limongi.
mundo da inclusão
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Vale Assistir
Por: Fernanda Rodrigues | Fotos: Divulgação
O filme ‘Universidade Monstro’ conta a história de Mike, um sujeito estudioso, mas não muito assustador, e de Sulley, um monstro popular e arrogante graças ao seu talento para o susto. Eles se conhecem na universidade quando ocorre um incidente durante um teste, os dois são obrigados a participarem da mesma equipe na olimpíada dos sustos. Porém, as equipes são formadas por uma série de monstros desajustados, para o desespero de Sulley, que é acostumado a conviver com os mais populares da escola. As diferenças fez com que eles se detestassem durante a olimpíada, mas Mike e Sulley ultrapassaram os seus problemas e se tornaram grandes amigos.
Anota a dica! O filme tem uma forte abordagem quanto à valorização da amizade e aceitação das diferenças, afinal, ninguém é igual! Após assistir ao filme de animação, você pode formar uma roda para que os alunos apresentem suas opiniões sobre as diferenças entre os personagens e sobre a importância da amizade e do respeito entre as pessoas. Depois deste momento de diálogo, peça para que os alunos descrevam seus colegas de turma de modo que evidenciem suas características para que os demais tentem descobrir quem é o ‘colega descrito’.
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Informações do Filme
Gênero: Animação Ano: 2013 Duração: 104 minutos Direção: Dan Scanlon
Vitrine Livros
Muito mais conhecimento! Coleção Aprender e Saber Ensino Colaborativo Como Apoio à Inclusão Escolar: Unindo Esforços Entre Educação Comum e Especial Matricular não basta, é preciso acolher e responder às diferenças dessas crianças e jovens. Este é um dos temas da obra publicada pelas educadoras Enicéia Gonçalves Mendes, Carla Ariela Rios Vi-
Brinquedos e Brincadeiras
laronga e Ana Paula Zerbato, que pro-
Inclusivos
põe estabelecer uma parceria efetiva
O livro incentiva incorporar ao cotidia-
entre educação especial e regular, viabi-
no de pais e educadores a criação de
lizando a escolarização bem-sucedida de
brincadeiras e a produção de brinque-
‘estudantes público-alvo’ da educação
dos adaptados para crianças com defi-
especial nas classes comuns das escolas
ciência. A publicação traz uma lingua-
regulares.
gem simples e um conteúdo produzido
Editora EDUFSCAR | 162 páginas
passo a passo para adaptar brinquedos e brincadeiras, como adoleta, telefone sem fio e o mestre pediu, que estimu-
Downtown
lam qualquer pessoa a criar, aprender
A história de um grupo de amigos
e ajudar crianças de todas as idades a
– todos com síndrome de Down –
desenvolver suas capacidades.
que consegue mostrar uma reali-
Instituto Mara Gabrilli (IMG)
dade sem preconceitos, tempera-
148 páginas
das com uma boa dose de humor.
Você pode acessar o conteúdo no link:
Com tirinhas produzidas por Nöel
http://goo.gl/VUaoHb
Lang e Rodrigo García, e texto de Evaldo Mocarzel. Editora Revan | 136 páginas FERNAND
A RIBEIRO DO VALLE
APRENDE E S A B E RR
Coleção Aprender e Saber
EDUCAÇÃO INFANTIL
FERNAN
O DA RIBEIR
E DO VALL
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RIBEIRO
DO VALLE
Destinada a alunos da Educação
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LIVRO
3
Infantil, a coleção de Fernanda Ribeiro do Valle tem quatro vo-
ES
EDUCAÇÃO INFANTIL
LIVRO
4
lumes que trazem atividades que estimulam a coordenação motora, o estudo das cores e das formas, além de ajudar a desenvolver a criatividade. Cereja Editora 32 páginas (cada volume)
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Culinária na Escola
WRAP WRAP Confira a receita deste delicioso sanduíche recheado, enrolado no pão sírio. Ingredientes 1 pão sírio grande 1 colher (sopa) de leite 3 colheres (sopa) de requeijão NESTLÉ 1 colher (sopa) de salsa picada 4 fatias de peito de peru 4 fatias de queijo prato 4 colheres (sopa) de cenoura ralada 2 folhas de alface grandes Modo de Preparo Abra o pão com cuidado. Espalhe o leite sobre as metades e reserve. Em uma tigela, misture o requeijão com a salsa e espalhe sobre o pão. Cubra com fatias de peito de peru e queijo. Distribua a cenoura ralada e cubra com a folha de alface. Enrole uma metade do sanduíche como um rocambole e continue enrolando com a outra metade, com cuidado para não quebrar. Deixe a dobra do sanduíche voltada para baixo e sirva a seguir. DICAS: Se desejar, substitua o pão sírio por um pão folha pequeno. Se desejar, substitua o peito de peru por 6 colheres (sopa) de atum desfiado. Uma ótima ideia para deixar seus sanduíches ainda mais gostosos é incluir legumes ralados ou picados e verduras cruas. Além de diferentes e muito mais saborosos, ficam também mais nutritivos. Rendimento: 2 porções Tempo de preparo: 15 min.
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36 mundo da inclusão JUSTICE LEAGUE: TM & © DC Comics. THE LOONEY TUNES SHOW: TM & © Warner Bros. Entertainment Inc.
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