razão
#8 06 2009
emoção prazer
devaneio
CAROL DA RIVA
Sofisticação é isso
CAROL DA RIVA
Design contempor창neo
CAROL DA RIVA
Precis達o e delicadeza
expediente Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Land Rover, Porsche, Toyota e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobike.com.br www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br Editorial: Heloisa C. M. Vasconcellos, Eduardo R. da C. Rocha Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Patricia Miller Comercial: Alexandra E. Henriquez Preparação e revisão: Rosemary Lima Produção: blue media Tiragem desta edição: 10.000 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
colaboradores
Carol da Riva, Daniel Piza, Eduardo Petta, Kriz Knack, Lalo de Almeida, Marisa Cauduro, Maura Campanili, Percy Faro e Sérgio Chvaicer Foto da capa: Sérgio Chvaicer
www.bluemediagroup.com.br 6 . Eurobike magazine
carta do editor
Caro leitor, É com imensa satisfação que fazemos chegar até você a oitava edição da Eurobike magazine, que completa dois anos neste mês. Muita coisa aconteceu na economia do mundo, principalmente no mercado automotivo, mas aqui estamos, renovando nosso compromisso de continuar investindo para oferecer uma gama cada vez maior de produtos e serviços aos nossos clientes. Prova disso é a inauguração da Eurobike Special, em São Paulo, para atender à demanda de seminovos e de marcas de luxo que não têm importador oficial no Brasil. Neste número compartilhamos com nossos leitores a visão de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, sobre agronegócio e sustentabilidade. Vale a pena prestar atenção. Degustamos cervejas artesanais produzidas em Ribeirão Preto, terra querida, para constatar, com a ajuda de Cilene Saorin – mestre cervejeira e beer sommelier –, que o Brasil sabe fazer cerveja premium! Para deleite dos loucos por BMW, apresentamos o novo Série 7 pelas lentes de Sergio Chvaicer. É tão sofisticado que qualquer comentário soa como redundância. Veja lá. E o novo Audi Q7 enfrentou bravamente as trilhas da Serra da Bocaina, esteve em lugares a que poucos têm acesso, para mostrar que ainda temos alguns pedaços de paraíso na Terra. Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br
Eurobike magazine . 7
#8 06 2009
12. razĂŁo 14. AgronegĂłcio
com sustentabilidade: pode, sim!
24. EspecialĂssimos
8 . Eurobike magazine
26. emoção 28. BMW Série 7 38. Luxo e esportividade 40. Passageiros da emoção
44. prazer 46. Cervejas feitas à mão
60. devaneio 63. Sem palavras na Bocaina
Eurobike magazine . 9
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12 . Eurobike magazine
razĂŁo
Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento Meta do milĂŞnio nÂş 8
Eurobike magazine . 13
raz達o
14 . Eurobike magazine
Agronegócio com sustentabilidade: pode, sim! Um dos maiores nomes do agronegócio do país, Roberto Rodrigues mostra que é possível – e necessário – conciliar as duas coisas sem perder lucratividade POR MAURA CAMPANILI | FOTOS MARISA CAUDURO
Líder empresarial do setor agrícola, que
Em sua agenda apertada, que inclui a parti-
Fazenda Santa Izabel, onde adora passear
já foi secretário de Estado e ministro da
cipação em dezenas de entidades, como a
pela floresta de 400 mil árvores nativas que
Agricultura, Roberto Rodrigues gosta
presidência do Conselho Superior de Agro-
plantou e curtir seus 11 cachorros fox pau-
mesmo é de ensinar. Por conta disso,
negócio da Federação das Indústrias do Es-
listinhas.
não abre mão das aulas na Universidade
tado de São Paulo (Fiesp), porém, há sempre
Estadual de São Paulo (Unesp) de Jabo-
espaço para ouvir música e cantar, seu gran-
ticabal e de estar à frente do Centro de
de hobby, e para conviver com a família na
Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, que ajudou a criar em 2006.
Eurobike magazine . 15
razão
Foi na Santa Izabel, aliás, que Roberto
Foi de seu pai que Roberto herdou a vo-
começou a colocar em prática sua visão
cação para atividades públicas.
de gestão no agronegócio, voltada para
mas também um pouco de sorte. “Naquela época, 95% da fazenda era
o cooperativismo e a sustentabilidade,
“Quando fui trabalhar na fazenda, em
cultivada com uma única variedade de
que o levou à liderança no setor. Locali-
1966, logo depois de terminar a facul-
cana, a Co 419, e acreditava que era
zada em Jaboticabal, no interior de São
dade de engenharia agrônoma, estava
preciso diversificar. Logo no meu pri-
Paulo, a Santa Izabel é propriedade da
cheio de ideias, queria preparar a fa-
meiro mês de trabalho, percorri várias
família Rodrigues desde a década de
zenda para o futuro com base em um
estações experimentais no Brasil para
1940, quando foi comprada por seu
tripé: recursos humanos, tecnologia e
procurar variedades promissoras, mas
pai Antonio José, mais tarde prefeito da
ecologia, que naquele tempo nem esse
as mudas que consegui eram velhas e
cidade de Guariba, secretário de Agri-
nome tinha”, conta. A implantação des-
não deram resultado imediato. No en-
cultura e vice-governador de São Paulo.
sas inovações contou com dedicação,
tanto, no final daquele ano, a Co 419 foi
16 . Eurobike magazine
nativas, então utilizadas na recuperação de
Lula com a promessa de que teria autono-
todas as nascentes e beiras de rios da Santa
mia para formar sua equipe, trabalhou pelas
Izabel, que hoje conta com uma floresta de
leis de biotecnologia, de produtos orgânicos,
35 anos. “Essa medida repercutiu muito na
pelo seguro rural, regulamentou a defesa sa-
minha carreira profissional e foi um dos pon-
nitária, ampliou o comércio agrícola brasileiro
tos que me lançou como liderança no setor
e implementou as bases de uma agricultura
rural”, avalia.
moderna.
Mas as inovações não pararam por aí.
Defensor da conciliação da produção agríco-
O engenheiro agrônomo ainda investiu na
la com sustentabilidade socioambiental, Ro-
educação dos funcionários e de seus filhos,
berto é otimista em uma questão que ainda
incluindo desde a implantação de escola na
hoje acirra ânimos desde o Planalto Central
fazenda até bolsa de estudos para cursos
até o campo mais recôndito do país, entre ru-
secundário, técnico e superior; realizou con-
ralistas e ambientalistas. “Se há radicais que
vênio com hospitais; e, mais recentemente,
querem reflorestar tudo, a reação contrária
um programa de financiamento para habi-
leva ao extremo oposto. Na prática, porém,
tação. Atualmente, cerca de 90% dos tra-
o agricultor rural é quem mais se preocupa
balhadores da Santa Izabel possuem casa
com os recursos naturais, pois se a terra se
própria na cidade.
exaurir, ele morre. Deveria ser, por definição, um preservacionista. Por outro lado, cresce-
Ainda pensando na sustentabilidade, criou
mos com um sentimento de que agricultura
uma cooperativa agrícola e de crédito, sem
representa derrubar mato e plantar alguma
saber que iniciava aí sua carreira internacio-
coisa. Quando a terra se esgota, é só ir mais
nal. A partir desta experiência, 15 outras fo-
para a frente, desmatar e plantar novamente.
ram criadas em São Paulo, e Rodrigues se
E isso ainda existe em alguma medida, pois
tornou presidente da Organização das Co-
cultura não muda do dia para a noite.”
operativas Brasileiras, chegando à presidência da Aliança Cooperativa Internacional,
Rodrigues diz que a visão que o Brasil apren-
da qual foi o primeiro líder não europeu e o
deu a ter da agricultura, de um setor sempre
primeiro da área agrícola. Com esse traba-
ávido por crédito e “reclamão”, vem de “uma
lho, conheceu 80 países e recebeu vários
mentira histórica, a de que em se plantando,
prêmios.
tudo dá. Na verdade, nossas terras são fracas, apenas 7% é naturalmente fértil, o resto,
Como ministro da Agricultura, missão que
sem tratar, não produz nada”. O ex-ministro
aceitou depois de um convite do presidente
da Agricultura lembra que essa visão foi cris-
proibida no Estado porque tinha ficado suscetível a doença. O que aconteceu foi que só nós tínhamos viveiro com outras variedades. Virei o visionário e ganhei dinheiro.” Roberto também investiu na mecanização da produção, com o que liberou a mão de obra do trabalho muito pesado nos canaviais
O tempo do radicalismo está acabando e meio ambiente hoje não é modismo, mas um tema estrutural, que já chegou no produtor rural.
e também obteve benefícios ambientais, pois parou de queimar a palha da cana. Além disso, resolveu buscar mudas em jardins botânicos e construir um viveiro de plantas Eurobike magazine . 17
razão
estufa e protegendo os rios, por exemplo, Rodrigues vê outras oportunidades relacionadas às mudanças climáticas para o agricultor brasileiro. “Líderes mundiais, como o
talizada a partir dos anos 1950, quando o
primeiro-ministro britânico Gordon Brown,
país optou pela urbanização e industrializa-
são incisivos ao apontar o aproveitamento
ção, e o dinheiro migrou do campo para as
da crise para direcionar uma economia verde
cidades. “O agricultor reclamou e o governo
planetária. E o Brasil tem tudo para aprovei-
respondeu com subsídio, através de crédito
tar, principalmente através dos biocombustí-
e preço. Quem teve competência se apro-
veis. O carbono liberado pela cana represen-
priou desses incentivos, mas a grande maio-
ta 11% do emitido pela gasolina. Só isso já
ria não pegou o bonde e continua gritando, o
faz desse um tema fundamental.”
que mostra que as verdades não são gerais para todo o setor.”
Para Roberto, se a fome foi o tema do século XX, com programas de segurança alimentar,
Mesmo assim, acredita que o tempo do radi-
através de subsídios, neste século a grande
calismo está acabando e que meio ambiente
questão é a segurança energética. “Em pou-
hoje não é modismo, mas um tema estrutu-
cas décadas, o mundo criou uma civilização
ral, que já chegou no produtor rural. “A com-
baseada no combustível fóssil, que é finito e
provação disso é a discussão em Brasília do
mal distribuído, indutor de crises e ambien-
Código Florestal, que pode ajudar a moder-
talmente poluente. As fontes energéticas
nizar a agricultura sob a égide da sustenta-
terão de mudar e tornarem-se renováveis e
bilidade nas três vertentes: social, ambien-
sustentáveis. A questão é que agricultura se
tal e econômica”, avalia. A conservação de
produz em qualquer lugar do mundo, agro-
matas ao redor de nascentes, beiras de rios
energia não, pois depende de fatores como
e nas encostas, chamadas de áreas de pre-
o tipo de terra, de planta e do sol, ou seja,
servação permanente (APPs), por exemplo,
apenas entre os trópicos.”
Roberto considera fato consumado. Na visão do empresário, “isso significa que “Discute-se hoje se a Reserva Legal – por-
América Latina, África e Ásia pobres serão
centagem que o agricultor deve deixar flores-
responsáveis pela produção de energia, fi-
tada na propriedade – deve ou não incorpo-
nanciadas pelos ricos, que precisam de
rar a APP. Não vejo por que isso não possa
energia. E isso já está acontecendo. O Brasil
acontecer. Outra polêmica é a possibilidade
domina essa tecnologia e poder ser líder de
de compensar ou não as áreas de Reserva
uma mudança geopolítica. Vamos descon-
Legal fora da microbacia em que está a fa-
centrar a gangorra dos países ricos e po-
zenda, o que considero negociável. O im-
bres”.
portante é que os temas estão sendo trabalhados e a resolução passará pelos serviços
O levantamento de questões como a pro-
ambientais. Quando mecanismos como os
dução de biocombustíveis levar à falta de
créditos de carbono estiverem funcionan-
alimentos ou induzir o desmatamento na
do, todo esse assunto estará resolvido”,
Amazônia é descabido, para Rodrigues.
defende.
“O Brasil possui 8 milhões de hectares de cana-de-açúcar plantados e 21 milhões de
Além das compensações pelos serviços am-
hectares com pastagens degradadas aptas
bientais que um produtor rural pode prestar
ao plantio nas regiões Sudeste, Nordeste e
à sociedade, por conservar áreas floresta-
Centro-Oeste. Não precisamos de mais, pois
das, evitando emissões de gases de efeito
não vamos chegar a tudo isso. Além disso, a
18 . Eurobike magazine
“O agronegócio brasileiro não necessita da Amazônia para se expandir.”
Eurobike magazine . 19
razão
cana precisa de cinco a seis meses de seca,
Nunca errei, todos galgaram posições.”
e vastas regiões da Amazônia não têm ciclo
Para o empresário, o sentido da vida é contribuir para um mundo mais justo, e a
de seca. A Amazônia também não vai virar
É a confiança na equipe que permite ao
forma que escolheu para isso é ensinar tudo
pasto, porque não precisa. Hoje se produz
empresário cultivar prazeres como sair para
o que sabe para o maior número de pessoas.
mais carne por hectare. Área monumental de
apreciar a música, seja no Bar Brahma, que
“Para fazer isso, é preciso aprender tudo o
pastagem degradada está cada vez mais em
frenquenta há mais de 40 anos, ou no Con-
que for possível e pensar que não é preci-
desuso. O agronegócio brasileiro não neces-
fraria, também em São Paulo, “onde às ve-
so ser o Papa ou o presidente dos Estados
sita da Amazônia para se expandir.”
zes canto uns boleros e algumas composi-
Unidos para ser sujeito da história. Cada um
ções minhas. Gosto de cantar, tenho até CD
faz a sua parte, o que está ao seu alcance”,
Para poder transformar suas ideias e expec-
gravado, ponho a alma nisso”, confidencia e
acredita.
tativas em realidade, Rodrigues mantém uma
emociona-se ao falar de seus intérpretes fa-
agenda, para quem vê de fora, impossível
voritos, como Jamelão e o mexicano Arman-
Para ele, a educação é fundamental, pois
de ser cumprida, mesmo que atualmente a
do Manzanero.
através dela as pessoas acabam tendo mais
fazenda seja administrada por um de seus
compromisso com o coletivo. “A educação
filhos. Além das aulas e da coordenação do
Nessa diversidade de interesses, Roberto
solidária dá espaço ao cooperativismo. E
Centro de Negócios da GV, ele participa de
busca a receita para a felicidade. “Durante
trabalhei a vida toda por isso.” À família, Ro-
vários conselhos de empresas e entidades
um longo tempo, achei que o caminho era o
drigues já informou o que gostaria de ter em
representativas, e ainda escreve artigos para
amor, mas hoje penso que o amor é injusto,
seu epitáfio: “Aqui vai um homem que tentou
jornais. Como é possível dar conta? “Conto
pois se amamos uma só pessoa, perdoamos
ser justo a vida inteira”.
com uma equipe de assessoria leal e compe-
nela coisas que não perdoaríamos nos ou-
tente. Dou aulas em Jaboticabal desde 1967
tros. Já se você for justo, ama a todos igual-
e sempre selecionei alunos excepcionais
mente e é mais feliz.”
para trabalhar perto ou comigo. 20 . Eurobike magazine
razão
Especialíssimos O Grupo Eurobike inaugura mais uma concessionária em São Paulo, a Eurobike Special, voltada para seminovos e outras marcas de importados de luxo POR HELOISA VASCONCELLOS | FOTOS KRIZ KNACK
Além de seminovos das marcas que a
de luxo a possibilidade de adquirir mo-
selando uma parceria que já vem acon-
Eurobike já comercializa e representa,
delos tradicionais e consagrados como
tecendo na prática. Outro diferencial.
porém não importa – Audi, BMW, Land
Camaro, Corvette, Mustang, Escalade,
Rover, Porsche, Toyota e Volvo, o Gru-
Fiat 500 e outras que não têm represen-
E os investimentos não param por aí:
po passa a importar e oferecer outras
tação oficial no Brasil. Ou um seminovo
serão inauguradas, ao longo do ano,
marcas zero km em sua mais nova con-
com garantia de procedência Eurobike.
mais uma loja em São Paulo, outra
cessionária, no bairro de Pinheiros, em
Quem já é cliente, sabe o que isso re-
no interior paulista, também em Mato
São Paulo.
presenta.
Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. As projeções do Grupo são de que
Com a presença de muitos clientes e
Na ampla oficina – que está preparada
os seminovos venham representar 35%
amigos, a loja foi inaugurada no último
para atender a todas as demandas – o
do faturamento total, com o desenvol-
dia 26 de março, com o intuito de ofe-
cliente conta, ainda, com o serviço de
vimento desse mercado e a conquista
recer ao exigente consumidor de carros
blindagem da Quattro na própria loja,
de novos clientes, que agora contam
24 . Eurobike magazine
Acima, à esquerda: Tatiana Biasetton, Najara de Oliveira, Aldo Biasetton, Claudio Janotti e Patrícia Braga, do Grupo Eurobike Acima, à direita: o piloto Christian Fittipaldi
com uma fonte segura para aquisição de um
dências, e que o mercado tem respondido
“quase zero”.
positivamente aos esforços de busca pela qualidade e laços duradouros com clientes
A Eurobike Special se propõe a criar um
e parceiros acima de tudo, as previsões são
novo parâmetro para veículos seminovos. Os
muito boas.
carros serão impecáveis, verdadeiramente especiais, e com todas as garantias possíveis para proporcionar ao usuário uma satisfação tão grande quanto a da compra de um zero km. Pode ser uma missão difícil, pois implica em uma mudança cultural. Mas, considerando que uma das principais características do Grupo sempre foi antecipar ten-
Eurobike magazine . 25
SÉRGIO CHVAICER
26 . Eurobike magazine
emoção
O belo faz bem para a alma
Eurobike magazine . 27
emoção
BMW Superlativo POR EDUARDO ROCHA | FOTOS SÉRGIO CHVAICER
28 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 29
emoção
Luxuoso, moderno, na medida certa
30 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 31
emoção
32 . Eurobike magazine
Uma experiĂŞncia sensorial: o mĂĄximo prazer de dirigir Eurobike magazine . 33
emoção
34 . Eurobike magazine
Um exagero de tecnologia, design, seguranรงa, conforto e desempenho
Eurobike magazine . 35
emoção
Alguns itens de série e opcionais • Confort Access: controle remoto da chave envia sinal de identificação que libera a abertura das portas e a partida pelo botão Start/Stop • Climatização automática de 4 zonas: programação individual de temperatura para cada passageiro • Sistema de climatização envia ar fresco aos assentos e encostos dos bancos, dotados de uma perfuração especial no forro que refresca o corpo • Generoso teto retrátil elétrico (opcional) • Perfeito isolamento acústico, eliminando ruídos produzidos pelo deslocamento de ar • Função de massagem nos bancos traseiros (opcional): doze pontos de massagens e seis pontos rotativos para a região lombar • O banco ativo do condutor e acompa-
36 . Eurobike magazine
nhante movimenta as regiões da bacia, coxa e espinha dorsal por meio de movimentos alternados, levantando e baixando a superfície do assento • Sistema de som com memória para 100 CDs no disco rígido integrado • O sistema de áudio permite transferir música diretamente do CD, leitor de MP3 ou de pen drive USB • Informações sobre título e o nome do autor das músicas via BMW Connected Drive • 16 potentes alto-falantes do sistema de som BMW HiFi Professional garantem uma qualidade de reprodução impecável • Dois sintonizadores DAB garantem uma recepção perfeita • Duas telas inclináveis de 8 polegadas e leitor de DVDs, além das funções TV e rádio independentes nos bancos traseiros • Na versão Professional, o sistema de entretenimento nos bancos traseiros, com telas de 9,2 polegadas, é comandado por
um controlador iDrive separado e tem entrada para outros aparelhos, como notebooks. Passageiros podem ter acesso à internet, navegação e outras funções iDrive • Conexão com celulares bluetooth (opcional) • Telefone GSM com fone sem fio para o banco de trás que pode se comunicar com seu celular ou mesmo receber seu SIM card. Antena externa (opcional) • Manual de instruções técnicas interativo multimídia com acesso através do computador de bordo
BMW PRESS
emoção
Luxo e esportividade POR PERCY FARO
A tradição da marca alemã em manter o casamento perfeito entre o luxo e a esportividade fica evidente mais uma vez, agora no novo BMW Série 7. E à medida que surgem novos modelos da série, já na quinta geração, ampliam-se naturalmente os predicados do carro. No elegante design externo em que predomina o estilo clean, sobressaem-se a lateral baixa e alongada, a grade baixa vertical, grande e em forma de rim da BMW, e as linhas acentuadas horizontalmente na parte traseira, que enfatizam a largura e a potência do carro. O BMW 750i chega ao mercado equipado com um motor V8 biturbo, a gasolina, esbanjando força. É um propulsor com mais de 400 cv de potência. Além da utilização de duas turbinas, o motor do novo Série 7 incorpora também sistema de injeção direta de combustível HPI (Injeção de Alta Precisão), apresentando tanto consumo de combustível como níveis de emissão extremamente baixos para um carro deste segmento. A transmissão automática de seis velocidades com dinâmica otimizada de mudança de marcha é um item padrão em todas as variantes de motor que completa o excelente comportamento de dirigibilidade do BMW 750i. Em resumo, neste caso une-se o útil ao agradável: mudança de marcha mais rápida, conforto melhorado, consumo menor de combustível e seletor eletrônico de marcha. Os atributos do modelo, porém, vão além da sofisticação, do desempenho e da esportividade. A sensação de elevada segurança na dirigibilidade, por exemplo, resulta da aplicação de engenharia de materiais leves e inovações no sistema de suspensão, projetada para otimizar tanto a dinâmica de condução quanto o conforto da motorização. O novo Série 7 é o primeiro sedã BMW com eixo dianteiro de braço duplo e eixo traseiro do tipo integral V,
38 . Eurobike magazine
exclusivo da marca alemã, que utilizam vários componentes produzidos em alumínio – teto, portas, tampa do capô e painéis laterais, além da caixa de transmissão e cárter do motor também em alumínio. A direção hidráulica do tipo pinhão e cremalheira com bomba auxiliar sob demanda integram o pacote de recursos responsáveis pela estabilidade que coloca o carro um passo à frente dos demais modelos da mesma categoria.
segurança de três pontos estão presentes em todos os assentos, airbags laterais e de cabeça nas laterais, apoios de cabeça ativados por impacto nos assentos dianteiros e indicador de defeito do pneu. Faróis duplos de bixenônio incluindo uma função de luz diurna, farol de neblina e luzes de freio em duas etapas são itens de série, além de faróis adaptáveis com distribuição variável de luz e faróis para curvas.
A assistência ao motorista é outro destaque. Oferece, opcionalmente, uma combinação surpreendente de sistemas inovadores. Aviso de saída da pista, incluindo indicador de limite de velocidade; aviso de mudança de pista; Head-Up Display (informações essenciais no para-brisa); assistente de luz alta, BMW Night Vision (visão noturna) pela primeira vez com detecção de pessoas; e visualização com câmeras traseira e laterais são alguns desses sistemas.
Completa o pacote tecnológico que o novo Série 7 incorpora o avançado sistema DDC (Controle Dinâmico de Amortecimento e Controle Dinâmico de Condução) como item padrão. Os amortecedores, a dinâmica da mudança de marcha, assim como o mapa do acelerador e da assistência de direção são controlados pelo botão DDC, no console central, entre os valores conforto, normal, e esportivo. O modo especial de tração e configuração “sport +”, com controle DSC reduzido/desativado, é específico para um estilo particularmente esportivo de motorização. As opções de tração dinâmica e controle antiderrapagem são disponíveis como opcionais.
O cockpit, com visor especial que usa a tecnologia Black Panel, também foi pensado e construído para o motorista. O seletor eletrônico da transmissão automática como item padrão instalado no console central, bem ao lado da unidade DDC (Controle Dinâmico de Condução) e do controle iDrive da BMW, assim como o volante com uma gama ampliada de funções, garantem uma condução extremamente agradável. Aliás, o iDrive traz mais um lançamento mundial: é o sistema ConnectedDrive, que oferece ao usuário acesso irrestrito à internet por meio do visor do carro. Já a proteção dos ocupantes é garantida pela estrutura da carroceria juntamente com sistemas de segurança passiva interativos e controlados eletronicamente. Os cintos de
Características técnicas BMW 750i: motor V8 a gasolina, biturbo e injeção direta de combustível HPI (ou Injeção de Alta Precisão). Capacidade: 4.395 cc. Potência máxima: 300 kW/407 hp entre 5.500 e 6.400 rpm. Torque máximo: 600 Nm/442 lb-ft entre 1.750 e 4.500 rpm. Aceleração 0 a 100 km/h: 5,2 s. Velocidade máxima: 250 km/h. Consumo médio de combustível no padrão EU: 11,4 l/100 km. Emissões de CO2 no padrão EU: 266 g/km.
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emoção
Passageiros da emoção Uma volta com o Porsche 911 GT3 da Eurobike pelas mãos do piloto Lucas Di Grassi POR EDUARDO ROCHA | FOTOS KRIZ KNACK
Sábado de sol, céu azul de outono impres-
Dr. Maximiano, José Carlos, Guilherme, Ri-
sionante. Mais uma etapa da Porsche GT3
cardo, a fotógrafa e eu.
Cup em Interlagos.
Afivelado ao banco pelo eficiente cinto de cinco pontos, Dr. Maximiano faz sinal de que
Estamos conversando sobre Porsches, é
está pronto, com um perceptivel sorriso por
claro, enquanto aguardamos ansiosamente
trás da balaclava.
nossa oportunidade de compartilhar o cockpit do Porsche 911 GT3 (997) com um dos
As portas se fecham. O inconfundível som
principais nomes da GP2, o experiente piloto
metálico da ignição do motor Porsche boxer,
Lucas Di Grassi. A tarde promete!
e lá se vão para um passeio bem emocionante.
Termina a primeira bateria desta etapa da Porsche GT3 Cup. Os carros retornam aos
Pouquíssimo tempo depois, o Porsche nº
boxes e rapidamente o Porsche nº 15, da
15 vem chegando aos boxes para pegar o
Eurobike, pilotado por Henry Visconde,
próximo passageiro.
é preparado para receber seus ansiosos passageiros. 40 . Eurobike magazine
De cima para baixo: Maximiano Garcia, JosĂŠ Carlos da Costa, Guilherme Galembek e Lucas Di Grassi
Eurobike magazine . 41
emoção Dr. Maximiano desce exultante. “Muito firme, colado ao chão. Passa uma segurança incrível, mas o calor é desgastante! Ser piloto tem muito charme, mas é bastante duro!” Os outros convidados vão, um a um, experimentando momentos de adrenalina pura, aliás, adrenalina e endorfina, pois o sorriso ao sair do carro é unânime. Finalmente chega a minha vez. Balaclava, capacete, cinto. Agora sou parte integrante do carro. Cumprimento Lucas. Vamos lá! Partida, engata primeira. O câmbio sequencial emite um som seco (aqui, braço quer dizer não somente habilidade, mas músculos também). A pequena acelerada para a saída dos boxes já anuncia o que está por vir: muita diversão e emoção! A temperatura parece beirar os 50 ºC, os olhos fixos na frente, o mundo lá fora passando rápido, muito rápido, chega uma curva, duas, três. A aceleração lateral te puxa para fora, mas o cinto te mantém seguro. É preciso estar em forma… Mais algumas retas e curvas e uma aula prática de força G e chegamos aos boxes. O sorriso no rosto é incontrolável, assim como a vontade de dar mais duzentas voltas. Foi um grande dia. Seis pessoas de diferentes origens e uma mesma paixão: velocidade.
Ricardo Motta, Guilherme Passalacqua, Lucas Di Grassi, José Carlos da Costa, Guilherme Galembek, Juliana Martins e Maximiano Garcia
42 . Eurobike magazine
Garotos prodígios. Novos Porsche Boxster e Cayman. Com o sistema de injeção direta de combustível (DFI), a gasolina é injetada diretamente na câmara de combustão. Resultado: mais potência, mais torque e menos consumo.
LALO DE ALMEIDA
44 . Eurobike magazine
prazer
Provocar os sentidos, aguรงar o paladar. Experimente!
Eurobike magazine . 45
prazer
46 . Eurobike magazine
Cervejas
feitas à mão Eles são contra a “fast-beer”. Valorizam a apreciação lenta e consciente de métodos artesanais e sustentáveis de produção POR DANIEL PIZA | FOTOS LALO DE ALMEIDA
Eurobike magazine . 47
prazer
cursos técnicos. Aprenderam novos métodos. E, em poucos anos, começaram a ganhar medalhas e mercados com vinhos tintos merlot ou cabernet
Esqueça um pouco as cervejas tão
sauvignon e, de mais prestígio ainda,
aguadas quanto famosas, com propa-
com espumantes.
gandas mais gostosas que os produtos, fabricadas no Brasil para que sejam be-
O mesmo com as cervejas. Apreciado-
bidas – com trocadilho – estupidamen-
res cada vez mais numerosos estavam
te geladas, diante da partida de futebol
cansados de saber que em outros paí-
nas tardes quentes de sábado ou do-
ses, como Bélgica, Alemanha, Repúbli-
mingo. As cervejas que mais se multi-
ca Tcheca e Inglaterra, se fazem cer-
plicam no país são as artesanais, de sa-
vejas muito mais elaboradas. Por que
bor encorpado, feitas em instalações e
não aqui, mesmo que alguns degraus
máquinas pequenas, mas com grande
abaixo? E o movimento começou. Ins-
apuro na escolha de ingredientes e pro-
pirado em campanhas como as dos
cessos. Se em 1995 havia apenas meia
craft brewers (cervejeiros artesãos) dos
dúzia de cervejarias de pequeno porte,
EUA, um grupo de produtores começou
hoje elas somam nada menos que 117.
a apostar num negócio que se preten-
Enquanto o crescimento do setor em
de mais cooperativo do que competiti-
geral, dominado pelas grandes marcas,
vo, mais voltado à qualidade do que à
foi de 6,7% em 2007, o da minoria arte-
quantidade. Como os defensores do
sanal foi de 12%.
slow food, que têm por alvo as megacorporações, responsáveis por uma
Em outros termos, está acontecendo
alimentação massificada, os microcer-
com as cervejas brasileiras uma história
vejeiros valorizam a apreciação lenta
análoga à dos vinhos nacionais desde
e consciente de métodos artesanais e
que a abertura e a estabilização da eco-
sustentáveis. São contra a fast-beer.
nomia nos anos 1990 permitiram a importação de novos padrões de consu-
Aos poucos as marcas foram se tornan-
mo e informação. As vinícolas de Bento
do conhecidas e ampliando sua varie-
Gonçalves (RS) então olharam para o
dade. Cervejarias como a Eisenbahn,
sucesso de vinhos de garrafa azul, que
de Blumenau, a Terezópolis, do Rio de
eram servidos em nove de cada dez ca-
Janeiro, a Schmitt, de Porto Alegre,
samentos de classe média, e se deram
a Falke, de Ouro Preto, e as paulistas
conta de que podiam fazer frente a eles.
Baden Baden, de Campos do Jordão,
Investiram em tecnologia. Organizaram
Bamberg, de Votorantim, Bruges, de
Ao fundo: Evandro Amidani, Cilene Saorin, Marcelo Rocha e Anne Carneiro da Rocha De costas: Edu Passarelli
48. Eurobike magazine
Eurobike magazine . 49
prazer
50 . Eurobike magazine
Águas de Lindóia, e Colorado, de Ribeirão Preto, começaram a ganhar qualidade e reputação. Além de fabricadas em diversas regiões, elas se caracterizam pela variedade de estilos: o Brasil já tem cervejas nacionais do tipo ale (mais fermentadas e alcoólicas que as lagers, que dominam 98% do mercado local), como a belgian strong ale; tem Weissbier (cervejas de trigo, muito comuns na Alemanha); e tem stout (negras robustas, como a lendária Guinness). Refletindo esse movimento, começaram a surgir publicações especializadas, como os sites com ranking de avaliação (como o www.brejas.com.br) e livros, como o guia Larousse que está sendo preparado pelo especialista Ronaldo Morado. O mercado também começou a captá-las em seu radar, como se viu na compra da Devassa pelo grupo Schincariol e na abertura de redes de supermercado como o Pão de Açúcar para marcas como Schmitt e Colorado. Outro efeito dessa tendência, que parece tão sintonizada com o crescente refinamento do público gourmet brasileiro, foi o surgimento de bares especializados em cervejas artesanais, principalmente em grandes centros como São Paulo. Foi num desses bares, o Anhanguera, na rua Aspicuelta, que se realizou uma degustação de uma dessas marcas, a Colorado, em 13 de maio passado. O Anhanguera é de propriedade de Evandro Amidani, 44 anos. A Colorado, de Marcelo Carneiro da Rocha, 49 anos. Na mesa estavam também a mestre cervejeira e beer sommelier Cilene Saorin, 37 anos, e o gastrônomo Eduardo Passarelli, 32 anos, sócio de outro bar da Vila Madalena que devota atenção às cervejas artesanais, o Melograno. Amidani, que as vende ao preço médio
Eurobike magazine . 51
prazer
de R$ 15,00, conta que em dez meses
oito tipos diferentes, mas hoje se dedi-
a procura aumentou tanto que ele deci-
ca a quatro tipos de cerveja, batizadas
diu se especializar nas microcervejarias
com nomes bastante curiosos: Cauim,
nacionais. “Eu só vendo assim e não me
Appia, Índica e Demoiselle.
arrependi; muito pelo contrário.” A sequência da degustação é exata-
52 . Eurobike magazine
Rocha é um ex-editor de livros, que já
mente essa. A Cauim é uma pilsen, com
publicou autores como Frei Betto e Ro-
leve teor alcoólico, 4,5%, que recebeu
semarie Muraro, e há 14 anos decidiu in-
esse nome porque tem um delicado
vestir numa microcervejaria em Ribeirão
gosto de mandioca. Rocha achou que
Preto, a cidade paulista famosa por seu
seria uma boa ideia utilizar algum ingre-
chope. Pegou dicas com um ex-funcio-
diente brasileiro em cada tipo de cerve-
nário de uma grande indústria, comprou
ja. Na Appia, feita de trigo, com 5,2% de
as máquinas e bancou a formação téc-
teor alcoólico, colocou mel de laranjeira.
nica de seu mestre cervejeiro, Rodrigo
São 200 litros de mel comprado da Ap-
Silveira, no Senai de Vassouras (RJ). No
pis Flora em 4 mil litros de cerveja; vale
início, a Colorado fabricava chope, em
notar que o mel, depois de fermentado,
vira álcool e perde açúcar.
deixado em efusão por vários dias para
de Ribeirão Preto, fornecida pelo aquí-
não se sobrepor. Não por acaso, ven-
fero Guarani. “Mandei amostra da água
A etapa seguinte é a Índica, seguramen-
ceu no ano passado o prêmio European
para ser examinada na Inglaterra”, diz
te a mais bem resolvida delas, favorita
Beer Star em sua categoria.
Rocha, “e os resultados não poderiam
entre os experts como Cilene e Passa-
ter sido melhores.”
relli. É uma India pale ale, cerveja clara
Rocha conta que a maioria do malte –
ao estilo inglês, 7% de teor alcoólico,
“que não passa de cevada germinada,
Rocha lembra que, como os vinhos, as
com toque doce que vem da rapadu-
cozida e depois secada” – vem da Ar-
cervejas artesanais se prestam a har-
ra – isso mesmo, rapadura – e o amar-
gentina, embora haja lugares no Brasil,
monizações muito interessantes com
gor da alta porção de lúpulo. Por fim,
como Guarapuava (PR), que o fabricam.
comidas. “Por sinal, na minha opinião,
vem a Demoiselle (assim chamada em
Da Alemanha chegam os temperos para
os queijos combinam muito mais com
homenagem ao “ultraleve” de Santos-
o malte. E de lá e também da Inglater-
as cervejas do que com os vinhos. Es-
Dumont), da modalidade porter, cerveja
ra é importado 100% do lúpulo usado
pecialmente os queijos cremosos.” Ele
escura um pouco mais leve que a stout.
pelas cervejarias brasileiras, pois não há
diz que a Índica, por exemplo, casa com
Ela tem 6% de teor alcoólico e extrai sua
clima adequado no país para sua pro-
Cruzília, Azul de Minas e gorgonzola; já
força do gosto do café mogiana, marca
dução. Para Rocha, uma das principais
a Demoiselle fica bem com parmesão.
Fazenda da Terra, adicionado a frio e
distinções de sua cerveja vem da água
Mas não apenas queijos: ele aponta a
Eurobike magazine . 53
prazer
Índica para servir com carne vermelha;
sistente e não deve estagnar tão cedo.
e recomenda sobremesas com choco-
Passarelli cita algumas que atingiram
late para dialogar com o aroma torrado
um patamar de qualidade internacio-
da Demoiselle.
nal – além da Índica e da Demoiselle –, como a já consagrada Lust, da Eisen-
54 . Eurobike magazine
Os planos da Colorado são muitos. Ela
bahn, autora também de uma bock,
fabrica 300 mil litros por ano, mas Rocha
Weisenbock; a Rauchbier, da Bamberg,
quer chegar a 200 mil por mês. E pen-
cujo chope também é muito elogiado;
sa em lançar uma cerveja preta, com o
a Barley Wine, da Schmitt; e a Monas-
nome de Black Rapadura, entre outras.
terium, da Falke. Isso é só o começo,
Mas, como todo empresário brasileiro
porque a vasta maioria dos brasileiros
de pequeno porte, ele tem queixas da
segue conhecendo apenas as cervejas
alta carga tributária e da burocracia,
industriais, naturalmente mais baratas
que o impede de aderir ao programa
e
Simples por ser fabricante de bebidas
(qualificativo negado por todos os
alcoólicas.
degustadores
De qualquer modo, a expansão das
ignorando um novo mundo de sabores
cervejas artesanais ou especiais é con-
e combinações, que está longe de ser
supostamente de
mais nossa
refrescantes mesa),
e
Eurobike magazine . 55
prazer
caro e cifrado como o dos vinhos.
corporações não eliminou segmentos menores; ao contrário, atender a todo
Como os vinhos, os cafés e também os
tipo de consumidor é fundamental num
queijos artesanais, essas cervejas mos-
mundo conectado e misturado. Quanto
tram que, com a informação, os hábitos
mais o conhecimento derruba frontei-
dos brasileiros têm mudado. São pro-
ras, mais o gosto se diversifica. E, como
dutos que vêm ganhando variedade e
bem sabem os europeus, cerveja forte
sofisticação que não tinham antes; e
também combina com futebol.
chegam a um público cada vez maior, ocupando nichos de mercado importantes, com muitos formadores de opinião. Como aconteceu com as ofertas culturais, a força das grandes redes e 56 . Eurobike magazine
Onde degustar: Bar Anhanguera www.baranhanguera.com.br Melograno www.melograno.com.br Onde se informar: www.cilenesaorin.com www.cervejariacolorado.com.br edurecomenda.blogspot.com
CAROL DA RIVA 60 . Eurobike magazine
devaneio
Quantos rios hei de cruzar? Por quantas estradas ainda vou rodar? Para chegar de volta ao meu lugar...
Eurobike magazine . 61
devaneio
Fim de tarde na pousada Ventos da Bocaina. Acima do tapete de nuvens, apenas os picos mais altos da vizinha Mantiqueira resplandecem na paisagem
62 . Eurobike magazine
Sem palavras na Bocaina A bordo de um valente Audi Q7, entramos no mundo mágico da Serra da Bocaina, santuário da Mata Atlântica localizado bem na divisa das duas maiores cidades do Brasil POR EDUARDO PETTA | FOTOS CAROL DA RIVA
Maio, outono, fim de tarde. A Serra da Bo-
dida, saudação às últimas brumas que se
caina descansa. Uma face voltada ao Atlân-
acomodam no vale para receber o véu da
tico; outra à irmã de altitudes, Mantiqueira,
noite. Ela chega estrelada. Redobramos o
eterna companheira a lhe correr paralela, do
cachecol. As mãos descobertas de luva con-
outro lado do rio Paraíba. No topo da serra,
gelam. Aperto-as no bolso. Como se fossem
o capinzal dos campos de altitude da Pou-
a ponta de icebergs, apenas as torres das
sada Ventos da Bocaina congelam ao brilho
três chaminés da pousada flutuam acima do
do sol. No horizonte, montanhas de um azul
oceano de nuvens. A temperatura abaixa de
profundo e negro são emolduradas pela cor
zero. Apenas o uivo do vento gelado corta
laranja. O vento frio arrepia a nuca, percor-
o silêncio da paisagem inebriante. Dá para
re a espinha até a medula. Ajeito a touca de
escutar o coração batendo. E ele diz: “vai dar
lã, cobrindo as orelhas. O sol ainda ganha
certo, vai dar certo, vocês vão conseguir fa-
espaço derradeiro entre as nuvens, e o ca-
zer a estrada”.
pinzal volta a se dourar – uma sobredespe-
Eurobike magazine . 63
devaneio O frio vence o encantamento. Adentramos a pousada. Ao pé da lareira, ao som de boa música, o dono, Roberto Novaes, veterano da asa-delta, e sua esposa Denise nos oferecem vinho. Cada garrafa esvaziada irá compor o muro de pedra. Dez anos de pousada, muitas noites frias depois e vai longe a muralha engarrafada. Ajudamos no empreendimento. Roberto está preocupado. “Vocês vão conseguir chegar à pousada Vale dos Veados? Às vezes fica até jipe pelo caminho. A estrada tem valetas, pedras enormes para encarar, barro, pedaços estreitos e escorregadios.” “Fé na estrada e no Audi Q7, Roberto. Ele aguenta. É um V8. Com o sistema de suspensão a ar no Lift ele fica bem alto do chão e tem tração independente.” O dia amanhece límpido, revelando o vale e as montanhas de ondulações suaves – marcas da Bocaina. A chuva do dia anterior lavou a mata. Tudo brilha mais verde. O frio é de rachar. Os cães ainda a dormir, enrolados um ao outro para aquecer a pele. Estático, o gavião pousado no galho aguarda o sol esquentar-lhe as asas, para o voo pioneiro da manhã. Café e partimos. A estrada, temerosa. Pedras enormes intimidam. Numa curva, deparamos com dona Vera e suas duas filhas, caseira da fazenda Pinheirinho, do século XIX, outrora rica em café. Ela nos abre as portas do antigo casarão dos áureos tempos. Perto dali, encontramos ruínas de uma antiga casa de pedra, no meio do nada. Ninguém sabe quem nela morou, sorriu, chorou. A casa tem bom astral. Tomada por plantas, tem árvores altas até. E mesmo nua é acolhedora. Faz refletir como tudo é incerto nestes caminhos tortuosos da vida. Só o sossego é certo pelas curvas da Bocaina. E por vezes nem
64 . Eurobike magazine
ele. Em outra curva, constelação de fuscas coloridos estacionados para a festa da capelinha enfeitada de bandeirolas. Rojões estouram no ar. Chegamos à portaria do Parque Nacional da Bocaina – onde é proibido entrar de carro, a não ser, como no nosso caso, se você for hospedar-se na pousada Vale dos Veados. A primeira delimitação do parque data de 1971, com 134 mil hectares. Um ano após, redução, 100 mil. Abrangendo os municípios de Areias, São José do Barreiro, Paraty e Ubatuba, o parque guarda uma variedade de paisagens que vão desde os costões rochosos de Trindade até o ponto culminante, o Morro do Tira Chapéu, com 2.200 metros. Entre os extremos, espalham-se
despenhadeiros,
grotões
e
vales
profundos com bordas recortadas, atingindo Eurobike magazine . 65
devaneio
66 . Eurobike magazine
os campos de altitude em cotas superiores a 1.800 metros. Nos campos surgem as nascentes de diversos rios da região a correr, ora para o mar, como o Mambucaba e o Bracuí, ora para o Vale do Paraíba, como o Paraitinga, um dos principais formadores do Paraíba do Sul. De formação geológica decorrente da retropicalização do globo, ocorrida nos últimos 12.700 anos, a região da Serra da Bocaina é um santuário da Mata Atlântica a servir como barreira para a usina nuclear de Angra dos Reis. – “Bom dia.” O guarda-parque abre o portão e nos orienta. “Vocês têm certeza que conseguem chegar lá? São mais 14 quilômetros de estrada precária. Não pega celular. Se vocês não chegarem, mandaremos socorro.” Seguimos. O adjetivo precário depende do ponto de vista. Se os olhos mirarem o solo, o que disse o guarda faz sentido. Mas a estrada é tão linda que não dá para reclamar. Por ela entramos num mundo mágico forrado por um dos trechos de floresta atlântica de maior biodiversidade do mundo. Um túnel verde a cruzar com grandes árvores, como canela, louro, guatambu, sucupira, intercaladas por bosques de araucária, com o chão forrado de pinhão. Cada vez que descemos do carro para apreciar, o estalinho, ave endêmica das montanhas do Sudeste, dá o alerta da nossa humana presença. Pudera. Após meio milênio de desmatamento, reduzida a parcos 7% da vegetação original, a Mata Atlântica agoniza. E a Bocaina não passou ilesa à destruição. Se em 1820 o naturalista Alberto Lamego perguntava “até quando a serra permaneceria assim: virgem e altiva, cobrindo toda a serrania e desdobrando-se sinuosa por vales, morros e colinas”, em 1822, em viagem pela região, os naturalistas Spix e Martius já alertavam para “o absurdo desmatamento da vegetação”, que cedia terreno ao café.
Graças ao parque, o
desmate diminuiu drasticamente, protegendo a vegetação.
Pois continuamos na estrada, cada vez mais estreita e perigosa, a causar inevitáveis arranhões de mato na lataria. E logo, pausa. Alta umidade, gotículas esvoaçantes. Santo Izidro na retina sob o céu azulante. Um lago a emoldurar: água, rocha, mata atlântica. Folhas dançam ao vento. Trinta metros de véu a escorrer paredão, um baque no poço. E as águas deslizam esverdeadas e macias. Congelantes! Brilho de sol no lago, acende outono na Santo Isidro. Mergulho. Santa
Páginas anteriores: a estrada que vai de São José do Barreiro ao Parque Nacional é ladeada pela mata atlântica e intensa neblina No deque da pousada Ventos da Bocaina, a sensação é de navegar entre as nuvens Interior da fazenda Pinheirinho, relíquia dos tempos áureos do café À esquerda: lama na estrada que leva a Vale dos Veados–tração nas quatro é preciso. A precariedade da estrada tem seu lado bom: a proteção da mata atlântica
cachoeira. Será pecado nadarmos nus? Samambaias, fungos, filodendros. Nuances diferentes, mil cores reluzentes, infinitos tons de verde. Atravessando a estrada, distraída, uma jararacuçu por pouco não para debaixo
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devaneio
68 . Eurobike magazine
Algum lugar do tempo com jeito de passado. Cenรกrios como este surgem a todo instante pelos caminhos da Bocaina
Eurobike magazine . 69
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70 . Eurobike magazine
das rodas. Serena, ela alcança a margem segura, camuflando à perfeição sua perigosa beleza. Rodamos devagar, tão devagar, tão sem pressa, que parecemos entrar em uma dimensão totalmente à parte da vida cotidiana. Não internet, não celular, não telefones, não energia elétrica. Sim canto dos pássaros, sim bromélias mil. Linda estrada, quanto verde, quanto brilho. Um último desafio na lama, a última porteira e o éden: Vale dos Veados. Nós conseguimos! O caseiro Joel nos recebe. “Chegamos, Joel.” “Descer é fácil, quero ver subir.” Ai, ai. Os gaviões estão por toda a parte. Bethoven, o cão labrador de Joel, busca gravetos no lago em que reinam marrecos, garças e quero-queros. O chão onde as araucárias
centenárias
despejam
raízes
está repleto de flores perfumadas e roxas. Trilhas levam às cachoeiras. Dez minutos, a Cachoeirinha, um templo idílico da natureza tropical para lavar a alma da viagem. E se fadas e duendes existem, este parece o lugar perfeito para eles. E por falar em fadas, dona Maura, esposa de Joel, nos serve à mesa. Comida caseira tropeira preparada no fogão à lenha: arroz, feijão, carne, batata frita, legumes, farofa, ovo frito. A salada de rúculas, alfaces e azedinhas pula da horta para a mesa. Incrivelmente crocante, é de saborear de olhos fechados. A noite chega: estrelas cadentes no céu, a silhueta das araucárias centenárias, vaga-lumes, lampiões, tochas, velas acesas apagando, desligando a mente... Mais um dia. O sol vai saindo devagar, preguiçoso, a derreter o sereno, fazendo pingar o orvalho, quebrando o gelo.
As
ovelhas pastam, uma névoa fina cobre o campo repleto de araucárias. Não é uma paisagem do Paraná. É a serra divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro. Como
Eurobike magazine . 71
devaneio
se pode notar na trilha dessa manhã, uma horinha, Pico do Gavião, 1.600 metros de altitude, vista de 360 graus para os morros da Bocaina e, em dias claros, para o mar: Angra dos Reis, Paraty, e mais adiante, Ubatuba. Na trilha de volta, consigo reparar nos detalhes. Vejo cogumelos vermelhos, borboletas
vermelhas,
flores
vermelhas.
E vejo o céu perdendo o azul, ganhando nuvens. “O tempo vai virar”, diz dona Maura, nascida e criada nas cercanias, analisando o clima. “Melhor vocês subirem a serra amanhã, ou o barro vai piorar.” A notícia não é nenhuma novidade. Na Bocaina chove em média 300 dias por ano – índice pluviométrico que só perde para alguns lugares da Amazônia. Mas é uma pena. Dava para passar um mês aqui na 72 . Eurobike magazine
tecla desligue da vida. Remar no laguinho é
Amanhece na Vale dos Veados. O céu troca
tão gostoso. A água bate no remo, o remo
de cores. Ainda não chove. Joel, Maura e
bate na água, araucária pra tudo que é lado.
Elenice começam suas atividades. Joel busca
Trilha, cachoeira, comida boa. À tardinha
lenha para alimentar o fogão, Maura prepara
ofurô com pétalas de hortênsias cheirosas
as frutas, o queijo, o bolo, assa os pães, faz
que só, flores azuis e delicadas para alegrar
o café preto no coador de pano. Elenice,
corações, seguida da sauna mais quente
irmã de Maura, cuida da horta, solta as
do mundo, uma ducha gelada, roupão, céu
ovelhas. Vira e mexe, uma serve de refeição
estrelado, banho quente e jantar à luz de
a alguma onça-parda. “Mês passado o Joel
velas acesas sobre os castiçais. Uma sopa
conseguiu gritar com a bichana na hora do
fumegante, vinho, curtir a lareira e ler um bom
ataque. Sorte que era uma onça filhote. O
livro à luz de velas no quarto aconchegante,
carneirinho ficou rasgado, mas sobreviveu”,
até o peso do macio edredon se misturar ao
conta Elenice. Aqui na solidão da Bocaina,
calor da salamandra. Então o quarto cabana
os casos e causos rolam soltos. “Sempre
erguido de grandes pedras e madeira grossa
na cozinha, o melhor lugar da casa”, brinca
está aquecido, e o sono vem sem aviso. O
dona Maura.
Páginas anteriores: sem energia elétrica nem telefone, a charmosa pousada Vale dos Veados é lugar perfeito para se desligar de tudo e relaxar A trilha que leva ao Pico do Gavião, a 1.600 metros de altitude, é forrada pela vegetação típica dos campos de altitude À esquerda: entre centenárias araucárias e delicados copos-de-leite, a pousada Vale dos Veados respira aconchego. Carinho e cuidados trazidos pelas mãos de Joel, Maura e Elenice, sempre acompanhados do fiel Bethoven
livro cai no rosto. Tempo de tirar os óculos, apagar as velas, aprumar o travesseiro e
Dura hora de ir embora. Joel nos acompanha
sonhar com os anjos.
de moto até o trecho de barro mais perigoso, Eurobike magazine . 73
devaneio
a 2 quilômetros da pousada. “Aqui é ficar ou prosseguir”, alerta Joel. Descemos, analisamos o terreno. Respira fundo e vai. A lama bate na metade da roda. Tentamos passar pela margem, mas o carro desliza no finalzinho do lamaçal e encalha na lama. Ré. A roda obedece. Para frente novamente. E ré outra vez. O Q7 começa a cavar seu caminho sob o olhar incrédulo de Joel. A roda girando, girando mais que vinil na vitrola em alta rotação. Colocamos algumas pedras para ajudar. A suspensão inteligente trabalha e, devagar, com a força do V8, o Audi arranca da lama. Foi a primeira de três encalhadas que ainda viriam, com direito a cortar mato da beira da estrada, empurrar o carro para não cair nas valas e muito cuidado com pedras pontiagudas. Ao chegar sãos e salvos à portaria, o guarda-parque nos congratula. Parabéns pro Q7, isso sim. Agora ladeira abaixo. Apesar da chuva e da neblina, o que
74 . Eurobike magazine
Casarões coloniais, mata atlântica preservada e pousadas em harmonia com a natureza. A esquecida Bananal é um convite à natureza
foi difícil, parece fácil.
E nós voltamos a subir a serra, desta tanta,
Quando o dia nasce, café da manhã com
por uma estrada mista de asfalto e terra,
pães e geleias caseiros. Último dia, passeio
Demos uma parada rápida na simpática
com curvas fechadas, sem acostamento
despedida, cachoeira do Bracuí. Uma hora de
São José do Barreiro. A cidade que nasceu
nem guias, passando a centímetros de
trilha em meio à mata fechada, rumo ao ponto
na época do tropeirismo, como rancho no
abismos abruptos tão espetaculares quanto
onde o caudaloso rio começa sua jornada de
atalho do caminho do ouro, ganhou esse
perigosos. Mais 32 quilômetros e chegamos
1.100 metros de quedas contínuas paredão
nome pelo acúmulo de barro. Em 1820, já
à Pousada da Terra, desta vez sem sustos.
abaixo até desaguar na planície costeira.
na era do café, veio a igreja e o nome do
O dono, o carioca Bruno, nos recebe. Após
Antes de cair, o rio forma uma pequena
santo entrou na história. Pois em frente à tal
trabalhar por cinco anos em Londres com
piscina natural de borda infinita para o mar.
igreja, tomamos café, esticamos as pernas e
edição de vídeo, Bruno voltou ao Brasil direto
Águas doce e salgada unidas pelo fio do
tocamos para Bananal. São 63 quilômetros
para Bananal. Montou chalés aconchegantes
espaço no desenho da tela. Outras tintas:
de asfalto percorrendo a parte baixa da
com lareira e camas macias na antiga
o céu azul com algumas nuvens baixas, a
Bocaina, olhando as montanhas de onde
fazenda de seus antepassados e abriu as
mata primária da encosta vibrante, as rochas
viemos lá no alto – uma visão para não nos
portas. A área é privilegiada com diversas
molhadas, as praias de areia branca da Ilha
esquecermos do nosso pequeno lugar diante
cachoeiras e trechos de mata atlântica ainda
Grande lá na frente, veleiros passando no
delas. Ao cair da tarde, ingressamos no
virgem. A pousada é uma delícia. Bruno
oceano esmeralda, o ressoar da cachoeira,
centro histórico da nostálgica Bananal, uma
tem uma discoteca e uma devedeteca para
clima tropical. Ninguém à vista. Silêncio.
das cidades mais ricas do Brasil nos tempos
impressionar cinéfilos. É escolher, levar para
Escuto uma vez mais o meu coração. Desta
do café, lar de fazendas e barões, e que hoje,
o quarto, acender a lareira e curtir o filme até
vez ele não fala nada. Calado, apenas escuta
após décadas de esquecimento, tenta voltar
o sono cair.
a beleza da Bocaina.
ao cenário com o ecoturismo.
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devaneio
76 . Eurobike magazine
Topo da cachoeira do BracuĂ: 1.100 metros de quedas pela serra atĂŠ encontrar o mar esmeralda de Angra dos Reis
Eurobike magazine . 77
devaneio Onde ficar São José do Barreiro Pousada Vale dos Veados: (12) 3117-1192. São 42 km de estrada de terra bem precária para se chegar ao paraíso. www.hoteisdabocaina.com.br/
Pousada Ventos da Bocaina: (11) 9985-0401 ou (12) 9756-6330. Estrada da Bocaina, km 21. www.ventosdabocaina.com.br
Bananal Pousada da Terra: (24) 3363-1774. Dista 32 km do centro, sendo 11 km em estrada de terra em boas condições. www.pdterra.com.br
78 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 79
devaneio
farmácia popular. A natureza ao redor é rica em mata atlântica com muitas trilhas, mirantes e cachoeiras.
Onde comer
Cachoeira do Bracuí: São 3 km de caminhada por mata exuberante a partir da Pousada da Terra. Seu banho, antes da queda de 70 m, tem vista para o mar.
São José do Barreiro Pousada Recanto da Floresta: (12) 97873269. Reservar: comida caipira em fogão a lenha preparada pela Paula, com verduras provenientes da horta. Na estrada da Bocaina, km 26.
Pico do Frade: Caminhada radical de dois dias, com pernoite no caminho, até os 1.599 m do topo, com vista do mar e da serra.
Arapeí Dona Licéia: comida tropeira no casarão da fazenda. (12) 3116-1539.
Fazenda Resgate: Antiga sede da fazenda de café com vários móveis e objetos do período. Reservar: (12) 3116-1577.
Atrações
Fazenda Boa Vista: Casarão do século XVIII de 2.400 m2. Aqui foram filmadas as novelas Cabocla e Sinhá Moça.
São José do Barreiro: A pracinha central merece uma visita com descanso nos banquinhos da praça em frente à matriz. O Parque Nacional da Bocaina, além de inúmeras cachoeiras e mirantes completam o cenário natural. Parque Nacional da Serra da Bocaina: (12) 3117-2183. Com apenas 30 minutos de caminhada chega-se à cachoeira de Santo Izidro, de 80 m. Do centro da cidade, são 28 km de estrada de terra em condições precárias. Trilha do Ouro: Caminhada clássica de três dias com pernoites em casas de colonos da entrada do Parque Nacional até Mambucaba, próximo a Angra dos Reis. Pico do Tira o Chapéu: Caminhada longa e difícil até o cume da região (2.088 m), com lindos mirantes. Quem leva: MW Trekking: (12) 3117-1220 ou www.mwtrekking.com.br Bananal: A cidade possui um simpático centro histórico, com poucos casarões conservados. Destaque para a estação ferroviária e para a
80 . Eurobike magazine
Melhor época De maio a outubro, com friozinho na serra, clima mais seco e estradas melhores. Na época das chuvas, alguns trechos da estrada ficam impraticáveis. Como chegar O acesso a São José do Barreiro se dá pela Via Dutra, a partir da cidade de Queluz, pela Rodovia dos Tropeiros (SP-068). São 35 km. De lá a Bananal são mais 63 km. Dicas Se você não tem um 4x4 e estiver chovendo, estacione seu carro em São João e peça transfer para as pousadas. Para a Vale dos Veados, prepare-se para uma aventura em offroad. Reserve todas as pousadas com antecedência. Leve sempre água e um lanchinho para passar o dia nos passeios.
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