razão
#6 12 2008
emoção prazer
devaneio
Liberdade CAROL DA RIVA
CAROL DA RIVA
ĂŠ poder escolher entre o verde...
e o azul! CAROL DA RIVA
expediente Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Land Rover, Porsche, Toyota e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobike.com.br Editorial: Heloisa C. M. Vasconcellos, Eduardo R. da C. Rocha Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Patricia Miller Comercial: Alexandra E. Henriquez Preparação e revisão: Rosemary Lima Produção: R&M Editora Tiragem desta edição: 7000 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
colaboradores
Carol da Riva, Eduardo Petta, Fifi Tong, Juan Esteves, Lalo de Almeida, Mariluza Costa, Percy Faro e Simone Fonseca
Foto da capa: Juan Esteves
www.rmeditora.com.br 6 . Eurobike magazine
carta do editor
Caro leitor, Temos muito o que comemorar neste final de 2008: foi um ano de expansão, de grandes lançamentos no mercado automotivo e, apesar dos percalços na economia, e cientes dos desafios que se apresentam para 2009, manteremos nossa busca pela qualidade, sustentabilidade e estreitamento dos laços com nossos clientes e parceiros. Estamos testemunhando o nascimento da nova companhia aérea brasileira, a Azul, e trouxemos para você o perfil desse empreendedor, David Neeleman, que em boa hora alça vôo pelos céus do Brasil. Um brinde à Azul! Para apresentar a nova sensação da Porsche, o Carrera 4S, o fotógrafo Juan Esteves produziu um surpreendente e arrojado ensaio, bem ao estilo do carro. Pura arte. Desta vez lançamo-nos ao mar, em busca do marlim-azul! O mar não estava pra peixe, mas a aventura foi fascinante. E viemos dar na praia, para brindar a passagem de ano, mostrando um pouco do que há de mais charmoso no litoral norte de São Paulo. A bordo de um Freelander, um tanto mais de charme. Boa leitura, e um excelente 2009! Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br
Eurobike magazine . 7
#6 12 2008 12. raz達o 14. David Neeleman
8 . Eurobike magazine
22. emoção 24. Carrera 2009
por Juan Esteves
36. Nova linha
Porsche 911
40. prazer 42. Pelas águas do marlim
56. devaneio 58. Litoral com brilho nos olhos
Eurobike magazine . 9
FIFI TONG
12 . Eurobike magazine
razĂŁo
Acreditar, criar asas Se lançar Ganhar altura!
Eurobike magazine . 13
raz達o
14 . Eurobike magazine
Ele ĂŠ brasileiro Tudo azul para David Neeleman POR MARILUZA COSTA | FOTOS FIFI TONG
Eurobike magazine . 15
razão
que sempre existiram por aqui. Tudo começou em 1954, quando seu pai, Gary Neeleman, deveria cumprir uma missão religiosa num país pobre, como
A sala mínima, sem luxo, com uma mesa
todos os homens da Igreja Mórmon
e duas cadeiras simples, não revela a
fazem antes de se casar. Gary foi
importância de quem nos recebe.
mandado para o Brasil, sobre o qual
Apenas o notebook aberto em um site
nada sabia. “Quando ele soube para
do mercado financeiro é a pista de que
onde iria, teve de procurar o país no
ali está um homem de negócios. É
mapa, para ver pelo menos onde ficava”,
manhã de terça-feira, o sol de outubro
conta David. O impacto de conhecer
brilha forte sobre Alphaville, em Baureri
uma realidade bem diferente da qual
(SP), enquanto o mundo financeiro oscila
estava acostumado, ao contrário de
na corda bamba, fazendo despencar as
assustar, encantou o norte-americano.
ações de várias companhias robustas.
Ao retornar a Salt Lake City, ele disse a
Seria natural que as turbulências da
Rose, que viria a ser a sua mulher:
economia mundial preocupassem o
“Temos que voltar”. Alguns anos depois,
nosso entrevistado, que está investindo
quando exercia a profissão de jornalista,
US$ 150 milhões em uma nova empresa,
o desejo se cumpriu: Gary, que tinha
a
aprendido
companhia
Azul
Linhas
Aéreas
a
falar
português,
foi
Brasileiras. Mas o olhar azul intenso de
convidado para ser correspondente da
David Neeleman está tão firme quanto
UPI (United Press International) no Brasil.
tranqüilo. Ele sequer demonstra cansaço
Foi assim que o casal Neeleman se
por ter passado a noite viajando
estabeleceu em terras paulistanas e teve
de avião. O empresário não costuma
os primeiros três de seis filhos. David foi
jantar nessas ocasiões, pois prefere
registrado como brasileiro. “Um dia isso
dormir para cedinho estar a postos à
vai ser útil”, disse o pai. Mais uma
frente dos seus negócios. Todas as
profecia que se cumpre, porque se não
semanas David interrompe o convívio
fosse cidadão brasileiro, ele não poderia
com
ter uma empresa de aviação no país.
a
família
em
New
Canaan,
Connecticut, onde mora nos Estados Unidos, para tratar de negócios em
“O maior problema no setor de aviação
São Paulo. “Como fico no Brasil só três
no Brasil é a falta de concorrência”,
dias, escolhi a menor sala e, quando não
afirma o empresário. Ele observa que o
estou aqui, os outros podem ocupá-la”,
passageiro não tem muitas opções de
diz o presidente. Apesar do forte sotaque
vôos ponto a ponto, sendo obrigado a
e do nome bem americano, David
enfrentar várias escalas. Muita gente
é brasileiro, nascido em São Paulo.
deixa de fazer negócios em outras capitais, como Rio de Janeiro, porque
para os problemas, transformando-os
As lembranças da infância no Brasil são
a maior parte dos vôos está concentrada
em oportunidades. E de onde vem a
poucas e vagas, como o jeito de os
em São Paulo. Diante disso, a conclusão
criatividade? Ele aponta para a cabeça,
empregados falarem português, a escola
óbvia é de que o Brasil precisa de
sorrindo. Depois, diz acreditar que as
onde estudou e um cão que havia na
uma companhia aérea que voe sem
pessoas nascem com determinados
casa onde morava. “Eu era bem
escalas, inicialmente para mais de vinte
talentos, que trazem um dom dentro de
pequeno, fui para os Estados Unidos
cidades – e a Azul nasceu com esse
si. “Existem coisas que se pode aprender,
com 5 anos, não dá para lembrar quase
propósito. Uma das grandes qualidades
mas aqueles que se saem melhor são os
nada”, afirma. O Brasil só entrou na vida
de David e motivo do êxito dos seus
que já têm as respostas internas”, diz.
de David devido aos problemas sociais
negócios é que ele encontra a solução
O talento de David, segundo ele mesmo,
16 . Eurobike magazine
é encontrar soluções simples para questões complexas. Se ele acha simples, não é o que pensam os consumidores e os concorrentes, que costumam copiar suas idéias geniais. A Azul é a quarta companhia aérea que ele cria, tendo o baixo preço das tarifas e a qualidade como principais apelos. A terceira foi a
“Existem coisas que se pode aprender, mas aqueles que se saem melhor são os que já têm as respostas internas”
JetBlue, lançada há oito anos em Nova York, e que em pouco tempo se tornou a melhor companhia aérea doméstica dos Estados
Eurobike magazine . 17
razão
precisa para viver, e entender que essas
perguntou, um dia antes de eu viajar, por que
pessoas são tão merecedoras do nosso
não viemos todos morar no Brasil.” O país
respeito quanto as que têm tudo”, explica.
sempre foi o destino preferencial das férias da
“Acho que a medida do ser humano é
família, que passa pelo menos uma semana
Unidos, a preferida dos americanos. Da
como você trata as pessoas que não
por ano em Paraty. E até nas preferências à
mente criativa de David saíram inovações que
podem fazer nada por você”, conclui.
mesa o Brasil está presente no dia-a-dia de David, que gosta de churrasco, arroz, feijão e
revolucionaram o setor, como o sistema eletrônico para o próprio passageiro fazer
Quinze anos se passaram desde aquele
farofa, e do delicioso e inesquecível brigadeiro.
reservas e check-in, TV em cada assento,
momento definitivo para o entendimento do
Como prefere ler revistas, principalmente
bilhete eletrônico, o e-ticket, internet banda
país. A vida de David mudou, vieram o
notícias sobre economia, negócios e política,
larga no avião e call center sem sede, com
casamento, os filhos e os grandes negócios.
os livros não são exatamente a prioridade
um time feminino que atende da própria casa.
Um dia, ele voltou ao Nordeste, aos mesmos
desse homem de negócios que nem chegou
lugares onde trabalhou como missionário e
a ler os dois volumes escritos sobre ele. Mas,
A semente que levou David Neeleman a
reencontrou as pessoas com as quais havia
quando tem tempo, gosta de ler sobre
escolher o Brasil como cenário de uma
convivido. “Elas cresceram em todos os
história, principalmente da Europa, dos
grande empresa geradora de empregos foi
sentidos, muitas ficaram dentro da igreja,
Estados Unidos e de sua terra natal, sem
plantada há muitos anos. Nos Estados Unidos
construíram capela, casaram e tiveram filhos.
dúvida. Agora, David está interessado em
ele cresceu seguindo a religião Mórmon,
Hoje elas têm bens como casa e carro, fiquei
conhecer os detalhes da vida de Santos
como toda a sua família, e, quando chegou
muito feliz por isso.” Agora, quem está no
Dumont, o brasileiro que inventou o avião.
aos 18 anos, foi a sua vez de ser um
Brasil como missionário é Daniel, filho de
missionário, igual ao pai. Como de praxe,
David, a terceira geração da família Neeleman
David Neeleman tinha 9 anos quando
preencheu os papéis, mas não era possível
que cumpre a sua parte para tornar o mundo
conseguiu seu primeiro emprego na loja de
escolher o lugar para onde iria. “Havia 10%
melhor. Daniel é o quarto dos nove filhos de
conveniência do avô, em Salt Lake City. “Fazia
de chance de ser o Brasil e foi pra cá que me
David e Vicki, sua mulher americana. O
tudo, atendia no caixa, no balcão, arrumava
mandaram”, conta. Até então, ele passava
primeiro nasceu quando ele tinha 22 anos.
os produtos nas prateleiras e até cortava
temporadas de férias circulando com os
“Queria uma família grande, mas não sabia
carne.” Foi nessa época que ele aprendeu
amigos entre Rio e São Paulo, em ambientes
que seriam tantos”, brinca. São sete mulheres
a magia de atender bem os clientes. O avô
de classe média. Mas, durante a missão no
e dois homens, todos brasileiros, registrados
vendia de tudo e, se o cliente quisesse algum
Rio e na região Nordeste, viu surgir à sua
aqui, orgulha-se o pai. Porém, Vicki acha que
produto que não tinha na loja, saía pelos
frente um outro país: o Brasil das favelas, dos
não basta: “Ela queria ter dez filhos”, diz ele.
fundos para buscá-lo na vizinhança. O próprio
pobres, dos sem estudo, sem alimentos, sem
O casal se conheceu antes da missão no
David teve de fazer isso diversas vezes e
roupas e sem bens. Ele esteve em várias
Brasil e ela o esperou, estudou e viajou por
nunca mais esqueceu o valor de um serviço
cidades do interior e conheceu brasileiros
dois anos, ao fim dos quais se casaram.
diferenciado. A filosofia de atender bem ele
diferentes daqueles a que estava acostumado.
A filha mais velha tem 27 anos e já deu um
levou para todas as suas empresas, a primeira
“Pessoas boas, muito simpáticas e receptivas,
neto ao casal. A mais nova tem 9 anos.
delas uma agência de viagens, quando tinha
mas também muito pobres”, lembra. O
Indagado se é difícil ter uma família tão
apenas 20 anos. Aos 23 viu a agência falir,
contato com a realidade mais crua deixou
grande, ele deixa claro que tem sorte, os
não por imaturidade do dono, mas porque os
marcas no jovem: “Foi muito bom ver este
filhos são muito bons, não dão trabalho
parceiros em hotéis e companhias aéreas
outro lado da vida”, revela. Para David ficou
algum. Apesar de passar três dias por semana
não honraram alguns contratos. No ano
evidente que havia um mundo fechado,
no Brasil, hoje David tem uma rotina mais
seguinte, recuperado do baque, David já
protegido, de pessoas para as quais nada
tranqüila do que nos tempos da JetBlue e
estava de volta, desta vez como empregado,
faltava, mas existia outro país além daqueles
pode se dedicar à família. “As meninas
para transformar outra agência, a Morris
muros, habitado pelos que não tinham quase
gostam de correr e eu faço exercícios com
Travel, numa empresa aérea, a Morris Air.
nada,
andavam
elas”, conta. Já as menores adoram fazer
Anos depois, a Morris foi comprada pela
descalços, seminus e não podiam estudar.
bolachinha de noite, e ele acompanha com
Southwest, que o levou como executivo. Aos
Foi a grande descoberta da desigualdade
prazer atividades desse tipo. Morar no Brasil
32 ele saiu de lá e, pouco depois, montou a
social.
reconhecer
é uma possibilidade que até as crianças já
canadense WestJet Airlines. Aos 33 anos
o sentimento de quem não tem o que
cogitam. “A minha filha de 11 anos me
David descobriu que tinha déficit de atenção.
que
passavam
“Aprendi
18 . Eurobike magazine
fome,
também
a
Eurobike magazine . 19
razão
pouco, precisam ser mais valorizados e de
comprou
capacitação técnica para ensinar melhor.”
justamente aqueles que se encaixam no perfil
36
aviões
de
porte
menor,
da Azul. “Estamos ajudando a Embraer Os filhos mais velhos de David já se formaram:
porque não podemos ter sucesso se ela não
Acostumado a enxergar tudo pelo lado
uma filha é professora, a outra designer de
tiver também”, afirma. Em relação aos
positivo, ele diz que o problema “só o ajuda
moda, e um dos rapazes optou pela área de
empregados, o propósito de David também é
a ser mais criativo”. A grande dificuldade
marketing. Ao contrário de David, que trocou
ambicioso. “Quero os melhores profissionais
é manter a concentração no que interessa.
o curso superior de Contabilidade na
e que eles digam que esta é a melhor empresa
No caso dele, o foco é a aviação, pela
Universidade de Utah pelo trabalho. “Comecei
em que já trabalharam.” Uma das idéias, por
qual é um eterno apaixonado. É por isso
uma empresa e não tinha mais tempo para ir
exemplo, é elaborar a escala de serviço com
que ele incentiva as pessoas que têm
à faculdade”, esclarece. Porém, hoje ele é
vários meses de antecedência, para que eles
o mesmo problema a encontrarem algo que
mestre honorário da Universidade de Harvard
possam organizar a vida privada com seus
gostem muito de fazer – se for assim, “vão
e considerado o mais inventivo comandante
familiares. É o que chamamos de qualidade
ser
de companhia aérea que já existiu – superando
de vida. E é esse “simplesmente viver” que
de longe todas as extravagâncias do
interessa ao homem alto, magro, que
As preocupações sociais de David vão além
comandante Amaro Rolim, da TAM, e as
completaria 49 anos dois dias depois dessa
da teoria. Certa vez, na JetBlue, ele conversou
estratégias da Gol – e gosta de dizer que
entrevista. Ele se veste com sobriedade
com uma funcionária que passava por
trouxe humanidade ao transporte aéreo. Essa
e elegância – “os vendedores escolhem
dificuldades financeiras depois que o pai dos
característica significa passagens baratas,
minha roupa” – e traz no pulso um relógio
seus três filhos faleceu. Ao se dar conta de
aviões
atendimento
Casio, antigo, com uma calculadora que
que empregados precisam ter uma segurança
diferenciado e entretenimento a bordo. Para a
lhe permite brincar com os números. David
para os imprevistos, resolveu criar um fundo
Azul os planos não são diferentes. “Vai ser
Neeleman é a mais perfeita tradução do
– para o qual passou a doar todo o seu
muito difícil fazer o que eu gostaria, que
estilo básico que leva para suas empresas,
salário, de US$ 200 mil anuais. Somado às
é oferecer aos clientes a solução dos
sem esquecer da qualidade, do conforto
doações do presidente da empresa e dos
problemas com rapidez e eficiência, mas
e bem-estar. Depois de ganhar o suficiente
funcionários, o fundo passou a arrecadar
existem as regras do setor no Brasil que
para viver bem por toda a vida, ele diz
cerca de US$ 1 milhão ao ano para ajudar os
limitam a criatividade”, explica. Ele quer dizer
que agora trabalha movido pelo desafio,
que precisam. Esse é um exemplo vivo de
que o ideal para os passageiros seria
pela competitividade, não pelo dinheiro.
distribuição de renda indiretamente, mesmo
a autonomia dos empregados da linha
num país que não sofre com tal problema. No
de frente, para decidir sobre questões sem
Já o futuro, para além da Azul, é uma
Brasil, o caso é mais grave, e a desigualdade,
precisar passar para as chefias. Quebrar
incógnita. “Quando estou envolvido com
mais uma vez, chama a atenção de David:
as regras para ajudar o cliente é “pensar fora
alguma coisa não costumo pensar em outra,
“Tem que mudar alguma coisa, pois os
da
e tenho muito o que fazer na nova companhia”,
os
mais
inteligentes
e
criativos.”
novos
caixa”,
e
como
seguros,
ele
costuma
dizer.
diz. Para essa caminhada, ele quer contar
salários são baixos, os custos sociais altos e o retorno em benefícios públicos não é
Nos negócios, David Neeleman faz questão
com a participação dos clientes, como
satisfatório”, diz. Ele cita o exemplo da
de aplicar o que aprendeu na religião. “Somos
já aconteceu na escolha do nome da empresa.
educação, em que os pobres começam os
filhos de Deus e estamos aqui para provar
Os vencedores, que sugeriram “Samba”
estudos em escolas públicas, que não
que podemos voltar pra ele. Por isso temos
e “Azul”, vão ganhar passe livre com
preparam para o vestibular, enquanto os ricos
que contribuir para que as pessoas se tornem
acompanhante para toda a vida nos vôos da
que freqüentam as escolas particulares
melhores. Se seguirmos os mandamentos e
companhia. Entre os dois nomes, ele
conseguem
universidades
tivermos uma vida limpa, seremos mais
preferiu “Azul”. Pergunto se seria porque
gratuitas. Os pobres, numa inversão, precisam
felizes”, diz. Isso significa um acionamento
talvez não gostasse de samba... “Gosto,
pagar uma faculdade particular se quiserem
direto, aberto e limpo nas transações
mas prefiro Roberto Carlos”, responde e
se formar. E, assim, se perpetua o ciclo da
comerciais. “Muita gente pensa que para um
começa a cantarolar. “Onde você estiver, não
pobreza, num país que precisa de mais gente
ganhar o outro tem que perder, mas eu penso
se esqueça de mim...”. Não se preocupe,
qualificada
entrar
nas
Outro
que todos têm que sair ganhando”, afirma
comandante, porque depois que a Azul alçar
problema, ainda na educação, é o tratamento
convicto. No Brasil, por exemplo, seu grande
vôo pelos céus do país, será quase impossível
que o país dá aos professores. “Eles ganham
parceiro nos negócios é a Embraer, de quem
para os brasileiros esquecer o comandante
para
se
desenvolver.
que a criou. 20 . Eurobike magazine
Final de ano passa rápido. Bem mais rápido. Novo Porsche 911 Carrera 4S Cabriolet. Agora também disponível o Câmbio Porsche de Dupla Embreagem (PDK) com 7 velocidades. Combina o conforto da transmissão automática com a caixa seqüencial esportiva para mudar de velocidade com extrema rapidez sem nunca interromper a força de tração. Resultado: melhor resposta e conseqüente aumento de agilidade e redução de consumo de combustível.
JUAN ESTEVES
22 . Eurobike magazine
emoção
A vida transborda da arte A emoção impulsiona a vida
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24 . Eurobike magazine
Real e imaginรกrio. Encontro sublime. Porsche Carrera 2009 por Juan Esteves
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A Nova linha Porsche 911 POR PERCY FARO
Se Ferdinand e Ferry Porsche sempre mantiveram os pés grudados no chão para transformar um sonho em realidade, o mesmo se aplica à filosofia da empresa ao longo de sua história de sessenta anos: sempre um passo à frente no mundo dos automóveis esportivos. Com a nova linha Porsche 911 (a segunda geração “997”), mais uma vez a marca alemã usa tecnologia de última geração para privilegiar o consumidor e o meio ambiente. Somam-se às já existentes versões com motor turbinado – Turbo, Turbo Cabriolet e o exclusivo GT2, que no Brasil é vendido somente por encomenda –, dez versões com motores aspirados – Carrera, Carrera S, Carrera Cabriolet, Carrera S Cabriolet, Carrera 4, Carrera 4S, Carrera 4 Cabriolet, Carrera 4S Cabriolet, Targa 4 e Targa 4S. Na esteira da motorização naturalmente aspirada, a Porsche inova ainda mais o que já é moderno. A adoção do câmbio automático PDK (dupla embreagem Porsche) e a injeção direta de combustível remetem os 911 a uma condição extremamente refinada quando o assunto é tecnologia embarcada. São duas receitas que, combinadas, asseguram maior potência, acelerações mais rápidas – com algumas versões “S” atingindo até 300 km/h –, menor consumo de combustível e redução na emissão de poluentes. Além de 6 kg mais leves que os anteriores e ocuparem menor espaço no cofre, os motores com 3.6 litros desenvolvem agora 345 cv (20 cv a mais que os da primeira geração “997”), enquanto os 3.8 que equipam as versões “S” passaram a ter 385 cv (30 cv a mais que nos
36 . Eurobike magazine
“S” atuais). O sistema de injeção direta de combustível (Direct Fuel Injection), já usado nos motores em “V” do Porsche Cayenne, chega pela primeira vez aos boxer do 911. Outro pioneirismo que também vem com a família 911 está no câmbio PDK, experiência de sucesso que a Porsche conquistou com os 962C, vencedores da 24 Horas de Le Mans nos anos 1980. Pela primeira vez a tecnologia é introduzida nos carros de rua. O PDK possui duas embreagens e sete marchas que podem ser engatadas por meio de acionamento eletro-hidráulico sem interrupção de tração. A primeira embreagem manda a primeira mudança parcial com as marchas ímpares (1ª, 3ª, 5ª e 7ª, mais a ré) e a outra envia a segunda mudança com as marchas pares (2ª, 4ª e 6ª). As conveniências do equipamento, porém, não param por aí. Combina as vantagens dos câmbios manuais com as dos automáticos. Portanto, se o motorista optar por mudar as marchas, pode fazê-lo na alavanca ou por meio de teclas existentes nos dois lados do volante. Pressiona-se as teclas (ou apenas uma delas) para a frente para “subir” as marchas; e para trás para reduzi-las. Mesmo incorporando uma marcha a mais, o PDK pesa cerca de 10 kg a menos que o antigo Tiptronic S, que sai de linha. Também é disponibilizado o câmbio manual de 6 marchas. A dirigibilidade e a estabilidade continuam como referências dos 911. Versões com tração traseira são equipadas, opcionalmente, com diferencial autoblocante com acionamento mecânico. Também é opcional a suspensão ativa PASM (Porsche Active Suspension Management) nas versões com motor de 3.6 litros e de série nas versões “S”. O sistema de freios foi redimensionado para atender as novas solicitações mecânicas e todas as versões passaram a ter discos com 330 mm de diâmetro nas quatro rodas. Para manter-se ícone entre os esportivos, a Porsche não poupa esforços. Exemplo disso é o pacote Sport Chrono Plus, que ganhou Launch Control (controle de largada) com nova função eletrônica que permite efetuar
arrancadas extremamente rápidas. Para simular, por exemplo, uma largada de corrida, após ativar o sistema, basta pressionar o pedal do freio com o pé esquerdo e acelerar ao máximo com o direito, até conectar o interruptor de aceleração total. Nessas circunstâncias, o regime máximo do motor está limitado a 6.500 rpm. Quando o motorista tira o pé do freio, o câmbio ajusta o nível de deslizamento ideal e o carro acelera no limite, aproveitando ao máximo a tração. A segunda nova função do Sport Chrono Plus, em combinação com o PDK, é um programa que permite dirigir esportivamente. Os tempos de mudança de marcha são significativamente reduzidos − metade do tempo do Tiptronic S. Mais uma prova de a marca alemã estar sempre um passo à frente é a adoção do sistema controlado eletronicamente pelo PTM (Porsche Traction Management). A mudança, exclusiva das versões Carrera 4S e Carrera 4, antes disponível somente no 911 Turbo, torna os novos Carrera 4S e Carrera 4 ainda mais estáveis, graças à transmissão mais pontual e seletiva da potência do motor em circunstâncias dinâmicas. “Uma embreagem multidiscos com controle eletromagnético, substituta do antigo sistema multidiscos viscoso, proporciona respostas rápidas e distribui da forma mais conveniente a potência do motor entre as rodas dianteiras e traseiras. O tempo de resposta é inferior a 100 milésimos de segundo” – justifica o fabricante. É por isso que no mundo Porsche se diz que décadas de estabilidade são um atributo inestimável para qualquer companhia. PORSCHE PRESS
emoção
nome O mudou.
paixão A continua
a mesma.
Eurobike Campinas Av. José de Souza Campos, 1197 Tel. 19 3344 1200
Eurobike Ribeirão Preto Av. Independência, 1853 Tel. 16 3913 1100
6P Foto meramente ilustrativa.
Eurobike. O novo nome das concessionárias Audi One.
As concessionárias Audi One, além de fazerem parte do grupo Eurobike, agora também recebem o seu nome. Um novo estilo de viver a sua paixão, com toda a força, o arrojo e o reconhecimento de um dos maiores grupos de concessionárias de automóveis de luxo do país.
Eurobike São José do Rio Preto Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira,1070 Tel. 17 3354 1300
LALO DE ALMEIDA
40 . Eurobike magazine
prazer
A adrenalina sobe sentidos e sensações à flor da pele o mar está para peixe?
Eurobike magazine . 41
prazer
Pelas águas do marlim Canavieiras, pacata cidade baiana ao sul de Ilhéus, é um dos três melhores lugares do planeta para a pesca do marlim, o lendário peixe de bico que já foi personagem de literatura e é objeto de desejo de pescadores oceânicos de todo o mundo. Em seu rastro, fomos nós POR SIMONE FONSECA | FOTOS LALO DE ALMEIDA
O livro de visitantes da pousada do capitão Shawn Wallace tem assinaturas de ingleses, holandeses,
ucranianos,
venezuelanos,
equatorianos, escoceses, norte-americanos, canadenses.
Todos
que
cruzaram
as
fronteiras de vários países para se lançarem em busca do marlim. Ele próprio, o dono
metros de altura e mudar rapidamente de
da pousada, atravessou meio planeta atrás
rota quando a intuição prenuncia. Como
da notícia de que ali, na costa sul da Bahia,
todo grande pescador, já passou maus
poderia cuidar de um barco pesqueiro. Ali
bocados a bordo de seus barcos, mas não
poderia avistar marlins de espécies raras
pensa em outra vida. Para ele, o mar é seu
para ele.
lar. Todos os dias, salvo raríssimas exceções,
Shawn Wallace nasceu na Austrália, há 42
Wallace parte oceano afora. O horizonte é a
liberou marlins listrados, azuis, brancos,
sua varanda.
sailfishes, dourados, albacoras, atuns. Adora
anos. Filho de pescador, cresceu navegando
pescar, mas não gosta de matar o peixe para
pelas águas geladas de seu país e pescando
Nas suas histórias, Shawn conta que já
exibir como troféu. Essa é uma das principais
na Grande Barreira de Corais australiana.
pescou perto de 1300 marlins, 20 deles
condutas éticas da pesca oceânica: capturar,
Com seu pai aprendeu a linguagem do mar
com mais de 450 quilos. Já viu filhote de
fotografar e liberar. É a lei do “Catch and
e do ar. Sabe reconhecer quando o vento é
tubarão-baleia na barriga de um marlim-
Release”, adotada pela International Game
bom ou quando anuncia tempestade; sabe
negro; já pescou lado a lado com imensos
Fishing Association (IGFA) e é também o
conduzir o leme quando as ondas atingem
e perigosos tubarões-brancos; já fisgou e
princípio de Wallace.
42 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 43
Š Bob Gomel/CORBIS/LatinStock
prazer Shawn é capitão do Adrenalina, embarcação classe Rio Star de 42 pés, 1200 HP e 34 nós, totalmente equipada com carretilhas especiais para a pesca do marlim e carretilhas elétricas para jigging, a pesca de fundo com iscas artificiais. Acompanham suas jornadas o carioca Cuca e o baiano Washington. Apesar de seu português com pouco vocabulário e muito sotaque, a comunicação entre ele e os tripulantes é boa. Washington já está estudando inglês para, quem sabe, se lançar em outros mares. Foi no barco comandado por Shawn que começou a nossa aventura em busca do marlim. Um dos companheiros de viagem era
Bruno
Vicintin,
empresário
mineiro
apaixonado por pesca oceânica que já viajou para o Panamá, a Costa Rica, a Ilha da Madeira e as Ilhas Maurício em busca de marlins. Sua meta é pegar, fotografar e liberar os nove tipos de marlins existentes no mundo.
As águas que cobrem o Royal Charlotte
muito propícias para os grandes marlins,
Já pegou cinco. A cada três meses, Bruno
Bank são das mais azuis, e em alguns
não é tão fácil assim avistar um. Podemos
vem para Canavieiras pescar com Shawn.
momentos
azul-
dizer que seria como ver um leão na selva.
E uma vez por ano programa uma viagem
cobalto. Um passeio por ali é emoção
É preciso uma boa dose de sorte para
a algum lugar do mundo para pescar uma
garantida. Além do marlim-branco, do azul
encontrar e uma sorte ainda maior para fisgar.
espécie que ainda não esteja em sua lista.
e do sailfish, passam por aquelas ondas
Seus próximos destinos são Nova Zelândia
imensos cardumes de atuns, os valentes e
Trazidos pelas correntes originárias do
ou Galápagos, em busca do marlim-listrado,
briguentos dourados e os velozes wahoos.
noroeste da África, os marlins-azuis, brancos
parecem
roxas
ou
e sailfishes chegam à costa brasileira nos
e Havaí, à procura do marlim-azul do Pacífico. Todos os anos, entre novembro e dezembro,
meses de novembro, dezembro e janeiro.
Um dos três melhores pesqueiros do
o Royal Charlotte Bank sedia a etapa do
Pouco se sabe sobre a sua reprodução
mundo
Campeonato Baiano de Pesca de Peixe
e costumes. Costumam nadar sozinhos
O segredo para Canavieiras atrair tantos
de Bico, evento que atrai barcos de todas
ou
amantes da pesca é o Royal Charlotte Bank,
as partes do Brasil e do mundo. Há dois
dois
um profundo e extenso acidente geográfico
anos, a equipe americana comandada
itinerantes,
submerso, a 30 milhas da costa, que provoca
por Shawn foi a vencedora da etapa, com
Aparecem em toda extensão da costa
um refluxo da corrente marítima na sua
um marlim-azul de 378 quilos na foto.
brasileira na época de sua desova e, em
acompanhados da
mesma que
de,
no
espécie. vivem
máximo,
São
nas
peixes
correntes.
seguida, rumam para o norte da Argentina.
vertente norte. Este fenômeno atrai enormes concentrações de isca e, conseqüentemente,
O grande prazer da pesca desse peixe de
grandes espécies de peixes. Descoberto
bico está na bravura com que ele luta pela
A emoção da espera
por navegadores ingleses no século XVII, foi
sua liberdade. Bruno nos contou que é
Quando embarcamos no Adrenalina a
batizado com o nome da rainha da Inglaterra,
o terceiro animal mais rápido que existe,
ansiedade era alta. No dia anterior o mar
Sophie Charlotte. Hoje é considerado um
perdendo apenas para o falcão e o guepardo.
parecia
dos três melhores pesqueiros do mundo.
Apesar de as águas do sul da Bahia serem
palavras do capitão. Bruno e seu amigo
44. Eurobike magazine
uma
“washing-machine”,
nas
Marcelo, mineiro estreante no mundo da
flora típicas de uma bela Mata Atlântica.
pesca de alto-mar, haviam passado mal.
deu sono. Subi para dormir, embalada pelo balanço do barco. Algum tempo depois, uma
Mas mesmo com as ondas batendo,
Assim que saiu do rio e entrou no aberto
movimentação dos tripulantes. Um peixe
avistaram três marlins e pescaram um, com
do
seu
havia mordido a isca. Desci correndo, com
cerca de 150 quilos. Soltaram. Dizem que
navegar, pois furar a rebentação requer
o coração batendo forte. Naquele momento,
a luta entre homem e peixe pode durar horas.
mais empenho do motor e mais balanço
entendi a emoção da pesca. Só de pensar
Ou dias, como expresso no grande livro da
do casco. “O segredo para não enjoar é
que o peixe poderia ser um marlim, toda
vida de um pescador – O velho e o mar,
olhar para o horizonte”, ensinou o capitão.
a sensação de enjôo foi embora, todo o
de Ernest Hemingway, que narra a batalha
E assim, com o olhar distante, me mantive.
cansaço e a moleza da espera. Mas era um
do velho homem do mar Santiago com um
Para chegar em lugar de peixe seriam
atum. Devidamente capturado, transformou-
grande peixe de bico de mais de 5 metros de
mais ou menos duas horas de travessia.
se
mar,
a
embarcação
mudou
comprimento. Na vida real, Bruno nos contou
num
delicioso
sashimi,
fresquinho,
servido com molho de shoyu. Bem-vindo.
que já ficou mais de hora lutando com um
Andar
Os
Dias de pesca são assim mesmo. Uma
marlim e, quanto maior o tempo gasto nesse
pensamentos voam pelo imenso lençol de
grande espera. Aos poucos, começamos
embate, maior é o prazer de vencer o animal.
água, de azul profundo. “Já estamos perto?”,
a aprender um pouco de um mundo tão
no
mar
alto
é
hipnótico.
perguntei ao Cuca. Resposta afirmativa. O
diverso do nosso. Paciência, quietude, olhar
Pílulas de Dramin devidamente ministradas
barco começou a andar bem devagar para
aberto e atento, buscando na imensidão
e lá fomos nós para o porto do rio Pardo.
o “corrico”, tipo de pesca em que a linha
da água algum ponto que se mova. Vimos
Adrenalina içou âncora às oito da manhã.
com o anzol é arrastada pelo movimento
golfinhos, armadilhas de pesca, barquinhos
A paisagem da saída de Canavieiras é
da embarcação. Todas as varas a postos,
de madeira, lanchas para pesca de fundo,
linda; do barco avistamos o centro histórico
esperando pelo ataque do peixe. Sentei-me
mas nada do marlim. Algumas horas depois,
com as casas coloniais dos séculos XVIII
na cadeira de pesca e me amarraram. Fiquei
uma sirene apita: um peixe atacou! Corações
e XIX. Lembranças de uma Bahia do
lá ensaiando para quando o “seu” marlim
aos pinotes. Na hora pensei que o nome do
cacau. Ao nosso lado, mangues e fauna e
chegasse. Passam as horas, sol forte, Dramin
barco é mesmo bem apropriado, Adrenalina. Eurobike magazine . 45
prazer
Desta vez era um belo dourado de 15 quilos. Foi capturado para virar alimento. Estamos dentro da ética da pesca esportiva. Shawn decide praticar um pouco de pesca de fundo. Lança as carretilhas elétricas e tenta fisgar um olho-de-boi ou algum outro tipo de peixe que vive nas profundezas daquela parte do Atlântico. Nada. Volta a “corricar”. As horas passam e nem sinal do marlim. O leão do mar decidiu não aparecer. “É assim mesmo”, dizem os pescadores. Fica
a
esperança
do
dia
seguinte.
Canavieiras Ancoramos no píer às 18 horas. Em Canavieiras não existe horário de verão. O pôr do sol forma um filtro avermelhado por toda a cidade, como um banho de cor. Jantamos 46 . Eurobike magazine
em um dos restaurantes que ficam de frente para o rio e para uma estátua de Iemanjá que abençoa todos os navegantes que partem na direção do alto-mar. Ali, qualquer restaurante é uma boa opção. Escolhemos o Cantinho da Zezé, onde comemos uma deliciosa moqueca de lagosta e ouvimos um pouco da história e curiosidades locais. Apesar
de
estar
num
dos
pedaços
mais badalados da Bahia, Canavieiras permanece distante do turismo de massa. Poderia fazer parte de um roteiro de “slow travel”, um destino sossegado para quem quer descansar olhos e mentes. A maior parte de seus turistas vem para a pesca oceânica e um menor número vem para a pesca de robalo e tucunaré no rio Pardo.
Eurobike magazine . 47
prazer
Canavieiras é a última cidade da Costa
a bela Canavieiras e aqui ancoram suas
do Cacau, está a 115 quilômetros ao sul
vidas. Pelas ruas do centro histórico vemos
de Ilhéus. É formada por ilhas marítimas
alemães, holandeses, franceses, cariocas,
e fluviais, praias e áreas de manguezal
paulistas, capixabas. Um francês abriu um
que cobrem 9 mil hectares e abrigam uma
bistrô; uma portuguesa, um restaurante; um
variada e rara fauna e flora. Fundada em
holandês comprou um barco de pesca, e
1833, cresceu na riqueza do cacau. Dizem
assim uma pequena e pacata babel surge no
que as primeiras mudas da planta vieram da
litoral sul da Bahia, à beira do rio e do mar.
Amazônia e foram plantadas em Canavieiras.
Com a bênção de Iemanjá.
Pela sua história passam também as culturas da cana – daí o nome Cana dos Vieiras, em
Promessa de pescador
homenagem a uma família que cultivava a
Em uma de suas viagens, Bruno decidiu
planta na região –, do coco e da piaçava.
passar sete dias no Panamá. Ficou seis dias sem pescar nenhum peixe. Pensou que
48 . Eurobike magazine
Até hoje a cidade mantém preservados os
fosse voltar para casa de mãos abanando.
casarios coloniais do auge do ciclo do cacau.
No sétimo, fisgou o marlim-negro. Prazer e
Andar pelas suas ruas é como voltar alguns
alívio puros. Disse que a ansiedade cresce
séculos no tempo. Talvez seja essa atmosfera
à medida que os dias passam “em branco”,
que atraia tantos estrangeiros além-mar e
mas que a espera é totalmente recompensada
brasileiros de outros estados que vêm para
quando o famoso bicudo cai na isca.
Eurobike magazine . 49
prazer
No dia seguinte, mais um dia de Adrenalina no mar. “Corrico”, horizonte no olhar para despistar o enjôo, sashimi de atum para enganar a fome. O dia estava lindo. Sol, céu azul e mar um pouco mais mexido. O prêmio do dia foi um badejo de 10 quilos que virou moqueca no jantar. O marlim não deu nem sinal de vida. Quem sabe da próxima vez damos sorte? Bruno, muito prático, diz que é assim mesmo e confidencia, com
um
sorriso
maroto,
que
Shawn
quando soube que ele havia permitido 50 . Eurobike magazine
que fizéssemos uma reportagem de sua aventura em busca do marlim, falou: “Pode ser coincidência, mas sempre que vem alguém fotografar, o peixe não aparece”. Coincidência ou não, nós garantimos a Shawn que ainda voltaremos e pescaremos um grande marlim-azul. Quem sabe um recorde mundial a bordo do Adrenalina?
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prazer
52 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 53
prazer
Dicas de Canavieiras
Não deixe de experimentar os deliciosos pratos de frutos do mar e as saborosas moquecas de peixe. Destaque para o caranguejo, carrochefe da gastronomia local.
Os restaurantes à beira do rio Pardo, no centro histórico, são deliciosos. Destaque para: Cantinho da Zezé, Av. Felinto Melo, no 18; (73) 3284-2885; Casa Verde, Av. Felinto Melo, no 15; (73) 3284-2118.
Um passeio de barco no rio Pardo, para admirar a fauna e flora local, será inesquecível.
Vale um passeio entre os casarios coloridos e uma visita ao museu da cidade. Ou alugar uma bicicleta e andar pelas ruas planas.
Ir à Ilha do Atalaia, onde ficam as praias mais bonitas, e à Ilha das Garças, santuário ecológico. Para se hospedar na pousada do capitão, é só entrar em contato com Shawn Wallace pelo site www.fishingbluemarlin.com
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CAROL DA RIVA 56 . Eurobike magazine
devaneio
N贸s somos o que viajamos
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devaneio
Litoral com brilho nos olhos Ubatuba e São Sebastião. No litoral norte paulista: praias, cachoeiras, ondas e boa mesa podem ser curtidas em refúgios cercados de charme e aconchego, sem perder de vista a cultura caiçara POR EDUARDO PETTA | FOTOS CAROL DA RIVA
Brilho nos olhos. Praia do Félix, Ubatuba,
Flui em paz o Freelander pelo asfalto da
quintal de casa, 4 de novembro de 2008.
Rio-Santos. O tempo fechou e a chuva se
São sete horas da manhã e estou sozinho
entrega ao mundo. Água tranqüila, água
no mar, fazendo o que mais amo na vida.
boa, a regar a atlântica floresta que nos
As ondas estão perfeitas e o nascer do dia
abraça. Verde da Serra do Mar. A muralha.
reflete púrpura no oceano. Um cardume
Ventre mãe gentil, berço do pau de tinta
de golfinhos passa no horizonte, gaivotas
que nos batizou: pátria amada Brasil.
brincam na beira da praia. Minha mulher está nas pedras, fotografando. Meu filho, Tiago,
Algumas curvas adiante, cessa a chuva.
de quatro anos, constrói castelos na areia.
A bruma sobe em cerração, neblina os
Pelas próximas duas semanas tenho uma
espaços. Do outro lado da estrada, ao
máquina de dirigir na garagem e uma missão
final da ribanceira, o mar lambe a costa,
a cumprir: descobrir e revelar esconderijos e
ora a explodir com violência nos rochedos,
belezas do litoral norte paulista para celebrar
ora a derreter-se em ondas murmurantes,
o verão.
acariciando a areia das praias.
58 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 59
devaneio
O sol timidamente volta a brilhar, quando as rodas do Freelander tangem a pequena vila de Picinguaba. Alguns pescadores tecem suas redes, outros vão checar o cerco com canoas de madeira. Na rede de seu Flávio tem budião, corvina e cara-pau. Do barco grande, que chega de alto-mar, perseguido animadamente pelas gaivotas, salta um cardume de sardinhas prateadas. Outros barcos coloridos balançam sem pressa na calma enseada. Tudo é devagar e bonito. Como o café da manhã com vista para o mar da janela da Pousada Picinguaba,
refúgio
freqüentado
pela
sociedade européia. Turistas: o “novo peixe” para
alguns
pescadores,
encarregados
de levá-los a ilhas paradisíacas, como a dos Porcos e das Couves – para onde nos conduz agora seu Flávio. “É o complemento para o sustento da família”, conta o pescador “nascido e criado em cima de uma canoa”. 60 . Eurobike magazine
Nas praias do norte de Ubatuba sobrevive um pouco dessa gente em extinção: os caiçaras. Alguns deles ainda moram pertinho da praia: no Camburi, na Picinguaba, Almada, Puruba. Mas a maior parte vendeu suas casas para os veranistas e migrou para o “sertão”, como é chamado “o lado de lá da estrada”. “Aqui a gente vive tranqüilo, sem perturbação, pode cultivar nossa roçinha”, diz Venturante Assunção, 52, enquanto mexe com a pá a farinha de mandioca no enorme tacho de cobre. O aroma da raiz moída faz levitar os sentidos. “São sete casas de farinha só aqui no sertão da Fazenda”, diz orgulhoso Venturante, que não conhece mais ninguém no mundo com esse nome. Ele está feliz com a chegada da luz elétrica. “Faz um ano. Foi muita luta”, diz, sem parar de mexer a pá. Ao redor da casa de farinha, erguida de pau-apique em barro e bambu: horta, mangueiras, bananeiras, jaqueiras, galinhas cacarejando, a vida caiçara se desenhando. Cem metros Eurobike magazine . 61
devaneio
adiante, um posto da escola municipal com
pelas sete cores de uma saíra, pelas flores
dez computadores. A criançada que corre na
das helicônias, alpíneas e outras espécies
lama de pés descalços logo entra para surfar
tropicais. Tudo é perfume, harmonia. Em
na net via satélite. Depois cansam e vão nadar
Ubatumirim há cachoeiras onde se pode
nos rios e cachoeiras de águas cristalinas,
escolher o próprio poço. E banhar como
que descem por toda a Serra do Mar.
viemos ao mundo. Ter minha família reunida assim numa terça-feira qualquer me leva a
Conheço muitas cachoeiras Ubatuba afora.
pensar no romance incondicional, no amor
A minha paixão, não conte para ninguém, são
pleno que uma família pode ter, ao encostar
as do sertão do Ubatumirim. Para chegar até
os narizes no mesmo beijo, no mesmo sorriso.
elas é preciso contar com as dicas da gente nativa: o Romão, a Celeste, a dona Maria, os
Alma lavada na cachoeira. Nirvana: almoço
meninos. E se embrenhar por veredas que
no Bar do Ulisses – o lugar onde eu levaria
apenas eles conhecem o traçado. Ubatumirim
o meu melhor amigo – na longa praia de
é um mergulho no túnel do tempo. As
Ubatumirim. É só seguir as setas: bobó
árvores altas e grossas vicejam com suas
de camarão, moqueca de peixe, mariscos
bromélias, orquídeas e samambaias. O
frescos e, a especialidade da casa, grelhados
silêncio da mata só é quebrado pelo canto
de frutos do mar preparados na hora. No
do tucano, o chamado do pica-pau, o piado
Ulisses, você fica com os pés na areia a
do jacu. O monocromático verde vez por
poucos passos do encontro do rio com o
outra é rompido pelo sangue de um tiê,
mar. Dá para se quedar horas vendo a vida
62 . Eurobike magazine
passar, empinar pipa com o filho, vários copos brindar. Por onde olhar: ilhas. E o sonho de um tempo da vida, ilhado em Ubatuba ficar. Aonde? Com os caiçaras na Puruba, em que é preciso atravessar o rio para chegar ao mar? Sozinho na Brava da Almada ou na Brava do Camburi, nas quais só chega quem caminhar? Olhando o continente na Ilha do Prumirim? A resposta é onde o coração mandar, desde que seja no ritmo caiçara. Para eles, tudo tem um tempo e um propósito debaixo do céu. Tempo de amar, de nascer, de morrer. Fiquemos com o de viver. E atrás da vida, prosseguir viagem. Ubatuba no espelho retrovisor do Freelander, rumo sul. Duas horas de Rio-Santos depois, São Sebastião. Haverá refúgios no pedaço mais disputado do litoral paulista? “Pousada Ilha de Toque-Toque”. A placa chega rápido.
Eurobike magazine . 63
devaneio Ubatuba no espelho retrovisor do Freelander,
restaurante onde é servido o café-da-manhã,
rumo sul. Duas horas de Rio-Santos depois,
sobra espaço para as retinas desfilarem no
São Sebastião. Haverá refúgios no pedaço
oceano. Na suíte vip, o ofurô descansa o
mais disputado do litoral paulista? “Pousada
corpo em água caliente. “Os clientes chegam
Ilha de Toque-Toque”. A placa chega rápido.
aqui e não querem mais sair”, explica Edson
“Aguarde no acostamento e vire à esquerda”,
– o que não precisava ser explicado. Sua
me instruiu Edson, o dono desse esconderijo
história é o desejo de muita gente. Largou o
para casais ou famílias. É ele, sorriso no
escritório de advocacia em Sampa e montou
rosto, que nos recebe na porta. Encravado
a pousada dos sonhos ao lado da esposa
no morro com vista para a ilha e a praia
Renata. O diploma da USP decora a recepção.
de Toque-Toque, o local é um charme. Da varanda dos apartamentos, ou das mesas do
64 . Eurobike magazine
Após uma noite embalada pelo som do mar, fomos conferir uma das areias menos pisadas de São Sebastião: Calhetas. Para chegar lá é preciso deixar o carro na rodovia e descer por dentro de um condomínio de altíssimo padrão. A praia surpreende: rochas enormes e mar por ambos os lados. “Amor, você quer nadar na da direita ou na da esquerda?”. “Pode ser nas duas?” Em ambas não havia viva alma. Apenas ondas batendo nas rochas, e mar pra tudo que é lado.
Eurobike magazine . 65
devaneio
Mar em dia sereno, convite para passeio de barco pelos caminhos líquidos de São Sebastião. Há tantos lugares pra ir: a Brava de Boissucanga, com seus chapéus de sol e abricoteiros, sombra, água fresca e boas ondas; a ilha do Montão de Trigo, isolada do mundo, perfeita para mergulho; e as irresistíveis prainhas de areia branca e mar transparente da assim chamada: “As Ilhas”. Um lugar longe o suficiente do continente para perto estar do silêncio, do sossego, do devaneio. Lugar onde o dia acaba com o sol dando um beijo no mar, inspirando a gente a sair a procurar as pessoas de que gosta para imitar o gesto: beijar, amar, rolar, pular, brincar, ser criança.
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E assim acabamos conhecendo outro roteiro romântico: o sertão de Barra do Una. Sim, aqui também há sertão, há paixão, e o rio do Una, a descer a serra serpenteando em cascatas, correndo com suas águas geladas sobre pedras redondas, formando poços e mais poços para afogar os problemas, as crises, e se lembrar das coisas boas da vida. Coisas esquecidas, que no fundo a gente sabe que estavam dentro de nós. E que só precisam de amor pra fluir. E quando a fome apertar, em Cambury irá desfrutar: “Casquinha de siri, lulas grelhadas, polvo ao alho com salada morna de batata e cebola em molho de tomate e páprica,
Eurobike magazine . 67
devaneio
camarões-rosa à provençal e o ouro da casa: arroz de bacalhau com banana assada”. Dava para escrever um livro só com as receitas de Edinho Engel e seu paisagístico Manacá, que acaba de completar vinte anos de história. Foi o que ele fez. Chama-se O cozinheiro e o mar. Quem também tem história para contar e talento para gastar é a chefe Lina Borges. Após sete anos pilotando as panelas do Manacá, Lina acaba de reabrir a cozinha da Framboesa. Doceira mais famosa de Cambury (foi ela quem fez o bolo do vigésimo aniversário do Manacá), Lina ganhou a ajuda da filha, Ceres, que após passar quatro anos no Txai Resort, em Itacaré, na Bahia, trouxe a força e o axé que a mãe precisava para voltar a adoçar a vida da freguesia. Das receitas doces e salgadas de dar água na boca, duas são imperdíveis: o ceviche de pescada e a exótica panacota de iogurte 68 . Eurobike magazine
com goiabas frescas caramelizadas sobre cama de goiabada casc達o derretida, com a qual fechamos a noite e o fim de semana sonhando com framboesas vermelhinhas.
Eurobike magazine . 69
devaneio
Segunda-feira, dia 18 de novembro de 2008, praia de Maresias vazia, céu cinza carregado de nuvens. Ontem, sol e muita gente bonita. Hoje, ressaca, chuva, vento, ondas de quatro metros de altura. O tempo, a época e o dia da semana podem tornar qualquer praia um refúgio, ou vice-versa, penso, te aviso. E penso em ir embora. Mas recebo um aviso. Ao celular, meu amigo Edilson Assunção, o Alemão de Maresias. “Fica. Hoje vai rolar o campeonato brasileiro de tow-in”. Para os leigos, tow-in é igual a: surfe em ondas gigantes puxadas por jet ski. Ficamos. Começa o campeonato. Uma adrenalina sem tamanho toma conta das pessoas na areia. O Havaí é aqui! Os surfistas desafiam as ondas, andam dentro de tubos enormes, um espetáculo de arrepiar. Após cada onda, os atletas são resgatados pelos parceiros e levados nos jets para o outside (altomar) e voltam a descer aquelas montanhas aquáticas. Na disputa, campeões mundiais como Eraldo Gueiros, Carlos Burle e Rodrigo Rezende. A premiação é alta: um jet ski novinho e 8 mil reais para a dupla vencedora. Terça-feira, duas da tarde. Muitas baterias depois,
temos
os
campeões:
Silvinho
Mancuzi e meu amigo, Edilson Assunção, Alemão de Maresias, um menino de 39 anos, que festeja a primeira conquista de sua carreira. No pódio, meu menino Tiago comemora no colo de Alemão a vitória. O sorriso do moleque cicatriza em minha alma. Coisa de brilho nos olhos mesmo. 70 . Eurobike magazine
Eurobike magazine . 71
devaneio Atrações Ubatuba
Onde ficar
Trilhas e passeios de caiaque para Ilha do Prumirim e Puruba: (12) 9144-5541 ou (12) 3845-1233 (com Horácio).
Ubatuba Itamambuca Eco Resort (Itamambuca): (12) 3834-3000. www.itamambuca.com.br. Perfeito para quem vai com a criançada.
São Sebastião Passeios para As Ilhas e Montão de Trigo: agendar barcos com Marina Canoa, na Barra do Una: (12) 3867-1313.
Pousada Picinguaba (Picinguaba): (12) 3836-9105. www.picinguaba.com. Mais recomendado para casais.
Tuim Parque – Passeio de Caiaque e trilha pelas cachoeiras do Sertão do Una: (12) 3867-2097.
São Sebastião Pousada Ilha de Toque-Toque: (12) 3864-9110. www.ilhadetoquetoque.com.br. Refúgio para casais, que aceita crianças. Villa Bebek (Camburizinho): (12) 3865-3320. www.vilabebek.com.br. É o que oferece melhor estrutura na região. Não aceita menores de 12 anos. Juquehy Praia (Juquehy): (12) 3891-1000. www.juquehy.com.br. É onde a criançada vai se divertir mais.
Dicas Onde comer Ubatuba Bar do Ulisses: (12) 9765-7426 / (12) 8113-1434. Praia de Ubatumirim, s/no. Papagalli: Centro (12) 3832-1488. Quinta a domingo. Pizzaria São Paulo: Centro (12) 3832-7457. É estranho falar de pizza no litoral, mas essa redonda desce macia. Fecha às segundas. São Sebastião Manacá (Cambury): (12) 3865-1566. Quinta a domingo. Reservar. São 20 anos de tradição em frutos do mar e boa mesa. O paisagismo do restaurante é lindo. Framboesa (Camburizinho): (12) 3865-1113. Estrada do Cambury, s/no. Experimente a casquinha de camarão e o ceviche; a caipirinha de maracujá, laranja e gengibre; e não ouse perder as sobremesas de dona Lina. Badauê (Maresias): (12) 3863-3028. Belo serviço de praia pé na areia.
72 . Eurobike magazine
A melhor época para visitar a região é desde logo após o Carnaval até junho, quando o outono deixa o céu de um azul límpido, chove quase nada e as praias estão vazias. Não deixe de visitar os sertões e a Serra do Mar de Ubatuba e São Sebastião, onde se escondem cachoeiras e trilhas belíssimas na Mata Atlântica. Não vacile com seu carro em Maresias na temporada e finais de semana. Se você não quiser ser infeliz e pegar um trânsito monstro, evite os feriados, Carnaval e Ano-novo, ou escolha os horários alternativos para viajar. Se você for ao Bar do Ulisses em Ubatumirim, tome uma gelada por mim.
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