Eurobike magazine #21

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ISSN 2179 - 2046 21

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R$ 20,00

RAZÃO | EMOÇÃO | PRAZER | DEVANEIO




EDITORIAL

Caro leitor,

Gostaríamos de fazer alguns convites para este último trimestre do ano, motivos também para nos encontrarmos: venha conhecer o espetacular BMW M5, que estamos trazendo para nossas lojas com grande entusiasmo. E para aumentar seu leque de escolhas, acabam de chegar os novos Audi A1 Sportback e Volvo V60. Muita diversão, não é mesmo? Também esperamos você para uma visita no showroom Land Rover em Porto Alegre, que foi totalmente remodelado. Venha tomar um café. E visite nosso site, que está de cara nova. Queremos saber sua opinião. Nesta edição, como não poderia deixar de ser, apresentamos de todos os ângulos, pelas lentes de Du Ribeiro, o M5. Resista se puder. Saiba como foi o mais recente Eurobikers, passeio que reúne aficionados clientes BMW Motorrad, que já se tornou um sucesso. Conhecemos duas grandes iniciativas que dividimos com você: a história da Dudalina e o que essa empresa tem feito para repartir trabalho e renda com a comunidade, e as ideias sobre ética na política de André Montoro Filho, que acaba de lançar um livro com esse tema. Fomos à Serra Gaúcha degustar o sensacional porcini das caçarolas do chef Pessali, harmonizado com vinhos da Almaunica. Prazer que vale a viagem. Viajamos mais: para Utah, nos Estados Unidos, ao espetacular Parque Nacional Zion, e para Lençóis Maranhenses, que, acreditamos, jamais perderá o posto de um dos lugares mais bonitos do Brasil.

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Boa leitura.

Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br


oyster perpetual cosmograph daytona


COLABORADORES

Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Chrysler, Land Rover, MINI, MV Agusta, Porsche e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP 1

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Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br

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Ouvidoria www.eurobike.com.br/ouvidoria (11) 3073-0770

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Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Nelson Martins Publicidade: custom media - eduardo@cmedia.com.br

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Preparação e revisão: Denis Araki Produção: custom media

1 Ana Augusta Rocha, 2 André Dib, 3 André Hawle, 4 Carol Da Riva, 5 Dú Ribeiro, 6 Eduardo Petta,

7 Eduardo Sardinha, 8 Luiza de Andrade

9 Marcelo Curia, 10 Marcelo L. de Freitas, 11 Percy Faro

Tiragem desta edição: 15.000 exemplares Impressão: Aquarela Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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CONTEÚDO

# 21 09 | 10 | 11 2012

8 | razão 10 | Retalhos que viram renda 16 | Ética atrai investimentos

20 | emoção 22 | BMW M5

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34 | Ícone do segmento premium 36 | Respirar automóvel 38 | Freelander 2 SD4 S 44 | Eurobikers 48 | Lounge dos Desejos 50 | Sacodindo a poeira na Mantiqueira


62 | prazer 64 | Utah 74 | Sappori di montagna 82 | Achados e imperdĂ­veis

84 | devaneio

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86 | Camas de areia


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RAZテグ

Escolher o que テゥ melhor para mais gente. Passar pela vida em harmonia


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Retalhos que viram renda A Dudalina, camisaria fundada nos anos 1950, doa resíduo têxtil para entidades em todo o Brasil

Por Luiza de Andrade | Fotos Eduardo Sardinha

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Adoniran, pois, era um filho de imigrantes italianos pobres, da leva de camponeses que vieram de navio para o Brasil, em uma viagem de vinte e tantos dias, no finalzinho do século 19. E tinha de ganhar a vida, ainda menino. Os primeiros sambas que rascunhou na cabeça, antes mesmo de completar a maioridade, foi em suas andanças intermináveis: comprava “retalhos de tecido baratinhos” em São Paulo e ia vendê-los nos bairros pobres de Santo André, onde morava na época.

Dona Adelina fazia algo parecido no Sul. Não desperdiçava nenhum tico de tecido que sobrava de sua confecção. Com seus dezesseis filhos ainda pequenos, levava os retalhos para casa e ensinava as crianças a dobrar um por um. “Minha mãe sempre foi muito cuidadosa, dentro dela já existia esse olhar de reciclar e aproveitar as coisas”, lembra sua filha Sônia Hess, hoje no comando da operação da empresa da família. “Eu e meus irmãos, ainda pequenos, aprendemos a fazer os retalhos amarradinhos, e ela vendia por quilo ou doava.”

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Alguma coisa na história de Adoniran Barbosa (1910-1982), aquele sambista que cantou São Paulo em “Saudosa maloca”, “Samba do Arnesto”, “Trem das onze” e tantas outras, se encontra com a fixação de dona Adelina (1926-2008) pelos tecidos. Foi ela que, no interior de Santa Catarina, nos anos 1950, criou a camisaria Dudalina, em pleno vigor e sob o comando da mesma família até hoje.


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Era o embrião de um projeto social de geração de renda que hoje beneficia 318 entidades espalhadas por quase trinta cidades do Brasil. Na verdade, se voltarmos mais ao passado, a história da camisaria começa com uma compra exagerada de tecidos, da qual dona Adelina tirou proveito do excedente, ao lado de costureiras. Era no andar superior do pequeno empório de secos e molhados, herdado dos pais de dona Adelina, que ela cuidava dos tecidos, confecções e armarinhos. Mais adiante, depois de estruturar o “império” em que a marca se tornou e se aposentar, dona Adelina passou a recolher os retalhos da confecção e fazer colchas e outros badulaques de patchwork, inspirada nos trabalhos que havia conhecido em uma viagem aos Estados Unidos no começo dos anos 1990. “Ela começou a pegar os retalhos da fábrica e montar colchas belíssimas de patchwork, também mandava para mulheres que faziam costura em casa e ensinava as pessoas a fazerem”, relembra sua filha Sônia. “Na evolução disso, dentro da proposta de responsabilidade social, resolvemos fazer os grupos de Geração de Renda.”


Esses retalhos, portanto, atualmente saem prontos da produção. O resíduo que era jogado fora hoje é integralmente aproveitado. “Fazemos o que chamo se sustentabilidade 360º. Doamos os

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Colchas, sacolas e outros badulaques Na fábrica da Dudalina, os tecidos são estendidos sobre a mesa. Em cima, acomoda-se o molde da camisa — as costas, a frente, o punho, a gola e por aí vai. A máquina que corta o tecido já está planejada para, nos espaços em branco, inutilizados na confecção das camisas, gerar pequenos quadrados de oito centímetros, que é o tamanho máximo que se alcança entre a manga e a gola, por exemplo.

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Em 2009, um ano depois do falecimento de dona Adelina, ela foi homenageada com a criação de um programa de incentivo à geração de renda. “Para manter a tradição do patchwork, que era uma paixão dela, pensamos em um projeto social”, conta Patricia Souza, coordenadora das ações que envolvem comunidade e responsabilidade social do Instituto Socioambiental Adelina Clara Hess de Souza, uma das ramificações da Dudalina.


Divulgação

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foram destinadas a uma comunidade em Florianópolis, Santa Catarina, que confecciona enxoval de bebês para moradoras de rua que ficam grávidas, por exemplo. A grande maioria das entidades, porém, confeccionam sacolas ecológicas que vendem nas redes de supermercados de suas regiões. Paralelamente, por mês, a Dudalina compra pelo menos 2 mil dessas sacolas sustentáveis, que buscam substituir as sacolas plásticas, diminuir o lixo criado pela sociedade e, assim, preservar o meio ambiente. “Compramos as sacolas prontas e doamos para os nossos clientes e fornecedores em eventos do grupo”, diz Patricia. Mas há outras comunidades que dão forma a roupas de cama de hospital, por exemplo. Um grupo de terceira idade produz peças vendidas em bazares e cafés beneficentes buscando arrecadar renda para que possam fazer uma viagem no fim do ano. No Rio de Janeiro, costureiras fazem bolsinhas de patchwork para bancas de jornais.

retalhos já cortados para as entidades, o forro interno, as linhas, as máquinas, ensinamos essas comunidades a costurar e depois compramos as sacolas prontas”, diz Sônia Hess.

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Para que a entidade seja contemplada pelo programa, há duas exigências. Primeiro, é preciso ter algum cunho social e cadastro na Receita Federal; segundo, deve entrar em contato com o instituto, para demonstrar interesse. Patricia Souza conta que as costureiras são capacitadas via treinamento fornecido pelo instituto: “Nós mandamos uma instrutora para a cidade e capacitamos essas mulheres a costurar”. O tempo depende do número de pessoas. São formados grupos de até dez integrantes para cursos que duram dezesseis horas. “Nós fornecemos todo o material para o curso — linha, tecido, kits de retalhos, tudo. Em alguns casos, vamos até o local, verificamos a situação da entidade e fazemos também a doação da máquina de costura. Nossas máquinas muitas vezes ficam obsoletas e são substituídas por maquinários mais modernos.” Até hoje já foram doadas 48 máquinas de costura. Duas delas

Essas costureiras fecham um ciclo aberto pela dona Adelina, fundadora da camisaria que hoje beneficia seis estados com seus retalhos — fecham, não, dão continuidade. Até agora, segundo a empresa, mais de 32 mil quilos de resíduos têxteis deixaram de ir para o lixo para virar arte.

PROJETO GERAÇÃO DE RENDA EM NÚMEROS 318 entidades beneficiadas no projeto, em 27 cidades distribuídas por 6 estados 488 horas de treinamento 48 máquinas de costura doadas 462 pessoas capacitadas na técnica do patchwork 2.000 sacolas ecológicas produzidas pelos grupos de Geração de Renda são compradas por mês pela Dudalina 15.528 kits de retalhos doados para entidades de todo o Brasil 32.609 quilos de resíduos têxteis deixaram de ir para o lixo


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meu caminho é a tranquilidade.”


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ÉTICA ATRAI INVESTIMENTOS

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Por Ana Augusta Rocha | Fotos André Dib


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Talvez tenha sido um problema com o nome dado ao país. Vamos pensar juntos: depois de nomear essa imensa terra de Brasil, alusão a uma árvore, o que fizeram imediatamente? Derrubaram quase todo o pau-brasil existente, que, afinal, era bem lucrativo. É uma espécie de paradoxo, todos hão de concordar, e talvez revele um conflito de identidade: Brasil árvore ou machado? Ou ainda, Brasil: construção ou delapidação? Fomos conversar com o economista André Franco Montoro Filho sobre o atual momento do Brasil e de como a valorização da ética pode fazer crescer a economia. E muito


RAZÃO Filho mais velho do icônico político Franco Montoro, um dos nomes-símbolo da redemocratização no Brasil, André, ele mesmo, teve sua porção de carreira pública estando à frente da Secretaria Econômica e de Planejamento nos governos Mário Covas e Geraldo Alckmin em São Paulo, além da presidência do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, cargo que ocupou de 1985 a 1988. Professor titular de Economia pela FEA-USP e doutor por Yale, André nos últimos anos coordenou o ETCO – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial e a OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que trouxe a público um trabalho indispensável para a compreensão do que é um ambiente de negócios saudável, mostrando como superar os obstáculos para um crescimento sustentado. “Tendo vivido boa parte da minha vida profissional como acadêmico e também servidor público, me fascinava o terceiro setor e sua vocação pela busca isenta de soluções, somado a um olhar mais distanciado e mais crítico. Foi isso que encontrei no ETCO: a possibilidade de atuar e pressionar como representante da sociedade civil”, começa ele.

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Sobre o jeitinho brasileiro, a Lei de Gerson e outros comportamentos assumidos como nossos, André relativiza: “O desejo de transgredir é humano, não é privilégio do brasileiro”, começa ele, enfatizando que a solução para a transgressão é o fortalecimento das Instituições. “Como já bem disse Sérgio Buarque de Holanda, o Brasil é o país da mistura e aos muitos povos indígenas que aqui haviam vieram se juntar gente de toda parte do mundo. Esse povo mesclado, fruto de muitas culturas, resultou num tanto de flexibilidade, de alegria e uma boa dose de irresponsabilidade”, lembra André. “O economista Celso Furtado também enfatiza que nosso processo colonial foi conceituado pela extração das riquezas da terra, de exploração, e não como no território norte-americano, onde o pressuposto era a construção de riquezas para a terra. Mas no caso do Brasil houve ainda outro ponto chave”, alerta ele, “que foi também o aspecto geográfico. Pois apesar de termos entrado no século 20 com instituições modernas como um parlamento e um judiciário, essas e outras instituições controladoras da índole humana não abrangiam todo o território”, completa. “As instituições não conseguiam atender a todo o Brasil na sua territorialidade, e com isso a Lei acabava sendo aplicada para um número limitado de pessoas. Veja, poucas décadas atrás, nos anos 1950, os braços da Lei não alcançavam a grande maioria da população. A população pobre, concentrada sobretudo nas áreas rurais, vivia distante das regras institucio-

nais. E a banda de cima tocava sua própria música, acreditando que as leis eram somente para os inimigos, e aos amigos, tudo! A população urbana nas cidades ficava comprimida pelo não cumprimento dos códigos de ética sociais dos de cima e dos de baixo, o que acabou criando uma cultura de transgressões e de leniência para com elas”, reflete André. Em trinta anos o cenário populacional mudou tremendamente no país. Pois se em 1930 tínhamos 40 milhões de pessoas espalhadas pelo território (80% no meio rural), nos anos 1970 já éramos 100 milhões, com 70% das pessoas concentradas nas cidades. “As instituições de controle – a polícia, o judiciário – não conseguiram acompanhar essa mudança com meios eficientes de repressão e controle. E hoje o que vemos é o país ainda leniente, onde parar o carro em fila dupla, passar na frente do outro e não emitir nota fiscal são comportamentos relevados e comuns”, pontua. “Esses comportamentos acarretam um menor crescimento e um ambiente de negócios não tão favorável e isso é o que o ETCO procura deixar claro”, explica. “Estudos que fizemos com a Fundação Getúlio Vargas em 2010 apontaram um quadro impressionante. Quer um exemplo? No Brasil, 20% de todo o sistema produtivo acontece com componentes de ilegalidade, como a não emissão de nota fiscal ou falta de recolhimento de outros impostos, por exemplo, os trabalhistas. Em 2010 isso representou 650 bilhões de reais em economia subterrânea, o equivalente à todo PIB da Argentina. Ou seja, o Brasil abriga um outro país dentro de si que respira e transpira ilegalidade.” Um comportamento que, segundo ele, não apenas tira da sociedade muitos benefícios, mas cria uma concorrência desleal. André pontua fortemente que a dúvida sobre a garantia ética atrai investimentos oportunistas para o país, que almejam o alto retorno e curtos prazos, afastando os de longo prazo, que são essenciais ao desenvolvimento. “Investir é um ato de coragem. Sem regras respeitadas que garantam esse retorno, seria um ato de insanidade, e investidores não são insanos. Neste cenário, eles somente trarão seu dinheiro com expectativa de alto retorno em curtíssimo prazo. E claramente esse não é o tipo de investimento que possa resultar em bem-estar social e na construção de um futuro promissor”, completa. “Um dos setores mais atingidos pelas práticas ilegais, como a pirataria, é o de Tecnologia. Apenas 40% do mercado de software no Brasil é legal. A maior parte do comércio de programas para computadores vendidos no Brasil é pirata e provoca perdas de 1,2 bilhão de dólares por ano ao país”, aponta. Outro setor que


Para saber mais, leia o livro Corrupção, Ética e Economia, de André Franco Montoro Filho, Editora Campus, 2012. O ensaio fotográfico foi realizado no centro de Cultura Judaica de São Paulo: Rua Oscar Freire, 2500 (Estação Sumaré do Metrô); tel. (11) 3065 4333. Espaço de referência e convivência, aberto ao público, oferece regularmente eventos gratuitos de música, teatro, cinema, literatura, artes plásticas, fotografia, dança e educação. Difunde o patrimônio cultural judaico e suas raízes, a cultura de paz, a coexistência e o respeito entre os povos através de atividades que promovam interatividade, reflexão e aceitação entre as diferentes culturas. http://www.culturajudaica.org.br

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Os números são muito expressivos, em todos os setores. Mas há uma questão fundamental, essencial para o país e que deveria ser olhada de frente: “A proliferação desse mau ambiente de mercado, das transgressões concorrenciais, geram tolerância com a ilegalidade, como se nos acostumássemos a elas, num pensamento de que se muitos fazem não deve ser assim tão pernicioso... Essa leniência com a ilegalidade diminui a confiança que temos nas leis e instituições, provocando o esgarçamento do tecido social, e esse é, sem dúvidas, o maior prejuízo que o país pode ter”, alerta. A rapidez do judiciário é fundamental para melhorarmos esse cenário. “A carga tributária altíssima, a nossa complicada legislação trabalhista e o excesso de burocracia são vilões nesse país e acabam propiciando que empresas e pessoas caiam na ilegalidade. Precisamos, então, pressionar o governo pelas reformas necessárias. E entender

que cada um pode fazer a sua parte. Nós do ETCO acreditamos que ética é construída em nosso dia a dia e que com uma mudança de atitude é possível transformar o ’jeitinho brasileiro’ no exemplo brasileiro.”

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sofre com esse problema é o de combustíveis. No Brasil, segundo André, a sonegação fiscal pela adulteração de combustíveis gera um rombo anual de até R$ 2,6 bilhões ao ano.


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EMOÇÃO Sentir o design...

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BMW POR DU RIBEIRO


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Produção Executiva: Ana Galante Assistentes: Gabriel Rodrigues, Jaime Leme e Valdeck dos Santos Retoque: Fernando Arrais Locação gentilmente cedida pelo sr. Edélcio Pereira Pinto (Dedé), da Associação Cultural Vila Maria Zélia


Por Percy Faro

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Com motor e tecnologia de suspensão voltados para corridas, o novo BMW M5 segue a tradição e redefine as características que podem ser vivenciadas em um carro de quatro portas para garantir a posição de liderança no segmento de sedãs de alto desempenho.

também oferece mudança de marcha sequencial. Alternativamente, a troca de marcha pode ser feita com as borboletas localizadas no volante como item de série.

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Para aproveitar as vantagens da tração traseira de forma otimizada e criar a melhor dirigibilidade possível, os carros BMW M são equipados com diferencial que possui travamento variável do eixo traseiro. Esta inovação tecnológica garante que a distribuição de torque entre a roda direita e esquerda seja ainda

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Otimizar a relação homem e máquina por meio dos veículos. Com este propósito, Jochen Neerpasch fundou, 40 anos atrás, a BMW Motorsport, braço esportivo da marca alemã, mais conhecida como BMW M. Grandes feitos foram registrados ao longo das quatro décadas. O nascimento, em 1978, do carro de rua mais rápido construído na Alemanha, o BMW M1, primeiro exemplar desenvolvido 100% pela BMW M, é um deles. Agora, chega ao Brasil a quinta geração do M5, um ícone bem-sucedido no segmento premium da classe executiva.

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Ícone do segmento premium

mais precisamente adaptada a cada situação de condução. O Diferencial Ativo M otimiza a tração e a estabilidade na estrada por meio de uma trava multichapa eletronicamente controlada.

Sob o capô ele guarda um de seus segredos. Inédito no modelo, o motor V8 de alta rotação com tecnologia TwinPower Turbo oferece a maior potência jamais fornecida por um carro BMW M. O propulsor de 4,4 litros tem relação mais favorável entre desempenho e consumo de combustível e desenvolve potência máxima de 552 cv. Acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,4 segundos (e de 0 a 200 km/h em 13 segundos). A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h, mas este limite pode ser aumentado para 305 km/h com o opcional Driver’s Package.

Internamente, o M5 também esbanja sofisticação. O design do cockpit é voltado para o motorista, típico de um carro esportivo. O conforto de um sedã de luxo e o requintado ambiente de um veículo premium combinam-se entre si. Os assentos esportivos de um modelo M possuem acabamento em couro e frisos exclusivos em alumínio. No console central, botões para selecionar todas as funções de suspensão e motorização estão dispostos ao redor da alavanca do câmbio. O modo DSC, as características do motor, o mapa de controle da função de Controle Dinâmico do Amortecimento, a curva característica do M Servotronic e o programa de mudança de marcha do sistema M DCT Drivelogic podem ser personalizados independentemente uns dos outros.

A relação otimizada entre o alto desempenho e a economia de combustível pode ser atribuída à elevada eficácia do novo motor V8 e à abrangente tecnologia EfficientDynamics, que também inclui a função Auto Start Stop. Para a transferência da potência do motor às rodas traseiras, o novo BMW M5 incorpora uma transmissão de sete velocidades com dupla embreagem. O M DCT Drivelogic, específico do modelo, garante uma mudança de marcha rápida e confortável tanto no modo automático (modo D) quanto na operação manual (modo S). O botão de seleção

Com a seleção de sistemas opcionais de assistência ao motorista e serviços de mobilidade do BMW ConnectedDrive que, entre outros recursos, incluem controle de distância de estacionamento, câmera traseira, luz adaptável para curvas, assistente de luz alta, informação de limite de velocidade, alerta de mudança de faixa, exibição de mensagens do Facebook e Twitter na tela do monitor de bordo e informar sobre o tráfego em tempo real, não é exagero afirmar que o BMW M5 cumpre hoje plenamente o propósito de otimizar a relação homem e máquina.


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RESPIRAR AUTOMÓVEL

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Por Percy Faro | Fotos Luca Bassani

Ele respira automóvel, vive automóvel. Seu mundo é o mundo do automóvel. Foi contagiado pelo vírus da velocidade ainda garoto, aos 12 anos de idade, quando participou de uma prova do Campeonato Carioca de Kart, em 1988. Ele já tinha gosto pelo esporte, mas tudo ainda não passava de brincadeira. Provou e gostou da adrenalina, subiu ao pódio já na primeira corrida e, desde então, a ambição de querer ganhar não parou de crescer. A coleção de vitórias aconteceu naturalmente. Em 1989 foi campeão da Copa de Prata de Kart e, em 1992, campeão paulista de kart. Em 1995, disputou a Copa Fiat Uno e foi escolhido o melhor debutante do ano. Tem Ayrton Senna como ídolo e, hoje, seu currículo profissional registra oito títulos nacionais e cerca de 280 corridas. Assim é Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno Filho, ou simplesmente Cacá Bueno, carioca de 36 anos, quatro vezes campeão da Stock Car Brasil, principal categoria do automobilis-

mo da América Latina. Estreou na Stock Car em 2002, terminou o campeonato em terceiro lugar e recebeu o troféu de Novato do Ano. Chegou ao tetracampeonato com as vitórias nos anos de 2006, 2007, 2009 e 2011. Em 2010 foi o campeão da primeira edição do Trofeo Linea Fiat e em 2011 consagrou-se bicampeão antecipado da categoria ao vencer a nona etapa, disputada em Curitiba, Paraná. Este ano, além do Stock Car, Cacá Bueno participa de outros três campeonatos – Gran Turismo e Troféu Linea Fiat (atualmente Copa Fiat), no Brasil, e TC 2000, na Argentina. No total, serão cerca de cinquenta corridas ao longo de 2012. A Argentina é especial para ele. No início da carreira, em 1998 e 1999, ele treinava duas vezes por mês na Argentina. Dividia seu tempo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro. Nos dois anos seguintes, 2000 e 2001, passou a residir em Buenos Aires. Na época, os pilotos que faziam sucesso eram Juan Maria Traverso e Oscar Larrauri, entre outros. Pilotos como Pato Silva e Christian


Já no Campeonato Brasileiro de Gran Turismo, seu carro é um BMW Z4, veículo com características parecidas com o da Stock Car – tração traseira, mais carga aerodinâmica e um aerofólio grande, com bastante pressão aerodinâmica na frente. “O Z4 tem mais liberdade tecnológica que o Stock Car, é um carro extremamente rápido e, até certo ponto, fácil de chegar ao limite por causa de equipamentos como freio ABS, controle de tração e suspensão ativa. Apesar de ser um carro muito rápido e com muita potência, são quase 580 cv, proporciona dirigibilidade segura em razão da série de itens que facilitam a vida do piloto, especialmente em curvas de alta, já que a pressão aerodinâmica é muito boa”, revela. Para Cacá Bueno, os três campeonatos brasileiros que disputa são bastante distintos entre si. “Na Stock Car há uma dificuldade muito grande de chegar ao limite do carro; o Linea Fiat é a categoria de acesso, vai mais para o equilíbrio, como se fossem campeonatos regionais onde você consegue reunir pilotos e colocá-los para correr juntos com carros bem próximos tecnicamente; o GT é especial aos participantes porque oferece a oportunidade de dirigir um supercarro. São veículos com alta tecnologia, com uma capacidade incrível e acabamento impressionante. Eu dirijo uma Z4, mas ali existem Ferrari, Mercedes-Benz, Audi e outros carros atraentes, que chamam a atenção em qualquer lugar do mundo. A sensação de segurança e a velocidade mostram que se trata de carros excepcionais. Com o crescente profissionalismo, a categoria melhora a cada dia, contando com muitos gentleman drivers, mas também comporta pilotos que vivem do automobilismo, e que divulgam bastante os patrocinadores. Por isso, temos bom retorno da mídia, com televisão aberta e a cabo, equipes oficiais entrando na categoria, pilotos assalariados etc.” Ele afirma que o GT é uma categoria que chegou para ficar. “Começou com um aspecto mais amador e hoje adquiriu característica mais profissional, onde podemos ganhar nosso dinheiro e executar um bom trabalho. São pilotos competentes e é um processo de evolução muito parecido com as demais categorias, com seriedade, vontade de vencer e trabalho bem feito. As três

Paralelamente às corridas, em 2010 Cacá Bueno também estabeleceu o novo recorde da principal categoria do automobilismo nacional. Atingiu a marca de 345 km/hora no deserto de sal de Bonneville, na cidade de Wendover, em Utah, nos Estados Unidos. Assim, com seu V8 e a equipe RBR, superou o paulista Fábio Sotto Mayor, que alcançou 303 km/h na Rodovia Rio-Santos, em 1991, com um Opala seis cilindros. Para andar rápido numa pista Cacá tem uma receita: “A gente aprende depois de

muitos anos a ter respeito pela velocidade. Acho que no automobilismo ninguém tem medo. O dia que um piloto tiver medo ele vai parar de correr, porque vai ficar lento”. . Em sua coleção de vitórias e conquistas, somam-se vários prêmios, entre eles o Capacete de Ouro. “É uma homenagem muito significativa para mim porque não é apenas uma corrida conquistada, mas sim o respeito dos jornalistas que trabalham com automobilismo. É a principal homenagem que temos em nosso calendário”, justifica o piloto. Se o mundo do automóvel de Cacá Bueno começou no passado e vive o presente, também tem o futuro planejado. Em sua opinião, o piloto deve começar a pensar em retirar-se das pistas ao atingir 45 anos de idade, antes do reflexo e da capacidade de raciocínio começarem a diminuir. “Mas isso não quer dizer deixar de viver profissionalmente do automobilismo, como faço hoje e continuarei fazendo no futuro”, conclui.

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Atualmente, Cacá Bueno corre algumas etapas da TC 2000 com um Ford Focus, ao lado de outros dois pilotos, José Maria “Pechito” Lopez e Jorge Trebiani. Este é o principal campeonato da Argentina, junto com o Turismo Carretera, categoria que utiliza motores V8 com cerca de 400 cavalos que despejam muita potência. “O barulho é muito bonito e o giro do motor faz com que tenha uma flexibilidade muito boa. Na aparência é um carro de turismo tradicional, mas com muita potência e qualidade”, diz Cacá.

categorias se complementam, mas não posso falar só delas. Existem outras, como o Campeonato de Marcas e Fórmula Truck, que não são concorrentes e por isso muitos pilotos acabam correndo em duas ou três delas.”

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Ledesma estavam começando, e hoje são bastante famosos.


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Freelander 2 SD4 S Convidamos Daniel Francisco Ferreira, proprietário de um Land Rover Freelander 2 Si6 a gasolina, para testar o Freelander a diesel, em companhia do executivo de vendas da Eurobike Land Rover, Fabio Barros Por Eduardo Rocha | Fotos André Hawle

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Daniel é empresário e viaja frequentemente para Minas Gerais e Goiás, a trabalho. São longos trechos de asfalto, nem sempre em boas condições. Ele buscava um SUV compacto, mais alto, que proporcionasse conforto e boa performance, tanto na cidade e na estrada quanto na terra. Optou então pelo Freelander 2 Si6, seis cilindros a gasolina. Forte, rápido, completo e, sobretudo, luxuoso. “A versão a diesel é igual a gasolina no quesito ergonomia, recursos e conforto, mas em função do motor turbo diesel, muda um pouco o seu comportamento. A resposta ao acelerador é bem parecida com a da versão a gasolina e responde bem. Tem torque e potencia de sobra. Além disso, o funcionamento é suave e silencioso”, conta Daniel. “Este motor é um 2.2 litros com 190 cv de potência, 40 cv a


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Segurança 9 air bags (SRS): frontais, laterais, cortinas e joelhos para o motorista Sistema Atenuador de Rolagem (ARM) Sistema Antitravamento das Rodas (ABS) Distribuição Eletrônica de Frenagem (EBD) Auxílio Eletrônico a Frenagens de Emergência (EBA) Controle Eletrônico de Tração (ETC) Sistema de Auxílio de Frenagem em Curvas (CBC) Sistema de Controle de Torque (EDC) Controle Dinâmico de Estabilidade (DSC) Controle de Descida em Declives (HDC) menos do que a versão a gasolina, mas com 10 kgfm de torque a mais e com autonomia de novecentos quilômetros, além, é claro, dos recursos disponíveis em todos os Freelander como ABS, EBD, tração integral, sistema Terrain Response e controle eletrônico de estabilidade”, comenta Fabio. “O controle de descida (HDC) funciona muito bem, inclusive no neutro, atuando no sistema de freios, numa roda ou em outra, mesmo sem a ação do motorista”, acrescenta Daniel. Questionado se essa versão seria uma opção para troca do seu Freelander 2 a gasolina, ele responde: “Com certeza, o conjunto todo é excelente. E agora, com essa autonomia, melhor ainda!”.

Ficha técnica Possui de série transmissão automática de seis velocidades com CommandShift™ (trocas sequenciais), piloto automático, ar-condicionado Dual Zone, botão de ignição start/stop e sistema de áudio com CD, entrada auxiliar e 6 alto-falantes. Além disso, possui diversas tecnologias avançadas, como a tração integral (4WD) e o sistema Terrain Response™, que adapta os ajustes do motor, câmbio e tração de acordo com as condições de aderência do piso, para que você tenha sempre um maior controle em seus trajetos. Essa versão ainda está equipada com rodas de liga leve de 17”.

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Interior Ar-condicionado automático Dual Zone Piloto automático Volante com controle de som Sistema de som com rádio, CD player, 6 alto-falantes, entrada auxiliar Bancos em couro com ajuste manual, apoio de braço no banco traseiro e porta-copos Ignição do motor por botão (start/stop) Exterior Faróis halógenos com lavadores Faróis de neblina Roda de liga leve 17’’

Motor Cilindrada: 2.2 Litros Nº de cilindros / disposição: 4 cilindros / em linha Válvulas: 16 Material do bloco e cabeçote: Alumínio Combustível: Diesel Capacidade do tanque (L): 68 litros Potência: 190 cv @ 3.500 rpm Torque: 420 Nm @ 1.750 rpm Transmissão Câmbio de 6 velocidades, automático, CommandShift TM (trocas sequenciais) Sistema de tração 4x4 com distribuição de torque controlada eletronicamente Velocidade máxima (km/h): 190 0–100 km/h (seg.): 9,5 Garantia 36 meses ou 100.000 km Origem: Inglaterra


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Eurobikers Passeio organizado pela Eurobike BMW MOTORRAD reúne grupo de cinquenta motociclistas na manhã de 25 de agosto Por Eduardo Rocha

Eram nove da manhã quando as primeiras motos já estacionavam no páteo da Eurobike BMW Vila Olímpia, onde o café da manhã esperava os motociclistas.

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Lá, entre um café e outro, conversei com Wlamir Panko, que me relatou um pouco de sua aventura pelo deserto do Atacama. Muito bacana! André Accioly, executivo da Eurobike, explica que o Eurobikers é um passeio mensal organizado com percursos de, no máximo, duzentos quilômetros de ida e duzentos de volta, por estradas boas para dirigir, com destino a algum local onde podem almoçar, conversar, combinar viagens, enfim, se divertir. O passeio é planejado e organizado por Urbano Ávila, que cuida de todos os detalhes, desde o levantamento de roteiros até a escolha dos locais, atividades, cardápios e atrações.


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Cinquenta motos saindo da Rodovia dos Bandeirantes rumo Ă boas estradinhas: prazer em dirigir


EMOÇÃO A ideia não é simplesmente fazer o que já vem sendo feito no mercado, mas fazer de forma diferente e melhor. Às dez horas, o páteo está lotado de motos e o showroom de clientes. Hora de partir. Urbano me explica detalhadamente os pontos de onde posso fotografar o grupo ao longo do percurso. Pé na estrada.

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Seguimos pela rodovia dos Bandeirantes, saímos para Itupeva e, depois de atravessar a cidade, seguimos por uma bela estradinha, sentido Indaiatuba. A estrada, com bom asfalto, muitas curvas e paisagens, garantiu a diversão. Chegamos ao The Kalipers, um bar temático (de motos, é claro). Rock ao vivo da melhor qualidade e o almoço nos aguardavam.

ção, pois eventos como este requerem não só criatividade, mas responsabilidade e estrutura.

Depois de muitas fotos, parei para conversar com um casal assíduo no Eurobikers, o médico Sérgio Mancini Nicolau e sua esposa Elisabeth, ambos aficcionados pela marca BMW. Já percorreram, de moto, os Alpes e planejam ir à Patagônia e fazer a costa oeste do Canadá. Segundo eles, a Eurobike tem acertado a mão, tanto pela escolha dos destinos quanto pela organiza-

O animado grupo de clientes BMW Motorrad fez um bate e volta até Indaiatuba, com direito a belas paisagens e rock’n roll. Em breve virão Águas de São Pedro e Brotas, com muitas atividades divertidas. Até lá.


desejos

em uma nova

vitrine

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nova loja

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R I B E I R Ăƒ O S H O P P I N G | 1 6 3 9 1 1 3 9 7 0 | W W W. R O D I N I J O A L H E I R O S . C O M . B R


EMOÇÃO

Lounge dos Desejos exibe tecnologia, luxo e sofisticação na Serra Gaúcha.

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DJ Analu Giacomolli

A primeira edição do Lounge dos Desejos, em Caxias do Sul, movimentou mais de quinhentos convidados nos dias 2, 3 e 4 de agosto, no Bairro Exposição. O projeto integrou duas propostas de lançamento, a do Cristal Exposição – empreendimento da Fisa Incorporadora e Exacta Engenharia – e do novo MINI Roadster. A programação contou com três ações em três datas distintas, com coquetel de estreia no dia 2; Coffee for Costumers no dia 3; e a edição do Eurobike Experience, um test drive exclusivo do novo MINI Roadster e outros modelos da MINI, no dia 4. O projeto personalizado Eurobike Experience, do grupo Eurobike, contabilizou mais de cinquenta test drives durante todo o sábado. O Lounge dos Desejos ocorreu no endereço que abarcará o condomínio residencial de luxo Cristal Exposição, localizado na rua Marcílio Dias, 135. Com foco no mercado de luxo, o Lounge dos Desejos é um projeto de nicho e propõe ações de relacionamento entre marcas, produtos e clientes super premium, a fim de gerar business direto entre as partes, visando um público diferenciado, apaixonado por tecnologia, luxo e sofisticação.

Patrocínio: Fisa Incorporadora e Exacta Engenharia. Copatrocínio: Eurobike e MINI Brasil. Idealização: Nucleo – Negócios & Relacionamento. Saiba mais: www.loungedosdesejos.com.br


e Everton De Boni Santos

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No centro, à direita: Carlos Quadros, Cristina Rocha, Juraci Dagostini, Adão Bellagamba Neto, José Alfredo Duartes

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No alto, à esquerda: Miguel, Lia Mara e Franciely De Antoni; à direita: Cristina Puccinelli Zugno e Lucas Scapin.


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Sacodindo

a poeira na

Mantiqueira

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Por Eduardo Rocha | Fotos André Hawle


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EMOÇÃO Ansiedade de criança não é fácil de administrar. Passamos a semana inteira ouvindo o João perguntar a que horas sairíamos para Monte Verde. Finalmente chegou a hora. Após organizar tudo e todos no Defender, pegamos a estrada. Duas horas e inúmeras curvas depois, chegamos à simpática Monte Verde. Fomos direto ao Hotel Saint Michel, onde fomos recebidos pela Renata Calil, responsável pela organização. Deixamos a bagagem e fomos à cidade tomar um chocolate quente com as crianças e esticar as pernas. Encontramos Alexandre, Adriana, Alexia e Enzo, que acabavam de chegar.

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Voltamos ao hotel e logo encontramos Moré e Cátia, e fomos todos prosear no salão de jogos enquanto aguardávamos os outros participantes e a equipe Eurobike. Nem percebemos o tempo passar e já estavam todos lá, se reencontrando, esperando o jantar e uma boa noite de sono para deixar todos “tinindo” para o passeio do dia seguinte. Foi muito bom ver que o Adventure Trip está encorpando. Além dos muitos assíduos, vários rostos novos se juntaram a nós para passear, conhecer novas paisagens e, sobretudo, curtir seus Land Rover.


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Acertamos a frequência dos rádios e assumimos nossas posições. Fiquei na metade exata do comboio para fazer a “ponte” entre o carro que puxa o comboio e o último, o “limpa-trilha”. Num comboio de mais de 24 Land Rover e com estradas que serpenteiam as montanhas, não é raro as extremidades ficarem sem comunicação em alguns momentos. Passei o rádio para a Patricia fazer as vezes de repetidora. Repetidora mesmo, pois todos os alertas passados pelo carro da frente eram sistematicamente repetidos para que o carro limpa-trilha soubesse o que

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Manhã cedo, friozinho gostoso, mas com sol de rachar mamona. Tomamos um farto café da manhã e nos dirigimos ao briefing com a Renata, que nos apresentou os guias locais e falou sobre o roteiro do dia.


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EMOÇÃO


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EMOÇÃO vinha pela frente. Assim, o grupo se mantém organizado e com distância segura entre cada um. Vamos embora. Tem muita estrada e café com broa na primeira parada. A mãe das araucárias da região Pegamos uma estradinha sinuosa, ainda próximo à cidade, e adentramos a mata para conhecer uma enorme araucária de trinta metros de altura e cerca de quatrocentos anos, que parece um gigante, com sua copa acima de todas as outras árvores. Seu tronco é tão grosso e rugoso que permitia às crianças subir com alguma facilidade.

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A estradinha vai ficando cada vez mais bucólica e, não fosse pela presença constante das araucárias, poderíamos imaginar estar em algum lugar na Europa. Chegamos então à simpática São Mateus para esticar as pernas e comer a famosa broa de fubá assada na folha de bananeira, da Padaria Santos, acompanhada de um cafezinho de coador de pano ou uma Turbaína. Isso mesmo, Turbaína, fabricada desde os anos 1930 em Jundiaí. São as delícias do interior do Brasil, que vão ficando difíceis de se encontrar nos grandes centros. À primeira vista, a broa parece algo muito rústico, e é. Mas de consistência e sabor inigualáveis. Acho que é a melhor que já comi.


Bem, temos estradas a percorrer. Subimos nos Lands e Ranges e partimos para mais um trecho.

acomodou bem toda a “frota”. Cheiro de fogão a lenha no ar. Sinal de almoço pronto.

O Jalapão não é aqui, mas quase Voltamos à terra, e ao pó.

Depois de um legítimo almoço “da roça”, com direito a torresmo e suco de banana com limão (surpreendente), fomos passear à beira do rio e ver as árvores cobertas de barba-de-bode. A fazenda secular é um cartão-postal. Muito bonita mesmo.

E parecia mesmo. Isso deu uma dose a mais de emoção e serviu para todos exercitarem a paciência, já que pressa não combina com este tipo de estrada. Paramos em Gonçalves, para reunir o comboio e apreciar a vista das montanhas, do alto da cidade, e partimos rumo à Fazenda Esperança para almoçar, descansar e andar um pouco à pé. Mais um pouco de estrada e chegamos. O imenso gramado

Aproveitamos bem esse momento de confraternização para falar sobre viagens e Land Rover, especular sobre as novidades que estão por vir, falar sobre modelos do passado, recomendar destinos, combinar passeios, contar “causos”, enfim, conversar sobre o que gostamos. Logo, Juliana e Renata anunciam os sorteios. Todos aguardando ansiosos a surpresa do dia. A Aurora Eco, em parceria com a Renata Calil Eventos e Viagens, sorteou entre os presentes uma viagem para a Patagônia. Quem ganhou foi a sortuda Sandra Albano de Oliveira. Foi anunciado também o Adventure Trip Patagônia, evento extra que acontece em 2013, o primeiro fora do Brasil. Uma viagem de sonho: paisagens de tirar o fôlego, descida de rio em botes de rafting, almoço no campo e muito off road com Land Rover.

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A fina poeira levantada por cada carro formava uma “parede” que prejudicava muito a visibilidade de um carro ao outro. Todos dirigindo com muito cuidado e concentração, mantendo distâncias seguras. O rádio em silêncio. De repente, um ruído de estática do radio e surge uma voz: “isso aqui está parecendo o Jalapão”.

A tarde começa a cair. É hora de retornar ao hotel para a nossa happy hour.

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A longa estiagem, em boa parte do Brasil, secou a terra, transformando esse final de inverno no mais poeirento da história, acredito eu.


EMOÇÃO É bom levar muitos cartões de memoria para a câmera fotográfica…

No alto, à direita: a animada happy hour promovida pela Eurobike Acima, à esquerda: Tatiana Biasetton e Juliana Ribeiro sorteiam os brindes da

Por volta das 9h da noite fomos todos jantar no Fritz, uma cervejaria artesanal da cidade. Lotamos a varanda, aconchegante graças aos aquecedores, pois o friozinho deu as caras à noite. Aproveitamos para visitar a produção de cerveja.

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Jantar, boa conversa e cerveja deliciosa, mas é hora de dormir. As crianças já estão pedindo uma cama quentinha. No dia seguinte, após o café, cada um para um lado. Uns foram à Casa dos beija-flores e esquilos, um santuário de aves e animais, e em seguida ao Chapéu do bispo, um morro de onde se aprecia a vista. Outros preferiram fazer passeios de quadriciclo e descer as enormes tirolesas.

Eurobike. À direita: Renata Calil, Sandra Albano de Oliveira e Patrick Mohr-Bell da Aurora Eco


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Aproveitei para conversar um pouco com Guilherme Passalacqua e Alexandre Gaeta, da Eurobike. Segundo Guilherme, o evento superou as expectativas e chegou à sua maturidade: “A união de clientes aficionados pela marca Land Rover, num evento de lazer onde eles podem explorar melhor seus veículos e trocar experiências com outros clientes e com nossos profissionais, é fundamental para que possamos conhecê-los melhor, entender seus anseios e, portanto, atendê-los melhor”. “Estabelecer um relacionamento de amizade com nossos clientes e seus familiares é muito importante. Neste mercado premium, temos que tratar cada cliente de forma diferenciada, mais próxima. Não há mais espaço para tratamentos frívolos ou impessoais”, emenda Gaeta.

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Após uma manhã cheia de diversão, voltamos ao hotel para os test drives e almoço, que encerrou esta sexta edição do Eurobike Adventure Trip.


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Este acabou, mas já, já teremos outro Adventure Trip para reencontrar os companheiros em mais uma viagem de aventura. Só resta saber qual será nosso destino. Até lá. O Eurobike Adventure Trip é uma realização da Eurobike Land Rover, com apoio de AD Seguros, Alfa Financeira e Aurora Eco.


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PRAZER Descobrir um novo sabor


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UTAH

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Os brasileiros invadiram os Estados Unidos e estão por todos os lugares. Todos? Bem, quase. Há lugares onde é raro cruzar com brasileiros e onde se vê relativamente pouca gente nos meses de inverno no hemisfério norte. O sul do estado de Utah, com seus diversos parques nacionais, é um desses lugares Por Marcelo Lima de Freitas


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Foi o que fizemos, minha família e uma família amiga. Depois de esquiarmos por cinco dias em Beaver Creek, no estado do Colorado, saímos em dois carros na direção oposta a que a maioria das pessoas toma para retornar das estações de esqui. Pegamos a I-70 no sentido oeste, a caminho de Utah, para visitar seus parques nacionais.

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O esqui é um esporte muito apreciado em países que nevam, e para quem mora em terras tropicais, o encanto e a beleza proporcionados pela neve tornam a atividade ainda mais interessante. Para quem quer variar, é possível complementar uma viagem de esqui com outro tipo de programa, bastante diferente e, para muitos, ainda mais bonito que o espetáculo criado pela neve nas montanhas.


PRAZER O começo da viagem já é de uma beleza enorme. O trecho entre Beaver Creek (ou Vail) e Gleenwood Springs (87 quilômetros, aproximadamente uma hora de viagem), que fica no entroncamento com a CO-82, fazendo a ligação com Snowmass e Aspen, corre ao longo do rio Colorado em um vale cercado por enormes paredes de pedra. Essa descrição fica mais evidente e interessante no Glenwood Canyon, pois o espaço entre as paredes de pedra fica tão estreito que a estrada, com duas pistas em cada sentido, foi construída com uma pista sobre a outra em alguns trechos. O restante do cânion é tomado pelo próprio rio e por uma estrada de ferro que corre no exíguo espaço entre o rio e o paredão.

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Glenwood Springs conta com uma estrutura de comércio bastante razoável, sendo seu maior atrativo o conjunto de piscinas alimentadas por uma fonte termal. A neve fica de fora e dentro da piscina a água é bem quente. Vale incluir no programa um mergulho. O trecho seguinte apresenta tráfego mais leve e segue até Grand Junction, localizada a 140 quilômetros (uma hora e meia) de Glenwood Springs e já próximo da divisa com o estado de Utah. Como já se foram duas horas e meia de viagem, e como o restante da estrada é bastante deserta, essa é uma boa cidade para uma parada e almoço. Daí em diante tivemos mais um percurso de 340 quilômetros (três horas e quarenta minutos) até Teasdale, no estado de Utah,

As duas famílias (família Sortino à esquerda e família Freitas à direita), numa parada próxima à divisa entre os estados do Colorado e Utah


Como o percurso total do dia foi de quase seiscentos quilômetros e mais de seis horas (incluindo o almoço), chegamos a Teasdale ao anoitecer, o que foi uma pena. A estrada é bas-

Aqui a viagem começa a ficar ainda mais interessante. De acordo com o censo de 2010, a população de Teasdale é de 191 habitantes. Não é mais que uma rua curta, com poucas ca-

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tante bonita na chegada, mas pouco pudemos ver, pelo tardar da hora. Uma sugestão é começar a viagem cedo e não perder muito tempo no caminho. No nosso caso, meia hora a menos teria feito enorme diferença.

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onde passamos a noite. Para se chegar a Teasdale é necessário seguir pela I-70 até a UT-24, que é uma estrada vicinal e pouco movimentada, onde nos surpreendemos com um rebanho de cervos que pastavam ao lado da estrada.


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Os pais de Charlene também passaram algumas horas conosco. O pai, cirurgião plástico de San Diego, visitou a região no passado e acabou adquirindo terras. Para poder visitar o lugar com facilidade, tirou brevê e comprou um pequeno avião, que passou a usar em suas viagens.

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No dia seguinte, saímos para ver os bisões que são criados na fazenda onde está instalado o hotel. São animais grandes e fortes, além de imprevisíveis. Fomos rapidamente alertados para não fazermos movimentos bruscos e não nos aproximarmos muito dos animais.

sas, e mesmo assim não encontrávamos o hotel. O GPS não ajudou muito, pois não mostrava detalhes da região. Paramos ao lado de uma casa e nossos “meninos” (homens de mais de 18 anos) bateram na porta para pedir informação. O dono da casa apareceu, inicialmente com ar de suspeita, e acabou nos informando que o hotel The Lodge at Red River Ranch não ficava muito distante, porém fora da cidade. Encontramos uma “log cabin” (típica casa americana feita de toras de árvores) de três andares e tipicamente decorada com motivos “western”. Como estávamos na baixa estação, não havia ninguém hospedado nos quinze quartos disponíveis. No hotel havia uma funcionária solitária, imersa em silêncio numa construção relativamente grande e isolada, que quase morreu de susto quando entramos. Ocupamos quatro quartos, jantamos e passamos algum tempo conversando com a gerente e filha do dono do hotel, Charlene.

Fomos em direção ao primeiro dos dois parques nacionais que visitaríamos: Bryce Canyon. A estrada que tomamos, UT-12, é conhecida como Scenic Byway 12. São 188 quilômetros de lindas e variadas paisagens, que percorremos sem muita pressa gastando aproximadamente três horas e meia, incluindo uma rápida parada na cidade de Escalante, onde almoçamos. Escalante também é pequena, sem grandes opções. Almoçamos num Subway de posto de gasolina. Nos instalamos no hotel Best Western em Bryce Canyon (não há muita alternativa) e fomos visitar o parque, onde passamos a tarde. O parque tem 145 km2 e a estrada acompanha a borda do cânion. Um bom passeio que dura por volta de quatro horas, com paradas, é ir até o Rainbow Point (29 quilômetros) e voltar parando nos pontos de observação. Várias descrições são possíveis, mas nenhuma será totalmente adequada. Floresta de pedras ou caverna sem teto? Nem categorizar como cânion é muito correto, apesar do nome. O ideal é olhar as imagens e ter uma ideia do que é, pois nem as imagens conseguem descrever exatamente o que só se pode perceber estando lá, em sua borda e olhando para a paisagem abaixo ou, melhor ainda, numa das trilhas entre as rochas.


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No dia seguinte prosseguimos na UT-12 em direção a Zion. Havíamos percorrido poucos quilômetros e encontramos um túnel escavado na pedra, fazendo com a estrada uma paisagem única. Em seguida, percebemos nitidamente uma mudança na coloração da paisagem, como se alguém tivesse traçado uma linha divisória, deixando as pedras vermelhas para trás. Da UT-12 passamos para a US-89 e depois UT-9, chegando ao parque após 185 quilômetros percorridos, em três horas.


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Na entrada de Zion a estrada passa de preta a vermelha, combinando com o resto da paisagem, que já voltara a ter essa coloração. Essa estrada corta o parque e faz um ziguezague descendente proporcionando vistas maravilhosas. Se já tínhamos visto paredes de pedras enormes, agora são maiores ainda. No percurso há outro túnel totalmente escavado na rocha, construído em 1930, com 1760 metros de comprimento. Logo após cruzar o parque chegamos ao hotel Desert Pearl, muito aconchegante,


PRAZER no estilo norte-americano de motel. Nos fundos de nosso quarto havia um gramado e um riacho, com vista para uma montanha enorme.

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Inicialmente pretendíamos passar duas noites em Zion, mas como a previsão do tempo para o segundo dia era de chuva, ficamos apenas uma noite. Assim, sobrara apenas uma tarde na cidade. Entramos no parque novamente e seguimos com o carro até o final da Zion Park Boulevard, uma variante da estrada pela qual chegamos. Novamente vimos cervos e perus selvagens. Fizemos uma caminhada não muito longa até as Emerald Pools. Diferentemente de Bryce Canyon, Zion proporciona maior variedade de paisagens e caminhadas. O parque conta com trilhas bem curtas e relativamente fáceis, como a que fizemos, mas há algumas de mais de 22 quilômetros e que requerem um bom preparo físico. Como gostamos muito e vimos pouco do parque, deixamos uma nova visita a Zion agendada para o futuro, com mais tempo disponível e preparados para andar muito. No dia seguinte, de manhã, saímos em direção a Las Vegas com seus cassinos e hotéis enormes, cheios de gente. O contraste nos fez pensar onde é que está a civilização.

Informações: Bryce Canyon: Área: 145km2 http://www.nps.gov/brca Zion: Área: 602km2 Mais de 190 quilômetros de trilhas para caminhadas www.nps.gov/zion


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DI MONTAGNA Viagem gastronômica cheia de surpresas entre Garibaldi e Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha

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Por Ana Augusta Rocha | Fotos Marcelo Curia


Na hora de nascer aquele menino deu trabalho. Era um bebê grande e veio ao mundo invertido, mostrando primeiramente os pés. Diante disso o pai não teve dúvidas: “Vai se chamar Altemir e vai jogar futebol”. Altemir era um zagueiro famoso nos anos 1960 e que vestia a camisa do Grêmio. O piá (é assim que chamam menino novo na região Sul) estava nascendo na região rural de Bento Gonçalves, em plena Serra Gaúcha, onde o campo afetivo naturalmente se divide — ou é Grêmio, ou é Internacional. Apaixonados por futebol são todos. Pois então... O pai, vendo aqueles pezinhos com pressa, não teve como não se lembrar de futebol e com palavras seguras determinar o rumo da história: a partir dali o menino só pensaria em futebol mesmo. E acabou por seguir carreira de jogador, primeiro nos times da região, depois no Fluminense do Rio e, por fim, até em um time no Japão. Mas eis que — jogada do destino — o rapaz solitário e em cidades estranhas se pôs a cozinhar para lembrar os sabores de casa. Foi por obra e arte desse passatempo que Altemir pendurou as chuteiras e tornou-se o Pessali, como é conhecido hoje: dono de dois restaurantes, autor de uma culinária que interpreta as origens italianas, que pulsam muito forte por ali, e único chef brasileiro (que temos notícia) a servir o funghi porcini fresco e colhido por ele nas serras. Sim, agora chegamos ao ponto! Esta é uma matéria sobre gastronomia! Regada a belas paisagens, magníficos vinhos, origem italiana declarada e simpatia deslavada. Exatamente como o chef Pessali.

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Dizem as lendas sobre a imigração no Sul do Brasil que os alemães que chegaram primeiro procuraram as terras baixas e próximas aos rios, e para os italianos que vieram posteriormente ofereceram as montanhas íngremese escarpadas. Por isso, note bem: assim que começar a subida os sobrenomes germânicos darão lugar aos italianíssimos e a melodia das palavras mudará radicalmente. Benvenuti! E por incrível que pareça até hoje (quase 150 anos se passaram desde o início da imigração) você poderá gastar seu repertório de italiano com muita gente pelas ruas nessa melódica experiência que envolverá o parlare, o sappore, e o innamorare. Quanto mais você conhecer a região, maior será o efeito.

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Dica para nossos leitores: saindo de Porto Alegre, de carro, em direção à serra, primeiro tome cuidado, dezenas de “pardais” pelo caminho (assim são chamados os sensores de velocidade na região) tentarão refrear seu entusiasmo. Tudo bem! Vale a pena reduzir a velocidade e olhar a paisagem. No início a estrada mostrará uma ocupação típica alemã (os primeiros cinquenta quilômetros), para logo em seguida ganhar altitude e dar lugar a incríveis escarpas de onde se atiram cachoeiras e se penduram araucárias. Nas alturas: este é o início dos domínios da Itália brasileira.


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Mas voltemos ao nosso chef (esta é uma matéria sobre gastronomia, porca miséria!), que estava esperando por nós à porta de uma incrível casa centenária, de arquitetura típica italiana, com um sorriso no alto de seus 1,90m. (Zagueiro? Devia ter sido goleiro, penso baixinho.) A casa fica em Garibaldi e é o endereço de seu primeiro restaurante, que traz o nome do avô, Primo Camillo. “Desde guri cozinhava para tentar conquistar as amigas da minha irmã mais velha”, ele brinca. Conquistou a bela Clege quando estava com uns 25 anos, e seguem juntos até hoje, os dois à frente dos restaurantes onde, invariavelmente, se é recebido com calor humano e sabor italiano. “Qui (ele mostra a paisagem da estrada), era una regionevuota/ Aqui era uma região vazia. Non ceranientequi/não tinha nada. Solo legni e sassi/somente pedras e árvores.” Ele conta sobre os primeiros tempos da imigração, a partir de 1875 e mais fortemente depois de 1890, quando a regra era o trabalho duríssi-

mo, a união das famílias e a mesa sempre farta no Brasil. Uma grande recompensa para quem deixara para trás um país onde grassava a falta de recursos e de comida. “Por isso eu acho importante, vital mesmo, celebrar o Brasil e praticar uma cozinha de raiz onde não se busca propriamente a sofisticação (que pode cair no superficialismo), mas sim privilegiar a riqueza de sabores. Pratos aromáticos, de identidade italiana, que eu chamo, sem medo de errar, de uma culinária sincera. Não há confusão de sabores, não há sobreposição de atenções, mas sim o prazer dos melhores ingredientes, assim como se preconiza na Itália e foi seguido pelos meus antepassados nas terras do Brasil. Pois imagine: nas agruras do desbravamento, a força para continuar il lavoro/o trabalho, vinha da esperança da família, da reza forte e do alimento buon. A comida sustentou o desbravamento das terras selvagens que seriam chamadas posteriormente de colônias”, explica. “Quando eu era pequeno, com uns 5, 6 anos, levava para meu pai ao meio dia, dentro da portula (a cesta feita


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O interesse pelos cogumelos, hoje tão presentes em suas receitas, se deu quando Pessali encontrou nos campos ao redor de Garibaldi e de Bento Gonçalves (as cidades estão a apenas dez

quilômetros de distância uma da outra) o cogumelo chamado de lactaris delicious, um funghi grande e suculento que começou a render bons pratos no Primo Camillo. “Até uns dois anos atrás tínhamos somente ele no cardápio. O funghi porcini era também utilizado nas receitas mas vinha desidratado e importado da Itália”, conta. “Mas um dia eu estava andando em uma mata de pinheiros, um ambiente onde não procurava normalmente, quando vi, resplandecentes, um grupo de cogumelos rosados e grandes que nunca havia reparado antes. Levei para uma especialista em Garibaldi que disse espantada: mas são porcini!!! Mal pude acreditar”, conta ele.

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de palha de milho, trançada pelas mulheres e crianças) o que chamávamos de lacolazzione, que era a refeição para quem não parava de trabalhar, enrolada num guardanapo xadrez onde havia uma porção generosa de polenta, pedaços de queijo e salame. E il pane e il vino fatto in casa”, complementa. “Esse orgulho pelas origens, a certeza do sabor especial naquilo que produzimos, me faz praticar essa culinária de raiz.”


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Hoje em dia, depois das chuvas que fazem nascer os cogumelos, podemos encontrar pelos pinheirais o chef Pessali de olhos atentos. Se a coleta for farta de dia, a noite o restaurante terá os troféus, expostos em bandejas logo na entrada: incríveis e perfumados porcini frescos que poderão enriquecer as pastas, risotos ou polentas, conforme a vontade do cliente. A beleza dos porcini e seu aroma desafia como iguaria até mesmo os tartuffos que se colhem em outubro na Europa — uma das sofisticações máximas da culinária italiana. No Primo Camillo, em Garibaldi, durante o almoço e o jantar, e no Mamma Gemma, no Vale dos Vinhedos de Bento Gonçalves (a segunda casa de Pessali), você poderá experimentar essa receita encantadoramente farta e saborosa, que de tão antiga é contemporânea: il piacere da mangiare. Comida deliciosa assinada por Pessali, que hoje joga um bolão... com as caçarolas. Capisce?

“Esse orgulho pelas origens, a certeza do sabor especial naquilo que produzimos, me faz praticar essa culinária de raiz.”


Para acompanhar, vinhos com alma: ALMAÚNICA

“O maior custo em uma vinícola são os barris de carvalho, essenciais para a maturação dos tintos. Hoje em dia a maioria das

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“Meu pai criou a marca Don Laurindo, ganhou reconhecimento, mas eu queria ir além, num voo próprio. Por isso, depois dos estudos de enologia percorri as melhores vinícolas do mundo e as pesquisei a fundo — arte e processos — para chegar a um jeito próprio de fazer meus tintos e espumantes.” O conceito, segundo Márcio, que é sócio de sua irmã gêmea Magda Brandeli e trabalha com pouquíssimas pessoas produzindo somente 40 mil garrafas por ano, é o apuro e o rigor dos métodos tradicionais. “O conceito Almaúnica é o dos vinhos feitos com alma, onde cada garrafa traz um prazer único. Investimos pesado em tecnologia, trabalhando com a melhor infraestrutura que uma vinícola pode ter. Mas ao mesmo tempo soubemos trazer para nosso dia a dia a sofisticação e o apuro dos métodos tradicionais. O vinho é como uma criança, não se pode deixar passar nenhum de seus momentos. E quanto mais atentos aos detalhes, ao timing correto de cada etapa, mais belamente ele irá responder. O deus do vinho mora nos detalhes”, completa.

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Márcio Brandeli, amigo de Pessalli, também se lembra do guardanapo xadrez envolvendo a polenta e il fromaggio. E se lembra do cheiro da colazzione, aroma também da sua infância. O detalhe a mais, que seguia nas cestas de sua casa para o almoço no campo, acabou ganhando fama na forma do vinho da família, o Don Laurindo, premiado e apreciado.


PRAZER casas produtoras trabalha seus vinhos em barris de inox, onde colocam pedaços de carvalho. Quando o vinho é muito madeirizado, é porque essa foi a técnica assumida. Quando o vinho é muito frutificado, é por que não conviveu com madeira nenhuma.” Os vinhos da Almaúnica passam exclusivamente por barricas de carvalho, que não apenas aportam suas notas amadeiradas, mas também estabilizam a cor e o aroma com sofisticação. Os vinhos Almaúnica são jovens pois a vinícola tem apenas quatro anos, mas começam a disparar nos testes feitos às cegas, como os que deram 93 pontos em 100 para seu syrah em 2010 e 2011 no principal evento de avaliação da qualidade dos vinhos nacionais. “O syrah Almaúnica, assim como o cabernet sauvignon, o merlot e o malbec são surpreendentes por sua qualidade, eu garanto”, desafia.

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A Almaúnica é a única do Vale do Vinhedos a plantar a uva shiraz, a mesma que na região do Rhône, na França, produz os famosos Châteauneuf-du-Pape. “Consegui as mudas de origem francesa e plantei 6300 delas em apenas 1,5 hectares. Nosso syrah é precioso”, avisa. Segundo Márcio, o vinho é fruto do especialista e suas decisões com relação ao plantio e ao processo de vinificação. E, é claro, traz o sabor da paixão com que é feito. “Sem paixão não há um bom vinho”, completa. Para que quem o beba possa se entregar ao momento. Paixão e entrega: a garantia de momentos inesquecíveis.

Dica da jornalista A região entre Bento Gonçalves e Garibaldi é sempre linda de se visitar com suas montanhas, casas de pedra e jeito italiano. De dezembro a fevereiro tudo fica verde e é incrível ver a colheita da uva e até mesmo participar dela! Já por volta dos meses frios, os parreirais estarão secos e acinzentados, mas o frio trará ares de Europa e convidará à degustação dos vinhos. Somar turismo e negócios pode ser um convite irresistível: anualmente acontecem feiras internacionais do ramo moveleiro em Bento Gonçalves, vale a pena pesquisar as datas pois são eventos grandiosos. Anote os nomes: Casa Brasil e Movelsul. Trattoria Primo Camilo Av. Rio Branco, 1080 Garibaldi, RS Tel.: (54) 3462-3333 De segunda a sábado à noite; domingo apenas almoço. trattoriaprimocamilo@redesul.com.br Vinícola Almaúnica RS 444 km 17,35 Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves, RS Tel.: (54) 3459-1384 Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, visitas e degustação das 8 às 12h e das 13h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 10 às 12h e das 13h30 às 17h30.


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DEVANEIO Desmanchar-se na paisagem


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Camas de areia

Lagoa das Gaivotas: Santo Amaro do Maranhรฃo, lar das dunas solitรกrias, cenรกrio do filme Casa de Areia


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Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva

praias selvagens para os amantes da vela; camarões, caranguejos, moquecas e arroz de cuxá; tiquira e guaraná Jesus. Sob a regência do sol e dos ventos, com vocês, um roteiro pelo que há de melhor (e pior) nas areias escaldantes do desértico litoral norte brasileiro

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Dunas de até 40 metros de altura a bailar entre coloridas lagoas de água quente; o maior delta das Américas, com suas revoadas de guarás acima dos manguezais; os tambores, o boi e o azulejo do centro histórico de São Luís e Alcântara; vilarejos perdidos no tempo dos Lençóis Maranhenses;


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Areia nas retinas De outubro a abril só há praticamente areia nas morrarias. E vento. A levar, de grão em grão, uma duna pra cá, outra pra lá, esculpindo desenhos, cavando, enterrando qualquer coisa que fique no caminho: ossadas de jegue, de bode, de boi. Seres que ousam andar pelo deserto — e que não é gente. A gente anda também. Sob o sol escaldante vai ao mar buscar peixe, camarão e depois volta pros vilarejos onde as lagoas perenes garantem a água boa de beber, de banhar, onde cresce um caju, uma manga, um coqueiro, uma sombra pro povo montar casa, roça, acender fogão a lenha, criar as crianças que correm sem fronteira nem porteira — porque nessa terra de areia não há muito o que possuir. Tudo é transitório. Como as lagoas que começam a se encher de água quentinha e cristalina, de cores maravilhosas: azul-turquesa, verde-esmeralda. Muita dessas lagoas tem nome: Azul, Bonita. E são protegidas pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Lençóis?! Foi o que enxergaram os técnicos da Petrobrás na década de 1970, quando ficavam voando de avião, a procurar petróleo. As máquinas deles já foram engolidas pela areia há tempos. Nesse trecho do Maranhão é assim: o mar lá longe no vai e volta das enormes marés e as areias tomando conta da costa, da gente, dos poros. Mas tudo começa em São Luís, onde ainda não é sertão. Tudo começa em São Luís Antes de partir para as areias dos Lençóis, São Luís. Hospedado numa pousadinha do centro da cidade fundada pelos franceses em 1615 e logo tomada pelos portugueses em 1618, finco pé na história. Subir, descer ladeira, correr o mercado da Praia Grande, tomar tiquira, guaraná Jesus, sentir o cheiro da terra. Quanto azulejo no casario tombado pela UNESCO em 1997! Subir, descer, entrar: ruas, vielas, becos, fontes, sobrados. Presente ou passado? Pausa. Sol, calor, praia de São Marcos. Fome: caranguejada à vinagrete na Base da Lenoca olhando o mar? Ou o Maracangalha e seus pastéis com geleia de pimenta quente? Pôr-do-sol, hotel, banho, rua. Trilogia de museus. A Casa do Maranhão e tudo sobre a festa do boi. Um dia passo junho inteiro aqui. A Casa da Festa do Divino. Prometo voltar em agosto. E Casa de Nhozinho, capítulos da labuta maranhenses: a pesca, a terra, a arte. E saio de lá com vontade de entrar nas “brincadeiras”, como aqui chamam as festas populares. A noite me acalma. Centro histórico, rua do Giz: mesinhas nas calçadas, som ao vivo. Casa das Tulhas: dança-se o tambor de mina, a umbigada, a saia rodada, agora o tambor de crioula muda o chamado dos atabaques — tudo na rua. E hoje é dia de festa,


boemia, rua Portugal, reggae, pra dançar agarradinho ao som das radiolas. “Se cobrir vira circo, se cercar vira hospício”, me diz Mahal, DJ da casa Roots. Ele solta a agulha e sussurra ao microfone, “DJ Mahal. É só pedrada”. “Pedra é música boa”, segreda. Estou na Jamaica brasileira. “Quero vê tu rebolando, quero vê tu rebolar” — canta o filho da ilha, Zeca Baleiro. Para mim e para você ele diz. “São Luís é pedra. É pedra de responsa.” A viagem ainda nem começou.

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A noite em São Luís é uma festa!

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Tiquira, azulejos, brincaderias, o reggae, casarões, barzinhos.


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Alcântara, a Paraty que o tempo engoliu Rica no passado, esquecida por séculos, Alcântara é ovelha negra, filha incompreendida. “As pessoas de fora vêm pra cá tudo torto. Pegam a balsa em São Luís (na Praia Grande) e atravessam a baía de São Marcos na hora errada das marés (e que marés) com um sol de rachar. Ao desembarcarem, não aguentam subir nossas ladeiras, enjoam na volta e depois desancam a falar cobras e lagartos”, diz dona Izildinha, doceira da região. Alcântara é a Paraty não restaurada, Goa perdida no Atlântico, Alcântara é totalmente demais. Já fui errado. Hoje vou certo. Primeira balsa: sete da matina, mar lisinho, travessia feliz. Ao chegar, economizo as pernas, vou na mordomia da charrete até o topo, no centro velho. Agora sim, posso girar pelas igrejas, ver o pelourinho, ruínas e ir descendo — pra baixo todo santo ajuda. No caminho, pit stop na casa da Izildinha pra comer doce de espécie — doce a base de coco que os moradores preparavam para receber a ilustre visita de D. Pedro II. O rei não veio. Que importa: o docinho entrou para a história, que Alcântara, por sorte ou azar, conseguiu preservar. Finalmente os Lençóis: Santo Amaro do Maranhão e o segredo do Andrucha Vamos aos Lençóis. Duzentos quilômetros até Sangue (de carro ou ônibus). Agora uma Toyota de linha. Duas horas sacolejando. Certo! Certinho mesmo fez o Andrucha Waddington e sua gangue quando vieram pra cá. Curtiram dois meses de filmagens entre banhos na idílica Lagoa das Gaivotas e nas Emendadas e depois, na montagem de Casa de areia, só colocaram


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À direita: final do dia em meio às dunas das Américas, em Santo Amaro do Maranhão

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À esquerda: esquecida no tempo, Alcântara é um mergulho no passado colonial do Brasil.


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imagens de tempestades de vento na cara das Fernandas e do Seu Jorge. Mandou bem o Andrucha. “Colocou todo mundo pra correr”, ri o guia José, da Pousada Água Doce. O acesso não é moleza. Mesmo que você seja um mega jipeiro vai precisar de um guia para pilotar por duas horas os 36 quilômetros de lagoas, alagados e buracos até chegar ao vilarejo. O que vem depois é o segredo do Andrucha. Ruas de areias fofas ligam dunas enormes, rios transparentes e lagos de todas as cores e tamanhos. Barcos à vela navegam de um lado a outro e conduzem o viajante a cenários onde dificilmente haverá outro turista para dividir o olhar. Quer mais selvagem? Peça ao José da Água Doce para guiá-lo a pé numa viagem de três dias acampando pelo caminho em oásis e cruzando todo o Parque Nacional até o seu outro extremo, a poética Atins — nossa próxima parada. Barreirinhas: palha de buriti, lagoa Bonita e lagoa Azul Não fui com o José caminhando para Atins. Estou fora de forma. Penitência, via-sacra: jipe sacolejando, mordidas de pernilongos em Sangue, viação Cisne Branco, uma hora de busão e Barreirinhas, centro nevrálgico dos Lençóis. Conheci Barreirinhas na década de 1990. Fui pelos ares desde São Luís, inesquecíveis 45 minutos sobrevoando os Lençóis. Na época, o caminho por terra era uma torturante maratona de dez horas.

Rios, lagoas e o mar. A pesca e os pescadores. Vida farta de água no deserto brasileiro dos Lençóis Maranhenses


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Rio Preguiças, Mandacaru e Caburé Passeios por rios costumam ser monótonos. Não no Preguiças. Pelo menos não no trecho de quase quarenta quilômetros que separam Barreirinhas da foz, em Atins. As empresas vendem lanchas rápidas. Escolha as vagarosas e comande o tempo. O ecossistema muda sempre: depois dos buritis logo aparece um mangue com árvores enormes, depois, dunas, algumas delas com ranchos prontos para atender turistas com água.

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Veio o asfalto, o progresso, a cidade explodiu. Tantos carros. Mas vá lá, vamos adoçar esse olhar. Como ficou simpático esse píer de onde saem os barcos pelo rio Preguiças. Gostei muito dos peixes do Carlão, das redondas da Nômade, do forró. Que poético as crianças jogando bola e aquele pôr-do-sol nas dunas. Ah, não posso me esquecer de recomendar a compra de artesanato de buriti. Nem dos passeios: lagoa Bonita e lagoa Azul. Tá bom que tem que esperar na fila pra cruzar a balsa do Preguiças. Mas fique olhando os meninos brincar na água que passa rápido. Em ambas só vá no passeio do pôr-do-sol, mais fresquinho e com luzes mais bonitas. Mas eu não passaria, e não passarei, mais que uma tarde em Barreirinhas de novo. Meu capitão, ali naquele barco ancorado no rio Preguiças, já está chamando. Até breve.


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A maior parte dos passeios passa voando por tudo, despeja você na pacata Mandacaru por quinze minutos — quase não dá tempo de subir os 150 degraus do farol — e logo te levam à Caburé, no quiosque onde se paga pelo passeio. O piloteiro faz aquela cara de feliz e você desce em Caburé, grande muvuca de restaurantes e pousadas que só não são engolidos pelas areias porque são varridos diariamente. O lugar até é bonito: entre o mar bravio e o Preguiças. Mas o rio está cheio de óleo, barulho de geradores e mosquitos. A maior parte dos passeios volta daqui. E se esquecem de Atins. Prosseguimos viagem. Atins: para repartir o peixe e o olhar Atins, foz do Preguiças. Rio que encontra o mar não uma, mas duas vezes. Vilarejo de areia com casinhas de pescadores. Crianças por todos os lados. Apostam corrida na praia, pulam, brincam. A pequena Romilda recolhe conchinhas da areia para engrossar o caldo do jantar. Um barco pesqueiro encosta. Salta uma canoa. Vendem-se os peixes, enchem-se os isopores de gelo. As crianças arrodeiam com baldes. Os pescadores os completam com peixes sem valor. Uma tradição local. “Quem tem menos, leva mais”, diz Chico Barbeiro, o primeiro pescador a receber forasteiros na casa de sua mulher, a tia Rita. “Aqui você fica em casa”, diz Chico Barbeiro. Mas ficamos a dez minutos do Chico, no Rancho dos Lençóis, a pousada do Buna, “para quem quer conforto e privacidade”, como ele diz. Em Atins, o passeio nas dunas pode ser a pé ou à cavalo e dura um dia inteiro. Leva-se quase uma hora andando até o camarão das cunhadas Magnólia e Luzia. Mas o Buna nos deixou lá rapidinho. Encomendamos o camarão e partimos. O menino Miro nos leva pelas areias. Em dez minutos, é como se estivéssemos no

Acima: crianças apostam corrida em Atins, na foz do majestoso rio Preguiças; e o sorriso doce de Magnólia, a princesa do camarão. À direita: Um salto para as águas turquesas e mornas da lagoa Tropical em Atins


Rio Novo, terra dos temperos e caprichos de Dona Mazé Rio Novo. A placa avisa. Uma ponte, outra placa: Paulino Neves. “É o novo nome, mas ninguém gostou”, explica Cacá, o guia mais famoso dos Pequenos Lençóis Maranhenses, que contratamos para fazer a travessia desde Barreirinhas (pequena economia de quatrocentos quilômetros, o que duraria a volta pelo asfalto – que um 4×4 faz em 32 quilômetros pela inacabada MA402). O rio Novo é verde, estreito e transparente. Passeamos nele de lancha. Trinta quilômetros acima, sua foz: o mar e as areias comem o mangue todos os dias. Não há pegadas na praia. Rio abaixo, meia hora, a nascente: lagoa Encantada, a receber riachos de todos os lados, ligar vilas e famílias pelos caminhos líquidos. Pouca gente dorme em Rio Novo. Aqui cruzam de passagem rumo à Tutoia, ao delta, ou aos Lençóis. Mas poucos perdem a chance de provar o tempero da dona Mazé, a rainha da galinha a cabidela, do arroz de cuxá e do feijão de corda: “O meu cardápio é único. Eu escolho do que estiver mais fresco. E quem não reservar, não almoça”, diz Mazé. Ela parece bravinha, mas dez minutos a prosear debaixo da mangueira e dá pra ver a risada brotar, o cafezinho chegar, o céu de estrela pintar e a vontade de nunca mais ir embora desse lugar. Mas amanhã tem o delta, o maior das Américas.

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Canto do Atins: duelo de faroeste pelo melhor camarão do mundo Canto do Atins. Nos próximos cem quilômetros de costa na direção oeste do Brasil, não haverá mais onde comer. Acabo de degustar o melhor camarão da minha vida. “Eu não posso contar o segredo. É receita de mamãe.” António, o marido, disfarça; Magnólia, a esposa-cozinheira, sorri. Lá fora o vento sopra suave e os olhos não sabem para que lado olhar. “Deita na rede pra descansar do almoço”, sugere Magnólia. “Aceita uma tiquira?” A rede de palha de buriti acolhe o meu corpo. A tiquira sintoniza meu olhar na direção do mar. O mar alcança a areia e, ao girar do pescoço, a areia domina o lar e todo o avistar do mundo de Magnólia e António, o universo mágico de dunas enormes entremeadas por lagoas coloridas. Lá fora, tudo é impermanência. Cá dentro, descansa em paz o “melhor camarão de minha vida”. “Ele é grelhadinho na brasa baixa, depois de ficar marinando quinze minutos”, conta Magnólia. Eu sei que é ali no molho marinado que está o segredo da Magnólia. E também o da Luzia, a pop star das reportagens de turismo. “O molho era de mamãe, então é nosso”, diz António, irmão da Luzia. Mag-

nólia sorri. O molho que separou a amizade das duas cunhadas continua a fazer a alegria dos forasteiros.

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Sahara. Mas o sobe e desce é logo recompensado. Ali está a lagoa do Mário, de águas escuras; um pouco adiante, a Tropical, de águas turquesas. “Esse é o Poço do Riacho”, aponta Miro. Seguimos suas águas. De repente... Não pode ser, Miro. “É a cachoeira do Bonzinho”, diz. Esfrego os olhos. Cachoeira? “De água quentinha? Espere aqui pelo camarão.” Miro sorri.


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DEVANEIO


Quanto menor, mais gostosinho fica. Piauí: o menor litoral do Brasil Ainda não acabou. De Parnaíba vamos a Luis Correia. São só dezoito quilômetros. E aí estamos no conjunto de balneários que não citarei, com outras belas praias mais afastadas maravilhosas, como Macapá e Coqueiros, terra da moqueca do Dedé, a melhor do Piauí, servida em panelas de ferro fumegantes. Finalmente, Cajueiro da Praia, o novo paraíso dos kitesurfistas, com seus ventos suaves e constantes. Ali estacionamos em Barra Grande, vilarejo calmo e perdido, com areias junto ao rio e barzinhos com petiscos e frutos do mar sob a sombra das carnaúbas, coqueiros e um vistoso cajual. Praia que marca o fim do menor litoral brasileiro (são apenas 66 quilômetros). É pouco, mas que devagar, sem pressa, no ritmo sossegado de seus pescadores, vai ganhando espaço no imaginário de quem ainda sonha com praias paradisíacas de areias desertas e com muito sol e calor o ano inteiro. Quer mais? Retorne ao começo do roteiro, limpe a areia e boa viagem.

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Navegando pelo maior delta das Américas Manhã cedinho, Porto dos Tatus. Chalana de pescador. Embarcamos. Vamos sós com o piloteiro Bal. Ao lado, saem outras barcas, maiores, de vinte, quarenta, até sessenta lugares. Samba e farofa garantidos. Partimos. Mangue, dunas, praias selvagens, pescadores. Matas, campos, alagados, mangues, dunas, pescadores. Um emaranhado de 2700 quilômetros quadrados, com mais de setenta ilhas e incontáveis igarapés passa no horizonte.

Seis horas depois, primeira parada: ilha do Caju. O que é isso? Uma ilha gigante para uma pequena pousada. Ecoturismo de ecossistemas: cavalgadas e caminhadas. Ninguém para conversar. Só os pássaros guarás ou as sucuris. Segunda parada: ilha das Canárias? Olá senhor Jerry? “Estou tecendo rede para pescar. Entra, quer um cafezinho?” Na vilinha da Canária moram pouco mais de cem famílias que vivem do que o delta lhes dá. Tem gente, crianças e também revoada de pássaros guará. O pouso é simples, mas a hospitabilidade é farta.

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Parnaíba, a rainha do delta e dos caranguejos Asfalto prontinho de Rio Novo até Tutoia. Meia horinha, rapidinho. Tutoia, a última praia do Maranhão. E agora você quem sabe. Tomar a chalana Cidade Tutoia e cruzar até Parnaíba pelos meandros do delta numa viagem antropológica de oito horas, ou seguir viagem numa estrada “esburacada pouca é bobagem” por quase trezentos quilômetros até o mesmo destino. Infelizmente, vamos de rodas. Foi duro. Até que chegamos a Parnaíba, segunda cidade do Piauí, 150 mil almas, importante nos tempos das charqueadas no final do século 18. Sobrou pouca coisa pra ver dos áureos tempos. Mas dá uma foto bonita do alto da Ponte das Barcas. Engana bem. Ali embaixo, no casario, estão as agências que vendem o passeio pelo delta. Partiremos amanhã. Hoje ainda dá tempo de conhecer o artesanato de carnaúba na Ilha Grande de Santa Isabel e assistir o show de kite surf ao despedir do sol na Pedra do Sal. Ao anoitecer, vamos aos caranguejos, direto do mangue do delta, mais fresco impossível. Martelinho nas mãos, uma grotesca festa de Babette tem início. Se lambuzar-se com caranguejo for pecado vou queimar feliz no mármore do inferno.


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ParnaĂ­ba vista da Ponte das Barcas ao cair da noite. Ponto de partida para desvendar o mundo selvagem do maior delta das AmĂŠricas


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DEVANEIO ONDE FICAR Portas da Amazônia – São Luís Rua do Giz, 129 Tel.: (98) 3222-9937 www.portasdaamazonia.com.br Seu maior charme é ficar bem no coração do centro-histórico, num casarão restaurado do século 19. Possui bons quartos, com café da manhã servido num jardim tropical interno. Pousada Cantinho do Sossego – Barreirinhas Rua Principal, 2 Tel.: (98) 3349-0753 Simples, mas muito aconchegante, com ótimo serviço (sob os olhos do dono). São apenas quatro chalés, todos novos, quinze minutos do centro a pé. Rancho dos Lençóis – Atins Rua Principal, s/n Tel.: (98) 3349-5005 / 9616-9646 Sossego e privacidade em bangalôs espaçosos bem decorados com café da manhã caseiro e horta orgânica. Oferece as melhores condições para os passeios na região.

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Água Doce – Santo Amaro do Maranhão Rua Oswaldo Cruz, 14 Tel.: (98) 9123-8188 / 3369-1105 A pousada é bem simples, os quartos são limpos e possuem chuveiro elétrico, mas leve o kit contra insetos. Sua vantagem é oferecer todas as refeições. Vale a pena o sacrifício para poder passar uns dias nesse paraíso. ONDE COMER Nas “bases” de São Luís Antigamente fulano ficava “baseado” na casa de beltrano. Assim surgiram esses restaurantes caseiros que são o must de São Luís. Dois bons endereços: Base da Lenoca Av. Dom Pedro II, 181 Tel.: (98) 3231-0599 Base da Diquinha Rua João Luís, 62 Tel.: (98) 3221-9803

Restaurante do Carlão – Barreirinhas Fica na Pousada Victoria do Lopes, R. Coronel Godinho, s/n Tel.: (98) 3349-0016 Famoso pelos peixes com molho de maracujá e manga. Pizzaria Nômade – Barreirinhas Orla do rio Preguiças, s/n Tel.: (98) 3349-1600. Redonda de um paulistano que sabe o que faz. Aos finais de semana toca forró. Restaurante da Mazé – Rio Novo (Paulino Neves) Av. Rio Novo, s/n – atrás da pousada Oásis Tel.: (98) 9966-1351 Somente almoço. Rainha do tempero maranhense, dona Mazé é quem escolhe o cardápio do dia – comida caseira e farta de primeira. É preciso reservar. Camarão da Luzia – Atins Praia do Canto do Atins, s/n Divinos camarões marinados em molho especial e grelhados na hora. Pode ser na barraca da Luzia ou na do lado, a do António e da Magnólia. Encomende, saia para passear e aprecie na volta. Caranguejo Express – Parnaíba R. Quetinha Pires, 64 Todo dia, às cinco da tarde, os caminhões chegam do delta trazendo fresquinho, direto do mangue, o delicioso caranguejo uçá. Servido com farofa e vinagrete para comer de martelinho. ONDE BADALAR Radiolas de São Luís: Em São Luís existem mais de 200 radiolas (os clubes de reggae) pra escutar as “pedras” e dançar agarradinho, ao estilo local. Não é fácil o passinho, mas tem sempre alguém pra ensinar. Cada dia da semana tem um endereço certo e para saber melhor, consulte o site: www.reggaetotal.com/agendacultural. Boas dicas: a Roots (no centro histórico) e a Kingston 777 (próximo ao Lítero, Anil). Forró em Barreirinhas: O agito é mais durante os finais de semanas, férias e feriados. Os turistas se dividem entre a Pizzaria Nômade [Tel.: (98) 3349-1600], e o Bambaê [Tel.: (98) 3349-0691]. Para algo mais raiz, procure o Club Local. Festas do boi Em junho explodem por todo o Maranhão as festas do “boi”, um espetáculo folclórico de ritmo e cores que toma conta das ruas. O QUE COMPRAR O artesanato de palha de buriti, em várias lojas no centro de Barreirinhas e no Mercado das Tulhas, no centro histórico de São Luís. Pesquise e pechinche. NÃO DEIXE DE PROVAR Tiquira: a aguardente feita da mandioca. Guaraná Jesus: refrigerante criado em 1920, de cor rosa, com sabor docinho puxado na canela. Tome super gelado. Arroz de cuxá: a verdura verde que, junta ao camarão seco e o gergelim, fazem a receita da iguaria africana, afamada no Maranhão. Sorvetes de frutas maranhenses: de murici, sapoti e bacuri, vendidos em Barreirinhas.


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SÃO PAULO - SP


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