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Ano 5 R$ 14,90 € 5,00
Turismo de
Aventura
ESTATUTO
Senado aprova Lei Brasileira de Inclusão
Um roteiro totalmente acessível, testado e aprovado por um paratleta
PARA SURDOS Pequenas atitudes que fazem a diferença na integração de pessoas com deficiência auditiva
O que pode mudar no mercado de trabalho e os riscos para o profissional com deficiência
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A partir do código em braile, o leitor tem acesso ao conteúdo audiodescrito da revista na íntegra em nosso site
9 772176 613018
Evento esportivo de Arnold Schwarzenegger dá espaço para pessoas com deficiência mostrarem seus talentos em diversas modalidades
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de braços abertos
JUN/JUL 2015
ISSN: 2176-6134
ARNOLD SCHWARZENEGGER E BRENO VIOLA
ACESSIBILIDADE
revista incluir
é uma publicação bimestral da Editora Minuano
VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente Depósito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br Alexandra Eleutério - alexandra@edminuano.com.br Sabino José dos Santos - vendas2@edminuano.com.br vendas@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE Amanda Barros - atendimento@edminuano.com.br
PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br
DIVISÃO GRÁFICA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
passatempo
ou
pode
envolver
a
prática
de
exercícios físicos e competições. Ele está presente na vida de todos, inclusive, das pessoas com deficiência, que cada vez mais se destacam como grandes atletas. Tanto nas paralimpíadas, onde o alto rendimento é valorizado, ou na prática por diversão, os paratletas mostram que o importante é superar os limites e ser feliz. Nesta edição, trazemos na capa uma cena que representa a inclusão em sua mais profunda essência. Nela, o astro Arnold Schwarzenegger abraça Breno Viola, atleta da Special Olympics Brasil – o primeiro judoca com síndrome de Down a conquistar a faixa preta nas Américas. Arnold veio ao Brasil, mais uma vez, para acompanhar de perto seu evento, o Arnold Classic, realizado pelo terceiro ano por aqui, e durante o período em que esteve no Brasil, ele deu um show de simpatia e mostrou que o esporte é para todos. A #EquipeIncluir acompanhou de perto o evento, desde o início dos trabalhos para a criação da arena paradesportiva, e parabeniza os envolvidos, em nome da amiga Adriana Dutra, coordenadora da arena, e de Ana Paula Graziano, diretora geral do evento. Nesta edição, também temos várias matérias muito especiais, como a visita à cidade de Socorro, onde testamos a acessibilidade dos hotéis e das atividades esportivas de aventura. O resultado você confere a seguir.
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Boa leitura e até a próxima
Julliana Reis Julliana Reis Editora-chefe
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Ano 5 R$ 14,90 € 5,00
ESTATUTO
Turismo de
Senado aprova Lei Brasileira de Inclusão
Aventura Um roteiro totalmente acessível, testado e aprovado por um paratleta
ARNOLD SCHWARZENEGGER E BRENO VIOLA
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como
divertimento, o esporte também
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PARA SURDOS Pequenas atitudes que fazem a diferença na integração de pessoas com deficiência auditiva
O que pode mudar no mercado de trabalho e os riscos para o profissional com deficiência
de braços abertos Evento esportivo de Arnold Schwarzenegger dá espaço para pessoas com deficiência mostrarem seus talentos em diversas modalidades
RESPEITE O DIREITO AUTORAL Reproduzir o conteúdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma
Respondendo judicialmente o violador
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JUN/JUL 2015 35
CIRCULAÇÃO Patricia Balan - circulacao@edminuano.com.br MARKETING Alda Mendes - alda@edminuano.com.br Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br Jacqueline Santos - marketing@edminuano.com.br Júlia Moretto - marketing2@edminuano.com.br PUBLICIDADE Diretor Comercial: Arnaldo Stein Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini,
S
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DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera Lúcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br FINANCEIRO Diretora: Claudia Santos Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino COBRANÇA Diana de Oliveira - cobranca@edminuano.com.br RH Diego Liberato Priolo - rh@edminuano.com.br EDITORIAL Editora de conteúdo: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Brida Rodrigues, Fernanda Rodrigues e Maira Isis Cardoso redacao@edminuano.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Alex Rosa, Alle Vidal, Bianca Ponte, Eraldo Schnaider, João Caldas (fotos); Camila Sousa e Denise Crispim (texto); Bryan Mattson (artigo) Caio Graneiro, Eliane Lemos, Fernando Fernandes, Flávio Corrêa, Luciano Amato e
Viva o esporte!
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Av. Marquês de São Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - São Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234
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Click da capa
A foto de capa foi feita no Arnold Classic Brasil 2015 pelo fotógrafo Rodrigo Dod da Savaget e Excalibur
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6
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Job: 43017-012 -- Empresa: Publicis -- Arquivo: 43017-012 An. TrailBlazer PCD 46x27.7_pag001.pdf
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Sumário
56 entrevista Marco Antonio Mastrandonakis
86 lazer e cultura Trilha acessível
12 férias Socorro
58 vale saber TV INES
88 instituto Paulo Gontijo
24 test-drive Honda
60 Rio 2016 Futebol de 5 e de 7
90 minha história Por Renato Nicastro
28 instituto Zeca Mugiatti
64 tecnologia Minha rotina especial
92 coluna Instituto Fernando Fernandes Life
30 histórias de Sofia Salvador
66 vale saber Empreendedorismo Uhelp
94 turismo Sul
32 mundo afora Tim Harris
68 empregabilidade PL da terceirização
98 CPB Centro Paralímpico Brasileiro
34 educação Rede Ensina Mais
72 incluir cultural A arte de pensar negativamente
100 vale ler Minha criança é diferente?
38 projetos especiais Entre Iguais
74 datas especiais As deficiências
102 vale assistir Um momento pode mudar tudo
42 estamos de olho Acessibilidade para surdos
76 coluna AAPSA por Luciano Amato
104 vale saber ONU premia brasileiro
44 melhor idade Envelhescência
78 alternativa Clube de dança
106 mercado Tecnologia assistiva
46 matéria de capa Arnold Classic Brasil
80 coluna Entre Rodas & Batom
110 evento Congresso AACD
52 artigo Reserva de vagas para trabalhadores
82 legislação Senado aprova Estatuto
112 notas Notícias do setor
54 coluna Esportes por Flávio Corrêa
84 coluna Verbo em Movimento
114 Special Olympics Jogos de Verão
Edição 35
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FALE CONOSCO Queremos saber sua opinião sobre a revista. E você também pode sugerir pautas ou comentar nossas reportagens. Estamos
#ACONTECEUNAREDAÇÃO Neste espaço vamos dividir com nossos leitores os acontecimentos recentes da redação
esperando seu contato! Presente Conheci a #Incluir no Instituto de Reabilitação Lucy Montoro e estou encantada. A reabilitação não se trata somente de voltar a andar e trabalhar, mas também de nos sentirmos parte da sociedade novamente. Vocês têm me auxiliado muito nesse sentido, pois é o único veículo de comunicação
#decarona
de nosso País que se preocupa em nos tratar
Além da cidade de Socorro (pág. 12), a #EquipeIncluir foi até o Rio de Janeiro fazer a cobertura do Arnold Classic Brasil, e pegou estrada no Citroën AirCross Atacama cedido pela Trianon Lapa. Na próxima edição você vai conferir o resultado do test-drive do carro, realizado na Cidade Maravilhosa.
mas também como seres humanos completos. Amei a coluna (de Caio Graneiro) ‘Somos todos Natache Iamaya e a matéria falando de destinos acessíveis no Nordeste. Muito obrigada pela preocupação em nos entregar informação de qualidade. Paula Masson Marangon, São Paulo / SP A repercussão da #Incluir aqui na #ADERE e entre as famílias foi muito boa e nos motivou a divulgar cada vez mais o trabalho que fazemos aqui com tanto carinho e respeito. Flora Gussonato, da ADERE
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Apaixonada! Essa é a palavra perfeita para descrever como eu e toda a equipe de redação estamos por este livro. Além das ilustrações fofíssimas, a história de Downtown é encantadora. Anota aí como dica de leitura, tanto para as crianças, quanto para os adultos. Julliana Reis - Editora-chefe
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Socorro!!! Na cidade de Socorro, nossa editora de arte, Bianca Ponte, precisou superar seus medos e encarou a descida de mais de 2 mil metros da tirolesa no Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, para acompanhar as fotos da matéria de férias, que você confere nesta edição (pág. 12).
Visita Durante nossa passagem pelo Rio de Janeiro, visitamos a sede da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no bairro das Laranjeiras. Na ocasião, nossa equipe conheceu as instalações da unidade e a matéria sobre essa visita você também confere na próxima edição!
Reatech 2015 A Reatech 2015 foi incrível! Além do lançamento da edição 34 da Revista Incluir – que foi um sucesso e superou nossas espectativas –, tivemos a presença do paratleta Fernando Fernandes, que fez fotos com todos que passaram por lá.
NOSSO ENDEREÇO: Av. Marquês de São Vicente, 1.011 - 2º andar Barra Funda - São Paulo / SP - CEP 01139-003 Tel.: 11 3279-8234
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FÉRIAS
Uma viagem acessí el Uma viavgem
Por: Julliana Reis e Maira Isis Cardoso Fotos: Bianca Ponte, Divulgação e Shutterstock
AA
acessível
#EquipeIncluir convidou o paratleta Cleuton Nunes, que é biamputado de membros inferiores, para testar
Serra da Mantiqueira uma cadeia a acessibilidade da cidade deé Sororro, no interior de
montanhosa que se estende pordetrês São Paulo. Saímos de São Paulo e levamos cerca duas horas e
Estados do Brasil: São Paulo (30%), Minas Gerais (60%) e Rio de Janeiro (10%). O Jerônimo Mariano, que nos ajudou a desenvolver a pauta da viagem. maciço rochoso possui aproximadamente 500 Parakm nossa surpresa, Jerônimo é cego e acabamos o convidando de extensão, tendo início próximo à cidade parapaulista acompanhar nossa equipe duranteeo segue períodopara em que de Bragança Paulista o ficamos leste, delineando as divisas dos três Estados na cidade. Assim, pudemos avaliar a acessibilidade tanto para uma brasileiros até afísica região do visual. Parque Nacional pessoa com deficiência quanto do Itatiaia onde adentra Minas Gerais até a Ficamos muito felizes por conferir, de perto, um lugar tão bacana cidade de Barbacena. onde todas as pessoas são atendidas sem distinção. No comércio, Seu ponto culminante é a Pedra da Mina, pelascom ruas,2.798 nos hotéis e, principalmente, receptivo metros de altitude,nona divisa das dosatividades de aventura, todos estão preparados para lidar com as mais Estados de Minas Gerais e São Paulo. Na Serra da situações. Mantiqueira existem diversas unidades variadas “Os investimentos da administração pública e da de conservação, como a área de proteção iniciativa privada transformaram a cidade em um roteiro acessível ambiental Serra da Mantiqueira, dividida e, com isso, acabamos nos preparando para atender a todos os entre os três Estados; o Parque Nacional públicos. Temos o conhecimento básico de como lidar com as do Itatiaia, dividido entre Minas e Rio; e os pessoas e analisamos de forma individual as especificidades Parques Estaduais Serra do Brigadeiro e Serra de cada um”,do esclarece Charles Gonçalves, da PróximAventura Canoar, que Papagaio (Minas) e Campos do Jordão (São Paulo). nos proporcionou o rafting no Rio do Peixe. O trechonapaulista Serragraças da Mantiqueira A reportagem cidade foida possível ao apoio da Prefeitura abrange três municípios: Campos do Jordão, do Município da Estância de Socorro, por meio de sua Secretaria de São Bento do Sapucaí e Santo Antônio Turismo, e as empresas Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, onde do Pinhal. As três cidades são estâncias ficamos hospedados; Hotel Campo dos Sonhos; PróximAventura climáticas. meia para chegar ao nosso destino. Lá fomos recepcionados por
Canoar; Parque de Aventura Monjolinho; e Honda Sampa Motors, que nos cedeu o Honda Fit, testado na seção Test-Drive nesta edição. A vocês, nosso agradecimento especial!
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Cidade de socorro
Por lá, a temperatura varia entre 25 a 34 graus, no verão, e de 1 a 15 graus, no inverno. As principais atividades econômicas da cidade são o turismo e a agricultura, além do setor de comércio e serviços, com destaque para a comercialização de malhas, tricôs e artesanatos.
Localizada Santo Antônio junto àdoSerra Pinhal, da Mantiqueira, com seus a6.896 cidade habitantes, de Socorro se caracteriza está a 132por seu uma estânciada quilômetros climática capital. para turismo rural, ecológico Com uma epopulação de aventura. estimada São 133 emKM² cerca de uma de 39topografia mil pessoas, serrana, segundo quedados varia entre do altitudes IBGE 2013, de a1200 Estância a 1890 demetros, Socorropara está às serem explorados. margens do Rio do Peixe e se destaca pelo relevo montanhoso. Localizada na divisa de São Paulo e Minas Gerais, a cidade faz limite com Águas de Lindóia, Pinhalzinho e Serra Negra (em São Paulo) e Monte Sião, Monte Alegre do Sul e Bueno Brandão (em Minas).
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FÉRIAS
socorro R
econhecida internacionalmente como um dos destinos mais acessíveis do Brasil, a cidade de Socorro, no interior paulista, é referência em turismo de aventura para pessoas com deficiência.
Por lá, os profissionais envolvidos no atendimento ao turista estão preparados para receber a todos sem distinção. A iniciativa de tornar a cidade em um roteiro 100% inclusivo começou em 2007, numa parceria entre a prefeitura e o Ministério do Turismo. Desde então, a cidade e seus estabelecimentos vêm se preparando para atender a esse público com conforto e total segurança. “O crescente reconhecimento de Socorro, não somente como destino turístico, mas como referência em acessibilidade, muito nos enche de orgulho e responsabilidade. Este reconhecimento é resultado da constante preocupação, parceria e investimentos das iniciativas pública e privada na realização de obras e promoção da conscientização a respeito de mobilidade, para fins de locomoção, acessibilidade e até mesmo lazer de nossos moradores e visitantes, como é o caso das atividades de aventura adaptadas”, garante o prefeito André Bozola, que acredita na importância da continuidade dos investimentos. “Enquanto poder público, temos a consciência que o trabalho é contínuo na melhoria da qualidade de vida das pessoas, sendo assim, priorizamos ações que atendam às necessidades com respeito e equidade”, conclui.
“Enquanto poder público, temos a
consciência que o trabalho é contínuo
na melhoria da qualidade de vida das
pessoas, sendo assim, priorizamos ações que atendam às necessidades com respeito e equidade”.
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André Bozola
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FÉRIAS
Hotel Fazenda Parque dos Sonhos
C
om suítes adaptadas e um receptivo
preparado para atender todos os
tipos de público, o Hotel Fazenda
Parque dos Sonhos tem ainda outros atrativos. Localizado na Serra da Mantiqueira, a
15 quilômetros da cidade de Socorro (SP),
o hotel disponibiliza de uma cadeira de rodas motorizada para os hóspedes com deficiência física e mobilidade reduzida, além de acessibilidade em todos os ambientes
como o restaurante, que inclusive dispõe de
identificação das opções de comidas e bebidas em braile.
O hotel também participa de projetos de inclusão como o Aventureiros Especiais ,
do Ministério do Turismo em parceria com a ONG Aventura Especial, que visa adaptar atividades de turismo de aventura para pessoas com deficiência.
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Hotel Fazenda Campo dos Sonhos
U
m hotel fazenda que proporciona ao hóspede acessibilidade tanto nas acomodações quanto na infraestrutura, o Campo dos
Sonhos está localizado em meio à natureza, entre rios, e conta
com as mais típicas espécies da flora brasileira, entre elas, o Ipê amarelo que é símbolo da cidade de Socorro. Sentir o que é a vida no Campo
fica ainda mais evidente quando o visitante entra em contato com os
animais, conhece de perto a origem do alimento na horta orgânica com verduras e legumes plantados, além de ter contato tradicional com a vida no campo, presente na produção de café e cachaça de alambique.
Um dos destaques do hotel é que os chalés estão preparados para receber animais de estimação. Isso começou por conta dos hóspedes com
deficiência visual, que viajam acompanhados de seus cães-guias. Por es-
tar preparado para receber os cães, os chalés ganharam canis que têm integração com os quartos , explica um funcionário.
Um dos ambientes bastante atrativo é a Casa Caipira que tem móveis e utensílios característicos, como um museu do interior. O gosto de comida típica da fazenda fica por conta do Café Caipira da tarde, com canjica, milho cozido, bolos e outros alimentos característicos.
O trabalho de preservação ambiental também é um dos pontos im-
portantes, o hóspede é convidado a deixar uma lembrança à natureza através do Programa Plante ou Adote uma Árvore deixando sua contribuição com o meio ambiente.
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FÉRIAS
Convidados Especiais
Cleuton Nunes
D
ono de uma alegria contagiante, Cleuton Nunes, 35 anos, é uma
figura inesquecível. Ele, que foi
personagem de outras duas matérias
aqui na #RevistaIncluir, foi o primeiro Como todo paratleta,
Cleuton costuma levar
em suas viagens seu caiaque...
nome quando pensamos em testar a acessibilidade da cidade de Socorro,
conhecida por ser referência em esportes de aventura e acessibilidade.
Feito o convite, ele não hesitou em aceitar e, durante todo nosso trajeto (de
ida e também de volta), ele agradeceu a oportunidade.
Para quem ainda não o conhece, Cleuton é educador físico e atleta de paracanoa-
gem. Ele, que teve as duas pernas amsua cadeira de rodas e outros
itens
necessários
para sua comodidade durante viagens...
putadas após um acidente, era atleta do
taekwondo e coleciona mais de 150 títulos
por suas participações em campeonatos nacionais e internacionais da modalidade.
Com uma recuperação surpreendente, Cleuton retornou ao trabalho, em uma
academia de ginástica, em apenas oito
...e, sempre que possível,
meses. Atualmente, ele atua em duas aca-
costuma viajar acompanhado de
demias como coordenador e professor, e
ainda treina diariamente a paracanoagem.
de 8 anos, e Miguel, de 2 anos.
Nas horas vagas, que são poucas, Cleu-
ton gosta de curtir sua família e brincar ...suas próteses, que têm
sido suas pernas desde
as amputações...
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com os filhos, de preferência, em passeios ao ar livre.
Jerônimo Ramon J
ovem e aventureiro, Jerônimo Ramon Mariano, 23 anos, tem deficiência visual ‒ de nascença ‒ e surpreendeu nossa equipe pela coragem
e disposição em topar todos os desafios de nosso roteiro de viagem.
Ele, inclusive, foi nosso guia durante os dois dias que passamos na cidade, e ajudou a elaborar o ro-
teiro, articulando e viabilizando com os receptivos locais todas as atividades.
Ele, que nasceu em Socorro, estuda Análise e De-
senvolvimento de Sistemas no Instituto Federal de São Paulo e trabalha como escriturário no departamento de Turismo da prefeitura.
É muito bom viver em um lugar com tanta na-
Diariamente, após seu expediente no trabalho, ele
tureza. Por isso, procuro aproveitar ao máximo,
corro ‒, para estudar. Nas horas vagas, ele gosta de
aqui , conta.
bateria, além de curtir a natureza de sua cidade.
séries de TV.
viaja até Bragança Paulista ‒ cidade vizinha de So-
sempre que possível, os passeios que temos por
tocar instrumentos de percussão, principalmente
Outro hobbie de Jerônimo é curtir filmes e
esportes de aventura
Turismo cidade de Socorro tecnologia
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FÉRIAS
Opinião de quem entende!
O
passeio dentro do Hotel Fazenda Parque dos Sonhos
foi bem aventureiro, há subidas bem íngremes e uma pessoa com deficiência física precisa ter muita destre-
za, seja com próteses, muletas ou com a cadeira de rodas.
Para o deslocamento em cadeira de rodas, sugiro o uso das motorizadas, que são disponibilizadas pelo hotel.
Na minha opinião, o ponto mais importante é que o hotel conta com funcionários extremamente dedicados para auxiliar em
qualquer circunstância e uma proatividade incrível, isso para quem precisa e para quem não precisa.
Sobre os esportes de aventura, que requerem também um
pouquinho de coragem , destaco a adaptação para todas as necessidades.
O transporte para amputados é muito bom. Já para paraplégicos e tetraplégicos, destaco que os bancos têm um acolchoado e barras para garantir a segurança.
Tudo ficaria com muito mais charme se a cidade tivesse um pouco mais de acessibilidade para todos. Falo isso porque ainda existem calçadas com uma inclinação que dificulta a marcha com
as próteses ‒ isso no meu caso, com as duas pernas mecânicas ‒, já para quem tem apenas uma perna, não encontraria grandes dificuldades.
Quem usa cadeira de rodas encontraria muitas dificuldades em
se manter no caminho em continuidade e dinamismo. Alguns pontos e itinerários precisam de uma acessibilidade mais limpa.
Isso com certeza aumentaria ainda mais o charme e a visitação à cidade de Socorro.
Por Cleuton Nunes
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Por Jerônimo Ramon
A
companhar a #EquipeIncluir foi
Outra coisa que eu observo, é que cabe a
adrenalina, ou sentir o bote andar com a
abstrações proporcionadas pelas
desvincular de sentimentos de dó, de in-
fação! Quanto à tirolesa, aventura total, ela
um prazer que não cabe nas
palavras. Em Socorro você se conecta com a aventura, a tranquilidade, e em
um ambiente que nos faz pensar o quão perfeito Deus foi ao nos deixar lugares
singulares para apreciarmos. Outro ponto a ser destacado são nossos parceiros que
apoiaram a realização das atividades com a equipe, que demonstrou ter um espírito
jovem e para frente, deixando o clima de curtição ainda melhor.
Eu acredito que devemos destacar nesse
trabalho não é só a acessibilidade nos seg-
mentos relacionados ao turismo, tais como as adaptações realizadas na sela do cavalo
para acomodar uma pessoa sem movimentos, ou um conjunto de procedimentos instrucionais para possibilitar um cego a praticar um arvorismo, mas sim o que se
deve ser inserido nos agentes de nossa sociedade, que pode e deve ser inclusiva em
nós que temos deficiência e às famílias, se
capacidade, e se encherem de motivação
para irem atrás dos seus anseios, mesmo quando o não seja frequente, (e ele geralmente é para nós), deve-se insistir nas metas.
Uma última comparação: você está prestes
a comprar algo, e tem a opção de escolher entre duas marcas, uma desconhecida, e
outra famosa. Ambas estão pelo mesmo
preço, o que você escolhe? A famosa é claro! Para que você passe a escolher a
desconhecida, ela tem de provar que é boa. Mas aí você me pergunta: Jerônimo,
você está comparando pessoas a objetos? , não, só estou fazendo uma analogia. Você
prefere ficar e compartilhar sua vida com pessoas conhecidas ou desconhecidas?
sociedade é proporcionar abertura para as
que devemos olhar as coisas de uma forma mais macro, e por ter ciência que mesmo Socorro sendo pioneira, por estarmos
desenvolvendo algo diferenciado, o que fazemos em nosso turismo é nada mais que cumprir com a constituição que diz
que devemos garantir acesso e direitos iguais a todos os cidadãos. Ou seja, isto
é algo que deveria ser básico e trivial em
todos os locais. Dado este pensamento, eu sempre o levo para meus colegas de
trabalho, para que sempre consigamos melhorar, crescer, visualizando o que está bem, e o que carece de melhorias.
Porém, depois de ter descido umas três vezes, você já consegue relaxar, curtir a vista, sentir o vento no rosto e apreciar o
ambiente! Olhem eu novamente fazendo
graça. Curtir a vista, como se eu nem enxergo? (risos). Mas, apesar disso, se você também tem deficiência visual, relaxe, e
pergunte à equipe que opera a descida que eles lhe farão uma senhora descrição do visual.
Para encerrar, acredito que seja mais ou menos isso, agradeço a você leitor, e à
revista Incluir por mostrar esse trabalho e esse meu simples pensamento!
com a pessoa já citada e passa a compartil-
honrado por fazer parte desse trabalho no entretanto, isso me preocupa, pois penso
mil batidas por minuto!
dado um espaço de tempo, você se socializa
har. Conforme esses exemplos, eu acredito
turismo acessível, por ele estar em Socorro,
é gigante o suficiente pro seu coração ir a
Claro que com pessoas conhecidas! Aí,
todas as suas diversas vertentes.
Eu, Jerônimo, fico extremamente feliz e
força de sua remada, simplesmente satis-
na integração. O que devemos fazer como pessoas com deficiência mostrarem a que vieram !
E o que eu acredito como cego? Que devemos ver os segmentos que desejam nos dar essas aberturas e facilitar a vida deles!
Acredito, que essas diferenças é o que nos tornam iguais e especiais. Pois, afinal, ninguém é igual a ninguém! É como a impressão digital, cada um tem a sua!
E quanto ao turismo e as atividades que fizemos, nada a declarar?
Como disse acima, explicar em palavras
é difícil, pois você estar em um bote, sen-
tir o frio da água que é jogada em você ao descer uma corredeira/queda d água, é uma sensação incrível, estar cheio de
revista incluir
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FÉRIAS
Turismo de
a r u t Aven
U
ma cidade reconhecida pela acessibilidade e por ter uma série de atividades turísticas de aventura, Socorro se
destaca ainda pelos esportes. Por lá é possível se aventurar
por diversas modalidades esportivas como o rafting, a tirolesa, o boia-cross, o canyoning, as trilhas, o mountain biking, a asa delta e a trike entre outras.
Durante a estadia na cidade, nossa equipe acabou testando o rafting no Rio do Peixe e até nossa editora-chefe Julliana Reis acabou entrando no bote e fez o percurso. Confesso que tentei fugir da
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revista incluir
Sobre os esportes de aventura, que requerem também um pouquinho de coragem , destaco a adaptação para todas as necessidades. Cleuton Nunes
aventura, mas acabei convencida pela equipe da PróximAventura Canoar, que tem um cuidado especial com os mais medrosos,
como eu. Posso garantir que, além de super segura, a atividade é
uma delícia e vale a pena o passeio, que permitiu um contato com a natureza e, de bônus, tivemos uma visão da cidade de dentro do rio (do Peixe). Indescritível , conta Julliana.
Outro teste levou nossa equipe para a tirolesa no Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, onde nos hospedamos. Por lá, o paratleta Cleu-
ton e nosso guia Jerônimo não se intimidaram frente aos mais de 2 mil metros de extensão do percurso e 100 metros de altura.
Nossa editora de arte, Bianca Ponte, também encarou a descida e garante que, apesar do medo inicial, valeu muito a pena
superar seus limites e conferir um visual único. Valeu a pena
superar meus medos porque a paisagem é incrível e a equipe, muito bem treinada, me passou segurança para fazer a tirolesa , destaca Bianca.
Segundo Jerônimo, para conhecer os principais pontos turísti-
cos de Socorro, o ideal é programar um roteiro de, no mínimo, quatro dias. Além dos esportes de aventura, a cidade também conta com o Mirante do Cristo e a Pedra da Bela Vista, de onde
é possível conferir a vista de toda a cidade, o Horto Municipal,
a Gruta do Anjo, o Parque do Monjolinho, o Pico da Cascavel, o Ecco Parque, a Casa do Turista e o Parque Vale das Pedras, além das instalações dos hotéis Parque e Campo dos Sonhos.
Serviço: Prefeitura do Município da Estância de Socorro:
Hotel Campo dos Sonhos:
Parque de Aventura Monjolinho:
www.socorro.sp.gov.br
www.campodossonhos.com.br
www.parquedomonjolinho.com.br
Hotel Fazendo Parque dos Sonhos:
PróximAventura Canoar:
Honda Sampa Motors:
www.parquedossonhos.com.br
www.proximaventura.com.br
www.sampamotors.com.br
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Test-drive
Fit foi testado por paratleta amputado durante viagem à Socorro Por: Julliana Reis e Maira Isis Cardoso | Fotos: Bianca Ponte
N
esta edição, a #EquipeIncluir testou dois modelos da Honda para
avaliar
desempenho
conforto, em situações diferenciadas.
e
Para o primeiro teste, convidamos o paratleta amputado Cleuton Nunes,
que também nos acompanhou na via-
24
revista incluir
gem para a cidade de Socorro (SP).
comporta facilmente sua cadeira de
Cleuton aprovou o Honda Fit e desta-
rodas e ainda permite o transporte de
a atenção das pessoas com deficiência,
Outro ponto positivo do modelo, se-
bre o porta-malas, Cleuton considera
de couro. A cadeira pode arranhar ou
cou alguns pontos que podem chamar
outros itens.
como a abertura e a altura da porta. So-
gundo Cleuton, fica a cargo dos bancos
que, apesar de pequeno, o mesmo
desgastar os bancos e quando eles são
revestidos em couro é bem melhor , garante.
Quanto ao desempenho, ele garante que o carro tem resposta rápida na saída e na ultrapassagem.
Pelo fato
de se tratar de um motor 1.5, acho que
está bem de acordo porque geralmente os carros automáticos já têm uma saída mais lenta e acho que este modelo apresentou
uma
resposta
bastante
satisfatória , explica ele, que também
elogiou as adaptações, principalmente no volante.
O volante da Honda tem uma estética boa
e o pomo foi instalado na parte de baixo do
volante, achei perfeito porque é um ponto excelente para segurar com firmeza.
revista incluir
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Cleuton elogiou o fato de o banco traseiro ser reclinável. No meu caso, cabe toda a família, e eu ainda teria a opção de
colocar a minhacadeira e a handbike, que cabe inteira no carro , conclui Cleuton.
Na adaptação, o modelo recebeu acelerador e freio manual, in-
versão de pedais (quesito super importante segundo Cleuton) e pomo giratório no volante.
O modelo conta com opcionais como o computador de bordo Os comandos no volante fazem a diferença e garantem praticidade e segurança
e os comandos no volante.
Ao avaliar os prós e contras, Cleuton considera que o Fit está to-
talmente dentro do mercado e até considera adquirir o modelo. No momento, estou pensando em trocar de carro e fiquei muito
satisfeito com o desempenho e com outros componentes do
Honda Fit, pois o modelo atendeu às minhas necessidades. Isso faz toda a diferença.
Outros pontos positivos: Os comando de volante, que facilitam muito, principalmente no caso de pessoas com A abertura da porta e a altura do carro são perfeitas para acessar o banco do motorista e isso dá autonomia para o Cleuton
pouco controle de tronco. Sugestão: Seria interessante as empresas passarem a oferecer uma proteção para o banco e para a lateral (nas portas) para que o contato com a cadeira não danifique e arranhe essas
A inclina-
partes.
ção do ban-
PONTO NEGATIVOS:
co de trás aumenta a capacidade do portamalas
A abertura do porta-luvas para baixo é ruim porque se a cadeira de rodas estiver no banco do passageiro, fica impossível abrir o compartimento.
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Nota: 9,5 Cleuton
ficou
muito
satisfeito
com
o Honda Fit porque viu suas principais necessidades atendidas de forma simples e em um modelo compacto, que se destaca pelo espaço interno, que faz a diferença quando o assunto é transportar uma cadeira de rodas, uma handbike, esposa e dois filhos pequenos. A alavanca para regulagem de altura do banco do motorista é bem posicionada e de fácil manuseio
APOIO: Os testes-drives foram realizados com o apoio da Sampa Motors, concessionária Honda em São Paulo, que nos cedeu o modelo Fit e da SpeedTech, empresa especializada em adaptação de veículos e que instalou os acessórios nos carros testados.
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Cleuton também elogiou a instalação do pumo, segundo ele “perfeita” para o motorista
SPEEDTECH www.speedtechadapt.com
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No porta-malas, há espaço para a cadeira de rodas e ainda sobra espaço para outros objetos
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Instituto
INSTITUTO ZECA
MUGGIATI Por: Fernanda Rodrigues | Foto: Divulgação
Instituto desenvolve e patrocina projetos que visam levar conhecimento e conscientização sobre causas e tratamentos da síndrome do X Frágil
O
instituto foi idealizado pela
O principal projeto do instituto é o Eu
família Muggiati, em home-
Digo X , que foi idealizado pela empresária
giati, pela intensa participação em ações
com síndrome do X Frágil, uma doença ge-
nagem ao senhor Zeca Mug-
sociais em prol de várias entidades.
Fundado em 2010, em Curitiba (PR),
o Instituto Zeca Muggiati é uma associação civil sem fins lucrativos e de interesse público, que tem como objetivo
a família recebeu o diagnóstico do X Frágil.
Hoje nós lutamos pela divulgação
Sabrina Pizzato Muggiati, que tem um filho
e conscientização desta síndrome, pois
nética ainda pouco conhecida, porém, es-
que o Jorge tinha X Frágil, se tivésse-
tudos indicam ser a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual e a causa genética mais comum de autismo.
Até os oito anos de idade, Jorge, filho de
poderíamos ter descoberto mais cedo
mos mais informações , conta Sabrina,
que pretende incluir a detecção desta síndrome no Teste do Pezinho.
O instituto tem como missão, em todos
social desenvolver e patrocinar projetos
Sabrina, era diagnosticado pelos médicos
os projetos, ampliar o conhecimento, cons-
damentais de qualquer natureza, prin-
seguir explicar algumas reações do menino
ver apoio e auxílio nos processos de preven-
que visam à efetivação de direitos funcipalmente na área sócio ambiental em toda sua abrangência e relevância.
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como uma criança autista, mas por não con‒ que eram diferentes do autismo ‒ Sabrina procurou diversos médicos, até que em 2012,
cientizar e sensibilizar a sociedade; promoção, diagnóstico, rastreamento, educação, tratamento, reabilitação e inclusão social.
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Histórias de Sofia
E
Aventuras em Salvador m março fomos para a Bahia! Foi muito legal, mas nós
como um resort, tinha muitas brincadeiras, piscina, atividade,
hotéis bem grandes, com muitas rampas, elevadores
em Natal, o nome dela é Maria Lavinia! Então a gente decidiu
sempre íamos para lá e ficávamos em resorts, que são
e atividades o dia todo, você não precisa sair do hotel para ir à
praia, porque tudo é lá dentro, loja, restaurante, tudo. Mas dessa vez não foi assim. Na verdade, a gente decidiu ir meio em cima da hora para participar de um programa de fisioterapia e terapia ocupacional chamado NeuroReady.
Quando a gente decidiu ir, minha mãe procurou hotéis ou
pousadas próximos ao lugar do programa, que não era no centro, e
yoga e amigos. Fiquei muito amiga de uma menina que mora mudar e ficar no mesmo hotel que as outras famílias que fo-
ram para o programa. O hotel não era muito perto da praia e
tinha uma kombi para levar os hóspedes, mas andar de kombi foi quase como andar de montanha-russa, uma grande aventu-
ra. As mães e fisioterapeutas ficaram com mais medo do que as crianças!
que desse para ir a pé para a
praia, porque a gente ficaria em terapia só meio período
e poderia passear no resto do tempo. Não achou muitas opções e acabou escolhendo um que dizia que era flat, tinha
geladeira
e
micro-
ondas. Eles pareciam legais e
o lugar ficava perto do farol de
Itapuã. Mas quando a gente chegou lá, foi uma grande aventura. Não dava nem para
sair do tal flat, a entrada era toda de pedras e as calçadas,
impossíveis de andar com a
cadeira! Não tinha como sair nem para comer.
Então a gente foi para o
NeuroReady e lá era quase
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revista incluir
ia Lavinia r a M e ia f o S Lacerda no Elevador
Mercado Modelo visto a partir do Elevador Lacerda
Achei meio chato porque no dia que a gente foi à praia, no fim da
tarde, não tinha um lugar para tomar sorvete. Praia sem sorvete e água de coco é muito chato, nem parecia que estávamos na Bahia.
A gente foi também no Elevador Lacerda. Lá é legal porque todo
mundo sobe de elevador, então é tranquilo para cadeirante. De lá de cima a vista é bonita, mas não tem muito o que fazer, então a gente foi no Mercado Modelo, um lugar que vende muitas coisas, artesanato, doces e presentes. Mas não vende sorvete! Puxa, isso foi muito chato.
Bem, mas então vocês devem estar perguntando: não tem nada
de bom em Salvador, fora os resorts e o NeuroReady? Tem sim! No último dia fomos a uma praia muito linda, a Praia do Flamengo.
Lá, que já é no caminho do aeroporto, tem mais jeito de praia
mesmo, com quiosques e barracas bem grandes e estrutura para
todo mundo. Ficamos numa barraca que tinha banheiro para cadeirante e vista para o mar, e, além de sorvete, tinha música boa, água
Praia do Flame ngo
de coco e acarajé. Não dá para ir à Bahia e não comer acarajé! Na mesma praia tem barracas que tem até parquinho!
Se você vai para passear e vai com crianças, é melhor ficar direto
nessa região, que tem água bem limpinha, restaurantes e estrutura
*Sofia Crispim assina a coluna, sob supervisão de sua mãe, a jornalista Denise Crispim
para a família inteira.
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mundo afora
Mundo Afora
Um abraço de TIM HARRIS Jovem empreendedor faz sucesso com os clientes de seu restaurante Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Divulgação
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revista incluir
H
á cinco anos, um jovem com
rístico, qualquer conversa é espaço para
da Tim s Big Heart Foundation, fundada
nho se tornar realidade quan-
Tim faz questão de falar com cada um de
ajudar pessoas com deficiência intelectu-
síndrome de Down viu seu so-
do ganhou, do pai, seu próprio restaurante.
Isso porque Tim Harris, de 29 anos,
piadas sobre um jogo de futebol recente, seus clientes.
As pessoas estão adorando os abraços,
sempre teve uma paixão pelas pessoas e
já virou uma atração. Tim tem uma
restaurante, onde o prato principal não é a
pessoas pessoalmente, o que é um de seus
sonhava em ter seu próprio negócio: um comida, mas sim, abraços.
Ainda assim, diariamente, Tim garante
aos clientes boa comida e um abraço. A
ideia de abrir o restaurante surgiu quando
capacidade única de se conectar com as
pontos fortes mais notáveis. As pessoas
por Tim Harris em 2014, com o objetivo de al e suas famílias para que alcancem seus
sonhos e incentivando-as a levarem vidas significativas e gratificantes por meio do
empreendedorismo e inclusão em suas comunidades.
Tim e sua família abriram o restauran-
vêm do mundo todo apenas para ganhar
te Tim s Place em 2010, em Albuquerque,
Quando é oferecida uma oportu-
primeiro e único homem com síndrome de
seu abraço. Aqui a refeição é um bônus.
Novo México. Com isso, ele tornou-se o
ele estava o colégio, inspirado em Walt Dis-
nidade para as pessoas com deficiência
pode fazê-lo.
capacidade de crescer pessoal e profissio-
restaurantes mais populares de Albuquer-
frequentemente poucas oportunidades.
e sua história ficou conhecida ao ser com-
ney, que dizia: Se você pode sonhar, você
Após abrir o restaurante, Tim começou
a apreciar e compreender as pessoas, e como um homem de negócios passou a
se dedicar em ouvir a história de todos e fazer uma conexão. Seu humor é caracte-
trabalharem, também é proporcionada a
nalmente. As pessoas com deficiência têm Com deficiência ou não todos merecem
a oportunidade de se sentir bem-sucedidos , conta Sabrina Torreblanca, gerente
Down proprietário de um restaurante.
Atualmente, o Tim s Place é um dos
que, servindo centenas de clientes por dia, partilhada em todo o mundo como uma
inspiração para qualquer pessoa que tem um sonho.
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Educação
Educação
Inclusiva Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Danielly Stefanie Oliveira e Shutterstock
Projeto desenvolve o aprendizado de alunos com deficiência
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revista incluir
O
acesso à educação inclusiva é fundamental para ga-
ditiva e visual, a concentração, a memória e outras capacidades.
Ministério da Educação (MEC) determina que todas as
aluno a fixar na memória o que aprenderam na aula.
rantir o direito dos alunos com deficiência. Por isso, o
crianças tenham acesso à rede regular de ensino, mas, na prática,
isso nem sempre acontece, já que muitas escolas se negam ou impõem obstáculos no momento da matrícula, tema mostrado na
São utilizadas também atividades escritas e práticas que ajudam o
Evelyn Valentim
nossa edição anterior.
Por outro lado, existem instituições que trabalham com o in-
tuito de incluir os alunos na sala de aula. A Rede Ensina Mais, que pertence ao grupo Prepara, rede que trabalha com cursos profissionalizantes, oferece aos alunos do Ensino Fundamental com-
plemento escolar nas disciplinas língua portuguesa, matemática,
inglês e informática, atendendo regularmente alunos com ou sem deficiência obtendo resultados cada vez melhores.
Segundo Sérgio Fernandes, que fez licenciatura em mate-
mática e é proprietário e diretor da unidade Ensina Mais da Vila Curuçá-Velha, em São Paulo (SP), no desenvolvimento do trabalho não há distinção de turmas e a intenção é sempre estimular o rela-
cionamento interpessoal entre os alunos, para que todos possam desenvolver as suas habilidades e talentos.
Segundo Fernandes, estes alunos já conquistaram um desen-
volvimento que superou as expectativas de seus pais e professo-
res. O atendimento na unidade é realizado pelas professoras Keyse
de Jesus e Jéssica Castilho, que ensinam por meio de atividades manuais e de informática, além de buscar desenvolver a aproxima-
ção dos alunos em eventos realizados na unidade, onde é possível promover a integração de todos.
De acordo com Fernandes, o objetivo do trabalho é acompa-
nhar o processo de desenvolvimento dos alunos e poder cooperar de forma que eles sejam incluídos de maneira justa na sociedade.
O que é importante? A rede atua com a inclusão social. Os alunos com deficiência
vieram através de indicação de pessoas que já frequentavam o programa. Na unidade, eles começaram a desenvolver trabalhos Sérgio Fernandes
com alunos com síndrome de Down, autismo, hidrocefalia, dislexia, disgrafia e discalculia.
No método, os profissionais buscam se adequar a cada neces-
Como é feito o trabalho? No caso de alunos com síndrome de Down, por exemplo, o
conteúdo é aplicado por meio de jogos interativos que estimulam o desenvolvimento cognitivo, a fala, a linguagem, a percepção au-
sidade dos alunos, que realizam as aulas juntos, em uma mesma sala.
Aos 22 anos de idade, Lucas da Silva, que tem síndrome de
Down, tem se destacado com excelentes resultados. De acordo com Nici da Silva, mãe de Lucas, ele não queria mais frequentar
revista incluir
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Educação Lucas da Silva
a escola regular e a rede Ensina Mais foi
uma solução para garantir o desenvolvimento educacional do filho. Ele está há
quase dois anos frequentando as aulas e os avanços que o ensino trouxe são visíveis. Ele já avançou na leitura e no uso do computador, além de estar mais aberto; hoje ele conversa com todos e tem maior independência , explica Nici.
Já Lucas garante que agora tem mui-
tos amigos. Aqui é legal, tenho amizades. A diferença são as pessoas, as professoras , conta Lucas, que antes passava de ano sem aprender e chegou até a oitava série sem saber ler.
Quando chegou na rede, Lucas não
entendia as letras do alfabeto e as operações matemáticas. Hoje, ele lê com
eficácia, forma frases e faz operações de
adição e subtração. Além de seu desenvolvimento intelectual, o aluno conquistou amigos e se sente acolhido pelos colegas , explica Fernandes.
No caso de Evelyn Valentim, de 15
Evelyn Valentim
anos, que também tem síndrome de
Down, os avanços também foram muitos. Segundo Vanessa Valentim, mãe de Eve-
lyn, a filha estuda desde os dois anos, mas nunca dispôs de inclusão na escola. Ela só aprendeu a ler quando chegou aqui, há dois anos , revela Vanessa.
Vanessa conta ainda que os resulta-
dos estão sendo sentidos na escola da filha. Ela está no 9º ano, e a professora
sempre diz que ela avançou muito. Inclusive, ela já está lendo , conclui Vanessa.
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Projetos Especiais
Entre Iguais
Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Daniela Gama
Projeto fotográfico destaca talento de modelos com e sem deficiência
A
fotógrafa baiana Daniela Gama
deficiência posando juntos. O projeto tem
por meio da arte.
Gama, apresentam o projeto
e a beleza de cada um, além de exercitar o
foram feitos 12 ensaios fotográficos com
e o artista plástico Marcel
Entre Iguais , que traz modelos com e sem
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revista incluir
por objetivo valorizar o trabalho, o talento olhar das pessoas, promovendo a inclusão
Entre abril de 2014 e abril de 2015,
produções diferentes em diversas regiões
do País. Entre os modelos participantes estão desde profissionais do mercado da
moda até modelos iniciantes e paratletas, com idade entre 20 e 50 anos.
Em busca de uma produção mais
artística, a fotógrafa fez uma parceria com Marcel Gama, artista plástico, com quem já trabalhou em sua primeira exposição
Retratando Modelo com Deficiência ,
realizada em São Paulo, em 2013.
Por meio de instalações de arte con-
temporânea, a artista visa envolver o
público da exposição, levando-os a fazer uma reflexão sobre a beleza e o profissionalismo do modelo com deficiência.
A exposição do projeto Entre Iguais
contará com a participação especial da
estilista Keila Mantuaneli, com a apresentação de um vestido criado nos
moldes da moda inclusiva e que foi utilizado em um dos ensaios fotográficos.
O PROJETO O projeto foi idealizado em 2012,
quando a modelo paranaense Daiane
Lopes procurou a fotógrafa para contar seu sonho de ser modelo profissional. No ano seguinte, Daniela teve a ideia de incluir Daiane no trabalho de lançamento do catálogo da grife da
estilista Keila Mantuanelli. Em seguida, Daniela conheceu Keila Araujo, de Belo
Horizonte, que foi fotografada para um
trabalho das grifes mineiras Elvira Matilde e Lívia Ribeiro. Assim vieram outros contatos, de outros estados, todos com
o mesmo desejo de se tornarem modelos profissionais.
Segundo Daniela, há homens e
mulheres com deficiência, igualmente
preparados para o mundo da moda, que, apesar de ser abrangente, é bastante
excludente. O preconceito existe e para
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haver inclusão é necessário que eles sejam reconhecidos por seu trabalho.
A exposição vem com o objetivo de
desconstruir a ideia de que as limita-
ções físicas são empecilhos para realizar
o sonho das pessoas com deficiência, buscando também o reconhecimento
no mercado da moda e publicidade, e
serem inseridos no mercado de trabalho, que é o direito de todo o cidadão , explica Daniela.
Ainda segundo Daniela, o trabalho
consiste em mostrar o produto de uma marca, não focar na deficiência. É
importante que essas pessoas sintam-se
tão aptas a estar ali, como os outros se
sentem , explica Daniela, que acredita que dessa forma é possível a autoestima
e autoaceitação do modelo e o olhar da sociedade, que vai começando a ver o
quanto somos preconceituosos em nossa maneira de enxergar .
Para isso os artistas pretendem fazer
com que a exposição chegue a um públi-
co diversificado, composto tanto por pessoas com deficiência e pessoas ligadas à
causa, empresários e organizações, como também a população no geral.
Daniela acredita que, na prática, ainda
falta muito. É preciso que muitas grifes
façam o mesmo, para se tornar algo comum , completa.
Mais que modificar o olhar das pessoas
sobre a questão da deficiência, a artista espera abrir portas para os modelos, todos aptos a desenvolver trabalhos
maravilhosos em editoriais de moda.
O projeto passa pela fase de busca por patrocinadores, para chegar ao valor necessário para custear a exposição.
Esse trabalho será apresentado em
uma exposição de fotografias e artes plásticas que será realizada no salão de arte do Memorial da Inclusão de São Paulo, no
complexo do Memorial da América Latina, em São Paulo, no mês de julho.
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Estamos de olho
Entenda quais são as principais dificuldades diárias das pessoas surdas Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Divulgação e Shutterstock
“Por ser a segunda língua oficial do País, é necessário a valorização e o investimento.” Carolina Dall’Alba
S
ão muitas as dificuldades que as pessoas com deficiência auditiva enfrentam para
se comunicar e isso se deve pela ausência
de pessoas com conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Segundo a professora de Libras da Universida-
de Federal de Santa Maria, Carilissa Dall Alba, que é
surda e militante da causa no sul do País, ainda há
muito a se mudar para a real inclusão do surdo na sociedade.
A falta de acessibilidade em concursos, por
exemplo, é um dos pontos mais problemáticos. Surdos, usuários da língua de sinais, têm a Libras como
primeira língua e a língua portuguesa como segunda. Por isso, eles têm dificuldades de entender as provas escritas , explica.
De acordo com Carilissa, é importante começar a
pensar em um modelo de prova que atenda às necessidades das pessoas surdas. Há surdos que pre-
ferem ler a terem a prova sinalizada, mas certamente a prova traduzida iria valorizar muito a Libras e ainda mais os surdos , adianta.
Outro problema apontado é a falta de legen-
das nos filmes brasileiros e nos teatros, não há acessibilidade. Por isso, Carilissa criou a campanha Legenda para quem não ouve, mas se emociona , que busca garantir que os surdos possam ter acesso à cultura e ao lazer.
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revista incluir
vestibular traduzido em Libras e mora na
Casa de Estudante da universidade, onde
dispõe de acessibilidade dentro de seu apartamento, com uma campainha de pisca-pisca, além de intérpretes para atendimentos do Serviço Social e para resolver
problemas do apartamento, por exemplo. Lá há intérpretes para alunos surdos e também para os professores , completa.
A professora destaca ainda que é im-
portante respeitar o uso da Libras em todos os lugares, pois faz com que os surdos
sintam-se incluídos. Por ser a segunda língua oficial do País, é necessário a valori-
zação e o investimento. Lugares públicos precisam de ter funcionários intérpretes de Libras, lugares que oferecem cursos de Libras aos funcionários, são minoria. É As dificuldades estão também nos
tuma contratar intérpretes para as reuniões,
tradutores e intérpretes de Libras nos hos-
sas. Em algumas empresas, os surdos são
locais públicos pelo fato de não terem
pitais, bancos e outros departamentos. O que é grave é que muitos surdos são
enganados, muitas vezes por funcionários
aproveitadores. Infelizmente essa é a rea-
lidade. Já teve caso de um surdo que foi enganado por um bancário ao assinar um empréstimo e depois ficar surpreso com
as mensalidades para pagar do empréstimo que não pediu. Há muitas coisas que
encontros e demais eventos das empre-
Para a professora, que estudou em uma
não dá para generalizar que isso aconteça
em todas as empresas. Há empresas que
só colocam os surdos nas fábricas para cumprir as cotas e não ter multas, é triste essa situação , esclarece.
Segundo ela, no Rio Grande Sul, o Mo-
cia na educação, não somente onde há
forte. Aqui a Libras tem grande importân-
será feito em dinheiro ou cartão, en-
vestibular em Libras para todos os cursos,
dentes fogem quando veem um surdo entrar na loja , explica Carilissa.
ção em Libras e em língua portuguesa foi fundamental para que ela desenvolvesse uma boa escrita e leitura. A troca com familiares e fazer com que eles também aprendam a Libras é bastante válida para a educação e a inclusão , conclui.
Federal de Santa Maria oferece a opcão do
além de Libras nas disciplinas de licenciatura e fonoaudiologia.
Na universidade temos um surdo
Ela conta que em Caxias do Sul, cidade
de Santos (SP) que se mudou para Santa
muitas fábricas de grande porte, que cos-
formática. Ele foi aprovado por meio do
onde mora, há um polo industrial onde há
escola para surdos, ter acesso à educa-
Pioneira no atendimento a pessoas
com deficiência auditiva, a Universidade
quanto que nas lojas pequenas os aten-
faz necessário o uso do método bilíngue.
surdos.
atendentes e os caixas serem práticos. Eles só perguntam se o pagamento
Para finalizar, Carilissa informa que
nistrativos e são valorizados, é claro que
Ela relata ainda que, na hora das
lojas de departamento, por não terem
conta.
para a educação de um aluno surdo se
tes. E alguns trabalham nos setores admi-
vimento Surdo pela Educação é bastante
compras, as pessoas surdas preferem as
rizem as garantias linguísticas dos surdos ,
bem tratados e têm salário igual a ouvin-
devem ser resolvidas com urgência , conta Carilissa.
preciso também existir políticas que valo-
Maria (RS) para estudar Engenharia de In-
Carilissa Dall Alba é professora de Libras
da Universidade Federal de Santa Maria.
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Melhor Idade
Sensei Kenji Oho
Luiz Schirmer
Edneia CorrĂŞa
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Oswaldo Silveira
Envelhescência Documentário conta a história de personagens que vivem a terceira idade com alegria e liberdade
Edson Gambuggi
C
Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Eraldo Schnaider
omo encarar a velhice? É essa
realidade de que a velhice também pode
de idosos que encaram essa
ressalta o modo proativo de viver, destes
a resposta de seis histórias
etapa da vida da forma mais positiva. Servindo de inspiração, o documentário Envelhescência permite que pessoas de
qualquer idade pensem sobre o tema. De
idosos, com humor e disposição, apresentando uma nova perspectiva para a chamada melhor idade .
A seleção da maioria dos personagens
forma leve e muito bem humorada, cada
foi realizada pela internet e o documentá-
vida, cada um do seu jeito surpreendente
nio até ser lançado, em junho deste ano.
personagem apresenta sua história de de viver a terceira idade.
Com direção de Gabriel Martinez e
argumento de Ruggero Fiandanese, o documentário tem uma linguagem que
transforma a vivência da velhice em uma experiência criativa. Judith Caggiano
ser limitante em diversos aspectos, mas
rio passou dois anos em busca de patrocí-
As histórias, juntas, mostram uma geração de idosos ativos que dão continuidade à vida em experiências criativas, e remontam o que se tem em mente do que é o envelhecer .
Participam do documentário, o médi-
Em cena, foram retratadas as histórias
co Alexandre Kalache, que é presidente do
aos 58 anos; Edson Gambuggi, que se for-
fessora Miriam Goldenberg, doutora em An-
de Edmeia Corrêa, que se tornou surfista
mou em medicina com mais de 80 anos; o Sensei Kenji Ono, introdutor do Aikido no Brasil; Judith Caggiano, que começou a ta-
Centro Internacional de Longevidade; protropologia Social; e o filósofo Mário Sérgio Cortella, escritor e professor universitário.
O projeto foi aprovado pela Secretaria
tuar o seu corpo após os 70 anos; Oswaldo
de Cultura do Estado de São Paulo, por meio
ria acima de 80 anos; e o doutor Luiz Schir-
patrocínio da Plenitud, marca da Kimberly-
Silveira, maratonista campeão da categomer, que se tornou paraquedista depois dos 70 anos de idade.
São idosos que fogem do estereótipo
de frágeis e levam uma vida saudável
com muita aventura e diversão, após os 60 anos. O documentário não deixa de lado a
da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e tem -Clark, além de apoio do Centro Cultural
Banco do Brasil, que cedeu o seu cinema para a primeira série de exibições públicas.
O documentário entrará na grade de
programação do Canal Brasil, a partir do mês de agosto.
revista incluir
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Arnold Classic
ARNOLD CLASSIC
BRASIL
Evento multiesportivo promoveu esporte adaptado Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte e Rodrigo Dod / Savaget e Excalibur
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SIC revista incluir
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Arnold Classic
U
m dos destaques do Arnold Classic Brasil deste ano, a
arena paradesportiva reuniu
mais de 500 atletas com deficiência, de
todas as idades, que surpreenderam em diversas apresentações durante os três
dias do evento, realizado no final de maio no RioCentro, no Rio de Janeiro (RJ).
Considerado um dos maiores even-
tos multiesportivos do mundo, o Arnold
Classic escolheu o Brasil para promover,
pela primeira vez, em 27 anos, o esporte adaptado. Para Arnold Schwarzenegger a arena paradesportiva é um passo im-
portante para mostrar o potencial dos atletas com deficiência .
E o sucesso do espaço foi tanto que
o astro da ficção e ex-governador da Califórnia fez questão de passar, todos os
dias, pela arena, onde interagiu com os atletas.
Entre
os
atletas
que
tiveram
contato com Arnold, destaque para os meninos do judô da Special Olympics, especialmente Breno Viola, de 33 anos,
que foi o primeiro judoca, das Américas,
com síndrome de Down, a conquistar a faixa preta. Breno, que ganhou o abraço
especial de Schwarzenegger (na foto de capa), também é ator, ganhou destaque
no longa-metragem Colegas, que conta
a história de três amigos Downs que
se divertem enquanto buscam realizar seus sonhos. O filme conquistou vários prêmios.
O atleta de rugby da Santer Rio, Thia-
go Amaral, 24 anos, também teve a honra de estar com Arnold. Eu conhecia o evento, mas nunca tinha participado,
muito menos imaginava fazer parte dele
com a apresentação na área do paradesporto. Quando surgiu o convite para di-
vulgarmos o rugby em cadeira de rodas, ficamos muito entusiasmados e, para
fechar o último dia da apresentação, ti-
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revista incluir
vemos como espectador o Arnold, na linha lateral, quase que dentro da quadra. Confesso que perdi um pouco o foco
da partida e deu pra ver que ele curtiu
o esporte, arregalava os olhos quando acontecia um contato de cadeiras, o que
é normal a todos que assistem pela primeira vez a uma partida, não foi diferente
com ele. Então, se até o Schwarzenegger
se surpreendeu com o rugby, quem assis-
tir vai se render também, e que venha Rio 2016! , conta Thiago.
Na arena, paratletas profissionais e
amadores se apresentaram nas modalidades halterofilismo, fisiculturismo, judô,
jiu-jitsu, rugby, carveboard, submission,
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Arnold Classic
handebol, basquete, tênis de mesa e boxe, entre outros, além de apresentações de dança, tudo sob o comando de
Adriana Dutra, coordenadora do Espaço e
diretora da ONG Atitude Paradesportiva, responsável pela organização da arena.
Tive a honra de coordenar a arena
paradesportiva e foi uma experiência indescritível, além de ser uma oportunidade ímpar de mostrar o quanto a pessoa
com deficiência é capaz. Estou muito feliz
com a repercussão e tenho certeza que esse foi o primeiro passo de uma longa
estrada. Todos ganharam muito com essa
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ação, os atletas que quebraram paradigmas, os visitantes que vi-
venciaram o paradesporto e todos que, de alguma forma, foram
Arnold Classic
impactados com esses exemplos de determinação. Estaremos de volta em 2016, com mais novidades aguardem , conta Adriana.
No último dia do evento, foi lançada internacionalmente a ca-
Idealizado por Arnold Schwarzenegger e Jim Lori-
tegoria cadeirante no Bodybuilding amador, com a presença de
multiesportivo do mundo, e desde 2011 vem expan-
Ana Paula Graziano, da Savaget Promoções ‒ empresa res-
mer, em Ohio (EUA), o Arnold Classic é o maior evento dindo suas fronteiras.
Primeiro ganhou uma versão europeia, o Arnold
Classic Europe, que já teve três edições em Madri
(Espanha). Em seguida foi a vez de o Rio de Janeiro sediar a edição da América Latina, pelo terceiro ano consecutivo.
Schwarzenegger no palco.
ponsável pela realização do evento ‒ ressalta o sucesso do Arnold Classic.
O evento foi um sucesso. Houve um aumento de 15% em ter-
mo de público e comemoramos também o sucesso da arena paradesportiva que foi um show a parte , comemora.
Para Adriana, este foi um momento muito importante para o
Em março de 2015, a Austrália sediou o evento
esporte adaptado. Ganhamos espaço no mais importante evento
mada a primeira edição da África, na África do Sul, e a
que visitou nosso espaço várias vezes durante a feira e já demons-
pela primeira vez. Para maio de 2016 já está confir-
China está sendo estudada como sede para o primeiro evento na Ásia.
esportivo do Brasil e conquistamos o Arnold (Schwarzenegger), trou interesse em ter essa arena em outras edições do evento , conclui.
A arena paradesportiva teve apoio do Comitê Paralímpico Bra-
sileiro (CPB), da Special Olympics Brasil, da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef) e da #RevistaIncluir.
revista incluir
51
Artigo
Reserva de vagas precisa de revisão
N
Por: Paulo Sergio João*
ão se nega que desde a vigência
de que se trata de obrigação quase impos-
auto de infração, afirmando que a reserva de
ço cultural e social. As empresas,
ções de atender. Quais condições oferecem
reabilitados ou portadores de deficiência que
da Lei 8213/91, houve um avan-
compelidas pela lei, cuidaram da acessibilidade no local de trabalho, além de promover a
contratação de trabalhadores com deficiên-
cia para o exercício das mais diversas funções. Entretanto, a velocidade imposta pelo
preenchimento de cotas e a baixa oferta de
mão de obra geraram dificuldade natural
para as empresas, expostas que foram a autuações do Ministério do Trabalho e Empre-
sível e da qual nem ele próprio tem condias autoridades públicas para a contratação? Dispõe o MTE ou o MPT de trabalhadores
vagas deve destinar-se a [...]trabalhadores possuam alguma habilidade para o trabalho .
Trata-se, no nosso sentir de, uma inter-
com deficiência habilitados para o mercado
pretação que pode pacificar a relação entre
porcionar aos trabalhadores com deficiência
na forma de exigir das empresas o cumpri-
de trabalho? O que faz o Estado para proa possibilidade de inserção no mercado de
trabalho? Ou, ainda, de quais trabalhadores com deficiência trata a lei?
A Lei 8213/91, no artigo 92, traz a
os órgãos de fiscalização, aqui incluído o MPT
mento de cotas cuja reserva estaria destinada especialmente para aquele que apresentasse alguma habilidade profissional.
Há uma constatação das dificuldades do
go (MTE), além das exigências paralelas que
referência ao modelo de trabalhador com
atendimento da obrigação legal de preen-
O cumprimento da exigência do
processo de habilitação ou reabilitação social
à solução do problema pelo apenamento
faz o Ministério Público do Trabalho (MPT).
preenchimento de cotas induz tanto à fiscalização do MTE como na autuação do MPT. Enquanto o órgão fiscalizatório impõe
multa administrativa pelo descumprimento
da cota, o MPT atua no sentido de defender a efetivação do direito ao emprego.
Perante o MPT, a instauração de proce-
dimento investigatório para que a empresa
forneça documentos e dê satisfações das ra-
zões pelas quais não atende ao cumprimento da cota pode culminar em dois resultados: (i) com a celebração de um TAC (Termo de
Ajuste e Conduta) pelo qual o representante da empresa assume que, em determinado período, cumprirá a obrigação legal, com multa extremamente elevada em caso de
inadimplemento do ajustado e, como título
extrajudicial, autoriza o Parquet a executar diretamente a empresa; ou (ii) ação civil pública
deficiência afirmando que
Concluído o
e profissional, a Previdência Social emitirá
certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário,
nada impedindo que este exerça outra
Estado que se omite diante da constatação
52
revista incluir
A previsão da Lei 8213/91, no seu artigo
reabilitados ou pessoas com deficiência, habi-
[...]beneficiários
deficiência, habilitadas . Deste modo, se a lei transfere para a Previdência Social a
liberação de contratação de trabalhadores beneficiários habilitados ou reabilitados, não caberia aos empregadores obrigação de
cumprimento de cotas com [...] beneficiários
litadas parece já estar merecendo uma revisão criteriosa a fim de que, ajustando-se à realidade e à experiência de 24 anos de vigência, atenda às condições do mercado de trabalho.
contratar de forma indiscriminada pessoas com deficiência. A responsabilidade de
criação de banco de trabalhadores com deficiência está com a Previdência Social com a indicação dos beneficiários habilitados para o trabalho.
Neste sentido, em decisão recente,
505-97.2012.5.19.0007, em voto da lavra
há um vácuo a ser preenchido pelo próprio
vestimento na busca de solução do problema.
reabilitados ou pessoas portadoras de
o artigo 93 refere-se a
por dano moral coletivo.
empresas e a determinação da autoridade
agravando muitas vezes as condições de in-
93, de que as empresas estão obrigadas ao
os ministros da 2ª Turma do Tribunal
Entretanto, entre a obrigação legal das
pecuniário a que se submetem as empresas,
atividade para a qual se capacitar . E, ainda,
que, além de exigir o cumprimento da lei de cotas, pode impor às empresas indenização
chimento de cotas e temos dúvidas quanto
Superior do Trabalho, no Processo RRdo ministro José Roberto Freire Pimenta, parecem ter dado o tom que deve ser
seguido quando se trata de preenchimento
de cota de pessoas com deficiência e anulou
*Paulo Sergio João é advogado especializado em Direito do Trabalho e professor da PUCSP e FGV.
revista incluir
53
Coluna
INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Por: Flávio Henrique Corrêa*
O
mundo em que vivemos é cheio
de realizar e aprender novos movimentos,
privadas de uma dessas per-
novos jogos e brincadeiras e também uma
de imagens e sons, as pessoas
cepções são expedidas, frequentemente, à
situação de incapacidade ou deficiência. A surdez é um dos temas pouco explorados pelos educadores, nos aspectos psicológicos, sociológicos, culturais e educacionais.
Os surdos podem e devem praticar qual-
quer tipo de esporte havendo poucas necessidades de qualquer adaptação na forma de
ensinar, conduzir ou arbitrar (jogos, brincadeiras e cantigas). Tampouco há adaptações nas regras de cada modalidade. O quadro
de atividades para o educando surdo deve
conter exercícios de coordenação de dinâmica geral, exercícios de equilíbrio e suas variações; controle segmentário dos membros
superiores e inferiores: exercícios de contração e descontração, balanceios, rotações, variações de ritmo, de intensidade (forte, fraco), de níveis (alto, baixo e médio), orientações
espaciais; estruturação espaço-temporal; conhecimento do corpo e esquema corporal.
de lazer e recreação, de aprendizagem de oportunidade de competição e integração
tenha adquirida; Ser paciente e acolhedor, sem deixar de estabelecer limites.
Com relação à comunicação: Falar
com outros alunos, servindo a objetivos
de frente, em velocidade normal, quan-
aos contatos sociais.
ses curtas e simples, mas corretas; Usar
educacionais ligados à sua independência e
ESTRATÉGIAS DE ENSINO: Sinais visuais: Cartelas coloridas ou
bandeiras podem substituir comandos de
voz; figuras podem indicar o movimento a ser feito; números podem evidenciar se-
do a criança estiver olhando; Usar fra-
gestos, se necessário, e esforçar-se para
entender os gestos das crianças; Recorrer a outras formas de comunicação (desenho, escrita, mímica), sempre que for necessário; Aprender Libras.
Com relação à prótese auditiva (quan-
quências de atividades, ou a repetição de
do houver): Orientá-lo a não mergulhar
da tarefa a ser executada ou a quantidade
durante lutas ou acrobacias; Incentivar o
uma atividade já realizada, ou o número
na água, nem molhar; Não permitir o uso
de crianças que devem se agrupar.
uso durante atividades rítmicas (exceto
Demonstração: O professor costuma
ser o modelo, mas é possível solicitar que os próprios alunos façam demonstrações.
dentro da água); Verificar a viabilidade da utilização do aparelho durante a atividade e caso seja necessário retirá-lo, oriente ao aluno a guardá-lo em local seguro.
Para tanto, segue algumas estratégias
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR:
*Flávio Henrique Corrêa é
bre a prática com o aluno surdo, suas pos-
Com relação ao relacionamento: En-
e diretor do Departamento
Portanto, a Educação Física escolar,
Considerar as limitações, mas enfatizar
da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com
de proporcionar ao aluno uma oportunidade
a etiologia e o período que surgiu, caso
de ensino e orientações ao professor, sosibilidades e limites.
xergar mais a criança que a deficiência;
sendo adaptada ou não, pode ser uma forma
as capacidades; Estar informado sobre
54
revista incluir
entrevistamundo revistaafora incluir
55
Entrevista
Reatech: Inovação na principal feira do segmento Evento, que reuniu 52 mil visitantes em São Paulo, terá novidades em 2016 Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
A
14ª edição da Reatech ¦ Feira In-
ternacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessi-
das mais de 46 milhões de pessoas com deficiência no País.
Mastrandonakis, diretor geral da Fiera Milano
do mundo, puderam conferir as inovações
que falou com exclusividade à #RevistaIncluir
de 52 mil pessoas, vindas de diversas partes
teve seu recorde de visitação e volume de
e soluções em produtos, equipamentos
negócios gerados. O evento cumpriu seu objetivo de expandir ainda mais o olhar da
indústria e da sociedade sobre a realidade
56
revista incluir
Confira a entrevista com Marco Antonio
Durante os quatro dias de evento, cerca
bilidade, realizada em São Paulo, superou
todas as expectativas dos organizadores e
mobilidade reduzida.
e serviços que refletem na melhoria da qualidade de vida e na integração social e
econômica das pessoas com deficiência e
no Brasil, empresa organizadora do evento, sobre as expectativas para a próxima edição da Reatech, que acontece de 7 a 10 de abril
de 2016, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, em São Paulo (SP).
Qual o legado da Reatech?
Não se trata apenas de acolher as pes-
soas com deficiência, mas reconhecê-las como cidadãs, oferecendo oportunidades
que propiciem o desenvolvimento humano
com qualidade de vida. Mais uma vez a feira se reafirma com o propósito de trabalhar
de forma focada e objetiva pela promoção desse setor, incentivando a integração, a
disseminação de conhecimento e aporte de
novos equipamentos e tecnologias assistivas.
O grande sucesso do evento mostra que estamos no caminho certo.
Esse sucesso reforça o evento como um
dos mais importantes do mundo, no setor?
É muito difícil falar que é a segunda maior
feira do mundo. Comparar é um vício brasileiro e do meu ponto de vista isso não agrega em nada o serviço que queremos oferecer. Assumimos a Reatech no ano passado e
fomos acompanhar a cobertura nas mídias.
Com base nisso e em outras informações, fizemos um estudo e fui buscar a opinião dos
dois públicos principais: as entidades representativas das pessoas com deficiência, que
me fez diversas queixas e críticas, e o mercado expositor também para tentar entender o
você fala que a Reatech é uma feira para a
estamos trabalhando para atender às expec-
seus cuidadores é outra coisa. São univer-
que eles esperam do evento. Posso dizer que tativas de todos, porque uma feira como essa
não pode ser apenas um espaço de comercialização de metros quadrados.
O que o grupo avaliou neste período?
Passamos um ano analisando as prin-
pessoa com deficiência, seus familiares e
sos que se encontram, mas não são univer-
que eles precisam.
enorme e é um diferencial, que neste ano
Isso significa que a feira pode passar por
cavalos na equoterapia, por exemplo. Então,
cansada, porque se este é um evento de
alargamos os corredores, fizemos escolhas
soa com deficiência, e onde a tecnologia está
de tecnologias e procuramos antigos parceiros que deixaram de participar da Reatech porque houve uma confusão no mercado.
Quando você chama a Reatech de uma feira de reabilitação é uma coisa. Mas quando
E o senhor pode adiantar alguma
novidade?
nais de saúde em geral e tentar entender o
mudanças?
já nesta edição, redimensionamos a planta,
to para o visitante, quanto para o expositor.
sos únicos. A ideia é atrair mais os profissio-
cipais queixas, que foram as mais diversas, desde a falta do piso podotátil até a falta de
prestação de serviço, e que seja lucrativa, tan-
Eu encontrei uma Reatech um pouco
aculturação da família, do cuidador e da pesdisponível, precisamos abrir o leque. Precisa
ter empregabilidade, desenvolvimento humano e de carreira... Temos que aproveitar esse polo existente na América do Sul para fazer com que a Reatech seja uma enorme
Temos o Reashow que é um temário
teve a participação de mais de 3 mil pessoas. Ainda assim, precisa melhorar. Pre-
cisa falar mais de estilo de vida, de turismo, de empregabilidade, de formação de carreira e de treinamento. Por que não ter
uma área kids, com videogames que são educativos e interativos? Por que não ter o
curso profissionalizante? São muitos pontos a serem abordados, mas posso dizer
que pretendo setorizar mais, trazer mais life style, mais desenho universal, mais turismo e mais formação profissional. revista incluir
57
Vale saber
TV INES tem conteúdo educativo e acessível Canal oferece programação de qualidade para a família Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Divulgação
Aulio Nóbrega (apresentador), Renato Nunes (apresentador), Clarissa Guerretta (apresentadora), Rafaela Vale (apresentadora), Heveraldo Ferreira
C
om uma programação de con-
a comunidade surda brasileira, a TV INES en-
que transmite conteúdos fornecidos pelo
dam interesses diversificados, a
de oferecer uma programação de qualidade
pelo Tribunal Superior Eleitoral (Brasil Eleitor)
teúdos inteligentes, que agra-
TV INES se diferencia das demais por dispor de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva.
Idealizada para atender às necessidades
de se criar um canal educativo voltado para
58
revista incluir
trou no ar em abril de 2003, com o objetivo
para toda a família, de forma acessível, possibilitando que todos possam assistir a programas com total compreensão.
Ao todo, dez programas próprios e cin-
co adaptados compõem a grade do canal,
Ministério Público Federal (Interesse Público), e pela Fundação Oswaldo Cruz (Ligado em Saúde), entre outros.
Após receber os conteúdos, a equi-
pe do canal faz a legenda e insere a
tradução do conteúdo, feita pelo intér-
prete de Libras, na tela. Os programas
de Comunicação Educativa Roquette Pinto
similares no mundo. A programação prioriza
têm locução e legenda.
crativos, que tem direção geral de Mônica
oferecer conteúdo bilíngue, com legendas e
próprios são apresentados por surdos e
A produção própria oferece programa-
ção diversificada, como filmes, notícias e esportes, e conta com uma distribuição multi-
(Acerp), uma organização social sem fins luGardelli Franco e Cai Leboutte como diretor administrativo e financeiro.
O canal tem uma parceria com o Institu-
a Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de
locução em português, para que a grade integre surdos e ouvintes.
O projeto já ganhou dois prêmios nos
plataforma na Web, com o portal da TV INES,
to Nacional de Educação de Surdos (INES),
seus dois anos de funcionamento. O Tro-
meio de aplicativos específicos.
gerenciada por Joana Peregrino.
2014, na categoria Mídia, em maio de
para smart TV e via celular ou tablets, por
A previsão é de que, no segundo se-
dirigido por Marcelo Cavalcanti e a TV INES é
Segundo dados do Instituto Brasileiro de
mestre deste ano, a TV estreie mais dois
Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, cerca
Aulinha de Libras.
tipo de deficiência auditiva no Brasil. Desse
programas: o Contação de Histórias e a A equipe da TV INES é composta por 53
funcionários entre apresentadores, diretores,
intérpretes e roteiristas entre outros profissionais, e o canal é um projeto da Associação
de 9.8 milhões de pessoas possuem algum
féu do Júri no Prêmio Oi Tela Viva Móvel
2014, e o Prêmio SET 2014 na categoria Projeto de Mobilidade para Conteúdo Audiovisual, em agosto do mesmo ano.
A grade de programação da TV INES con-
total, 2 milhões são surdos profundos e 95%
ta com programas, filmes, notícias, esportes,
conforme pesquisa do INES.
animado, meio ambiente e diversos temas
dos surdos nascem em famílias de ouvintes, Os responsáveis pelo canal afirmam que
a iniciativa é pioneira no Brasil e com poucas
cultura, saúde, comédia, tecnologia, desenho
variados. Confira toda a programação no site: tvines.com.br.
Apresentado por Nelson Pimenta, professor, ator e pesquisador com vasta experiência no mundo artístico, o programa tem formato de talk-show, convidando personalidades para falar sobre temas relevantes do nosso dia a dia, em um bate-papo regado a café, humor e informação. Quantidade: 13 programas
Duração média: 26 minutos
Apresentado pelo professor Heveraldo Ferreira, o programa é destinado a surdos e ouvintes que querem aprender a Língua Brasileira de Sinais. Com o auxílio de animações, locuções e legendas, ele ensina, passo a passo, os sinais básicos para se comunicar a partir do vocabulário de temas como: família, escola, dias da semana e meios de transporte, entre outros. Quantidade: 26 programas
Duração média: 13 minutos
Os melhores filmes do cinema brasileiro são exibidos com legendas descritivas em português. A programação passa por todos os gêneros cinematográficos, incluindo documentários premiados. Ao final de cada sessão, o apresentador desafia o público com perguntas instigantes para gerar interatividade através de comentários sobre os filmes nas redes sociais. Quantidade: 26 programas Duração média: 5 minutos
revista incluir
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Rio2016
Versão em Português
FUTEBOL DE 5 Modalidade passou a fazer parte do programa paralímpico nos Jogos de Atenas, em 2004 Fonte: Portal Rio 2016
As regras gerais são baseadas no futsal,
que é de responsabilidade da Federação Internacional de Futebol (FIFA, em inglês).
O esporte está a cargo da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, em inglês), criada em 1981.
Entretanto, existem diferenças como
a ausência da saída lateral da bola ‒ duas bandas laterais de 1,20 metro impedem
que ela deixe a quadra. Além do pênalti, existe o duplo pênalti, em uma marca a oito metros do gol.
Cada equipe é composta de quatro
atletas de linha, que utilizam vendas nos olhos para evitar que aqueles que apresentam percepção luminosa levem vanta-
gem ‒ já o goleiro enxerga normalmente.
Os jogos são disputados em dois tempos de 25 minutos, com um intervalo de dez,
O
e o vencedor é o time que fizer mais gols. Futebol de 5 é disputado
interior, e o seu som orienta os joga-
mente cegas ou incapazes
título ficou com o Brasil.
chamadores, que ficam nos terços de
apenas por pessoas total-
de distinguir a forma de uma mão. A
cidade paulista de Paulínia, em 1998, e o O Futebol de 5 é disputado em uma
modalidade teria surgido por volta da
quadra com as mesmas medidas que a de
institutos especializados.
de cimento ou de madeira ‒ porém, a
ciplina só passou a fazer parte do progra-
desde a primeira disputa do esporte
década de 20, na Espanha, em escolas e
futsal, e o piso pode ser emborrachado,
Embora exista há algum tempo, a dis-
grama sintética tem sido a preferência
ma paralímpico nos Jogos de Atenas, em
60
A bola oficial possui guizos em seu
2004. O primeiro Mundial foi disputado na
revista incluir
nos Jogos Paralímpicos.
dores. Eles recebem instruções de três
orientação: no defensivo, a responsabilidade é do goleiro. No médio, do técnico, que fica no banco de reservas, e no
ofensivo de outro integrante da comissão técnica, que fica atrás do gol adversário. Apesar deste recurso, falar muito pode atrapalhar os jogadores.
FUTEBOL DE 7 Modalidade entrou no programa paralímpico nos Jogos de Nova Iorque e Stoke Mandeville Fonte: Portal Rio 2016
U
ma adaptação do esporte mais popular do planeta, o Futebol de 7 entrou no progra-
ma paralímpico nos Jogos de Nova Iorque
e Stoke Mandeville (Inglaterra), em 1984. Desde então, a disciplina vem crescendo
e se espalhando por todo o mundo ano após ano.
O Futebol de 7 tem como origem
Edimburgo, capital escocesa, durante a
terceira edição dos Jogos Internacionais
para Paralisados Cerebrais, realizados no ano de 1978 na cidade. Na mesma oca-
sião, foi fundada a Associação Internacional de Desporto e Recreação para Paralisia Cerebral (CP-ISRA, em inglês), que rege o esporte atualmente.
A realização do primeiro Mundial foi
em 1982, na Dinamarca, dois anos antes de sua estreia nos Jogos Paralímpicos. O esporte, apenas para homens, é pratica-
do por pessoas com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo
crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.
Todos os atletas são avaliados antes
de qualquer competição e classificados
nas classes 5 a 8, sendo a oitava a de maior potencial funcional. Para garantir que os
jogadores de todas as classificações este-
jam em quadra, uma regra determina que, pelo menos, um integrante da classe 5 ou
6 esteja em campo durante todo o tempo
fato de que cada equipe conta com seis jo-
Outro aspecto interessante do esporte
dos tradicionais 11; não há impedimento;
de partida, e, no máximo, um da classe 8.
é o fato de cada participante ser desloca-
do para uma função em campo compatível com suas possibilidades. Alguns atletas
da classe 5, com maior comprometimento nos membros inferiores e que têm maio-
res restrições para realizar o passe e o chute, comumente atuam como goleiros.
gadores de linha e mais o goleiro, em vez a partida tem dois tempos de 30 minutos cada; e o arremesso lateral, normalmente, feito com duas mãos no Futebol, também pode ser executado com uma só, desde que a bola seja rolada e toque imediatamente o solo.
A semelhança com o Futebol serve de
As regras oficiais são parecidas com
estímulo para que este esporte cresça no
(FIFA, em inglês), com adaptações que
regras oficiais faz com as pessoas com pa-
as da Federação Internacional de Futebol facilitam a prática do futebol por pessoas
com paralisia cerebral. Entre elas estão o
mundo todo, e a constante revisão das
ralisia cerebral mais severas tenham mais oportunidades de praticá-lo.
revista incluir
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Rio2016
Versão em Inglês
FOOTBALL 5-A-SIDE Translated by: Karina Barbosa dos Santos
The sport became part of the Paralympic program at the Athens Games in 2004
F
ootball 5-a-side is played by
people who are totally blind or are unable to recognize
the shape of a hand. This modality has
probably appeared around the 1920s,
in Spain, in specialized schools and institutes.
Although it has been a while since the
sport was created, it only became part of the Paralympic program at the Athens Games in 2004. The first world championship was held in the city of Paulínia, state of São Paulo, in 1998 and Brazil was the winner.
Football 5-a-side is played on a field
that has the same measures as a futsal
court and the floor can be made of rubber, cement or wood. However, synthetic
grass has been a favorite since the first time the sport was played at the Paralympic Games.
The general rules of the sport are ba-
sed on futsal, which is governed by the International Football Association (FIFA, in
French). Football 5-a-side is governed by the International Blind Sports Federation (IBSA), created in 1981.
However, there are differences: in Foo-
tball 5-a-side, there is one sideband of 1.20m in each sideline, preventing the ball
from leaving the field. Also, in addition to the penalty, there is a double penalty, in
which the ball is kicked on a mark eight meters from the goal.
62
revista incluir
Each team consists of four line players
are instructed by three human callers,
have light perception from taking advan-
alkeeper is responsible for the defensive
using blindfolds to prevent those who
tage (the goalkeeper is the only one who can see). The matches are played in two
halves of 25 minutes, with an interval of 10 minutes, and the winner is the team that makes the most goals.
The official ball has bells inside, and
the players are guided by the sound and
who stay in the orientation spots: the goarea; the coach, who is in the bench, is responsible for the midfield; and another member of the technical committee, who
stays behind the opponent s goal, guides the attacking positions. Despite this feature, talking too much can hinder the players.
Fonte: Portal Rio 2016
FOOTBALL 7-A-SIDE Translated by: Karina Barbosa dos Santos
A
The sport made its debut in the Paralympics in the New York / Stoke Mandeville Games n adaptation of the most popular sport on the planet, Foo-
tball 7-a-side entered the Pa-
ralympic program in the New York / Stoke Mandeville Games in 1984. Since then, the
sport has been growing and spreading all over the world year after year.
Football 7-a-side was created in Edin-
burgh, capital of Scotland, during the third
edition of the Cerebral Palsy International Games, held in 1978 in the same city. At
the same time, the Cerebral Palsy International Sports and Recreation Association (CPISRA), which governs the sport today, was founded.
The first world championship was held
in 1982 in Denmark, two years before its debut at the Paralympic Games. The sport, which is played only by men, is practiced by people with cerebral palsy due to traumatic brain injury or strokes.
Before any competition, all athletes
are evaluated and separated in Classes from 5 to 8, and Class 8 has the athletes
impairment in the lower limbs and greater
has two halves of 30 minutes each; and
re the presence of players of all classes on
monly act as goalkeepers.
ds in football) may also be done with one
least one athlete from Class 5 or 6 and at
of the International Football Association
ghout the match.
allow for people with cerebral palsy to
is that each participant s role on the field
that each team has six line players plus
lities. Some Class 5 athletes with greater
11 players; there is no offside; the game
with greater functional potential. To ensu-
the field, there is a rule determining that at
restrictions to pass and kick the ball, com-
The official rules are similar to those
the throw-in (usually done with two hanhand, provided that the ball is rolled and touches the ground immediately after the
most one Class 8 player has to play throu-
(FIFA, in French), with adaptations that
Another interesting aspect of the sport
practice football. They include the fact
incentive for this sport to grow worldwide,
should de consistent with the players abi-
the goalkeeper, instead of the traditional
les gives a chance for people with more
throw.
The similarity with Football serves as an
and the constant revision of the official rusevere cerebral palsy to practice it.
revista incluir
63
Tecnologia
MINHA ROTINA
especial
Por: Fernanda Rodrigues | Fotos: Divulgação
Aplicativo permite organizar a rotina e desenvolver o aprendizado da criança com deficiência
C
ada vez mais, a ciência bus-
çamento dos novos gadgets, com reló-
vida das pessoas. O aplicati-
inteligentes e conectados , conta Paulo.
ca maneiras de melhorar a
vo Minha Rotina Especial , disponível
gios, celulares e tablets cada vez mais
Já Regis tem experiência em orientar
parecer sobre sua experiência. Estou
apenas para Ipad, tem como proposta
e consultar, incluindo e estimulando
crianças e proporcionar sua interação e
possam se desenvolver e participar
auxiliar na rotina de aprendizagem das criatividade.
Idealizado pelo empresário Paulo
Zamboni e pelo terapeuta ocupacional
Regis Nepomuceno, o aplicativo foi lan-
cognitivamente as crianças para que de todas as atividades com maior
autonomia, além de estarem integradas a qualquer ambiente.
Por conhecerem a rotina dessas
çado em abril, e visa atender às neces-
crianças que tanto precisam de um
dromes, déficits motores e cognitivos,
os profissionais utilizam a tecnologia
sidades de crianças com autismo, síncom o objetivo de organizar a rotina e facilitar a comunicação.
A história do aplicativo é um tanto
pode contribuir na questão da saúde e
da reabilitação, em especial com o lan-
64 64
revista incluir
e entendo exatamente os movimentos e as etapas. É bem bacana , explica.
Promover o trabalho conjunto e es-
timular o desenvolvimento da criança
são alguns dos objetivos do programa. Quanto mais as informações estiverem
do planejamento à execução das tare-
comunicação em casa e na escola.
O conhecimento familiar foi es-
vivência sobre a execução das tarefas,
ças têm pela tecnologia. E o quanto ela
des, posso ver como ela se movimenta
como uma forma de personalizar a
que adora tecnologia e conhece bem
gramador, sei do fascínio que as crian-
adorando, além de organizar as ativida-
ao alcance de toda a equipe e quanto
sencial ao desenvolvimento, pois, em
os desafios da rotina. Como pai e pro-
cerebral, já testou o aplicativo e deu seu
planejamento para suas atividades,
familiar. Paulo, que é especialista em
aplicativos, tem um filho com autismo
A jornalista Denise Crispim, mãe de
nossa colunista Sofia, que tem paralisia
mais a criança participar dessa rotina, fas, melhor será seu desenvolvimento , defende Regis.
O aplicativo é todo personalizado
muitos casos, é o melhor ambiente de
para que possa ajudar a criança no re-
aquilo que a criança mostra mais re-
tina. Foi pensado para melhorar a vida
sistência ou dificuldades para fazer, os
interesses e características, propondo assim ter no aplicativo necessidades exatas para o ensino.
conhecimento das atividades de sua roda criança e das pessoas que trabalham
com ela, o lançamento e a resposta dos
usuários têm nos deixado muito satisfeitos, muito orgulhosos , finaliza Paulo.
APLICATIVO Em formato de agenda, de forma lúdica e fácil compreensão, Minha Rotina Especial
mostra as etapas de cada atividade. Um responsável inclui fotos reais e também pode
gravar áudio para organizar as ações do cotidiano, o que também favorece a criação de vínculos e a compreensão e maior planejamento e participação em cada atividade proposta, a partir do próprio reconhecimento nas imagens.
Além disso, o aplicativo gera relatórios das atividades para que escola, terapeutas
e familiares trabalhem juntos no processo de desenvolvimento da criança, o que é um
grande desafio: integrar informações, estabelecer objetivos e propor tarefas pertinentes a cada etapa ou ao desenvolvimento da criança. Mais do que um aplicativo para organizar a rotina, trata-se de um programa para acompanhar e estimular o desenvolvimento,
colaborando para a autonomia da criança enquanto facilita a vida de pais e terapeutas pelo compartilhamento de informações valiosas.
O app Minha Rotina Especial pode ser baixado no portal do aplicativo, somente para
iPads: www.minharotina.com.br
revista incluir
65 65
Vale Saber
ONG GARANTE PROFISSIONALIZAÇÃO
DE JOVEM SURDOCEGO Gabriel está recebendo orientação profissional em um estúdio de maquetes Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Bianca Ponte
D
ono de um talento surpreendente, Gabriel Souza, 20 anos, que é surdocego, desenvolve trabalhos em madeira, atividade que apren-
deu com o avô e na qual viu a possibilidade de se profissionalizar.
Por meio do site da Uhelp, onde teve sua história des-
crita junto a vídeos, Gabriel foi escolhido por meio de voto popular para ter aulas de capacitação e acompanhamento psicológico.
Para desenvolver suas habilidades, as aulas vêm sen-
do ministradas com orientação da designer Dayse Andra-
de, que faz maquetes táteis, responsáveis por permitir que pessoas com deficiência visual e surdocegueira possam assimilar os detalhes da obra.
Dayse conta que a Uhelp e a Superitendência do
Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco) a indicaram para fazer esse trabalho de profissionalização com o Gabriel.
A designer, que nunca havia dado aulas, se surpreen-
deu com o trabalho e o comprometimento do Gabriel.
Nas aulas, toda a comunicação é feita com a ajuda da guia intérprete e pedagoga Julieta Fátima, que explica a ele tudo em Libras Táteis.
Nunca tive dificuldades na comunicação com ele,
tivemos de cara uma empatia enorme, porque ele é carinhoso, paciente e aprende muito rápido , conta Dayse,
que completa: Gabriel tem sua própria maneira de fazer
66
revista incluir
A UHELP O projeto surgiu da vontade de Vanessa
Dias, diretora da Uhelp, de criar uma ONG que
usasse o poder da internet e das redes sociais para ajudar casos de pessoas com deficiência,
Maquetes da obra
a fim de promover a melhoria na qualidade de as medições, não usa régua, nem nada que
fomos explicando os passos e ele fez pratica-
padrão próprio , explica ela, que diz ter ficado
ção. Então dei uma maquete difícil com uma
é usado normalmente, ele desenvolveu um surpresa com o desempenho do aluno.
Assim que chegou ao ateliê de Dayse,
Gabriel foi designado a desenvolver uma
mente sozinho, apenas sob nossa orienta-
riqueza de detalhes muito grande e ele executou muito bem , explica.
Iniciado em setembro de 2014, o cur-
maquete tátil da obra O Caipira Picando
so foi concluído em junho deste ano. Ele
réplica feita para a Pinacoteca do Estado. Me
tê-lo aqui por três anos para uma com-
Fumo , de Almeida Júnior, a partir de uma surpreendi porque ele desenvolveu uma maquete muito semelhante sem medir nada,
tem muito potencial e o ideal seria manpleta profissionalização , conta Dayse.
Em seu ateliê, a profissional desenvol-
ele tateou e fez. Ele tem uma habilidade de
ve maquetes táteis que permitem uma
nante , conta.
ma muito da realidade, e para isso, conta
execução em marcenaria que é impressioQuando a profissional conheceu o traba-
lho de Gabriel, viu que existia um potencial
em relação à execução de objetos em madeira e que esse talento poderia ser desenvolvido, então experimentou. Vi o que ele
poderia fazer com a maquete tátil, a reprodução é fantástica, muito similar, e logicamente
sensação hiper-realista e que se aproxicom um profissional cego que ajuda a
orientar sobre quais materiais se aproximam do que querem representar. Essas
maquetes são usadas em museus e galerias para possibilitar a pessoas com deficiência ou não a conhecer obras por meio do tato.
vida e fortalecer sua inserção social. Todos po-
dem ajudar, seja por meio de doações, ou por voto no site, direcionando uma verba para ser dividida entre as histórias, de acordo com demanda de votos.
Partimos do princípio de que a deficiência
é apenas um elemento a ser incorporado ou transposto e que, após a tomada de consciência
da própria capacidade, a pessoa com deficiência
pode ir além, alcançando independência e realizando seus sonhos, como qualquer outra pes-
soa. Conhecemos inúmeros casos de pessoas que alcançaram sucesso, nos esportes, no mercado de trabalho e na vida pessoal, exatamente
depois de adquirirem uma deficiência, pelo de-
sejo de ser mais do que a imagem social impunha. No caso do Gabriel, que já nasceu com esse talento para a criação, o que faltava era um direcionamento. Estamos trabalhando para que ele
consiga entender a importância de seu trabalho e que poderá ser remunerado por isso.
revista incluir
67
Empregabilidade
EMPREGABILIDADE
EM RISCO Por: Julliana Reis | Fotos: Shutterstock
Aprovado pela Câmara dos Deputados, PL da Terceirização pode prejudicar a contratação de pessoas com deficiência
68 68
revista incluir
Para Carlos Clemente, coordenador
do Espaço da Cidadania, a terceirização
traz riscos à empregabilidade de um
E
modo geral. A lei (de cotas) que garante
reserva de vagas aos trabalhadores com m abril deste ano, a Câmara dos
deficiência pode estar com os dias con-
do projeto de Lei da Terceiriza-
aprovado no Senado o texto do PL 4330.
emenda que permite a terceirização das
a Lei de Cotas pode garantir emprego a
privado e que alterou diversos pontos
já computado o efeito da Lei Brasileira
a aplicação da cota de contratação de
Gabrilli e aprovada na Câmara dos Depu-
Deputados concluiu a votação
tados para perder seus efeitos, caso seja
ção (PL 4330/04), com a aprovação da
E o cálculo é muito simples: atualmente
atividades-fim das empresas do setor
1,1 milhão de pessoas com deficiência,
do texto-base da proposta e determina
da Inclusão, relatada pela deputada Mara
pessoas com deficiência para todos os
trabalhadores da empresa, somando in-
clusive os terceirizados. O texto seguiu para apreciação do Senado.
Apesar de ter votado contra o projeto,
a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB/
“A Lei de Cotas pode garantir emprego a 1,1 milhão de pessoas com o efeito da Lei Brasileira
Isso porque o texto aprovado dava
empresas terceirizadas com menos de 100
vezes contra o projeto da terceirização,
no mês de abril, quando ele entrou em
pauta. Coerente com a defesa da Lei de Cotas ela viu no PL 4330 um tiro no pé
que ficarão mais longe do mercado for-
aprovada na Câmara dos
margem para que as empresas fragmen-
tassem seu quadro de funcionários em
A deputada Mara Gabrilli votou duas
dos direitos das pessoas com deficiência,
SP) propôs uma emenda ao texto-base para garantir o respeito à Lei de Cotas.
tados em março , explica Clemente.
Carlos Clemente
mal de trabalho , completa Clemente.
Como a Lei de Cotas está baseada em
reserva de vagas de acordo com a faixa
de trabalhadores diretos das empresas, à
funcionários, o que poderia flexibilizar a lei.
medida que os serviços são terceirizados
tas de pessoas com deficiência, a depu-
va legal, prejudicando toda a coletivida-
Preocupada com os direitos trabalhis-
restringe-se a obrigatoriedade da reser-
tada criticou a posição de partidos que
de trabalhadora.
de Cotas. Agradeço o apoio dos partidos
4330 produz impactos negativos no fun-
esse erro e reitero minha indignação com
Prevenção de Acidentes de Trabalho (CI-
Câmara, que assumiu compromisso co-
rança e Medicina do Trabalho (SESMTS),
ficiência. Não posso entender como um
sobre o número de empregados diretos
da pessoa com deficiência.
riscos de acidentes de trabalho e doen-
não apoiaram a emenda favorável à Lei
Além do prejuízo à Lei de Cotas, o PL
que tiveram a consideração em corrigir
cionamento das Comissões Internas de
o deputado Sibá Machado, líder do PT na
PAS), no Serviço Especializado em Segu-
migo de votar a favor da pessoa com de-
cujo dimensionamento estão calculados
partido vota contra a empregabilidade
das empresas, agravando ainda mais os
revista incluir
69 69
Empregabilidade
O MERCADO DE TRABALHO ças profissionais nas empresas brasileiras.
Estimativas das Superintendências
O PL 4330 é tão ruim que provoca
Regionais do Trabalho indicam que
fissional dos jovens brasileiros, porque
ficiência estão aptas para o trabalho no
efeitos negativos até na formação procomo existe uma regra das empresas te-
rem que propiciar aprendizagem profissional (5% a 15%) sobre os trabalhadores
cujas profissões exigem formação prévia, na terceirização eles desaparecerão ou
diminuirão, deixando as escolas do Sistema S , como SENAI, SENAC, SENAR, SENAT e SESCOOP, sem os alunos que deve-
apenas 11 milhões de pessoas com deBrasil. Ocorre que, no País, são mais de ‒ segundo dados do último Censo do
IBGE ‒. Com isso, chegamos a um dado
alarmante: menos de 25% desta população com deficiência tem condições de ingressar no mercado de trabalho.
Mas, na prática, apenas 0,7222% da
população com deficiência ‒ pouco
do PL 4330 vai contra a Agenda do Tra-
gada, segundo informações divulgadas
balho Decente preconizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a
qual também foi aprovada pelo Congresso Nacional, para que o Brasil passasse a ser signatário , conclui.
Para a educadora Mary Grace Pereira
mais de 325 mil pessoas ‒ está empre-
pela Relação Anual de Informações do
to, a fiscalização apresenta um número
ainda menor, com cerca de 151 mil profissionais contratados.
Para Carolina Ignarra, consultora em
contratação de pessoas com deficiência,
balhar com conteúdos acessíveis, é preciso
contratação de pessoas com deficiência
atentar ainda para que a lei não seja exclu-
dente em um momento frágil, em que corremos risco de perder direitos, já que ainda houve tempo suficiente de conscientizar a
sociedade para que entendam o potencial das pessoas com deficiência.
Quanto mais as empresas puderem
terceirizar as suas atividades, pior será a
fiscalização, principalmente dos direitos historicamente construídos. Os trabalha-
dores correm o risco de maior vulnerabili-
dade, terão menor proteção à sua carreira, menor capacidade de mobilização, pois à medida que ficam fragilizados, distribuídos em diferentes instituições, menor o seu poder de mobilização , conclui.
70 70
revista revistaincluir incluir
99%
Ministério do Trabalho (RAIS). No entan-
Andrioli, consultora da Engrenar, para contratação de profissionais capacitados a tra-
76%
45 milhões de pessoas com deficiência
riam estar ali, mantidos pelas empresas.
É preciso dizer também que a aprovação
24%
ENTENDA A LEI DE COTAS Prestes a completar 24 anos, a Lei
de Cotas (8213/91) determina que em-
o cenário nas empresas brasileiras para a
presas com mais de 100 funcionários
ainda é bem divergente. Eu, que lido com
obedecendo o percentual que varia de
esse mercado, percebo que as empresas
estão em níveis diferentes. Em alguns casos, nós conseguimos aprofundar o programa
contratem profissionais com deficiência, 2% a 5% de acordo com o número de colaboradores (ver box abaixo).
As empresas que desrespeitarem a
de inclusão e contamos com o engajamento
Lei têm que pagar multa de R$ 1.812,87
alta liderança até dos próprios profissionais
tratado, até o limite de R$ 181.284,63.
das empresas, desde o envolvimento da
com deficiência, que acabam identificando
por trabalhador que deixar de ser con-
essas empresas como bons lugares para
se trabalhar , comenta a profissional, que
completa: Ainda são poucas as empresas que estão nesse nível. A maioria das que
nos procuram, partem do zero, ou seja, são
PERCENTUAL DE CONTRATAÇÃO PELA LEI DE COTAS:
completamente carentes de informações
De 100 a 200 funcionários: 2%
cenário.
De 501 a 1000 funcionários: 4%
e ainda não fazem nada para mudar o
De 201 a 500 funcionários: 3%
Acima de 1001 funcionários: 5%
ESTÍMULOS À EMPREGABILIDADE Para auxiliar as empresas no cumprimen-
Negócios, resultado da parceria entre a Fun-
Empresa-Escola (CIEE) criou em 1999, o Pro-
Consolidar, que tem por objetivo qualificar as
to da Lei de Cotas, o Centro de Integração grama CIEE para Pessoas com Deficiência, que já atendeu mais de 22 mil estudantes.
De acordo com informações da psi-
cóloga Cristiane Lico Pieroni, respon-
dação Dorina Nowill para Cegos e a empresa
contratações profissionais de pessoas com
deficiência e fortalecer a valorização das relações humanas em ambientes corporativos.
Tanto a Consolidar, quanto a Fundação
sável pelo programa, em 2014, foram
Dorina Nowill já disponibilizavam soluções
de estudantes como estagiários e como
No entanto, essa união foi motivada pelo
efetivadas cerca de 6 mil contratações aprendizes. Desde sua criação, o programa tem como foco atender às necessidades de aproximadamente 500
empresas, de forma personalizada, oferecendo todo o apoio necessário desde
o processo seletivo até a inserção destes estudantes no mercado de trabalho , garante a profissional.
de inclusão profissional individualmente. forte propósito de ambas em apoiar a
diversidade humana nas corporações por
meio do desenvolvimento de uma cultura inclusiva, seja ela voltada para as pessoas
com deficiência, pessoas de diferentes etnias, identidades de gênero, pessoas LGBT
e egressos do sistema prisional entre outras. Idealizado em 1998, o Instituto da
Ainda segundo Cristiane, além da
Oportunidade Social (IOS) atua capaci-
tudantes com deficiência cadastrados
e pessoas com deficiência em regras de
intermediação, o CIEE oferece aos esdiversos cursos adaptados. Todo esse
processo se dá pelo aumento expressivo no número de empresas que buscam
contratar estagiários e aprendizes com
deficiência. Além disso, está havendo
tando jovens da rede pública de ensino negócios e Tecnologia da Informação,
monitorando e apoiando a empregabilidade e contribuindo para a formação de cidadãos mais produtivos e conscientes.
Mantido por meio de parcerias com
uma valorização. As empresas estão se
empresas privadas e entidades beneficen-
inclusive, preparando estes profissionais
aulas gratuitas que simulam os processos
preparando muito para atendê-los e, para uma possível efetivação, investindo
em formação e recursos de adaptação ,
tes, o grupo é o único do Brasil a oferecer operacionais de grandes corporações.
Especializada no desenvolvimento de
completa a psicóloga.
programas de inclusão empresarial, a Ta-
ressados em se inscrever no programa,
treinamento de RH, formação de grupos
Os estudantes com deficiência inte-
podem encaminhar o currículo para o e-mail: programapcd@ciee.org.br.
Outro trabalho que merece destaque é a
Consolidar Dorina ‒ Educação Inclusiva nos
lento Incluir oferece, entre outros serviços, de trabalho, análise de acessibilidade e
palestras corporativas, com o objetivo de garantir a inclusão do profissional com deficiência no mercado de trabalho.
revista revista incluir incluir
7 711
Incluir cultural
A ARTE DE PENSAR
Negativamente Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: André Stéfano
Espetáculo discute viéses do pensamento positivo
72
revista incluir
A
Cia Teatro Sem Censura traz
cial. O que precisamos é de uma trans-
-metragem norueguês, que
explica ele.
ao filme norueguês, ficou fascinado e
Arte de Pensar Negativamente ganha
sua complexidade e peculiaridade. In-
teatral. Pesquisando, ele descobriu que
ção de Fabricio Castro e traz como tema
ou cervicalgia, ou mesmo uma carência
uma adaptação de um longa-
foi dirigido por Bard Breien, em 2006. A uma versão teatral brasileira com dire-
central a reflexão sobre o pensamento positivo e sobre como cada um enfrenta os próprios problemas.
A peça relata a história de um ho-
mem que ficou paraplégico e tornou-se uma pessoa amargurada, agindo contra
formação profunda e não superficial , Em cena, cada personagem carrega
dependente se ele tem uma paraplegia de afeto, todos têm suas histórias de vida que merecem ser respeitadas e não tratadas com pesar. A cadeira de rodas não define sua personalidade, gostos e talentos.
O diretor explica ainda que um dos
TEMA
Quando
Fabricio
Castro
assistiu
quis transformá-lo em uma montagem existiam duas versões para o teatro, uma na Alemanha e outra na República Tcheca. Ao entrar em contato com o autor do filme (Bard Breien) para pedir
os direitos autorais, ele disse que era um
sucesso e ficou fascinado com a ideia de apresentarem sua obra no Brasil.
Fabricio explica que as pessoas com
todas as regras do pensamento positivo.
questionamentos é: como devemos li-
deficiência estão ligadas a muitos tabus,
não está sendo uma tarefa fácil para o
isso, ele tem a intenção de fazer com
nós devemos ser tratados de forma dig-
Se adaptar à vida de um cadeirante
personagem principal, Rui, que usa seu negativismo para lidar com esta nova
realidade. Sua esposa, Ingrid, convida
um grupo de apoio, liderado pela
dar com uma situação dolorosa? E, com que os espectadores enxerguem o ou-
tro, independente de possuir deficiência
ou não, de uma forma mais humanizada.
As pessoas procuram respostas sim-
terapeuta Lori e outras quatro pessoas,
ples para seus problemas, é preciso de
mágoas e tristezas com uma enganosa
Em vez de rejeitarmos os sentimentos
que preferem omitir seus problemas, aparência de felicidade para ir à sua casa
pregar regras do pensamento positivo, nas quais se amparam fielmente.
A peça retrata que até mesmo pessoas
que
estão
sempre
otimistas
perdem
a linha em situações extremas. Pensar
negativamente pode trazer muito mais tranquilidade do que simplesmente esconder ou maquiar os problemas e frustrações. Traz um alerta de que a conquista de uma
vida plena e feliz não está especificamente ligada às regras do pensamento positivo. Em
primeiro lugar, é preciso aceitar as próprias condições e aprender a lidar com a dor em vez de escondê-la e dramatizá-la atrás de um sorriso falso.
Segundo o diretor, a peça critica bas-
tante o conceito da autoajuda. O livros de autoajuda dão dicas relativas para o que fazer ou seja isto ou aquilo e não
ensinam como , tudo é muito superfi-
tempo e paciência para entendê-los.
desagradáveis, devemos procurar o seu significado para melhor compreendê-lo,
cautela excessiva e compaixão. Todos na e respeitosa, pois somos todos pro-
vidos de desejos, necessidades, talentos e opiniões. Devemos respeitar todas as
pessoas e oferecer acesso aos mesmos
bens e serviços disponíveis. Respeitar as pessoas com deficiência é adotar uma postura natural para que eles não sejam excluídos do nosso convívio.
O processo de elaboração da peça
tornar ciente da sua condição. O proble-
envolveu entrevistas com vários cadei-
fundidade que deveria. Vivemos em um
grandes histórias.
ma não é exposto e tratado com a promundo onde devemos só sentir coisas
boas, ter sentimentos agradáveis, ser os melhores e perfeitos em tudo, quando,
na realidade, sabemos que a vida é bem diferente disto.
Acredita-se que a arte tem a função
de renovação, de reflexão e de provocação e que, desta forma, não pode ser
limitada. Vamos sempre procurar temá-
rantes e, com isso, a equipe conheceu
Descobrimos um
mundo que até então desconhecíamos,
que os problemas que temos aqui no Brasil de acessibilidade e inclusão são
apenas a ponta do Iceberg . São diversas barreiras que estas pessoas enfrentam todos os dias , conclui Fabricio.
CIA TEATRO SEM CENSURA
A Cia surgiu em 2014, com proposta
ticas difíceis, temas que ninguém quer
de valorizar todas as frentes que com-
so, diretor do Teatro Oficina, dizer: Vá
liberdade poética, liberdade estética, li-
falar ou discutir. Uma vez ouvi o Zé Celdireto no tabú, no tabú tem petróleo.
Acreditamos muito nisto. Quando me deparei com a obra, percebi que estava diante de um tema-tabu.
põem uma montagem teatral, incluindo
berdade de escolha... O grupo têm uma forte preocupação em aprofundar suas
pesquisas e temas abordados que dialoguem com o público em geral.
revista incluir
73
Datas Especiais
AS DEFICIÊNCIAS Por: Maira Isis Cardoso
A partir desta edição vamos trazer algumas informações sobre deficiências, em razão das comemorações nacionais e internacionais de suas datas. Destacamos o autismo, a esclerose múltipla, a surdocegueira e o albinismo
Autismo
Caracterizado por aspectos que po-
dem ser observados, que indicam déficits na comunicação e na interação
social, também como comportamentos
repetitivos e áreas restritas de interesse, o autismo atinge 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comum em
meninos do que em meninas. No dia 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de
Conscientização sobre o Autismo, enquanto em 18 de junho é celebrado o Dia do Orgulho Autista.
Saiba mais: www.ama.org.br
Esclerose Múltipla
Uma doença crônica do sistema
nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal, a esclerose múltipla
interfere no controle de algumas funções, como caminhar, enxergar, falar
e urinar entre outras. Segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose
Múltipla (ABEM), estima-se que 35 mil
74
revista incluir
brasileiros tenham esclerose múltipla.
jovem surdocego (página 66). No dia 27
tre 20 e 50 anos de idade, sendo mais
cional do Surdocego.
Os sintomas aparecem geralmente enpredominante entre as mulheres. Essa
doença neurológica não tem cura e
seu tratamento consiste em diminuir os efeitos e desacelerar sua progressão.
No dia 27 de maio é celebrado o Dia da
de junho é comemorado o Dia InternaSaiba mais sobre a educação para
surdocego: www.ahimsa.org.br
Albinismo
Uma condição genética onde ocorre
Esclerose Múltipla e em 30 de agosto o
a falha na produção de melanina, o albi-
clerose Múltipla.
cado em dois tipos: tirosinase-negativo
Dia Mundial de Conscientização da EsSaiba mais: www.abem.org.br
Surdocegueira
De acordo com a I Conferência Mun-
dial Helen Keller sobre Serviços para os
Surdocegos Jovens e Adultos, a surdocegueira é caracterizada como perda
substancial de visão e audição de tal
forma que a combinação das duas deficiências cause extrema dificuldade
na conquista de metas educacionais,
vocacionais, de lazer e social. Nesta edição, você confere uma matéria sobre
o desenvolvimento profissional de um
nismo é hereditário e pode ser classifi(quando não há produção de melanina)
e tirosinase-positivo (quando há pe-
quena produção de melanina). A alteração genética na produção de melanina é a responsável pela ausência parcial
ou total da pigmentação dos olhos,
pele, cabelos e pelos. Por ser frágil e fotossensível, a pele do albino não deve
ser exposta à radiação solar, pois pode
causar queimaduras de graus variados. No dia 13 de junho é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Albinismo.
Saiba mais: www.sbd.org.br/informacoes/
programa-pro-albino/
Para reservar sua vaga ou patrocinar o evento ligue para 3459-0977 com Gabriela
revista incluir
75
Coluna
A acessibilidade como cultura
organizacional Por: Luciano Amato* | Foto: Divulgação
U
m dos desafios para que a
minho encontrarem enormes resistências
mais as resistências. Minha dica final é: nun-
ficiência seja realizada com
próprio gestor do projeto de inclusão refor-
constantemente soluções.
inclusão de pessoas com de-
eficiência é garantir a acessibilidade do ambiente, postos de trabalho e quebrar
internas. Já vi, inclusive, situações em que o çou tais resistências.
Para ganhar força, a primeira ação é
as barreiras atitudinais.
buscar informação. As fontes são inúmeras
ambiente acessível, pois consideram as
sucesso, instituições, orientação com as au-
Muitas empresas resistem a tornar seu
adequações caras em relação ao número de usuários. Esta é uma visão distorcida dos
fatos, pois muitas tecnologias assistivas re-
querem baixo investimento: um software de voz, adequação no mobiliário, rampa, si-
nalização, etc. Aquelas que requerem maior investimento se diluem ao longo do tempo,
como no caso de um elevador e podem ser
(cursos, eventos, benchmark com cases de
toridades, etc). Esta busca deve ser constante. Encontrar aliados é fundamental. Aquelas pessoas que você considera mais maleáveis
em relação ao tema e que tem maior identificação. Criar ações de comunicação interna com disseminação de notícias, matérias na rede interna podem ajudar bastante.
A acessibilidade é um conceito amplo
utilizadas por outros profissionais: idosos,
que vai além das adequações arquitetônicas.
porárias. O mercado tem mais de 60 mil tec-
áreas como Compras, Arquitetura, Facilities,
grávidas ou colaboradores com lesões tem-
nologias assistivas disponíveis, ampliando as alternativas de soluções e investimentos.
Percebo que a maior barreira a ser ven-
cida é a atitudinal enraizada na falta de informação, preconceito e dificuldade que as
pessoas têm para lidar com a diferença. É
Criar comitês multidisciplinares envolvendo RH, Financeiro, Segurança do Trabalho, Ma-
nutenção, Tecnologia da informação pode
facilitar bastante sua implantação, pois ajuda
a disseminar o conceito de inclusão e a importância do projeto.
Lembre-se, quando as pessoas não de-
comum encontrarmos os próprios gestores
têm conhecimento, seus argumentos não
responsabilidade sozinho e ao longo do ca-
cem e, muitas vezes, sedimentam ainda
dos projetos de inclusão assumindo toda
76
revista incluir
ca se permita justificar o insucesso. Busque
são fortes, argumentos fracos não conven-
é VP de Educação Corporativa e Eventos da AAPSA www.aapsa.com.br
revista incluir
77
Alternativa
Liberdade para dançar
A dança proporciona a inclusão da pessoa com deficiência
A
Por: Fernanda Rodrigues | Fotos: Evandro de Oliveira
lém de estimular a musculatura, melhorar a coorde-
importante forma de interação.
melhorias emocionais, através de sensações únicas,
cacional, e tem como principal objetivo fazer com que o dan-
nação, e aumentar a resistência, a dança proporciona
como liberdade e felicidade. Ela eleva a autoestima, e é utilizada no processo de reabilitação de pessoas com deficiências, sendo
78
revista incluir
A dança inclusiva é um trabalho com foco terapêutico e edu-
çarino sinta, de forma plena, todo o corpo e reconheça todo o potencial do movimento.
A psicóloga Dulce Nogueira afirma que a dança
também possibilita uma mudança de imagem social. A dança, assim como o esporte, ajuda tanto na auto-
estima quanto na aceitação do seu corpo respeitando seus limites, e auxiliando no meio social, pois quem se insere nestes meios, tende a não sofrer de depressão e consequentemente facilidade de interação em grupos.
Hoje, algumas associações desenvolvem projetos
com dança e arte inclusiva, como a Solidariedança de Arte e Cultura, que trabalha a inclusão sociocultural, e criou o Arte e Esporte sobre rodas com a proposta de juntar pessoas com e sem deficiências, onde a maior riqueza do trabalho está na diversidade.
Aulas de ballet clássico, jazz, dança de salão, teatro,
dança do ventre, dança artística e esportiva em cadeira de rodas e dança para terceira idade são oferecidas pela instituição.
A dança em cadeira de rodas é a melhor maneira de
vivenciar a inclusão. Cintia Lima, presidente da associa-
ção, fala sobre sua experiência. Quando danço com um
parceiro cadeirante, estabeleço um diálogo não verbal que permite dividirmos nossas dificuldades e descobrir-
mos juntos potenciais que jamais conheceríamos se não fosse pelo contato direto com as nossas diferenças.
Raimundo Reis, cadeirante e dançarino da associa-
ção, afirma que a dança proporciona felicidade e paz. Faz com que eu consiga transmitir para outras pessoas
meus sentimentos, sem contar nas melhorias da minha coordenação motora. E esses benefícios me ajudam a
superar as dificuldades do dia a dia. A dança para mim é tudo .
Dança inclusiva no Brasil No Brasil, existem mais de 30 grupos de dança inclusi-
va, um deles é a Cia. de Dança Arte Sem Barreiras, do Clube dos Paraplégicos de São Paulo (CPSP).
Em 2001, aconteceu o 1º Encontro Nacional de Dança
para Pessoas com Deficiência Física, em Macaé (RJ). E logo
depois, foi fundada a Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas, que inseriu a modalidade nos Jogos Regionais, em 2002.
revista incluir
79
coluna
Coluna Entre Rodas e Batom
CADÊ A METADE
da minha laranja? Por: Eliane Lemos Ozores* | Foto: Daniela Gama
C
Eliane e Adelino
ostumava usar uma frase que
ecoava em sua cabeça. Ele estava ali, de
encontrarem um parceiro ou parceira. Reto-
do ouvi uma história mais ou
sonhos e anseios para compartilhar sua vida.
é um assunto que precisa ser discutido com
aboli do meu repertório quan-
menos assim: Ele não tinha as duas per-
nas, e sentado em sua cadeira de rodas,
parecia que seu corpo estava pela metade porque a amputação era alta. Um dia ele foi ao baile de sua cidade, onde
ficou encantado com uma garota. Afinal
ele tinha apenas 20 anos de idade, pro-
corpo e alma, inteiro em seus desejos, seus
Seu coração não era pela metade, muito menos seu cérebro. Sem saber o que fazer, foi
sentindo. Demorou dias inteiros pra esse
lham, e geralmente elas nos encantam. Os
xar qualquer parcela da emoção que estava desconforto sumir, por inteiro!
Aboli do meu repertório a frase: que
um jovem cheio de sonhos, dedicado,
podemos sentir e podemos receber, com-
que pudesse amar e ser amado. Afinal, ele sabia que a vida prometia tudo o
que pudesse conquistar. E foi assim que
Enamore-se pela vida sempre que for
possível, seja você pela metade ou não. Pes-
seja por inteiro porque não quero nada pela
carinhoso e desejoso por uma mulher
tempo maior.
por inteiro que se retirou do baile, sem dei-
vavelmente a mesma que a responsável pelos seus suspiros naquela noite. Ele,
marei esse assunto em outra edição porque
metade . Diante da capacidade do amor que partilhamos a metade de uma fatia de bolo,
a metade das palavras quando a emoção embarga nossa voz e a metade do bombom
soas enamoradas adoram rir, seus olhos bri-
enamorados aprendem a ser inteiro em suas metades, afinal não dizem por aqui que vivemos procurando a outra metade da laranja? Eu achei a minha, espero que você também. Permita-se ao amor!
Eliane Lemos Ozores é psicóloga com es-
pro nosso amor.
pecialização no atendimento da pessoa com
mãe de seus filhos e perguntou se eles
os dois possuem uma deficiência, geram
como consultora e palestrante em educação
der como faria isso, e num atropelo de
que não porque são várias as histórias que
respirou fundo e foi em direção à futura poderiam dançar. Ela ficou sem entenpalavras e certa confusão emocional olhou fixamente pra ele e disse: Como assim dançar com alguém pela metade?
Como assim pela metade? Essa frase
80
revista incluir
Geralmente os casais, onde um dos ou
certo estranhamento. Nem adianta dizer relatam isso. Outro ponto que chama a
atenção é que a maioria dos homens com deficiência namora e se casa, e as mulheres com deficiência sofrem um pouco mais para
deficiência pela Universidade São Paulo. Atua inclusiva.
eliane@entrerodas.org www.entrerodas.org
www.facebook.com/entrerodasebatom @PsicoEliane
revista incluir
81
Legislação
SENADO APROVA ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Estatuto prevê uma série de garantias além de mudanças na Lei de Cotas
O
Plenário do Senado aprovou,
texto, apesar de resgatar a dignidade dessas
todos os relatores e aqueles que traba-
midade, o projeto de autoria do
esgota o assunto.
proposta que, segundo ele, permaneceu
no dia 10 de junho, por unani-
senador Paulo Paim (PT-RS) criando a Lei Bra-
pessoas e corrigir uma injustiça histórica, não
sileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Conhecido como Estatuto da Pessoa
com Deficiência, o projeto (SCD 4/2015) teve como relator o senador Romário
(PSB-RJ). Romário é pai de uma garota com síndrome de Down, Ivy. Emociona-
do, o senador resumiu o significado da aprovação do projeto.
Hoje é um dia mais que especial não
só para esta Casa, não só para um pai
com uma filha que tem uma deficiência, mas para o nosso País. Acredito que nós
único ao conviver com sua irmã cega,
“Hoje é a chance da gente se redimir de tudo de ruim e negativo que vem acontecendo com essas pessoas, mas novos projetos ainda serão apresentados para aprimorar a proposta e contemplar de forma mais adequada determinados segmentos da sociedade”, Romário
vamos ter a oportunidade de, definitivamente, ajudar a melhorar a qualidade de vida de mais ou menos 50 milhões de
em debate por mais de 20 anos. O senador, que disse ter tido um aprendizado
Como já passou pela Câmara, a proposta segue agora para sanção presidencial.
lharam diretamente na aprovação da
Hoje é a chance da gente se redimir
afirmou que, de todos os projetos, esse é o de que ele sente mais orgulho.
Se há um projeto, dos mil que apre-
sentei, que tenho maior orgulho de ter participado da votação é o Estatuto da Pessoa com Deficiência , disse.
Estava presente na votação, que teve
interpretação em Libras, a relatora do pro-
jeto na Câmara dos Deputados, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).
INCLUSÃO SOCIAL
A proposta prevê uma série de garan-
pessoas, fora os seus familiares.
de tudo de ruim e negativo que vem
tias e direitos às pessoas com deficiência.
pessoas com deficiência que, segundo ele,
novos projetos ainda serão apresentados
com deficiência aquela que tem impe-
Romário recordou a luta histórica das
foi marcada pela incompreensão e preconceito desde o Brasil Colônia. O senador se disse honrado de apresentar a relatoria da proposta e disse ter plena consciência de que o
82
revista incluir
acontecendo com essas pessoas, mas para aprimorar a proposta e contemplar de forma mais adequada determinados segmentos da sociedade , explicou.
O senador Paulo Paim homenageou
Pelo texto, fica classificada como pessoa dimentos de longo prazo de natureza fí-
sica, mental, intelectual ou sensorial, que podem obstruir a sua participação plena
e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
A tônica do projeto, com mais de 100
artigos, é a previsão do direito de as pessoas
com deficiência serem incluídas na vida
social nas mais diversas esferas por meio
de garantias básicas de acesso, a serem concretizadas por meio de políticas públicas ou de iniciativas a cargo das empresas.
Um dos pontos é o direito ao auxílio-
-inclusão para a pessoa com deficiência moderada ou grave. Terá direito ao auxí-
lio quem já recebe o benefício de prestação continuada previsto no Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que
venha a exercer atividade remunerada
que a enquadre como segurado obrigatório da Previdência Social.
O FGTS também poderá ser utilizado
na aquisição de órteses e próteses.
O texto aprovado proíbe expressa-
mente instituições de ensino privadas de
cobrarem mais de alunos com deficiência,
além de as obrigarem a reservar no mínimo 10% das vagas nos processos seletivos de ensino superior e de formação técnica.
Na área da saúde, proíbe os planos de
praticarem qualquer tipo de discrimina-
nuarão variando entre 2% e 5% do total das vagas. As empresas terão três anos para se adaptarem. Para
estimular
a
contratação,
a
ção à pessoa em razão de sua deficiência.
proposta muda a Lei de Licitações
dios passam a ser obrigados a reservar es-
de margens de preferência para as em-
Os teatros, cinemas, auditórios e está-
paços e assentos adaptados. Na área do turismo, os hotéis também deverão oferecer uma cota de 10% de dormitórios acessíveis.
Garante-se, finalmente, o recebimento,
mediante solicitação, de boletos, contas, extratos e cobranças em formato acessível.
LEI DE COTAS
O texto aprovado estabelece que
(8.666/1993) de maneira a permitir o uso presas que comprovem o cumprimento da reserva de vagas.
O projeto determina ainda que somente
a contratação direta será levada em conta,
excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Lei da Aprendizagem.
CADASTRO
O texto também cria o Cadastro Nacional
PRIORIDADES
Várias prioridades passam a ser ga-
rantidas às pessoas com deficiência, como na tramitação processual, rece-
bimento de precatórios, restituição do Imposto de Renda, além de serviços de proteção e socorro.
O texto estabelece as seguintes co-
tas mínimas:
• 3% de unidades habitacionais em
programas públicos ou subsidiados com recursos públicos;
• 2% das vagas em estacionamentos; • 10% dos carros das frotas de táxi; • 10% das outorgas de táxi;
• 5% dos carros de autoescolas e
empresas com 50 a 99 empregados te-
de Inclusão da Pessoa com Deficiência com a
de locadoras de automóveis deverão
para pessoas com deficiência ou reabi-
destinadas à formulação, gestão, monitora-
deficiência;
rão de reservar, pelo menos, uma vaga litadas. Atualmente, as cotas devem ser aplicadas pelas empresas com mais de 100 empregados. Os percentuais conti-
finalidade de coletar e processar informações mento e avaliação das políticas públicas para
as pessoas com deficiência e para a realização de estudos e pesquisas.
estar adaptados para motoristas com • 10% dos computadores de lan hou-
ses deverão ter recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual.
revista incluir
83
Coluna
PROFESSORES CONSTRUTORES Por: Caio Graneiro*
N
a
contemporaneidade,
as
políticas inclusivas e movimentos
de
acessibilidade
tem crescido, ganhado espaço na mídia
mente porque, através delas, podemos
impacto da língua na subjetividade de seus
e se fazer entendidos.
mesma língua que eles. Aprenda Libras e
externar sentimentos, emoções, entender
O que aconteceria com o desenvolvi-
e na legislação. Regras arquitetônicas
mento de alunos surdos se os professores
primento e altura. Elevadores e rampas
aluno que não pode ouvir se sentiria na pos-
foram criadas para definir largura, com-
estão sendo construídos onde antes só haviam escadas, porém, apesar de todos
esses avanços, não se constroem pontes entre as pessoas com cimento e areia.
sibilidade de ser compreendido de forma
integral, não em uma comunicação falha e baseada em mímicas e apontar de dedos.
Não estou aqui descartando a importan-
te contribuição do intérprete em sala de aula,
influenciar diretamente no seu aprendizado
dar aula em português enquanto a inter-
e desenvolvimento. Quem não tem em sua história um professor que tenha sido mar-
cante para gostar ou não de uma matéria ou até mesmo determinante na escolha de sua profissão.
A afetuosidade, a empatia e o vínculo são
instrumentos primordiais no ensino, quando o aprendizado passa pelo emocional o ga-
nho é mais permanente e a motivação em aprender torna-se forte.
Porém, como se poderia construir víncu-
lo, demonstrar afetuosidade e ter real empa-
ele é necessário para que o professor possa pretação simultânea vai acontecendo, mas estou apontando para a diferença que faria o aluno poder perguntar sua dúvida direto
ao professor, e o professor poder responder
direto ao aluno, a importância que teria o professor poder perguntar sobre a vida do
aluno e se envolver na sua história sem a
mediação de um intérprete. O intérprete é o apoio indispensável para a interpretação da
aula, mas não deveria ter também que intermediar a relação.
Ter professores aprendendo Libras é
tia sem comunicação?
a ponte, o elevador, o cimento e a areia na
pela linguagem e desenvolvemos abs-
alunos surdos.
Somo seres sociais, nos constituímos
tração na aquisição da língua. A língua é a maior conquista da humanidade, justa-
84
revista incluir
ajude a construir essa ponte.
aprendessem a falar em Libras? Como um
Pesquisas apontam para como a rela-
ção dos professores com os alunos pode
alunos e que aceitem o desafio de falar a
construção de uma relação integral com os
Portanto, o convite está aberto: Precisa-
se de construtores dispostos a valorizar o
*Caio Graneiro é psicólogo formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, intérprete de Libras há mais de dez anos, com proficiência no Prolibras. É coordenador pedagógico nistra aulas, palestras e workshops na área de inclusão
revista incluir
85
Lazer e Cultura
Oportunidade de lazer na trilha para pessoas com deficiência
N
Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Divulgação
o início do ano, aconteceu
Com isso, o projeto Trilha Interpretativa
organizar um curso de formação de guias
zar o acesso de surdos e pessoas com defi-
da trilha e um curso experimental para
o 1º Encontro de Organiza-
Inclusiva está trabalhando para disponibili-
de Guias Surdos para Interpretação Am-
ciência auditiva, oferecendo auxílio de guias
ção do Curso de Formação
biental , promovido na Unidade de Conservação (UC), no Rio de Janeiro (RJ).
O encontro teve por objetivo formar
guias capacitados para passar as informa-
para visitar a trilha conhecida como Trilha do
Pilão localizada na Reserva Biológica, uma área natural protegida da Mata Atlântica.
revista incluir
A realização desse evento foi possível
biente dos municípios onde a Reserva está
termos científicos em Libras para interpretar
86
científico com mais dinamismo.
ano. Ela prevê a criação de um glossário de
garantindo que pessoas com deficiência teúdo ambiental.
residem na região, planejando um contato
por meio de uma parceria entre a Unidade
futuros que podem estar prontos ainda este
auditiva tenham acesso também ao con-
estudantes surdos de ensino médio que
Essa ação já conta com planejamentos
ções em Libras ao longo do trajeto da tri-
lha na Reserva Biológica União (Rebio)-RJ,
surdos locais, para interpretação ambiental
todo conteúdo ambiental, por meio dos técnicos do Projeto Surdos . O objetivo é
de Conservação, as secretarias de Meio Aminserida ‒ Rio das Ostras, Casimiro de Abreu
e Macaé e o Instituto de Bioquímica Mé-
recepcionados no Centro de Vivência,
Rio de Janeiro (UFRJ), que desenvolve
de Conservação, participaram da dinâmi-
dica (IbqMa), da Universidade Federal do
receberam informações sobre a Unidade
desde 2005 o projeto A inclusão do sur-
ca de apresentação de frutos, sementes e
do na sociedade atual ‒ Projeto Surdos ,
ninhos da Mata Atlântica, realizaram exer-
com objetivo de aproximá-los da ciência
cícios de alongamento e percorreram o
e tecnologia.
percurso adaptado da trilha.
A Trilha Interpretativa Inclusiva é
A interpretação utilizada variou
adaptada e conta com esse novo projeto
conforme o grupo, para as pessoas
o intuito de receber pessoas com deficiên-
utilização dos sentidos do tato, do cheiro
de acessibilidade para os surdos. Surgiu com cias e incluí-las em atividades educativas e
com deficiência visual foi focado mais a
ambientais que são desenvolvidas na Re-
trabalham com pessoas com deficiência,
Centro de Vivências adaptado.
pública para serem beneficiados pelo pro-
serva. No local, também está disponível um
Para divulgar a Trilha Interpretativa In-
clusiva foi feita uma consultoria em que a
bióloga Aline Oliveira Santos realizou um levantamento de todas as instituições que
grupos de terceira idade e alunos da rede jeto da região e incentivá-las a conhecer a
trilha. Aline foi responsável por realizar a Interpretação Ambiental da trilha.
Ao chegarem na Rebio, os grupos foram
e da audição. Para outros públicos, foi utilizada a interpretação a partir das
placas da trilha. Essas ações na Reserva Biológica foram realizadas por meio da
parceria entre o Instituto Chico Mendes, a
Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA-RJ) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
revista incluir
87
Instituto
Instituto Paulo Gontijo Por: Fernanda Rodrigues | Foto: Divulgação
Instituto tem a missão de promover a pesquisa científica para aumentar o nível de conhecimento a respeito da ELA
sua contribuição em prol da ciência.
Ele morreu em 2002, devido às complica-
ções da doença, e três anos depois o IPG foi
fundado por Marcela Gontijo, filha de Paulo,
que busca diariamente continuar a luta por
essa causa. Queremos e precisamos ter os brasileiros participando dessa causa , afirma ela, que é a vice-presidente do IPG.
Uma organização privada, sem fins lucra-
tivos, o instituto tem a missão de promover
a pesquisa científica que contribua para aumentar o nível de conhecimento a respeito
da ELA e desenvolver ações de sensibilização e humanização que contribuam para o
melhor atendimento dos profissionais, pacientes e suas famílias.
O instituto baseia suas ações em dois
grandes pilares. O primeiro é a humanização:
são programas que têm como objetivo o
fortalecimento de políticas públicas em saúde, visando à melhoria da qualidade de vida
dos que vivem com ELA. O segundo é o incentivo à pesquisa científica: são programas com objetivo de incentivar pesquisas para o
diagnóstico e a cura da ELA. O contato es-
O
Marcela Gontijo
Instituto Paulo Gontijo (IPG)
da pela morte dos neurônios motores,
nheiro, Paulo Gontijo, ter
latura esquelética.
surgiu após o físico e enge-
sido diagnosticado, em 2000, com Escle-
responsáveis pelo comando da muscuNa época, Paulo Gontijo procurou
treito com pesquisadores alimenta o conhe-
cimento de novas descobertas que, quando
cabíveis, são prontamente repassadas aos pacientes e equipe multidisciplinar, retroalimentando os programas de humanização.
A ajuda a pacientes é através de cadas-
rose Lateral Amiotrófica (ELA), também
incansavelmente a causa e a cura da
tro no portal do IPG, além de todas as outras
uma doença neurodegenerativa causa-
de como seria a instituição e qual seria
sionais da área.
conhecida como doença de Lou Gehrig,
88
revista incluir
doença e idealizou os primeiros moldes
informações disponíveis também aos profis-
revista incluir
89
destaque
Minha História
o g Ne
o t Na
Por: Renato Nicacio | Fotos: Bianca Ponte
T
Só me importa ser mais feliz possível
udo começou há 25 anos, quan-
dias. Sobrevivi a essa batalha, mas a guer-
ternada no hospital aguardando
após um mês.
do minha mãe, Regina, estava in-
a minha chegada. Um dia que tinha tudo
ra ainda não havia acabado e fui para casa
Fui diagnosticado com paralisia cere-
para acabar bem e feliz, até que ocorreu
bral (PC) que foi um choque para a minha
gia forte e, em vez da bolsa estourar, a
cuidar de mim. Indicaram a AACD onde fiz
um problema. Ela teve uma hemorraplacenta que estourou e foi aí que tudo começou.
Minha mãe conta que foi muita correria
e muito medo. Eu, Renato Nicacio, nascia de parto fórceps. Minha mãe havia des-
maiado, e eu tive anóxia no momento do
segundo grau.
Conforme fui conhecendo as pessoas,
fisioterapia, terapia ocupacional, fonoau-
diam, me subiam e me desciam, e eu sem-
diologia e psicologia. Também estudei lá, fiz capoeira, natação e muitas outras terapias. Com oito anos, saí de todas as terapias e só continuei estudando.
Aos 15 anos comecei a estudar em uma
Tive seis convulsões e fiquei na UTI por 18
ram comigo, me deixando bem à vontade
revista incluir
Mudei de escola porque lá não tinha o
as coisas ficaram mais fáceis. A escola tinha
escola pública. A primeira semana, claro, foi
90
násio, até chegar no colegial.
mãe que logo pensou o quanto seria difícil
parto. Minha respiração e meus batimentos funcionavam por meio de aparelhos.
e protegido. Foram três anos ótimos no gi-
muito difícil, mas os alunos já se envolve-
muitas escadas, mas os alunos não se prenpre com um sorriso no rosto. Mas eu tinha um professor que não me aceitava em sala de aula, dizia em alto e bom tom que meu
lugar seria em uma sala especial com pessoas iguais a mim, pois ele não sabia lidar com esse tipo de pessoa .
Tudo foi resolvido e eu sempre tive
certeza da minha capacidade. Me formei e
ainda farei faculdade também.
Há três anos comecei meu negócio, trabalho com sublimação.
Arrumei o meu próprio jeito de trabalhar que é usando escova de dentes na boca e criando no computador, e com isso posso me sustentar dignamente.
Minha mãe conta que, desde os três anos de idade, eu já demons-
trava interesse pela arte, por desenhar e pintar, com a ajuda da escola, fuçava no computador com o photoshop e comecei a ilustrar perso-
nalizando canecas de porcelana e de vidro, além de camisetas. Mas não pude ir muito longe porque não tinha material suficiente. Eu cria-
va e mandava fazer em outro lugar. Até que um amigo da família me deu a primeira máquina pequena de estampas em canecas e passei a produzir em casa, com a ajuda de minha mãe, para vender.
E para melhorar meu trabalho, um outro amigo me presenteou
com outra máquina de estampas em camisetas. O meu próprio negó-
cio foi ganhando cor como as criações produzidas. Hoje proporciono alegria para as pessoas que compram e divulgam meu trabalho, e pelas redes sociais faço a divulgação dos produtos.
Quando as encomendas são feitas por pessoas que moram próxi-
mo do meu bairro, eu mesmo faço questão de entregar com minha cadeira motorizada, que me devolveu a liberdade.
Graças a essa cadeira, eu também costumo frequentar casas de
samba e de rap, e me divirto com meus amigos pelo bairro.
Hoje, tenho minha microempresa Nego Nato Personalizações e
penso somente em crescer mais. O que me faz diferente de outras pessoas é que sou e quero ser mais feliz.
Minha mãe sempre diz que minha história é de muito amor, ca-
rinho, dedicação e respeito. Sendo assim, vou conseguindo achar o meu lugar no mundo.
revista incluir
91
Coluna
CASA RONALD MCDONALD VISITA O INSTITUTO FERNANDO FERNANDES LIFE Por: Denis Borges*
U
ma das ações que o Institu-
de tempo nublado e baixas temperaturas,
se divertindo, assim como as mães também. A
promove sem moderação é
no céu azul e o frio deu lugar a uma
Para completar a grande festa, os dou-
to Fernando Fernandes Life
a Canoagem Solidária com instituições e escolas públicas. E o sábado, 16 de maio, foi um dia mais que especial com
durante as atividades o sol reinou absoluto
temperatura agradável que mais lembrava
tores palhaços do projeto Sopro de Alegria
O canoísta tetracampeão mundial Fer-
ram ainda mais este dia que promete ficar na
os dias de primavera.
a presença da garotada da Casa Ronald
nando Fernandes, idealizador do IFFL, não
dré (SP), e faz parte do Instituto Ronald
para disputar a Copa do Mundo de Canoa-
ABC, que fica na cidade de Santo An-
McDonald, que identifica as demandas prioritárias no combate ao câncer in-
fantojuvenil e desenvolve programas que propiciem o diagnóstico precoce, encaminhamento adequado e trata-
mento de qualidade para as crianças e adolescentes com câncer do Brasil.
O clima foi de muita alegria e as crianças
começaram a chegar ao IFFL logo cedo,
quando foram recebidas com um café
pôde comparecer por conta de uma viagem gem na Alemanha, mas fez questão de ir a
Santo André semanas antes do evento para
92
revista incluir
radores que deixaram o dia ainda mais especial e com gostinho de quero mais.
O Instituto Fernando Fernandes Life rea-
Paulo, e qualquer instituição ou escola pode
recarreguei as energias e acredito que eles
também gostaram bastante da nossa visita. Espero que este seja apenas o primeiro de muitos dias juntos , comemorou.
A funcionária Rose, da Casa Ronald
e também deixou seu depoimento. Fomos
ajudou e, ainda que a semana tenha sido
crianças, mães, voluntários e demais colabo-
convidar as crianças foi muito gratificante. Eu
canoagem e ninguém quis perder um remar e o vento no rosto. O clima também
memória dos cerca de 50 participantes entre
liza suas atividades regulares no clube Team
reiros para este dia especial. Ir à Casa Ronald
McDonald do ABC, foi uma das pessoas que
minuto sequer para sentir a liberdade de
fizeram a alegria da garotada e engrandece-
convidar pessoalmente os pequenos guer-
da manhã e brincadeiras no gramado. Em seguida, iniciaram-se as atividades de
oportunidade de sentir o vento não tem igual.
acompanharam as crianças na canoagem, felizes hoje porque o dia está maravilhoso,
o pessoal é de uma atenção ímpar e tudo foi muito favorecido para nós. As crianças estão
Brazil, na represa Guarapiranga, em São
agendar uma sua participação em atividades gratuitamente. Basta entrar em contato pelo e-mail contato@iffl.org.br e acertar uma data que esteja disponível. Pessoas
interessadas em participar como voluntárias
ou em colaborar de alguma outra forma podem usar o mesmo contato.
*Denis Borges é diretor do IFFL
revista incluir
93
Turismo
Região Sul
Por: Maira Isis Cardoso | Fotos: Jorge Pires/Divulgação
Foto: Glaucya Paul
Nesta edição, apresentamos um especial com os principais pontos turísticos acessíveis da região Sul do País 94
revista incluir
Por: Maira Isis Cardoso
Santa Catarina Em Florianópolis, capital de Santa CaFotos: Jorge Pires/Glaucya Paul
tarina, o visitante pode conhecer a primeira trilha ecológica totalmente acessível do estado. Inaugurada em março desse ano,
no Parque Córrego Grande, a trilha fica
em meio à mata nativa e foi pensada para atender a todos sem nenhuma restrição. O
roteiro conta com pavimentação ecológica que não utiliza cimento na construção.
Ao longo do percurso foi organizada
uma estrutura com corda-guia, placas com informações sobre a trilha e sobre as espécies nativas em braile, Libras,
português e em duas línguas estrangei-
adequar a trilha: Pesquisamos tudo o que
A obra, inaugurada pela prefeitura e pela
acessível a todos, e conseguimos. Acredito
ras, espanhol e inglês.
Fundação Municipal do Meio Ambiente de
Florianópolis (Floram), é resultado de uma
parceria público-privada. Empresas que se
preocupam com a acessibilidade entraram
uma trilha precisava para estar completa e
que seja a primeira trilha completa da região.
Durante a elaboração do projeto, não vimos nada igual em outro lugar.
Localizado em Joinville, o Museu
com material e mão de obra. As placas in-
Nacional de Imigração e Colonização é
ambiental, que é a obrigatoriedade do em-
a oferecer o recurso de áudio-guia para
dicativas são resultado de compensação preendedor em apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação.
O assessor técnico de gestão ambien-
tal da Floram, Gilberto Napoleão, explicou
um pouco sobre o processo de viabilização da trilha. Corremos atrás das parce-
conhecer
visitantes com deficiência visual. Desde
possível apreciar momentos de lazer em
2011, o museu vem recebendo investimentos para se tornar um espaço cada vez mais acessível, com o treinamento de profissionais.
Em busca do aprimoramento no aten-
rias para tirar a ideia do papel e como re-
dimento ao público com deficiência, a ci-
completamente acessível sem gerar gas-
da rede pública e demais profissionais de
sultado conseguimos construir essa trilha tos aos cofres públicos , garante.
Houve uma preparação e estudos para
Ainda em Joinville, o turista pode
o único museu da região Sul do Brasil
dade promove encontros de professores museus e espaços de memória para discutira acessibilidade.
o
Zoobotânico,
um
dos
principais parques da cidade, onde é meio à natureza. E, para garantir o acesso
de todos, o parque conta com passarelas de circulação largas, pavimentadas e
totalmente acessíveis, além de placas de orientação e sinalização em braile. Outras duas opções com área verde são o Parque
Morro do Finder e o Parque da Cidade, que possuem sinalização em braile e piso
tátil para deficientes visuais, bem como banheiros adaptados.
revista incluir
95
RIO
GRANDE
DO SUL Foto: Shutterstock
Em Gramado, cidade da Serra Gaúcha,
desde 2004 existe um evento cultural junto
ao Festival de Cinema, que tem por objetivo
estimular o movimento da campanha que
luta pelas legendas. Neste ano, o evento terá a apresentação de um filme nacional, com
legendas, que contará com audiodescrição para pessoas com deficiência. Além disso,
o auditório será aberto a todos e dispõe de adaptações como o piso tátil, intérprete de Libras e guias-intérpretes para surdocegos.
96
revista incluir
Foto: Destino Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu, localizado
apreciar as Cataratas do Iguaçu em sua to-
Instituto Chico Mendes de Conservação da
com vagas sinalizadas em estacionamento,
na cidade de Foz do Iguaçu, é dirigido pelo
Biodiversidade (ICMBio) e abriga o maior remanescente de floresta Atlântica (estacional semidecídua) da região Sul do Brasil.
O parque protege uma riquíssima bio-
diversidade, constituída por espécies representativas da fauna e flora brasileiras.
Unido pelo rio Iguaçu ao Parque Nacio-
nal Iguazú, na Argentina, o visitante pode
talidade. No parque há locais que contam
Foto: Elaine Mota
PARANÁ
rampas de acesso, escadas com corrimão, piso tátil e rebaixamento de balcões de
atendimento. Conta também com sanitários adaptados, símbolo internacional de acesso,
sinalização visual e tátil e alarme sonoro e visual de emergência, além de telefone adaptado e espaço reservado para pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.
revista incluir
97
CPB
ESTRUTURA E TECNOLOGIA PARA OS PARATLETAS Centro Paralímpico Brasileiro será um dos mais tecnológicos do mundo Por: Maira Isis Cardoso | Foto: Reprodução
pista de atletismo, paisagismo e recupera-
ção da nascente do Riacho do Ipiranga. Os ambientes restantes serão o centro administrativo, com escritórios e salas de reuniões,
além da área de apoio ao centro de treinamento, com lanchonetes e praças de integração dos ambientes.
Com inauguração prevista para o segun-
do semestre de 2015, o centro está sendo
construído através de uma parceria entre o
governo do Estado de São Paulo, por meio
da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e o governo Federal,
E
por meio do Ministério do Esporte. A inciativa conta ainda com apoio do Comitê Parastá sendo construído, em São
Paulo (SP), o Centro Paralímpico Brasileiro, que deverá ser
uma referência internacional em treinamento e avaliação para os paratletas.
O centro de treinamento, que está sen-
do construído no Parque Fontes do Ipiranga,
na zona Sul de São Paulo (SP), contará com uma área de 94 mil m², distribuída em uma área esportiva de treinamento indoor, com-
posta por quadras de voleibol sentado, basquete em cadeira de rodas, rugby em cadeira de rodas, goalball, tênis de mesa, bocha,
tatames de judô, de halterofilismo e esgrima. A ideia de construir esse centro surgiu
nas Paralimpíadas Escolares de 2010, com o
esporte como uma das principais ferramentas para inclusão.
O espaço ainda terá disponível um
centro aquático, com piscina olímpica
e semiolímpica, academia para apoio, condicionamento
físico
e
pista
de
treinamento. Há também um segundo
ambiente com uma área esportiva de
treinamento outdoor, que terá campo de futebol de sete, quadra oficial poliesportiva
(para jogos de futebol de cinco), quadras de tênis e de tênis em cadeira de rodas.
Já a área de apoio aos atletas e ao público
disponibilizará sanitários, vestiários, além de sala de estar e repouso para os atletas.
O espaço também possui um centro de
objetivo de atender, com excelência, os pa-
medicina e ciência da atividade física, com
vai de encontro à necessidade de utilizar o
como nutrição, além de exames de doping,
ratletas de todo o País. Além disso, o projeto
98
revista incluir
límpico Brasileiro.
consultórios para as diversas especialidades
CUSTO DA OBRA
Total do investimento:
R$ 264.700.000,00 (obras) +
R$ 24.000.000,00 (equipamentos) Financiamento do governo
Federal: R$ 145.000.000,00 (obras)
+ R$ 20.000.000,00 (equipamentos e materiais esportivos)
Financiamento do governo
Estadual: R$ 119.700.000,00 (obras) + R$ 4.000.000,00 (equipamentos)
revista incluir
99
vale ler
Vale Ler
Minha Criança é Diferente? Livro traz estratégias de melhores metodologias para pais e profissionais na hora do ensino Por: Fernanda Rodrigues | Foto: Reprodução
O
livro ‘Minha Criança é Diferente?’ contribui para orientar pais e profissionais a lidarem com algumas crenças, preconceitos, fases da vida e muitos outros fatores que são colocados como barreiras no cotidiano, quanto a uma intervenção de sucesso com uma criança com autismo. Todos somos diferentes na forma de pensar, agir e sentir, e no decorrer de nossas vidas enfrentamos as mais diversas situações, tanto com as crianças, com os pais e com os profissionais. Sendo assim, Nora Cavaco – doutora especialista em inúmeras áreas da Educação e da Psicologia, focando a sua investigação sobre o Autismo, Saúde e Psicologia – quis propor a ideia de mostrar estratégias de melhores metodologias para uma harmonia e sucesso para todas as crianças e intervenientes educativos. As páginas do livro trazem algumas questões como as necessidades educativas especiais: segregação, integração e inclusão, o espectro do autismo, como agir com a criança que tem autismo, estratégias e recursos para a intervenção de pais e professores, além de relatos de uma família.
100
revista incluir
MINHA CRIANÇA É DIFERENTE?
revista incluir
101
Vale Assistir
Um Momento Pode
Mudar Tudo Por: Fernanda Rodrigues | Fotos: Divulgação
O
filme conta a história de Kate (Hilary Swank), uma pianista clássica, sofisticada e bem-sucedida, recém-diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig. A doença de Kate começa a avançar e seu casamento com Evan (Josh Duhamel) passa por uma crise. Neste momento, sua amizade com a universitária Bec (Emmy Rossum) se fortalece, em uma história única e emocionante. Título: Um Momento Pode Mudar Tudo Ano: Gênero: Drama Duração: Direção: Elenco:
102
revista incluir
-
A falta de informação faz com que pensem que eles são incapazes E nós, viemos para provar o contrário!
Há 5 anos lutando pela inclusão
ASSINE revista incluir
www.revistaincluir.com.br
revista incluir
103
Vale Saber
ONU PREMIA BRASILEIRO Da redação | Foto: Arquivo pessoal/Shutterstock
Estudante criou óculos–guia para pessoas com deficiência visual
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revista incluir
O
estudante de ciências da
uma iniciativa ligada à Cúpula Mundial
armadilhas. Um equipamento como esse,
da Penha, de Recife (PE), é o
das Nações Unidas e já aconteceu em
do dia a dia, com certeza pode, no
computação Marcos Antônio
grande ganhador do Festival World Sum-
mit Youth Award 2015 (WSYA) com uma
invenção que pode revolucionar a mobilidade de pessoas com deficiência visual.
Batizado de PAW (Project Annuit Walk),
sobre a Sociedade da Informação (WSIS)
países como Tunísia, Estados Unidos, Canadá, México, Áustria e Sri Lanka. A próxima edição acontece em janeiro de 2016, em Singapura.
Todos os projetos vencedores estão
se aprimorado, aperfeiçoado à realidade futuro, ser muito útil , analisa o consultor
de tecnologia assistiva Alberto Pereira,
que tem deficiência visual. Também faz parte do mesmo projeto um aplicativo de celular que conversa com os óculos e
os óculos têm sensores que enviam uma
alinhados com critérios dos Objetivos do
visual, que pode, assim, identificar os obs-
pela ONU ‒ e divididos em seis categorias:
PAW uma grande questão de outras tec-
biente, saúde, mobilidade e acesso à infor-
lhos criados até hoje sempre chegaram
vibração para a pessoa com deficiência táculos. A ideia superou outras 2 mil iniciativas de todo o mundo.
Realizado pela primeira vez na Amé-
rica Latina, o WSYA transformou, por três dias, a capital paulista no centro
Milênio ‒ os desafios globais definidos
educação, igualdade de gênero, meio ammação. Só podem se inscrever projetos de empreendedores com menos de 30 anos.
Segundo o inventor pernambucano,
mundial de conteúdo digital com po-
a ideia do equipamento é complementar
ciais. Em sua sétima edição, o evento é
os espaços urbanos têm verdadeiras
tencial para solucionar problemas so-
o uso da bengala e do cão guia, pois
indica o melhor trajeto.
Marcos parece ter resolvido com o
nologias semelhantes: o preço. Os apare-
ao mercado com preços elevados, mas a
produção dos óculos brasileiros em escala industrial é bem mais barata. O protótipo mais simples que criamos custou em torno de 45 reais, e o mais sofisticado, 160 reais , conta Marcos Antônio.
O PRÊMIO Uma das principais frentes da rede World Summit Awards, o programa voltado para jovens,
WSYA, e concurso mundial de inovação para empreendedores sociais e digitais ligados à área de Tecnologia da informação e Comunicação. O objetivo é incentivar que jovens engajados propo-
nham soluções inovadoras para problemas globais relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas. O prêmio reconhece projetos com potencial de impacto em seis
diferentes categorias: luta contra a pobreza, fome e doença; educação para todos; empoderamento das mulheres; valorização da cultura local; meio ambiente e sustentabilidade; e busca da verdade.
PARTICIPANTES A iniciativa, promovida pelos Estados membros da ONU e pela UNESCO, conta com
o apoio de uma grande rede e constitui uma excelente oportunidade para a construção de networking, uma vez que estarão presentes no evento representantes de ONGs, as-
sociações humanitárias, empresas, ativistas sociais, organizações de jovens, instituições acadêmicas e governos.
revista incluir
105
Mercado
INSTABILIDADE DO DÓLAR INIBE O MERCADO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NO BRASIL Da redação | Fotos: Schutterstok
Com a desvalorização do real, recursos voltados a pessoas com deficiência podem ficar até 100% mais caros
106
revista incluir
A
moe-
gia e combustíveis, terão que enfrentar
os preços dos produtos de
livros digitais que atualmente custa cer-
supervalorização da americana
da
deve afetar
tecnologia assistiva comercializados no Brasil e pode pesar ainda mais no bolso
dos brasileiros com deficiência. Devido a maioria dos recursos serem fabricados no
exterior, os preços podem ficar até 100%
altas significativas como a do leitor de ca de 800 reais e pode chegar a 2 mil e 400 reais, e até nos itens de fabricação
nacional, pois são utilizados insumos importados.
Segundo dados do IBGE, existem
mais caros, prejudicando a inclusão des-
mais de 45 milhões de pessoas com
cação, trabalho, cultura e saúde.
deficiência visual. A instabilidade eco-
sas pessoas em diversas áreas, como eduOs artigos de tecnologia assistiva
vendidos no País já são extremamente
caros devido à carga tributária. Com a desvalorização do real, o acesso a esses
equipamentos ficará ainda mais difícil e
levará a uma retração no setor , comen-
nômica afeta de forma direta os brasileiros com deficiência que dependem
mais autônoma, digna e com mais qualidade , comenta Mortimer.
Atualmente, um dos poucos itens
ção Brasileira de Assistência à Pessoa
deficiência visual, por exemplo, é a má-
pessoas com deficiência, que já estão com o poder de compra menor devido
ao aumento das tarifas de água, ener-
do real, o acesso a esses
de tais recursos para terem uma vida
comercializados no Brasil acessíveis e
com Deficiência Visual. Isso porque as
assistiva vendidos no País
deficiência, sendo que 6,5 milhões têm
ta Robert Mortimer, especialista em tecnologia assistiva da Laramara ‒ Associa-
“Os artigos de tecnologia
Robert Mortimer
indispensáveis para as pessoas com quina braile, vendida pela Laramara por
2 mil e 500 reais e que também é distribuída gratuitamente, por meio de parceiras com empresas privadas.
A máquina braile é um dos poucos itens comercializados
no Brasil que é acessível e indispensável
revista incluir
107
A
Laramara
atuantes
é
uma
instituições
das
mais
especializadas
em deficiência visual e um centro de referência na América Latina no desenvolvimento e na pesquisa na área
da deficiência visual. Fundada em 1991, realiza atendimento especializado nas
áreas socioassistencial e socioeducativa
com ações complementares e atividades
Mobilidade.
Disponibiliza
recursos
humanos para apoio à inclusão social,
colabora para o aperfeiçoamento e a
capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para
todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais
produzidos
por
sua
equipe, como livros, manuais e DVDs.
A Laramara trouxe para o Brasil a
específicas essenciais à aprendizagem e
fabricação da máquina braile e da ben-
deficiência visual e com deficiências
cação e a autonomia da pessoa com
ao desenvolvimento das pessoas com
associadas. As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda
de atendimentos específicos de braile, Soroban, Desenvolvimento da Eficiência
Visual (Baixa Visão) e Orientação e
108
revista incluir
gala longa, indispensáveis para a edudeficiência visual. Buscando a inclusão profissional de jovens e adultos com
deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996 realizando atendimento a essa população.
revista incluir
109
Evento
AACD PROMOVE CONGRESSO
Internacional Da Redação | Foto: Divulgação
de profissionais do corpo clínico da AACD,
estão confirmadas as presenças dos médicos Thomas Dreher (Alemanha), Robert Palisano (Canadá), Camilo Turriago (Colombia), Clement Hamani (Canadá), e outros.
Entre os temas a serem discutidos es-
tão, por exemplo, as novas tecnologias aplicadas à reabilitação e os resultados em longo prazo da rizotomia dorsal seletiva, apresentada por Tom Novacheck,
do Gillette Children s Hospital, Saint Paul, EUA. No complexo hospitalar americano, a rizotomia é realizada como rotina no trata-
mento do paciente com paralisia cerebral
espástica, sendo um dos hospitais com maior experiência neste procedimento em nível mundial.
Outro ponto de destaque na pro-
gramação do congresso serão os temas
relacionados ao envelhecimento da população com deficiência física, que será
E
abordado por Robert Palisano, que aprem 2015, a AACD ‒ Associação
Norte, localizado na rua José Bernardo
ficiente completa 65 anos e
Com expectativa de reunir mil congres-
de Assistência à Criança De-
Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo.
sentará sua experiência com os sistemas
de avaliação e classificação da função motora em pacientes com paralisia cerebral.
Para completar a programação do
aproveitando esse momento histórico
sistas, o evento vem para tornar-se referên-
Congresso, a equipe multiprofissional
do, a Instituição promove, de 17 a 19 de
bilitação física e receberá especialistas em
profissionais, abordarão a experiência
e o conhecimento adquirido no períojulho, um Congresso Internacional, no
Centro de Convenções do Expo Center
110
revista incluir
cia mundial em encontros na área de reaortopedia, fisiatria, terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. Além
da AACD que conta com dezenas de
adquirida pela Instituição no tratamento da deficiência física ao longo dos
65 anos de história, além de comparti-
lharem informações sobre os recentes avanços e tendências futuras nesta área de atuação.
palestrante de altíssima o Congresso Internacional da
temas inovadores tornando-
Dra. Alice Rosa
Será apresentado também estudo ex-
clusivo sobre a Lokomat, moderno equi-
pamento de auxílio à marcha, utilizado na reabilitação de pessoas com o mínimo de potencial para andar, que foi trazido para o Brasil de forma pioneira pela AACD.
Com um corpo clínico palestrante
de altíssima qualidade em nível mundial,
o Congresso Internacional da AACD promete oferecer uma troca de experiências com temas inovadores tornando-se
futuramente uma agenda anual indispensável para profissionais que atuam
nessa área , afirma a Superintendente de Reabilitação, Dra. Alice Rosa.
Especialistas Tom Novacheck, especialista ameri-
cano em ortopedia pediátrica e diretor
abordagens sobre osteotomia peri-ace-
mais tradicionais hospitais para crian-
-musculares e técnicas cirúrgicas para a
médico do Gillette Children s ̶ um dos
ças com deficiência do mundo ̶ está confirmado para o congresso.
Especialista no tratamento da paralisia
cerebral, escoliose e outras condições ortopédicas complexas em crianças e adolescentes, Novacheck vai ministrar diversas
palestras em diferentes módulos, sobre te-
das que podem ser realizadas até dia 16 de julho pelo site:
www.aacd.org.br/congresso.
tabular da pelve em doenças neuro-
correção da disfunção de braço de alavanca na paralisia cerebral. O congresso
contará com cerca de 50 grandes nomes da medicina mundial e profissionais altamente qualificados do corpo clinico da AACD.
Entre os temas a serem discutidos
mas como os resultados da rizotomia dorsal
estão assuntos relacionados ao enve-
hospitalar americano, a rizotomia é realiza-
ciência física, que será abordado por
seletiva na paralisia cerebral. No complexo O Congresso tem inscrições limita-
Além deste assunto, Novacheck fará
da como rotina no tratamento do paciente com paralisia cerebral espástica, sendo um
dos hospitais com maior experiência neste procedimento em nível mundial.
lhecimento da população com defiRobert Palisano, que apresentará sua
experiência com os sistemas de avaliação e classificação da função motora em pacientes com paralisia cerebral.
revista incluir
111
Notas
Notas uma coluna da #RevistaIncluir no jornal Diário de São Paulo, um dos mais vendidos em
www.revistaincluir.com.br facebook.com/revistaincluir
Programa de qualificação
Minuano, empresa responsável pela revista Incluir, e o grupo Diário de São Paulo integrarem o mesmo grupo editorial.
Além da coluna, publicada sempre às
quartas-feiras, o jornal traz ainda diversos
um canal de comunicação da Incluir com um
público cada vez mais exigente. Por isso, nossa coluna traz conteúdo especializado sobre
o tema, de forma simples e objetiva, levando a informação a todos os cantos do Estado de São Paulo , explica a Julliana.
Outros conteúdos sobre inclusão
Alunos da6ª turma do programa de qualificação O surfista Pauê lança portal para divulgar documentário
Virada Cultural terá atrações com acessibilidade
Serasa
Mais uma vez a Virada Cultural terá atrações com recursos de acessibilidade para garantir o direito de acesso à cultura a todas as pessoas. Em 2013, um dos maiores festivais de cultura na rua de todo o mundo contou com três atrações acessíveis. Em 2014, este número passou para 13 apresentações. Já em 2015, a Virada Cultural terá mais de 40 atrações espalhadas por toda a cidade com recursos de audiodescrição e interpretação em Libras para pessoas com deficiência auditiva e visual usufruirem da programação, que você confere em nosso site: www.revistaincluir.com.br.
A parceria entre a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) e a Rede Empresarial de Inclusão Social, da qual a Serasa Experian faz parte, resultou no lançamento do manual para médicos do trabalho. Idealizado com o objetivo de ampliar o grau de empregabilidade das pessoas com deficiência no Brasil, o manual tem um capítulo com perguntas e respostas, com questões legais sobre o tema. O trabalho de 88 páginas e pode ser baixado diretamente do site da ANAMT: www.redeempresarialdeinclusao.com.br
Prêmio Helen Keller A American Foundation for the Blind (Fundação Americana para os Cegos) entrega hoje, em Nova Iorque, o prêmio Helen Keller, que vai homenagear ações que melhoram a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual. Entre os quatro homenageados estão o ator Charlie Cox, que dá vida ao protagonista cego da série O Demolidor; o músico Ward Marston; a empresa Vanda Pharmaceuticals, O ator britânico Charlie responsável pelo tratamento Cox, que interpreta o pioneiro de um distúrbio do ritmo circadiano; e a Apple pelo VoiceOver. Demolidor
Estatuto da Pessoa com Deficiência O Plenário do Senado aprovou, na última semana, o projeto de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) criando a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Como já passou pela Câmara, a proposta segue agora para sanção presidencial. Conhecido como Estatuto da Pessoa com Deficiência, o projeto teve como relator o senador Romário (PSB-RJ). A proposta prevê uma série de direitos às pessoas com deficiência, como o auxílio-inclusão, o uso do FGTS para a aquisição de órteses e próteses, além da criação do Cadastro Nacional de Inclusão.
em sala de aula, e também fora dela.
Por isso, a Mundo da Inclusão traz um
A trajetória de vida e esportiva de Paulo Eduardo Chieffi Aagaard, mais conhecido como Pauê, foi divulgada através do documentário ‘Pauê – O Passo de Um Vencedor’. Agora, o novo projeto do surfista biamputado e campeão de triathlon é disponibilizar o longa pela Internet. Com isso, Pauê lançou um portal, onde além de assistir ao filme online, também é possível saber mais sobre o atleta. http://www.opassodeumvencedor.com.br/
SP ganha guia cultural inclusivo Divulgação
conteúdos sobre o segmento. Este é mais
meios para trabalhar com estes alunos
Pauê – O Passo de Um Vencedor
Estão abertas as inscrições para o Programa Qualificar para Incluir, que oferece formação em Tecnologia da Informação e Comunicação para pessoas com deficiência. Idealizado pelo CPqD em parceria com a SQi, o programa acontece em Campinas (SP). O curso é totalmente gratuito e oferece aos participantes transporte, material didático e equipamentos. Os interessados precisam ter, no mínimo, 17 anos, também é necessário comprovar a deficiência. Os currículos dos participantes serão encaminhados para as empresas patrocinadoras do programa. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (19) 3705-4225. As inscrições podem ser feitas no site: www.programapqi.com.
Ampliar o acesso e a inclusão à cultura de mais de 2,7 milhões de paulistanos com deficiência é o principal objetivo da segunda edição do Guia de Acessibilidade Cultural da Cidade de São Paulo. Iniciativa do Instituto Mara Gabrilli, o guia lista 252 teatros, museus, cinemas, entre outros equipamentos culturais, preparados para receber pessoas com deficiência. Com versões impressas e on-line (www.acessibilidadecultural.com.br), o guia traz informações específicas por tipo de deficiência, e itens gerais de acessibilidade como estacionamento com vagas reservadas, disponibilidade de cadeiras de rodas, entre outros.
dagoga especializada no tema, a revista inova ao oferecer, de forma simples,
caderno de atividades e matérias gerais sobre comportamento e meios para desenvolver uma rotina com estes alunos, Divulgação/Pauê
de 2014, poucos meses após a Editora
Produzida com o apoio de uma pe-
www.revistaincluir.com.br
abordar temas relacionados às deficiências.
A parceria aconteceu no mês de agosto
alunos com deficiência.
revistaincluir
revistaincluir
único que traz uma coluna fixa e semanal para
suas matérias voltadas ao atendimento de
DIÁRIO DE S. PAULO - QUARTA-FEIRA / 24 DE DEZEMBRO DE
Divulgação
todo o Estado e que agora se destaca por ser o
cação, sendo a única revista com 100% de
que antes de mais nada, são crianças e gostam de brincar e se divertir.
Vale lembrar ainda que, além de
ser a única revista com conteúdo
segmentado sobre educação inclusiva, Mundo da Inclusão é a primeira revista
do segmento a trazer chamadas de capa em braile, com um código para que os
leitores com deficiência visual possam acessar seu conteúdo, na íntegra, no
portal www.mundodainclusao.com.br, onde também é possível acompanhar
as principais notícias sobre educação. n
Doação de material O Instituto Gabi, ONG que atende cerca de 60 crianças e adolescentes com deficiência, aceita doação de materiais escolares, como lápis de cor, canetas, giz de cera, tinta, livros didáticos, papéis, CDs e DVDs, entre outros. Os interessados podem levar suas doacões na sede da ONG, que fica na Rua Gustavo da Silveira, 128, na Vila Santa Catarina, zona sul da capital. Outras informações sobre como doar podem ser obtidas pelo e-mail: contatos@gmail. com ou por telefone: (11) 5564-7709.
Ano 3 - nº 44
R$ 7,90
€ 3,70
MAI/JUN 2015 44
passado, nossa editora Julliana Reis assina
traz um conteúdo especializado em edu-
ISSN: 2238-9784
Para quem ainda não sabe, desde o ano
Mundo da Inclusão, da Editora Minuano,
9 772316 338009
DIÁRIO DE SÃO PAULO
Idealizada com o objetivo de ser uma
publicação voltada ao educador, a revista
também podem ser acompanhados diariamente no site e nas re-
des sociais da revista. Basta acessar:
Se você ainda não conhece a publica-
www.revistaincluir.com.br e tam-
ção, fica aqui nosso convite para acessar
book e nos seguir no Twitter e no
@revistamundodainclusao e nos seguir no
bém curtir nossa página no FaceInstagram: @revistaincluir.
112
revista incluir
nosso site, curtir nossa página no Facebook: twitter: @mundodainclusao.
Educação
Plano de aulas
Educação física
As novas diretrizes e as principais ações inclusivas do novo ministro apresentadas ao MEC
Oito planejamentos usando livros, culinária e filme para ter aulas mais educativas e divertidas
Sugestões práticas para integrar os alunos comdae inclusão sem deficiências 1 mundo nas atividades esportivas
www.edminuano.com.br
COLUNA INCLUIR NO
7
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
OPORTUNIDADES
ESPECIAIS Idealizado para oferecer um serviço de
recolocação de pessoas com deficiência
no mercado de trabalho, o Oportunidades Especiais desenvolve um projeto muito
estande do projeto, e ainda estão programadas outras 12 ações, que serão realizadas (confira a programação ao lado).
O projeto existe há cinco anos e todo
bacana, com uma equipe que percorre
o atendimento é gratuito. Os interessados
tes profissionais.
site: www.oportunidadesespeciais.com.br,
todo o País para cadastrar o currículo des-
Neste ano, três cidades já receberam o
também podem cadastrar seu currículo no caso o projeto ainda não visite sua cidade!
Programação:
11 a 26/7, no ABC Paulista (SP); 27/7
a 11/8, em Recife (PE); 1º a 16/8, em
Campinas (SP); 8 a 23/8, no Rio de Janeiro; 15 a 30/8, em Salvador (BA); 24/8 a
8/9, em Curitiba (PR); 5 a 20/9, em São
Paulo (SP); 12 a 27/9, em Vitória (ES);
26/9 a 11/10, em Porto Alegre (RS); 3 a 18/10, em São José Dos Campos (SP); 7/10 a 1º/11, em Contagem (MG); 7 a
22/11, em Niterói (RJ); 14 a 29/11, em Barueri e Osasco (SP).
revista incluir
113
Special Olympics
JOGOS MUNDIAIS DE VERÃO Da redação | Fotos: Cory Hansen/Shutterstock
E
ntre os dias 25 de julho e 2 de agos-
Um movimento global que li-
berta o espírito humano por meio A cerimônia de abertura, que será realiza-
to, acontecem os Jogos Mundiais
da 25 de julho, na histórica Los Angeles Me-
siderado o maior evento esportivo e humani-
de 1932 e 1984, deverá atrair 80 mil espec-
de Verão da Special Olympics, con-
tário do mundo.
Os jogos devem atrair cerca de 500 mil
morial Coliseum, local dos Jogos Olímpicos tadores.
O evento contará com as presenças
expectadores a Los Angeles, na Califórnia
ilustres do presidente Barack Obama e a
mil treinadores, vindos de 177 países.
vernador da Califórnia, Jerry Brown.
(EUA), que vão prestigiar os 7 mil atletas e 3
Ao todo, 30 mil voluntários vão participar
primeira-dama Michelle Obama e do go-
Entre outros destaques, a cerimônia
do maior evento realizado em Los Angeles
de abertura contará com diversos shows
As disputas serão concentradas em 26
Debbie Allen, vencedor do Emmy Award,
desde os Jogos Olímpicos de 1984.
modalidades esportivas: atletismo, badminton, basquete, bocha, boliche, caiaque,
ciclismo, esportes aquáticos, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica, golf, handbol,
hipismo, judô, levantamento de peso, meia-maratona, natação em águas abertas, patinação, softbol, tênis, tênis de mesa, triatlon, vela náutica, vôlei de praia e voleibol.
114
revista incluir
SPECIAL OLYMPICS
de artistas renomados e terá direção de e produção da FiveCurrents. Artistas
como Stevie Wonder, Avril Lavigne, Jimmy Kimmel, Eva Longoria e Lauren
Potter (uma das atrizes mais populares com uma deficiência intelectual), já confirmaram presença no evento.
A cobertura completa do evento você
confere no site da #RevistaIncluir.
do esporte, a Special Olympics
atua na capacitação esportiva de pessoas com deficiência intelec-
tual, além de oferecer suporte em diversos atendimentos nas áreas
social, educacional e de saúde de seus atletas. Para isso, conta com uma legião de voluntários que trabalham para atender às princi-
pais necessidades destes atletas. Fundada em 1968, por Eunice Kennedy Shriver, o movimento
cresceu para mais de 4,4 milhões de atletas em 170 países. Com o apoio de mais de 1,3 milhões de treinadores e voluntários, a Spe-
cial Olympics oferece 32 esportes
de tipo Olímpico e mais de 81 mil jogos e competições durante todo o ano.
5
revista incluir
JUSTICE LEAGUE: TM & © DC Comics. THE LOONEY TUNES SHOW: TM & © Warner Bros. Entertainment Inc. JUSTICE LEAGUE: TM & © DC Comics. THE LOONEY TUNES SHOW: TM & © Warner Bros. Entertainment Inc. JUSTICE LEAGUE: TM & © DC Comics. THE LOONEY TUNES SHOW: TM & © Warner Bros. Entertainment Inc.
(s15) (s15) (s15)
A Honda oferece o programa Honda Conduz, que conta com concessionárias e equipes de venda preparadas para atender clientes especiais, com agilidade no atendimento, rapidez na entrega, além de garantir total conveniência e tranquilidade na hora de adquirir e conduzir o Novo Honda até sua garagem.
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