Eurobike magazine #13

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razão

# 13 09 2010

emoção prazer

devaneio



CAROL DA RIVA

A Eurobike magazine

faz

trĂŞs anos


Obrigado

pela companhia!



expediente Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Land Rover, MINI, Porsche e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobike.com.br | www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br

Ombudsman Patricia Braga www.eurobike.com.br/ouvidoria (11) 3883-7105

Editorial: Heloisa C. M. Vasconcellos, Eduardo R. da C. Rocha Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Nelson Martins Comercial: Nominal Representações e Publicidade - www.nominalrp.com.br Preparação e revisão: Denis Araki Produção: blue media

colaboradores

Foto da capa: Marcelo Curia

Aires Vigo, Carol da Riva, Clovis França, Daniel Piza, Duzzek Alves, Eduardo Petta, Marcelo Curia, Mariluza Costa, Marisa Cauduro e Percy Faro

Tiragem desta edição: 12.000 exemplares Impressão: Ipsis Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

www.bluemediagroup.com.br

4 . Eurobike magazine

Auditada pela


carta do editor

Caro leitor, Desta vez temos novidades para o mercado da moda: estamos lançando a primeira linha de roupas esportivas Eurobike – t-shirts, polos, jaquetas e bonés –, fruto da parceria com a Vuarnet, que emprestou sua expertise para desenvolver peças com tecnologia e design exclusivos, voltada para os amantes do automobilismo. Dando continuidade ao nosso processo de expansão, inauguramos, em Ribeirão Preto, a segunda loja Eurobike Special, que oferece seminovos e outros veículos premium com a garantia de revisão Eurobike. À sua disposição! E ainda estamos preparando novas instalações em Uberlândia, São José do Rio Preto e a terceira unidade da Eurobike Special, em Caxias do Sul... aguarde. Com esta edição, estamos completando três anos de Eurobike magazine. E como somos loucos por uma novidade, a revista também está em processo de reformulação e modernização. Você, leitor, é parte integrante deste processo, portanto contaremos com sua participação no sentido de responder a algumas perguntas sobre a revista que lhe serão enviadas muito em breve. Dessa forma esperamos aperfeiçoar juntos esta publicação, que afinal foi criada para ser mais um canal de comunicação entre nós. Boa leitura. Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente

magazine@eurobike.com.br

Eurobike magazine . 5


# 13 09 2010

6 . Eurobike magazine

10. razão 12. Café com o maestro 20. Aires Vigo 22. O E ganha espaço 28. Eurobike Special

32. emoção 34. MINI Cooper por Marcelo Curia

46. Pequeno mito 48. Série 5


58. prazer 60. Desenhar com 52. Nova Cayenne S 56. Orientais, tremei!

a natureza

70. Achados

e imperdĂ­veis

72. devaneio 74. Um sonho no coração

Eurobike magazine . 7


Para quem sempre desfilou em nossos carros, mais um lançamento exclusivo.

Eurobike Collection. Acelere com estilo. A nova coleção de roupas da Eurobike, assinada pela grife francesa Vuarnet, acaba de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Porto Alegre e Uberlândia.


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www.eurobike.com.br


MARISA CAUDURO

10 . Eurobike magazine


raz達o

Reinventar-se se preciso for

Eurobike magazine . 11


razão

Café com o maestro João Carlos Martins, que já foi um dos maiores intérpretes de Bach de todos os tempos e se apresenta nas salas mais importantes do mundo com sua Filarmônica Bachiana, garimpa jovens talentos brasileiros

POR DANIEL PIZA | FOTOS MARISA CAUDURO

12 . Eurobike magazine


Eurobike magazine . 13


razão

de

qualquer

lista

dos

maiores

intérpretes internacionais de Bach, que se reinventou como maestro e tem se apresentado nas salas mais importan“Você já ouviu isto? É lindo. Tive a

tes do mundo com sua Filarmônica

oportunidade de tocar para ele em

Bachiana,

público.” João Carlos Martins se senta

com fatos e lembranças, do Alasca ao

ao piano Fritz Dobbert na sala de seu

Canindé, mesmo tendo se apresentado

apartamento nos Jardins, em uma

com grandes lendas da música. Mostra

nublada manhã de quarta-feira em

vaidade com o fato de que Bruno

São Paulo, e toca a composição que

Barreto vai filmar sua vida em breve e

o grande jazzista Dave Brubeck fez

com a ampliação da fama trazida pelo

em homenagem a Chopin, chamada

depoimento no último capítulo da novela

“Thank you”. São apenas cinco minutos

Viver a vida. Mas mostra também um

e inesquecíveis; Martins contrai o

desprendimento e uma determinação

rosto, pelo esforço de esticar os dedos

enormes ao tocar em ritmo acelerado

retorcidos pela lesão, mas também pela

o projeto de levar música clássica aos

emoção da música e da lembrança do

meninos carentes de toda parte.

segue

se

emocionando

dia em que Brubeck foi ver um concerto seu em Anchorage, Alasca, durante

Durante o café da manhã, falou com

uma escala de viagem em 1970. A foto

entusiasmo sobre a Filarmônica, mes-

do amigo está ali, em meio a diversas

mo que ela lhe esteja exigindo uma

outras espalhadas pela casa, e registra

agenda impressionante: dois dias atrás,

outro momento juntos, quando se

por exemplo, tinha dado um concerto

apresentaram num concerto em Nova

no Capão Redondo às 9h, outro no

composições para cinema, de autores

Iorque.

Jardim Ângela às 16h – dois dos

como Henry Mancini e Ennio Morricone,

bairros paulistanos mais conhecidos

ajudam a cativar o público), além do

Martins se levanta e começa a atravessar

por sua carência e violência – e o último

apoio institucional (no caso, do Sesi).

a sala, quando se depara com outro

em Campinas à noite, num colégio

“Acho que todo músico deveria reservar

objeto que o emociona e se orgulha de

particular. No dia seguinte, fez o mesmo

20% do seu tempo para pisar no barro”,

exibir: uma placa em sua homenagem

na Vila Brasilândia e Cidade Tiradentes.

diz. “Com isso ajudaríamos a mudar a

oferecida pelo clube para o qual torce

É um trabalho belíssimo, que faz Martins

imagem da música clássica.”

apaixonadamente, a Portuguesa. É um

desejar que seu nome não apareça

reconhecimento ao torcedor famoso

mais “no limbo”, como diz, porque

Ele faz questão de lembrar que não se

em cor prata, da qual se destaca o

fez “a besteira de mexer com política”

trata apenas de filantropia e formação

escudo vermelho e verde. “Uma vez eu

no passado, quando envolvido num

de público; encontrar e apoiar jovens

estava no Canindé, a torcida me viu e

escândalo com o ex-governador Paulo

talentos é fundamental. “Há muitos

começou a cantar: ‘Um, dois, três, o

Maluf.

projetos de música junto a comunidades carentes, mas nenhum tem revelado

maestro é português’”, conta com uma risada. Pouco antes, havia mostrado no

Em todos esses lugares da periferia

ninguém.

laptop, com ajuda da mulher Carmem,

de São Paulo, Martins só reforçou a

para que empresas adotem crianças

um dos sambas-enredo que podem ser

convicção de que a música clássica

talentosas e temos muitos bolsistas

escolhidos para o Carnaval do ano que

não precisa ser nada difícil ou distante

em nossa orquestra.” Segundo ele, das

vem pela escola Vai-Vai, que pretende

para a maioria das pessoas; basta que

pessoas que assistem à Filarmônica,

celebrar a história de Martins com o

chegue com um pouco de explicação

70% poderão ser público da música

tema A música venceu.

(Martins fala antes de iniciar cada obra

clássica

e mostra às pessoas o que é reger)

amadores, 8% profissionais – e 2%

e estratégia (versões orquestrais de

serão o que chama de “diamantes”,

Aos 70 anos, o pianista que faz parte

14 . Eurobike magazine

Criamos

no

futuro,

um

20%

programa

músicos


“Você sabia que existem 50 milhões de chineses estudando piano? No Brasil, não devem existir mais que 20 mil, dos quais apenas uma minoria estudando a sério.”

Eurobike magazine . 15


razão

O Brasil, em outras palavras, não tem formado novos Joões Carlos Martins, novos garotos prodígios da música. Aos oito anos, ele já ganhava concursos

grandes promessas como a soprano

tocando Bach; aos vinte, fazia concertos,

Eliane Chagas, ex-trombonista de uma

como um patrocinado por Eleanor

pequena orquestra pernambucana que

Roosevelt. Por seu furor expressivo

Martins levou a cantar para uma plateia

diante do teclado, quando era capaz

efusiva na Sala São Paulo.

de tocar 21 notas por segundo – e as imagens o mostram fazendo caretas,

A Filarmônica é formada por 25 pro-

se descabelando e dando súbitos pulos

fissionais, muitos deles pertencentes

na banqueta –, foi

a outras orquestras, como a Osesp, e

o pianista canadense Glenn Gould,

mais 45 estudantes. O repertório muda

embora sua lista de admirações no

todo mês e traz obras canônicas como

instrumento comece pelo suíço Alfred

a Quarta sinfonia de Tchaikovski, a

Cortot (“o melhor som”) e siga com

Primeira de Brahms, a Novo mundo de

Horowitz e Rubinstein. Também se

Dvorak e a Nona de Beethoven. Com

queixa do excessivo virtuosismo de

ela, Martins tem se apresentado em

muitos instrumentistas atuais, como o

locais nobres como o Lincoln Center,

chinês Lang Lang.

comparado com

embora reclame que a grande imprensa esses

Curiosamente, apesar da ausência dos

eventos. Ele rege sempre de memória,

brasileiros no concurso de Leipzig, são

mesmo que hoje existam aparelhos

compatriotas os músicos que destaca

para mudar de página com um simples

na atualidade. Menciona em especial

comando, e só cede a tecnologias

o maestro Roberto Minczuk, “gênio”,

como o iPod quando precisa aproveitar

“o maestro brasileiro mais requisitado

a viagem de avião para estudar. “Eu

no

me concentro melhor se rejo sem a

considere Isaac Karabitchevsk “o mais

partitura.”

equipado”), e Nelson Freire, “o pianista

brasileira

raramente

noticie

cenário

internacional”

(embora

em melhor forma no mundo”, dono de Martins acaba de voltar de um concurso

“um som maravilhoso, um bom gosto

em Leipzig, do qual foi júri, conhecido

absurdo” (embora recrimine nele e

como a Copa do Mundo de Bach,

em sua parceira, Martha Argerich, um

para pianistas com menos de 32 anos.

fraseado “fácil, em ondas, puh-ram,

A falta de “diamantes” brasileiros lhe

puh-ram”).

chamou a atenção: dos 150 escolhidos

jovem venezuelano Gustavo Dudamel

para a final, nenhum era sul-americano;

(“outro gênio, mas ainda vai ama-

em

de

durecer”) e conta piadas sobre a

sessenta asiáticos, sobretudo chineses,

proverbial vaidade dos maestros (como

mostrando o valor da dedicação ao

a de Ricardo Muti usando a chuva para

estudo. Martins diz que isso não

arrumar os cabelos).

contrapartida,

havia

mais

Também

acompanha

o

tem a ver apenas com a diferença de população. “Você sabia que existem 50

No pequeno grupo de câmara que se

milhões de chineses estudando piano?

poderia formar com os representantes

No Brasil, não devem existir mais que

do Brasil na música erudita mundial,

20 mil, dos quais apenas uma minoria

o nome de João Carlos Martins

estudando a sério.”

também não pode faltar. Mais famoso

16 . Eurobike magazine


Eurobike magazine . 17


razão

do que nunca, ele não se incomoda com as

Chopin, ficamos admirados com sua força de

reações emotivas que provocou e provoca

vontade e sensibilidade. Mas seu ciclo integral

por sua luta contra a LER, a lesão por

de Bach está aí, em gravações eternas, para

esforço repetitivo, agravada também por um

lembrar que diante de nós não está apenas

acidente jogando futebol e um golpe sofrido

um músico célebre que foi obrigado a

num assalto – a qual o obriga a sessões

abandonar o piano, ou um bom maestro que

diárias de fisioterapia. Sua vida tão intensa,

parte em missão pelos clássicos, mas um

de dramas e façanhas, foi motivo de diversos

extraordinário pianista que, ainda por cima,

trabalhos, como um premiado documentário

rege uma vida extraordinária.

franco-alemão de 2004, A Paixão segundo Martins, que o mostrava urrando de dor ao levar choques para tentar recuperar o movimento das mãos. “Sei que as pessoas se emocionam, mas também sei que sabem o que fiz antes.” Quando vemos cenas como aquela em que toca uma peça de Rachmaninoff com apenas uma mão, ou quando o testemunhamos buscando as notas do tributo de Brubeck a

18 . Eurobike magazine



razão usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.

AIRES VIGO

A

utilização

da

arbitragem

pode

ser

estabelecida pelas partes em contrato ou poderia ter elementos seguros de julgamento.

simples acordo (anexo ao contrato), prevista

Na verdade, este sistema até alivia a carga

na forma de cláusula arbitral (ou cláusula

do Judiciário, pois um juiz normalmente

compromissória) no corpo do contrato que

cuida de milhares de processos referentes às

instrumentaliza o negócio formalizado pelas

mais diversas matérias (demandas de família,

partes. Importante esclarecer que, mesmo

penal, contratos, consumidor, eleitoral etc.).

após o surgimento da controvérsia, as partes

Ora, mesmo o juiz mais dedicado, culto,

poderão de comum acordo fazer uso da

estudioso, comprometido, não conseguirá

arbitragem.

ter um excelente desempenho em todas

Arbitragem O instituto da arbitragem não é novo e já vem sendo utilizado com segurança e em larga escala no sistema jurídico brasileiro. No início, quando da edição da lei nº 9.307/1996, que instituiu a arbitragem no sistema brasileiro,

as matérias, pois é impossível. Então,

A decisão arbitral tem o mesmo efeito da

para as demandas mais complexas, como

sentença proferida pelo Poder Judiciário, ou

por

seja, obriga as partes ao seu cumprimento –

exemplo

conflito

entre

acionistas,

discussão acerca de aquisição de controle

pois trata-se de título executivo judicial.

acionário, compra de participação societária,

As questões acerca das quais as partes

transação entre empresas etc., a utilização

não podem efetuar transações não podem

da arbitragem passa a ser muito mais

ser submetidas à arbitragem, ou seja, a

interessante, producente, porém com custos

arbitragem não poderá ser utilizada em

mais elevados.

matérias que as partes não podem dispor como quiserem, como por exemplo estado

muitas dúvidas existiam com relação à

No procedimento arbitral, impera a vontade

segurança que este modelo de solução de

das partes envolvidas, considerando que são

conflitos propiciava. Como o Poder Judiciário

estas que definem as etapas do “processo”,

Assim, vê-se que a arbitragem é um

não participa do processo, parte da doutrina

os prazos, e definem ainda os árbitros, que,

procedimento que tem como finalidade a

questionava a constitucionalidade da lei, uma

em conjunto, poderão nomear um terceiro e

solução de uma controvérsia instalada e tem

vez que a Constituição Federal assegura a

decidir sobre a controvérsia existente.

como base regras criadas pelas próprias

todos o livre acesso ao Poder Judiciário. A

civil, impostos, delitos criminais e outros.

partes que serão submetidas a ela. Desta

questão era: uma decisão proferida em sede

A lei que respalda a arbitragem no Brasil

forma, a arbitragem garante, além de uma

de procedimento de arbitragem poderia ser

estabelece que as pessoas capazes de

solução imparcial e eficaz para o caso, sigilo

questionada no Judiciário posteriormente?

contratar poderão valer-se da arbitragem

com relação à controvérsia e a certeza de

Se a resposta fosse positiva, de nada

para dirimir litígios relativos a direitos

que o julgamento será realizado por pessoas

adiantaria a utilização desse sistema. Mas o

patrimoniais disponíveis e que a arbitragem

(árbitros) com expertise no assunto em

Supremo Tribunal Federal já se pronunciou

poderá ser de direito ou de equidade, a

questão e, considerando a velocidade com

de forma definitiva acerca da questão,

critério das partes.

que os negócios são realizados, o mais

externando entendimento de que não há violação à Carta Federal, assegurando

As partes envolvidas poderão escolher,

importante, com rapidez.

livremente, as regras de direito que serão

Por

aplicadas na arbitragem (se a lei brasileira

dinâmicas, com perfil agressivo ou con-

A arbitragem é uma opção eficiente e segura

ou de outro país) e, ainda, onde será julgada

servadoras, de qualquer porte, podem se

para a resolução de conflitos de interesses,

eventual controvérsia (se no foro do Brasil

utilizar do procedimento arbitral. No Brasil

evitando que as partes envolvidas tenham

ou de Nova Iorque, por exemplo), desde

existem várias câmaras de arbitragem aptas

que se deslocar ao Poder Judiciário, onde

que não haja violação aos bons costumes

a viabilizar o procedimento.

as soluções são lentas, e, muitas vezes,

e à ordem pública, e poderão, também,

dada a complexidade e particularidade das

convencionar que a arbitragem se realize

Aires Vigo é advogado empresarial, com escritório

questões, nem mesmo o juiz mais zeloso

com base nos princípios gerais de direito, nos

em Ribeirão Preto e São Paulo

validade à lei que regula a arbitragem.

20 . Eurobike magazine

estas

e

outras

razões

empresas


Eurobike magazine . 41


razão

O E ganha espaço Uma expansão necessária POR MARILUZA COSTA | FOTOS DUZZEK ALVES

Da esquerda para a direita: Fabio Bernardes, Ruy Cardoso de Miranda, Veronica Concenza, Aldo Biasetton, Henry Visconde, Alexandre Gaeta, Patricia Braga, Ricardo Caires e Guilherme Passalacqua

22 . Eurobike magazine


Uma estátua viva de O laçador, monumento

responder por 20% do total de vendas. Pelo

O grupo tornou-se referência no setor e hoje

símbolo do gaúcho, circula pela loja,

contrário, depois de aderir às rodas matinais

atua também em São José do Rio Preto,

representada por um ator. Uma cuia de

de mate amargo com clientes e funcionários,

Campinas e na capital paulista. As operações,

chimarrão passa de mão em mão. Não

ele parte para voos mais altos. “O próximo

que no começo envolviam apenas uma

estamos numa comemoração tradicional

passo é adesivar os Mini Cooper com

marca premium, hoje representam seis das

do Rio Grande do Sul, mas num evento

ícones dos times de futebol rivais, Grêmio e

melhores grifes de carros do mundo. Nos

do grupo Eurobike na capital, Porto Alegre.

Internacional”, provoca.

showrooms, máquinas da BMW, Land Rover,

Mergulhar na cultura local para estabelecer

Audi, Volvo e Porsche atraem os olhares e

uma identificação com os clientes é uma das

Porto Alegre é marco da expansão da rede de

despertam os sonhos de consumo de quem

formas de conquistar confiança, fidelização

concessionárias de carros de luxo criada em

admira bons carros. A presença marcante

e crescer. Para Aldo Biasetton, sócio-diretor

Ribeirão Preto, SP, no começo da década.

no mercado reforçou a credibilidade da

responsável pelo mercado gaúcho, não

Em menos de nove anos a Eurobike passou

empresa, que entrou para o seleto grupo das

foi difícil assumir o novo braço da empresa

de uma para quinze lojas e aumentou seu

cinco vendedoras do MINI Cooper no Brasil.

que, em menos de cinco anos, passou a

quadro de trinta para trezentos contratados.

Eurobike magazine . 23


razão “Crescer não é uma escolha, mas uma necessidade no mercado de carros premium, que precisa de escala para ter um estrutura profissionalizada e rentável”

A Eurobike tem na exclusividade um dos seus pontos fortes. Cada marca tem loja própria, com layout nos padrões internacionais do

Aldo Biasetton

fabricante. “Lado a lado ou muito próximas, facilitam a decisão do comprador, que tem a chance de comparar os veículos”,

Tanto na hora de avançar quanto em

afirma o gerente de marcas Ricardo Caíres

momentos de crise, como a que passamos

de Almeida. O cliente não tem dúvidas de

na economia global”, afirma. Mas o otimismo

que ali estão todos os modelos disponíveis

precisa

no mercado, mas pode querer mais. “Ele encontra carros em configurações especiais de cores externas e internas diferentes, em modelos que muitas vezes só são vendidos

estar

acompanhado

da

visão

profissional. “Para saber onde o grupo pode acelerou com a compra de vários pontos.

dar certo é preciso pesquisar, levando em

O investimento de 20 milhões de reais deu

conta o potencial econômico da região”,

bons frutos: o grupo Eurobike dobrou o

explica. “O crescimento dentro de novos

faturamento e já detém 10% do mercado de

espaços, aliado à adaptação à cultura

carros luxo do Brasil.

local e à qualidade do atendimento são

fundamentais para consolidar a empresa”,

Desde que assumiu a empresa, o diretor-

afirma.

presidente Henry Visconde sabia que crescer

era o único caminho. “Neste mercado onde

Olho no olho

poucos grupos atuam não tem como ser pequeno”, afirma. Acostumado com negócios

A expansão da Eurobike envolve novas ações

de peso, como a indústria farmacêutica de

de marketing. “Pensamos por região e, além

sua família, onde trabalhava, Henry deixou

da mídia padrão, que segue os conceitos de

a paixão falar mais alto na hora de mudar

cada marca nos anúncios, pesquisamos a

de ramo. “Sempre gostei de bons carros”,

cultura local”, explica a gerente de marketing

revela. Essa afinidade fez do empresário um

Patrícia Braga. O diretor regional atua como

piloto amador de provas como Porsche Cup,

um “embaixador” do grupo. Cabe a esse

Endurance e MINI Challenge. Mas na direção

representante enxergar as necessidades

no Brasil pela Eurobike”, explica. E ainda é

dos negócios seu desempenho é melhor.

de seu público e fazer com que ele se

possível encomendar um carro exclusivo

sinta prestigiado. Função, por exemplo, de

diretamente do fabricante.

“O otimismo é a mola propulsora, sempre.

Aldo no Rio Grande do Sul. “Porto Alegre foi a terceira capital, depois de São Paulo,

Crescer é preciso

a receber a Porsche da Eurobike, hoje

Sttutgart. A iniciativa valorizou o gaúcho,

“Crescer não é uma escolha, mas uma

que agora é fiel à nossa empresa”, afirma. A

necessidade no mercado de carros premium,

estratégia foi repetida com o MINI Cooper: a

que precisa de escala para ter um estrutura

capital gaúcha é a terceira cidade brasileira

profissionalizada e rentável”, afirma Aldo Biasetton. Na hora de abrir uma loja conta muito os negócios de oportunidade. Como é mais caro e demorado começar do zero, comprar um ponto em funcionamento tem

“O otimismo é a mola propulsora, sempre. Tanto na hora de avançar quanto em momentos de crise, como a que passamos na economia global”

o melhor custo-benefício para quem precisa crescer rapidamente, explica o diretor. Nos últimos dois anos, o ritmo de expansão 24 . Eurobike magazine

Henry Visconde


importados. “A Eurobike Special absorve

“Agora, o maior desafio é fixar a marca representada pelo ‘E’” Patricia Braga

o carro de quem quer trocar por um zero quilômetro, melhorando os valores para os dois lados”, explica. Para o diretor da Eurobike Special, Ruy

o caso dos test-drives que viram grandes

Cardoso de Miranda Neto, a empresa olhou

acontecimentos, como o realizado em

com mais carinho para esse segmento,

Botucatu, no interior de São Paulo. Depois

baseado em dados do mercado. “As

de tomar café da manhã na capital, os

estatísticas mostram que para cada zero quilômetro são vendidos 3,5 veículos usados no Brasil”, afirma. Segundo ele, os carros são cuidadosamente selecionados antes de serem colocados à venda, com confirma-

a ter uma revenda do carro sensação do

ção de procedência e histórico. “Somos

momento.

obcecados pela satisfação do cliente”, declara. A loja de São Paulo vende em média

Patricia conta que o marketing da Eurobike

vinte veículos por mês. Mas a meta é chegar

teve de se reestruturar a partir de 2007, quan-

mais longe, tornar-se referência no segmento

do o grupo abriu sua primeira concessionária

e avançar para o estado de Minas Gerais no

na cidade de São Paulo. “Agora, o maior

ano que vem.

desafio é fixar a marca representada pelo ‘E’”, diz ela. O que não vai ser tarefa fácil, já que a empresa tem a imagem associada às marcas que representa. Um dos caminhos para ultrapassar essa dificuldade é investir no

convidados saíram em caravana, dirigindo

relacionamento com o cliente. “São pessoas

os novos modelos, até uma fazenda,

exigentes, de médio a alto poder aquisitivo,

onde passaram o domingo se divertindo.

esclarecidas, que gostam de se presentear,

Emprestar veículos para os clientes VIPs é

de exclusividade e de tecnologia”, explica

mais um diferencial da Eurobike.

Patrícia. Conquistar consumidores deste nível exige esforço e criatividade. Para

Nova Eurobike Special

mantê-los no mailing, cerca de 10 mil nomes,

o trabalho é ainda maior. Entre os canais de

Na trajetória de crescimento, o grupo

comunicação está a ouvidoria, que recebe

inaugurou no ano passado, em São Paulo, a

sugestões e reclamações não apenas de

primeira Eurobike Special, para comercializar

uma loja, mas de todos os aspectos dos

carros seminovos. “Muitos consumidores

Também responsável pela Audi e BMW,

produtos e do atendimento da Eurobike.

têm 80 mil reais para gastar, mas preferem

Gaeta observa que o mercado de carros

O departamento de concierge é outro

um carro com mais segurança, conforto e

premium se reinventa diariamente. Para

diferencial, oferecendo uma relação de

opcionais do que o zero quilômetro de luxo

absorver

serviços, desde o empacotamento do carro

nacional”, afirma o gestor da área, Alexandre

chegados, alguns fabricantes promoveram

para presente até brindes, como agendas

Gaeta. Ele explica que os seminovos

reformulações. A BMW, por exemplo, lançou

personalizadas e vale-vinho. E a Eurobike

também ajudam na negociação dos novos

um modelo mais acessível, por cerca de 90

magazine, que você lê neste momento, é outro canal que busca responder ao senso estético e estilo sofisticado dos clientes. O relacionamento direto, olho no olho, é outro aspecto importante do marketing. É

novos

consumidores

mil reais, para esse

“Somos obcecados pela satisfação do cliente”

recém-

perfil de comprador.

“Com menos opcionais e ganho em escala, a montadora conseguiu baixar o preço”, explica. Essa e outras inovações provocaram

Ruy Cardoso de Miranda Neto

aumento de 80% do número de clientes

Eurobike magazine . 25


razão da BMW e da Audi no primeiro semestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. As concessionárias Porsche, Land Rover e Volvo da Eurobike também tiveram uma evolução significativa nos últimos anos. “As três marcas juntas já representam 35% do faturamento do grupo”, afirma o gerente Guilherme Passalacqua. Ele ressalta que o crescimento não foi de uma hora para outra.

A sócia e diretora financeira Veronica

“Foi gradual, com a conquista de clientes

Concenza revela que só em novos show-

que, por sua vez, levaram amigos e familiares

rooms

às lojas, alimentando um fluxo de vendas.”

milhões de reais em 2011. “Em breve

Com as facilidades de crédito ficou mais

estaremos

fácil realizar o sonho de consumo do carro

para atendimento das marcas Audi, BMW

de luxo e as vendas da Porsche neste ano

e Land Rover em São José do Rio Preto

superam em 50% os resultados de 2009.

e está em estudo levar MINI e Volvo para

Também aumentaram as vendas no sul do

um local privilegiado da cidade”, conta. O

país, segundo o gestor comercial Fábio

grupo já adquiriu mais um ponto de venda

Bernardes. O melhor exemplo é a Audi de

em Ribeirão Preto, estratégico para amplia-

Porto Alegre, que foi comprada em setembro

ção das marcas na região. “Uberlândia,

do ano passado e em outubro havia dobrado

MG, é uma das novas regiões em que já

o número de unidades vendidas. Na escalada

estamos atuando e vamos construir um

da rápida expansão, o desafio da Eurobike

showroom próprio com marcas ainda a

agora é crescer onde já está estabelecida.

definir”, afirma.

Avanço orgânico e necessário já planejado para várias cidades de São Paulo e Rio Grande do Sul no ano que vem.

26 . Eurobike magazine

a

Eurobike

planeja

inaugurando

um

investir

23

complexo


Eurobike magazine . 41


razão

Eurobike Special em Ribeirão Preto FOTOS DUZZEK ALVES

O Grupo Eurobike inaugurou, em agosto,

aquisitivo surpreendente e a oportunidade

mais uma unidade da Eurobike Special, ago-

estava à nossa porta devido à nossa boa

ra em Ribeirão Preto.

atuação na área de veículos novos. 60% das vendas envolvem carros usados no negócio,

Na ocasião, com a presença do piloto

e geralmente do setor premium. Nós só es-

Lucas Di Grassi, em férias de quatro sema-

távamos usando os seminovos para abas-

nas da Formula 1, onde corre pela Virgin,

tecer os lojistas, os parceiros do mercado.

a Eurobike promoveu um desfile para apre-

Era uma oportunidade que não poderíamos

sentar sua nova linha de roupas esportivas.

deixar passar. Tínhamos todos os elementos necessários para montar a Special: uma em-

“A coleção foi criada pela francesa Vuar-

presa já constituída e atuante em São Paulo,

net, mas produzida no Brasil. São diversas

uma excelente oferta de seminovos premium

peças que com certeza vão agradar ao nos-

no mercado e uma boa demanda por veículos

so público”, conta Patricia Braga, executiva

de qualidade. Some-se a isto a enorme capa-

do marketing da Eurobike.

cidade de captação do grupo, o que nos dá o privilégio de escolher os melhores carros e

28 . Eurobike magazine

Para Ruy Cardoso de Miranda, executivo da

só ficar com os que são realmente premium.

Eurobike Special, a chegada da loja em Ri-

Temos ainda como meta a captação de no-

beirão Preto vem atender ao enorme poten-

vos clientes, os que não estão no segmento

cial da região. “Ribeirão Preto tem um poder

de importados, porém compram carros de


R$ 80 a R$ 90 mil, e acham que o carro importado está além do que eles podem pagar. Não é bem assim. Nós temos carros importados em perfeitas condições a partir de R$ 70 mil.” Ruy ressalta que o quesito qualidade é fun-

Modelos por uma noite: filhos de clientes e amigos desfilaram a nova linha de roupas esportivas Eurobike Acima, no centro: Lucas di Grassi Acima, à direita: Ruy Cardoso de Miranda

damental: “Se o carro tiver só um arranhão no pára-choque, uma coisa simples de fazer, ficamos com o carro, mas tem que ter boas condições. Nossos veículos devem ter

Eurobike magazine . 29


razão

obrigatoriamente uma aceitável vida útil de

lidade, mas exige muita responsabilidade de

pastilhas, amortecedores, pneus, fluidos e

nossa parte.” Com relação a carros de outras

filtros. É um carro que não precisará de re-

marcas, que não as distribuídas pelo Grupo

visão iminente, um seminovo quase zero, que

Eurobike, Ruy afirma que as mais procuradas

na maioria das vezes ainda tem a garantia de

são as marcas representadas pelo grupo,

fábrica.”

pois esses seminovos, na maioria dos casos, são trocados por veículos novos da mesma

A

questão

da

também

marca. O cliente é fiel. “Quando acontece

é importante, segundo Ruy. “Por sermos

de entrar um carro de outra marca, estando

autorizados de boa parte das marcas pre-

em boas condições e sendo premium nos pa-

mium no interior, é só ligar para nos-

drões Eurobike não há problema.”

sos gerentes de pós-vendas, geralmente

Sobre a importação de veículos especiais

mencionar a placa do carro que ele infor-

ou mesmo clássicos, a Special dispõe de

mará o perfil do proprietário e o histórico

todos os recursos necessários para trazer

do veículo, o que os dá muito mais segu-

o carro sob medida para a requisição do cliente,

rança para garantir a qualidade ao cliente.

atendendo às exigências legais e com um ser-

Levar o nome Eurobike nos dá muita credibi-

viço impecável. Tudo no padrão Eurobike.

30 . Eurobike magazine

procedência

No alto: Daniela Castaldeli, Renato Munhoz, Danilo Robusti Pinto e Liliane Pontes Monteiro Acima, à esquerda: Luis Antonio Diogo Mendes e Fernando Junqueira Acima, à direita: Paulo Carvalho, Eduardo Maistro, Jair Junqueira


Eurobike magazine . 41


MARCELO CURIA

32 . Eurobike magazine


emoção

Em pequenos espaços, agradáveis surpresas!

Eurobike magazine . 33


emoção

34 . Eurobike magazine


MÍNImo MÁXImo MULTIfacetado

MINI Cooper Por Marcelo Curia

Eurobike magazine . 35


emoção

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emoção

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emoção

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emoção

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emoção

44 . Eurobike magazine


Eurobike magazine . 45


emoção

Pequeno mito POR PERCY FARO

34 cv de potência e velocidade máxima

airbags para cabeça.

de 115 km/h. Não demorou muito para

O que continua como antes? O emblema

surgirem versões mais fortes. O piloto

do MINI, o manuseio semelhante ao de um

Quando Alec Issigonis começou a desenhar

John Cooper criou a mais famosa delas,

kart, a sensação de controlar todas as rodas,

o carro de pequenas dimensões, em 1957,

quando convenceu a BMC — British Motor

os pacotes de manutenção. Incorpora um

não imaginou que naquele momento dava

Corporation, fabricante do veículo, a lançar

inovador motor a gasolina de 1,6 litro e quatro

vida a um futuro e respeitável integrante do

uma configuração esportiva. O motor teve

cilindros, projetado pela BMW. A potência

refinado clube dos mitos. Em meio a uma

sua cilindrada aumentada para 997 cm³ e

cresceu 5 cv e chega a 120 cv. A velocidade

crise mundial de petróleo, ele nascia a pedido

ganhou melhorias para render 55 cv. Surgia,

máxima é de 201 km/h e a aceleração de 0 e

de Sir Leonard Lord, que trabalhava em

então, o MINI Cooper.

100 km/h ocorre em apenas nove segundos.

uma empresa automotiva inglesa chamada

Já a versão S introduz a potência turbo na

Morris. O carro, entretanto, precisava ser

A primeira geração do MINI foi produzida

família MINI. O propulsor, alimentado por

econômico e transportar quatro adultos.

entre 1959 e 1968 na fábrica de Oxford. Nos

injeção direta, gera potência de 175 cv

anos 1990, o controle da MINI passou para a

(aumento de 5 cv) a 5.500 rpm. Um sistema

Ao longo de cinco décadas ele fez isso

Rover, depois adquirida pela BMW. Em 1999,

“overboost” leva o torque a 260 Nm em caso

e muito mais, em que pese seu tamanho

a Rover foi vendida e a produção encerrada

de forte aceleração.

— 3,05m de comprimento, 1,40m de

no fim de 2000. Em 2001, a BMW lançou

largura e 1,35m de altura. Foi personagem

uma versão repaginada, mas manteve o

Na celebração do cinquentenário do MINI,

cinematográfico aplaudido, povoou mentes

estilo da primeira geração. No Brasil, hoje,

no ano passado, os holofotes de quarenta

de gente famosa, como os Beatles, tornou-

são comercializadas cinco versões: MINI

diferentes países se voltaram para o anfitrião

se referência para gerações e fez a cabeça

Cooper, MINI Cooper S (mais esportiva) MINI

da festa, que reuniu 25 mil pessoas no

de milhares de pessoas pelos quatro cantos

Cooper S Clubman (perua), MINI Cooper

Autódromo de Silverstone, na Inglaterra. Os

do mundo. Hoje, com mais de 50 anos de

Cabrio (conversível) e MINI Cooper S Cabrio.

fãs do pequeno carro foram a bordo de 10

idade, é uma celebridade com missão quase

O milionésimo novo MINI saiu da linha de

mil modelos da marca. A estilista britânica

impossível cumprida: uniu a nostalgia do

produção de Oxford em abril de 2007.

Mary Quant, de 75 anos, que inventou a

estilo retrô ao que há de mais moderno em

Adiciona elementos importantes e é me-

minissaia, também participou da festa e

design e tecnologia embarcada.

lhorado em todos os aspectos como, por

disse que o nome de sua invenção não se

exemplo, a configuração da suspensão,

deve ao tamanho da peça, e sim porque ela

Ele chegou ao mercado inglês em abril

que inclui um sofisticado eixo traseiro com

amava muito o carro que tinha à época, um

de 1959 com dois nomes, Austin Seven

braço central, sistema de direção elétrica,

MINI. Os veículos usados nos filmes Austin

e Morris Minor, e logo apelidado de MINI.

transmissão manual de seis velocidades para

Powers e Uma saída de mestre não ficaram

Era equipado com um motor de 848 cm³,

todos os modelos (automática para alguns) e

fora da celebração.

46 . Eurobike magazine


Eurobike magazine . 41


emoção

Série 5 Eurobike reúne convidados para a apresentação e test-drive da nova geração do BMW Série 5 FOTOS DUZZEK ALVES

Em um ensolarado sábado, a Eurobike BMW

Segundo Alexandre Gaeta, muita coisa mu-

recebeu trezentos convidados na Fazenda

dou, a começar pelo desenho, antes radical

Santa Maria, em Ribeirão Preto, para um dia

e controverso para algo mais fluido, har-

de “degustação” dos novos modelos BMW.

mônico, mas que não deixa de passar aquela sensação de carro atlético, vigoroso. Além

Acima, à direita: Renato Munhoz e Claudia Loureiro Página ao lado, acima, à direita: João Ferraz e Mayara Bottura; abaixo, à esquerda: Graciele Barros; à direita: André Accioly, Cleiton Martins e Fabio Gregorio

Clientes e convidados começaram a chegar

disso, estreia aqui o Série 5 GT, elegante

antes das 10 da manhã para o agenda-

como um sedã, flexível como uma Touring

mento dos test-drives, pois a expectativa era

e versátil como um SAV/SUV, que mantém

grande. A nova Série 5 está bem diferente da

as características da Série 5, mas com mar-

anterior – a BMW se empenhou muito para

cantes linhas descendentes do teto, como

implementar nos novos modelos o maior

num coupé.

número de inovações tecnológicas possível. A geração anterior (E 60), cujos modelos já

Os motores de seis cilindros em linha e V8

eram considerados os melhores carros do

estão mais potentes e econômicos com a

mundo, precisava mudar para atender às

utilização de turbocompressores mais efici-

novas exigências mundiais no que diz res-

entes e do novo câmbio de oito velocidades,

peito à economia de combustível e emissão

que faz com que a rotação do motor diminua

de poluentes. 48 . Eurobike magazine


em alta velocidade e, portanto, o consumo

Sport + você se torna um piloto num carro de

poupando um pouco o alternador e diminu-

de combustível também seja menor, tornan-

corrida, o carro está nas suas mãos.

indo o consumo do carro.

nos poluentes, sem prejudicar a performance

A nova BMW Série 5 está muito segura. A

Sistemas como o Park Assist, com sensores

do carro.

tecnologia usada nos freios ABS é inovado-

instalados nas extremidades do carro que

do-os ecologicamente mais corretos e me-

ra se comparada ao modelo anterior e in-

calculam o tamanho da vaga e faz o veículo

Há ainda o sistema Dynamic Drive, que pro-

finitamente melhor se colocada ao lado das

balizar sozinho, sem o auxílio do motorista,

porciona quatro estilos de direção em um

marcas concorrentes. O sistema de airbags

e o Controle de Cruzeiro Ativo, que não tem

só carro. O modo Comfort faz o carro ficar

atua de forma inteligente e é acionado con-

apenas a função de manter a velocidade do

extremamente macio e com dirigibilidade

forme o peso do ocupantes do veículo.

carro mas também de manter a segurança,

muito suave. No estágio normal o carro se

pois ele detecta a presença de um objeto em

comporta como um standard, ou seja, não

Um mecanismo chamado Efficient Dynamics,

menor velocidade ou parado na sua frente e

é tão macio mas também não é agressivo.

que funciona como uma espécie de Kers

reduz automaticamente para evitar colisões,

Existem ainda duas versões do modo Sport:

(dispositivo existente nos carros da fórmula

são alguns dos destaques.

na primeira o motorista permanece com al-

1), recupera a energia gasta na frenagem

gum controle do carro eletronicamente, e no

transformando-a em carga para a bateria,

A BMW série 5 é composta de três modelos:

Eurobike magazine . 49


emoção o 535 GT e o 535 sedã, com a mesma motorização de seis cilindros e 306 cavalos de potência, e o 550, com 407 cavalos. Alexandre Gaeta acredita que em aproximadamente um ano chegará a M5, da divisão super esportiva da BMW. Provavelmente o modelo M virá com um motor V8 biturbo mais forte. A montadora parou de produzir o motor V10 que existia na Série 5 e está conseguindo uma performance melhor em um motor menor. É fato que os clientes muitas vezes se surpreendem com o valor do carro, pois acreditam que tanta tecnologia poderia custar muito mais. Ou seja, o novo Série 5 tem provavelmente o melhor custo / benefício do mercado. Test-drive O empresário e piloto da Porsche GT3 Cup, Omilton Visconde Jr., nos levou para uma volta na 550i. Fã incondicional do modelo (já teve mais de um), disse que a última versão surpreende pela tecnologia embarcada, que é um salto se comparada à anterior. Impressionado com o sistema park assist e principalmente com o controle de cruzeiro ativo, que evita surpresas com veículos lentos e obstáculos pela frente. “O motor também está ótimo, um biturbo de 407 cavalos, é um sedã esportivo. E as linhas... Parece que o carro cresceu, ele está

“Esse carro tem uma aceleração incrível e o

mais arredondado. Está lindo!

nível de ruídos é baixíssimo. Eu estou a quase 200 km/h e parece que estou a 30 km/h. É

“Eu acho o melhor carro da BMW. Desde

um sedã de luxo, confortável, e um foguete,

1995, 1996, quando a Série 5 teve uma mu-

mas com itens de segurança como nenhum

dança importante e se tornou imbatível nos

outro. Vai ser referência no mercado!”

testes, se comparada aos concorrentes. É um carro confortável com características de um esportivo.

50 . Eurobike magazine

Omilton Visconde Jr. e Helen Giovinazzo a bordo do BMW Série 5


Eurobike magazine . 67


emoção

Nova Cayenne S Cliente da Eurobike Porsche testa e aprova a nova Cayenne

demonstração de um dos dispositivos de se-

FOTOS DUZZEK ALVES

gurança do carro que impede que se dê partida sem que se pise no pedal do freio. Até aí, novidade alguma. Cristiane tenta dar partida Convidamos a empresária Cristiane Athana-

sem pisar no pedal de freio e nada acontece.

sio Chaves, cliente Eurobike Porsche, para

Juliana então pede que ela pise no freio, sem

testar o novo Cayenne S 2010, em com-

sequer tocar em mais nada. O Cayenne dá

panhia da consultora de vendas Juliana

partida e ronrona seus oito cilindros.

Martins. Saímos para uma volta pelo anel viário para Cristiane tem Porsches Cayenne há quatro

que Cristiane sinta o comportamento dessa

anos. Começou com um V6 preto e agora

nova geração na estrada.

está com um V8 S branco. “O Cayenne é o carro em que fazemos nossas viagens, seja

Ela conta que o que mais chamou a atenção,

para a praia, em São Paulo, ou para Minas.

desde o princípio, foi o design e o conforto

É o carro da família”, conta Cristiane.

que ele oferece, e que a performance não foi nada menos do que o esperado, afinal é um

Juliana começa fazendo uma pequena

52 . Eurobike magazine

Porsche.


Eurobike magazine . 53


emoção “O Cayenne é o carro em que fazemos nossas viagens, seja para a praia, em São Paulo, ou para Minas. É o carro da família”

Naturalmente, a paixão dela e do marido Rodrigo pelos carros da marca já contagiou os filhos, que mesmo pequenos já reconhecem os modelos. Neste momento, Juliana sugere que ela pressione a tecla Sport para uma tocada mais rápida. Vamos do conforto absoluto à esportividade plena ao apertar de um botão. “Está mais rápido e mais firme também. O volante tem uma pegada melhor ainda, as respostas estão mais fortes e ainda tem estes sensores com alertas para os pontos cegos que ajudam muito no transito urbano.” Juliana explica: “a versão da Cris tem 385 cavalos. Essa tem 400 e é 180 kg mais leve. A aerodinâmica mudou, a suspensão evoluiu, está mais Porsche do que nunca!” Cristiane ressalta que, na escolha de um carro, as mulheres são muito mais práticas: “O homem é muito mais emocional, só volta a atenção para os esportivos. A mulher chega no showroom, vê o Cayenne e já imagina que cabe a família toda, para viajar, ir às compras, levar filhos à escola (a linha Porsche Design vem com cadeirinha de criança) e nos leva ao trabalho com conforto e segurança”. De volta à Eurobike Porsche, Cristiane dá seu veredito: “o que já era muitíssimo bom, está ainda melhor em todos os sentidos. Meu aniversário está chegando, agora começa a parte do Rodrigo...”.

54 . Eurobike magazine

Cristiane Athanasio Chaves entre Juliana Martins e Murilo Bittencourt de Freitas


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Eurobike magazine . 41


emoção

Orientais, tremei! BMW S 1000 RR

FOTOS DUZZEK ALVES

56 . Eurobike magazine


aproximadamente. A BMW pesa 206,5 kg, o que a deixa com uma ótima relação peso x potência. A suspensão dianteira é inverA BMW concentrou todo seu expertise na

tida (upside-down) e os freios Brembo com

fabricação de motos “state of the art” e de-

sistema Race ABS. A dianteira conta com

senvolveu um conjunto de soluções inovado-

disco duplo de 320 mm de diâmetro e a tra-

ras em mecânica e design. Seu nome: BMW

seira tem um disco de freio de 220 mm de

S 1000 RR.

diâmetro.

Com chassi em alumínio extremamente leve

Existem ainda quatro modos de condução:

e resistente à torção, as linhas nada conven-

Rain: usada em piso molhado, reduz a po-

cionais superaram, em ousadia, qualquer

tência da moto a 150 cv.

outro projeto anterior da marca.

Sport: usada nas ruas em condições normais, oferece os 193 cv da moto.

A nova BMW S 1000 RR é surpreendente,

Race: deve ser usado em circuitos e apenas

a começar pela carenagem, que do lado di-

com pneus homologados.

reito lembra guelras de peixe e do esquerdo

Slick: utilizado nas mesmas condições do

tem uma grande abertura que auxilia na re-

“race”, mas com o controle dinâmico de tra-

frigeração do motor. As novidades começam

ção (DTC) acionado de forma permanente

no design e se multiplicam por todos os itens

quando a moto atingir 20 graus de inclinação

da moto.

em uma curva.

O motor tem 193 cavalos de potência a

A BMW S 1000 RR tem um tanque de com-

13000 rpm, em um quatro cilindros em linha

bustível de 17,5 litros com uma autonomia

em vez do motor boxer tradicional. São

de aproximadamente 296 quilômetros a uma

999 cm3 com torque máximo de 11,98 kgf a

velocidade de 120 km/h. Ela conta ainda

9750 rpm em um motor refrigerado a água.

com um painel de instrumentos com cronômetro de voltas em circuito, comandos sim-

A moto faz de 0 a 100 km/h em 2,9 segun-

ples e lanternas de LEDs na traseira.

dos e tem velocidade máxima de 300 km/h,

Esta não veio apenas para ser mais uma. Eurobike magazine . 57


CLOVIS FRANÇA

58 . Eurobike magazine


prazer

Paraíso: qualquer lugar agradável e prazeroso; éden

Eurobike magazine . 59


prazer

Desenhar com a natureza Pisar descalço na grama úmida de orvalho, se perder em meio a canteiros compostos de diferentes nuances de verde, contemplar o movimento suave das folhas ao ritmo do vento, descansar à sombra de uma árvore frondosa. Imaginar um espaço onde vive o prazer. Helena Overmeer, paisagista

TEXTO E FOTOS CLOVIS FRANÇA

60 . Eurobike magazine


Eurobike magazine . 61


prazer

Em uma fazenda na região de Ribeirão Preto, SP, no alto de uma encosta de onde a vista alcança longe, nasceu um jardim mágico, em volta do casarão antigo restaurado e ampliado pelos proprietários. O mesmo carinho e cuidado que os donos tiveram com a reconstrução da sede da fazenda também aconteceu na escolha da paisagista Helena Overmeer para projetar o seu entorno: uma área com cerca de sete mil metros quadrados, a ser transformado num prazeroso jardim. Um espaço que considerasse a privilegiada vista e agregasse as novas espécies ali plantadas às antigas mangueiras e jabuticabeiras

existentes

no

local.

Um

projeto que pensasse na integração com o entorno, com seus pastos e o cultivo de cana orgânica, que contemplasse as necessidades de proteção contra o vento. Que tivesse horta, frutas e trepadeiras cheias de perfume. Um jardim com canteiros em que a expert dona da casa pudesse colher flores diariamente para alegrar seus vasos; que fosse um local lúdico para as crianças brincarem, os inúmeros netos do casal que adoram visitar a tão sonhada casa na árvore. Escolha mais do que acertada. Para Helena, projetar e pensar num jardim envolve tudo isso. Inclui esse conectar-se com a natureza do local para poder usufruir dela o máximo 62. Eurobike magazine


possível. Conseguir imaginar um espaço futuro de contemplação e prazer para seus usuários. Por outro lado, é também preciso o conhecimento das árvores e das plantas, seu comportamento, funções e sazonalidade. Como um bom médico, saber acompanhar e interpretar o seu desenvolvimento. Nascida em São Paulo, Helena estudou Biologia na Unicamp de Campinas, atraída pelo conhecimento sobre as vegetação e o entendimento da vida. Desde que nasceu, respira essa familiaridade com o mundo das árvores e das plantas. Seu avô materno, Wolfgang Schmidt, veio da Alemanha em 1924 e durante os seus cem anos de vida tornou-se um fantástico conhecedor de madeiras, que gostava acima de tudo de conversar e ensinar. Seu Schmidt pesquisou muito, estudou o comportamento das espécies, criou uma biblioteca especializada no assunto e uma importante xiloteca na sua fazenda em Joaquim Egydio, na região de Campinas, onde a neta pode compartilhar com o avô toda essa dedicação e conhecimento com o sutil mundo vegetal.

Eurobike magazine . 63


prazer

64 . Eurobike magazine


Helena tem a mão, o olho e a alma para trabalhar com as plantas. Ela nos conta que as árvores sempre gostam de estar acompanhadas. Que algumas delas dependem da companhia de outras até por motivos biológicos, para uma melhor polinização. Por conta disso, a paisagista prefere realizar jardins maiores onde é possível misturar indivíduos diferentes de uma mesma espécie, o que faz bem para as plantas, aperfeiçoa os genes da espécie e contribui para a biodiversidade. Helena nos fala também da importância da sensibilidade para a percepção do mundo vegetal, da interação com as plantas através do toque, de estruturas moleculares onde tudo vibra, tudo é energia. Compartilha seus segredos sobre as plantas, conta que elas não desperdiçam energia desnecessariamente, de sua procura constante por um local onde podem se dar melhor, de como aproveitam o Sol, a luz existente para se reproduzirem, progredirem e disseminarem o DNA das espécies. Não é à toa que ela pretende começar a trabalhar também com reflorestamento. Para Helena, o jardim não é só enfeite e ornamento da casa para sua valorização. É principalmente um lugar de usufruto,

terra, o plantio e o desenvolvimento desses

de curtição. É trazer o cliente para o lado

seres vivos. Começa por descobrir sobre

de fora da sua casa e propiciar a ele o

o perfil dos clientes, saber o que desejam

prazer do convívio com a natureza. Por

como jardim, se é um lugar para cultivo,

isso a importância de um espaço de estar,

um lugar para contemplação, para leitura,

feito com grama ou de terra. E isso é o

para as crianças brincarem. Ao receber a

mais gostoso de ver: a família interagindo

encomenda também considera importante

com

com

dialogar com o arquiteto da casa, entender e

inúmeras espécies integradas. Ao mesmo

respeitar as linhas do projeto e da construção

tempo, considera que o jardim tem quatro

parceira do jardim. Em seus projetos, sempre

dimensões, pois o seu crescimento in-

que possível, a água está presente, assim

corpora o tempo. E ele precisa de cuidados

como as linhas curvas e orgânicas. Gosta

para manter-se vivo, proporcionando prazer

também das trepadeiras e o encanto que

àqueles que cuidam dele.

elas podem trazer ao jardim, através das

o

microambiente

projetado

sombras, flores, cheiros e perfumes. Ao Em seu trabalho com paisagismo, Helena

mesmo tempo, avalia que a iluminação de

gosta de participar de todas as etapas:

um jardim é propiciar a seus donos o mesmo

conversar com o cliente, desenhar, comprar

jardim duas vezes: um de dia e outro à noite.

as mudas e descobrir uma planta inesperada

Uma outra alegria enorme é a de ver o jardim

no Ceasa; acompanhar a preparação da

depois de desenvolvido, crescido e formado.

Eurobike magazine . 65


prazer

66 . Eurobike magazine


Pensar num jardim inclui o conectar-se com a natureza do local para poder usufruir dela o mรกximo

Eurobike magazine . 67


prazer

para brincar das crianças, com seu tanque de areia e a casa de madeira em cima da velha mangueira. Aproveitou as zonas de sombra

das

incansáveis

jabuticabeiras.

Usou seixos rolados e delimitou o local para armar a grande fogueira. Aproveitando a topografia, desenhou com pedras da região um pequeno córrego com a água nascente do local, em meio à macia grama esmeralda com irrigação automatizada. Não esqueceu da horta de temperos e dos recantos de introspecção, com a colocação de um banco naquele lugar de onde a vista é especial. Se os jardins podem ser tentativas de recriação do prazer do paraíso, Helena constrói, com seu trabalho, possibilidades diversas de usufruto da natureza e, ao mesmo tempo, planta lugares para viver esse o jardim depois de desenvolvido, crescido

liberdade para desenvolver seu trabalho,

e formado. O prazer do projeto realizado.

explorar as diferentes possibilidades de

A busca concretizada do bem-estar, de um

ocupação – foi um desafio ideal para Helena.

lugar de convívio, com praça, brincadeiras e

Projetou uns canteiros com flores e os outros

perfume.

feitos com as cores das próprias folhagens. Pensou na arquitetura das árvores, na

Projetar o jardim dessa fazenda no interior

beleza estética do pau-ferro e na dimensão

de São Paulo – com espaços generosos e

vertical de um guapuruvu. Criou a área

68 . Eurobike magazine

prazer.


Sterling Legend 28

Escolha a sua lancha com o mesmo cuidado com que você escolheu o seu carro: Nova Sterling Legend 28 Se você já gostou do design da nova Sterling Legend 28 não deixe de conhecer o que ela ainda tem de melhor: sua performance. Inspirada nos clássicos americanos e italianos do início do século XX, a SL28 é fabricada com as mais modernas técnicas de construção naval, que vão desde o uso de avançadas resinas, tecidos de fibra de vidro multiaxiais, reforços com fibra de carbono, até a estrutura tipo sanduíche de seu convés. Além disso, a Sterling Yachts cumpre e supera todas as normas de construção aplicáveis às embarcações que fabrica. Especial atenção é dada também ao seu acabamento de qualidade superior e ao uso de equipamentos e matérias primas de primeiríssima linha, vindas de fornecedores de renome internacional. O resultado desse cuidado todo se traduz em um conjunto confortável, eficiente e preciso, que permite ao seu piloto uma direção muito mais esportiva. Quem tem um carro único, merece sentir a emoção e o prazer de possuir a mais sofisticada e exclusiva lancha do mercado.

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Rua Almirante Pereira Guimarães, 220 - Pacaembu - São Paulo - SP - Tel: 11 3726-3905 A Sterling Yachts se reserva o direito de modificar materiais, especificações de equipamentos e/ou modelos sem aviso prévio. As fotos/ilustrações podem conter equipamentos opcionais. Todas as medidas são aproximadas. O equipamento Standard pode variar, dependendo da região para qual é vendido o produto. Os dados sobre performance são estimados e podem variar em função de carga, manutenção e das condições metereológicas (vento e ondulação).

SL28

SA41

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Eurobike magazine . 69


prazer

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70 . Eurobike magazine


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Eurobike magazine . 71


CAROL DA RIVA 72 . Eurobike magazine


devaneio

“Alegria não tira a seriedade” Magnólio, palhaço e educador socioambiental

Eurobike magazine . 73


devaneio

Um sonho no coração Um confortável Audi A4 passeia pelas tradições das antigas colônias italianas da Serra Gaúcha. Tudo regado a muita massa, vinhos finos e maravilhosos espumantes

POR EDUARDO PETTA | FOTOS CAROL DA RIVA

74 . Eurobike magazine


Pequenos flocos de gelo cobrem a relva ao raiar do dia. Nas serras gaĂşchas, a estĂŠtica do frio se anuncia. Tudo pede aconchego Eurobike magazine . 75


devaneio

Estima-se que, de 1874 a 1900, um milhão de ita-

— Santa Madona! Sacramento! I pulzi me

4 de novembro de 1875, na pequena co-

lianos chegaram ao Brasil. Na bagagem, tradições

magna le rece (as pulgas me mordem as

muna de Valunga, em Rovereto, cidadezi-

e sonhos da velha bota. Entre elas, a devoção aos

orelhas).

nha do Tirol que o império austro-húngaro sequestrara aos italianos anos antes. O fato

vinhos. Arte cultivada com amor por seus descendentes, como Beatriz Dreher Giovannini

Eleonora acordou aos gritos com o estrondo

ruborizava Marco pela gozação dos vizinhos

da tábua de madeira que sustentava o velho

vênetos. Eles os chamavam de italiani sen‑

colchão onde dormia. Do braço de Morfeu

sa bandiera (italiano sem bandeira). Mas

foi direto ao solo, estatelando-se no chão da

essa brincadeira não lhe atormentava mais.

casa em plena madrugada.

Claro como os primeiros flocos de neve que esvoaçavam no céu naquele instante,

— O que foi mulher? — socorreu-lhe o

a anunciar o rigoroso inverno, seu pensa-

marido Marco. — Está toda molhada?

mento tinha um único devaneio: abandonar

— É suor. Tive um pesadelo escabroso. Sonhei

a miséria e a fome daquela Itália recém-

que bugres canibais devoravam nossos filhos.

-unificada e fugir, sumir, escafeder-se com a família para “fazer a América”. Brasil, un

Marco Valduga fez silêncio. Insone, abriu a

sogno al cuore (um sonho ao coração), ba-

janela e postou-se junto ao peitoril. Pensa-

tia ao peito. Marco não podia mais esperar.

va longe. Fazia muito frio naquela noite de

76 . Eurobike magazine


sexta-feira. Na segunda de manhã, tomaram a vaporeta pelo rio Caí até São João de Montenegro. Uma nova carreta os levou serra acima até a colônia de Dona Isabel. E lá foram eles, mais uma semana de chão de terra em meio à selva, a roda da carroça puxada pelos bois a ranger. Era tudo novo às retinas: árvores imensas, pássaros coloridos, animais tropicais. Na véspera de Natal, alcançaram a colônia. No armazém, uma estrela de papelão pregada na porta continha a mensagem: “Felici Natale a tutti imigranti!” — Santa Madona. Grassie Signore! Gras‑ sie, grassie... E as vozes de Marco e Eleonora ecoaram pelas serras e vales da futura cidade de Bento Gonçalves. Convencer Eleonora a deixar as monta-

passageiros na primeira classe, trinta na se-

Estima-se que de 1874 a 1900, um milhão

nhas trentinas foi tarefa árdua. Contou-

gunda, 641 para os imigrantes na terceira,

de italianos chegaram ao Brasil. Boa par-

-lhe a ajuda do pároco Giocondo e a

onde embarcariam. Tinham sorte: não iriam

te dessa leva dirigiu-se às serras gaúchas

decisão das outras famílias em trilhar o

misturados aos animais. Mas nem bem Mar-

para ocupar as primeiras colônias, funda-

mesmo rumo. Marco vendeu os bois,

co acomodou a sua família e um forte cheiro

das em 1870, como Conde D’Eu, futura

o arado, o panelão onde cozinhava toucinho

da urina dos porcos emanou dos porões.

Garibaldi, Dona Isabel, a futura cidade de

para fazer banha, o chapéu de pano, juntou suas liras e bancou as passagens.

Bento Gonçalves e Caxias — todas em altiForam trinta dias de muito enjoo, duas mor-

tudes entre 600 e 800 metros, nas terras de

tes e um forte temporal, que quase levou a

mata dos afluentes do Taquari e das Antas.

A família partiu de carroça na calada da

embarcação ao naufrágio. No dia 3 de de-

noite. Por dois dias atravessaram o Bassa-

zembro 1877, terra à vista: Santos. Dois

A epopeia não se resumia à travessia atlân-

no Vêneto, até a estação da bela Vicenza.

dias depois uma escala no Rio de Janeiro,

tica. Ao chegar, mais labore: limpar o mato,

De lá, mais dois dias de trem. Da janelinha,

na Ilha das Flores, onde Marco, Eleonor e

derrubar árvores, erguer casas, abrir poços

Marco viu passar Verona, Bréssia, Bérgamo,

os cinco filhos apresentaram documentos,

e caminhos, para depois iniciar a lavoura.

Milão e Alessandria até chegar a Gênova.

antes de seguir viagem ao Rio Grande do

Plantar o milho para a polenta, semear o tri-

No porto, ancorado na penumbra da noite,

Sul, à província de São Pedro, Lagoa dos

go para colher o pão nosso de cada dia, criar

o grande navio os aguardava, o Bastimento

Patos e, finalmente, Porto Alegre, onde de-

animais, construir moinhos e rodas d’água

Salier, el transporto per l´America: sessenta

sembarcaram no dia 13 de dezembro, uma

junto aos rios. As famílias trabalhavam unidas

Eurobike magazine . 77


devaneio

As festas da colônia eram as ocasiões certas para arranjar namoro e casamentos, regados ao som da tarantella e a talagadas de vinho. Agosto de 2010. Abaixo o som do Audi A4 para escutar o motor. Silêncio. Velocidade. Comer, beber e viver. Na pousada Don Giovanni, a adega fica a dois passos do paraíso

78 . Eurobike magazine

de sol a sol. No princípio trocava-se de tudo,

Segurança. Na paisagem, as serras do sul

depois começaram a chegar os balseiros, os

cobertas de vinhais a envolver a região de

mascates e os carroceiros, a trazer charque,

Bento Gonçalves. É inverno. O dia acaba

sal e açúcar dos pampas, introduzindo o há-

de clarear. As estrelas dão lugar a uma fina

bito guarani do chimarrão. Na mesa, o quei-

camada de névoa que esconde a geada da

jo, a grappa, o salame, o presunto, a pan-

noite. O campo está branquinho, coberto

cetta e o vinho caseiro. Em 1890, Caxias

de pedaços de gelo a reluzir feito cristal. A

já era um importante entreposto comercial,

neve quase caiu. O carro avança pelo par-

com 235 pequenas indústrias e seis casas de

reiral desnudo de folhas e uvas. Tempo de

comércio. Muitas cantinas se transformaram

descanso até o brotar da primavera. Para-

em vinícolas, as ferrarias em fundições, ofici-

mos. Andamos. As flores dos pessegueiros

nas de costura em tecelagens. Toda a vida

dão o ar da graça, a jogar rosa contra o azul

na colônia girava em torno da igreja. O padre

celestial. A fina camada de gelo das plantas

fazia vezes de professor, dava missas, con-

começa a derreter. O frio pede aconchego,

selhos e pregava a ética trazida da Europa.

fogo, lareira, café coado no pano, pinhão,


Uma casa no campo, sossego, o fogo a cre-

tomar, um vinho perfeito, sabor duradouro.

pitar, quarto gostoso, passeios e piquenique

edredons macios, uma cuia de mate. Ainda é cedo para uns copos de vinho. Entramos. Na porta do secular casarão da pousada Don Giovanni, um sorriso amável nos recebe. É Bita, ou melhor, Beatriz, mulher de pulso firme, joia rara, gente que faz, acordada ao som do primeiro canto do galo. “Nessa vida só acredito em meu despertador.” Filha de italianos e alemães, já frequentou o programa de Ana Maria Braga e Jô Soares, entre outros, ao posar, aos 60 anos de idade, como veio ao mundo, junto com outras mulheres, do zero aos 90, da sociedade de Bento Gonçalves para um calendário beneficente ao hospital da cidade. Vendeu muito. Ações sociais como esta são comuns em sua vida, que ela divide com o trabalho na pousada e na vinícola que montou junto com o marido, Giovaninni, e a filha Paula. Sua pousada promete o que procurávamos.

em meio às parreiras e às araucárias, dias de

Por anos cultivou-se o ditado: onde cresce

paz para ler um bom livro. Sinto-me como se

a bananeira não se cultiva a videira. Os

estivesse em casa. Encostado numa árvore,

grandes garrafões de vinhos doces e

sincronizo corpo, mente e escuto o meu co-

realmente ruins, os chamados “vinhos da

ração contar coisas esquecidas. O ar é tão

colônia”, produzidos pelos antigos italianos

puro e perfumado. Leio nuvens no céu.

utilizando-se uva Isabel, (um tipo de uva muito doce), ajudaram a criar a má fama do vinho

Cai a tarde. Bita e Giovaninni nos levam para

brasileiro. O mundo dá voltas. Nos últimos

a adega. A construção é antiga. Pertencia ao

vinte anos, um maciço avanço tecnológico

avô de Bita, o fundador do famoso conhaque

trouxe para a região novas técnicas de

Dreher. Hoje não damos duro — não resisto

cultivo, amadurecendo uma nova cultura: a

ao trocadilho. Suavemente degustamos e

dos vinhos finos.

aprendemos viajando pela cave de pedra da Don Giovanni. Ali descansam as garrafas de

Recentemente a região começou a ganhar

Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Savignon

selos de região de denominação controlada,

e, principalmente, as Chardonay e Merlot.

como os vinhos do Vale dos Vinhedos e

Adiante estão as das grandes safras,

os espumantes de montanha de Pinto

especialmente a de 2005, a melhor de todos

Bandeira. Em 60 mil hectares da serra, mais

os tempos. “Foi um ano com 137 dias de

de setenta vinícolas produzem anualmente

seca (a maior estiagem em 140 anos de

320 milhões de litros de vinho, quase a

registros). As uvas maduraram ao máximo.”

totalidade da produção brasileira. Algumas

Giovaninni abre um sorriso e um Merlot

marcas são famosas, como a Aurora, a

2005. Deixa respirar. Então brindamos. E

Miolo, e a própria Valduga. Outras como

brincamos. Balançamos a taça para abrir

a Don Laurindo, a Cave Geisse, a Luigi

o buquê. Nariz, aroma, aromas. O gole:

Carraro e a Don Giovanni fazem vinhos de

macio, suave, com tons frutados, fácil de

butique, daqueles celebrados em confrarias. Eurobike magazine . 79


devaneio

80 . Eurobike magazine


Casas de pedra e madeira. Riachos e rodas d´água. A força familiar do pequeno agricultor. Ontem e hoje. Passado e presente a unir gerações

Eurobike magazine . 81


devaneio

“Hoje a vitivinicultura nacional é competitiva e bem equipada de tecnologia e saber”, diz o enólogo e jornalista gourmet Eduardo Viotti. “O potencial do Brasil ainda está para ser descoberto”, confirma Michel Roland, um dos maiores enólogos do mundo. Mas os espumantes, como o que Giovaninni acaba de abrir na adega, já encontraram o seu lugar ao sol. As borbulhas, muitas e pequenas, não param de movimentar-se na taça e no mercado mundial. In vino veritas Conversamos em volta de barris de carvalho. A geografia do vinho nos leva pela história do mundo. Giovaninni abre outra, uma série limitada escolhida por Olivier Anquier, que a elegeu como preferida e emprestoulhe o nome ao rótulo. Pessoalmente, me apaixono pela Nature: 0% de açúcar, sabor pronunciado. E com uma delas na mão, e a mão de Carol na outra, deixamos a cave já 82 . Eurobike magazine


Gonçalves é também pródiga em bons

pilota os pratos que são servidos no porão

restaurantes. Na maior parte deles impera

da antiga casa de madeira reformada, um

a fartura, a grande mesa folclórica italiana.

ambiente super descolado com janelas de

Muita comida da nona, servida em toalhas de

vidro ensolaradas. O tradicional spaguetti

pano xadrez vermelha e branca, em cantinas

com molho de tomates frescos e folhas de

de pedra. No cardápio, galeto assado,

manjericão possui a impossível perfeição da

polenta, radicci com bacon, panquecas,

simplicidade com a arte dos grandes chefes.

massas, doces, queijos, embutidos, risotos. Comemos muito bem assim no Don Paolo.

Amanhece mais um dia na serra. Flutuamos

A impressão era que a qualquer momento

no conforto absoluto do Audi A4 por estradas

iriam tocar a tarantella. Mas também existem

de asfalto e cascalho. Guardamos a manhã

lugares mais reservados.

para percorrer o chamado Caminho de Pedras, uma estrada entre Bento Gonçalves

à luz da noite e caminhamos até o mirante da pousada para celebrar o nascimento da lua cheia. Estamos juntos há 14 anos. Nosso filho ficou com a avó. A rolha de cortiça voa no ar gélido. Temos o tempo da noite para esquentar o nosso amor. Não estamos sós. Cerca de 600 mil pessoas visitam os contornos da serra anualmente, a rodar e degustar vinhos, de cave em cave, para depois namorar em pousadas charmosas como a Don Giovanni e a Borghetto Santanna, que possui quartos intimistas, especiais para amantes em lua–de-mel. Terra de vinhos a fazer flutuar, Bento

A cantina da Don Giovanni é um deles.

e Pinto Bandeira, aonde vários produtores

Os jantares a luz de vela emprestam

se uniram para fazer do ofício de seu dia-a-

um charme especial ao local, a antiga

dia no campo uma vitrine para os turistas.

cozineta

(pequena

cozinha)

da

família.

Cada prato é de comer ajoelhado: risoto

No moinho Bertarello, todos os dias, grãos

de funghi, alcachofras e pinhões, lasanha

de milho e trigo são moídos para fazer

gratinada, sopa de capeletti caseiro. Todos

farinha. Mãos grudadas de pó, sorriso

harmonizados com o vinho certo para cada

no rosto, sotaque de italiano da quarta

momento, diretamente da adega. Inclusive

geração a nascer no Brasil, Alior Bertarello,

as sobremesas: cassata com espumante.

48, explica o processo que aprendeu ainda criança com seu pai, o patriarca de 94 anos,

Outro bistrô imperdível é o Casa Vanni.

e que ainda trabalha todos os dias, José

A chefe Jerusa Vanni nasceu em Bento,

Mário Bertarello. “Acordo cedo. Deus ajuda a

foi estudar na Itália, em Piemonte, e re-

quem cedo madruga.” E o segredo da longa

gressou à terra nostra para aliar tradição e

vida? “Recebe com simplicidade tudo o que

modernidade na cozinha. Ela pessoalmente

acontece contigo”, conta José.

Senhoras

Eurobike magazine . 83


devaneio

84 . Eurobike magazine


Caminhos de Pedra, estradas de ch達o. Paisagens verdejantes, flores que oferecem e que nunca morrer達o Eurobike magazine . 85


devaneio

Reza a lenda que os antigos imigrantes das colônias costumavam buscar abrigo debaixo da raiz da centenária figueira para acalentar as longas noites de frio em suas viagens. Hoje, pela região vinícola mais importante do Brasil existem opções de hospedagem bem mais confortáveis, como os quartos da Pousada Borgetto Santanna 86 . Eurobike magazine


vizinhas se aproximam. Compram um saco de farinha de milho. “Para fazer a polenta para comer com o franguinho”, diz Verte Tando. E segue viagem. Na casa ao lado, os irmãos Isidoro e Agostino Conferai, recolhem o vime. “Para vender o maço e fazer móveis, cadeiras, chapéus.” Um pouco mais adiante, os Ferrari processam a erva-mate, sapecando-a no forno de maneira artesanal. Pertinho dali, mulheres tecem um pano, juntas a prosear. A família Lerin cuida dos pessegais durante o dia. Ao voltar para a casa, mãe e filha trabalham a massa da macarronada. Amassam o trigo, adicionam ovos, passam na máquina, recolhem os fios dourados. O fio da vida escorre rápido. E o fio dos tempos transforma a cultura local. Mas a

Hotel e Spa do Vinho Caudalie: quem gosta de grande hotéis, que fique aqui. Destaque para o spa que possui tratamento a base de vinho e bela vista de parreirais. www.spadovinho.com.br Onde Comer Casa Vanni – espaço gastronômico (café e restaurante): Linha Palmeiro, 795, Caminho de Pedra, Bento Gonçalves. Tel.: (54) 34556383 Don Giovanni: VRS 805 – Linha Amadeu, 28, km 12, Pinto Bandeira. Tel.: (54) 3455-6293. Reservar.

ligação umbilical com os costumes da velha bota segue a conectar as gerações mais de um século depois da chegada dos primeiros colonos. ‑ Santa Madona. Grassie Signore! Grassie,

Onde Ficar Pousada Don Giovanni: aconchego, atendimento familiar, lugar bonito. Sinta-se em casa. A minha preferida. www.dongiovanni.com.br

grassie... As vozes de Marco e Eleonora Valduga ainda parecem ecoar pelos vales da bela Serra Gaúcha. Ontem e hoje, como un sogno al cuore.

Pousada Borgetto SantÁnna: possui os melhores quartos do Vale dos Vinhedos. www.borghettosantanna.com.br

Don Ziero / Vinícola Cordelier: RST-470, km 219,7, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves. Tel.: (54) 2102-2333. www.cordelier.com.br Don Paolo: RST-470, km 221 (entre Garibaldi e Bento Gonçalves), Centro Comercial Benvenutti. Costacurta: Rua Luiz Rogério Casacurta, 510. Tel.: (54) 9572-0000. Garibaldi, Centro. Queijaria Valbrenta: RS-444, km 2,6, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves. Tel.: (54) 3459-1310. www.queijariavalbrenta.com.br Eurobike magazine . 87


devaneio

e Uruguai. Texto de Eduardo Viotti. Editora Moderna, São Paulo, 2010.

Passeios Dica A estrada de Porto Alegre à Bento está repleta de “pardais”, radares fixos que oscilam os limites de velocidade, respeite-os. Se dirigir não beba. Não faça só o roteiro trivial das atrações anunciadas. Experimente seguir por estradas de terra onde as famílias de colonos ainda trabalham unidas de sol a sol.

Vinícolas para visitar: A Don Giovanni possui uma cave muito bacana, assim como a Cave Geisse e a Don Laurindo. O vinho de garagem dos irmãos Bettú é um programa para passar a tarde, sob reserva. Se quiser visitar as grandes vinícolas: a Miolo e a Valduga. Para um mapa da região com todas as vinícolas, siga à Aprovale: RS 444, km 14,8 (Estrada do Vinho), Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves. Tels.: (54) 3451-9601 e 3454-3322. www.valedosvinhedos.com.br Dê uma volta pelo centrinho de Bento Gonçalves e, se tiver tempo, visite o Museu do Imigrante. Monte Belo do Sul é uma cidade simpática, assim como Garibaldi e Pinto Bandeira. Um programa que vale a pena é ir até a Família Tasca, que faz sucos de uva integrais maravilhosos. Além disso, a casa possui muitas peças antigas e a vista do Vale Aurora, a mais bonita da região. Para quem quiser aventura, o rafting do Rio das Antas é bem recomendado. Compras Para não falar de vinhos e vinícolas, no roteiro do caminho de pedras vale a pena comprar erva-mate, queijos de ovelha, tomate seco, massas, docinhos e tecidos. Caminho de Pedras: R. Erny Hugo Dreher, 197, Bairro Planalto, Bento Gonçalves. Tel.: (54) 3451-3555 (Grande Hotel Dall´Onder) Boas leituras para quando for à Serra: Parques Nacionais Sul, Cânions e Cataratas. Coordenação de Wilson Teixeira e Roberto Linsker. Editora Terra Virgem, São Paulo, 2010 Da Colônia Dona Isabel ao Município de Bento Gonçalves, 1875 a 1930. Bernadete Caprara

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e Terciane Luchese. Fundação Casa das Artes, Bento Gonçalves, 2005. Sonho de um Imigrante. Remy Valduga. Edição independente do autor, Bento Gonçalves, 2005 Coleção Folha O Mundo do Vinho, Brasil




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