Eurobike magazine #15

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ISSN 2179 - 2046 15

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R$ 20,00

RAZÃO | EMOÇÃO | PRAZER | DEVANEIO


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EDITORIAL

Caro leitor,

Além de todo o conteúdo, que temos grande satisfação em compartilhar com nossos clientes e amigos, esta edição também traz um convite para que você venha conhecer as novas instalações da Eurobike Audi, na Vila Olímpia, na capital paulista, e da MINI, em Ribeirão Preto. Trata-se de uma importante etapa do processo de expansão do Grupo, pois o mercado de São Paulo é extremamente competitivo, o que imprime um caráter de desafio – algo que nos move... Para comemorar, Juan Esteves nos brinda com um belo ensaio do mais novo lançamento da Audi, o A1, em Porto Alegre. Um carro realmente muito especial. Este número 15 está mais “business”: conversamos com o ex-ministro Mailson da Nóbrega, que nos faz uma análise do presente e futuro, com Martin Fritsches, que conta um pouco sobre os negócios da marca MINI no Brasil, e vários outros temas bem atuais. Carol e Edu estiveram em Marrakesh para mostrar aquela explosão de cores, texturas e sabores – recomendamos! E Simone e Lalo foram a Belo Horizonte e Brumadinho, devanear pela cidade e conhecer Inhotim. Um museu que continua surpreendendo seus visitantes e deve estar entre os espaços mais interessantes do mundo. Confira.

Boa leitura.

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Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br


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Nenhum outro relógio é desenvolvido exatamente como um Rolex. O GMT-Master, lançado em 1955, foi desenvolvido em colaboração com a Pan Am para atender às necessidades de seus pilotos internacionais. O GMT-Master II tem se mostrado ainda mais valioso, pois possui uma luneta giratória graduada 24 horas, que permite aos viajantes que percorrem o mundo consultar até três fusos horários diferentes, dois simultaneamente. O GMT-Master II de 40 mm possui uma luneta praticamente à prova de arranhões com um disco Cerachrom preto, e é apresentado aqui em ouro amarelo de 18 quilates.

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COLABORADORES

Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Land Rover, MINI, Porsche e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP 1

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Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobike.com.br | www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br

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Ombudsman

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Patricia Braga www.eurobike.com.br/ouvidoria (11) 3883-7105

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Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Nelson Martins Publicidade: blue media - contato@bluemedia.net.br

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Preparação e revisão: Denis Araki Produção: blue media

Tiragem desta edição: 12.000 exemplares 13

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Impressão: Aquarela Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da

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revista.

1 Bianca Bassani, 2 Carol Da Riva, 3 Clovis França, 4 Eduardo Petta, 5 Erico Hiller, 6 Fabiana Macedo 7 Fabricio Barreto, 8 Juan Esteves, 9 Kriz Knack, 10 Lalo de Almeida, 11 Luiza de Andrade,

12 Luiz Alberto Pandini, 13 Marisa Cauduro, 17 Ricardo Ribeiro, 18 Simone Fonseca

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Erramos Na edição anterior foram publicadas algumas incorreções na matéria O homem Porsche, a saber: onde se lê Stuttgart Sportcar, revendedora oficial da Porsche, o correto é importadora oficial, adquirida por Marcel Visconde em 2005, e não 2002. A Stuttgart aguarda definições governamentais antes de colocar o Cayenne S Hybrid à venda no Brasil. O Cayenne mais barato, com motor V6 a gasolina, tem preço em torno de R$ 270 mil. Em oito anos, o quadro de pessoal da Stuttgart Sportcar se multiplicou de dez para 60 profissionais, e não 1.590.

blue media Rua Fidalga, 471 Cj. 02 Vila Madalena - São Paulo - SP CEP - 05432-070 Tels.: 11 2729-5360 | 2769-5360 | 7601-2929 www.bluemedia.net.br

Auditada pela

Foto da capa: Juan Esteves

14 Oscar Pilagallo, 15 Percy Faro, 16 Ricardo Landi,



CONTEÚDO

# 15 | 03 2011

26 | emoção 28 | A1 Um Audi por Juan Esteves 40 | Fôlego na medida certa 42 | Seminovos Porsche 44 | Entre trancos e barrancos 52 | Mini Countryman Cooper S 54 | Driver Touring Car Cup

10 | razão 12 | Mailson, entre palestras, previsões e pedaladas 18 | Para não se enrolar na rede 22 | Martin Fritsches 25 | Manutenção e peças originais:

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a política diferenciada da Eurobike


80 | devaneio 82 | As Minhas Gerais

56 | prazer 58 | Pra lá de Marrakesh 68 | Reescrever a vida 74 | Gosto do Sertão

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78 | Achados e imperdíveis


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RAZテグ


Maílson, entre palestras, previsões e pedaladas O ex-ministro da Fazenda faz quase cem palestras por ano, acaba de publicar uma autobiografia, encena regularmente um “Copom do B” – e ainda tem tempo e energia para andar de bicicleta pelo mundo

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Por Oscar Pilagallo | Fotos Marisa Cauduro


RAZÃO Crítico contumaz do presidente Lula, o economista Maílson da Nóbrega parece estar em clima de quase lua-de-mel com sua sucessora. “Ela reintroduziu a liturgia do cargo”, afirma o economista, ao reparar que a presidente Dilma Rousseff tem sido discreta nas aparições públicas. Para ele, chefes de Estado e de governo têm que manter a compostura exigida pela função que desempenham. E compara: “Você já viu a rainha da Inglaterra comendo pipoca num parque de Londres?”.

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A imagem que Dilma transmite, no entanto, só interessa a Maílson porque reflete uma consistência política que o surpreendeu positivamente. “O começo do governo está melhor do que eu esperava”, diz, emendando que contava apenas com a continuidade. Mas o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, anunciado em fevereiro, levou o economista a tirar o chapéu para a presidente. “Ela teve a percepção da gravidade da situação inflacionária”, comenta o analista, para quem tal decisão exige muita coragem. O “timing” também foi adequado, ele avalia, pois é no começo da gestão que o Executivo costuma ter maior apoio popular. Em certo sentido, completa, ao fazer “o mal” de uma só vez, Dilma foi maquiavélica, mais um indicador da boa governante. É um corte suficiente para pôr ordem na casa? Maílson acredita que sim. A Tendências, empresa de consultoria da qual é sócio, trabalhava com a recomendação de um corte na mesma ordem de grandeza (R$ 54 bilhões). Mas ele não perde de vista que a redução das despesas será, na prática, menor do que a anunciada. “Um terço disso é vento”, afirma, referindo-se à estimativa de despesa, sempre inchada pelo Congresso. Ainda assim, os dois terços de corte efetivo representam um freio respeitável, suficiente para sinalizar para o mercado o compromisso com uma política fiscal responsável. Esse compromisso, ele não deixa de lembrar, havia sido colocado de lado pelo Banco Central a partir de setembro do ano passado, não por acaso na reta final da campanha eleitoral. Para Maílson, não há atalhos: o custo de reverter a deterioração fiscal é sempre elevado. Ele chegou a comparar a situação do início de 2011 com a do segundo semestre de 1998, quando,

no final do primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso foi obrigado a adotar um pacote com 51 medidas, muitas de natureza fiscal, para conter a especulação contra o real na onda das crises asiática e russa. Apesar de ter ficado bem impressionado com o desempenho de Dilma, o economista denomina “trindade impossível” a expectativa governista de fazer a economia crescer a 5,5%, com ajuste fiscal e sem perda de receita. Para ele, a presidente terá de abrir mão de algum crescimento se quiser realmente equilibrar a situação fiscal. Diante disso, qual o cenário que Maílson espera para este ano? A Tendências, consultoria que nos últimos quatro anos mais acertou previsões, apresenta os números que servem de norte para o mercado financeiro. Quanto ao PIB (Produto Interno Bruto), cresce entre 4% e 4,5%, sendo que o teto da variação é equivalente à maior expansão não inflacionária que o país pode suportar. Abaixo disso, o Brasil estaria desperdiçando potencial de crescimento; além desse ponto, haveria pressões inflacionárias, acredita Maílson. Não será um crescimento particularmente forte, como os 7,5% estimados do ano passado, mas manterá o país na rota da expansão com inflação razoavelmente sob controle. Na projeção de Maílson, o Brasil chega ao fim do ano com o índice em 5,9%. Essa é a previsão “por enquanto”, ressalva, lembrando que outras consultorias já trabalham com até 6,5%. Os juros continuarão a subir, afirma, endossando o consenso do mercado. A Tendências trabalha com a hipótese de mais três altas até dezembro, todas de meio ponto percentual, que levariam a taxa básica do governo, mais conhecida por Selic, a 12,75% ao ano. No mesmo período, o real sofreria alguma desvalorização, com a cotação do dólar passando de R$ 1,66 para R$ 1,75. A queda prevista do real tem a ver com a economia americana, analisa Maílson. Os Estados Unidos “engataram” e devem voltar a crescer como no período anterior à crise. Neste ano, a expansão seria de 3% a 3,5%, para se consolidar no patamar de 4% em 2012. Esse crescimento deve gerar alguma pressão inflacionária, o que levaria o banco central dos EUA, o Fed, a elevar os juros, movimento que atrairia para lá capitais do mundo todo, inclusive do Brasil. Não haveria uma fuga de


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RAZÃO

dólares, mas muitas aplicações seriam redirecionadas para o mercado americano, desvalorizando marginalmente o real. São informações como essas que Maílson da Nóbrega alinha nas concorridas palestras que dá no Brasil e no exterior. No ano passado, foram nada menos do que 97. A plateia de executivos e empresários leva em conta a análise de Maílson na hora de decidir investimentos ou lançar produtos. Afinal, são números que emergem do cruzamento de análises de economistas com larga experiência no mercado financeiro. Na Tendências, Maílson e seus sócios até encenam uma reunião do Copom, o Conselho de Política Monetária do Banco Central. Eles votam como se fossem conselheiros. “É o Copom do B”, como Maílson chama a experiência. É desse processo que surgem as convicções que vão além do senso comum. Não é mais novidade, por exemplo, que o governo Lula legou uma chamada “nova classe média”, com a ascensão de cerca de 40 milhões de pessoas ao mercado de consumo. Mas para Maílson, as classes A e B também cresceram, ainda que não na mesma velocidade. Qual o indício disso? O mercado de cosméticos, por exemplo, cita Maílson. Hoje, o Brasil se tornou o segundo maior mercado de cosméticos do mundo, o que é um sinal de que as pessoas estão com renda suficiente para cuidar da autoestima.

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Ao 68 anos, Maílson não desacelera o ritmo de trabalho. Além das palestras e do trabalho na Tendências – que realiza remotamente, de casa, e aonde vai uma vez por semana –, Maílson participa do conselho de administração de oito empresas, o que o obriga a comparecer a reuniões com frequência. Recentemente, ainda cabia em sua jornada a preparação de sua autobiografia, lançada no final do ano passado. Além do arroz com feijão conta a história do paraibano de origem modesta que, depois de uma carreira na burocracia do Banco do Brasil, tornouse ministro da Fazenda de José Sarney em 1988, no turbulento período pós-Cruzado. Sem contar com instrumentos eficientes e com um governo politicamente fraco, Maílson anunciou, ao tomar posse, que adotaria o “arroz com feijão”, ou seja, manteria a economia sob controle, ainda que sem resolver seu principal problema – a hiperinflação. O livro não chega a ser um ajuste de contas. Mas Maílson – junção das primeiras sílabas dos nomes de seus pais, Maria José e Wilson, como ele conta – aproveita para dar sua versão, documentada, sobre episódios como a sugestão apresentada a Sarney para que ele renunciasse, antecipando a posse do já eleito Fernando Collor. O ex-ministro também dedica amplo espaço ao seu relacionamento com Roberto Marinho, dono da Globo. Maílson admite ter sido sabatinado por Marinho antes de Sarney confirmá-lo no cargo. Logo depois dessa audiência,

um “Plantão da Globo” deu a notícia, antes mesmo que Sarney oficializasse a nomeação. Mais tarde, Maílson e Marinho se a-fastaram, e o jornal O Globo passou a criticá-lo em editoriais, chegando a noticiar sua demissão, o que nunca ocorreu – ele entregou o cargo a Zélia Cardoso de Mello em março de 1990. A trajetória de Maílson foi, em grande parte, determinada pelo acaso. Ele estava no lugar certo e na hora certa quando apareceram as oportunidades. Essa foi a metade do caminho. A outra metade foi estar preparado para aproveitar cada chance. A percepção do papel do acaso em sua vida surgiu durante a preparação da autobiografia. Pouco antes – por acaso – ele lera o livro O andar do bêbado, do americano Leonard Mlodinow, que defende a tese de que o ser humano não está preparado para lidar com o aleatório. Não é o caso de Maílson. A aceitação do acaso, porém, não significa falta de planejamento. A própria leitura é selecionada de maneira nada aleatória. O ex-ministro busca indicações na revista britânica The Economist – que ele lê em versão digital na quinta-feira à noite, horas antes de a publicação chegar às bancas de Londres. Foi assim que descobriu Red Plenty [literalmente “fartura vermelha”], de Francis Spufford, que lia no verão de 2011 num Kindle. Trata-se de um romance ambientado no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, quando, após a morte de Stálin, a União Soviética experimentou um hiato de expansão e otimismo. Com personagens tirados do mundo real, o autor dá vida a um intelectual cujas ideias Maílson conhecia por dever do ofício: Leonid Kantorovich, o único economista soviético a ter recebido um Prêmio Nobel. Maílson lê entre vinte e trinta livros por ano. Mas a atividade não o torna sedentário. Ao contrário, por alguns períodos quase diários o analista se transforma em esportista: pedala e faz musculação na academia do prédio em que mora, ao lado do parque do Ibirapuera, onde corre dez quilômetros aos sábados – o que não chega a ser muito para quem em 2009 completou a São Silvestre em duas horas e doze minutos (doze minutos além da previsão). A atividade física é ainda mais intensa durante as férias. Nos últimos anos, Maílson tem ido, com um grupo de amigos, pedalar mundo afora. Já esteve em estradas do Vietnã, da Áustria, do vale do Loire, na França, e se prepara para enfrentar a região espanhola de Rioja, entre outros destinos – ou seja, nada de arroz com feijão.


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Cinto de Segurança salva vidas.

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conforto.


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PARA Nテグ SE

ENROLAR

Ilustraテァテ」o por Luiza Prado

RAZテグ


Romeo Busarello, diretor de internet da Tecnisa, avisa: 30% das vendas da empresa estão acontecendo em ambiente digital Por Fabiana Macedo

São tantas as redes sociais que até quem conhece fica confuso. É o que confirma Romeo Busarello, diretor de internet da construtora Tecnisa, que desde o ano 2000 adotou em seus negócios estratégias no ambiente digital. Formado em administração de empresa, pós-graduado em marketing, com mestrado em administração, Romeo Busarello é, hoje, ícone empresarial de inovação e internet. Conquistou espaço no meio acadêmico como professor dos cursos de MBA da ESPM, de pós-graduação do Ibmec Insper e da FIAM, USP. O executivo acumula 25 anos de carreira. Começou na Artex como trainee, depois passou pela Dumont Relógios, Polaroid e pela empresa de suprimentos americana OfficeMax. Em 2001 começou sua história com a Tecnisa, como diretor de marketing. Em 2010, assumiu o cargo de diretor de internet e relacionamento com cliente, duas áreas de excelência na companhia.

As empresas devem estar em todas as redes? Nem toda empresa deve se aventurar nas redes sociais. Mas todas as marcas deveriam monitorar o meio. Por meio delas dá para ouvir o mercado, os consumidores e até a concorrência. Se a empresa não está preparada para uma atuação ativa, deve atuar como ouvinte. Como avaliar se é hora de começar? A Tecnisa tem presença forte e atuante por uma decisão do gestor. Não tem medo de se expor, de “dar a cara para bater”, porque acredita na qualidade de seus produtos, nos seus processos internos, no que entrega. Estamos preparados para responder a qualquer menção feita à companhia, críticas, comentários hostis, o que for. As redes sociais propiciam bônus, mas tem o ônus. E é preciso estar aberto e preparado para lidar com os dois.

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tilha mensagens de áudio, no Delicious, no Foursquare, no Formspring e no Linkedin. Neste exato momento, é possível que um jovem nerd esteja criando a nova sensação de 2012.

O que fez da Tecnisa um case de sucesso nas mídias sociais? Em 2001 fui contratado com o objetivo de posicionar a Tecnisa na internet. Ou seja, há 10 anos a empresa investe e por isso tem presença forte no meio digital. Aprendemos a lidar com o meio. Saímos de uma geração com uma relação unilateral, de poucos para muitos, e passamos para uma sociedade em que a relação é de muitos para muitos. Ganhamos a referência do pioneirismo. Fomos a primeira empresa a criar um blog corporativo, a primeira a entrar no Second Life e a segunda a sair, já que a rede não deu certo. A primeira a marcar presença no Youtube, no Slideshare, no Facebook, a vender apartamentos pelo Twitter no mundo. Hoje estamos em onze redes sociais: Orkut, Linkedin, Facebook, Twitter, Youtube, Google Maps, Wiki, Foursquare, Formspring, Blog Tecnisa e Tecnisa Ideias.

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NA REDE

Reverenciado no mercado pelas inovações que criou na construtora, que hoje tem 30% de suas vendas acontecendo em ambiente virtual, Romeo dedica parte do seu tempo a palestras em instituições financeiras e grandes empresas, para compartilhar sua experiência e explicar como funciona esse novo mercado. Aqui, em uma entrevista exclusiva para a Eurobike magazine, ele ressalta a importância de aprender a lidar com as novas mídias, de usá-las para aumentar a visibilidade da marca, o relacionamento com públicos diversos e, principalmente, para ouvir os consumidores.

Carol Da Riva

“Uma rede social é (...) composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns.” Essa definição genérica pode ser consultada gratuitamente na enciclopédia virtual Wikipédia, ela própria uma rede social colaborativa, em que usuários contribuem com verbetes. Outra rede social que não sai da boca de todos é o microblog Twitter, exercendo toda a sedução de seus 140 caracteres para cativar estrelas do cinema e tevê, formadores de opinião, jogadores de futebol, empresas e, especialmente, gente comum, em torno de palavras novas e gírias estranhas para quem não tem muita intimidade com a internet, seguidores e trend topics (os mais comentados, no Twitter ou em outras redes). Tem até rede que virou filme, o Facebook, do neobilionário Mark Zuckerberg, com links, vídeos, dicas e jogos compartilhados e “curtidos” entre amigos. Há os vídeos do Youtube, sucesso de audiência que dispensa comentários, e, ainda forte e robusto principalmente nas classes C e D no Brasil, o fenômeno Orkut. Sem falar no Blaving, que compar-


RAZÃO

Como aumentar o bônus em relação ao ônus? Recomendo que todas as empresas tenham presença nas mídias sociais, desde que, primeiro, olhem para seus processos internos, avaliem se terão condições de responder aos questionamentos e realizar um trabalho estruturado. Dá muito trabalho fazer isso e requer investimentos. Contratamos um executivo para cuidar só disso, um profissional sênior, com ótima formação. Ele passa entre 10 e 12 horas do dia gerenciando, monitorando, dialogando, se relacionando, fazendo buzz e, claro, vendendo pela internet. O problema é que muitas empresas entram nas redes sociais com o objetivo único de vender e usam um recurso qualquer do marketing para isso. Não se preparam e se isentam de responder às críticas e abrir diálogo. Isso não dá certo. Qual deve ser a especialização do profissional? Não há uma especialização, nem graduação ou pós. Este profissional é autodidata, que pode ser formado em marketing, comunicação ou jornalismo, deve gostar de tecnologia, mas não precisa ser especialista. Tem que ser “plugado”, conhecer as redes, com capacidade de escrever bem, já que o principal insumo deste meio é conteúdo. Deve ser articulado, dinâmico, conectado na web. As redes sociais surgem e desaparecem rapidamente, mudam muito. Um profissional analógico não dá conta de acompanhar.

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Que cuidados os empresários devem ter ao expor a marca nas redes sociais? É preciso ter uma área exclusiva para ambientes digitais, que envolvem o site, as campanhas online e a gestão de redes sociais. O gerenciamento não pode ficar com pessoas multitarefa, que cuidam dos anúncios de jornal e dos spots de rádio, por exemplo. Na Tecnisa, no início, nossa verba não era muito expressiva. Contratei um gerente de e-business, que começou com um analista. Desenvolvemos uma estratégia para o site e comercial. Passamos a ter corretores online, dedicados às vendas na internet. Efetuamos um trabalho de “marketing de guerrilha” em sites menores. Depois, partimos para os grandes – iG, Uol, Terra, MSN. Hoje a área tem seis pessoas dedicadas a três frentes de atuação: loja virtual, redes sociais e mídia on line. Há uma gerência exclusiva para cada segmento, o que gera um alto custo para a companhia, mas também um retorno altíssimo.

Que outros investimentos são necessários para gerar negócios para a marca? É indispensável ter uma estratégia de conteúdo bem definida para aumentar a “encontrabilidade” da marca. Sugiro um trabalho de relações públicas integrado com o digital, porque toda informação do off line repercute e se desdobra no online. Quanto mais a marca aparece no meio virtual, mais visibilidade terá nos buscadores. Quando um potencial cliente procura na web pelo serviço ou produto que a empresa oferece, a marca é

encontrada pelos consumidores. O trabalho deve ser constante e demanda tempo. A alta visitação no nosso site e o bom posicionamento da Tecnisa nos buscadores são baseados em busca orgânica, que é fomentada por bom conteúdo distribuído nas redes, desde descritivo de produtos, até trabalhos acadêmicos, vídeos, fotos, textos, entrevistas. Que perfil de empresa pode atuar nas redes sociais? Uma empresa que vende motor para eletrodomésticos, por exemplo, não precisa de um trabalho intenso. Mas pode se posicionar, veiculando no Youtube um vídeo com dicas de economia de energia. Pode fazer uma apresentação explicativa no SlideShare, manter um blog sobre a eficiência do motor e o impacto ambiental. A repercussão não será a mesma de um produto de consumo, mas o objetivo não deve ser esse. Mas dá, sim, para usar as redes sociais para atingir um público específico, consumidor de informações do segmento. E neste caso eu recomendo o Youtube, já que 97% dos twitts perdem importância em menos de 24 horas. Como isso se aplica no mercado premium? Neste segmento uma boa estratégia são as “stories telling”, usando Youtube. No caso da Tecnisa, por exemplo, convidamos a comunidade para gravar depoimentos sobre o bairro, porque no nosso negócio a localização do imóvel tem forte impacto na venda. A Gucci faz um excelente trabalho, divulgando as novas coleções, primeiro, no Twitter. Qual a dica para quem quer iniciar um trabalho nas redes sociais? Faça um trabalho estruturado. Invista no monitoramento das redes sociais que trazem informações importantes para melhorar os processos da companhia. Isso fortalece a área de marketing e comunicação. É preciso entender que as coisas mudaram. Antigamente, as pessoas colocavam a “boca no trombone” e hoje elas publicam no Twitter e Youtube. Quem queria reclamar, ia aos órgãos competentes para isso, hoje elas publicam a queixa no Reclame Aqui. Os gestores analógicos devem conhecer e entender a importância das redes sociais para efetuar um bom trabalho.


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RAZÃO

“Quando você compra um carro da marca MINI, você não está só comprando um bem de uso. É como uma tela em branco, onde você pode criar, fantasiar, pode desenhar o carro que você quiser” Martin Fritsches, diretor de vendas e marketing da MINI no Brasil

Por Ricardo Ribeiro | Fotos Érico Hiller O grupo BMW é composto por três marcas que atuam no segmento premium em todo o mundo: Rolls Royce, BMW e MINI. Mais recente delas, a marca MINI tornou-se um sucesso de venda em mercados tradicionais e também no Brasil.

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A marca chegou ao Brasil em 2009, quando o grupo planejava vender 600 modelos da MINI. Na ocasião, foram emplacados mais de 1.000 carros da marca. No ano passado, a meta eram 1.200 carros, mas foram vendidos 1.700 modelos. “Para este ano, planejamos vender 2.500 carros da marca MINI”, avalia Martin Fritsches, diretor de vendas e marketing da MINI no Brasil. Fritsches, 33, nasceu na Argentina e é formado em administração. Estudou na Argentina, Austrália e Alemanha. Há 11 anos no grupo BMW, com passagens por Alemanha e Argentina, o executivo foi deslocado para o Brasil com a missão de implantar a marca MINI no país.


“A estratégia do grupo na época era priorizar os mercados já consolidados e atender a essa demanda. Criar expansão de novos mercados foi deixado para mais adiante.” É fácil entender porque a MINI caiu no gosto do público. O estilo alia um ar retrô com muita modernidade. Sob o capô, com faixas ou não, muita tecnologia. No interior, acabamento requintado. Os modelos da MINI ainda são carros divertidos e fáceis de guiar. “Em 2009 acabamos puxando e conseguindo trazer a marca para o Brasil. Insistimos no projeto porque acreditávamos que ia fazer sucesso e fez. Hoje as vendas estão indo muito bem, como todos podem ver pelos números que são divulgados.” Segundo Fritsches, no mercado brasileiro, além dos atributos dos modelos e da marca, existem outros fatores que também impulsionaram as vendas dos modelos. “Um dos fatores de sucesso é a economia brasileira. É inquestionável. Em todos os segmentos as pessoas falam que o Brasil está crescendo. O país está recebendo muito investimento de fora. Tudo isso faz com que a classe C esteja subindo para a classe B, e a B para A, e por aí vai. Todo esse contexto macroeconômico favorável, e que também dá impacto no nível microeconômico, como aumento de salário, ajuda a aumentar aquela base de cliente do segmento premium.” Outra característica específica do mercado brasileiro é que a estabilidade da economia elevou o fator de previsibilidade, permitindo ao consumidor saber o que vai acontecer e deixando-o mais seguro. “Há 10 ou 15 anos você não sabia o que ia acontecer nos próximos meses. Agora você consegue se planejar. Não a longo prazo, mas com um prazo mais extenso. Todo mundo acredita que o Brasil vai seguir naquele caminho e isso gera confiança para o cliente dizer ‘agora sim está na hora de pensar em um sonho de consumo, agora sim está na hora de comprar um MINI’”, avalia Fritsches.

É aí que a MINI entra com mais peso. Mais barato, além de um carro diferenciado, ele também passa a ser a porta de entrada para o mundo BMW. “A MINI é uma marca premium do grupo BMW, mas uma marca premium mais de carros de entrada. É onde hoje a gente também está apostando como um mercado muito importante”, revela. A estrutura administrativa também contribui para construção de um DNA diferenciado da marca MINI, e para garantir uma trajetória bem sucedida no Brasil. Apesar de integrar o grupo BMW, a marca funciona como uma unidade de negócio completamente separada e autônoma. “Isso também é uma das razões do sucesso em relação a outros mercados do mundo. Eu tenho a minha equipe de vendas, o meu pessoal de marketing e a gente pensa 100% MINI. Acordo, deito e penso em MINI. Eu não penso em BMW. A gente tem a reunião de diretoria e participa da discussão de políticas BMW, mas a estrutura da MINI é completamente separada e diferente”, explica Fritsches. Esse processo inovador e ousado beneficia diretamente o cliente, porque a separação não é só das portas para dentro. A política está diretamente ligada à rede de concessionárias e à forma de venda dos modelos MINI. “Essa é uma de nossas principais linhas de trabalho. Por ser outra marca — não estamos falando de um produto, mas uma marca diferente — você tem que diferenciar também, claramente, a imagem que vai transmitir nas lojas. Isso está na parte arquitetônica das revendas, que têm uma identidade única, muito própria e diferenciada, no estilo do vendedor, no cheiro do ambiente. Quando você entra numa concessionária MINI, você não está só entrando em uma loja de carro, você está entrando num mundo de experiências diferente. E esse é nosso grande diferencial. Esse é o DNA da marca e um fator muito importante de diferenciação.” Pelos números de vendas, é fácil verificar que muitas pessoas sentiram-se atraídas por esse mundo de novas experiências. Algumas nem estavam nos planos da marca. O MINI Cooper tem

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Comprada pela BMW, a MINI foi relançada em 2000, mas só chegou ao Brasil em 2009. De acordo com Fritsches, houve alta demanda pelo produto e a produção da fábrica ainda não podia atender a alguns países.

A política de preços e o câmbio favorável também ajudam. “Não vou dizer que seja a única, mas é uma variável importante. Hoje um produto premium não fica com o preço tão longe do de um produto de produção nacional de maior volume.”

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A marca nasceu na Inglaterra e ficou famosa com John Cooper, ao misturar o estilo esportivo de pequenos e velozes carros de corrida com uma espécie de “fusquinha” inglês.


RAZÃO um público-alvo definido por projeto, mas está agradando um leque muito maior de pessoas. O aspiracional, ou seja, o publico ideal definido pela equipe que criou o carro na Alemanha, é a pessoa que quebra paradigmas. Com perfil inovador e criador de tendências, quase sempre jovem, com idade entre 30 e 35 anos. Em países como o Brasil, porém, esse público tende a se transformar. “No fundo esse é um ‘target’ que se aplica mais para o mercado europeu, onde não há tanta diferença de preços e até de classe social. Em mercados onde ele entra como premium, principalmente no mercado latino-americano, onde você tem uma questão social e uma diferença no ingresso na marca, complicado por preços mais altos e também por uma tradição protecionista, onde há uma carga tributária multo alta, esse público começa a se dispersar. O seu público imaginário, aquele público ideal da marca, na prática, acaba mudando, como acontece em outras marcas premium como BMW, Mercedes ou Audi”, analisa Fritsches. Hoje, no Brasil, o comprador do MINI é cada vez mais variado. De acordo com dados da marca e das concessionárias, é um público, em geral, acima dos 30 anos e das mais variadas e bem sucedidas profissões. “Você tem o cara solteiro. Você tem o cara de 40 anos, casado e com filhos. Há também o pai de família mais consolidado, com idade entre 45 e 55 anos, e com filhos maiores. São empresários de sucesso, arquitetos, advogados, médicos ou pessoas ligadas à moda. É um público super diverso e não dá para definir o ‘target’ com precisão.”

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Um dos principais argumentos de venda é a enorme variedade de opções de personalização dos modelos da MINI. São mais de 200 mil possibilidades para personalizar do carro. “Quando você compra um carro da marca MINI, você não está só comprando um bem de uso. É como uma tela em branco, onde você pode criar, fantasiar, pode desenhar o carro que você quiser. Esse é a proposta da MINI. E isso num segmento premium, que é um conceito completamente diferente. O que a MINI vende é um estilo de vida, uma forma de você se mostrar do jeito que você quiser, de se expressar de uma forma autêntica, própria, diferente e única. Cada MINI é único. Não existe carro igual ao outro. Até nas ruas você vê os cliente comentando, ‘aquele tem faixa’ ou ‘o interior em chocolate, que bacana que ficou’. Aliás, o cliente MINI é uma comunidade. É quase uma tribo.”

Para 2011 a MINI planeja três grandes lançamentos. A gama John Cooper Works, o segmento mais esportivo da marca, será ampliada. Hoje já é vendido o John Cooper Works hatch, com motor de 211 cv, que é o mesmo carro que compete na MINI Challenge, a categoria da MINI no automobilismo brasileiro. Em maio, chega a versão conversível do John Cooper Works. “Percebemos que há grande procura pelo modelo e existe um nicho específico para esse tipo de carroceria.” Em outubro chegará o MINI Coupé. O modelo já deu as caras no Salão do Automóvel de Frankfurt, em 2009. É semelhante ao vendido hoje, também tem duas portas, mas a traseira tem um caimento mais esportivo, típico dos cupês. Já o MINI Roadster será lançado em dezembro. É a mesma carroceria, mas conversível e nas versões Cooper, com motor de 122 cv, e Cooper S, com motor de 184 cv. Novas ações de marketing e a ampliação da rede também estão entre as estratégias deste ano para manter as vendas em alta. “Com as principais praças já consolidadas, vamos focar em ampliar a nossa rede na região Norte e Nordeste”, revela Fritsches. Cidades como Salvador, Fortaleza, Maceió, Natal e Belém estão nos planos da marca. Uma das principais ações de marketing é a continuidade da MINI Challenge. “Vamos continuar investindo na competição porque é muito importante para nós participar do automobilismo brasileiro.” Este será o segundo ano da categoria e a primeira corrida será no dia 20 de março, em Curitiba, no Paraná, sempre acompanhando as provas da Stock Car. A MINI Challenge continuará com 20 carros, “para manter o caráter exclusivo e diferenciado da competição”.


Manutenção e peças originais: a política diferenciada da Eurobike Por Ricardo Ribeiro

Segundo Alexandre Gaeta, sócio-diretor do Grupo Eurobike, a mentalidade deve ser outra: “Nosso objetivo principal é trabalhar a fidelização do cliente, garantindo que ele faça a manutenção correta do veículo, não só substituindo os itens de acordo com o especificado pelos fabricantes (manutenção periódica preventiva), mas por reparos ocasionais necessários. Um preço competitivo para peças de reposição e um serviço de qualidade fazem com que fique satisfeito com a concessionária e, sempre que necessário, retorne”, explica Gaeta. A estratégia partiu do próprio presidente do grupo, Henry Visconde. Cliente de carros importados, Henry sentia-se insatisfeito com a política de preços das concessionárias na hora de fazer a manutenção dos seus veículos.

Essa política de preço na manutenção está presente em toda a rede de concessionárias do grupo Eurobike, que representa as marcas Audi, BMW, Land Rover, MINI, Porsche e Volvo e está há nove anos no mercado. “Veículos premium tecnologicamente avançados são extremamente confiáveis, mas assim como as aeronaves, guardadas as devidas proporções, precisam de manutenção periódica. Algumas peças têm um tempo de uso determinado, e depois precisam ser trocadas. É esse bom histórico de manutenção, com as revisões determinadas pelos fabricantes em dia, que garante que um veículo tenha o status de seminovo Premium e portanto tenha melhor valor de revenda”, alerta Gaeta.

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O mesmo cliente sai da loja satisfeito pela negociação, enraizada na cultura mercantil nacional, e feliz por conquistar o desconto. Mas não deixa de se questionar, seria esse o preço mais competitivo?

Segundo Gaeta, o Grupo Eurobike optou por desenvolver um estudo, e consequentemente, uma estratégia de administração inteligente do estoque como forma de reduzir o preço final de peças de reposição. As concessionárias trabalham com estoques menores, monitorados e com uma entrega mais “just in time” pela fábrica, evitando armazenamento e investimento desnecessários. “O cliente fica satisfeito porque temos a peça, entregamos rapidamente, a um preço adequado ao seu plano de manutenção e bastante competitivo no mercado”, diz.

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O cliente entra na oficina para mais uma manutenção programada. Com o orçamento nas mãos, negocia um desconto no preço das peças indicadas como necessárias a serem reparadas. O vendedor, não sem um longo diálogo, concede um desconto de 20%.


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A1 UM AUDI

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por Juan Esteves


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Fôlego na medida certa Por Percy Faro

Ele reúne tudo o que a indústria automobilística mundial deseja hoje em dia. É compacto, incorpora um motor de excelente performance, é eficiente, ágil e carrega respeitável dose de tecnologia que garante conforto e segurança. Apesar da pouca idade, também já começa a colecionar prêmios. No Brasil, o Audi A1 foi apresentado oficialmente no Salão do Automóvel 2010 e começou a ser comercializado por meio do sistema de pré-venda, como havia sido anunciado pela marca. O pequeno Audi reúne atributos suficientes para conquistar o consumidor brasileiro. A começar pelo motor 1.4 TFSI de 122 cavalos de potência, com sistema de injeção direta de combustível e turbocharger com intercooler. A aceleração de 0 a 100 km/ hora é feita em 8,9 segundos e a velocidade máxima é de 203 km/hora. Trata-se de um propulsor que utiliza recurso tecnológico inteligente que recupera a energia durante a frenagem, a qual é armazenada temporariamente. Quando o carro acelera novamente, a energia retorna ao sistema elétrico, aliviando a carga do gerador.

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A transmissão de sete velocidades S-Tronic amplia o prazer de dirigir. Com comportamento esportivo e sistema de dupla embreagem, combina o conforto de uma transmissão automática e a eficiência de uma manual. Por conta da dupla embreagem, as trocas de marchas são feitas em centésimos de segundo, sem qualquer interrupção perceptível de potência justamente porque as marchas ficam pré-engatadas para a troca. O controle pode ser feito pela alavanca de câmbio ou ainda por meio de shift paddles no volante de couro, como nos carros de corrida. Para os motoristas que preferem uma direção ainda mais esportiva, basta colocar o câmbio na posição S, que também modifica o comportamento da direção eletro-hidráulica de pinhão e cremalheira, mais eficiente que o sistema hidráulico já que oferece sensação de maior precisão ao volante. No quesito segurança, o Audi A1 está entre os melhores da categoria, os chamados compactos premium. A carroceria, com alta rigidez torcional, pesa apenas 221 quilos e fornece proteção de alto nível aos ocupan-

tes porque é equipado com airbags frontais, laterais e cortinas de proteção para a cabeça. Dono de um design totalmente progressivo, a configuração hatchback, bastante apreciada pelos brasileiros, esbanja charme e modernidade. O Audi A1 tem dimensões especialmente desenvolvidas de acordo com a atual realidade urbana, combinando com excelente uso em estradas. Repleto de facilidades para rodar no dia-a-dia, tem 3,95 m de comprimento, largura de 1,74 m e altura de 1,42 m. Oferece conforto e comodidade aos quatro ocupantes graças principalmente à distância entre-eixos de 2,47 m. O alto grau de customização é outro atrativo. O consumidor pode escolher os arcos do teto com pintura contrastante, além de optar também pelas cores nas saídas de ar internas. Se a escolha recair pela esportividade ainda mais marcante, o modelo disponibiliza opcionalmente o Competition Kit, que, externamente, envolve spoiler, ponteira de escapamento, difusor traseiro, para-choques e soleiras laterais, e internamente, puxadores das portas, console central, espelho retrovisor e tapetes. Em nome da preocupação ecológica, a Audi ainda oferece a possibilidade de equipar o compacto com o sistema start-stop, tecnologia até então restrita ao modelo A8 e ao novo A7, que consiste em desligar o motor sempre que o veículo estiver parado e com a marcha desengatada, e que auxilia na economia de combustível e redução de emissões de CO2. A medida certa do fôlego do Audi A1 também pode ser comprovada pelos prêmios já conquistados. Quando jurados e leitores da publicação britânica What Car? o elegeram “Carro do Ano”, Steve Fowler, editor-chefe da revista e um dos jurados do concurso, comentou: “Posicionado de forma brilhante e muito bem comercializado dentro do segmento, esta é a proposta do Audi A1: um carro de alta qualidade”. Outra vitória do modelo foi na categoria Super Mini. O A1 já havia conquistado a opinião pública em 2010, quando recebeu o título de “Carro Mais Emocionante do Ano”, por meio de uma votação online. Na ocasião, o carro ainda nem havia sido lançado e as fotos oficiais foram divulgadas somente após o concurso.


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Credibilidade em construções verticais


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Stuttgart Seminovos: um novo espaço Porsche Importadora oficial da Porsche abre uma loja exclusiva para atender ao mercado de carros Porsche seminovos Por Luiz Alberto Pandini

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Uma loja específica para comercializar carros Porsche seminovos, com o mesmo ambiente e padrão de atendimento das concessionárias para carros zero quilômetro. Esta é a proposta da Stuttgart Seminovos, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, e pertencente ao mesmo grupo empresarial da Stuttgart Sportcar, importadora oficial Porsche no Brasil. A criação do novo ponto de venda foi motivada pelo crescente mercado de carros Porsche seminovos – consequência natural do expressivo aumento nos números de venda da Porsche nos últimos anos. A Stuttgart Seminovos recebe, principalmente, carros entregues à importadora como parte do pagamento na compra de veículos zero quilômetro. “Praticamente todos os proprietários de Porsche importados oficialmente pela Stuttgart Sportcar submetem seus carros às revisões recomendadas pela fábrica”, explica Marcel Visconde, presidente da importadora. “Isso assegura excelente procedência dos carros vendidos pela loja de seminovos.” Todos os Porsche do catálogo da Stuttgart Seminovos são submetidos a uma cuidadosa revisão no Centro Técnico da Stuttgart

Sportcar antes de serem colocados à venda. A empresa assegura garantia de três meses, a não ser que a garantia de fábrica esteja vigente e se estenda por prazo superior ao dado pela loja. O layout da Stuttgart Seminovos segue em todos os detalhes os padrões das concessionárias Porsche. “A ideia é fazer com que o comprador de um Porsche seminovo tenha atendimento rigorosamente igual ao dedicado pelas concessionárias ao comprador de um modelo zero quilômetro”, define Visconde. Os resultados iniciais são animadores: vários automóveis foram comercializados nos dois primeiros meses de operação, com alto índice de satisfação dos clientes. “Muitos deles são potenciais compradores de carros zero quilômetro. Merecem, portanto, o mesmo tratamento diferenciado que a Stuttgart Sportcar sempre dedicou a seus clientes”, finaliza Visconde. SERVIÇO Stuttgart Seminovos Rua dos Pinheiros, 1005 - São Paulo-SP Tel. (11) 3896-2222


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Entre trancos e barrancos Em sua terceira edição, o Eurobike Adventure Trip mostra que tem fôlego de sobra para os próximos quilômetros dessa trilha

Por Paula Queiroz | Fotos Kriz Knack

O relógio marcava seis horas da manhã quando se iniciou a viagem rumo a Brotas, para a terceira edição da Eurobike Adventure Trip. Já na rodovia Washington Luís, os raios de sol revelavam que o dia seria dos mais quentes de novembro. Ao sair da estrada, é preciso subir 4 quilômetros de serra e percorrer mais 800 m entre os canaviais, que representam grande parte da cultura agrícola local. Logo em seguida, avista-se a porteira do que pode ser considerado um verdadeiro oásis em meio a cana: a Pousada Primavera da Serra.

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Com relevo bem acidentado, localizada na beirada da serra, a 730 metros de altitude, a antiga fazenda do ciclo do café, que já pertenceu à família Barcellos, passou 27 anos nas mãos de uma das maiores cooperativas brasileiras que exportam açúcar e álcool, e acabou sofrendo muito com os desgastes na monocultura. Porém, em 1999, foi inteiramente estruturada para hospedar com muito conforto todos aqueles que buscam um maior contato com a natureza. A construção, que estava em ruínas, recebeu um verdadeiro restauro, e as casas antes ocupadas por colonos hoje se tornaram confortáveis chalés. Foram mais de 10 meses só para trocar a grama, e nos últimos dez anos mais de 70 mil árvores foram plantadas. Hoje a fazenda já é autosuficiente, e toda a produção abastece integralmente o restaurante.


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Logo na chegada, por volta das 10 da manhã, os participantes do evento, todos proprietários da marca Land Rover, já estavam ansiosos pelo reconhecimento do local. “Pista off-road”, anunciava uma das placas da propriedade, e logo depois os primeiros comandos começaram a surgir pelo rádio: “Descer em segunda reduzida!”. No último carro do comboio, vidros abertos não são uma boa opção. A poeira é tanta que em questão de segundos o ar-condicionado passa de opcional a item mais que obrigatório. Um dos participantes, Celso Ortolan, que foi com uma Discovery 4, traçou uma rota no GPS para depois conferir tudo no Google Earth, e assume: “Isso aqui vicia”. Os obstáculos, por lá, são um caso à parte. Toda área 4x4 do terreno foi projetada por Nelson de Almeida Filho, um dos organizadores do BORAC, Brasil Off-Road Adventure Club, e precursor do off-road no Brasil. O projeto acabou se tornando um verdadeiro parque de diversões para os aventureiros, que já começaram a arriscar algumas manobras. Pode escolher: tem caixa de ovos, gangorra, inclinação lateral, subidas e descidas íngremes, atoleiro e por aí vai. O local tem características de lazer e também foi focado para o ensino da técnica e aprimoramento da dirigibilidade.


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“Barriga cheia, pé na areia”, anuncia o gerente da Eurobike de Ribeirão Preto, Guilherme Passalacqua. Desta vez, a trilha a ser percorrida seria de 45 quilômetros. Então, parada obrigatória no posto mais próximo para abastecer os 16 Land Rovers que

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Pausa para o almoço. Herança quase intacta da construção original de 1908, o forno a lenha vai revelando os sabores e aromas do menu apresentado por Alice Moreira Ferreira e Eduardo Athaliba, proprietários da pousada, que primam sempre pelo resgate do clima de fazenda. Seja arroz com curry, carneiro ao molho de iogurte, purê de mandioquinha ou lasanha de beringela, tudo é servido com muito capricho em panelas de ferro Le Creuset, que aliam alta qualidade com características artesanais, assim como em tudo que o casal aventureiro se propõe a fazer.


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seguiam no comboio. Os avisos de animais na pista, que vão surgindo pelo caminho, denunciam a distância dos centros urbanos. Nesse momento da trilha, o município de Patrimônio e o rio Jacaré-Pepira já ficaram para trás. A altitude agora é de 960 metros sobre o nível do mar.

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Já de noite, com a fogueira acesa, as conversas e trocas de experiências rolaram soltas. Para um dos organizadores do evento, Sergio Rodrigues Miranda, esse foi um dos momentos mais gostosos: “São pessoas de várias cidades diferentes, muitas que até hoje de manhã não se conheciam, e estão em uma grande confraternização, dançando e rindo juntas, como velhos amigos. É essa interação que eu acho bacana poder proporcionar”. No dia seguinte, às 10 da manhã, sob sol de rachar, o grupo ouviu atentamente às instruções de um professor de rafting. Depois de um rápido e divertido treino no lago, as equipes formadas seguiram para a corredeira. Tudo correu bem e nos 10 quilômetros de descida os safety men espalhados pelo percurso não tiveram muito trabalho. Um dos participantes, Thiago Bezerra, que há um mês comprou um Freelander prateado, assume ter aproveitado muito: “Quando vi que ia ter rafting no evento, não tive dúvidas, chamei três amigos para virem comigo. Todo


Enquanto alguns se refrescavam no rafting, quatro Defenders seguiam por uma trilha de mata quase fechada dentro da propriedade. Athaliba envia alguns avisos pelo rádio. “Primeiro

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Acima, percorrendo as trilhas da fazenda Primavera da Serra

mundo adorou e foi super divertido”. Já Bob Harrison, um dos pioneiros proprietários de Land Rover no Brasil, que já passou com seu Defender 130 pelo Jalapão, Pantanal, Lençóis Maranhenses, Ushuaia, entre muitos outros cartões postais, conta que o fator decisivo, na hora de decidir se vai comparecer a um evento como esse, é a trilha que o espera e o contato que terá com a natureza. “Se o percurso me agradar, eu topo na hora”, revela.

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No alto, o grupo reunido para uma foto no centro de Brotas


EMOÇÃO obstáculo: descida de 45 graus. Vá em primeira reduzida, sem pressa e sem ansiedade. Se precisar, controle o carro no freio.” O segundo obstáculo era um tronco de pau d’alho no meio da pista. Com um machado em mãos, problema resolvido. Fernando Torres, um dos mais experientes por ali, conta que para um kit SOS eficaz, não basta ter água, GPS e pneus, é preciso acima de tudo ter paciência.

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Muitas vezes, a falta de conhecimento técnico e um certo receio são fatores que interferem na hora de levar o carro para uma aventura 4x4. Por essas e outras o Eurobike Adventure Trip tem papel importantíssimo neste setor. As viagens procuram sempre levar os proprietários de Land Rover para treinar em um lugar com muita segurança e infraestrutura. E mais uma vez o evento conseguiu reunir admiradores de um lifestyle único. Gente que têm espírito aventureiro de sobra e que não abre mão de estar sempre entre amigos e em contato com a natureza. E para que tudo saia conforme o planejado, não poderia faltar um automóvel que represente melhor esse estilo de vida arrojado. O Land Rover é sem dúvida um carro versátil, que se sai muito bem nos centros urbanos e tem todas as condições técnicas para enfrentar uma trilha no fim do expediente. Para Miranda, o objetivo verdadeiro do evento é “resgatar a história da Land Rover e proporcionar para todos esse estilo de

vida associado à marca há mais de 60 anos”. Valdir Fedrizzi foi com a mulher, Ana Rosa Corrente, que nos nos conta: “Graças a eventos como esse que eu tiro o meu carro da garagem. Eu não faria isso sozinha. Além, claro, de conhecermos lugares e pessoas novas”. Já de noite, a rodovia conduz cada um de volta para a casa. Desta vez, sem solavancos. “O que a gente leva daqui? Companheirismo, amizade e equipe”, resume Armelinda Buzatto, que foi ao evento com o marido José Eduardo Buzatto.


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1 Guilherme Marcolini, Olavir Moré e Valdir Fedrizzi; 2 Sylvio Baggio, Cristina e Isabella; 3 Antonio Carlos (Tatá) e Elaine Mendes; 4 Ademir e Fátima Trizolio; 5 Fernando Torres e Samuel Passalacqua; 6 Fernanda Passalacqua e Ana Rosa Corrente; 7 Saul e Mirian Dutra Nascimento; 8 Celso Ortolan; 9 Rosemary Ortolan e Cátia Moré; 10 Thiago Bezerra e Ramon Ishihara; 11 José Eduardo Buzatto; 12 Flávia Costallat e Guilherme Passalacqua, da Eurobike; 13 Rhianne Ishihara e Natália Amorozo; 14 Leonardo Cardoso e Eduardo Baptista, da Eurobike; 15 Robert Leslie Harrison e Ederli P. Harrison

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MINI

COUNTRYMAN COOPER S Ricardo Landi testou para nós o mais recente lançamento da MINI

Olá pessoal, Meu nome é Ricardo Landi, sou piloto da Eurobike Motorsport. A partir desta edição estarei por aqui, testando os lançamentos das marcas disponíveis nas concessionárias do Grupo Eurobike para contar a vocês em primeira mão. Hoje estamos à bordo do mais novo lançamento mundial da MINI, o charmoso MINI Countryman Cooper S, a quarta geração da família MINI. Uma “mini-SUV” da marca, com a robustez de um fora de estrada e a agilidade de um típico MINI Cooper.

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O Countryman Cooper S tem como principal característica a tração integral, chamada de 4 ALL, sendo o primeiro carro da família MINI a apresentar tal inovação, e conta com um motor de 4 cilindros de 1.6 litros turbo com 184 hp, o mesmo usado nos tradicionais MINI S. Como a MINI faz parte do grupo BMW, o Countryman Cooper S traz toda a tecnologia embarcada nos “carrões” alemães. Tem câmbio de 6 marchas Steptronic, com trocas no volante ou na alavanca, e também um botão Sport no painel, que deixa o carro muito mais “nervoso” ao acelerar. O sistema de direção assistida eletricamente o deixa com toda a agilidade do irmão menor, o MINI Cooper S. Possui Controle Dinâmico de Estabilidade “DSC”, sistema de controle de tração que funciona em conjunto com o ABS.

Outra característica que deixa o nosso Countryman Cooper S muito mais na mão, numa condução mais esportiva, são os sistemas de Distribuição de Forças de Frenagem “EBD” e o sistema de Controle de Frenagens em Curvas “CBC”. Com tudo isso funcionando em conjunto podemos utilizá-lo como um típico esportivo, tanto “on-road” como “off-road”, sempre na mão em conduções apimentadas ao volante. Quanto ao conforto, o mesmo já conhecido pelos fãs do MINI, porém com muito mais espaço nos bancos traseiros, proporcionando mais comodidade aos passageiros. O Countryman Cooper S também faz parte da família MINI de 5 portas, com um porta-malas adequado para o carro. É equipado, também, com um excelente teto solar dianteiro e traseiro, com ótima visibilidade externa para o “piloto” e passageiros, com todo o conforto. Vem com sensores de estacionamento, com gráfico na tela de LCD instalada no centro do tradicional velocímetro, de fácil visualização e manuseio, com sistema parecido com o “iDrive” dos carros BMW, que controla rádio, telefone, agenda e informações sobre o veículo. Conta ainda com sensor de chuva e faróis de xenon e milha embutidos nos parachoques dianteiros. Ar-condicionado digital, CD player e entrada para USB e AUX. Um exclusivo e lindo portaóculos com o logo MINI no console central,

Acima, indicativos de uma performance séria


Sem contar as travas, vidros e espelhos elétricos e air bags de série, sempre importante frisar, e um conforto extra que é o sistema de frenagem de partidas em ladeiras, que segura o carro no freio por alguns segundos antes de você começar a acelerar. Com tudo isso, minha impressão sobre o Countryman Cooper S, no início, foi meio de “nariz torcido”, achei que seria uma SUV convencional. Mas me enganei completamente, pois estava entrando num típico MINI Cooper. Ele me trans-

Mesmo sendo um crossover, o Countryman Cooper S tem comportamento de um esportivo. Conta com excelente sistema de freios e ótimos e bem dimensionados conjuntos de rodas e pneus, que proporcionam bastante aderência ao “mini carrão”, juntamente com a tração integral e uma suspensão com características de esportividade. Tão bom de guiar que a MINI voltará para o Campeonato Mundial de Rally, o WRC, com este modelo. Certamente vai dar o que falar! Um ótimo “brinquedo” para desfrutar com amigos e família, no asfalto ou fora dele.

sas, sem perder a característica da marca Acima, bom espaço interno e muitos “mimos” para quem gosta de conforto e tecnologia

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logo abaixo do estiloso freio de mão que parece muito com uma manete de acelerador de barcos de luxo.

No alto, linhas robustas e harmonio-

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mitiu toda a agilidade e dirigibilidade típicas do MINI, que o torna muito fácil e gostoso de guiar. O motor, apesar de baixa cilindrada, com apenas 1.6 litros mas muito forte e com bastante torque por causa de seu turbo e 184 cavalos de potência, chega facilmente a 100 km/h, em apenas 7,6 segundos, e velocidade máxima de 215 km/h. Apesar de termos testado o carro nas ruas e estrada, não ultrapassamos os 120 km/h, velocidade permitida por lei...


Uma nova categoria estreia no automobilismo brasileiro e promete esquentar o asfalto nas melhores pistas do país. A DTCC (Driver Touring Car Cup) acontecerá em seis etapas nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Campo Grande.

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Por Ricardo Ribeiro

Não é só o nome que é de campeonato internacional. A organização e ritmo de competição também. Criada pela revista Driver, com patrocínios da Audi (que pela primeira vez em sua história, investe em uma categoria) e do grupo Eurobike, a Driver Touring Car Cup terá 16 carros no grid e uma disputa bem equilibrada. Há ainda um carro para convidados darem uma voltinha na pista e uma unidade de reserva. A DTCC é uma categoria de pilotos não profissionais que pagarão para correr, como acontece em outras competições, como a Porsche GT3 Cup. A categoria surge com o objetivo de atender a demanda de um público especial. São amantes do esporte a motor que, por diversos motivos, não podem praticá-

lo profissionalmente. Geralmente, são pessoas que tiveram que deixar o esporte para se dedicar a uma carreira mais convencional, ou que estão descobrindo o automobilismo apenas em uma fase mais adiantada da vida. Mas, como regra, são apaixonados pelo automobilismo, e buscam uma oportunidade de pilotar de maneira competitiva e segura. De acordo com a organização, serão aceitas inscrições de pilotos amadores que disputaram o Driver Cup 2009 e 2010 (www.drivercup.com.br), pilotos de outras categorias que tenham graduação PCG “B” e “C”, recém formados, e outros pilotos interessados em competir neste perfil de categoria.

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EMOÇÃO

DRIVER TOURING CAR CUP


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A modificação de todos os carros é de responsabilidade da MC Tubarão, empresa da região metropolitana de Porto Alegre, com ampla experiência na montagem de modelos turismo para diversas categorias brasileiras. O calendário da competição é dividido em seis etapas, com duas provas em formato de baterias, disputadas em autódromos nacionais. Em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, em Porto Alegre, no Autódromo Velopark, em São José dos Pinhais, no Autódromo de Pinhais, e em Mato Grosso do Sul, no autódromo de Campo Grande. As provas, realizadas durante o final de semana, terão duas baterias de 25 minutos cada e estão previstos treinos livres e um oficial.

A brincadeira custa R$ 178 mil para cada carro/equipe, o que permite dividir o custo entre os dois pilotos, quando for o caso. Os pilotos não terão que pagar pela manutenção e nem pela revisão dos carros, mas terão de arcar com o custo dos jogos de pneus e dos danos causados por batidas durante as provas. Agora é só aguardar a luz verde e acelerar. Ainda há vagas para participar. Mais informações no www.dtcc.com.br Confira as datas do DTCC: Autódromo de Pinhais – Etapa Curitiba: 08/09/10 de abril e 16/17/18 de setembro. Autódromo de Interlagos – Etapa São Paulo: 27/28 de agosto. Autódromo Velopark – Etapa Porto Alegre: 17/18/19 de junho e 7/8/9 de outubro. Autódromo de Campo Grande – Etapa Mato Grosso do Sul: 15/16/17 de Julho Ficha técnica O DTCC utilizará o modelo AUDI A3 Turbo, preparado para oferecer ao competidor um carro simples de pilotar mas ao mesmo tempo capaz de proporcionar fortes emoções. - Audi A3 Sport - Motor 2.0l turbo Intercooler com 200cv - Injeção de competição - Cambio manual de 6 marchas - Rodas especiais desenvolvidas para a categoria - Pneus Pirelli importados do tipo slick, medidas 235/645 - 18 - Amortecedores e molas KW de competição com regulagens - Banco e cinto Sparco para “Hans” e direção de competição Sparco com engate rápido - Peso 1.040kg - Substituição dos vidros laterais e traseiro por acetato transparente - Santo Antônio homologado - Apêndices aerodinâmicos

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O A3 recebeu um sistema de injeção para competição, suspensão completa com amortecedores reguláveis e molas da KW. As unidades também contam com volante da Sparco, com engate rápido, além dos bancos e cintos de segurança 5 pontos para clip “Hans” indicados para corrida. As rodas de 18 polegadas foram desenvolvidas com exclusividade para os modelos da DTCC e serão calçadas em pneus slick da Pirelli, importados, na medida 235/645/18”. O bólido conta ainda com transmissão manual de seis velocidades e painel de instrumentos multifunções de competição com “logging”, que garante aferição mais precisa durante as provas.

Cada equipe poderá ser formada por até dois pilotos. A troca de piloto será entre a primeira e a segunda bateria. Quem optar por correr sozinho dará continuidade na segunda bateria.

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Os pilotos competirão em carros equalizados e não precisam ter equipe própria de manutenção. O modelo escolhido para a disputa foi o Audi A3 Sport. Um modelo de estilo esportivo e fácil dirigibilidade nas pistas, projetado para oferecer ao piloto um carro simples de comandar mas, ao mesmo tempo, capaz de proporcionar fortes emoções. O motor 2.0, com um turbo intercooler, entrega 200 cv de potência (limitados nas primeiras provas, com possibilidade de 290cv), ao melhor estilo dos engenheiros de Ingolstad. O hatch da montadora alemã que será usado nas provas ainda recebeu uma preparação mais do que especial para devorar as pistas.


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Decompor a vida em cores,


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aromas, texturas, sons...


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Pra lá de Marrakesh Uma viagem pelos sentidos através do maior mercado do Marrocos

Apaixonado pela “paixão de viver” do Magrebe, Bowles morou

em Tânger, na costa mediterrânica, a um ferry-boat de distância da Espanha, por 52 anos. A partir dali viajava, via e dava asas a romances célebres, como O céu que nos protege (The Sheltering Sky, publicado em 1954). Ambientado nas paisagens insólitas do deserto pós segunda-guerra, o livro fala de amor e loucura em meio a tempestades de areia e foi adaptado para as telas do cinema na década de 1990, pelas lentes do diretor Bernardo Bertolucci, com Debra Winger, John Malkovich e uma linda trilha sonora assinada por Ryuichi Sakamoto.

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Poemas de lençóis suados, histórias de sexo, experiências alucinógenas, drama e contos das mil e uma noites. De 1947 à 1962, à bordo de um velho jipe Land Rover, o escritor, compositor e viajante norte-americano Paul Bowles (1910 – 1999) rodou milhares de quilômetros pelo deserto do Sahara, no Norte da África. Na bagagem lápis, papel, mapas, máquina fotográfica e um gravador, com o qual capturou para a eternidade a efervescência da gente marroquina, suas lendas e sons.

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Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva


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Muito do imaginário marroquino veio ao mundo ocidental pela pena de Bowles. Sua casa em Tânger (onde faleceu em 1999) era ponto sagrado de peregrinação de toda a geração beatnick. Na varanda de sua casa, entre copos de chá de menta e tragadas de haxixe, eram longas as tertúlias com Alain Ginsberg, William Burroughs e Gregory Corso, num ambiente de animada efervescência cultural. Das andanças pelo país, Bowles tinha peculiar apreço por Marrakesh. A “cité rouge”, com suas enormes muralhas cor-de-rosa, cor de ocre, erguidas de adobe, a circular toda a Medina (a almedina, ou cidade fortificada), vitalizada pelos almorávidas no século 11. Uma cidade plana como uma mesa, cercada de palmeiras, de onde se avista os contornos da cordilheira do Atlas e as suas montanhas cobertas de neve, com picos que ultrapassam os 4 mil metros. Um patrimônio da humanidade que ainda hoje resguarda em seu interior as mesquitas, palácios, pórticos e praças que a tornaram famosa e fabulosa. Em Marrakesh, assim como há centenas de anos, quando recebia as caravanas do Magrebe, tudo gira em torno da “Velha Praça”, a Djemaa el Fna. Ela é o coração da Medina e pulsa todos os dias a partir do alvorecer. Os primeiros a abrir as por-

tas são os vendedores de suco de laranja, fresquinhas e doces, espremidas na hora. Logo depois abrem as barracas de tâmaras (dezenas de tipos), damascos, amêndoas, azeitonas e frutas secas. Assim que o sol esquenta, o som de flautas e tambores invade os espaços e começa o espetáculo. Basta olhar para ver: os encantadores de serpentes domam najas como se fossem minhocas, quase as beijam na boca; dançarinos berberes ensaiam passinhos e depois passam o chapéu; contadores de história declamam poesia; velhas árabes pintam as mãos das jovens de rena com motivos florais; acrobatas dão cambalhotas;


barracas de comida vendem escargot, couscous e tajines; senhoras assam o chapat (o pãozinho redondo) para acompanhar a harira, a tradicional sopa marroquina. E o dia passa zunindo.

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“Dos mais de 100 países que conheci, a praça Djemaa el Fna é o local mais autêntico. Um lugar que sempre que puder vou revisitar”, diz a viajada apresentadora do Fantástico, Glória Maria. Mas a “Velha Praça” é apenas o ponto de partida para uma aventura muito maior: a de ingressar na mandala de labirintos do grande Souk (Mercado). Um conjunto de ruas estreitas onde pessoas, bicicletas e motocicletas se espremem e serpenteiam para ver e comprar as mais lindas mercadorias do mundo árabe. Você vai se perder pelos becos. Mas isso faz parte do ritual de descoberta, da imersão cultural. Relaxe. E gaste sem dó a sola do sapato pelo Souk de Marrakesh.

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Mas à medida que a luz do sol se vai, aumentam-se as vozes e o burburinho. Milhares de turistas de todas as partes do mundo se acotovelam com a gente local: nômades, berberes e árabes. Tempo de subir aos cafés que circundam a Djemaa el Fna. Tomar uma cadeira nos altos terraços e de lá, entre copos e mais copos de chá de menta, admirar o sol se pôr e o acender das luzes iluminando milhares de imagens.


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Tudo aqui é dividido por praças. Ali está a dos tapetes árabes, acolá a dos tecidos de panos de seda cintilante, adiante, a dos artigos de couro, curtidos nos curtumes a céu aberto. Em outra praça, os entalhadores de madeira esculpem delicadas marchetarias em portas, janelas, mesas, luminárias e espelhos. Mais um pouco e lá estão homens musculosos a bater com força hercúlea, moldando o bronze das lâmpadas de Aladim ou forjando o aço das adagas berberes. Metais que brilham, mas nem tanto como as que enfeitam as butiques de pratarias, um mundo de joias e de sonhos. São colares, pulseiras, brincos e adornos para deixar qualquer mulher vestida de princesa Sherazade. No Souk, para onde apontar, a retina ganha diversão, cores. Um caleidoscópio de bolsas, vestidos, sapatos, xales, cangas, cerâmicas. E basta um olhar mais demorado para o vendedor lhe convidar para entrar, sentar, oferecer-lhe um chá de menta, perguntar-lhe da vida e o quanto você deseja pagar pelo produto. Caso entre na dança, prepare-se. A cerimônia da barganha


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Mas não se acanhe por isso. Os vendedores são muito amáveis. E comprar é apenas uma parte da diversão para os sentidos no Souk. Deixe-se levar pelos aromas e siga caminho até à Praça das Especiarias, uma viagem para se entender como o homem europeu se lançou ao mar bravio em busca destes sabores, aromas, pigmentos e temperos que podem deixar nossa vida mais feliz. Ajeitados em pirâmides cônicas, ali estão o cominho, o curry, a pimenta-do-reino, a mostarda, a noz-moscada, a canela, o gengibre, o cardamomo e a flor do açafrão, o tempero mais caro do planeta, uma raridade que cresce na região de Talouine, no sul do Marrocos. Nas prateleiras dos cosméticos, sabonetes e essências de flor-de-laranjeira, cidreira e rosa branca exalam perfume e invadem as narinas com uma lufada de frescura. O sândalo e o âmbar refrescam a pele. E não há como resistir aos derivados do óleo de argão, o “óleo de ouro da juventude da pele”, extraído da árvore que se espalha por todo o país e só

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não leva menos de meia hora. Se for de manhã, ele dirá que você é o primeiro cliente e lhe trará sorte. Se for de noite, talvez te relembre da tradição de levar lembrancinhas para as pessoas queridas. Ele lhe dará um preço até cinco vezes maior do que quer e cabe a você ditar o ritmo da música. Vire de costas, finja desistir. Ou diga que volta amanhã. Mas, saiba: negociar é uma matéria milenar da vida que se aprende desde criancinha nesse mundo árabe.


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floresce no Marrocos.

Se você tiver mais dias, viaje para lá de Marrakesh. A partir da cidade se pode organizar saídas até às aldeias berberes do Atlas, as praias de Essaouira e Agadir, à histórica Fez, ou ainda para roteiros fora-de-estrada pelos contornos do Sahara, quem sabe para um trekking nas altas dunas de Merzouga, sob um céu de estrelas.

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Com um milhão de habitantes, Marrakesh já ultrapassou os muros da Medina e pulsa também em seu lado moderno, executivo, mais ligado na Europa do que na África, com avenidas ajardinadas e canteiros floridos, como as do recente bairro de Gueliz, repleto de cafés elegantes, lojas de marcas, bares e discotecas. Não há muito com o que se preocupar. Os habitantes da cidade são muito simpáticos e tolerantes aos não muçulmanos e seus trajes e hábitos ocidentais. As ruas são muito policiadas e desde que o jovem rei Mohamed VI assumiu o poder, em 1999, o país investe maciçamente no turismo, o que torna a viagem por suas ruas milenares relativamente seguras (claro, é uma cidade grande e não se deve contar dinheiro na rua).

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Mas nem só de mercado se faz a Medina. Há muitas outras atrações: como o Palais Baía, com sua arquitetura moura, para se ver; banhos turcos e massagens nos “hammans”, para se receber; e excelentes restaurantes de comida típica marroquina, como o Dar Moha e o Le Fondouk, para degustar. Dormir nos hotéis que se espalham pela Medina também é a melhor opção para vivenciar a cidade a pé (dispense o carro). Uma dica é o lendário La Mamounia, parada dos astros de Hollywood, reis e rainhas. Mas há opções mais acolhedoras, os chamados Riads, as antigas casas dos ricos, transformadas em pousadas. Algumas delas são decoradas com muito charme, conforto e bom serviço, como o Riad Dar Sholmes, com ótima localização.


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Eu recomendaria no mínimo duas e no máximo quatro noites em Marrakesh. E não perderia de jeito nenhum a chance de dar um pulinho ao Jardim Majorelle, considerado um dos mais belos do século 20. Seus canteiros, espelhos d’água e espécies de plantas dos cinco continentes resumem uma vida inteira que o pintor francês Jacques Majorelle (1886 – 1962) dedicou ao local, adquirido na década de 1980, pelo celebrado estilista francês Yves Saint Laurent (1936 – 2008). Pintada em tons de um azul especial, o azul majorelle (uma cor criada por Jacques), a casa que YSL passava as férias com Pierre Bergé foi transformada em um pequeno museu que conta um pouco sobre a paixão arrebatadora do artista pela “cité rouge”, e de como suas cores, formas e aromas passaram a influenciar o seu papo, a sua manha. É compreensível. Assim como Majorelle, Yves e Paul Bowles, nin-

guém volta indiferente lá de Marrakesh. É que lá, parafraseando Caetano, nem a sanha arranha o carro, nem o sarro arranha a Espanha. E qualquer coisa doida, dentro mexe.

HOTÉIS http://www.mamounia.com/fr/index.php http://www.darsholmes.com/ryad-marrakesh/ RESTAURANTES http://www.darmoha.ma/ http://www.foundouk.com/ Hammans - BANHOS http://www.lesbainsdemarrakech.com/spa-en.html


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Reescrever a vida Destino: Gramado, região serrana do Rio Grande do Sul. Motivo: reaprender a viver. Essas são as coordenadas de quem segue rumo ao Kurotel, considerado o melhor spa médico da América do Sul. Um lugar de experiências únicas, onde as pessoas descobrem a possibilidade de viver mais e melhor, equilibrando o corpo e a mente

Por Bianca Bassani | Fotos Fabricio Barreto

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Descubra o Kurotel O Kurotel foi criado em 1982 com base em estudos científicos sobre medicina preventiva e tratamentos baseados nas Estações de Cura da Alemanha (Kura), que recomenda a combinação de seis pilares para que qualquer pessoa possa ter uma vida considerada ideal. Desse preceito nasceu o “Método Kur”: dieta balanceada, exercícios e atividades físicas, fitoterapia, hidroterapia, equilíbrio emocional e tratamento individualizado. No Kurotel, os tratamentos têm duração média de sete dias, por isso costuma-se dizer que lá a pessoa vive a primeira sema-


na da sua nova vida. A filosofia é tratar a saúde e não a doença, por isso uma equipe multidisciplinar desenvolve roteiros personalizados para a necessidade de cada cliente, reciclando velhos hábitos e agregando novos. Como define o diretor executivo do Kurotel, Luis Cusin, “é uma nova gestão para o estilo de vida”.

gismo, beleza, juventude prolongada, longevidade saudável e o Kinder Kur, voltado para mães e bebês de até um ano de idade para recuperação pós-parto e desenvolvimento de uma maternidade saudável.

Em um espaço de seis mil metros quadrados de ar puro e sossego, 120 profissionais se dividem para atender os 35 apartamentos do Centro de Longevidade. São seis diferentes tipos de tratamentos disponíveis, planos focados no emagrecimento, controle do estresse, antitaba-

No Kurotel o cliente terá um dia a dia completamente novo. Logo na chegada ao spa, em meio a mimos e atenção especial, a pessoa é direcionada ao médico para realização da consulta inicial, onde será realizada uma bateria completa de exames. É preciso avaliar a necessidade

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Nova rotina


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e as limitações do cliente de forma individual. A pessoa sai da sala com a agenda completa para sete dias, o que inclui os horários e locais das refeições, exercícios e tratamentos estéticos. Mas é claro que não será preciso decorar, pois a cada noite o roteiro do dia seguinte será levado ao quarto. Também será impossível perder a hora, já que o spa tem três profissionais para cada cliente, e eles certamente lhe encontrarão para lembrar da próxima atividade. Os ambientes do Kurotel têm diferenciais enormes, não só pela qualidade dos materiais, mas também pela modernidade dos aparelhos e a sofisticação de cada detalhe; há uma atmosfera cativante, que inspira prazer e tranquilidade. Na academia, por exemplo, a entrada dos reflexos solares pelas amplas janelas parece ser um convite à prática dos temidos exercícios físicos. Os recipientes refrescantes e belos de chá gelado, disponíveis em todos os ambientes, e


Para mexer o corpo há caminhadas, aulas de dança, alongamento, musculação, hidroginástica (Hidro Flutuação, Hidro Axé e Power Hidro), ginástica localizada e step. Para tranquilizar corpo e mente e promover também benefícios à saúde há massoterapia, massagens na água com essências, banho de extremidades (atividade com contrastes térmicos para melhorar a circulação) e circuito das águas, que inclui

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Isso não é mera casualidade. Tudo foi pensado para que nenhum dos tratamentos seja sacrificante, mas prazeroso. Cada parte do dia tem que ser alegre. Ninguém é obrigado a fazer um

exercício que ache chato ou comer algo de que não goste. Por falar em comida, quem disse que em um programa de emagrecimento se passa fome é por que não conhece o Kurotel. Lá são sete refeições diárias, com um cardápio sofisticado e delicioso. Chefs internacionais elaboraram os mais incríveis e saudáveis pratos para causar sensações em uma degustação como nunca antes apreciada. Entre a gama de chefs que assinam os pratos do spa está o renomado Jean Paul Bondoux.

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um cheiro de natureza, conferem aos hóspedes uma gostosa sensação de aconchego. A equipe também se destaca: médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos e esteticistas atuam, realmente, em conjunto, para potencializar a eficácia dos tratamentos e tornar os resultados perceptíveis em um curto espaço de tempo. Porém o que impressiona não é somente a qualidade dos profissionais, mas a forma de tratar cada pessoa, o que se mostra um grande diferencial. Não é em qualquer lugar que você vai ser chamado pelo nome em todos os ambientes em que estiver. Sem falar na alegria transmitida no olhar e nas palavras dos funcionários. Impossível estar de mau-humor sendo tão bem tratado.


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banho com lodo, com sal, fonte de gelo, ducha de espuma antioxidante e piscina ozonizada com jatos de água e correnteza. Isso apresentado de uma forma básica, porque o Kurotel conta com um centro chamado Kur Estação das Águas, voltado a tratamentos estéticos. Uma estrutura com mais de quarenta terapias corporais e faciais que o cliente pode acrescentar no seu tratamento como opcional, conforme seu gosto. Reconhecimento

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Para o médico Luis Carlos e a administradora Neusa Silveira, criadores do Kurotel, o grande reconhecimento é a valorização vinda dos clientes. Em 2010, por exemplo, o índice de satisfação obtido foi de 97%. Mais importante que isso, é ver as pessoas saindo de lá com a convicção de que realmente é possível ter uma vida com mais qualidade, constatando que o Kurotel mudou suas vidas. É satisfatório para toda a equipe receber também a valorização de especialistas, por meio dos diversos prêmios já conquistados. O Kurotel é considerado por anos consecutivos, em premiações nacionais e internacionais, o melhor spa médico do continente e está entre os 10 melhores do mundo.

Essas distinções fazem sentido para os profissionais do Kurotel, pelo trabalho desenvolvido com carinho e dedicação. Principalmente por se preocuparem não só com os sete dias do cliente no local, mas também em como será a vida dele fora de lá. É por isso que todos que passam por esse spa aprendem o que estão comendo e praticando, com aulas de culinária, palestras e dicas. Tudo para que o cliente volte ao lar com seu corpo mudado e seu pensamento totalmente reciclado, sabendo como aproveitar a nova vida com mais prazer e qualidade. Para desfrutar dessa oportunidade de reaprender a viver e curtir muito mais tempo ao lado de quem se gosta. www.kurotel.com.br reservas@kurotel.com.br Tel.: 0800 970 9800.


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w w w. g r e g o r y. c o m . b r I w w w. t w i t t e r. c o m / l o j a s g r e g o r y I l o j a v i r t u a l g r e g o r y. c o m . b r | i n v e r n o 2 0 11


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GOSTO DO SERTÃO Um cheiro de pão, não se sabe bem do quê, surgia no ar todas as vezes que Rodrigo Oliveira, chef do Mocotó, abria aquele forno combinado high-tech, no qual se controla ponto de cocção, grau de cozimento, ajuste de tempo, temperatura e umidade. Ele dedicava um tanto do seu tempo – cada dia mais curto – para testar uma receita nova

Por Luiza de Andrade | Fotos Clovis França

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Era sua segunda tentativa. Numa fala mansa, descreveu aquela massa, de “receita tradicional de brioche” misturada à banha de porco, feita artesanalmente das aparas do famoso torresmo da casa, que, aliás, polvilha a massa com delicadeza. Ficou suave, macio e deu vontade de repetir. Mas ainda há testes de complementos de sabor por fazer: alho, limão, alecrim. No Mocotó as coisas correm assim, com leveza e simplicidade, ao som do baião de Luiz Gonzaga. Alojado na região norte desde a década de 1970, na Vila Madeiros, bem distante do eixo gastronômico de São Paulo, o restaurante, despretensioso e com bons

preços, atrai clientela da cidade inteira – e às vezes mais. É ali que se oferece uma cozinha do sertão nordestino, revisitada com técnicas mais apuradas do que se encontra na roça. Ainda assim, a essência daquela culinária caseira, aconchegante e farta é rigorosamente mantida. Por isso nos faz voltar. Tem mais: um atendimento carismático de garçons do bairro, que não acertam sempre no português mas descrevem os pratos com tanta paixão que pode-se visualizar o requeijão do Norte, a casquinha crocante do peixe de rio, o coco queimado sobre o pudim de tapioca. Para escoltar, uma infinidade de cachaças, que


No alto, salão da cachaçaria e restaurante Mocotó, que teve seu embrião em uma casa do Norte na década de 1970 Acima, à esquerda, pães feitos de macia massa de brioche, incre-

Do cardápio, tudo salta aos olhos. Para começar, algo batizado de “dadinho de tapioca”. São mesmo dadinhos. E as bolinhas típicas da tapioca estão ali, mas prensadas. Uma cor tostada, num dourado atraente, cobre a superfície e indica o que vem adiante: crocância. O que ainda não se sabe, porém, é que na primeira mordida irá desmanchar na

mentados com torresmo Acima, à direita, carne de sol com pimenta-biquinho e o irresistível escondidinho de carne seca com purê de mandioca, gratinado com queijo de coalho

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Da cozinha no subsolo, numa contínua (e intensa) movimentação, saem carne seca, escondidinho, atolado de bode. Um pedido especial: a carne de sol. Feita de um (inusitado e esquecido) corte de coxão duro de um gado do sul da África – o bonsmara –, a carne

salgada matura por uma noite em câmara fria e vai para um braseiro para desidratar e defumar. Depois de dourada, é embalada a vácuo e assa por 12 horas em baixa temperatura. Resultado: muito saborosa e, sem esforço, se desfaz na boca.

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podem ser escolhidas com uma mãozinha extra. Um dos funcionários estudou a bebida, visitou alambiques e hoje pinça no meio daquele tanto de rótulos a “branquinha” ou “amarelinha” que você vai gostar mais. Para acompanhar isso ou aquilo. Também dão forma a caipirinhas de frutas brasileiras – ou não. Aparecem umbu, carambola, frutas vermelhas.


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Sarapatel, dobradinha, atolado de bode podem causar certo espanto. Mas Rodrigo transformou essas receitas de miúdos e carnes improváveis (para nós paulistas) numa experiência que

Página da esquerda: O chef Rodrigo Oliveira em seu Engenho Mocotó, no andar superior do restaurante, com cozinha experimental e biblioteca gastronômica, voltado para o

Para se despedir, duas alternativas (que não se anulam): cafezinho da fazenda Pessegueiro (passado no coador e adoçado com açúcar mascavo) ou licor de cachaça feito na casa, envelhecido com fava de baunilha, que dá um sabor açucarado – único e inesquecível.

desenvolvimento da equipe da casa No alto, carne seca desfiada, puxada na manteiga de garrafa, com cebola-roxa Acima, dadinhos de tapioca com queijo de coalho e molhinho agridoce de pimenta

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Num segundo passo, escolha o óbvio, um escondidinho de carne seca com purê de mandioquinha e requeijão do Norte. O prato certamente já é (mais do que) sabido, mas no Mocotó ganha bossa. Chega fumegante à mesa, coberto por uma delicada crosta de mandioquinha gratinada. Na primeira colherada se encontra a tenra carne seca embalada num leitoso requeijão do Norte com purê aveludado do tubérculo.

vale a pena. Peixes de rio também marcam presença. Asinhas de pintado levemente empanadas na tapioca servidas com maionese de limão cravo e pimenta-de-cheiro; pintado no molho de coco com tomatinho, cebola-pérola e pimenta cambuci; e pirarucu na manteiga com vinagrete de feijão-fradinho e mandioca cozida. Na reta final, a escolha fica cada vez mais difícil. Sorvete de rapadura ou musse de chocolate com cachaça? Doce de abóbora ou ambrosia? Fique com o pudim de tapioca. É uma combinação imperdível de texturas, com creme delicado por baixo, depois o granulado da tapioca e o coco integral ralado e torrado por cima, bem crocante. Na calda aparecem caramelo, leite de coco fresco e anis, que dá um “toque picante de especiarias”.

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sua boca um queijo coalho, numa inesperada consistência cremosa. Para intensificar a experiência, que certamente já será motivo para fazer voltar ao bairro de difícil acesso, tente combinar com o molhinho de pimenta servido à mesa. Não é um mero “molhinho de pimenta”. Tem sabor suave que mistura picância e doçura numa textura que lembra geleia – um pouco mais rala, talvez.


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As Minhas Gerais Uma viagem de carro até Belo Horizonte e Inhotim, uma incrível mescla de museu de arte e jardim botânico, pode ser uma experiência surpreendente em todos os sentidos

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Por Simone Fonseca | Fotos Lalo de Almeida

Belo Horizonte vista do bairro das Mangabeiras


Dia 1— São Paulo, Ribeirão Preto, Belo Horizonte O despertador tocou. O visor mostrava 4h20. Levantei depressa, dentro de uma hora deveria estar no aeroporto de Congonhas para pegar o voo para Ribeirão Preto, que partiria às 6h30. A ideia era buscar o Volvo S60, o mais novo lançamento da montadora sueca, para ir até Belo Horizonte e Brumadinho, cidade onde fica o museu de Inhotim. Pontualmente, às 8h, estávamos — Lalo e eu — na porta da Eurobike. O Volvo estava sendo preparado. Enquanto isso aproveitei o tempo para olhar outros carros, folhear revistas e pesquisar o caminho no Google Maps. O melhor trajeto para chegar a BH seria pela estrada MG-050, via Passos, Formiga e Divinópolis, passando pela represa de Furnas e por seus belos cânions. Pensando nas estradas, lembrei das músicas de Minas Gerais e na hora vieram à minha memória as canções que minha mãe — legítima mineira de uma cidade à beira da tal represa — cantarolava baixinho. Canções antigas, que falavam do homem e da terra, da vida no campo, da água e do céu, de silêncio e contemplação. Apareceram também na lembrança o Clube da Esquina, Milton Nascimento, Skank, Pato Fu. Então pensei em sugerir um setlist para acompanhar esse relato. Ao final da matéria, vai a dica. Algumas belas músicas que nos ajudam a entrar no clima tão particular desse estado que vive entre as montanhas, com saudades do mar. Decidi acrescentar também uma outra lista: de escritores nascidos nas Minas Gerais e que ajudaram a deixar nossas letras mais belas, poéticas e profundas. Só para citar dois dos maiores representantes: João Guimarães Rosa, cidadão de Cordisburgo, e Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira. Esses primeiros devaneios culturais chegaram ao fim com a notícia de que o carro estava pronto. Malas no porta-malas, computador e câmera fotográfica no banco de trás, documento, chaves e garrafinhas de água na mão, lá fomos nós pegar a estrada. Dali a 512 km estaríamos na capital mineira.

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A estrada estava ótima e a viagem correu tranquila. O Volvo deslizava com suavidade, silêncio e força. Pena que não dava para testar a velocidade, afinal estávamos em uma pista simples e fortemente fiscalizada, mas a tentação era grande.


DEVANEIO Entre uma conversa e outra, as paisagens da memória entravam pela janela. Para mim, era como que uma jornada de volta à infância, afinal, naquele trajeto eu passaria ao mesmo tempo pelas cidades da minha mãe, Guapé, e de meu pai, Divinópolis. As duas na mesma estrada. Revivi os passeios na fazenda do meu avô, as tardes passadas no terreiro de café, as conversas no alpendre com os primos, o feijão do fogão de lenha, os doces de compota, as domingueiras no Divinópolis Tênis Clube, os primeiros paqueras, a tristeza imensa quando tinha que voltar para São Paulo no fim das férias. Minas fica na gente. Lembro que costumava dizer “Minhas Gerais”. Cerca de três horas depois de sair de Ribeirão Preto, chegamos perto do lago de Furnas, região também conhecida como Mar de Minas, talvez um jeito que o mineiro encontrou de batizar sua ausência de oceano. Esse mar mineiro é famoso por cânions e cachoeiras e pelas águas de um azul nítido, vivo. Estávamos com uma certa fome e paramos em um empório simpático, perto da cidade de Capitólio, chamado Empório do Lago, onde comemos um pão de queijo delicioso. Descobrimos que eles têm uma pousada e que, nos fins de semana, levam os hóspedes para passear nos cânions em uma escuna. Dica anotada para uma próxima ocasião. Saindo de lá, continuamos nosso trajeto, encantados com a beleza do lago e a sinuosidade dos cânions. Realmente é uma surpresa, um lugar tão perto de São Paulo e tão pouco conhecido. Dali até Belo Horizonte foi um pulo. A estrada estava melhor do que esperávamos e as chuvas de janeiro não causaram tanto estrago no asfalto. Chegamos já de noitinha. Fiquei assombrada com o crescimento da cidade, o último censo contou aproximadamente 2,4 milhões de habitantes para essa que é a sexta maior cidade brasileira. Realmente é uma diferença notável para a Beagá da minha adolescência.

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Fomos direto para o hotel. Escolhemos o Ouro Minas Palace, um cinco estrelas super confortável. Tomamos banho, jantamos e fomos dormir. Quando apaguei a luz, o relógio marcava 10h02. Dia 2 – Pampulha, praça da Liberdade, Savassi, Lourdes Amanheceu um lindo dia de sol. Nosso primeiro destino seria a lagoa da Pampulha para visitar o importante conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer, nos anos 1940, a pedido do então prefeito da cidade, Juscelino Kubistchek. Consideradas obras-referência da carreira do arquiteto carioca, as construções

trazem os traços que seriam precursores do projeto de Brasília. Faz parte do conjunto: a Casa do Baile, o Iate Tênis Clube, o Museu de Arte (antigo Cassino) e a Igreja de São Francisco de Assis. Só essas obras já valeriam a visita pela cidade. Monumentos de uma rara ousadia de formas que, de tão modernos, é incrível pensar que já sejam sexagenários.


O interior da Igreja abriga a Via Sacra, constituída por 14 painéis do artista paulista Cândido Portinari, considerada uma de suas

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belo-horizontina. Jornalistas da época chamaram a atenção para a forma da igreja refletida na lagoa: disseram que ela lembrava a foice e o martelo, símbolos do comunismo, movimento político ao qual Niemeyer sempre esteve vinculado.

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Imagem ícone de Belo Horizonte, a Igreja de São Francisco de Assis ou Igrejinha, como é chamada, é uma relíquia da nossa história. No projeto da capela, Oscar Niemeyer inovou em experimentos com concreto armado, abandonando a tradicional fórmula “laje sob pilotis”, e criou uma abóbada parabólica, que funcionaria ao mesmo tempo como estrutura e fechamento. Quando ficou pronta, causou um rebuliço e tanto na sociedade


DEVANEIO Página anterior: Igreja de São Francisco de Assis às margens da lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, projetada por Oscar Niemeyer e coberta com painéis de Candido Portinari Acima, Museu de Arte

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Página da direita, praça da Liberdade, no centro de Belo Horizonte


Entre a contemplação das imagens de Portinari e das formas de Niemeyer, o tempo foi passando, e o sol estava forte quando deixamos a igreja para visitar outra joia, o Museu de Arte da Pampulha. Originalmente concebido para ser um cassino, encerrou suas atividades em 1946, quando o jogo passou a ser proibido no Brasil. Durante uma década foi utilizado como casa

Quando deixamos o museu demos uma volta de Volvo por toda a lagoa para contemplar a Casa de Baile e o Iate Clube. Vale a pena o passeio. Já estava na hora do almoço. Havíamos pesquisado os melhores restaurantes de BH e nos decidimos pelo Xapuri, eleito por publicações especializadas como um dos melhores restaurantes de comida mineira do Brasil. Fica ali na Pampulha.

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Inaugurada em 1943, só foi consagrada em 1959, quando Juscelino Kubitschek já era presidente. Ficou 16 anos no ostracismo, relegada pela conservadora comunidade católica da época, que não aceitava uma igreja com tantas sinuosidades, nem um São Francisco retratado com tanta liberdade.

de danças e audições musicais e, em 1957, finalmente se transformou em museu. Com imensos salões envidraçados, abriga uma coleção de arte moderna e contemporânea com mais de mil obras. Seus jardins, também projetados por Burle Marx, são uma atração à parte.

O lugar é espaçoso, confortável e possui vários ambientes. Em

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obras mais significativas. Nas laterais, um painel de azulejos, também assinados por Portinari, retrata cenas da vida de São Francisco. Os jardins foram projetados por Roberto Burle Marx.


DEVANEIO um deles, algumas redes convidam a um descanso depois da refeição. O Xapuri chama a atenção pela movimentação nos salões, pela frequência de famílias, executivos e visitantes de negócios da cidade e o cheiro irresistível que sai das panelas de ferro.

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Folheando o cardápio extenso, com várias opções de dar água na boca, nos decidimos por um clássico: frango com quiabo. De entrada, uma linguiça da casa. Para beber, apesar dos fortes apelos da caipirinha, resolvemos ficar no suco de limão, afinal, a tarde nos esperava com mais encantos para ser descobertos. Em poucos minutos chegou a linguiça, muito saborosa, por sinal. Em seguida o prato principal, que veio na própria panela de ferro, acompanhado de couve crocante, banana assada super sequinha, arroz e feijão delicioso. Um sabor de fazenda com um toque contemporâneo. Fazendo uma analogia, era como se alguém levasse um chef moderno para uma cozinha de fazenda. Para finalizar a experiência gastronômica, um pequeno “potpourri” de delícias açucaradas. Nossa escolha foi por quindim, compota de limão, de mamão e o indispensável e inigualável doce de leite! A chef Nelsa Trombino acompanha de perto o trabalho dos cozinheiros e garante uma qualidade excepcional aos pratos. Não é à toa que é um restaurante tão reconhecido pelos críticos e atrai celebridades de todo Brasil. No mural de fotos, pode se ver uma porção de famosos.

Acima, restaurante Xapuri, em Belo Horizonte


Depois do almoço, apesar da vontade de nos esticarmos na rede, levantamos e fomos em direção à praça da Liberdade e aos bairros de Savassi e Lourdes, que concentram lojinhas e botecos super badalados. Nossa ideia era visitar as marcas de moda mais bacanas de Minas Gerais.

Em alguns momentos nos perdemos e pedimos informações.

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Depois do Fraga fomos andando a pé até a Coven, outra marca mineira do primeiro escalão fashion, cuja loja fica em Lourdes, bairro vizinho da Savassi. Pelo caminho, passamos por alguns cafés charmosos que abrigam pequenas livrarias e notamos o movimento típico dos bairros residenciais, com as crianças e jovens saindo das escolas, homens e mulheres voltando para casa, levando o pãozinho para o lanche.

Acima, loja do estilista mineiro Ronaldo Fraga, em Belo Horizonte

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A primeira que vem à cabeça é sempre Ronaldo Fraga, marca de um dos estilistas mais criativos de nosso país, que faz suas coleções a partir de inspirações super brasileiras, como a poesia de Carlos Drummond, a música de Lupicínio Rodrigues ou a vida da estilista Zuzu Angel. Suas roupas são um caleidoscópio de cores e criatividade. E sua loja em Belo Horizonte é referência estética e conceitual. Um espaço harmonioso, convidativo, decorado com objetos lúdicos. No meio da loja, vários balanços de madeira e corda caem do teto. Para completar a boa experiência, as funcionárias são super delicadas e atenciosas, sempre prontas para ajudar. Nada parecido com algumas vendedoras de cara fechada que encontramos por aí.


DEVANEIO Invariavelmente solícitos e simpáticos, os mineiros têm sempre um sorriso nos olhos e uma prosa na ponta da língua. Depois de visitar a Coven e conhecer outra bela experiência de marca, essa mais moderna e “séria”, já era final de tarde e um programa imperdível era ir até o parque das Mangabeiras para ver a cidade do alto. Vimos uma cidade imensa, que nasceu inteiramente projetada, cresceu nem tão projetada assim, e é ladeada pela imponente serra do Curral, parte da cordilheira do Espinhaço. Quando o sol se pôs, pegamos o Volvo, abrimos o teto solar e fomos para o hotel, olhando as estrelas no céu e ouvindo as músicas de uma boa rádio de Beagá, chamada Rádio Guarani, com um repertório de super bom gosto. Quando deitei para dormir, o relógio marcava 10h48. No dia seguinte, pegaríamos estrada novamente. Dia 3 – Belo Horizonte, Brumadinho, Inhotim Inhotim fica em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, cidadezinha de 30 e poucos mil habitantes. Um lugar perdido no meio do mapa e que abriga um dos maiores fenômenos culturais da última década: o Instituto Cultural Inhotim, mescla de museu de arte e jardim botânico.

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A história é a seguinte. Nos anos 1980, o proeminente empresário da mineração chamado Bernardo Paz teve o sonho de fazer um museu a céu aberto. Ele já morava por ali e era proprietário de uma parte dos 200 hectares que possui hoje. Quando ficou sabendo que as áreas vizinhas estavam para ser incorporadas e transformadas em empreendimentos imobiliários, passou a adquirir as terras. Do total que possui atualmente, 100 hectares são reservados ao instituto, a outra metade é uma reserva particular, com florestas totalmente preservadas, onde fica a sua casa. Colocando sob outro ponto de vista, é como se Inhotim fosse o jardim da residência de Paz. Bernardo insistiu no sonho e no investimento — calcula-se que já aplicou mais de US$ 240 milhões na obra — e, em 2006, abriu as portas para o público. Dizem que a inauguração para os convidados foi um “boca-livre” antológico, com dois aviões fretados exclusivamente para o ir-e-vir dos convivas. E de lá para cá, Inhotim só ganha magnitude e fama. Atualmente recebe cerca de 30 mil visitantes por mês, muitos mineiros, paulistas, cario-


cas e, cada vez mais, estrangeiros franceses, alemães, ingleses, americanos.

Página da esquerda, entrada do

Uma das principais estratégias adotadas pelo museu para ampliar seu acervo é oferecer aos artistas a oportunidade de criar obras que dialogam com o lugar, além de, naturalmente, comprar obras já prontas e contratar arquitetos para criar construções para exibi-las de forma permanente. Os curadores do instituto têm colecionado artistas das novas gerações, reunindo conjuntos significativos de suas obras. Muitos dos nomes contemporâneos mais importantes estão lá: Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica, Janet Cardiff & George Bures Miller, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Doug Aitken.

Abaixo, Sons da Terra, obra do artista

Acima, Galeria Adriana Varejão

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Além das maravilhas botânicas, as galerias são surpreendentes. Uma das que mais me impressionaram foi a Galeria dos Sons

Doug Aitken

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O lugar é exuberante em todos os sentidos. Atualmente são 17 pavilhões dedicados à arte contemporânea produzida a partir dos anos 1960, entremeados por lagos e diversas coleções de plantas, entre as quais se destacam as orquídeas, com 350 indivíduos de diferentes espécies, as de pata-de-elefante e uma das maiores coleções de palmeiras do mundo, com mais de 1.400 espécies.

Instituto Inhotim, em Brumadinho


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da Terra, espaço redondo, no alto de um pequeno morro, onde o artista Doug Aitken fez um buraco de 20 metros de profundidade em direção ao centro da terra. Lá embaixo, instalou microfones que captam 24 horas por dia os sons que a terra faz. Eles vêm para cima amplificados em caixas de alto volume. A impressão que dá é que a Terra fala, tamanha a variedade dos barulhos que vêm de suas entranhas. Julio Verne adoraria a experiência. Vi também fotografias, instalações, uma sala com piscina onde se pode mergulhar, uma obra que é um quarto inteirinho vermelho, com sofá, quadros, geladeira, ventilador, tapete, cadeira,

Galeria Cosmococa


Depois de um dia inteiro, percorrendo galerias, jardins e lagos, a experiência me fez entender que mesmo que uma pessoa não goste particularmente de arte contemporânea, a visita a Inhotim se torna inesquecível. Pelo conjunto da obra; pela beleza, grandiosidade e limpeza do lugar; pelos três restaurantes que têm

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móveis, todos vermelhos. Um projeto composto de um imenso trator que veio de Salvador, Bahia, diretamente para Brumadinho. Outra que são imensas estacas de ferro que foram erguidas por guindastes e jogadas no solo, do jeito que caíram, ficaram. Essa é a arte.

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Galeria Cildo Meireles


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Obra de HĂŠlio Oiticica

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Obra do artista Matthew Barney


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por lá e que oferecem uma comida deliciosa e um atendimento impecável; pela simpatia dos monitores — todos jovens da comunidade de Brumadinho —, pelo profissionalismo de seus gestores, pelos jardins, por Burle Marx, que ajudou a orquestrá-los, pela dedicação e persistência de Bernardo Paz. Um lugar como poucos no mundo e, certamente, único no Brasil. Bem ali, em meio às montanhas das Minhas Gerais. Quando saímos de Inhotim, fomos diretos para o Hotel Fazenda Horizonte Belo, onde nos hospedamos. Terminei o dia olhando para as belas montanhas vizinhas. Fui dormir às 11h30.


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Para ler João Guimarães Rosa Carlos Drummond de Andrade Fernando Sabino Otto Lara Resende Adélia Prado Luiz Ruffato Ivan Ângelo Rubem Fonseca Ruy Castro Zuenir Ventura

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Para ouvir Um girassol da cor do seu cabelo (Márcio Borges, Lô Borges) Cais (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) Sol de primavera (Beto Guedes) Igreja do Pilar (Toninho Horta) Balada do amor inabalável (Samuel Rosa, Fausto Fawcett) Partida de futebol (Skank) O menino da porteira (Teddy Vieira, Luizinho) Antes que seja tarde (Pato Fu) I Ching (Grupo Uakti para espetáculo do Grupo Corpo)


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Belo Horizonte Ouro Minas Palace Hotel (cinco estrelas) Av. Cristiano Machado, 4001 Tel.: (31) 3429-4001 ourominas@ourominas.com.br Central de Reservas: 0800 031 4000 / (31) 3429-4000 Fax: (31) 3429-4002 reserva@ourominas.com.br

Ronaldo Fraga Rua Fernandes Tourinho, 81, Savassi Tel.: (31) 3282-5379 www.ronaldofraga.com.br Coven Rua São Paulo, 2159, Lourdes Tel.: (31) 3292-6898 www.coven.com.br

Restaurante Xapuri Rua Mandacaru, 260, Pampulha — próximo ao Zoológico Tel.: (31) 3496-6198 www.restaurantexapuri.com.br

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Brumadinho Hotel Fazenda Horizonte Belo Situado a 9 km do Instituto Cultural Inhotim www.hotelfazendahorizontebelo.com.br

Instituto Cultural Inhotim www.inhotim.org.br




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