INFORME PUBLICITÁRIO AEROPORTOS
PRONTO PARA DECOLAR Gestão mais eficiente e novas oportunidades de negócios. Investimentos públicos e privados da ordem de 60 bilhões de reais prometem mudar a cara do setor aéreo no país
INFORME PUBLICITÁRIO
SHUTTERSTOCK
AEROPORTOS
Avião não é mais transporte de elite: investimentos públicos e privados prometem dinamizar toda a economia
MUITO ALÉM DO AVIÃO
PRIVATIZAÇÕES E REFORMAS DE PEQUENOS AEROPORTOS VÃO INJETAR MAIS DE 60 BILHÕES DE REAIS NO SETOR, CRIANDO NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
P
oucos setores da economia refletem tão
média verificada cinco anos atrás. Para efeito de
bem a melhora do padrão de vida de
comparação, apenas um em cada cinco chineses
uma população quanto o de aviação.
e um em cada vinte indianos fizeram o mesmo. O
Com mais dinheiro no bolso, o consumidor não
número também revela o potencial de crescimento
hesita em trocar exaustivas viagens por terra
da aviação do Brasil em relação a economias
pela rapidez do transporte aéreo – sobretudo se
maduras como Estados Unidos, Canadá e
o país conta com dimensões continentais como
Austrália, que contam com uma malha aérea
o Brasil. Puxados pela nova classe média e seu
muito maior e mais sofisticada e registram mais
crescente poder de compra, os brasileiros voaram
de duas viagens anuais por habitante. Tudo indica
mais do que nunca em 2012 – a despeito das
que o contingente de viajantes seguirá crescendo
constantes filas nos guichês dos aeroportos e
nos próximos anos – graças, em grande parte,
dos insistentes atrasos e cancelamentos de voos.
a uma benéfica combinação de fatores como
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação
há muito não se via por aqui: aumento de renda
Civil (Anac) e da consultoria Lunica, só no ano
da população, queda nos preços das passagens
passado um em cada dois brasileiros fez ao menos
pela competição e uma quantidade cada vez
uma viagem de avião dentro do país, o dobro da
maior de aeronaves disponíveis. “O avião deixou
de ser um meio de transporte de elite no Brasil”, diz Guilherme Ramalho, secretário executivo da Secretaria de Aviação Civil (SAC). “Nosso principal
O NOVO MAPA DA AVIAÇÃO NO BRASIL Além da privatização de cinco aeroportos, 270 terminais regionais serão reformados, a maior parte nas regiões Norte e Nordeste
desafio agora é dar conta da demanda.” Não são somente as companhias aéreas que devem se beneficiar com esse novo mercado. A expectativa de analistas e investidores é que sur-
AEROPORTOS TRANSFERIDOS PARA A INICIATIVA PRIVADA RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO
MINAS GERAIS
BRASÍLIA
Confins*
JK
jam, nos próximos meses, oportunidades de negócios em áreas tão distintas como alimentação, ho-
Galeão*
Viracopos Guarulhos
telaria, indústria farmacêutica e, claro, transportes. A principal razão para tamanho otimismo está nas recentes mudanças no setor de aviação anuncia-
*Leilão previsto para setembro de 2012
TOTAL DE AEROPORTOS REGIONAIS REFORMADOS POR REGIÃO
das pelo governo brasileiro. Diante da possibilidade NORTE
de enfrentar um apagão aéreo durante eventos
67
internacionais, como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, a
NORDESTE
presidente Dilma Rousseff tem privatizado alguns
64
dos principais aeroportos do país desde o início do ano passado – o valor total arrecadado com os leilões deve chegar a algo em torno de 36 bilhões de reais. As concessionárias prometem melhorias nos serviços, compra de equipamentos e investimentos na infraestrutura desses locais. Além disso, o governo vai investir mais de 7 bilhões de reais na reforma de outros 270 terminais regionais já a partir deste ano, 131 deles só nas regiões Norte e Nordeste. Somados, os investimentos públicos e privados no setor aéreo devem superar os 60 bilhões de reais. Só este ano, os aeroportos de
CENTROOESTE
31
SUDESTE
65
Confins, em Minas Gerais, e Galeão, no Rio, devem passar para a iniciativa privada, seguindo o exemplo do que aconteceu com Viracopos e Guarulhos, em São Paulo, e o aeroporto de Brasília. “A Copa e a Olimpíada são questões pontuais”, diz Ramalho. “Os efeitos dessa transformação vão muito além desses dois eventos. Eles estão relacionados ao crescimento da nossa infraestrutura.”
AEROPORTO OU SHOPPING CENTER? A exemplo do que acontece em outros países, a tendência é que os aeroportos brasileiros passem a oferecer mais do que o simples transporte de passageiros. Está em estudo a criação de espaços para feiras e exposições, além de locais
SUL
43
60
Fontes: SAC e Anac
bilhões de reais serão investidos em melhorias nos serviços, compra de equipamentos e investimentos na infraestrutura dos terminais de passageiros
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A ORDEM É VIAJAR Em 2012, viajou-se mais de avião no Brasil que nos demais países emergentes – e o dobro do verificado há cinco anos
VOOS DOMÉSTICOS NO BRASIL PER CAPITA
0,38 0,28
0,43
VOOS DOMÉSTICOS EM OUTROS PAÍSES 0,46*
PER CAPITA
0,46*
0,33
0,31
0,23
0,22 0,05
2008
2009
2010
2011
2012
BRASIL COLÔMBIA PERU CHINA
ÍNDIA
* Estimativa Fontes: Lunica, Anac e FMI
que abrigarão redes de supermercados e outros
duções nos impostos”, diz o consultor Nelson Riet,
centros de compras, postos de combustível e
especialista em aviação. Os recentes anúncios
redes de hotéis. Em outras palavras, eles terão
de investimentos em portos, rodovias e ferrovias,
uma estrutura semelhante à de um shopping
somados ao setor aéreo, devem criar novos
center. “Os terminais tendem a se transformar
centros integrados de distribuição, permitindo que
em grandes centros comerciais, e não apenas de
as cargas circulem de forma mais eficiente. Para
embarque e desembarque de passageiros”, diz o
garantir que os aeroportos com movimentação
consultor Lucas Arruda, especializado em aviação.
anual inferior a 1 milhão de passageiros não caiam
“Isso cria um leque de oportunidades de negócios
no esquecimento, o governo pretende reembolsar
para empresas de outros setores.” O aeroporto de
100% das tarifas pagas pelas empresas aéreas
Amsterdã, na Holanda, é um dos pioneiros nesse
que operarem nesses terminais. Além disso, nas
tipo de projeto. Sua estrutura abriga um complexo
rotas que ligam cidades de pequeno e médio
que inclui supermercados, filiais de redes inter-
porte às capitais, as passagens serão subsidiadas
nacionais de hotelaria e uma área com árvores,
para estimular a oferta de voos.
iluminação especial e sons que imitam o canto
Nesse novo cenário do setor aéreo, o governo
dos pássaros, simulando um parque. Na mesma
deverá assumir um papel muito mais de consultoria
linha, o Charles de Gaulle, na França, inaugurou
do que de gestão. Em dezembro, foi anunciada a
em janeiro deste ano um museu para expor tem-
criação da Infraero Serviços, uma subsidiária da
porariamente as esculturas de Auguste Rodin. Para a maior parte das empresas, dentro ou fora do setor de aviação, a melhoria da infraestrutura dos aeroportos pode ainda se traduzir em vantagens tributárias. Isso porque, com mais terminais funcionando regularmente, será possível pleitear descontos fiscais junto a municípios localizados fora dos grandes centros urbanos. “As companhias poderão escolher outras cidades para instalar suas sedes e, com isso, conseguir re-
“Os terminais tendem a se transformar em
grandes centros comerciais, e não
apenas de embarque e desembarque de passageiros”
Lucas Arruda, consultor
estatal Infraero que deverá auxiliar na prestação de serviços aos aeroportos e prefeituras contempladas pelos novos terminais regionais. A empresa está à procura de um sócio estrangeiro para ajudar na operação. “A Infraero Serviços não será um cabide de empregos”, diz Ramalho, da Secretaria de Aviação Civil. “Vamos utilizar a mesma mão de obra da Infraero.” Se tudo sair como planejado, o Brasil pode estar diante de uma rodada de investimentos sem precedentes na história do setor.