ao volante

MAZDA 3 2.0 e-SKYACTIV-G

SIMPLES E DIRETO

A Mazda tem evitado a opção da moda e aposta numa eletri cação leve mas e ciente, com a nova evolução do motor semi-híbrido e-Skyactiv-G, bem poupado no uso da gasolina ao mesmo tempo que sobe para os 150 cv e que chega acompanhado da interessante série especial Homura.

Aatual geração do Mazda 3 tinha chegado ao mercado nacional numa fase em que a palavra “híbrido” era mencionada constantemente pela concorrência. Para a marca japonesa, esse tipo de tecnologia não era a forma mais e ciente de reduzir o seu impacto ambiental, e os seus motores com a tecnologia Skyactiv têm-no demonstrado desde então. Agora, é hora de melhorar essa tecnologia, continuando a dar vida aos motores a gasolina, de uma forma que quase faz concorrência aos baixos consumos dos motores diesel, e com emissões de CO2 reduzidas.

O motor Skactiv-G chama-se agora e-Skyactiv-G, e como é óbvio pelo nome passa a integrar de pleno direito a família eletri cada, com a nova bateria de 24 volts e um sistema de recuperação de energia ativado por corrente que revela ser um pouco mais e ciente do que quando o carro japonês chegou pela primeira vez ao mercado. Isto permite ao motor de 2 litros voltar novamente aos 150 cv de potência (o modelo de base, também eletri cado, tem 122 cv), ao mesmo tempo que vê os consumos carem mais e cientes. É aqui que importa salientar o quanto a Mazda conseguiu evoluir um motor atmosférico a gasolina com 2000 cc de cilindrada, contrariando todas as tendências da indústria: com um consumo médio anunciado de 5,6 litros aos 100 km, o motor eletri cado de 150 cv acaba por passar pouco dos 6 litros em condições reais de utilização, um valor que antes só era possível atingir com um diesel, e que é também o mesmo valor que atingimos da última vez com o anterior motor de 122 cv, ou seja, os 28 cv a mais não prejudicam a sua e ciência.

A eletri cação ligeira fez bem ao Skyactiv-G, e não só nos consumos. Este não é o motor mais potente da gama (o e-Skyactiv-X debita 186 cv), o que se nota na altura de fazer acelerações, mas o que importa é que é possível controlar facilmente os consumos com recurso constante a levantar o pé do acelerador, modo pelo qual é possível recuperar energia constantemente para auxiliar nas acelerações e nas recuperações. Quase dá para sentir só pelo barulho do motor e pelo movimento do carro que o motor podia estar a fazer mais rotações, em certas circunstâncias, e que estamos mesmo a tirar partido da energia adicional. Mas também é possível veri car no ecrã da consola central o uxo de energia entre rodas, bateria de 24 volts e motor a gasolina, e quanta energia está acumulada na bateria em qualquer instante.

A IMPORTÂNCIA DO VISUAL

Para celebrar esta evolução tecnológica, a Mazda também passou a disponibilizar a série especial Homura. Este nível de equipamento especial destaca-se visualmente das variantes habituais Evolve e Excellence, adotando novas jantes e uma nova pintura dos espelhos retrovisores. No

interior, os estofos continuam a ser em tecido preto, mas agora ganham costuras em vermelho, reforçando a imagem desportiva do Mazda 3. O equipamento de segurança e de conectividade é o mesmo dos outros modelos, tendo recebido uma nova geração do aplicativo de smartphone MyMazda, que pode ser descarregado sem custos adicionais das app stores da Google e Apple. A outra novidade é que o Homura oferece novos sensores de estacionamento à frente e atrás de série, algo que antes só estava disponível no mais dispendioso nível Excellence.

No habitáculo, o Mazda 3 mantém um bom nível de habitabilidade e conforto nos lugares dianteiros, graças à preocupação da marca japonesa com o design e com a integração entre condutor e máquina, presente não só nas formas fluidas do tablier e consola central, mas também no acesso aos comandos do ecrã tátil. Apesar da longa distância entre eixos, que no seu lançamento era a maior do segmento, os passageiros dos lugares traseiros têm à sua disposição um nível de conforto apenas suficiente para os adultos, com um acesso ligeiramente apertado nas portas traseiras. O Mazda 3 é um carro pensado para ser usado primariamente por quem gosta de conduzir, mas para quem tem uma família com filhos pequenos aí o aproveitamento do espaço interior já será mais satisfatório. A bagageira é uma área que ainda precisa de melhoramentos, ficando ligeiramente abaixo da média do segmento.

Tradicionalmente, a Mazda tem demonstrado sempre uma preocupação com o prazer de condução do seu modelo médio, e o Mazda 3 mantém um comportamento interessante em curva. Graças a um peso leve, demonstra um bom nível de agilidade nas curvas, e só a tentar atingir os limites é que o eixo de torção na traseira o impede de chegar à aderência e à estabilidade que esperamos de um verdadeiro modelo desportivo. Se optar por um ritmo de condução mais comedido (vale sempre a pena lembrar que o motor e-Skyactiv-G é capaz de consumos bem reduzidos para um motor a gasolina de 150 cv, e não é preciso estar sempre a acelerar a fundo), o Mazda 3 proporciona uma viagem confortável o suficiente para a família.

Contando agora com 150 cv e com o nível de equipamento Homura, o Mazda 3 continua a provar que ainda é possível proteger o ambiente com um motor atmosférico a gasolina, que antes seria chamado “de alta cilindrada”, e que é preferível reduzir o impacto ambiental logo a partir da produção, mesmo usando combustíveis fósseis, por custos bem mais acessíveis do que com certos automóveis com um nível mais elevado de eletrificação. l

FICHA TÉCNICA

Motor

Bateria Potência Binário

4 cilindros, 1998 cc, 16 v., inj. direta 24 V e gerador por correia 150 cv/6000 rpm 213 Nm/4000 rpm

Tração

dianteira, caixa manual de 6 vel. Suspensão McPherson à frente, barra de torção atrás Comprimento 4460 mm Largura 1795 mm Altura 1435 mm Bagageira 334 litros Peso 1305 kg Consumo 5,6 l/100 km (testado: 6,2 l/100 km) Acel. 0-100 km/h 9,1 segundos Emissões CO2 128 g/km

PREÇO

34.123€ (série especial Homura) (gama Mazda 3 2.0 e-Skyactiv-G desde 31.904€)