Revista Boat International Brasil - Número 001

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163 PÉS DE ELEGÂNCIA E GLAMOUR

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COMPARATIVO:

super barcos

E MAIS: NUMARINE 102, PERSHING 80, SCHAEFER 620, FERRETTI 750, AZIMUT 60, INTERMARINE 65

INTERNATIONAL

AIFOS

ED 01 / R$20,00 FEVEREIRO 2012




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June 22, 2012 opera house – monaco

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sumário 16 News

Oceanco, Strand Craft, Target 106, Ferretti 820, Fairline Squadron 80

26 Vitrine

Londrina Carioca, Som de luxo, Tempo sob controle, Olhar glamouroso

32 Aifos

Um sonoro “não” para a conformidade reinante

46 Roxane

Prático e perfeito para curtir férias a bordo

56 Caramel

Design, agilidade e estilo

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64 Trimaran

Um futuro sustentável

70 Azimut 60

Italiana à moda brasileira

76 Pershing 80 O casamento entre luxo e performance

82 Schaefer 620 Precisão milimétrica nos detalhes

88 Ferretti 750

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Proporcionando vistas panorâmicas

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94 Os mais velozes

104

Os Jets que têm muito mais a oferecer além da velocidade final

98 Intermarine 65

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Única da categoria com 4 cabines fechadas

104 Comparativo 4 super barcos para você conhecer

116 Verde em todos os tons

A preocupação com o meio ambiente no mundo náutico

126 Destino

Internacional Phuket, a fascinante jóia da Tailândia

134 Gastronomia Irreverência reverenciada

138 Moda

Biquíni - sucesso mundial do produto nacional

142 Havaianas

Tão popular quanto sofisticada

144 Beaux

Beleza e relax no Rio

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editorial

Nada melhor do que o verão brasileiro para anunciar o desembarque da Boat International em território nacional, a mais conceituada revista de barcos do mundo. Nosso mercado vem apresentando consecutivas e acentuadas linhas ascendentes nos últimos anos. O crescimento de nosso país é destacado pela mídia global, somos agora a sexta maior economia mundial e a segunda maior economia das Américas, ficando apenas atrás dos Estados Unidos. De acordo com a Forbes, o Brasil é o 9º colocado na lista de bilionários, e é representado por 30 nomes, sendo que 12 deles foram incluídos nesta lista durante o ano de 2011. O crescimento sólido de nossa economia é certo, a insaciável busca por qualidade de vida também. Nossos bons momentos na economia aliados à forte conexão do brasileiro com o mar, geram um grande crescimento do mercado náutico a cada ano que passa, afinal, não é uma joia, um carro superesportivo, nem mesmo um avião ou um helicóptero que nos remetem

para fora de nossos ambientes comuns, e sim o barco, que é a válvula de escape de uma rotina não tão tranquila para aqueles que estão, a todo momento, gerando riquezas ou administrando grandes patrimônios. Não há dúvidas de que o barco ocupa o topo da pirâmide do mercado do luxo se tornando o primeiro na lista dos itens mais desejados entre os consumidores deste mercado. Todos os fatores elencados nos parágrafos acima, até então, refletiam na carência de um conteúdo exclusivo e restrito, seguindo uma linha editorial voltada à real sensação de luxo e glamour, e isto é o mínimo que podemos oferecer à este seleto público, ao qual você, leitor da Boat International, pertence. Tudo isso agora está aqui, ao nosso lado, no nosso idioma, na nossa própria Boat International. Não há melhor momento, a hora é agora, Enjoy. Boa leitura!

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Thursday 21 June – sunday 24 June, 2012

www.superyachtrendezvous.com A celebration of yachting life, exclusive to superyacht owners, their families and friends

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Victoria Lister I Commercial Director

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BOAT INTERNATIONAL BRASIL Rua Helena, nº 280, Conjunto 505 Vila Olímpia, São Paulo, SP – Brasil – Cep: 04552-050 tel: +55 (11) 3846 2364 www.boatinternationalbrasil.com.br Edição 001 • FEVEREIRO 2012

Publisher Caio Marcio Lopes Ambrosio Diretor

de publicação

Daniel Ambrosio

daniel.ambrosio@boatinternational.com.br

Diretor

executivo

Caio Ambrosio

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Diretor

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Pedro Ambrosio

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Tradução e redação Conrado Kowarick Redação Marta Toledo Nina Morais Rafael de Freitas Editora de lifestyle Estela Craveiro

Diretora de arte Júlia Melo Assistente de arte Beatriz Possebon Assistente de produção Kadu Abreu Colaboraram

nesta edição Marcelo Chula Tchello Brandão Vanessa Gianelli

Executivos de negócios Paulo Manetta Ricardo Alexandre Assessoria

de imprenssa

Adriana Fernandes

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Oceanco 90m

Com um projeto inovador, esta OCEANCO projetada por Luiz de Basto traz um vibrante contraste entre o vidro e o alumínio

Explorando os últimos avanços na tecnologia do vidro, o Oceanco DP009, de 90 metros, projetado utilizando uma nova plataforma desenvolvida pelo estaleiro holandês, conta com uma espetacular superestrutura inteiramente construída em vidro refletivo sobre outra em alumínio. Isto faz com que internamente se obtenham vistas totalmente desobstruídas, do piso ao teto, não só para o convés de popa, mas também nas laterais. O projeto inovador separa o convés de popa das passagens laterais usadas pela tripulação, oferecendo privacidade total nos dois convéses superiores os quais são dedicados exclusivamente aos proprietários e seus convidados. Esta área privada conta também com uma jacuzzi instalada na varanda, proporcionando uma vista exclusiva para a proa. Projetado por Luiz de Basto para ser reconhecido como um verdadeiro Oceanco, pela sua arquitetura, linha e proporções perfeitas, o convés de popa conta com uma piscina que pode ser convertida em uma área de pouso para helicópteros através de um fundo móvel. Aprofundando o uso do vidro em situações inesperadas www.boatinternational.com.br 17


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ainda no design do interior, o elevador e a escada principal também utilizam o material. A sala de comando conta com um skylight de vidro, bem como o piso das estações de comando externas, garantindo luz natural e uma sensação sem igual de espaço e contato com a natureza. O conceito faz com que a divisão entre espaço interno e externo praticamente não exista. Este novo conceito foi especificamente utilizado para maximizar as oportunidades de vida ao ar livre e o contato direto com o ambiente marítimo. As áreas externas são tão agradáveis como as internas e um dos pontos altos do projeto é o uso do amplo terraço do convés principal com uma grande área coberta destinada para as refeições. Uma forte sensação de individualidade e intimidade é o tema do extraordinário arranjo interno o qual divide os 4 camarotes de hóspedes no convés principal, da suite VIP no convés da ponte de comando e a 18 www.boatinternational.com.br

suite master estrategicamente localizada no convés superior onde a vista é totalmente desobstruída e a privacidade é total. O perfil exibe uma vibrante mistura de contraste e homogeniedade entre o vidro e a superestrutura de alumínio. O constante diálogo de formas entre os dois elementos dá ao projeto uma imagem de leveza e estética agradável, dificilmente conseguida em um mega iate de 90 metros. O perfil de 6 convéses, que mesmo num iate de 90 metros resulta numa altura excessiva, é habilmente disfarçado pela ausência do segundo parabrisa no nível da suite do armador, pela linha descendente da casaria que esconde a varanda e termina na sala de comando criando um skylight. Um item com prioridade total no desenvolvimento deste iate é a flexibilidade dos espaços conseguida através da criação de 3 áreas de embarque: através da plataforma de popa, a meia nau com uma plataforma de abaixar dando diretamente na escadaria interna e


OCEANCO DP009 Comprimento Total 90 m Boca Máxima 14.50 m Velocidade de Cruzeiro 14 nós Velocidade Máxima 19.5 nós Autonomia 5000 nm @ 14 nós Motores Principais 2 X motores Marine diesel Aprox 3600 KW Truster de Proa 1 X 430KW Truster de Popa 1 X 400KW

pela escada de apoio lateral. Além disso existem duas portas de levantar na garagem, ainda no convés inferior, o qual pode acomodar 2 barcos de apoio de 10 metros e de 6 a 8 wave runners. A marca registrada do designer e sua busca por inspiração na natureza, aparecem de uma forma simbólica quando se olha a embarcação de cima. As estações de comando externas criam uma forma que se assemelha a um tubarão martelo, formando um contraste dinâmico entre os outros níveis. A missão impossível oferecida por este iate são as linhas externas alongadas, e amplos espaços externos. À primeira vista pode parecer um conceito futurístico mas que na verdade é totalmente fundamentado na avançada tecnologia disponível atualmente.

www.luizdebasto.com / www.oceancoyacht.com

Deslocamento 2800 t Tanques de Óleo 271.000 l Tanques de água 113.000 l Classe Lloyd’s Register of Shipping Notação de Classe 100 A1 PASSENGER SHIP, LMC, UMS, SCM, EP. Notação de Bandeira Passenger Iate Code (PYC) Iate de passageiros irrestrito envolvido em comércio

Luiz de Basto nos últimos 15 anos assinou mais de 120 projetos para mais de 40 estaleiros em 15 países. Foi finalista 12 vezes em premiações de design, das quais ganhou 6. O mais recente foi o conceituado The International Yacht Awards 2011, by Design et AL, Concept Design Over 50 meters.

Material de Construção Casco de Aço com superestrutura de Alumínio e Vidro Design Exterior DeBasto Designs Estaleiro/ano Oceanco Iate /2012

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Strand-Craft

Inspirada nas linhas futuristas dos carros esportivos, a nova série de super iates Strand-Craft, projetada por Edward Gray, possui luxuosas dependências e um brinde que chega a 375Km/h O incrível novo design para Open iates causou tanto interesse no mercado que a Strand-Craft decidiu terminar o projeto técnico final o mais rápido possível. Juntamente com a Gray Design, que fez a primeira versão do projeto, eles escolheram para essa tarefa a Nedshipgroup, sedeado em Antália, Turquia. Passando por iates completos, algumas outras possibilidades apareceram nos projetos, então o grupo decidiu lançar uma nova série que deriva do projeto inicial. A história está terminando agora em 3 modelos de iates StrandCraft. O SC 133 (40m), o SC 166 (50m) e o SC 199 (60m), que juntos possuem características únicas: ^ Todos os 3 modelos são entregues com um carro super esportivo. O Grupo optou pelo novíssimo e limitado Porshe 918 Hybrid Spyder,

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que também possui um alto desempenho e qualidade assim como o iate (outros carros serão opções). O carro estará localizado na garagem e possui um exclusivo sistema de desembarque. ^ Um iate não deve apenas parecer rápido, ele deve ser rápido. Portanto o proprietário pode escolher entre diferentes pacotes de motorização, podendo atingir velocidades de 30 a 50 nós (dependendo do modelo e dos motores). Todas as soluções de propulsão serão combinadas a jatos Rolls Royce KaMeWa. ^ Independente da escolha, todos eles serão construídos em compósito de carbono epóxi para manter o menor peso possível, o que efetivamente será essencial para um alto desempenho e uma boa economia.


Os modelos SC 133 e SC 166 terão uma espreguiçadeira conversível na popa, assim como em carros antigos, sobre o compartimento de carga. Ou no SC 199, onde na popa temos uma piscina de 6 m x 4 m abaixo do solário. Além disso, este modelo oferece todas as áreas internas integradas; uma delas inclui uma jacuzzi e duas varandas. Um verdadeiro iate open para festas e eventos. E por último, mas não menos importante, o SC 199 ainda tem uma opção de otimização de autonomia que permite um alcance de cerca de 2.600 milhas náuticas. Você já viu um recurso assim em um SuperIate Open? A Nedshipgroup já está apta a receber pedidos e começar a produção para proprietários e entusiastas com estilo de vida.

www.nedshipgroup.com www.boatinternational.com.br 21


news Nova Sunseeker de 91 pés debuta no Boat Show de Londres A nova Sunseeker 28 m de 91 pés fez sua estréia mundial no London Boat Show 2012, realizado entre os dias 6 e 15 de Janeiro em Londres. Com seu novo design elegante e inovador a Sunseeker lança sua próxima geração de iates. A característica mais notável no design da parte exterior são as janelas no convés principal. Essas janelas têm a altura total do salão sem qualquer pilar de divisão. As janelas se mesclam com a porta que dá acesso a praça de popa, dessa forma os hóspedes e convidados podem desfrutar de excelentes vistas panorâmicas de dentro do salão, com este novo estilo de solução. Áreas sociais além do salão principal, incluem a praça de popa onde os hóspedes podem relaxar e descontrair, um espaçoso solário de proa com novas e aconhegantes almofadas perfeitamente adptadas aos novos assentos, e o destaque final para o hard top todo em fibra de carbono que oferece mais espaço para o convívio a bordo. O flybridge

pode ser customizado pelo proprietário para incorporar recursos como espreguiçadeiras, uma banheira de hidromassagem e mesa para jantar. Cada nova Sunseeker 91 pés pode ser personalizada para atender as necessidades específicas do proprietário, que tem à sua disposição toda uma nova linha de mobiliário da coleção Sunseeker 2012. Duas escadas individuais levam às acomodações que incluem duas cabines VIP e uma cabine master completa. Cada cabine terá agora sua grande janela, promessa de tornar-se marca registrada da Sunseeker.

www.sunseekerbrasil.com.br

Fairline lança carro-chefe A Fairline voltou à prancheta para começar a desenhar sua nova top de linha, a Squadron 80. A Boat International teve acesso à mock-up em tamanho real no estaleiro e conversou com o CEO Derek Carter sobre o futuro da marca. ”Queríamos começar com a prancheta limpa e decidir como poderíamos produzir uma 80 pés com volume significativamente maior, num barco que poderia ser navegado por apenas duas pessoas”, explica Carter. A parte traseira é apenas uma das várias inovações de design que a Fairline incorporou a este modelo, destinado a substituir a badalada Squadron 78, que vendeu 85 unidades durante seu ciclo de produção, que termina este ano. A equipe de projetistas repensou completamente o layout interior. A primeira Squadron 80 deve ir para água em 2012. De qualquer forma as especulações são positivas. Este será um modelo significativo e empolgante em uma faixa de tamanho competitiva – no final do ano passado, a Fairline já tinha encomendas para seis Squadron 80. 22 www.boatinternational.com.br

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news

Revolução Brasileira Novo projeto da MCP Yachts, a Target 106 tem o design mais arrojado já feito nas pranchetas do estaleiro. Nove em cada dez releases de iates prometem “potência aliada à beleza e conforto”. Se é cedo para falar em potência – o barco ainda é um projeto – o estaleiro paulista MCP definitivamente não exagera quando fala em estilo, exuberância e design em sua nova Target 106. Construído em alumínio naval, esse iate tem um estilo que definitivamente quebra os padrões dos grandes iates construídos por aqui. Se estamos acostumados a ver trawlers com visual mais conservador, a Target 106 vai em direção oposta, cheia de personalidade com linhas agressivas e um design inconfundível.

O estaleiro ainda não revelou nenhum detalhe do projeto interno além das plantas. Mesmo no convés inferior, onde seria mais improvável, a luz externa encontra seu caminho, por meio de um recurso conhecido como iluminação zenital, bastante em voga na decoração de ambientes. A Target 106 possui outro diferencial, sua propulsão por hidrojato triplo. Usando um sistema semelhante ao usado nos jet-skis, o estaleiro conseguiu diminuir o calado do barco para apenas 1,3 metros.

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Novo projeto Ferretti 870 A Ferretti Yachts expande ainda mais sua linha de “grandes” barcos oferecendo conforto, recursos esportivos e maior espaço a bordo. Com comprimento total de mais de 26,5 metros, este modelo lhe permite desfrutar totalmente do espaço de uma grande Ferretti. O novo projeto está disponível na versão standard, roll bar ou hard top, dependendo do gosto do proprietário. Uma nova e importante realização pela Ferretti no segmento de grandes iates. A Ferretti 870 será apresentada até o meio do ano e é outro excelente resultado de um trabalho realizado entre Studio Zuccon International Project, AYT - tecnologia avançada de iate, o centro Ferretti de pesquisa e design naval, juntamente com a equipe de arquitetos e designers do Centro Stile Ferrettigroup. “Este novo projeto é um significativo passo e nos fortalece ainda mais na linha de grandes barcos” - explica Alessandro Tirelli, gerente de marcas da Ferretti.

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vitrine

por Estela Craveiro

Londrina carioca Jardim Botânico, uma toalha de linho em verde vibrante, e novas tonalidades nos shorts de praia são os hits de verão da FB Collection Agora, os modelos Leblon e Trancoso 1 são encontrados em azul turquesa, verde, azul marinho e vermelho. E a Copacabana Edition 2 , versão estampada do Trancoso, ganhou turquesa, laranja e lilás em substituição ao preto das ondas do calçadão de Copacabana. A Jardim Botânico 3 completa a linha de toalhas composta pelos modelos Pepê, Joatinga, Posto 10, Fasano e Arpoador 4 . Elas secam rapidamente, e, abertas, acolhem duas pessoas deitadas e várias sentadas. Operando em Londres, a FB também faz equipamento para frescobol, esporte brasileiro muito praticado no Rio de Janeiro, onde a grife começou em 2005. É daí que vem o FB da marca. O conjunto Lopes Mendes 5 (homenagem à praia de Ilha Grande) traz duas bolas de borracha e duas raquetes de retalhos de madeiras certificadas. Vendidos em lugares como a Selfridges, em Londres, o Le Club 55, em Saint-Tropez, e o Mood Beach, em Mallorca. No Brasil os produtos FB são encontrados na loja do Copacabana Palace, no Rio.

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Som de luxo Desembarcam no Brasil as “Obras de Arte” da Karman Kardon, os brinquedos de gente grande integram a coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque

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Para felicidade dos que fazem questão de som de boa qualidade em qualquer situação, acabam de chegar ao mercado nacional o Soundsticks III 1 , da Harman Kardon, e o Q701 2 , da AKG, ambas marcas do grupo norte-americano Harman. De tão belo, o sistema 2.1 Soundsticks III integra o acervo do MOMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) e é o máximo em som para computador, compatível com iPod, mp3, iPhone, iPad e mp3 player, com seus oito alto-falantes Odissey e subwoofer de 4” com 20W de potência. Tem controle independente de graves, teclas de volume e mudo sensíveis ao toque, e as caixas satélite podem ser posicionadas em vários ângulos. Já o headphone de alta fidelidade Q701, da linha assinada por Quincy Jones, proporciona total privacidade sonora. Feito para uso pessoal, com características profissionais, em formato 3D, para confortável encaixe nas orelhas, possui suporte almofadado de couro.

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vitrine

por Estela Craveiro

Tempo sob controle

Celebrando 35 anos a Raymond Weil traz um espírito dinâmico e inovador buscando inspiração na música e colocando lado-a-lado a inspiração do designer, do compositor e a precisão do relojoeiro

Em apenas 35 anos de existência, a suíça Raymond Weil, que leva o nome de seu criador e pertence à família, fez dos seus relógios sucessos mundiais. A grife acaba de desembarcar no Brasil. Entre os 35 modelos disponíveis aqui, o carro chefe é o Nabucco Va, Pensiero 1 , inspirado no coro da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. Com caixa em titânio e aço inoxidável, aro de titânio e PVD preto, cristal de safira com tratamento anti-reflexo protegendo o mostrador, o modelo resiste a até 200 metros debaixo d’água. Possui cronógrafo com movimento automático e reserva de energia de 46 horas. E é um show de elegância com sua pulseira de borracha revestida de couro de crocodilo. Os modelos Rose gold on leather 2 e Steel on leather 3 da coleção Maestro, e os modelos Steel and Titanium 4 e Rivoluzione 5 do Nabucco estão disponíveis sob encomenda nas finas lojas do ramo em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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Olhar glamouroso Com know-how artesanal, experiência e constantes pesquisas a Fendi deixa sua marca por onde passa esbanjando criatividade, design e inovação

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A it bag Baguette, cobiçada bolsa lançada pela Fendi em 1997, inspirou a criação do perfume Fan di Fendi 1 , que, por sua vez, inspirou a criação dos óculos de sol Fan di Fendi. De fragrância floral, a eau de parfum com notas de rosa damascena, tangerina da Calábria, jasmim amarelo e couro tem em seu frasco retangular a réplica da logomarca da grife italiana do grupo LVMH, também reproduzida na conexão entre as lentes e as hastes dos óculos. São dois modelos de acetato preto, ambos com armação quadrada, cantos levemente curvos e cor de ouro no interior. O modelo FS5206FF 004 2 traz reflexos dourados nas lentes, que são pretas no modelo 5206FF 003 3 . Sucesso no inverno do hemisfério Norte e no verão brasileiro 2012, distribuídos pela Marchon.

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AIFOS

CONSTRUÍDO SOB ENCOMENDA PARA UM ARQUITETO NAVAL, ESSE SUPERIATE DE 49,7 METROS ATINGE 24 NÓS, REINVENTA E CONTA ATÉ COM UM BEACH CLUB NA POPA. REUNINDO ESTILO, CONFORTO E VELOCIDADE, ELE TEM A CARA DOS PROPRIETÁRIOS QUE SABEM EXATAMENTE O QUE QUEREM DO MAR texto: Amanda McCracken e Conrado Kowarick fotos: Jeff Brown/SuperYacht Media

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A I F OS

O designer e arquiteto Giorgio Vafiadis ultrapassou os limites do design neste yacht, o primeiro todo feito de alumínio construído pela CBI Navi. Fique atento para mais novidades sobre novos modelos ainda este ano 32 www.boatinternational.com.br

Eu nem me lembro da última vez que precisei olhar para fora de um superiate, com vento forte soprando para saber se ele está navegando ou ancorado. Prova da solidez e da navegabilidade do Aifos, um iate de 49,7 metros, o primeiro em alumínio com o selo MCA a ser produzido na CBI Navi em Viareggio, na Itália, desde que o estaleiro passou a fazer parte do Grupo Fipa, que reúne também outros três nomes de luxo: Maiora, AB Yachts e Intermare. O Aifos foi feito sob medida, um custom yacht que quebra todas as regras no que se refere ao uso dos espaços a bordo. Ele é um sonoro “não” de um proprietário experiente para a conformidade reinante. Esqueça o luxuoso salão tradicional de entrada, com uma grande escada e elevador, ainda comuns em iates deste porte. No lugar, você vai encontrar um espaço pensado para a família, com áreas sociais e privativas bem separadas. Sem falar no ótimo aproveitamento das áreas externas, principalmente na popa. Mas isso não é tudo, o dono também queria um iate que superasse os 20 nós e tivesse uma boa autonomia em cruzeiro. Para conseguir tudo isso, o peso tornou-se uma preocupação fundamental. Você só consegue saber se um iate é bom mesmo depois que ele foi entregue e fez sua viagem inaugural, normalmente um cruzeiro de uma semana ou duas, mesmo que seja por perto, para facilitar a volta ao estaleiro e os acertos finais, mas não com o Aifos. A família do proprietário embarcou direto do estaleiro para uma viagem de 56 dias e um cronograma extenuante, que incluía pernoites em cruzeiro, viagens durante o dia e um itinerário pelo mar Egeu e Mediterrâneo. Para nossa boa surpresa, depois de tudo isso, encontramos um capitão ainda sorridente quando embarcamos.

Com o perdão dos feios, a primeira impressão de um iate é fundamental. O Aifos, posado num fim de tarde com um pôr-do-sol de cartão postal em Atenas certamente preenche todos os requisitos de um barco bonito. O visual é bem marcante, com janelas de vidros enormes e escuros nos conveses principal e superior e outras mais clássicas para as cabines de convidados e áreas de trabalho, todas elas desaparecendo em um chine sólido. Sim, o barco nasceu na Europa e seu casco é todo negro, com uma superestrutura em tom de cinza chumbo sobre o convés principal, o que ajuda a reforçar o visual forte, com a visão aérea lembrando uma mortífera arma de metal. O apreciador que se dedicar a seguir seu estilo anguloso vai logo perceber que o barco é muito alto, sinal claro que seus 49,7 metros são bastante volumosos. O que não se revela à primeira vista é a enorme quantidade de tempo e expertise que foi colocada no desenvolvimento desse iate, e ainda mais especialmente no design do casco. Sergio Cutolo, da HydroTec Creative Arquitetura Naval, que desenvolveu as linhas do casco, o pacote estrutural, mecânico e hidráulico completo, explica que trabalhou literalmente sob encomenda, de um dono focado no que queria. “Desde a primeira vez que eu conheci o dono do Aifos, seus pedidos foram muito claros... ele queria um iate veloz e bom de mar. Ele pediu um casco que pudesse atingir 20 nós em um mar sob ventos Força Quatro na escala Beauford (15 nós e ondas de 1,5 metros), com uma aceleração da proa de 0,4G”. Traduzindo o linguajar de um arquiteto naval, ele queria um iate extremamente estável. Para atender a esse pedido, Cutolo recorreu a estudos que ele tinha feito para barcos menores e muito valen-


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tes, geralmente utilizados em patrulhas em alto-mar. Ele enviou três desses projetos para a Universidade de Gênova, onde foram feitas as previsões teóricas de arrasto e aceleração. Depois que o design básico do casco foi aprovado pelo dono, testes de água feitos com uma miniatura em escala no Instituto Krylov, em São Petersburgo, na Rússia, confirmaram as previsões teóricas. “Abaixo da água, o casco tem seções muito profundas na região da proa, para melhorar a navegabilidade em águas agitadas, mas também para dar um ângulo bem agudo na linha d’água. Já à meia-nau, esse ângulo é maior, assim como a boca, para aumentar a estabilidade. As seções vão se tornando mais planas rumo ao espelho de popa, com a linha final subindo levemente. Na popa, o casco é bastante plano. Com tudo isso, a eficiência do casco se mantém, mesmo em baixas velocidaes”, diz Cutolo. Com o casco testado e aprovado, foi a vez de entrar em cena o arquiteto e designer Giorgio Vafiadis, de Roma. Vafiadis gosta de usar os adjetivos moderna, arquitetônica, elegante e simétrica, para falar da embarcação. Sua declaração direta: “não usei nada de madeira ou tapete nele” dá uma ideia do tipo de estilo para o qual estamos olhando. Aqui, Armani Casa encontra o luxo 34 www.boatinternational.com.br

da Fendi usando preto e branco cru numa sofisticada paleta que resulta em elegância discreta com um toque de glamour. Não há muita coisa de convencional no interior deste iate, com exceção da localização do ar-condicionado e dos exaustores da casa de máquinas – o que vimos ali foi espaço, iluminação, peças confortáveis ao tato, portas esculpidas a laser, vernizes brilhantes, minúsculos ladrilhos em mosaico e superfícies de couro esticado e firme. É bom perceber que o mesmo nível de cuidado se estendeu também para a mecânica – desde a casa de máquinas até o posto de comando totalmente equipado com eletrônicos Furuno. Estes foram critérios muito importantes ditados pelo proprietário, um engenheiro naval. Por tudo isso, a atenção aos detalhes técnicos do funcionamento deste iate foi redobrada. Mesmo na proa, onde o bote de emergência está num espaço apertado, junto com os jet-skis, existe um guindaste que permite o lançamento rápido em caso de necessidade, dentro do padrão exigido pela MCA, a agência da guarda costeira do Reino Unido. Com o bote localizado na proa, há espaço de sobra no lado oposto. É na popa que fica um dos três geradores de


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“Abaixo da água, o casco tem seções muito profundas na região da proa, melhorando a navegabilidade em águas agitadas. Na popa, o casco é bastante plano, assim sua eficiencia se mantém, mesmo em baixas velocidades”

Uma parte para ser aproveitada por toda a família é o solário, onde adultos e crianças encontram um playground tamanho gigante. Lá está um sistema de vídeo Denon e uma banheira de hidromassagem

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O proprietário ressaltou sua preocupação com a maneira como os ambientes do iate funcionariam, era importante ter áreas bem definidas dedicadas para família, amigos, lazer e privacidade

150kW e que, sozinho, é capaz de alimentar todos os sistemas do iate. Outro pedido do proprietário, que não acredita na segurança de um gerador menor de emergência, como é comum em embarcações desse porte, foi que o mesmo fosse idêntico aos outros dois. Dois deles ficam dentro da sala de máquinas, mas um terceiro fica fora, permitindo que os sistemas do barco funcionem mesmo que a sala de máquinas esteja totalmente inoperante em alguma emergência. Também na popa há espaço para um beach club, essencial para cruzeiros ensolarados. Dentro da sala de máquinas, dois motores MTU 4000, cada um com 3120 kW de potência – os primeiros motores dessa linha a serem instalados em um barco. O consumo de combustível é um ponto positivo, apenas 700 litros por hora numa velocidade de 17 nós, com os dois motores funcionando. Dois engenheiros possuem uma pequena sala de controle para monitorar todos os sistemas, embora a sala das máquinas seja bem espaçosa. No entanto, a quantidade de equipamentos enormes dificulta um pouco as tarefas de manutenção. 36 www.boatinternational.com.br

O centro operacional do iate no posto superior de comando tem um console bem desenhado, com uma sequência de grandes telas: um chartplotter, uma para monitoramento de cada um dos dois motores, um sonar central e dois outros sistemas de monitoramento do leme. A visibilidade poderia ser melhorada, já que o tamanho das barras no vidro restringem um pouco da visão no momento da manobra, mas isso não parece ser um problema em alto-mar, e todas as telas são claras e visíveis mesmo com a luz do sol a pino. Duas alas ao lado do posto de comando, localizadas logo à frente das portas laterais, permitem controle total durante a docagem, com visibilidade muito boa. Aqui fica claro o motivo de o posto de comando parecer menor do que o normal, uma enorme cadeira Recaro bloqueia parte da porta do corredor interno. O proprietário ressaltou sempre sua preocupação com a maneira como os ambientes do iate funcionariam e, com um fluxo constante de jovens a bordo, era importante ter áreas bem definidas dedicadas para família, amigos, so-


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A decoração nas cabines dos convidados é suavizada com grandes paredes acolchoadas, superfícies enceradas e brilhantes, calcário e grandes placas de madeira wengé no piso

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Janelas que vão quase do teto ao chão, duas séries de portas elétricas deslizantes à prova de som que são a solução para uma embarcação que tem um bar completo e um estonteante piano elétrico da Fendi cialização e privacidade. O uso do espaço a bordo foi, portanto, redesenhado. A entrada de boreste no convés principal dá acesso a um pequeno corredor, com o quarto da família de um lado, onde estão alguns grandes sofás voltados para uma gigantesca tela de TV, além de estações de trabalho para uma bateria de computadores e consoles de vídeo-games. O que seria normalmente uma área dedicada ao proprietário, no Aifos esta parte da embarcação tem duas cabines com duas camas de solteiro. A cabine a boreste é um pouco maior e conta com um closet – ambas têm estilosos chuveiros circulares. Um corredor separado leva à academia e à escada da tripulação. Mais atrás, no convés principal, é onde reina a ala Zen do barco, com uma área de jantar muito bem resolvida e um elegante salão principal, todo em preto e branco, com iluminação Armani Casa. Para encontros mais formais, há uma mesa de apresentações de madeira em formato de um casco quase chato esculpida a laser e assinada pela Rivadossi. Para completar o conjunto, dez charmosas cadeiras Cassina. O ambiente pode ser dividido com o uso de portas deslizantes e usado como sala de cinema, com uma tela que desce do teto. Tudo isso faz dessa área um ambiente muito elegante para jantares especiais ou coquetéis a bordo. Tudo isso fica para trás no convés superior, que é domínio quase exclusivo dos proprietários e aonde se chega por uma escada branca em espiral. Uma porta leva a um corredor com um grande closet à bombordo. Janelas que vão quase do teto ao chão dão uma iluminação fabulosa a esta área e, ao entrar no quarto principal, as camas cen38 www.boatinternational.com.br

trais impressionam. Você já estaria satisfeito se as surpresas parassem por aqui, mas elas continuam. Mais adiante estão duas séries de portas elétricas deslizantes à prova de som nos dois lados do quarto. Essa é a solução para uma embarcação que tem um bar completo, com um estonteante piano elétrico da Fendi, que eu fiquei sabendo que é muito usado a bordo. Esta deliciosa área privativa é perfeita para relaxar e conta com portas duplas que levam para a mesa de jantar ao ar livre. O toque inteligente do quarto é uma escada privativa que leva direto ao salão principal, logo abaixo. No convés inferior, normalmente reservado para os convidados, está a cozinha. Qualquer acessório imaginável está ao alcance das mãos do chef, com áreas separadas para preparação, cozimento e lavagem. O piso merece menção particular. Aqui a escolha foi um mosaico de ladrilhos desenhado para diminuir o efeito da fadiga de quem fica em pé por longos períodos. Ao lado da cozinha está a área para os 11 tripulantes e as cabines que tam-


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Esta deliciosa ĂĄrea privativa ĂŠ perfeita para relaxar, com portas que levam para uma mesa de jantar ao ar livre e um enorme closet que pode ser acessado por uma porta a direita da cama

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bém atendem às exigências da ILO MLC 2006, da convenção de trabalho marítimo. A pequena lavanderia não tem espaço para as tábuas de passar, por isso seu uso atrapalha a área da tripulação. As três cabines de convidados são espaçosas e todas têm banheiros – duas delas têm também chuveiros. A decoração aqui é suavizada com grandes paredes acolchoadas, superfícies enceradas e brilhantes, calcário e grandes placas de madeira wengé no piso que mudam suavemente de cor conforme você caminha pelo iate. Uma parte para ser aproveitada por toda a família é o 40 www.boatinternational.com.br

solário, onde adultos e crianças encontram um playground tamanho gigante. Lá está um sistema de vídeo Denon e uma banheira de hidromassagem rodeada de colchões para sol num tecido negro cheio de estilo e que – acredite se quiser – não fica quente. E ainda tem espaço para uma bicicleta ergométrica. Conforto e simetria ditam as regras por aqui. As mesas para jantar ao ar livre ficam sob a sombra do convés superior e também possuem uma capota retrátil, que suporta até 17 nós de vento antes de se recolher automaticamente, e que pode ser esticada até o bar e a churrasqueira. Um elevador monta-carga é usado para transportar a comida da cozinha até aqui. O dono do Aifos queria um iate em estilo único – e foi isso exatamente o que ele conseguiu com Vafiadis – e também um trabalho de engenharia que não decepcionasse, e parece que ele recebeu isso também. No geral, a embarcação é uma amostra do que a CBI Navi está preparada para produzir. Manter o peso dentro do limite de 380 toneladas, com o barco completamente carregado, foi uma vitória da engenharia. Com esse peso, o barco é capaz de atingir 20 nós, mas as velocidade de cruzeiro é normalmente de 17, já que a família gosta mesmo é de chegar, e não de ficar passeando no caminho. Um iate muito estiloso e confortável, com a aprovação de uma família muito feliz depois de 56 dias a bordo – o que mais você pode querer?


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As mesas para jantar ao ar livre ficam sob a sombra do convés superior e também possuem uma capota retrátil, que suporta até 17 nós de vento antes de se recolher automaticamente

Uma área de jantar muito bem resolvida e um elegante salão principal, todo em preto e branco, com iluminação Armani Casa integram o convés principal. O ambiente ainda pode ser dividido com o uso de portas deslizantes

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Portas deslizantes duplas e à prova de som colocadas nos dois lados da divisória central separam os quartos do salão privativo do proprietário

Há três cabines no deque inferior, onde também fica a cozinha. A área dos tripulantes não é muito grande para acomodar os 11 empregados

AIFOS CBI Navi Comprimento total: 49,7 m / 163 pés Comprimento na linha: d’água 42,9 m / 140 pés Boca: 9 m Calado: 4,35 m Velocidade (máx/cruzeiro): 24 nós / 22 nós Autonomia a 12 nós: 3.500 milhas náuticas Motores: 2 x MTU 16V 4000 M93 3.120 kW @ 2.100 rpm Bowthruster: Vasper electric 100 kW Geradores: 3 x Northern Lights 150 kW Deslocamento: 350 t (carga total) Arqueação bruta: 498 GT Tanque de combustível: 80.000 l Tanque de água: 12.500 l Passageiros em pernoite: 12 Tripulação: 11 Arquiteto naval: Sergio Cutolo – Hydrotec Estilização exterior: Giorgio Vafiadis & Associates Decoração interna: Giorgio Vafiadis & Associates Estaleiro: CBI Navi/2011 Viareggio, Itália tel.: 00 XX 39 0584 38191

As espreguiçadeiras colocadas entre os degraus da hidromassagem podem ser removidas e substituídas por uma bicicleta ergométrica

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Uma escada privativa faz a ligação da suíte do proprietário com o convés principal

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www.alenyacht.com Alen tender 42: Comprimento total: 12.91m / 42”4’ • Boca: 3.65m • Calado: 0.70m • Deslocamento: 7 toneladas • Capacidade de combustível: 1000 litros • Capacidade de água doce: 300 litros • Motorização: 2 x 440hp • Velocidade máxima: 34 nós.

Um passo a frente


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Roxane A PROPRIETÁRIA QUERIA UMA GOLETA TRADICIONAL TURCA, MAS O DESIGNER RÉMI TESSIER ENTROU EM CENA E VIROU A MESA. ROXANE, UM VELEIRO DE 154 PÉS CONSTRUÍDO PELA SU MARINE, É ALÉM DE LUXUOSO, PRÁTICO E PERFEITO PARA CURTIR A VIDA A BORDO texto: Roger Lean-Vercoe fotos: Guilliano Sargentini

Foram apenas 22 meses entre o momento da encomenda e a champanhe quebrando no casco negro e brilhante de 46,8 metros da Roxane. Finalmente em seu ambiente, nas águas do Mar de Marmara em Tuzla, na Turquia, o veleiro parecia mais impressionante do que nunca – um casco perfeitamente equilibrado, desde o gurupés até a popa elegantemente curva. Acima do convés de teca, você encontrará um aconchegante deck house muito bem trabalhado, abaixo de uma mastreação moderna, em alumínio, com lazyjack para rizar a mestra e enroladores nas duas velas de proa. Com o iate entregue no prazo, a proprietária estava nos céus, deliciada com cada detalhe de seu novo iate – foi uma entrega perfeita, sonho de todo construtor, designer e – principalmente – proprietário. Mas essa história poderia ter sido bem diferente. Antes do projeto ser resgatado pelo premiado designer de interiores francês Rémi Tessier, esse final feliz estava correndo sério risco. No início, a proprietária da Roxane, novata na Vela, estava atraída pelos conveses espaçosos e cascos volumosos típicos das goletas turcas. Esses veleiros de madeira nada sofisticados, de 15 a 25 metros de comprimento atendem bem à camada inferior do mercado de charter, mas na maioria das vezes, eles são como pesadas escunas movidas a motor e com um desempenho pífio a vela. A proprietária da Roxane, no entanto, não queria um veleiro tradicional – ele deveria ser maior e com um design muito luxuoso. A construção seria em aço, e o barco precisaria ser excelente de mar, a ponto de poder cruzar oceanos. Seguindo as recomendações de um contato no mundo da vela, ela visitou um estaleiro na

costa sul da Turquia, onde viu um projeto de casco de aço que parecia se encaixar ao que ela queria - logo em seguida o depósito estava feito e a busca por um decorador foi iniciada. Na festa de aniversário de um amigo, o nome Tessier surgiu pela primeira vez. Dias depois, quando um segundo amigo mencionou o mesmo nome, ela resolveu entrar em ação e visitou seu atellier ao lado do elegante Boulevard Saint-Germain, em Paris. No início, Tessier não ficou muito animado com a ideia. Na época, ele estava ocupado com o interior do 91 metros Nahlin, um iate a motor clássico de 1930 que estava sendo reconstruído no Blohm + Voss, na Alemanha, e também no projeto do Riela, iate de 56 metros da Perini Navi – que acabaria vencendo o prêmio de “Veleiro com melhor interior” no World Superyacht Awards em 2010. Com tudo isso na cabeça, a ideia de uma goleta não parecia inspirá-lo nem um pouco. Na verdade, ele não tinha nem examinado o pedido quando recebeu uma ligação de sua cliente. “O que há de errado com a indústria de iates?”, ela perguntou. Ela não tinha recebido nenhuma resposta dele há três semanas e seu construtor turco não respondia nem e-mails há três meses. Embaraçado com a situação, Tessier admitiu que a ideia da goleta realmente não fosse inspiradora para ele e disse que ela estaria melhor assessorada com um design de estilo diferente. Mas esta cliente era determinada e, para garantir os serviços de Tessier, ela concordou em mudar seu pedido para algo que ele ficaria mais feliz em trabalhar – um iate de estilo mediterrânico tradicional, com casco de madeira e com boa performance à vela. Com isso acordado, a primeira tarefa de Tessier foi descobrir algo mais sobre o estaleiro que faria o casco, e o que www.boatinternational.com.br 45


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A ideia do casco de uma goleta tradicional deu lugar a algo mais ao estilo do Mediterrâneo Ocidental e os desenhos finais mostravam um iate inspirado em embarcações tradicionais, com uma proa de clipper levemente alargada e com um gurupés curto na proa ele descobriu não foi bom. A empresa escolhida tinha uma má reputação, tanto pela qualidade como por sua solidez financeira, e era pouco provável que eles conseguissem seguir as especificações de construção com algum grau de sucesso. Não foi um bom começo para a nova cliente de Tessier, mas, mais uma vez, ela não se deixou abater, “Se é assim, vamos encontrar outro estaleiro!” Acionando seus contatos na Turquia, Tessier identificou três estaleiros promissores e organizou visitas a todos eles com sua cliente. A primeira da lista era a Su Marine, especialista em iates de madeira, com uma fábrica a 11 quilômetros de Tuzla. O histórico de construções no passado, a qualidade do trabalho em andamento e o ambiente familiar causaram muito boa impressão. A proprietária lembra, “Chegamos às 10h e vimos que o estaleiro estava construindo um veleiro de 40 metros, com casco em madeira e um estilo parecido com o que queríamos – e com um cuidado e qualidade impressionantes. Ao meio-dia, confiante que este era o lugar, eu já tinha abandonado completamente meu depósito com o outro estaleiro e concordado em construir ali mesmo. “Nós nem sequer visitaríamos os outros dois!”. Como ficou 46 www.boatinternational.com.br

provado, a pesquisa de Tessier sobre o primeiro estaleiro que a cliente havia escolhido foi precisa, e o prejuízo com o depósito valeu a pena, uma vez que o construtor original foi à falência e fechou as portas antes mesmo que os trabalhos na Roxane fossem iniciados. O arquiteto naval turco responsável pelo iate que a Su Marine estava construindo era Tanju Kalaycioglu, cujo portfólio inclui o iate a motor Vajoliroja, um 47,5 metros que pertence ao ator Johnny Depp e uma série de pequenos veleiros e barcos a motor em estilo clássico. A ideia do casco de uma goleta tradicional deu lugar a algo mais ao estilo do Mediterrâneo Ocidental e os desenhos finais mostravam um iate inspirado em embarcações tradicionais, com uma proa de clipper levemente alargada e com um gurupés curto na proa. A curvatura do convés termina em uma popa baixa alongada. O comprimento total, por sua vez, cresceu dos originais 40 metros para 46,8 durante o desenvolvimento do projeto, para oferecer o espaço ideal para a tripulação, engenheiros e serviços. Embora a aparência do casco acima da água seja bastante tradicional, suas linhas submersas são totalmente modernas: sem seções côncavas e com um fundo acha-


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Além de agradável, seu design inteligente oculta os guinchos e equipamentos de amarração quando não estão em uso. Neste convés externo, até 50 pessoas podem se divertir em grande estilo Planejado apenas com materiais de altíssima qualidade e uma paleta seleta de cores, o trabalho que Tessier desenvolveu no interior da Roxane foi, com certeza, diferente de tudo aquilo que ele já havia feito antes

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tado para oferecer uma superfície molhada mínima. O lastro é em grande parte interno, permitindo que a quilha seja estreita, com comprimento médio e calado moderado, terminando em um corte logo a frente de um skeg profundo que carrega um leme semi-balanceado para permitir máxima manobrabilidade. Construída em aço, a quilha forma uma longarina abaixo da sobrequilha de madeira iroko laminada, dando rigidez ao casco. Na verdade, dizer que o casco deste veleiro é “de madeira” é simplificar demais as coisas. Ele é construído com uma camada de tábuas de madeira iroko e quatro camadas de quatro milímetros de folhas de mogno, coladas com resina epóxi e colocadas na estrutura de iroko e aço em ângulos de 45º, 315º, 90º e zero graus, terminando com uma camada de tecido de fibra de vidro. Esse tipo de construção proporciona uma substancial espessura do casco, que varia de 61 até 76 milímetros nas áreas de alta carga em torno do mastro e convés. Além

da leveza e baixa manutenção deste material, essa técnica de construção também oferece a vantagem de permitir um maior volume interno, já que as propriedades naturais da madeira dispensam a necessidade de uma espessa camada de isolamento acústico entre os cômodos. Como 80% do interior exposto tem função estrutural, ela também economiza em peso. Ao ver o iate pronto, salta aos olhos a excelência tanto no projeto como na construção. O casco negro é extremamente bem acabado, a configuração da teca no deck é exemplar e a estrutura dos conveses, inspirada no Hetairos, projeto de Bruce King, foi montada e envernizada de acordo com os padrões mais exigentes. Chegou então a hora de olhar para os detalhes. O que vemos, por toda parte, é uma alta “densidade de design”, termo aqui traduzido, cunhado originalmente pelo júri do World Superyacht Awards como “design density”, que reconhece o grau de atenção que o designer dedicou a


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Os alojamentos para a tripulação encontram-se sensatamente localizadas a ré da casa de máquinas, onde o movimento é mínimo. Destaque para um conveniente acesso direto a casa de máquinas

uma embarcação. Elementos simples e repetitivos espalhados por toda parte, sem muito esforço ou criatividade recebem uma pontuação baixa, enquanto outros projetos, nos quais os mínimos detalhes recebem considerável atenção do designer – qualquer que seja o estilo do barco – são recompensados por notas maiores. Segundo esse critério, o tratamento que Tessier deu às áreas externas e internas da Roxane merece uma pontuação extremamente alta. O toque de suas mãos é visível por toda parte, desde as formas dos móveis até os raios perfeitamente estudados para cada curva. O campo de visão foi cuidadosamente pensado, bem como todo projeto de iluminação, tudo desenvolvido para atender ao pedido de uma embarcação bonita e prática. No convés externo, ele procurou maximizar os espaços de entretenimento dos proprietários. E Tessier conseguiu isso criando dois cockpits enormes divididos pela moderna mastreação estilo ketch em alumínio, ambos oferecendo ambientes luxuosamente espaçosos, de estar e de jantar. Uma área de convívio localizada na

popa ficou entre a roda de leme e a cabine de comando e a outra é uma enorme área de jantar com espaço para banho de sol, e fica abaixo da retranca principal, entre a cabine de comando e o mastro da grande. Seus divãs acolchoados de canvas acinzentado são relaxantes para o olhar, enquanto (uma característica essencial que muitos projetos deixam de levar em conta) todos eles podem ser armazenados nos armários do convés inferior, assim como os encostos cuidadosamente projetados em forma de cunhas. Outra região do convés que certamente será bastante procurada – especialmente em regiões quentes como nossa costa – é a área almofadada na popa, um lugar fantástico para passar o tempo enquanto o iate está em movimento. Além de agradável, seu design inteligente oculta os guinchos e equipamentos de amarração quando não estão em uso. Neste convés, até 50 pessoas podem se divertir em grande estilo – exatamente o que a proprietária queria. A proprietária desejava também um interior que transwww.boatinternational.com.br 49


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Os mastros de alumínio em aço inox sustentam no contravento 860 metros quadrados de velas Doyle projetadas na Nova Zelândia, cortadas na Alemanha, com tecidos de carbono reforçado com spectra, e costuradas na Turquia mitisse um clima de férias, e Tessier conseguiu isso com um modelo contemporâneo, que ele descreve como “casual, chique e eclético, mais clássico do que moderno, que combina com os estilos Europeus e Ásiaticos, com uma pitada de charme colonial”. O resultado é a atmosfera glamourosa de um iate que já cruzou o mundo – e fez isso em grande estilo. Assim como o convés, o interior é impressionante não apenas por sua inspiração nos veleiros clássicos em madeira, mas também pela alta qualidade de sua construção, a cargo dos marceneiros da Su Marine. Por todo o iate, Tessier empregou uma paleta de cores seleta e pequena, só com materiais de alta qualidade, usando teca normal e branqueada no piso, madeira wengé muito bem desenhada, embranquecida e pau-rosa nos corrimãos e móveis, ratan nos tetos e sycamore nos painéis e persianas. Não há outra palavra para usar – este estilo, completamente diferente de qualquer projeto anterior de Tessier, é deliciosamente ‘sensual’. As áreas reservadas aos hóspedes também foram bem planejadas. Em vez dos salões superior e inferior, que parecem caracterizar a maioria dos veleiros desse porte hoje, o atraente layout da Roxane resultou em um único salão, admiravelmente grande e que toma toda a cabine de convés. Arejado, iluminado, oferecendo grandes paisagens através de uma matriz de janelas panorâmicas. Este charmoso espaço, nos traz a duvida se alguém sentiria falta de um segundo salão. A partir dali, uma escada central leva até o convés inferior, avançando entre uma cabine de casal e uma cabine para solteiros – ambas bem iluminadas, frescas e de ta50 www.boatinternational.com.br

manho confortável. Ocupando toda a boca do iate, logo atrás do mastro da grande, chegamos à suíte master. Esta impressionante cabine com piso de teca tem um sofá, uma mesa e uma enorme cama de casal. À frente da suíte master há outra cabine, também ocupando toda extensão da boca do barco. Desta vez, uma luxuosa cabine VIP, fora do usual, com sua própria entrada privativa por uma escada a partir da proa. A cozinha, refeitório e acomodações da tripulação da Roxane ficam na popa do iate, inteiramente adequado para um iate que fará passagens oceânicas sem convidados a bordo. Com a vantagem adicional de que, quando atracado pela popa, a tripulação não precisa passar pelo convés, acima das cabines do proprietário ou dos hóspedes. O serviço entre a cozinha e as três áreas de jantar do iate também é bom, mas é uma pena não ter sido possível reservar espaço para uma escada que desse acesso direto a partir da área da tripulação para a cabine de comando. Sem essa escada, a tripulação precisa passar pelo salão de hóspedes e pelo salão do convés principal para acessar a estação de navegação e suas acomodações, comprometendo assim, um pouco da privacidade dos convidados a bordo. A cozinha está bem dimensionada e equipada para os mais altos padrões domésticos, enquanto as duas cabines da tripulação - uma de casal e uma para dois solteiros, ambas suítes – são bastante agradáveis. O refeitório da tripulação e a lavanderia recebem um “poderia ser melhor” em termos de volume, como na maioria dos veleiros desse porte, infelizmente essas áreas importantes tendem a ficar bem abaixo na lista de prioridades


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As duas áreas de convívio oferecem um par de mesas de centro, do renomado Tessier design, que podem ser unidas criando uma mesa de jantar para 10 convidados

para alocação de espaço. A terceira cabine da tripulação (uma suíte, mas com três camas) também cai nesta categoria. Situada na proa do iate, entre a antepara de colisão e a cabine VIP, com acesso descendo por uma escotilha de convés desprotegida, que tornaria difícil a entrada em mau tempo e com mar ruim. Uma das objeções de Tessier aos planos originais para um iate estilo goleta é que, em geral, esses barcos não navegam bem. A Roxane não pode ser criticada neste quesito. Sua mastreação de ketch (dois mastros, com o menor à ré), da holandesa Spars Formula, foi concebida para unir solidez e confiabilidade com simplicidade de operação. Para conseguir isso, os mastros de alumínio em aço inox sustentam no contravento 860 metros quadrados de velas Doyle projetadas na Nova Zelândia, cortadas na Alemanha, com tecidos de carbono reforçado com spectra e costuradas na Turquia. Quando o barco não está navegando, elas ficam enroladas em cima da retranca, no lazyjack, enquanto as velas de proa – uma genoa de 300 metros quadrados e uma staysail de 160 – estão presas a enroladores hidráulicos Bamar, o primeiro fixado no gurupés e o último no convés, logo atrás. No dia em que saímos para o mar, a Roxane atingiu uma boa velocidade, de 7,5 nós, com vento de apenas 9,2 nós – um desempenho competente para um iate deste estilo em ventos leves. Depois disso, ela já registrou velocida-

Além do piso de teca, esta luxuosa cabine conta com um sofá, uma mesa e uma enorme cama de casal

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O acesso à cabine VIP, diferente do comum, é privativo, feito por uma escada localizada na proa e ainda oferece espaço de sobra para os convidados

ROX ANE Comprimento Total: 46,8 m / 154 pés Comprimento na linha d’agua: 34 m / 111,5 pés Boca: 8,80 m Calado: 3,50 m Velocidade de cruzeiro: 12,5 nós (motor) Motores: 2 x Scania D12 60M, 441 kW (600 hp) @ 2100 rpm Bow thruster: Wesmar Vortex V12-18-75 kW Dual Propeller Stainless Steel Stern thruster: não tem Geradores: 2 x Cummins Onan MDDCG, 50 kW Deslocamento: 240 t Tanque de Combustível: 7200 l Tanque de Água: 7000 l Passageiros em pernoite: 8 Tripulação: 7 Arquiteto Naval: Taka Yachts Estilização Exterior: Taka Yachts Decoração Interna: Rémi Tessier Estaleiro: Su Marine/2010 Tuzla/Turquia

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des de 10 nós, com 15 de vento, e 14 nós, com 25 de vento. No futuro, essas marcas devem ser superadas outras vezes. Impulsionado por uma parelha de motores Scania de 610 hp, a diesel, ela atinge uma velocidade máxima de 13 nós e 12,5 nós em cruzeiro, cruzeiro. A Roxane conta com tanques de 7 mil litros. Nova ao mundo dos superiates, a Su Marine fez uma estreia de peso com a Roxane. A qualidade de seu casco em madeira e epóxi, sua requintada marcenaria e seu magnífico interior, todos inteiramente construídos dentro de casa, no estaleiro, são exemplares. Além disso, o fato de a Su Marine atender a um cronograma de construção extremamente ambicioso de 22 meses demonstra que este estaleiro, liderado por Rony Grunberg, é uma força que precisa ser reconhecida. O projetista já começou a trabalhar em uma segunda embarcação, usando a mesma equipe de design, com o reforço do arquitecto naval Gerry Dijkstra, que será responsável pelas linhas submersas e o projeto da mastreação de Pieter van Geest, que vai desenhar as plantas gerais da distribuição dos cômodos e as estruturas dos conveses. O ketch resultante, de 50 metros, vai oferecer os mesmos espaços abundantes da Roxane, misturado às linhas do casco que lembram mais os clássicos da Europa Ocidental. Tudo indica que mais uma boa surpresa vem por aí.


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CARAMEL

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NO MOMENTO EM QUE A TURQUIA, ASSIM COMO O BRASIL, COMEÇA A GANHAR IMPORTÂNCIA NO MERCADO MUNDIAL, A NUMARINE ELEVOU AS APOSTAS COM SUA PRIMEIRA LANCHA COM MAIS DE 100 PÉS. A 102 RPH COMBINA UM DESENHO ELEGANTE COM AGILIDADE E ESTILO E É UM AVISO QUE A NUMARINE QUER ENTRAR NO CLUBE DOS SUPERIATES texto: Dag Pike fotos: Colaboração da Numarine

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O estaleiro turco Numarine é uma empresa de grandes planos. Lançado em 2002, e inicialmente focado na construção de pequenos barcos a motor para atender a demanda local, ele logo cresceu para atender o rico mercado europeu. No início, suas primeiras lanchas tinham um estilo bastante agressivo, mas com a guinada para a Europa, seus desenhos ficaram mais suaves e os barcos tornaram-se mais interessantes. Este modelo 102 Rised Pilot House, chamado Caramel, é um prelúdio para passos maiores. Com uma nova proposta para o estaleiro, a Numarine está a caminho de navegar entre os grandes fabricantes de superiates. O Caramel é uma prova do que o estaleiro é capaz quando se trata de construir o que o mercado chama de custom yacht, um iate sob medida, personalizado para o proprietário. No exterior não se nota diferença, mas por dentro o conceito foi totalmente personalizado, com algumas características pouco comuns que foram incorporadas a pedido do proprietário. Entre elas está a localização da suíte master, que em um iate deste porte normalmente ficaria na parte da frente do convés principal. No Caramel, no entanto, essa área é destinada a uma sala de cinema e relaxamento, com a suíte master localizada no convés de baixo.Nessa área remodelada, um sofá voltado para uma enorme tela de plasma fica onde a cama normalmente estaria, e uma área mais baixa, um pouco à frente é usada como bar e estoque. 56 www.boatinternational.com.br

Tranquilidade e descanso são as palavras de ordem no projeto desta 102 pés, e funciona. Logo que você entra no salão principal, a atmosfera imediatamente fica mais calma, com o uso de tecidos leves e de madeira trabalhada junto às grandes janelas. O dono dispensou a mesa formal de jantar e, em seu lugar, entra uma mesa de vidro de quatro lugares que pode ser usada tanto como mesa de jantar como de jogos. O lounge fica na parte de trás, onde há grandes sofás e poltronas. Para refeições ao ar livre, na praça de popa há uma grande mesa de teca crua. Se houver a preferência por uma refeição ainda mais ventilada, o flybridge pode oferece-la. A cozinha está bem equipada e posicionada a bombordo, à frente do salão principal. Bem ao estilo brasileiro, o flybridge é projetado para ser a área principal de convivência diurna, com mesa de jantar e sofás, bem como um balcão de bar com bancos, uma churrasqueira, uma hidromassagem e uma série de espreguiçadeiras. O dono pode especificar o que ele quer incorporar ao flybridge. Por isso, é possível ter o bote colocado na parte de trás. Grande parte do flybridge é coberta com um teto solar, que tem uma seção grande de abertura, mas isso também é opcional. No mar, a área do flybridge é mantida sempre fresca pela suave brisa do mar, ao passo que o defletor frontal oferece uma ótima proteção, eficaz até mesmo com o barco em velocidade máxima.


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O concorrido flybridge é o centro social do barco. Com uma grande variedade de áreas, os hóspedes podem desfrutar de um refeição ao ar livre ao redor da mesa de madeira, assistir a um filme na tela de plasma, beber um cocktail no bar ou descansar nas espreguiçadeiras a ré. Um teto solar fornece sombra quando necessário, e as laterais abertas recebem a refrescante brisa marinha

O flybridge é um espaço customizável na Numarine 102. O proprietário pode escolher sua montagem preferencial para layout e disposição dos acessórios

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CA RA M E L

Na parte da frente do flybridge, o posto de comando nos dá uma ampla visão e há bons assentos para os convidados. No entanto, lá em baixo, no comando principal, a visão é muito mais restrita, com os pilares do pára-brisas bastante inclinados nos cantos e sem visão à ré. No entanto, os projetistas incluíram um bom quebra-sol acima do painel para ajudar evitar que os reflexos do sol entrem pelas janelas anguladas. A partir do único assento no comando, o piloto precisa se esticar bastante para alcançar todos controles. Por isso, a melhor posição para pilotar este iate é em pé. Para facilitar o comandante a encontar o ângulo de maior conforto, a direção é ajustável. Um sofá na pilothouse oferece um mirante para a observação de toda a ação no mar. Mas, especialmente nos dias de bom tempo, o flybridge será a opção preferencial para a maioria dos hóspedes. Através do hall de entrada temos acesso ao salão principal, um lavabo e mais à frente a sala de cinema e relaxamento. Escadas no convés principal levam até as acomodações, onde, além da suíte master, existem mais três cabines - duas para dois solteiros e uma de casal. A suíte master é espaçosa, conta com uma cama queen-size, uma área de estar com cadeiras e uma mesa de café. A cama está virada para as grandes janelas do casco e a suíte dispõe ainda de uma ducha com efeito de chuva tropical. Embora a prioridade a bordo seja relaxamento e conforto, o barco tem algumas soluções inteligentes de design que são uma marca irrefutável de estilo. Na cabine de casal, uma série de placas horizontais de mármore na cabeceira da cama são usadas para ocultar a iluminação e criar um impacto visual surpreendente para quem entra na cabine. Os 58 www.boatinternational.com.br

móveis são quase todos suaves e de cores neutras, mas as portas venezianas e os estofados de couro acrescentam interesse textural. A utilização do mármore nos banheiros, aliada ao uso extensivo de madeira em todo o interior do iate dá impressão de solidez, mas todo esse material pesado cobra seu preço no desempenho. Esta 102 pés em particular pertence a um amante de livros, com prateleiras em todas as cabines, e também no salão principal. O salão é aberto para a praça de popa, onde onde há abundância de espaço protegido do sol. Abaixo, a plataforma de popa é larga o suficiente para servir como garagem do bote de apoio e uma escotilha ampla na plataforma de teca dá acesso a um compartimento com capacidade de armazenar um jet-ski. A área da tripulação é composta por três cabines individuais na popa, cada uma com seu banheiro próprio. É bom ver tanta atenção dada para a tripulação, que vai ficar muito mais tempo a bordo do que o proprietário. A lavanderia está instalada aqui em baixo, bem como o refeitório dos tripulantes. A concepção interna deste iate permite que a tripulação realize todas suas funções sem interferir nas áreas dos hóspedes exceto, é claro, quando estiverem no flybridge. Do alojamento da tripulação há acesso direto à casa de máquinas, onde um espaço generoso foi reservado para facilitar o manuseio dos motores e dos sistemas. A parelha de Caterpillars a diesel parece pequena ali dentro. Cada motor fornece 1.825 hp, o que permite que o iate alcance uma velocidade máxima de cerca de 25 nós. Isso foi o que conseguimos no teste de mar, mas esta versão da 102 era especialmente pesada,


C AR AME L

CARAMEL 102 RPH

Bow / Stern thrusters: Sim Geradores: 2 x Kohler, 40kW e 19KW

Comprimento total: 31,08 m / 102 pés Comprimento na linha d’água: 28,02 m / 91 pés Boca: 7,1 m Calado: 2,05 m Motores: 2 x 1825 Caterillar a diesel Velocidade máxima: 28 nós Velocidade de cruzeiro: 22 nós Autonomia a 22 nós: 500 milhas náuticas

Deslocamento: 94 t Tanque de combustível: 12.580 litros Tanque de água doce: 1.300 litros Proprietário e convidados: 10/08 Construção: técnica de infusão a vácuo assistida com espuma de PVC

Certificação MCA e RINA Projeto/design exterior Numarine Design de interiores Numarine Estaleiro Numarine Balcik Yolu Gebze 41400 Istambul tel: +90 533 385 49 88 www.numarine.com Representante no Brasil: www.eclipseyachts.com.br

Na planta padrão, o layout do convés principal tem a suíte do proprietário na frente, com um closet no nível inferior, mas na Caramel esta área foi transformada em uma sala de cinema e relaxamento com um bar

No salão principal, totalmente personalizado para a família, pode-se assistir filmes, jogar jogos ou simplesmente escolher um bom livro das diversas prateleiras que ficam ao redor www.boatinternational.com.br 59


Proje

CA RA M E L

Transportada do convés principal para o andar inferior nesta versão personalizada da 102, a cabine principal tem uma cama de casal grande e uma pequena sala de estar, além de um chuveiro com efeito de chuva tropical no seu banheiro privado, que como todos os outros banheiros, dispõe de lavatórios, bancadas e pisos em mármore. A decoração nesta área e em todo o interior é elegante e contemporânea, utilizando uma paleta de cores neutras, entre elas o homônimo ‘caramelo’ com interesse textual fornecido por uma variedade de tecidos, couros, veios de madeira e mármores

por causa do uso extensivo de mármore. Além disso, navegamos com os tanques cheios, por isso é bem provável que velocidades mais altas sejam possíveis em outras unidades deste mesmo projeto. A 102 teve bom desempenho em uma travessia de Cannes até Saint-Tropez, na França, e as manobras dentro desses dois portos bastante estreitos ficaram fáceis com os potentes thrusters de proa e de popa que vêm de fábrica com o barco. No mar, o passeio foi macio e bem controlado – estabilizadores são opcionais. O iate testado estava equipado com quatro giroscópios Seakeeper, que fizeram um ótimo trabalho mantendo a Caramel na posição vertical. Os níveis de ruído ficaram confortavelmente baixos e

A casa de máquinas é generosamente dimensionada, dando a tripulação um amplo espaço para acessar os motores e demais sistemas. Uma porta conecta diretamente a casa de máquinas ao alojamento da tripulação

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tudo que você podia ouvir era um barulho surdo dos motores, o que sugere que o cruzeiro deve ser agradável e tranquilo. Este definitivamente é um iate capaz de envolver os ocupantes com seu estilo e qualidade e, logo que você pisa nele, a descontração toma conta do ambiente. A 102 é um passo adiante para a Numarine, e o estaleiro fez um grande trabalho tanto com o conceito geral como na forma em que este barco foi personalizado para seu proprietário. Fornecendo uma explosão de energia quando os aceleradores são acionados, a Caramel combina a emoção da velocidade com um design elegante em um iate que oferece um conforto invejável tanto no mar como docado.


Projet1_Mise en page 1 21/04/11 17:55 Page1

C AR AME L

Photographie Š Guillaume Plisson

FRENCH ELEGANCE AT SEA

Pa Ri s

c hE RB o U RG

c a nnE s

a B U D ha B i

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T R I MA RA N

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T R I MAR AN

futuro perfeito UM SUPER TRIMARAN DE 42,5 METROS QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO NA CHINA PODERIA ESCREVER UM FUTURO SUSTENTÁVEL PARA CRUZEIROS DE LONGA DISTÂNCIA texto: Dag Pike fotos: John Shuttleworth Yacht Design

Um dos mais surpreendentes superiates do mundo está sendo feito na China. Quando for concluído, o trimaran Adastra, de 42,5 metros será o maior já construído. Com um projeto que levou muito em conta o desempenho em alto-mar, o Adastra está sendo feito no McConaghy Boats de Zhu Hai, na China, e saiu da prancheta de John Shuttleworth Yacht Designs. Grandes trimarans são geralmente embarcações de competição e mais radicais, como os recordistas da Volta ao Mundo Banque Populaire ou Groupama. O Adastra foi originalmente construído como um iate bastante leve, com um interior simples, para um proprietário de Hong Kong que pretendia fazer grandes travessias. Mas eis que a mulher do proprietário entrou em cena e disse que queria acomodações luxuosas, então o peso aumentou e o projeto teve que ser refeito para compensar. A embarcação está quase pronta e, os proprietários Anto e Elaine Marden, estão de malas prontas para cruzar o Pacífico a bordo. “Com o peso que o barco ganhou para receber todo o luxo que a esposa queria, tivemos que adicionar flutuação extra nos cascos laterais e aumentar um pouco o comprimento total”, conta Orion Shuttleworth, da equipe de projetistas do Adastra. “Muitos dos materiais usados já eram ultraleves, e nosso desafio é conseguir manter o peso baixo também nos equipamentos e mobiliário. Não é fácil, mas estamos chegando lá”. www.boatinternational.com.br 63


T R I MA RA N

Esse projeto exigiu muita pesquisa. “É um conceito novo de trimaran a motor, nada assim foi tentado antes”, diz Shuttleworth. “O desafio de transformar essa ideia inicial em um iate de luxo viável nos levou a novas pesquisas e a desenvolver novas soluções para a estabilidade e conforto no mar para esse tipo de embarcação. Nesse processo, os testes com miniaturas em escala e modelos radiocontrolados foram fundamentais”. O estaleiro McConaghy foi escolhido para a construção desse projeto revolucionário por causa de sua proximidade com Hong Kong e por sua experiência com a construção em compósitos de alta tecnologia. A fábrica chinesa é uma subsidiária do construtor australiano - famoso por seus veleiros campeões – e conta com vasta expertise quando o assunto é estrutura de carbono de alta-qualidade. Uma análise estrutural completa do projeto foi desenvolvida com o objetivo de economizar ao máximo o peso, já que a autonomia do barco e o consumo de combustível eram preocupações prioritárias do dono. Richard Oliver, responsável por essa análise, teve como tarefa garantir que o barco fosse sólido e resistente, com o menor peso possível, como nos veleiros de competição. Toda a estrutura é completamente integrada. A cabine de comando, por exemplo, é moldada na mesma peça que conecta os cascos laterais ao central. O casco é construído em sanduíche, unindo kevlar e fibra-de-vidro, com espuma de Coracell. A superestrutura é laminada com fibra de carbono e núcleo de colméia Nomex. Todas as estruturas do casco foram construídas sob o processo de infusão, que garante alta qualidade com redução de peso. A McConaghy usou sua experiência em laminados de carbono para criar escotilhas, vigias e gaiútas leves. Até nos banheiros, as pias são moldadas em carbono, no lugar da cerâmica normalmente usada em barcos desse tamanho. Os trimarans são projetos muito mais velozes do que monocascos. Sua eficiência vem da idéia de usar um casco longo e muito estreito, com pouco arrasto, aliado a dois pequenos cascos estabilizadores nas laterais. Para criar um espaço confortável nas acomodações, o casco central

se eleva bem acima do nível d’água. Nesse casco, as luxuosas cabines master e de hóspedes ocupam toda a boca da embarcação. A altura dos cascos laterais em relação ao central foi otimizada para garantir que haja movimento em mares agitados e um novo formato de casco foi desenvolvido para aumentar a estabilidade nas ondas. O Adastra será impulsionado por um único motor Caterpillar C18 a diesel, capaz de gerar 1.150 hp. Essa potência é transmitida por um eixo convencional pé-de-galinha até o hélice. Para facilitar as manobras de atracagem e saída do porto, haverá também um motor Yanmar a diesel de 110 hp em cada um dos cascos estabilizadores. Além de serem opções de reserva em caso de pane no motor principal, cada um dos Yanmar fica também conectado a um gerador de 36kW, para alimentar a eletricidade do barco, juntamente com um grupo gerador Northern Lights de 26kW. O motor principal deve conseguir levar o trimaran a uma velocidade máxima de 22,5 nós, e a uma velocidade de cruzeiro de 17 nós, com consumo de apenas 120 litros por hora, o que daria uma autonomia de 4000 milhas em cruzeiro. O bastante para uma viagem do Rio até a Cidade do Cabo sem escalas para abastecimento e com uma reserva de segurança de quase 700 milhas. Isso com os tanques “normais”, de 15 mil litros, ainda há opção de aumentar essa capacidade para 32 mil litros, para travessias oceânicas muito longas. Com a carga máxima de combustível, o deslocamento do barco au-

deck saloon

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Os testes com miniaturas em escala diminuídas e modelos radio controlados foram fundamentais para o desenvolvimento de novas soluções para uma maior estabilidade e conforto no mar


T R I MAR AN

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T R I MA RA N

menta 18 toneladas em relação a seu peso leve. Isso dá uma idéia dos desafios que a engenharia teve de enfrentar durante o projeto. O diesel é armazenado em tanques de fundo duplo e um sistema de transferência de combustível permite que ele seja deslocado para melhor distribuição do peso no barco. Para deixar esse trimaran ainda mais ecológico, Orion Shuttleworth usou sua experiência como velejador de kitesurf para desenvolver um sistema de pipa leve, que pode ser fixada à proa do barco. Este sistema permite que o kite seja lançado a partir da água ou do convés. Sob ventos favoráveis e boas condições de mar, o projetista garante que o Adastra poderá chegar a 10 nós impulsionado só pelo vento, com os motores desligados, aumentando ainda mais sua autonomia. Um sistema único de ancoragem foi desenvolvido com três âncoras operado a partir de guinchos hidráulicos com tambores de carbono. A âncora principal é uma Bruce 130 kg, que é lançada a partir do casco de boreste. Uma âncora de 80 kg pode ser lançada da proa do casco central e uma terceira âncora, no casco de bombordo, pode servir também como âncora de popa. A forma pouco convencional da Adastra é uma desvantagem na hora de encontrar vagas em marinas, por isso o sistema de ancoragem é tão importante. O barco acomoda nove hóspedes e cinco ou seis tripulantes. A suíte master está localizada à ré, com acesso a partir do salão principal e as cabines dos hóspedes ficam na frente da sala de máquinas. Mais à frente, estão as cabines da tripulação e a cozinha. O foco do conforto está no deck saloon, que tem um formato quase circular e se parece um pouco com a nave estelar Enterprise, com suas janelas panorâmicas. O posto de comando principal fica na extremidade traseira do salão, onde há assento para dois em um nível elevado permitindo uma visão sobre a superestrutura do barco. Atrás fica a praça de popa aberta, com sofás em ambos os lados. Mais atrás, há um espaço livre no convés, que pode armazenar um bote de 4,9 metros. Um segundo bote, de 3,1 metros de comprimento, fica na ga-

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ragem abaixo do deck. As portas da garagem abrem para fora e para baixo, criando uma plataforma de popa super estendida, bem ao gosto de quem vive nos trópicos e gosta de aproveitar essa vantagem. O Adastra foi projetado para suportar condições adversas de mar e por isso seu exterior é liso e super hidrodinâmico. Isso permite que as ondas passem livremente, lavando o barco em mar muito mexido. Os trimarans permitem uma proa muito fina, projetada para atravessar as ondas, e não passar sobre elas. Em condições normais a água das ondas vai escorrer pelo casco e convés antes de chegar ao cockpit, mas o projeto está preparado para escoar água também pela popa, um conceito único em superiates. Os trimarans, atualmente são os barcos a motor mais eficientes quando falamos em consumo de combustível. Toda essa eficiência tem seu preço, o espaço interno aqui deixa a desejar quando comparado a iates convencionais. O design inovador do Adastra mostra que os designers conseguiram encontrar um equilíbrio entre espaço nas acomodações e performance no mar. O projeto do Adastra marca um dos superiates mais eficazes em qualquer clima e consumo muito baixo de combustível. Além disso, a construção deste iate de ponta em um estaleiro chinês também prova que clientes internacionais estão começando a acreditar na qualidade da construção chinesa mesmo em barcos de alta tecnologia.

A construção do casco é feita em “sanduíche”, unindo kevlar e fibra-devidro, com espuma de Coracell. Toda a estrutura é laminada com fibra de carbono e núcleo de colmeia Nomex


5 MAY 2012

IstAnbul

gold sponsors

YACHTS INC.

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AZIMUT

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Italiana

à moda brasileira

REMODELAÇÃO DA 58, QUE JÁ ERA SUCESSO POR AQUI, A AZIMUT 60 TEM BOAS SURPRESAS PARA QUEM GOSTA DE PRIVACIDADE E AGORA É FEITA NO BRASIL

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AZIMUT

A praça de popa tem ótimo espaço para um jantar ao ar livre. A plataforma desce até o nível do mar, servindo como praia particular ou facilitando o embarque de um jet. Já o fly é o espaço nobre da vida ao ar livre

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As lanchas da Azimut estão entre

as italianas mais conhecidas e admiradas por aqui. Mas a nova 60 pés tem alguns predicados especiais. Primeiro, porque ela é derivada de um modelo que fez especial sucesso nos trópicos por seu enorme fly e plataforma submergível, a Azimut 58. Como se não bastasse, ela ainda tem outra peculiaridade que cria certa simpatia ao público brasileiro: ela é feita aqui, no pólo da Azimut em Santa Catarina, com o mesmo conceito das lanchas italianas, mas sem imposto de importação e com todo o suporte de uma fábrica nacional. A configuração é basicamente a mesma da 58, com três camarotes no convés inferior e no principal um grande salão, que se divide em três ambientes. O fly e a proa passaram por uma modelação, mas fora isso, pouca coi-

sa mudou. As janelas laterais foram reestilizadas, o que deu ao barco um design ainda mais esportivo. A cabine do marinheiro ficou maior, com duas camas, e agora é acessada pela popa, o que permite privacidade total para o proprietário e convidados. Nossa visita à Azimut 60 começa pela plataforma de popa, que é submergível. Descendo até o nível da água, ela pode servir como uma agradável plataforma de banho ou também pode embarcar um jet ou um bote de apoio. Uma porta à bombordo nos leva até a praça de popa, uma das várias opções de ambientes ao ar livre, que tem sofá e dinete. Para continuar nas áreas externas, subimos direto para o flybridge, que é definitivamente um dos pontos altos desta lancha. Ele é enorme, com assentos para dez pessoas, geladeira, mesa para jantares ao ar livre,


AZ I MU T

Como é tradição nas lanchas Azimut, esta 60 pés é cheia de boas soluções. Além de um comando confortável o fly oferece um ótimo espaço gourmet. A entrada para a cabine dos marinheiros é independente na popa

O bom aproveitamento dos espaços externos é a principal diferença dos projetos europeus para os brasileiros. A Azimut 60 definitivamente faz parte do segundo grupo

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AZIMUT

O bom aproveitamento dos espaços externos é a principal diferença dos projetos europeus para os brasileiros. A Azimut 60 definitivamente faz parte do segundo grupo

armários, pia e um solário. Na parte de trás do fly fica um solário, uma alternativa ao solário de proa. O comando externo oferece excelente visão para a frente e para os lados, mas a docagem necessariamente requer a ajuda de um marinheiro, já que a visão a ré é dificultada justamente pelo tamanho do flybridge. Outro destaque desta lancha é o salão, bem iluminado e que se divide em três ambientes. O primeiro deles é a tradicional sala de estar, que recebe iluminação direta das generosas janelas laterais e do para-brisas. Dois degraus acima ficam a sala de jantar (acima) e a cozinha (a esquerda), que é bastante completa e funciona também como bar. Um nível acima fica o comando principal, onde o conforto e a praticidade andam de mãos dadas. A visão é boa para todos os lados, os controles do painel são bem visíveis e acessíveis e há até um sofá para os convidados que quiserem acompanhar o comandante em ação.

Aqui, o destaque vai para a boa distribuição de espaço, num salão principal praticamente todo cercado por janelas que dão vista para o mar

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AZ I MU T

Além da luz que inunda o ambiente praticamente por todos os lados, e aumenta a sensação de espaço, os ambientes do salão principal são praticamente um só. Apenas dois degraus separam a confortável sala de estar da cozinha e do comando www.boatinternational.com.br 73


AZIMUT

A tradição da marca italiana é selo de qualidade em acabamento e bom gosto. Nada de ambientes escuros. Até os banheiros têm iluminação natural

AZIMUT 60 Comprimento total: 17,88 m / 60 pés Boca: 4,95 m Calado: 1,37 m Velocidade de cruzeiro: 28 nós Velocidade máxima: 32 nós Autonomia a 27 nós: 300 milhas náuticas Motores: 2 x MAN R6 mHP (789 hp) Deslocamento: 29 t Tanque de Combustível: 2.800 l Tanque de Água: 630 l Passageiros em pernoite: 6 Tripulação: 2 Arquiteto Naval: Azimut Yachts Estilização Exterior: Azimut Yachts Decoração Interna: Azimut Yachts Estaleiro: Azimut Yachts Itajaí (SC)/Brasil Tel: (11) 3878 - 6800 www.yachtbrasil.com.br

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Os três camarotes ficam no convés inferior. O camarote master é o único que tem seu próprio banheiro. Ocupando toda a boca do barco, essa cabine é bem espaçosa, com armários, penteadeira e sofás, além da grande cama de casal e do banheiro, que também não economiza em espaço. As três janelas verticais, marca registrada da linha, proporcionam não só uma iluminação perfeita, como também uma vista invejável para os privilegiados que ocuparem este quarto. Os outros dois camarotes dividem um banheiro, ambos também possuem uma cama de casal que pode ser dividida em duas de solteiro. O da proa, que é maior, conta também com uma boa iluminação, proporcionada pela gaiúta no teto e por duas grandes janelas nas laterais. O camarote do marinheiro ganhou duas camas e uma entrada pela popa. Além de mais fácil, essa entrada preserva a privacidade dos convidados no barco. Esse camarote fica logo atrás da casa de máquinas, onde dois Man de 800 hp cada trabalham com bom isolamento acústico.

O casco, que cresceu apenas 40 centímetros em relação à 58, continua idêntico em navegação: cortando bem as ondas e seguro nas manobras, embora a direção não tenha uma resposta tão rápida. Um opcional que funcionou bem foi o sistema de joystick desenvolvido pela própria Azimut e que possibilita uma atracação muito mais simples e rápida. Com tanques para 2.800 litros de combustível, a Azimut 60 tem autonomia para navegar 300 milhas sem reabastecer a uma velocidade de 27 nós. O estaleiro prevê que a máxima pode chegar a 32 nós, o que, se não chega a ser uma performance espetacular, também de maneira alguma pode ser chamada de decepcionante. A Azimut definitivamente conseguiu melhorar sua 58 com as pequenas mudanças feitas nesta 60 pés lançada este ano. Fabricada no Brasil, ela tem todas as características de um barco legitimamente “tropical”, com seu fly espaçoso, solários, além de uma boa dinete na praça de popa e a plataforma submergível. Tudo isso faz da Azimut 60 uma italiana com sabor bem brasileiro. Ou seria o contrário?


AZ I MU T

A cabine da proa (que não é a maior deste barco) tem vista direta para o mar, graças às janelas horizontais e a uma gaiúta que fica bem em cima da cama de casal

O espaço para a casa de máquinas é enorme, assim como a suíte máster, que ocupa toda a boca do barco, mas os outros dois camarotes dividem um banheiro

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PE R S H I N G

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P E R SH I NG

CONFORTO E VELOCIDADE A PERSHING 80 CHEGA AOS 50 NÓS SEM ABRIR MÃO DO CONFORTO E PROVA QUE É POSSÍVEL O CASAMENTO ENTRE LUXO E EXCELÊNCIA NA PERFORMANCE

No universo náutico, a marca

dos 50 nós representa uma barreira mágica. Ela separa o que é simples diversão daquilo que é performance pra valer. E performance é o domínio dos iates do estaleiro Pershing. Se no passado velocidade já foi sinônimo de navegação dura em barcos simples e sem conforto, a Pershing 80 é a grande prova de que o dilema entre velocidade e luxo ficou para trás. Este iate, construído pela Ferretti Group Brasil em Vargem Grande, no interior de São Paulo, não só é capaz de atingir a marca dos 50 nós, como pode fazê-lo sem que

os ocupantes se dêem conta. Se eles quiserem, claro. No mesmo ambiente onde você pode conversar normalmente a 50 nós, basta abrir o teto solar elétrico para sentir o vento no rosto e toda adrenalina dos quase 5000 cavalos dos motores. O exterior é marcado por linhas aerodinâmicas. As janelas superiores correm por todo o convés principal numa curva que é acompanhada pelo hard top. O casco prata levemente perolado combina perfeitamente com o espírito esportivo que marca a lancha. O interior da Pershing 80 foi projetado pelo italiano Fulvio de Simoni, www.boatinternational.com.br 77


PE R S H I N G

A fusão dos ambientes no salão principal é tão perfeita, que as divisões são quase imperceptíveis. A decoração é elegante e busca o conforto também visual, sem exageros

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que optou por uma decoração luxuosa, mas leve, sem extravagâncias. E o resultado são áreas muito bem iluminadas e ambientes amplos, que dão a impressão de que o barco é ainda maior do que seus 80 pés. Um diferencial está logo na entrada. A porta de vidro que divide o salão principal da praça de popa pode ser totalmente abaixada, se escondendo em uma antepara no piso inferior. Com isso, os dois ambientes se fundem, criando uma sala de estar em tamanho gigante, com um solário na parte de trás e mesas de jantar com oito lugares cada dentro e fora do salão. Perto da mesa de jantar ao ar livre fica o espaço gourmet, com churrasqueira e bar. Se a combinação já parece perfeita para um dia de sol, ela fica ainda melhor. Além de um solário de proa, a Pershing 80 apresenta um espaçoso sofá em U, onde os convidados podem relaxar e conversar enquanto aproveitam o sol, ou simplesmente ter a mais pura sensação de “vento no rosto” com o barco navegando.

A decoração do salão principal e das áreas externas – especialmente a praça de popa – combinam de maneira que a fusão dos ambientes é quase imperceptível. O conforto no interior é também visual, com o piso escuro de madeira wengé contrastando com tecidos claros e o carvalho usado nos móveis. Passando pela sala de estar e pela mesa de jantar fica o comando. A cozinha, que é compacta, saiu do convés principal e foi para o inferior, numa disposição que maximiza os espaços de lazer, mas complica o trabalho de servir. No comando, predominam os tons escuros, com três poltronas, sendo a do meio reservada ao piloto. O painel é enorme, com grandes telas de navegação e todos os controles ao alcance da mão. O pára-brisas não tem grandes anteparas que atrapalhem a visão para frente, mas durante as curvas, as anteparas laterais tiram um pouco da visibilidade. Por isso, é importante fazer uma grande varredura visual do horizonte antes de manobrar. A visão à ré também é boa, mas durante a docagem o piloto vai preci-


P E R SH I NG

Velocidade e navegação são marcas registradas da linha Pershing. Essas lanchas não tem flybridge, mas o espaço externo na 80 pés é enorme, com solários na proa e na popa, além de uma enorme plataforma submergível, que pode ser usada como praia particular ou para embarcar os barcos de apoio www.boatinternational.com.br 79


PE R S H I N G

O quarto principal ocupa toda a largura da Pershing 80 e recebe iluminação natural das grandes janelas que ficam no casco. A decoração segue o mesmo estilo do salão, apostando mais no couro do que no veludo

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sar de ajuda, já que a extensa plataforma de popa – que protege as rabetas de superfície – não é visível do comando. No caminho fica a garagem entre a praça de popa e a plataforma. Aberta, ela revela espaço para um jet-ski, um inflável e ainda uma prancha e mastro de windsurf. O convés inferior tem quatro cabines, na disposição habitual: a suíte máster à meia-nau, a VIP na proa e uma em cada um dos bordos do iate. No entanto, apenas os dois maiores são suítes. Os quartos de solteiro dividem um banheiro, algo pouco usual num iate deste tamanho. Preço pago pelo deslocamento da cozinha para este piso. A suíte master ocupa toda a boca do barco e aproveita a iluminação das duas grandes janelas laterais. A boreste ficam o grande banheiro e o closet. A cama king size tem a cabeceira logo abaixo da grande janela de bombordo. Os ocupantes deste quarto também contam com um sofá de couro e um frigobar particular. O iate possui duas opções de motorização, na primeira, com dois MTU de 2000 hp, a velocidade máxima é de 43 nós. Para chegar aos 50 nós, é preciso optar pela parelha de 2435 hp. Para chegar a essa performance, a Pershing 80 usa hélices de superfície. Recentemente o estaleiro substituiu as rabetas Arneson ASD pelas SeaRex, da ZF. O novo sistema é mais amigável para o piloto, já que o anterior dependia de um ajuste extremamente preciso do trim para atingir a melhor performance.


P E R SH I NG

PERSHING 80 Comprimento Total: 24,5 m / 80 pés Comprimento na linha d’agua: 18,55 m / 60 pés Boca: 5,5 m Calado: 1,4 m Velocidade de Cruzeiro: 35 nós Velocidade máxima: 40/50 nós Autonomia: 300/350 milhas Motores: 2 x 1.948/2.435 hp Deslocamento: 63,1 t Tanque de Combustível: 5.950 l Tanque de Água: 1.300 l Passageiros em pernoite: 16 Tripulação: 2 Arquiteto Naval: Pershing Yachts Estilização Exterior: Pershing Yachts Decoração Interna: Fulvio de Simoni Estaleiro: Pershing Mondolfo/Itália (11) 3552-4000 www.toolsandtoys.com.br

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SCH A E F E R

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SC H AE FE R

Brasileira

legítima e sem sotaque TOTALMENTE CONCEBIDA, PROJETADA E CONSTRUÍDA NO BRASIL COM A MAIS PRECISA TECNOLOGIA DISPONÍVEL, A SCHAEFER 620 FINALMENTE CHEGA ÀS ÁGUAS, E TRAZ BOAS NOVIDADES

Quando Marcio Schaefer decidiu dedicar sua carreira a projetar barcos de lazer, ele não tinha ideia de que seria responsável pelo primeiro estaleiro brasileiro a projetar e construir grandes lanchas 100% brasileiras. Depois de trabalhar em estaleiros no Brasil, Argentina, Espanha e Inglaterra, retornou para Santa Catarina. Na contramão das receitas de sucesso, que usavam moldes de marcas italianas, a Schaefer Yachts, desde o princípio, criou aqui os barcos que construiu. A 620 é resultado de uma longa gestação, e representou um grande passo para o estaleiro catarinense, o primeiro lançamento desde as badaladas 500 HT e 500 Fly, que até agora eram as maiores lanchas da Schaefer. A 620 possui três camarotes fechados e quatro banheiros. Como era de se esperar para um barco desse porte, ela tem sala de jantar, cozinha, cockpit espaçoso, solário na proa com duas opções de distribuição e cozinha gourmet na praça de popa. O flybridge é digno da assinatura brasileira do barco, um legítimo espaço social ao ar livre. www.boatinternational.com.br 83


SCH A E F E R

O comprador tem duas opções de interior. Uma desenvolvida pela equipe de decoradoração da Schaefer Yachts, e outra pela Pininfarina, um dos maiores estúdios de design do mundo, responsável pelos traços de marcas como Ferrari e Maserati

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O interior possui duas versões de design, uma desenvolvida pelo estaleiro e outra pela Pininfarina, um dos maiores estúdios de design do mundo, responsável pelo desenho de marcas como Ferrari e Maserati. O acabamento é um dos pontos fortes deste barco, tão interessante que os mais antigos gostam de dizer que este “não fica devendo nada para as lanchas lá de fora”. Mas para agradar não basta ser brasileira e bonita, é preciso navegar bem. E a Schaefer construiu seu nome com barcos bons de mar e de estar, como a lendária 290, que vendeu mais de mil unidades. A motorização da 620 é Volvo Penta IPS, que permite uma experiêcia de navegação bastante diferente, com uma boa manobrabilidade. É difícil decidir o que mais nos agrada neste barco. Ela demorou tanto tempo para sair da prancheta, que até mudou de nome, de 600 para 620. Neste ano de 2011 foram produzidas as primeiras três unidades, mas a fila já é longa. Segundo o estaleiro, só no Rio Boat Show do ano passado, foram encomendadas 6 unidades Phantom 620.


SC H AE FE R

Para entrar no barco, passamos pela plataforma de popa, que é submergível, facilitando o embarque do jet e também servindo como um deque de lazer, à beiramar. Em seguida, atravessamos a ampla praça de popa, que tem uma mesa para jantares ao ar livre e um grande sofá em L que contribui para uma ótima área de lazer quando o barco estiver ancorado nas praias e refúgios que ela pode alcançar, com calado de 1,45 metros. A 620 é um daqueles barcos cuja mensagem de boas vindas é impressionante. Não há divisórias entre a sala de estar, a de jantar e o comando. Portanto, ao entrar no barco, a impressão é de um único salão enorme e muito bem iluminado. Passada a sala de estar com TV, temos sala de jantar e bar/cozinha à meia-nau. A cozinha é completa, com armários e gavetas para guardar os acessórios com a máxima organização. A mesa acomoda bem quatro pessoas, mas um jantar para cinco ou seis só pode ser servido ali se não houver necessidade de movimentação no corredor ou para fora da cozinha. À vante, o comando impressiona com dois displays grandes,

um para controle dos sistemas do barco e outro para o chartplotter. Os comandos são todos de fácil acesso e a visão do posto de comando é fantástica tanto para a frente como para as laterais. Uma escada ao lado do comando leva para o convés inferior, onde estão os três camarotes. A suíte da proa tem sobra de espaço e pode ser facilmente customizada. A cama de casal pode ser dividida em duas de solteiro, que então ficam junto ao costado do barco, dispostas em “V”. À meia-nau fica a outra cabine de hóspedes, mas a grande estrela deste barco – como não poderia deixar de ser – é o camarote principal, que ocupa toda a boca do barco. Bem iluminado por duas grandes janelas laterais, o quarto do proprietá-

A invejável suíte máster da 620 tem um amplo banheiro, armários e até sofá. Além dela, o barco tem um camarote à meia-nau e a suíte Vip na proa, cuja cama pode ser dividida em duas de solteiro

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SCH A E F E R

SCHAEFER 620 Comprimento: 18.7 m / 62 pés Boca: 5 m Calado: 1.45 m Tanque de combustivel: 3 000 l Tanque de água: 700 l Nº de pessoas: 16/6 Pé-direito na suíte principal: 2,10 m Motores: Volvo D13 / Caterpillar 1150 / IPS 1200 Velocidade de cruzeiro: 28 / 30 / 31 nós Velocidade máxima: 32 / 34 / 37 nós Autonomia: 270 milhas Deslocamento: 28 t Tanque de Combustível: 3.000 l Tanque de Água: 700 l Passageiros em pernoite: 6 Tripulação: 2 Arquiteto Naval: Schaefer Yachts Estilização Exterior: Schaefer Yachts Decoração Interna: Schaefer Yachts/Pininfarina Estaleiro: Schaefer Yachts Palhoça (SC)/Brasil Tel: (48) 2106-0001 www.schaeferyachts.com.br

A Schaefer 620 foi resultado de uma longa gestação e provocou mudanças até no estaleiro, que adquiriu uma fresadora computadorizada para construir os moldes com precisão milimétrica. Além de bonita, ela criou um novo patamar de qualidade de construção no Brasil rio é enorme, com espaço para cama, sofá, armários e o banheiro. A decoração, que explora sempre o contraste de madeiras escuras e tons de branco e bege – uma tônica no barco que visitamos – ajuda a criar sensações de espaço e conforto ainda maiores. Quem não vai contar com tanto conforto são os marinheiros. Com uma autonomia de 270 milhas e mais de 60 pés de comprimento, a 620 merecia mesmo uma acomodação para a tripulação, mas ela é bastante pequena, mesmo levando em conta o padrão geral. Mas esse é um dos poucos lugares do barco onde o espaço falta. Com uma boca larga, de cinco metros, o volume interno é muito bom e até a casa de máquinas tem sobra de espaço. Essa boca também contribuiu para a estabilidade do barco. Toda essa largura compremete um pouco a velocidade máxima, que não consegue ser tão alta como a de lanchas mais estreitas. Espere velocidades de cruzeiro perto dos 28-29 nós e máxima superando os 34. Os 86 www.boatinternational.com.br

mais interessados na performance podem escolher a motorização mais forte, uma parelha de motores Volvo de 1200 hp cada, no lugar dos 900 hp da versão menos potente. No geral, a Phantom 620 é um excelente exemplo daquilo que o Brasil está produzindo de melhor. Até mesmo a fábrica da Schaefer, em Santa Catarina, foi modernizada para atender às exigências de produção da 620 e da futura 80 pés. Os moldes destas lanchas foram produzidos a partir de fresadoras CNC robotizadas e controladas por computadores, o que garante precisão milimétrica nos detalhes. A Schaefer também mostrou maturidade ao desenhar um modelo bonito, com excelente iluminação, mas sem cair na tentação de abusar da criatividade ou de linhas excessivamente agressivas ou rebuscadas. A motorização IPS também foi outra boa escolha, que casou muito bem com o casco volumoso, otimizando a performance e minimizando os prejuízos causados pelo arrasto extra.


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LORO PIANA SUPERYACHT REGATTA

LORO PIANA SUPERYACHT REGATTA 2012

4–9 JUNE 2012 PORTO CERVO, SARDINIA www.loropianasuperyachtregatta.com

The Loro Piana Superyacht Regatta 2012 is sponsored by

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F E R RE TTI

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FE R R E T T I

Tradição com

personalidade A FERRETTI 750 CARREGA CONSIGO UMA MARCA QUE É SINÔNIMO DE QUALIDADE SUPERIOR MESMO NO COMPETITIVO MERCADO ITALIANO, MAS ELA VAI ALÉM DA TRADIÇÃO E ACERTA COM INOVAÇÕES NAS LINHAS EXTERNAS E NO LAYOUT

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F E R R E TTI

A Ferretti 750, uma das lanchas do estaleiro italiano que é fabricada no Brasil, injustamente continua pouco conhecida por aqui. Sem apelar para linhas agressivas demais e mantendo a tradição Ferretti, ela consegue ser uma lancha de personalidade marcante, com janelas que ocupam quase todo o convés principal, e uma alternância refinada de curvas e retas, como por exemplo as janelas “guelra de tubarão”, que é o diferencial no layout externo. Além das janelas panorâmicas, esta lancha também abusa de vigias especialmente projetadas para deixar que a luz natural inunde seu espaçoso interior. A evolução conseguida na 750 é óbvia quando ela é comparada com a 731, na qual foi inspirada. O interior também mudou radicalmente, com uma iluminação muito maior e o uso de cores e materiais praticamente exclusivos, como a noz branqueada, utilizada de forma inédita pela Ferretti neste barco. Ao entrar no salão principal, o cuidado no acabamento, nos móveis e no inteligente uso dos tons predominantemente claros com detalhes mais escuros dão as boas-vindas. O salão é dividido em duas amplas áreas, de estar e jantar, mantendo uma unidade harmoniosa de estilo. E, não importa onde você esteja, luz não é um problema por aqui. Na sala de estar, um grande sofá em L, uma poltrona e uma mesa de café ficam a bombordo. No lado oposto, o espaço de entretenimento com a grande tela de TV desapareceu, para dar lugar a outro sofá, com três lugares adicionais. A elegante sala de jantar fica um degrau acima, onde a mesa tem assento para seis convidados, no lado oposto da escada de 90 www.boatinternational.com.br

acesso ao fly. Seguindo pelo convés principal, um corredor leva à cozinha, ao comando, ao andar inferior e ao exterior do barco. A cozinha fica estrategicamente posicionada entre o comando e a sala de jantar, com acesso direto à cabine da tripulação. Dessa maneira, o trânsito entre a cozinha, a cabine e a sala de jantar pode ser feito mantendo a privacidade do espaço do comandante. No comando, onde predominam os tons mais escuros, a visão é muito boa à vante e para os lados. O painel tem três enormes telas e os controles dos instrumentos ficam à mão. Mas o espaço é funcional, e não social. Há apenas um assento extra, ao lado do piloto, e o espaço no ambiente é o suficiente apenas para as funções de pilotagem. A cozinha também é funcional. Muito bem equipada e decorada, ela é isolada dos demais ambientes do iate. No andar inferior fica claro que os designers se preocuparam com cada detalhe a bordo. Anteparas e paredes são cobertas com tecidos leves, emoldurando as janelas, que proporcionam excelente iluminação. Todas as quatro cabines são elegantemente decoradas e têm banheiros privativos. A luz natural volta a ser uma tônica aqui embaixo, com a vantagem de proporcionar também vistas panorâmicas do mar, como a das grandes janelas centrais do casco, que iluminam o camarote principal. Ocupando toda a boca do iate, o quarto principal não tem sofás extras. Todo espaço é ocupado pelo grande closet e pela enorme cama, que tem a cabeceira voltada para a popa do barco, e a bombordo, pelo banheiro, com piso de madeira wengé e pelo generoso box semicircular em plexiglass.

A cozinha fica estrategicamente posicionada entre o posto de comando e a sala de jantar e tem acesso direto à cabine da tripulação, desta forma o transito de pessoas não atrapalha o comandante


FE R R E T T I

A luz natural volta a ser uma t么nica. Proporcionando vistas panor芒micas do mar, as grandes janelas centrais do casco iluminam muito bem o camarote principal

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F E R R E TTI

FERRETI 750 Comprimento total 22,68 m

Deslocamento 57,6 t

Linha d’água 19,40 m / 63,65 ft

Tanque de combustível 5.500 l

Boca 5,84 m

Tanque de água 990 l

Motor MAN V12 - 1360 CR ou MAN V12 - 1550 CR

Passagieros pernoite: 8

Velocidade máxima 31 kn / 33,50 kn Velocidade de cruzeiro 28 kn / 30 kn Autonomia 360 / 315 milhas náuticas

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Ttripulação: 2 Estaleiro: Ferrettigroup Vargem Grande Paulista (SP) / Brasil Tel.:(11) 3552-4000 www.ferrettibrasil.com.br www.toolsandtoys.com.br


FE R R E T T I

O assento do piloto gira 360°, o que mostra a preocupação em lidar com esse espaço como um ambiente social. Um longo sofá em U com mesa de jantar, churrasqueira e espaço gourmet fazem do fly uma confortável área de estar ao ar livre

Assim, a melhor visão externa do convés inferior é dividida por quem está na cama, com a grande janela central a sua direita, e pelo banheiro, do lado oposto. Dos outros três camarotes, dois são duplos e um, o da proa, é de casal. Este barco tem opção para dois camarotes de tripulante, um em cada lado do barco, com entrada pela popa e acesso direto à sala de máquinas. Um dos destaques desta lancha vem do compartimento dos motores, mas não necessariamente o desempenho deles e sim o baixíssimo nível de ruído dentro do iate com as máquinas ligadas. Os espaços externos foram projetados para que os hóspedes passem os dias ensolarados com conforto. No convés principal, há um espaçoso solário na proa e uma praça de popa com sofá, duas poltronas e uma mesa grande. Por ali, uma escada leva ao flybridge. Esta lancha tem o hard top como opcional, uma opção muito mais interessante do que o bímini. O assento do piloto gira 360º, o que mostra a preocupação em lidar com esse espaço como um ambiente social, no qual o proprietário pode receber os convidados. Um longo sofá em U com mesa de jantar, churrasqueira e espaço gourmet fazem do fly uma confortável área de estar ao ar livre. Os dois motores MAN V-12 turbodiesel de última geração que equipam a Ferretti 750 fornecem uma potência de 1360 cavalos no eixo pé-de-galinha. Com essa motorização, a velocidade máxima é de 31 nós. Na velocidade de cruzeiro de 28 nós, a autonomia é de 360 milhas náuticas. Mas o proprietário pode optar pela motorização ainda mais potente, com 1550 cavalos, com a qual a velocidade máxima vai subir para 33 nós. Nesta configuração, com velocidade de cruzeiro de 30 nós, a autonomia é de 315 milhas. Os detalhes de acabamento, e a qualidade da navegação, de desenho e de construção, fazem da 750 uma legítima Ferretti. Mas, em vez de ficarem satisfeitos com um projeto vencedor, a Advanced Yacht Technology, da Ferretti, e o Studio Zuccon International surpreenderam com um iate inovador, que merece destaque na nova linha produzida no Brasil. www.boatinternational.com.br 93


JETS

OS MAIS

VELOZES TRÊS JETS DIVIDEM O POSTO DOS MAIS RÁPIDOS DO MERCADO: KAWASAKI 300 X, SEA DOO RXT-X E YAMAHA FZR. CONHEÇA CADA UM DELES E DESCUBRA QUE ELES TÊM MUITO MAIS A OFERECER ALÉM DA VELOCIDADE FINAL texto: Conrado Kowarick fotos: Colaboração da BRP; Kawasaki; Yamaha

Graças a um limitador eletrônico

exigido pela Guarda Costeira dos EUA e que vem de fábrica, a velocidade máxima dos jets mais rápidos do Brasil é de 67 milhas. Mas conhecendo melhor o Kawasaki 300X, o Sea-Doo RXTX aS 260 RS e o Yamaha FZR, você vai perceber que para um jet ser rápido ele precisa de muito mais do que apenas velocidade final. Estamos frente a frente com os jets mais velozes do Brasil. Se a velocidade máxima deles é igual, praticamente todo o resto é diferente, a começar pelos motores. O Kawasaki tem a maior potência, 300 hp, mas o Yamaha é o maior deles, com 1812 cc. Já o 1503 XHO Rotax 4-TEC supercharged com intercooler, da Sea-Doo, é campeão nos controles eletrônicos, com sistema de aceleração inteligente e chave para limitar o desempenho do jet quando o piloto é iniciante. Os cascos também são bastante diferentes, não só no tamanho, mas também no formato e na maneira como eles

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interagem com a água. Com 3,54 metros, o Sea-Doo é 13 centímetros mais comprido que os concorrentes, mas ainda é um centímetro mais estreito que o Yamaha. O Kawasaki, por sua vez, é o mais pesado. Com 472 kg, ele pesa 105 kg a mais que o Yamaha. Mas esses números sozinhos não dizem muito. Todo esse peso, por exemplo, no lugar de ser um problema, fez do Kawasaki um jet muito estável, durante muito tempo imbatível na arte de cortar as ondas. Qual número poderia traduzir as inúmeras inovações da Sea-Doo, que vão de amortecedores e freios a um sistema de aceleração inteligente? Talvez por isso mesmo a Yamaha nunca tenha divulgado a potência de seu motor SHO. Estima-se que ele seja o menos potente dos três, com cerca de 211 hp, mas – para o mais leve deles – isso não se traduz em menor velocidade na água. Por isso mesmo vale a pena dar uma olhada mais de perto em cada um deles.


JE T S

KAWASAKI ULTRA 300 X

Comprimento 337 cm

Cilindrada 1,498 cc

Boca 119,5 cm

Diâmetro x curso 83 x 69,2 mm

Altura 115 cm

Taxa de compressão 8,4:1

Peso seco 472 kg Motor 4 tempos, 4 cilindros; Supercharged/ Intercooled

Potência 300 hp Tanque de combustível 78 litros

Capacidade de armazenamento 227 litros Cores / / Construtor/Ano Kawasaki/2012 www.kawasakibrasil.com

Os jets da Kawasaki fizeram história por aqui, até 1996, quando deixaram o mercado brasileiro. Até o ano passado, eles já haviam recuperado parte do status do passado, bem como uma fatia do mercado, graças ao trabalho de alguns grandes importadores. Mas foi apenas a partir de janeiro deste ano que a Kawasaki Motores do Brasil passou a importar oficialmente direto da matriz japonesa. Lançado no ano passado para substituir o 260 X, o Ultra 300 X é o melhor jet que a Kawasaki já ofereceu a seus consumidores. E isso não é pouco, já que marca japonesa defende uma fama quase lendária de ter os melhores cascos para cortar ondas. A grande surpresa do 300 X não foi o aumento da potência – conseguida com um motor que é usado nas motos Kawasaki Ninja – mas sim a melhora na direção e na manobrabilidade em águas calmas. Com o 260 X, o mesmo casco corajoso no mar duro não era tão ágil nas águas calmas, derrapando nas curvas fechadas. Esse problema ficou definitivamente para trás com o novo casco. E o melhor, aquela navegabilidade lendária no mar mexido, continua a mesma. O Ultra agora também tem trim elétrico, o que ajuda ainda mais nas curvas, especialmente para os novatos. Basta abaixar a proa ao entrar nas curvas, para cravar ainda mais o casco na água. O tempo de reação do casco também ficou mais rápido, graças a um bico direcionador um pouco mais curto. Basta levantar a proa novamente, usando os botões de ajuste do trim na mão esquerda, para voltar a cortar ondas como um samurai faria, no melhor estilo Kawasaki. O guidão permite ajuste em cinco posições diferentes de pilotagem. Uma novidade é o botão “Eco”, que promete uma economia de combustível de 15%, reduzindo a potência. Mas um jet de 300 hp pode se dar ao luxo de poupar um pouco de potência e continuar sendo esportivo. O Ultra 300 X também tem um novo compressor da Eaton, o Twin Vortices Series (TVS). Segundo a Kawasaki, ele aumenta em 28% a eficiência do supercharger e oferece uma resposta mais suave à aceleração. Mesmo com o aumento na potência, o Kawasaki continua sendo o mais “estreito” dos três jets comparados aqui. Isso é possível em parte graças a apêndices laterais colocados na parte traseira do jet, uma novidade da versão 2012. Eles funcionam como hidrofólios e trabalham junto com as quilhas no casco para dar a máxima estabilidade nas curvas, principalmente em altas velocidades. Tudo isso, e pela surpreendente melhora no casco, este é o melhor produto que a Kawasaki já ofereceu a seus clientes. Se a marca já tinha um público de fiéis admiradores e boas revendas mesmo sem importação oficial, o cenário deve ficar melhor ainda este ano. www.boatinternational.com.br 95


JETS

YAMAHA FZR

Comprimento 337 cm

Cilindrada 1812 cc

Boca 123 cm

Diâmetro x curso 86 mm x 78 mm

Altura 116 cm

Taxa de compressão 8,6:1

Peso seco 367 kg Motor 4 tempos, 4 cilindros; Supercharged/ Intercooled

Potência ND Tanque de combustível 70 litros

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Capacidade de armazenamento 80,63 litros Cor Construtor/Ano Yamaha/2012 www.yamaha-nautica. com.br

Os jets da Yamaha já são clássicos nas águas brasileiras, e os antigos GP têm fãs até hoje, assim como o imbatível Super Jet, de andar em pé. Mas o novo FZR não deixa lugar para saudades. Com 367 kg, ele é o mais leve dos três jets desta reportagem, mas é também o mais largo. Mesmo sem tanto peso, ele consegue manter a navegação típica dos Yamaha, passando sobre as ondas sem jogar o piloto para cima e para baixo, e ainda melhor nas curvas. Ao contrário dos outros dois, ele leva apenas dois passageiros a bordo, e não três. Mas – convenhamos – com toda essa potência, você só vai levar outro passageiro a bordo se não tiver escolha. Apesar de ser o jet mais leve, o Yamaha FZR tem um motor maior que os outros dois, com 1812 cc. A potência desse motor quatro tempos, quatro cilindros com supercharger e intercooler é mantida sob sigilo pelo fabricante. A aceleração é afiada, permitindo que o jet vá de 0 a 48 kmh em 1,5 segundo e ele atinge a máxima de 67 milhas sem deixar nada a dever aos concorrentes. Talvez seja uma boa estratégia da Yamaha manter a potência em sigilo, porque talvez um número baixo de cavalos não corresponda ao desempenho que esse jet apresenta. A Yamaha gosta também de lembrar que casco e convés do FZR são construídos em NanoXcel, um material mais forte e mais leve que a fibra de vidro. Mas o casco se destaca por ser extremamente confiável nas curvas. As quilhas diedrais oferecem estabilidade extra em alta velocidade, asssim como os chines do casco, angulados para fora. Como os outros modelos, o Yamaha FZR também tem ajuste de trim. Com ele, você pode manter o jet planando com a proa mais alta nas retas e abaixar a proa para maior estabilidade nas curvas. Um pequeno detalhe desse sistema é que ele pode ser difícil de acionar quando o jet está em alta velocidade. Outra arma que o FZR tem é o ajuste telescópico do guidão. É possível levantá-lo até uma posição de pilotagem em pé ou deixá-lo bem baixo, numa posição que lembra a das motos de corrida. Nessa posição, divertida, porém mais cansativa, o piloto abaixa seu centro de gravidade e consegue controle ainda maior nas curvas. Na posição intermediária, de cruzeiro, o piloto pode sentar confortavelmente e aproveitar a navegação segura e estável típica dos Yamaha em mar mexido. As mudanças na versão 2012 não são muitas. Apesar de o assento seguir o estilo esportivo de competição, ficou mais confortável, com um pequeno apoio para as costas e um desenho que ajuda a prender as pernas do piloto. Se você procura mais conforto, mais acessórios ou um jet para a família, a Yamaha tem outros modelos para você. O FZR foi feito para quem gosta de acelerar e se sentir no controle, mesmo nas curvas. As novidades para 2012 não são muitas, mas nem precisava. Afinal, em time que está ganhando...


JE T S

SEA-DOO RXT-X AS 260 RS A Sea-Doo é tão popular no Brasil, que a expressão jet skis, que usamos aqui, é na verdade marca registrada da empresa canadense. A marca, que conta com uma boa rede de distribuição e revendas no país, é famosa por seus jets ágeis na resposta e nas curvas, de pilotagem confortável, principalmente em águas calmas. No entanto, recentemente a Sea-Doo investiu muito em tecnologia para ganhar espaço também no mar mexido. Hoje em dia, praticamente todos os pilotos já conhecem o sistema iS, de suspensão inteligente, que permite que o convés superior, onde o piloto e os passageiros ficam, tenha movimento independente do casco. Assim, enquanto o casco sobe e desce nas ondas, o piloto balança muito menos. A suspensão pode ser ajustável para o tipo de mar que você vai enfrentar. Outra novidade foi a introdução dos freios, inéditos em jet skis até pouco tempo. Segundo testes da Sea-Doo, esse sistema permite frenagens até 30 metros mais curtas do que em outros jets, que usam apenas o arrasto na água para desacelerar. Esse sistema também é muito útil na docagem, já que o piloto não precisa tirar a mão do guidão para acionar a ré e forçar o jet a frear nas manobras curtas. O motor Rotax 1503 XHO 4-Tec® Supercharged com intercooler tem três cilindros e 260 hp. Nos testes da fábrica, ele acelerou de 0 a 48 km/h em apenas 1,7 segundos. É também o único dos três motores com sistema de arrefecimento fechado, que não usa água do mar para resfriar o motor. O novo casco, o S³ Hull, ficou 20% mais leve e com um novo fundo, que promete reduzir o arrasto e manter precisão total nas curvas. O RXT-X tem controle eletrônico da aceleração e até o desempenho do jet pode ser limitado quando usuários novatos forem usá-lo. Nas freagens por exemplo, o controle de aceleração também funciona, impedindo que a desaceleração seja tão brusca que tire o piloto de seu assento. O piloto pode ajustar não só a largura do guidão, mas até mesmo a angulação das manoplas. Também à mão está o ajuste do trim, que neste jet responde rápido, mesmo em movimento. O melhor de tudo, esses ajustes podem ser gravados na memória e acionados com dois toques rápidos no botão, permitindo que o piloto se concentre na navegação à sua frente. O Sea-Doo RXT-X aS 260 RS é, sem dúvida, o jet que traz mais inovações tecnológicas que buscam deixar a pilotagem mais fácil e confortável. Você pode levar algumas voltas até se acostumar com o centro de gravidade um pouco mais alto, mas o jet fará de tudo para facilitar seu trabalho. E sem abrir mão da velocidade.

Comprimento 354 cm

Cilindrada 1494 cc

Boca 122 cm

Diâmetro x curso 100 mm x 63,4 mm

Altura 118 cm

Taxa de compressão 8,4:1

Peso seco 436 kg Motor 4 tempos, 3 cilindros; Supercharged/ Intercooled

Potência 260 hp

Capacidade de armazenamento 52 itros Cores / Construtor/Ano BRP/2012 www.casarini.com.br

Tanque de combustível 70 litros

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INTERMARINE

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I NT E R MAR I NE

65

pés com corpo de PENSADA PARA PROPRIETÁRIOS QUE PROCURAM UM BARCO ESPAÇOSO DIA E NOITE, A NOVA INTERMARINE 65 SURPREENDEU. É A ÚNICA DA CATEGORIA COM 4 CABINES FECHADAS, SEM BELICHES, E COM UM INTERIOR DE CAUSAR INVEJA A QUALQUER 70 PÉS

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texto: Conrado Kowarick fotos: Colaboração Intermarine

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INTERMARINE

A Intermarine 65 é o mais recente lançamento do estaleiro paulista, que vem renovando toda sua linha em parcerias com estúdios internacionais. Projetada por Luiz de Basto, superando até mesmo a própria denominação esta 65 tem praticamente 70 pés da plataforma ao púlpito. Do casamento entre o estúdio Luiz de Basto Designs e a Intermarine nasceu uma embarcação com invejável qualidade de construção e acabamento, típico do estaleiro brasileiro, porém, desta vez, a disposição do interior da 65 é ímpar, com quatro cabines fechadas, feito inédito na categoria. Um dos maiores modelos da linha Intermarine, esta lancha foi projetada para quem gosta de navegar na companhia de amigos e família. Os quatro camarotes não são os únicos destaques, o flybridge é amplo, assim como o salão principal, com todos ambientes integrados. A parceria com um projetista de renome internacional se faz notar em soluções de uso e design que marcam a Intermarine 65. Com dois motores de 1200 hp cada, a velocidade máxima prevista da nova 65 é de 34 nós, e – mais interessante ainda – a velocidade de cruzeiro é de 30 nós, com uma navegação perfeitamente confortável. 100 www.boatinternational.com.br

Nas linhas externas, chamam a atenção as grandes janelas laterais, que ocupam praticamente todo o salão principal. O fly grande, alongado em direção à popa e à targa, de presença marcante, conferem personalidade e esportividade ao barco, assim como as entradas de ar. Toda essa área envidraçada no exterior se traduz em muita luz dentro do barco. O salão é tão iluminado, que lembra o de uma Open. O acabamento e a decoração são cuidadosos, como cabe a qualquer Intermarine. Mas nesse campo também há novidades. A Intermarine agora fechou uma parceria com a Missoni, e o proprietário pode escolher por uma decoração feita toda com peças da grife italiana, sempre sob a direção da decoradora Karol de Paula. Começamos a conhecer a 65 pela plataforma de popa, que tem dois metros de comprimento, é equipada com passarela de desembarque e tem um controle hidráulico para que ela fique abaixo do nível da água, criando uma praia particular a bordo e ainda facilitando o embarque de um jet ski ou de um bote sem nenhum transtorno. Um gourmet center, churrasqueira, pia e bancada completam essa verdadeira área de lazer.


I NT E R MAR I NE

As grandes janelas laterais deixam o visual interno parecido com o de uma Open. Os ambientes do salão principal são integrados, com apenas dois degraus separando a sala de estar da de jantar e da cozinha

A praça de popa tem uma mesa que a transforma numa boa opção para jantares ao ar livre, além de um confortável sofá, cooler e vários paióis para armazenagem. Também na popa fica o acesso à cabine dos marinheiros, que tem duas camas e banheiro privativo. Esse acesso independente mantém a privacidade dos hóspedes e do proprietário. Da praça de popa, uma grande porta de correr leva ao salão banhado de luz por todos os lados. A integração é ótima entre sala de estar, sala de jantar, cozinha e comando. Logo na entrada do salão, dois amplos sofás, um em cada bordo, são o cartão de visitas para um barco que esbanja áreas sociais e de convivência, feito para reunir amigos. Apenas um degrau separam a sala de estar da cozinha e da grande mesa de jantar. O estaleiro tem orgulho especial ao falar da cozinha. Além de integrada ao salão e logo ao lado da sala de jantar, ela possui ampla vista para o mar, como todos os ambientes do deque principal. Também merece destaque o fato de a cozinha ser totalmente equipada, com duas geladeiras abaixo da bancada. O comando fica a bombordo, com um único assento para o piloto e um painel espaçoso, com os controles e botões todos ao alcance. A visibilidade é boa para todos os lados. www.boatinternational.com.br 101


INTERMARINE

As quatro cabines são servidas por luz natural. A cabine vip, na proa, recebe iluminação das aberturas laterais e também da gaiúta acima da cama. Na suíte master até o banheiro tem uma vista privilegiada

Uma escada ao lado do comando leva ao convés inferior. A configuração é semelhante à de uma 75 pés, com a suíte vip na proa, dois camarotes nas laterais do barco – sendo um deles suíte – e a suíte master à meia-nau. A suíte master ocupa toda a boca da embarcação. Com cama queen-size e todo o visual das grandes janelas do casco, este é o ambiente privilegiado do pernoite, com um banheiro que ficaria bem em um apartamento de luxo, só que com uma vista muito melhor. Este banheiro tem box separado e fechado, vaso sanitário numa área isolada e a pia com duas cubas oferece a melhor vista para o mar de todo o convés inferior. A suíte vip da 65 tem uma cama de casal, duas janelas laterais com vista para o mar, e seu banheiro com box fechado é elegante e funcional. Os dois camarotes de hóspedes possuem vigias e duas confortáveis camas de solteiro. O de boreste tem acesso direto ao banheiro, com box fechado, que também é acessível pelo corredor deste convés. O camarote de bombordo é o único do barco que não é suíte. 102 www.boatinternational.com.br


I NT E R MAR I NE

Com uma tradição de projetos consagrados, a Intermarine conseguiu surpreender incluindo quatro cabines no projeto dessa 65 sem interferir no aproveitamento dos ambientes

Retornando às áreas externas, é hora de aproveitar o sol, o ar livre e – é claro – a boa companhia. O convés principal tem um grande solário na proa do barco, mas é o flybridge que vai ganhar as atenções nos dias de sol. Ele tem dois solários, um amplo sofá e mesa para refeições. Mas isso pode mudar, a gosto do proprietário. O espaçoso fly da 65, que se estende até cobrir mais da metade da praça de popa, pode ser customizado pelo proprietário no momento da encomenda. Como o barco está indo agora para água, ainda não conseguimos navegar para testar como ele se comporta no mar. A se julgar pelo histórico Intermarine, a surpresa só pode ser boa. Com dois motores de 1200 hp cada, nós estamos empolgados com a previsão de velocidade de cruzeiro em 30 nós. Uma navegação confortável a esse ritmo atenderia muito bem às necessidades até mesmo dos mais ansiosos. Afinal, a navegação em uma embarcação como esta é um prazer pra se aproveitar.

INTERMARINE 65 Comprimento Total: 69 pés

Passageiros em pernoite: 8

Boca: 5,20 m

Tripulação: 2

Calado: 1,60 m Velocidade máxima: 34 nós velocidade de cruzeiro: 30 nós Motores: 2 x 1200 hp

Arquiteto Naval: Luiz de Basto Designs Estilização Exterior: Luiz de Basto Designs Decoração Interna: Karol de Paula

Deslocamento: 38 t Tanque de Combustível: 3.740 l Tanque de Água: 1.000 l

Estaleiro: Intermarine Osasco (SP)/Brasil Tel.: (11)3652-5252 www.intermarine.com.br

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4 NUMARINE 78

AZIMUT 78

super barcos

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texto: Dag Pike fotos: Colaboração da Numarine, Azimut, e MCY


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MCY 76

MANHATTAN 73

para escolher

QUATRO IATES IMPORTADOS, DE TAMANHOS SEMELHANTES, COLOQUE-OS NO MAR E VEJA COMO ELES SE COMPORTAM. QUAIS AS DIFERENÇAS? COMO ESCOLHER O MELHOR PARA CADA TIPO DE DONO? A BOAT INTERNATIONAL ORIENTA VOCÊ NESSE LABIRINTO DE OPÇÕES www.boatinternational.com.br 105


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NUMARINE 78 A Numarine 78, além de ser um iate que com certeza não passa despercebido, é mais um dos projetos impressionantes do estaleiro de origem turca Numarine. Este Iate já está no Brasil e foi trazido pela Four Private Motorinvest para uso compartilhado. Com um estilo vivo e agressivo, está entre as lanchas com melhor desempenho dentro de sua categoria. As grandes janelas laterais em forma de olhos alongados estão em total harmonia com suas linhas, suas janelas serrilhadas em cima da cabine dão ainda mais agressividade ao design deste barco. No interior – boa notícia, o clima é mais ameno, uma decoração moderna combina conforto e bom gosto. Entrando no salão principal pela grande porta traseira de correr, há um bar com geladeiras grandes e um ice-maker. A direita fica um longo e baixo sofá, de frente para uma grande TV. O convés é de madeira tratada com lixa rústica, que funciona muito bem como anti-derrapante e valoriza a aparência do piso. Mais pra frente, ao lado do volante, fica a mesa de jantar de vidro e entre os dois estão as escadas que levam às cabines. Mudando um pouco a atmosfera, tecidos leves combinados à painéis de carvalho trazem uma decoração conservadora, fazendo oposição às linhas esportivas externas do iate. No deck inferior, em ambos os lados, encontramos duas compactas suítes individuais, à frente temos o camarote VIP, deixando o centro do iate para a suíte master. Na cabine da tripulação há dois beliches, e abaixo fica a excelente cozinha, que combina a sua função com a de refeitório dos tripulantes. O acesso à sala de máquinas é feito pelo deck, mas mesmo assim, a proximidade com a cabine da tripulação faz com que os marinheiros sejam

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obrigados a relaxar numa área não muito silenciosa.Grande parte desse ruído é transmitido devido ao alto desempenho dos motores durante uma navegação mais agressiva. A tendência de redução vem quando o iate assume velocidades mais altas. Do lado de fora, o iate tem um cockpit com um grande solário de popa combinando com o sofá e uma mesa de jantar ao ar livre. Dois sofás pequenos de canto completam o quadro e um toldo de enrolar pode ser estendido para criar uma sombra nos dias de sol forte sobre o cockpit. Na parte da frente, há uma área social maior com assentos e solários. O volante é bem posicionado e prático, com duas poltronas de couro excelentes. Existem alguns aspectos práticos deste iate que poderiam ser melhorados, como por exemplo os acessórios, os cunhos com cantos pontiagudos, a falta de pega-mãos e o difícil acesso à sala de máquinas. É no teste de desempenho que esta 78 brilha, chegando rapidamente à velocidade máxima, de 37 nós. Nesta velocidade, o consumo é enorme, com os motores queimando até 600 litros por hora. Em um ritmo mais confortável, a 22 nós, o consumo é bastante baixo, caindo para 240 litros por hora, numa velocidade de cruzeiro que pode ser mantida durante o dia todo. Navegando mais rápido do que isso, a viagem fica dura, e você vai sentir bastante as ondas. Mas basta relaxar um pouco o acelerador e o passeio volta a ficar confortável. Com o ângulo do V de 20 graus, a 78 encara bem as ondas. Esta Numarine é, definitivamente, um iate esportivo e oferece ótima performance, com uma forma de compartilhamento realmente muito interessante que vale a pena conferir.


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A opção de casco roxo não é acaso. A Numarine, barco mais veloz deste comparativo, foi feita para navegar rápido e ser notada por onde passa. Luz natural é uma tônica no salão e na suíte master

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O exterior tem o estilo tradicional e inconfundível da Azimut, com as grandes janelas que inundam o interior de luz natural

AZIMUT 78 A Azimut está entre as importadas mais “brasileiras” do mercado, já que estamos acostumados a ver um grande número desses barcos em nossas águas há duas décadas. A gama de modelos do estaleiro italiano, representado aqui e em Miami pela YachtBrasil, é capaz de atender aos mais diferentes proprietários. Esta Azimut 78 vai agradar especialmente aos donos que gostam de dirigir o próprio barco sozinhos ou com uma tripulação mínima. O estilo é o clássico da Azimut, combinando uma certa formalidade no interior com uma sensação calorosa e acolhedora. Capaz de atingir velocidades de 30 nós, este barco foi projetado e desenvolvido pela experiente equipe de design da Azimut. Com estilo conservador, essa 78 oferece satisfação a longo prazo, se enquadrando na seção de lanchas projetadas para cruzeiros rápidos e confortáveis. Os mares de Cannes estavam calmos, sem nenhuma onda que merecesse ser chamada como tal durante os testes de mar, mas aproveitamos as marolas dos superiates para perceber que a 78 é uma boa cortadora de ondas e poderia se sair bem em condições adversas, se necessário. A versão da 78 que testamos tinha motores 200 hp mais potentes do que o padrão da fábrica, a pedido do proprietário. Embora toda essa potência não tenha aumentado significativamente a velocidade máxima, ela deixou muito mais confortável e fácil navegar na velocidade de cruzeiro, com o barco atingindo 15 nós com apenas 1.500 rpm e com consumo de 200 litros por hora. A uma velocidade de 27 nós, o consumo dobra, mas o iate continua tendo um bom comportamento na água. Superamos a marca dos 30 nós, velocidade máxima que a lancha atinge com a motorização padrão, que são dois MAN 1.360 hp a diesel com transmissão V-drive. O exterior tem a marca inconfundível e elegante da Azimut, enquanto no interior há uma deliciosa combinação, de madeira com sofás caramelo e molduras na cor creme. Um degrau acima fica a sala de jantar, onde há uma bela mesa de vidro e madeira que transmite um nível de formalidade, com a cozinha completa no lado oposto, aberta. A porta do refrigerador, que abre para trás, pode causar problemas após uma viagem em mar grosso, porque os alimentos poderiam cair. O comando fica à frente, e ao seu lado fica um sofá que permite que convidados participem da experiência de acompanhar o comando de uma Azimut em grande estilo. O Layout do painel é bem simples, quem

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opta por pilotar sentado no posto de comando perde o alcance a alguns botões laterais. A visão de ré é restrita e a da frente não é prejudicada por mais de um único separador em seu pára-brisas. Acima, no flybridge, a visão é muito boa, mas novamente os botões do painel desafiam a lógica em seu posicionamento em uma parte baixa e inclinada do painel, onde você não consegue vê-los. Ao lado do comando há um solário pequeno, com o solário principal localizado na parte traseira, atrás da mesa de jantar e da jacuzzi. Uma capota de lona oferece abrigo à maior parte da frente do flybridge, funcionando como um teto solar. Abaixo, novamente encontramos quatro cabines, com a VIP na proa e a master à meia-nau e as duas cabines individuais no meio. O acesso a elas se dá por uma escada levemente curva partindo do comando interno. Nesta área, tudo é calmo e silencioso, mesmo em velocidade máxima, quando os níveis de ruído são baixos e provocados muito mais pela interação do casco com as ondas do que pelos motores. A Azimut é excelente em espalhar pegadores pelo barco e na 78 eles estão nos lugares certos para permitir uma movimentação segura pelo iate. Esta Azimut representa bem a marca, com o que há de melhor em design moderno e planejamento. Não há tentativas de empurrar falsas soluções de design, apenas uma arquitetura sensata, para garantir cruzeiros relaxantes e agradáveis no mar e uma estadia confortável quando docada.


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Imbuia e couro são abundantes no mobiliário e acessórios de todas as cabines. As janelas panorâmicas da cabine master são divididas em quatro seções verticais, com vigias que se abrem

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O amplo solário na proa fica um nível abaixo do convés principal, e não sofre interferência dos cabos de amarração. O processo de infusão, usado em todos os elementos do barco, diminuiu o peso, e o consumo. Painéis fotovoltáicos instalados no teto solar geram parte da eletricidade usada a bordo

MONTE CARLO YACHTS 76 A Monte Carlo Yachts é como aquela aluna nova que entra na escola e já causa sensação entre todos os garotos. Quando as primeiras “lanchas Beneteau” chegaram ao Brasil, logo causaram impacto. Braço da respeitadíssima fabricante de veleiros francesa, a Monte Carlo já apareceu por aqui com um pedigree excelente. Para entrar em um mercado muito disputado, eles precisaram encontrar um produto que não fosse somente inovador, mas que também tivesse um bom preço. Apesar de ser apenas dois pés menor que as 78 deste comparativo, ela é cinco toneladas mais leve. Em nosso teste de mar, essa leveza fez diferença. Mesmo carregada, a Monte Carlo 76 atingiu 30 nós num mar já com alguns carneirinhos em formação. Contando com uma avançada tecnologia de construção, os componentes fibra de carbono e kevlar ajudaram a manter o peso baixo. O desenho do casco, com o ângulo do V em 15 graus, garantiram um bom desempenho nas ondas. Na realidade, o desempenho dessa lancha no mar agitado durante o teste foi excelente. Escadas na parte de trás levam às acomodações da tripulação e à cozinha. Os designers Nuvolari & Lenard usaram uma grande variedade de texturas em todo o interior, incluindo placas de couro no convés. Como os outros, este barco tem quatro cabines. A suíte máster tem espaço de sobra, tomando praticamente metade da área destinada às acomodações. O camarote VIP, localizado na parte da frente, segue o mesmo estilo, enquanto as duas cabines individuais são mais compactas. Todas as cabines são suítes. 110 www.boatinternational.com.br

O pára-brisas da 76 tem divisórias finas o que resulta em uma boa visibilidade para quem está no comando. No entanto, as telas e relógios de navegação estão muito próximos às janelas e os reflexos podem atrapalhar o trabalho do capitão. Fora isso, o comando interno é bom, assim como o do flybridge. Para alegria dos brasileiros, o flybridge nesta lancha não é apenas o segundo comando, mas é também uma área social importante integrada por um espaçoso sofá, mesa, bar e churrasqueira. Na parte de trás há espaço para espreguiçadeiras. Um teto solar rígido de carbono, quando fechado, protege toda extensão da parte da frente contra o sol, oferecendo ainda a opção de ser aberto para aqueles que preferem aproveitar mais os dias ensolarados. Os motores são uma parelha MAN 1.400 hp a diesel, ligadas a caixas de transmissão V-drive, garantindo uma instalação enxuta. Estabilizadores Humphree são de série, para maximizar os níveis de conforto no mar. A Monte Carlo tem trabalhado duro para obter menores níveis de ruído e vibração, usando uma ampla gama de elementos amortecedores na construção do barco. Um comando joystick, que também vem de série, controla os dois motores, o bowthruster e o sternthruster (este já opcional) garante precisão na ponta dos dedos, mesmo em lugares apertados. Há muitas idéias inovadoras incorporadas a este primeiro iate da Monte Carlo, como o sistema de tratamento de esgoto, inspirado na indústria aeroespacial e os painéis solares no teto solar. Como protótipo, o barco já é grande. Mas deve ficar melhor ainda com seu desenvolvimento.


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A praça de popa tem uma mesa para jantares ao ar livre e fica bastante protegida pelo flybridge acima. Com as portas recolhidas, salão e praça de popa se fundem em um único ambiente social www.boatinternational.com.br 111


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SUNSEEKER MANHATTAN 73 Lançada em 2011, a Manhattan 73 é um pouco menor do que os outros barcos deste comparativo, mas graças à remodelação no casco da antiga 70, ela ganhou volume interno e consegue ter quatro cabines espaçosas no deque inferior. Os ambientes bem iluminados ajudam a fortalecer a impressão de um iate espaçoso. A 73 também agrada muito em performance, atingindo a velocidade máxima de 34 nós, e é valente no mar, como se espera de uma legítima lancha inglesa. Outro destaque fica com os espaços sociais. Tanto no salão como no flybridge há espaço para 10 pessoas conversarem sentadas confortavelmente. Até mesmo no comando interno há um sofá para os convidados acompanharem o capitão em ação. A confortável sensação de espaço vem – além do casco com grande volume interno – da distribuição dos ambientes e da iluminação natural, proporcionada por enormes janelas. Os ambientes a partir do salão são todos abertos. Da praça de popa, é possível ver o capitão no comando. O posto de comando, com dois assentos, é confortável, prático e tem espaço de sobra para todos os instrumentos. Mas o posicionamento das telas, perto das enormes janelas do pára-brisas acaba fazendo com que os reflexos do sol atrapalhem a leitura. O capitão também precisa se esticar um pouco para alcançar os botões a bombordo. O barco que visitamos era equipado com joystick, numa posição perfeita para controle total do iate. A visibilidade é fantástica à vante e também nas laterais, embora os largos separadores do para-brisas incomodem um pouco. Além da interação natural com o salão, o comandante pode disfrutar da companhia dos hóspedes no comando, graças a um sofá a bombordo. A cozinha fica entre o comando e o salão, e é prática e bem montada. Em frente à cozinha fica a mesa de jantar, com lugar para oito pessoas. Como as outras lanchas deste comparativo, a Manhattan 73 tem quatro cabines, mas aqui são três de casal e apenas uma de solteiro. Na suíte master, à meia-nau, duas grandes janelas laterais proporcionam não só uma ótima iluminação, mas também uma visão panorâmica do mar. Há

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até um pequeno closet dentro da suíte. Saindo da suíte master, a cabine com duas camas de solteiro fica à bombordo e, a frente, a cabine de casal. Mais adiante, na proa, está a suíte VIP, que acompanha o estilo da máster, com um excelente banheiro. A praça de popa é mais uma ótima opção para jantares ao ar livre, com uma mesa que pode ser rebatida em sofá. Mais abaixo, a plataforma de popa é submergível, uma solução muito agradável para passar o tempo e dar apoio aos banhistas. O acesso à cabine da tripulação se dá pela popa, o que garante privacidade total aos hóspedes. Como já é tradição nas lanchas inglesas, e especialmente na linha Manhattan, o desempenho é uma preocupação primordial. A velocidade máxima pode chegar aos 34 nós e, com a motorização mais potente, é possível manter uma velocidade de cruzeiro de 25 nós confortavelmente. Apesar de européia, a Sunseeker acertou em cheio no flybridge para uso em águas tropicais e ensolaradas. A mesa de jantar ao ar livre acomoda muito bem 10 pessoas e fica ao lado do bar, com o espaço gourmet, pia, geladeira e churrasqueira. Sentimos falta de um hard top, uma opção bem mais interessante do que uma capota bímini para proteger os passageiros do sol. O comando do fly, assim como o interno, tem duas poltronas e é prático. Uma vez ali, cortando ondas a 30 nós, certamente você não terá muito com o que se preocupar, além de prender bem seu boné e óculos, porque o vento vai soprar forte nesta Manhattan.


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Menor das lanchas neste comparativo, a Manhattan 73, com seu casco volumoso, consegue manter a mesma configuração de cabines que suas concorrentes de 78 pés. No interior, o bom aproveitamento dos espaços é um ponto forte www.boatinternational.com.br 113


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A HORA DA DECISÃO Apesar da diferença de estilos, há muitas semelhanças entre esses quatro barcos. Todos usam uma parelha MAN a diesel como motorização padrão e transmissão V-drive e possuem quatro cabines de hóspedes, além das acomodações da tripulação. Mas as diferenças também ficaram marcantes nesta comparação, principalmente no estilo. Falando sem rodeios, a Numarine 78 é para quem gosta de velocidade e de impressionar. Não há como ignorar o estilo arrojado deste iate, que tem o melhor desempenho entre os barcos que comparamos. Em compensação, forma de compartilhamento, este é o seu principal atrativo no mercado, um novo conceito de aquisição que chega agora ao Brasil e pelo que nós mesmos pudemos conferir, é bastante vantajoso. Acreditamos que o estaleiro vá corrigir o problema em versões futuras. Um de seus pontos fortes é a capacidade de planar a velocidades modestas. E, operando a 17 ou 18 nós ele é bastante econômico. Com o teto solar de grande abertura, este barco é quase como uma enorme lancha de uso diurno, mas as cabines são bem posicionadas e confortáveis, como deveriam ser. Por seu alto desempenho e flexibilidade de uso, este iate oferece uma ótima da praça de popa. A Azimut 78 já adota sua linha clássica e refinada, seu estilo é mais conservador, mas com certeza ainda estará na moda daqui a 10 anos. É este apelo atemporal, sustentado pela marca Azimut, que fará a diferença na decisão de proprietários experientes, mais acostumados com diferentes propostas de estilo e performance. Essa Azimut oferece dignidade e conforto para um cruzeiro relaxante, enquanto também é capaz de trazer à tona a emoção da velocidade, quando provocada. Neste comparativo, a Azimut pode ser considerada a opção segura, o iate que terá um bom valor de revenda e que irá resistir ao teste do tempo. Um pouco mais de atenção para a praticidade a bordo ajudaria a melhorar o funcionamento desta 78 pés. A Monte Carlo 76 é outra que já deixa claro seu estilo logo à primeira vista. Apesar de serem menos radicais que as da Numarine, suas linhas externas podem ser chamadas de “modernas”. Mas é justamente o moderno que define esta lancha. Há tantos assentos que fica difícil escolher um só, e até mesmo o salão vira parte da praça de popa quando as portas estão abertas. É essa versatilidade que vai chamar a atenção especialmente daqueles que gostam de curtir o sol do verão. Seu design interior não deixa nada devendo para seus concorrentes maiores. A nova geração de iates a motor está bem representada pela Monte Carlo 76.

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super barcos

NUMARINE 78

AZIMUT 78

A Manhattan 73 é a menor lancha deste comparativo, mas surpreendeu com seu espaço interior, graças a um casco mais volumoso. Ela também vai muito bem nas áreas externas, com um grande fly com assento para 10 pessoas e uma plataforma de popa que desce ao nível do mar. Ela é bastante customizável, o proprietário pode até mudar o layout de espaços abertos no salão e fechar, por exemplo, a cozinha. Neste barco, o destaque fica por conta do bom aproveitamento dos espaços, que não são tão abundantes quanto nas outras, todas maiores que ela. Ou seja, se para você, o mais importante não é o número de pés, mas a maneira como eles são aproveitados, a Manhattan 73 ganha pontos em sua lista. Estes quatro iates são apenas uma pequena amostra do que o mercado de importados oferece hoje no Brasil. Todas essas marcas já chegaram por aqui, algumas há décadas, como a Azimut, que já começou até a montar barcos em Santa Catarina. Outras, como a Numarine, acabaram de chegar. Apesar do recente aumento do dólar e do punitivo aumento da taxa do imposto de importação de 20 para 35%, os importados vieram para ficar. Há quem os prefira pela qualidade inigualável que alguns estaleiros conseguem nos detalhes ou simplesmente porque querem algo único, um estilo que não existe por aqui. Por isso, antes de decidir que tipo de barco que você quer comprar, a primeira coisa a considerar é que tipo de navegação você quer fazer. Se o seu propósito é viajar entre ilhas e praias com rapidez – e de preferência sendo notado por onde passa – a Numarine parece a melhor pedida. Já a Azimut é uma escolha de um nome consagrado, com toda a segurança e tradição da marca. A Monte Carlo é uma novata, mas apoiada por um enorme grupo com tradição de décadas no Brasil. E seu estilo fica entre o ultra-moderno e arrojado da Numarine e o consagrado e tradicional da Azimut. Por fim, a Sunseeker, é um barco muito bem pensado para o convívio social, com menos espaço, mas conforto compatível com as maiores. Há muitas outras escolhas no mercado, além dessas. Sem falar nos barcos nacionais da mesma categoria. A informação está aqui, agora a escolha é por sua conta: entre custo, consumo, autonomia e – é claro – estilo de vida. A escolha certa vai fazer com que você desfrute ao máximo da emoção de curtir a vida no mar a sua maneira.

MONTE CARLO 76

MANHATTAN 73

23.98m

23.7m

23.05m

22.6m

Deslocamento

36 t

55 t

45.5 t

44.9 t

Pernoite

8 8 8 8

Comprimento total

Tripulação 2 2 2 2 Motorização

2 x 1,550hp MAN a diesels

2 x 1,360hp MAN a diesels

2 x 1,400hp MAN a diesels

2 x 1.550 MAN a diesel

Velocidade de cruzeiro

30 nós

26 nós

27 nós

25 nós

Autonomia

400 milhas náuticas

370 milhas náuticas

450 milhas náuticas

325 milhas náuticas

Consumo

400 l/hr

420 l/hr

240 l/hr

385 l/hr

Tanques de combustível

5.000 l

6.000 l

4.000 l

5.000 l

Site

www.numarine.com

www.azimutyachts.com

www.montecarloyachts.it www.sunseeker.com

www.yachtsbrasil.com.br

www.beneteau.com.br

Representantes no Brasil www.eclipseyachts.com

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www.sunseekerbrasil.com.br


O sucesso do Salão Náutico do Guarujá deve-se, principalmente, aos expositores e participantes. Obrigado a todos que transformaram este evento no sucesso de público e de negócios.

Revista Patrocinador Master:

Expositores:


SUS TE N TA B I L IDA D E

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SUST E NTAB I L I DADE

VERDE

EM TODOS

OS TONS A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE ESTÁ EM PAUTA TAMBÉM NO MUNDO NÁUTICO. A REDUÇÃO NAS EMISSÕES DE POLUENTES JÁ É ATÉ LEI EM VÁRIOS PAÍSES. MAS SERÁ QUE ALGUM DIA SEREMOS “VERDES” PRA VALER? A BOAT INTERNATIONAL FOI ATRÁS DAS ÚLTIMAS INOVAÇÕES PARA DESCOBRIR O QUE O FUTURO NOS RESERVA

texto: Dag Pike fotos: Divulgação

A cada Boat Show pelo mundo aparecem novas lanchas que se dizem “ecológicas”. A variedade de modelos e tecnologias alternativas anunciadas, com seus prós e contras, é tão grande que fica difícil acompanhar. Nesta matéria examinamos essas tecnologias para descobrir exatamente para onde o mercado verde está indo e onde ele quer chegar. Reduzir os poluentes nocivos que saem de nossos escapamentos é um objetivo nobre, mesmo que você seja cético com relação à ameaça do aquecimento global. Para diminuir a poluição dos barcos de lazer, existem dois enfoques diferentes. Um deles é diminuir o consumo de combustível nos motores, o outro é diminuir a emissão de gases nocivos no escapamento, e isso não é tarefa apenas para os fabricantes de motores. Projetistas também estão trabalhando para fazer cascos mais eficientes e ecológicos. www.boatinternational.com.br 117


SUS TE N TA B I L IDA D E

Arcadia Yachts Além de um casco que consome apenas 50 litros por hora a 10 nós, as credenciais verdes do projeto Arcadia estão no uso extensivo de células solares em sua superestrutura. Elas produzem cerca de 4 kW de energia elétrica com o sol a pino e a versão de 26 metros também está disponível com um sistema híbrido de propulsão como opcional.

SISTEMAS HÍBRIDOS

Uma maneira de reduzir as emissões de gases nocivos é introduzir um catalisador de redução catalítica seletiva (SCR em inglês) no escapamento. Um redutor gasoso, como amônia anidra ou uréia, é adicionada ao fluxo do escape, que então passa por um catalisador, convertendo óxidos nitrosos em nitrogênio diatômico, CO2 e água

Boa parte dos barcos que se dizem ecológicos usa sistemas híbridos, portanto precisamos entender melhor o que eles são exatamente. Na maioria dos sistemas híbridos há um gerador e um motor elétrico ligados ao eixo, entre o motor e o hélice. Isso permite gerar energia elétrica quando o motor a diesel está sendo usado e armazenar essa energia em uma série de baterias. Depois de carregadas, as baterias podem alimentar um motor elétrico. Isso singifica propulsão silenciosa e sem emissão de poluentes. No entanto, embora a propulsão elétrica seja livre de emissões, o motor a diesel utilizado para gerar a energia emite poluentes. Na verdade, usando um sistema híbrido, você está produzindo até mais poluentes do que se um motor a diesel fosse usado diretamente. Isso ocorre porque a cada vez que você usa o diesel para gerar ele-

Redutor gasoso

Minimizando as emissões

Catalisador SCR

Emissão antes da redução

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tricidade para as baterias e depois usa essa energia para alimentar um motor elétrico, existem perdas consideráveis, que chegam a 10% em cada passo. No final da equação, isso pode representar uma perda de cerca de 40% da energia que chega ao hélice. A fabricante de motores MTU está desenvolvendo um sistema híbrido de propulsão diferente. Com base em sua experiência no transporte ferroviário, ela está equipando uma Sunseeker Manhattan 70 com um motor que tem as unidades a diesel e elétricas funcionando junto, acopladas diretamente ao virabrequim por meio de uma embreagem. O motor elétrico –silencioso e sem emissões – pode ser usado nas manobras de docagem e saída do porto – enquanto o motor a diesel funcionaria em alto mar. Outra novidade é que os dois motores podem funcionar juntos quando necessário, durante uma ace-

Emissão após a redução

Dentro do motor

Tratamento após a emissão

Ciclo Miller

Catalisador de oxidação

Recirculação dos gases emitidos

Filtro de partículas de diesel

Combustão homogênea

Catalisador SCR


SUST E NTAB I L I DADE

Sevolution Baia Este novo projeto da Baia, o Sevolution 24 metros, é cheio de inovações verdes. Abaixo da linha d’água, o casco tem um V raso típico, mas perto da popa surgem dois pequenos cascos laterais que usam a própria água deslocada pela proa para gerar sustentação extra. A propulsão principal é fornecida por uma parelha de motores a diesel ligados a rabetas ZF de alta eficiência. A Baia incorporou a eles um sistema inovador. No eixo existe um motor elétrico de 45kW ligado a um hidrojato. O energia para este motor vem diretamente do gerador de 120kW, portanto não existem as perdas de eficiência da bateria, nem peso a mais no barco. Com este sistema elétrico, a Baia alega ser possível atingir uma velocidade de oito nós com um consumo de apenas 20 litros por hora. Uma vantagem adicional é que o hidrojato pode trabalhar junto com o bow thruster nas docagens. Também existem painéis solares incorporados à superestrutura para gerar energia adicional.

leração, por exemplo. Mas mesmo nesse sistema, a perda de energia quando a potência do motor a diesel é transformada em energia elétrica ainda é grande. Além disso, apesar do uso de baterias de lítio, as mais eficientes disponíveis, o peso de embarcá-las também diminui a eficiência do sistema. Claro, o vendedor vai dizer que você pode entrar e sair da marina sem emitir poluentes, mas a poluição teve de ser produzida em algum lugar da cadeia, para alimentar o motor elétrico. Você pode imaginar que está fazendo sua parte se carregar as baterias nas tomadas do píer, mas também essa energia poluiu algum lugar, seja queimando combustíveis, seja modificando o curso de rios e alagando áreas verdes, como é o caso das hidrelétricas. Então, se sua preocupação é ter a consciência limpa, pense bem ao considerar o sistema híbrido. É verdade que você vai poder desfrutar de um motor silencioso quando estiver em busca de um pouco de paz, e a energia elétrica pode deixar as manobras de docagem mais precisas – mas nunca se esqueça de que seja qual for o tipo de energia que você estiver usando, você ainda estará gerando emissões em algum lugar. Um sistema híbrido aumenta o preço de uma lancha em cerca de 10%. De fato, é um preço muito alto em troca de muito pouco em termos de uma real redução de emissões. Com isto em mente, é hora de olhar para os fatores que afetam o consumo de combustível para tentar reduzir as emissões de um jeito mais eficiente.

Splinakis 43 Metros A Splinakis Ship Design desenvolveu esta lancha de 43 metros para atender à demanda por um superyacht ecológico. A opção aqui foi por motores elétricos alimentados por geradores a diesel, numa configuração que permite que o uso de energia seja otimizado dependendo da performance desejada. Três geradores fornecem um total de 1.250 kW, que então alimentam dois motores elétricos de 500kW acoplados a hélices azimutais Schottel de alta eficiência. Com essa instalação, os geradores podem ser ligados em rede para fornecer energia suficiente para a velocidade desejada. Com apenas um dos geradores maiores em uso, é possível chegar a uma velocidade de 10,5 nós e uma autonomia de 3.000 milhas. A eficiência da propulsão Schottel é maior porque ela não requer transmissão ou leme. O iate também é equipado com 160 metros quadrados de painéis solares, que produzem 20kW de energia. Eles carregam um banco de baterias e, no porto, o sistema de controle permite que qualquer excedente de energia solar seja revertido de volta para a rede pública de energia (desde que a rede esteja preparada para isso, claro). Outra opção que a Splinakis está considerando é criar lanchas capazes de utilizar combustíveis alternativos, como o GLP. www.boatinternational.com.br 119


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Mochi Long Range A Mochi Long Range, desenvolvida pela Ferretti Group, foi uma das primeiras lanchas ecológicas. Ela usa um design inovador no casco, com baixo arrasto para reduzir o gasto de energia. Seu casco é longo e fino à frente, mas na popa ele tem as formas de um trimarã. Ela foi também uma das primeiras lanchas do mercado a oferecer um sistema de propulsão híbrido, mas dentro da água ela parece exatamente como uma lancha convencional.

VELOCIDADE E PROJETO DO CASCO A equação é muito simples: quanto mais rápido você for, mais combustível você vai queimar, e maiores serão suas emissões. Portanto, uma das maneiras mais fáceis de reduzir os poluentes é desacelerar. Há um novo gênero de barcos a motor chegando ao mercado, com modelos que são projetados para operar em velocidades mais lentas. As máximas não passam dos 20 nós e eles terão uma eficiência ótima no uso de combustível a cerca de 10 ou 12 nós. Estes projetos são baseados principalmente em cascos semideslocantes, que podem ser bastante eficientes em velocidades mais baixas, mas se você acelerar mais, o consumo de combustível aumenta rapidamente. Por exemplo, a Navetta 26 Custom Line, de 26,22 metros, consome 450 litros por hora a 16 nós, mas diminua para 10 nós e o consumo cai para apenas 80 litros por hora. A coisa mais importante se você quer uma lancha ecológica é escolher o casco mais eficiente para a velocidade 120 www.boatinternational.com.br

na qual você pretende navegar. Um casco totalmente deslocante terá um consumo mísero se você estiver a oito nós, mas sua velocidade máxima será de apenas 12 nós, e isso usando o dobro do combustível. Agora, se você sente a necessidade de ir mais rápido às vezes para pegar uma maré ou para entrar em porto antes de escurecer, um casco semi-deslocante poderia ser a sua escolha. Com ele, você pode até ultrapassar a marca dos 20 nós. Há ainda cascos de planeio baseados em um V moderado ou profundo – com eles você alcança 30 nós ou mais, mas é improvável que eles sejam econômicos em velocidades mais baixas, isso ocorre porque o casco simplesmente não é otimizado para elas. Não esqueça que peso é um fator determinante para a velocidade, e iates híbridos vão gastar mais combustível por conta do peso extra das baterias. Mas não só elas pesam no barco. A Boat International testou uma lancha que tinha mais de seis toneladas de mármore a bor-


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Magellano A forma do casco incomum da linha Magellano, desenvolvido pela Dixon Yacht Design, é uma combinação de um casco longo e fino junto com os chines largos. Ele é projetado para ser mais eficiente que todos os iates de seu tamanho em velocidades de até 22 nós. Refinamentos para o projeto, tais como janelas anti-UV, luzes de LED e motores super limpos deixam o barco ainda mais ecológico. A instalação de um sistema híbrido é opcional. do – um impecílio e tanto para quem quer ir mais rápido, economizar ou reduzir a emissão de poluentes. A demanda por soluções econômicas está levando designers e construtores a considerar algumas formas inovadoras de cascos. A Mochi iniciou a tendência, com o design da sua 23 metros Long Range – uma combinação de cascos de trimarã/catamarã – e a linha Magellano da Azimut tem casco com V arredondado e chines largos. A Bray Yacht Design & Research, no Canadá, passou anos testando e refinando projetos de cascos deslocantes para melhorar a eficiência deles. Usando proas em forma de bulbo, alas nas laterais e skegs na popa, a empresa alega ter atingido uma eficiência de 15% ou mais em comparação aos cascos tradicionais. Os materiais usados também são importantes. Cascos de compósitos não são ecológicos e normalmente não são recicláveis. Por isso atualmente há uma tendência em se usar compósitos que usam materiais vegetais. A Azimut está explorando essa possibilidade, de olho também na redução da necessidade de energia a bordo, usando vidros anti-UV e iluminação com lâmpadas de LED.

ENERGIAS RENOVÁVEIS Veleiros aproveitam a energia eólica há centenas de anos, mas para lanchas só recentemente apareceram sistemas como o SkySails, que podem ser usados para explorar a propulsão do vento. Ele é basicamente é uma vela de kite instalada na proa do barco e que pode gerar mais de oito toneladas de tração. Essas velas já estão em uso por navios comerciais. A Humphreys Yacht Design, grande fã do sistema, já desenvolveu dois projetos que

aproveitam a energia eólica dessa maneira. O melhor é que o SkySails pode tanto ser instalado em projetos concebidos especialmente para ele, como também em barcos convencionais, como o seu. As energias solar e eólica são fontes gratuitas, mas os sistemas para aproveitá-las podem ser bastante caros. Cada vez é mais comum o uso de painéis solares, mas com a função de fornecer energia auxiliar para o carregamento das baterias, e não para a propulsão. No entanto, já existem alguns barcos movidos apenas pelo sol. O PlanetSolar, trimarã de 30 metros, construído no estaleiro Knierim na Alemanha, é o maior barco movido a energia solar no mundo e está atualmente realizando uma circum-navegação para promover o uso de energias sustentáveis. A tripulação francesa já está há mais de 15 meses viajando sem queimar uma gota de diesel. O PlanetSolar é baseado em um projeto de trimarã da neozelandesa LOMOcean. O casco central é apoiado em dois cascos laterais em forma de pontões. A conexão entre eles é feita por uma série de suportes laterais. Os cascos-pontão têm em torno de dois metros de diâmetro e são desenhados para oferecer arrasto mínimo. Além disso, estão semi-submersos, portanto o barco é na verdade um Swath (small waterplane area twin hull). Nesses projetos, a área de resistência com a água é minimizada e o barco fica ainda mais estável em mares agitados. As camas ficam no casco central e os painéis solares estão localizados no convés superior. A área dos painéis solares pode ser estendida, abrindo alas laterais retráteis e um painel de popa para produzir um total de 537 metros quadrados de painéis. Essas alas acrescentam oito metros à boca do barco, que é de 15 metros, e a ala

O sistema SkySail oferece às lanchas a chance de aproveitar a energia eólica em longas travessias. Já em uso em alguns navios comerciais, vários designers de superyachts já incluíram o sistema SkySail em suas propostas de projeto www.boatinternational.com.br 121


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Células de combustível, tais como as células a combustível de membrana trocadora de prótons (PEMFC), tiveram suas origens em meados do século 20, mas só agora estão se tornando viáveis para aplicações em transportes. O Planet Solar - Turanor mostra o que pode se conseguir com a energia solar, mas seu modelo está longe de ser praticado como fonte única de energia para barcos de recreio

Navios comerciais de até 100 metros estão operando com gás, mas é a disponibilidade deste combustível que é a parte crucial – postos de abastecimento são um problema

de popa adiciona cinco metros ao comprimento. Quando em curso, elas normalmente ficam abertas, mas são fechadas na entrada do porto. Estes painéis são projetados para produzir 120KW com o sol a pino. Os dois motores elétricos têm um consumo médio de 20kW, o que dá ao SolarPlanet uma autonomia de 500 milhas, permitindo que a navegação continue mesmo à noite. No entanto a velocidade, em condições ideais, não vai muito além dos oito nós, mesmo com o uso hélices de superfície especiais.

COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS O mercado automotivo já nos ensinou que existe uma abundância de combustíveis alternativos: biodiesel, álcool, metanol, hidrogênio, GLP e GNL são mais limpos e que poderiam muito bem ter um lugar na náutica do futuro. Alguns desses combustíveis podem trabalhar com motores a diesel modificados. Sem falar nas células de hidrogênio, cujo pioneiro é o construtor de infláveis e lanchas esportivas clássicas Frauscher. 122 www.boatinternational.com.br


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Com esse conjunto, a lancha de 18,5 metros pode chegar a 33 nós, velocidade muito maior do que a que qualquer barco convencional desse tamanho atingiria com a mesma motorização HOVERCRAFT A SES Europa desenvolveu e está testando um yacht hovercraft. Esse tipo de embarcação navega flutuando sobre um colchão de ar sob o casco. Neste barco, o colchão fica contido em uma câmara formada pelo próprio formato do casco e alimentado por um soprador de 170hp. A propulsão principal é dada por dois motores a diesel, de 435 hp cada, acoplados a rabetas Volvo IPS. Com esse conjunto, a lancha de 18,5 metros pode chegar a 33 nós, velocidade muito maior do que a que qualquer barco convencional desse tamanho atingiria com a mesma motorização. A SES Europa fala em um aumento de eficiência de mais de 30% em comparação com cascos planos convencionais. Este conceito ainda está em sua fase de protótipo, mas muitos dos construtores de yachts maiores se mostraram interessados em licenciar essa tecnologia. Além de ter credenciais ecológicas, essa alternativa abre a possibilidade de manter velocidades de planeio. A empresa também já lançou uma proposta projeto baseada no casco desse protótipo. www.boatinternational.com.br 123


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Monte Fino 85

A Custom Line Navetta 26 Crescendo é um excelente exemplo de uma nova geração de yachts que está chegando ao mercado. Nela, velocidades mais lentas não são sinônimo apenas de um ritmo mais relaxado para curtir a vida, mas também de redução do impacto ambiental. A Navetta 26 consme 450 litros por hora a 16 nós, mas apenas 80 litros por hora a 10 nós

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A Monte Fino, de Taiwan, está construindo um iate de 26 metros com um casco de baixo arrasto e uma variedade de opções ecológicas. A Humphreys Yacht Design passou muitas horas navegando modelos no tanque de testes para refinar o Monte Fino 85 até chegar a um casco de resistência mínima. “É incontestável: um casco com menor arrasto será sempre mais ecológico”, diz Rob Humphreys. O casco deslocante tem hélices e eixos em túneis para reduzir arrasto. O peso foi reduzido ao mínimo possível. Embora a velocidade máxima com uma parelha de MAN R6-800 seja de 15 nós, este barco é projetado para operar principalmente em velocidades mais baixas. A 11,5 nós, os dois motores e os geradores vão consumir apenas 93,4 litros por hora e se a velocidade for reduzida para nove nós, o consumo cai para quase a metade, apenas 49 litros por hora. Isso para um barco de 85 pés! A nove nós, ela terá uma autonomia de cerca de 3.000 milhas náuticas, ideal para cruzeiros de longo alcance. Mas sem pressa. Os proprietários terão a opção de escolher um sistema híbrido com motores elétricos, geradores e um grande banco de baterias. Como se não bastasse, este barco também foi projetado para ser equipado com o sistema de propulsão auxiliar SkySail. Outras características ecológicas incluem o uso de isolamento total em todas as cabines para reduzir a perda de calor. O 85 é projetado seguindo as linhas de trawlers com uma pilothouse elevada e acomodações confortáveis. E deve estar disponível já na metade deste ano.


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No ano passado, o estaleiro espanhol Faeton trouxe a Faeton 300 Fly Hybrid para o Brasil. Ela tem um motor elétrico acoplado ao motor a diesel e consegue quatro horas de autonomia só no propulsor elétrico, sem gastar uma gota de diesel. Ela e a Legend 28 Hybrid, que a Sterling construiu para a Atlântica Boat, já estão disponíveis por aqui

NO BRASIL

CONCLUSÕES

O Brasil também já começa a assistir a chegada dos barcos verdes. No passado, as lanchas a álcool já foram mais comuns. O estaleiro espanhol Faeton trouxe ao Brasil a Faeton 300 Fly Hybrid, com um motor elétrico acoplado ao motor a diesel e que tem uma autonomia de navegação de quatro horas só no motor elétrico. Mas não só as importadas que estão chegando, nós também já temos uma embarcação híbrida construída aqui, a Sterling Legend 28 Hybrid. Uma parceria da Sterling Yachts com a Atlântica Boats, ela se apresenta como a primeira lancha brasileira equipada com sistema híbrido de propulsão. Quem também está na parceria para a produção deste barco é a Steyr Motors, da Áustria, primeira fabricante de propulsores híbridos náuticos em série. A lancha, de 28 pés, pode navegar só com o motor elétrico (e nesse caso a autonomia é determinada pelo tamanho do banco de baterias) ou no modo boost, usando os motores a diesel e elétrico em conjunto, quando é preciso trabalhar com maior potência. São 280 hp no motor a diesel e 7 kW no elétrico. Segundo a Sterling Yachts, com a lancha no modo boost, o conjunto de motores funciona como um gerador de 4 kW, dispensando o uso de outros geradores a bordo.

Até certo ponto, o mercado náutico de lazer pode ser forçado a ficar mais verde no futuro, porque as leis de vários países devem exigir motores a diesel limpos daqui a alguns anos. A maioria das opções verdes só podem ser instaladas em novos projetos; proprietários de iates já existentes terão de operar seus iates em uma uma velocidade mais lenta para que assim possam reduzir suas marcas de carbono no meio ambiente. Diminuir a velocidade, e consequentemente o consumo de combustível, derruba o nível de todos os tipos de emissão. Por isso não é surpresa que cerca de 50% dos novos iates de grande porte que chegam ao mercado tenham cascos deslocantes ou semi-deslocantes, com motores de potência mais modesta. Sistemas híbridos podem ser menos eficientes do que um motor a diesel, mas acabam parecendo mais ecológicos, simplesmente porque o iate está indo mais devagar. Mas o segredo pode estar nesse caminho. Desacelerar é uma medida que todo proprietário pode tomar para fazer sua parte. E quando você pensa nisso, descobre que tem tudo a ver com o que deveria ser a essência da navegação de lazer – aproveitar a vida em um ritmo desacelerado e assim, naturalmente, ajudando a salvar o planeta. www.boatinternational.com.br 125


Worthington, com informações do capitão Rob Hossack. fotos: Cortesia da Autoridade de Turismo da Tailândia, Guy Nowell

a fascinante jóia da Tailândia

Phuket

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texto: Duncan

A BELEZA SINGULAR DE PHUKET JÁ GANHOU FAMA MUNDIAL, MAS NÓS CONSEGUIMOS ALGUNS SEGREDOS E DESCOBERTAS FEITAS PELO CAPITÃO DO MAVERICK II, QUE CONTA COMO ENCONTRAR AQUELAS PRAIAS ISOLADAS E OS MAIS BELOS ABRIGOS DA REGIÃO 126 www.boatinternational.com.br


Laos

Thailand Phuket tem praias de areias brancas e águas tão transparentes que os barcos parecem levitar no ar. Em algumas delas só é possível chegar navegando. Descobrimos alguns desses segredos. E revelamos para você

Bangkok Andaman & Nicobar Islands

Mynamar

Cambodia Vietnam

ANDAMAN SEA Phang Na Phuket

Similan Islands Krabi Phi Phi Islands

Langkawi Malaysia

da era moderna. Mais de 20 anos depois, hoje Phuket tem algumas das praias mais procuradas da Ásia, atraindo mais de seis milhões de turistas por ano. Mas não se deixe enganar pelos números. Phuket, seja no mar ou na terra, tem muito a oferecer e – com boa orientação – é fácil encontrar alguns oásis de tranquilidade por lá.

A Tailândia ocupa um lugar único na história da Ásia. Diferentemente de seus vizinhos, ela nunca foi colonizada, e por isso desenvolveu uma cultura única, assim como sua história. Somando isso a belezas naturais que você só vai encontrar por lá, é fácil entender por que o país virou uma meca do turismo internacional. Embora não seja a maior indústria do país, o turismo é sem dúvida o ramo que atrai os clientes com maior poder aquisitivo e é o rosto do país para o mundo. Os templos luxuosos e stupas (monumento que é uma espécie de torre circundada por uma abóbada) douradas que ilustram vários cartões postais tailandeses estão por toda parte, desde sua fronteira norte, com Mianmar até as terras do sul, perto da Malásia. Seu litoral é uma sucessão de praias tropicais salpicadas de ilhas que se espalham até onde os olhos alcançam. A religião predominante é o budismo, mas a sociedade tailandesa acolhe uma variedade de religiões, raças e culturas. O “caminho do meio” do budismo fica evidente por todo o país. Os tailandeses sabem administrar bem a convivência daquilo que é antigo e histórico com a vida moderna, e isso fica claro nos destinos turísticos com riquezas naturais e excelentes serviços aliados a boa infraestrutura. A monarquia é reverenciada, e o Rei Bhumibol Adulyadej é visto como o pai da nação. Depois da capital, Bangkok, Phuket é o maior destino turístico da Tailândia. Uma ilha ao sul do país, Phuket é um caldeirão de culturas e nacionalidades, acostumada a receber comerciantes em suas praias muito antes de sua redescoberta, por aventureiros

Navegação durante o ano todo Apelidada de “Pérola do mar de Andaman”, Phuket está fora da zona de tufões e é um destino de velejadores e cruzeiristas durante todo o ano. Muitos crueiristas usam Phuket como base para explorar as ilhas vizinhas e como escalas de cruzeiros longos, sejam eles rumo sul em direcção à fronteira da Malásia e Langkawi, ou para o norte, rumo às ilhas Similan Surin, e ao Arquipélago de Mergui, em Mianmar. De novembro a abril, as rajadas de ventos de nordeste trazem consigo uma brisa constante e ar quente e seco. Já as rajadas de sudoeste (de maio a outubro) deixa o clima mais úmido, mas é uma ótima temporada para a navegação, na qual o pôr do sol costuma ser espetacular. Mas fique atento, porque alguns locais, como as ilhas Similan e Surin ficam fechadas durante a época dos ventos de Sudeste. Phuket tem quatro marinas de padrão internacional, todas elas no lado leste da ilha: Yacht Haven Marina (na ponta nordeste), Ao Po Grand Marina, Boat Lagoon Marina e Royal Phuket Marina. A ilha conta com uma infraestrutura náutica bem desenvolvida, com grandes instalações e profissionais qualificados. Todas as marcas náuticas têm representes em Phuket e a ilha ainda tem uma forte indústria de manutenção e reforma, para atender ao grande número de embarcações visitantes. Phuket é um destino popular entre cruzeiristas do mundo todo e recebe cerca de 40 superiates a cada temporada. Muitos passam boa parte da temporada na ilha, que oferece um alto padrão de vagas e instalações para superiates tanto na Yacht Haven Marina como na Po Ao Grand Marina.

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Burma

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A riqueza e excentricidade da fauna e da flora locais às vezes fazem o visitante se sentir na pré-história, mas com marinas modernas e com toda infra-estrutura náutica que você sonhou. Isso é Phuket

A costa de Phuket tem alguns dos resorts mais luxuosos do planeta. Casas de luxo em condomínios fechados, com o preço na casa dos milhões de dólares, são disputadas por celebridades em busca de anonimato

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Playground de luxo

Cruzeiro de nível internacional

A Costa de Phuket é pontilhada com alguns dos resorts e condomínios mais luxuosos e poéticos do planeta. No topo da lista estão os resorts Amanpuri, Trisara e Andara, que elevam o padrão do termo “luxo”. Situados em locais isolados, eles oferecem padrões inigualáveis de serviço e valorizam a privacidade ao extremo. Muitos dos suntuosos condomínios da ilha, especialmente aqueles com vista para a Costa Oeste, pertencem hoje a milionários famosos. Com a privacidade sendo hoje uma moeda de tão alto valor, essas moradias de luxo chegam a custar vários milhões de dólares e, mesmo com todo isolamento, boa parte dos compradores prefere ficar no anonimato. A mais cara delas foi vendida em Natai Beach (ao norte da ilha de Phuket) por US$ 24 milhões para um comprador secreto. Muitas das celebridades mundiais estão entre os visitantes frequentes de Phuket. Durante a alta temporada, especialmente no período de Natal e Ano Novo, você vai encontrar vários jatos particulares estacionados no aeroporto internacional da ilha. Visitantes frequentes do jet-set incluem Kate Moss, Naomi Campbell, Sir David Tang, Kenzo, os irmãos Candy, Tyra Banks, Jean Claude Van Damme, Robbie Williams e muitos outros, incluindo muitos membros da realeza de vários países.

Phuket oferece algumas das melhores opções de cruzeiro, com ancoradouros calmos e seguros, a apenas algumas horas de navegação da ilha, e algumas praias mais intocadas do que qualquer outra que você já viu, como as do arquipélago de Mergui, em Mianmar. A região de Phuket pode ser dividida em quatro áreas para cruzeiro:

Costa Oeste A própria ilha de Phuket já é rodeada por vários ancoradouros invejáveis. A Costa Oeste é famosa por suas praias de areia branca e numerosos ancoradouros – alguns tranquilos e outros, como Patong Beach, um agitado centro para a vida noturna, com restaurantes e shopping centers. A Costa Oeste de Phuket é o centro turístico da ilha, no entanto, existem praias e enseadas tranquilas espalhadas ao longo desse litoral, o que faz valer a pena uma exploração embarcada. Ao longo da costa ocidental de Phuket existe uma série de ilhas que são excelentes destinos para os navegadores. Um dos destaques são as ilhas Racha, formadas por Racha Yai e Racha Noi. No fim da tarde, depois que os visitantes diurnos deixaram a ilha, Racha Yai é um abrigo calmo e aconchegante, oferecendo um pôr do sol espectacular em seus ba-


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res e restaurantes de praia, assim como o resort de luxo The Racha. A estação seca, de novembro a abril, é o momento em que as baías são calmas neste lado da ilha.

Phang Nga Bay A leste de Phuket, a Phang Nga Bay fica protegida em qualquer condição de vento. Ali existem inúmeros ancoradouros tranquilos ao lado de paisagens de ilhotas de formações cársicas de rocha calcária. Essas ilhotas de calcário típicas de Phang Nga Bay parecem não pertencer a este mundo, mas a alguma outra realidade, pré-histórica ou mágica. Essa magia foi aproveitada como pano de fundo em muitos filmes, o mais famoso deles é o clássico James Bond 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro. As ilhotas são perfeitas também para passeios de caiaque, dentro e ao redor das formações rochosas. Muitos delas possuem salões internos que se abrem para o céu. A flora e a fauna também transmitem a mesma sensação pré-histórica, com exuberantes cycas crescendo no topo de rochas 100 metros falésia acima, calaus voando, lagartos estirados sob o sol, macacos nas árvores e manguezais virgens. Estuários de manguezais ricos de vida marinha, aldeias remotas e encontros com pescadores locais dão outra dimensão para os que cruzeiram por esta área.

Krabi Ao sul de Phuket, Krabi e as ilhas em seu redor oferecem inúmeras ancoragens abrigadas. Entre elas estão às famosas Ilhas Phi Phi. Aqui a água assume um tom intenso e transparente o ano todo, atraindo mergulhadores e praticantes de snorkelling. A poucas milhas dali, você pode encontrar uma ancoragem remota e silenciosa, ao mesmo tempo em que está perto o suficiente para curtir uma festa noturna na ilha principal, a Phi Phi Don Island.

Phuket pode oferecer mais do que paz e sossego, além da prática de esportes náuticos, a vida noturna é agitada em alguns points. Tudo o que o comandante precisa fazer é escolher o caminho

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As ilhas Similan ficam a aproximadamente 80 km a noroeste de Phuket e são famosas por suas águas cristalinas, que fazem delas um verdadeiro paraíso internacional para o snorkelling e também para o mergulho autônomo

Maya Bay, que ficou famosa pelo filme “A Praia”, estrelado por Leonardo Di Caprio, faz parte do arquipélago Phi Phi. Embora seja comum ver as ilhas cheias de visitantes durante o dia, no começo da noite o ambiente assume uma calma surreal, e elas são excelentes pontos para se curtir o pôr do sol de Phuket. As ilhas e o litoral de Krabi se tornaram um dos destinos perfeito para escaladores, sejam eles novatos ou profissionais.

Ilhas Similan e Surin

O conhecimento local adquirido pelo capitão Rob Hossack, a bordo do Maverick II (acima) foi essencial para enriquecer esta matéria com dicas que só quem já navegou (e muito) por lá conhece

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As Ilhas Similan estão aproximadamente 80 km a noroeste de Phuket. Famosas por suas águas cristalinas com visibilidade de mais de 20 metros, são um point espetacular de snorkelling e mergulho. O arquipélago de nove ilhas tem enormes rochedos graníticos espalhados ao longo do litoral, debaixo d’água a paisagem submarina não fica para trás. Confira a ‘Sailing Boat Rock’ (a rocha do veleiro) na Ilha No. 8. As Similans também possuem algumas das praias de areia mais branca que você vai encontrar pelo mundo. Os abrigos são numerosos no arquipélago - certifique-se de usar as poitas e amarras fornecidas para ajudar a proteger a vida marinha, com seus corais e formações. As ilhas Surin ficam ao norte da Similans e oferecem paisagens deslumbrantes, tanto acima como abaixo d’água, e são ainda mais isoladas.

Ambos os arquipélagos são parques nacionais e têm ancoragens excelentes, mas apenas na estação seca. As ilhas estão fechadas de maio a outubro devido os ventos e correntes.

Cercanias e países vizinhos Muitos barcos que pretendem explorar países próximos escolhem Phuket como base. Isso porque, além dos atrativos turísticos, a ilha oferece toda a estrutura possível para abastecimento e preparação para quem quer estender a viagem. Saindo de Phuket e tomando o rumo o sul, ao longo da costa do mar de Andaman, você vai encontrar ancoradouros seguros e praias isoladas ao longo da costa de Trang e mais ao sul, até as ilhas mais meridionais da Tailândia, o arquipélago Butang, antes de se aproximar de Langkawi, na Malásia. Langkawi é uma ilha duty-free – e ainda relativamente livre de turistas – que conta com abrigos tranquilos e de visual impressionante tanto na estação seca como na chuvosa. Em qualquer época do ano, os hóspedes podem desfrutar de uma série de atrações terrestres, aproveitar o contato com a cultura malaia, ou gastar o tempo em pitorescos rios e baías remotas. Já no rumo norte a partir de Phuket, passando pelas ilhas Similan e Surin, você estará entrando águas exploradas por mergulhadores intrépidos, mas com poucos barcos de recreio. Uma das últimas fronteiras


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do cruzeiro moderno, Mianmar ainda possui ancoradouros virgens, florestas tropicias intocadas ao lado das praias de areia branca e águas que não sofreram com a sobrepesca. O Arquipélago Mergui começa apenas 120 milhas náuticas ao norte de Phuket. Ele é composto por 800 ilhas, muitas delas de selva densa e sem habitantes, mas há uma abundância de ancoradouros naturais e praias paradisíacas. Navegantes aventureiros podem escolher entre os manguezais dos estuários em florestas intocadas, ou aldeias remotas, em contato com uma vida selvagem única e águas límpidas, ideais para o mergulho e snorkel. A região de Phuket, Langkawi e Mianmar tem sua melhor época durante a Monção de Nordeste (de novembro a abril), enquanto ainda é possível fazer excelentes cruzeiros em Phang Nga Bay, Krabi e Langkawi durante a Monção de Sudoeste (de maio a outubro). www.boatinternational.com.br 131


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VIDA NOTURNA - Alguns preferem fugir do agito, mas Patong Beach é o centro da ação noturna em Phuket e vale a visita, nem que seja para conhecer a “fauna” que toma conta das ruas após o anoitecer em Patong. CIDADE ANTIGA DE PHUKET - A arquitetura sino-portuguesa remonta a tempos passados, as ruas estreitas da parte antiga da cidade escondem surpresas a cada esquina.

FICHA DO DESTINO LOCALIZAÇÃO Phuket é a maior ilha e o segundo destino turístico mais popular da Tailândia, atrás apenas de Bangkok. A ilha de Phuket tem 48 quilômetros de comprimento e 21 de largura, totalizando cerca de 543 quilômetros quadrados. Mesmo que todas as outras 39 ilhas que formam a província de Phuket fossem reunidas, a área resultante seria de cerca de 590 quilômetros quadrados, aproximadamente um terço da área da cidade de São Paulo, ou um pouco mais que uma vez e meia a área ocupada pela baía de Guanabara, no Rio. Phuket fica a cerca de 860 quilômetros ao sul da capital tailandesa, Bangkok.

MARINAS Phuket é o lar de quatro marinas de padrão internacional, todas localizadas na costa leste, que é abrigada o ano todo. YACHT HAVEN MARINA PHUKET - localizado na ponta nordeste da ilha, foi a primeira marina apta a receber superiates. Continua sendo uma escolha popular entre os capitães de grandes embarcações, não fica distante de Phang Nga Bay. www.yacht-haven-phuket.com AO PO GRAND MARINA - a mais nova das marinas de Phuket, localizada no centro da costa leste, tem localização privilegiada. A Ao Po Grand Marina tem estrutura para receber superiates e fácil acesso à Phang Nga Bay. www.aopograndmarina.com

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PHUKET BOAT LAGOON MARINA - uma marina interior, que pode ser acessada via um canal, a Boat Lagoon é o lar da indústria de manutenção em Phuket, com serviços, fornecedores e revendas, todas ao lado das vagas na água. O acesso depende da maré e não é aconselhável a navegação à noite. A marina tem vários restaurantes, imóveis para aluguel e venda até um resort. www.phuketboatlagoon.com ROYAL PHUKET MARINA - localizada ao lado da Boat Lagoon, a RPM, como é conhecida, tem acesso pelo mesmo canal, com um desvio pouco antes da entrada da Boat Lagooon. A RPM é cercada por propriedades e condomínios multimilionários, seu calçadão é um ótimo lugar para relaxar e desfrutar jantares refinados. Um resort está sendo construído no local. www.royalphuketmarina.com

MASSAGEM TAILANDESA - Phuket é o lar de alguns spas fantásticos de reputação internacional. Vale a pena conferir o Banyan Tree Phuket. Mas não ignore as lojas mais simples de beira de estrada, onde uma massagem pode custar tão pouco quanto 250THB (R$ 20) por uma hora. TEMPLOS - Templos tailandeses são impressionantes jóias arquitetionicas, mesmo aqueles perdidos no campo. Phuket tem várias dessas preciosidades, muitas delas escondidas. Para os mais elaborados, vá para o Templo Chalong, no sul. COMIDA - A comida tailandesa é famosa em todo o mundo. Não há melhor lugar para apreciá-la do que no próprio país. Mas fique atento. Phuket é capaz de fazer você descobrir o verdadeiro significado de “quente” com suas delícias picantes e saborosas. Frutos do mar são uma pedida obrigatória.

IMPERDÍVEL

VISTAS INESQUECÍVEIS - Laem Phrom Thep oferece uma paisagem de cartão postal que quem vem a Phuket não pode perder. Localizado na ponta sul da ilha, com vista para Nai Harn Beach, em uma noite clara, o pôr do sol é deslumbrante. Existe um grande restaurante no local que oferece deliciosos pratos locais.

PASSEIOS DE ELEFANTE - As colinas de Phuket fornecem uma ótima pista para uma trilha de elefante. Passeios de trinta minutos ou uma hora, atravessando riachos rasos e bosques são uma ótima oportunidade para apreciar esses gentis gigantes de perto. Bem de perto.

SPLASH JUNGLE - O primeiro parque aquático de Phuket, situado no West Sands Phuket Resort, no norte da ilha, é um ótimo lugar para se divertir com um tobogã gigante, fontes de água e uma piscina de brincar para as crianças.

GOLFE - Phuket tem alguns dos melhores campos de golfe da Ásia, incluindo o do Canyon Course, no Canyon Blue, que é usado em competições internacionais. Mas se você gosta de algo um pouco diferente, tente o golfe noturno no Golf Phunaka, no sul da ilha.

GUIA DE VIAGEM Um grande guia de cruzeiros para a região, o Southeast Asia Pilot, é atualizado a cada dois anos, com destaques em terra e no mar. Infelizmente, só é disponível em inglês. www.southeastasiapilot.com

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G A ST RO N OM I A

Roberta : Sudbrack irreverência reverenciada

NO RESTAURANTE CARIOCA, A CHEF GAÚCHA SERVE APENAS MENUS-DEGUSTAÇÃO, E QUEM MANDA SÃO OS MELHORES INGREDIENTES DO DIA texto: Estela Craveiro fotos: Renato Neto / divulgação

Ingredientes de primeira qualidade e preparo artesanal é que fazem comida boa. Foi seguindo essa filosofia que a premiada gaúcha Roberta Sudbrack, dona do badalado restaurante carioca Roberta Sudbrack, percorreu o mais improvável dos caminhos para se tornar uma chef de cozinha respeitada. Começou em Brasília, vendendo cachorro quente em um trailler para financiar sua faculdade de veterinária em Washington. Já não era um cachorro quente qualquer. Feito com pão fresco e salsicha artesanal de um pequeno produtor do interior do Rio Grande do Sul, levava molho preparado por sua avó com os tomates frescos que Roberta comprava de madrugada no entreposto da Capital Federal. Mas foi ao cozinhar para si, nos Estados Unidos, que ela descobriu sua verdadeira paixão. Quando voltou, abriu um serviço de catering personalizado em São Paulo. Acabou conhecendo Fernando Henrique Cardoso em um dos jantares que fez, e convidada para ser a primeira chef de cozinha no Palácio da Alvorada, quando ele foi presidente da 134 www.boatinternational.com.br

República, no comando de uma equipe de cozinheiros que na realidade eram... militares das Forças Armadas. Foram sete anos cozinhando para deleite de reis, rainhas e outras autoridades mundiais nas recepções da presidência da República. Renderam uma horta orgânica cultivada com Ruth Cardoso, então a primeira dama, e uma experiência e tanto, inclusive relatada no livro “Roberta Sudbrack, Uma Chef, Um Palácio”, que inclui algumas receitas da época. Quando Fernando Henrique deixou o governo, Roberta partiu para o Rio de Janeiro e, em 2005, em um sobrado no Jardim Botânico, na zona Sul, criou uma casa onde não se faz exatamente refeições. Lá se degusta um pouco de tudo o que Roberta cria com os melhores ingredientes que ela e sua equipe encontraram nas feiras e receberam dos fornecedores no dia. Muitas vezes são receitas novas. Trocando em miúdos, você faz a reserva e só Deus sabe o que vai comer. Há apenas um menu-degustação no jantar, de terça-feira


GAST R O NO MI A

Curau com pele de banana e caviar www.boatinternational.com.br www.boatinternational.com.br 135 135


G A ST RO N OM I A

A gastronomia não pode estar presa a padrões rígidos, o mundo mudou demais” a sábado: Experiência Sudbrack, com três pratos e couvert; com cinco pratos, couvert e queijo; ou com nove pratos, couvert e queijo. Às terças-feiras também tem a Terça Básica, com couvert, entrada e prato principal. Almoço, só às sextas-feiras: couvert, entrada, prato principal e sobremesa. E nada mais, a não ser o provocante menu de sobremesas, o Suddog, cachorro quente com salsicha assada e queijo gruyère gratinado, e o Sudburger, um cheeseburger à moda da chef. Ambos servidos apenas sob reserva com 24 horas de antecedência. “A gastronomia não pode estar presa a padrões rígidos, o mundo mudou demais”, justifica a chef. De quem foi ao seu restaurante só se ouve elogios. Tanto ao serviço, atencioso e cortês, mas sem excesso de formalidade, quanto ao ambiente, fino, mas informal, e principalmente às agradáveis surpresas que chegam à mesa sucessivamente em pequenas porções. A degustação começa com o couvert (pão da casa assado na hora, patê de campagne e amuse-gueule) e termina com uma degustação de petit fours acompanhando chá de ervas frescas orgânicas ou o café da casa, feito em coador de pano. A conta chega com uma colherinha de brigadeiro. Pode ser no salão, no balcão ou na varanda do térreo, ou nas mesas do andar superior, que se transformam em uma grande mesa para grupos maiores ou eventos.

2011, e pelo Guia Quatro Rodas, entre outras premiações, Roberta Sudbrack é autodidata. Fez da leitura e de anos de experimentos de ideias de receitas a sua escola. E uma vez por mês compartilha o fruto desse trabalho. Ensina passo a passo como fazer um menu completo, no curso Teacher & Dinner, que começa às três da tarde e acaba com a degustação do que os alunos cozinharam em jantar encerrado às dez da noite. O que faz a diferença na cozinha dessa chef incomum é o verdadeiro caso de amor que ela desenvolve com os ingredientes. Aliás, desde o início, a cada ano elege um para ser testado em muitas receitas. Já estiveram em cartaz o quiabo, a abóbora, o maxixe, o chuchu, o milho e, em 2011, a banana. A brincadeira é criar delícias que façam sobressair o sabor natural de cada item. O limite é a natureza e o respeito da chef por ela. “Antes de qualquer coisa, o que me interessa é resguardar a essência de cada ingrediente. Nada pode ser mais importante do que isso. É necessário respeitá-los, conhecê-los o mais profundamente possível dia após dia, dignificar ao máximo a sua existência e dessa maneira definir o nosso estilo de apresentá-los ao nosso público. Afinal, quem tem que aparecer é o prato, não o chef”, conclui a irreverente e reverenciada Roberta Sudbrack. Saem ganhando os comensais.

Resguardar a essência A chef mantém a casa de apenas 54 lugares funcionado de terça-feira a sábado. Na contramão da glamourização e da escala, ela está todos os dias na cozinha para produzir resultados que fazem do seu restaurante um dos ícones do Rio de Janeiro e do Brasil. Paralelamente, Roberta, também autora do livro “Bom pra Cachorro – Gastronomia Canina” (com receitas para divertir cães ou ajudá-los a recuperar a saúde), desenvolve com talento um eficaz marketing através de fartas postagens no Twitter durante todo o tempo em que o restaurante funciona. Quem a segue sabe quais são os ingredientes do dia e vê – muitas – fotos dos pratos que ela e a “sudequipe” estão elaborando, além de cenas da cozinha. E quem não estava nem pensando em ir lá acaba ficando com vontade, tamanha a beleza dos pratos. Várias vezes laureada como chef do ano, com sua casa eleita o restaurante do ano, pela revista Veja, mais uma vez em 136 www.boatinternational.com.br

ROBERTA SUDBRACK

Rua Lineu de Paula Machado, 916, Jardim Botânico, Rio de Janeiro/RJ (21) 3874-0139 www.robertasudbrack.com.br


GAST R O NO MI A

Sobremesa Divino Maravilhoso (no alto) Quiabo e Camarão Semicozido (acima) e Burrata, Filé de Tomate Marinado, Brotos e Ervas (à direita). Roberta Sudbrack, fachada e ambientes do restaurante (à esquerda)

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MO DA

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Biquíni, ícone brasileiro na

história do beachwear

INFINITA REINTERPRETAÇÃO EM QUATRO TRIÂNGULOS DE TECIDO E CONTÍNUA EXIBIÇÃO NAS AREIAS DO RIO DE JANEIRO MANTÊM O SUCESSO MUNDIAL DO PRODUTO NACIONAL texto: Estela Craveiro fotos: Divulgação/Reprodução

Neste verão 2012 de muitas cores, estampas, texturas e brilho em praias, piscinas, lanchas e iates, o que se vê das cariocas Blue Man e Lenny é um mergulho no passado das duas grifes que revela como e porquê o biquíni do Brasil virou um objeto de desejo em todo o mundo. A estilista Lenny Niemeyer celebrou os 20 anos de sua marca revisitando looks em tye-die, cortes a laser, franjas, renda richelieu, crochê, peças vazadas, cortes geométricos e estampas tropicais, trazendo à atualidade referências que caracterizaram suas coleções ao longo desse tempo. Para iniciar uma nova fase depois da morte de seu criador, David Azulay, em 2009, a Blue Man, agora sob direção de sua filha, Sharon Azulay, e do sobrinho Thomas Azulay, filho de Simon Azulay, criou uma coleção inspirada no Terra Brasilis, espécie de revival das atrevidas coleções do início da grife nos anos 1970.

Idealizado por David naquela época, e depois explicitado na coleção do verão de 1982, o projeto valoriza a cultura brasileira. A coleção 2012 traz a exuberância da fauna e da flora tropicais em estampas bordadas com pedrarias brilhantes e diversas reinterpretações do biquíni jeans de lacinho com que a Blue Man surgiu e do modelo engana-mamãe, símbolo do tempo em que usar biquíni era rebeldia. As duas marcas se destacam entre uma infinidade de outras, no maior mercado produtor e consumidor de beachwear que é o Brasil, por suas intervenções em fases distintas da história do biquíni. Criado em 1946, esse traje escandalizou o mundo, que só começou a aceitá-lo lentamente a partir de 1956, quando Brigitte Bardot o usou no filme “E Deus Criou a Mulher”, de Roger Vadim, e um pouco mais depois que Ursula Andress o vestiu na fita “007 contra o Satânico Dr. No”, em 1962. Mas timidamente. Não era para moças de família, como se dizia então. www.boatinternational.com.br 139


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Sexy

Biquíni verão 2012 da Lenny adquirido por Naomi Campbell, que já desfilou para a Rosa Chá no Brasil, a bond girl Ursula Andress e Brigitte Bardot

Antes de Azulay, os trajes de banho eram antiquados, parecidos e grandes, algo como maiôs cortados ao meio. Antes de Lenny, a variedade de modelagens já era grande e os tamanhos, pequenos. Depois dela, ficaram sofisticados e passaram a requerer acessórios. A Blue Man, reconhecida como a primeira grife brasileira de beachwear, começou com a solução de um erro. Simon Azulay fez um biquíni de jeans que não passava dos joelhos da usuária, ou caía da pelve, porque o tecido não tinha elasticidade. Desistiu do negócio e passou para David, que cortou as laterais da calcinha e amarrou. Assim nasceu o biquíni de lacinho que as brasileiras adoram até hoje. Caiu no mercado como uma bomba de modernidade e sensualidade. Em sua esteira veio uma fase de explosiva inventividade desfilando nas areias cariocas e provocando seguidas ondas de repercussão internacional: a tanga; o biquíni com cintura de enrolar; o biquíni cortininha; o asa-delta, com cavas traseiras vertiginosas na parte inferior; e, para completar, o escandaloso modelo fio-dental. Tudo muito jovial e sexy. A partir daí, novas fronteiras seriam abertas com a crescente disponibilidade de tecnologia e tecidos avançados – a Lycra desbancaria a helanca – para viabilizar novas modelagens; com mais variedade e uso de adereços; e principalmente com a chegada de Lenny Niemeyer ao mercado, para se estabelecer como referência nacional, e depois mundial, em moda praia chic.

Sofisticado Paisagista santista, ela cresceu desenhando suas roupas e indo escolher os tecidos com a mãe, que as costurava. Casou-se com o médico Paulo Niemeyer Jr., mudou-se para o Rio de Janeiro em 1980, e começou a customizar biquínis cariocas. Descosturava as laterais e aumentando a parte de baixo, para uma amiga vender em São Paulo, na contramão de David Azulay, veja você! Arriscou fazer seus próprios biquínis de Lycra. No primeiro deles, uniu as laterais da parte inferior com argolas que eram fatias de 140 www.boatinternational.com.br


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Verão 2012: renda richelieu no biquíni da Lenny, jeans e estampa tropical com top liso nos biquínis da Blue Man. Tie-dye e cortininha da Lenny, jeans estampado, bordado com pedrarias e lacinhos de jeans da Blue Man (abaixo)

Nos anos 1970, a Blue Man revolucionou a moda praia com o biquíni de lacinho e abriu as portas do mercado externo; nos anos 1990, a Lenny trouxe a sofisticação e ampliou fronteiras osso de tutano de boi. Assim começou uma nova era para o biquíni brasileiro, que, com Lenny, nos anos 1990, ganhou outra dimensão em sofisticação. A grife tornou-se uma das principais exportadoras brasileiras de moda praia, com produtos vendidos no Caribe, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Portugal e Dubai. Alinha-se ao lado da Cia. Marítima, da Salinas, da Poko Pano e da Rosa Chá entre as marcas top brasileiras de beachwear mais atuantes no mercado internacional. Lá atrás, ainda nos anos 1970, a Blue Man já havia trilhado esse caminho, pioneira também na exportação da moda praia brasileira, vendida em lojas da Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Suécia, Suíça, Espanha, Portugal, Israel, Dinamarca, e Estados Unidos. Entrou através da porta aberta pela foto de um biquíni da grife com uma bandeira dos Estados Unidos na parte frontal da calcinha, publicada na primeira página do londrino The Sun, em matéria apresentando o produto como um novo ícone do Brasil, depois do café, de Carmen Miranda e do Pelé, como a realidade viria a comprovar. A ponto de em alguns países haver marcas de biquíni com nomes brasileiros. www.boatinternational.com.br 141


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Havaiana , S passo a passo, um sucesso atrás do outro texto: Estela Craveiro / fotos: Divulgação

Paulistanas, elas chegaram

sem muita pretensão, em 1962, na categoria chinelos. Havia um modelo só, o Tradicional, unissex, solado branco, tiras e solas em poucas cores. Apenas em 1994, 32 anos depois, surgiu o modelo Havaianas Top, monocromático, em 13 cores, já com a logomarca na tira. Em 1998, ano de Copa do Mundo, apareceu o modelo Havaianas Copa. Tinha uma bandeirinha do Brasil na tira e virou moda. Depois vieram muitos modelos coloridos e estampados. E nos anos seguintes as Havaianas seriam elevadas às categorias de sandálias e de ícone do Brasil. Em 2003, elas foram escolhidas para presente aos concorrentes do Oscar. Em 2004, ganharam status de jóia, com a edição especial Havaianas H.Stern. Em 2006, foi lançado o mode-

Em 1998, a bandeirinha do Brasil na tira começou a colocar a Havaianas na moda

lo Havaianas Slim, com tiras mais finas, ainda Unissex, mas o queridinho das mulheres. Em 2009, elas ganharam o Espaço Havaianas, loja conceito na Oscar Freire, o coração do comércio de luxo de São Paulo. Nesta década, muitas foram as parcerias com outras marcas, como com a Swarovski Crystal e a Missoni, para citar apenas as duas de 2011. Hoje, em mais de 80 modelos para homens, mulheres, adolescentes e crianças, elas caminham pelas ruas de 60 países da Europa, do Leste Europeu, do Oriente Médio, dos Estados Unidos e da África. E em breve estarão também na Índia e no Paquistão. No Brasil, estão à venda em toda parte, dos singelos empórios da zona rural aos grandes supermercados, em muitos tipos de lojas e particularmente nas franquias da marca Ha-

EM 2012, A MAIS CONHECIDA MARCA DE SANDÁLIAS DO BRASIL COMPLETA MEIO SÉCULO E AVANÇA PELAS RUAS DE NOVOS PAÍSES, TÃO POPULAR QUANTO SOFISTICADA

vaianas, 150 abertas nos dois últimos anos. Mais do que isso, elas viraram mania. Customizadas por muitos estúdios, se tornaram valiosos brindes para todo tipo de evento, inclusive casamentos. São cobiçados presentes de amigo secreto no Natal e muito valorizadas como souvenir por turistas estrangeiros. No Brasil, não há quem não possua seu par, provavelmente vários, mas ainda queira mais um. E há até quem colecione. Caseiras, ótimas para ir à praia e à piscina, elas alcançaram outros territórios. Nos últimos anos passaram a compor trajes para saídas noturnas, indo a shows, teatros, cinemas, restaurantes e boates em cidades litorâneas, como o Rio de Janeiro, frequentando ambientes impensáveis quando tudo começou. Elas chegaram tão longe graças à sua pratici-


MO DA

A Special Collection 2011 foi inspirada no Rio de Janeiro e no Maranhão

H. Stern, Swarovski e Missoni são algumas das grifes de luxo parceiras da marca

dade, qualidade e, cada vez mais, versatilidade, beneficiada pela evolução da tecnologia e do design. Em essência, continuam as mesmas. Mas suas cores, estampas e acessórios... quantas opções! E quanta divulgação! Desde 1970, quando foi preciso criar o inesquecível slogan “Havaianas, as legítimas: Não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro” para enfrentar a pirataria. Em campanhas de tevê estreladas por celebridades brasileiras, em enredos divertidos acerca das dúvidas na hora de escolher um entre tantos modelos, e em sofisticados anúncios na mídia impressa, elas estão continuamente presentes na mídia desde 1994. As sandálias Havaianas têm longa vida útil, um dia precisam ser substituídas, mas por

que esperar um par ficar inutilizável para vender outro? Assim evoluiu a história de sucesso de uma das marcas brasileiras mais conhecidas do mundo. O que deixa os consumidores loucos pelas Havaianas é a beleza dos novos modelos que se sucedem na coleção anual (sempre lançada em junho), nas coleções temáticas (como do Réveillon) e, principalmente, nas sofisticadas coleções especiais anuais. A de 2011 tem como temas o Rio de Janeiro e o Maranhão. De tão bonitas, as sandálias Havaianas dispensam vitrines. Penduradas em displays em lojas e corners de shoppings centers e estações de metrô, elas, que surgiram tão humildemente há exatos 50 anos, são desejadas não só como calçados, mas como itens de luxo. No Brasil e cada vez mais no mundo.

Em 2003 surgiu o modelo Slim, com tiras mais finas, e as mulheres amaram

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SAÚD E E B E L EZA

Beaux

o paraíso à sua espera no Rio de Janeiro EM UMA ÁREA DE 1500 M2 NA BARRA DA TIJUCA, A CLÍNICA REÚNE SERVIÇOS DE TRATAMENTO DE PELE, CABE LEIREIRO E SPA, COM RENOMADA EQUIPE MÉDICA E OS MAIS MODERNOS EQUIPAMENTOS E TE CNOLOGIAS, EM REFINADO AMBIENTE texto: Estela Craveiro fotos: Divulgação / Vicente de Paulo /

Ricardo Zerrenner / Riotur

Ir a uma clínica de estética pode ser um programa bacana em uma viagem ao Rio de Janeiro? Pode. Se o destino for o Beaux, uma casa especializada em saúde, beleza e bem-estar, na Barra da Tijuca, a maior e mais avançada da cidade e provavelmente do País. Lá se encontram um spa urbano, serviços de cabeleireiro, os mais modernos equipamentos, e uma renomada equipe de médicos e fisioterapeutas. Entre as muitas coisas que podem tornar fantástico passar um dia ou uma tarde no Beaux – pronuncia-se Bô – é a consulta 360 Graus. Isso significa 90 minutos com um dos dermatologistas da equipe para um diagnóstico completo da sua pele, das unhas dos pés à ponta dos fios de 144 www.boatinternational.com.br

cabelo, com o auxílio dos aparelhos InBody 720 e Visia, os mais modernos da área. No Lounge, amplo espaço reunindo salão de cabeleireiro, o Café Beaux e o Nail Bar, pode-se passar uma tarde maravilhosa fazendo tratamento dos cabelos, das mãos e das unhas, enquanto se toma champanhe. O Nail Bar costuma provocar profundas dúvidas com mais de 1.500 cores de esmaltes de marcas cobiçadas como Chanel, Prada, Sally Hansen, Essie e muitos da alemã Alessandro, cujos tratamentos para mãos têm encantado as frequentadoras. O Café Beaux serve refeições leves e saudáveis, sucos naturais bem elaborados, muitas taças de


SAÚ DE E B E L E Z A

O projeto de Daniel Piana – com mármore, madeira, vidro e muita luminosidade – cria uma atmosfera tranquilizante no Beaux, onde se pode fazer programas de um dia só ou de meio-dia, além de usar os serviços de forma avulsa

champanhe, e ajuda a fazer do Lounge também um espaço que tem recebido convidadas para festas de aniversário, dia da debutante e outras celebrações. Quem não quer ir a uma festa onde o que se oferece são cuidados de beleza? Se a ideia é relaxar, prepare-se. Isso acontecerá profundamente. O Ayaspa proporciona bons momentos com massagens, rituais faciais e corporais, esfoliação e banhos aromáticos, em experiências que podem durar até quatro horas e meia. Tudo com óleos essenciais desenvolvidos exclusivamente para o Beaux. Tem Day Spa e Half Day Spa. Quem mora no Rio, ou pode estar sempre na cidade, dispõe dos mais modernos aparelhos da atualidade em 11 salas para tratamentos faciais e corporais, como o Thermage (combate à flacidez da pele), o Triniti (rejuvenescimento), o Velashape (combate à celulite e flacidez), e o Ultrashape (redução de gordura localizada). Para quem busca serviços médicos dermatológicos, o menu é completo, vai do diagnóstico e da indicação e realização de tratamentos a uma variada gama de cirurgias. A área médica da casa é um verdadeiro centro de saúde da pele. E vem ganhando fama por não vender falsos milagres, mas, sim, oferecer rigorosas orientações de mudança de hábitos diários dos pacientes para eficácia dos tratamentos. O que revela uma postura honesta e competente. Tão bacana quanto a alta qualidade dos serviços oferecidos são o clima da Beaux, sob direção da advogada Flávia Sampaio. A clínica ocupa 1.500 metros quadrados do Centro Médico MDX, do Grupo EBX, ao qual pertence, na Avenida das Américas. Daí no nome da consulta de diagnóstico: 360 Graus é a filosofia que permeia todos os negócios de Eike Batista, o dono da holding. Significa visão multidisciplinar.

O projeto do arquiteto Daniel Piana para o amplo espaço do Beaux – à base de mármore – madeira, vidro e muita luminosidade, criou um ambiente naturalmente tranquilizante. É perfeito para que o visitante comece a relaxar assim que tiver o privilégio de colocar seus pés lá e ser recebido com uma taça de Veuve Clicquot. Para as numerosas celebridades que costumam frequentar a clínica, há uma discreta entrada secundária e o Espaço Privé. Para quem vem de longe, há serviço de reserva de helicóptero e carro com motorista à espera do cliente. E para todos – sim, homens também podem usufruir das maravilhas desse templo da saúde, do relax e da beleza – há a Villa Beaux, uma boutique onde se encontra o que de mais recente existe em dermocosméticos em todo o mundo. Esteja você onde estiver, ir à Beaux é ou não é um programão no Rio?

BEAUX Av. das Américas, 6.205, Loja F, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/ RJ F. (21) 3923-6300 / www.beaux.com.br

Flávia Sampaio, diretora da Beaux www.boatinternational.com.br 145


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