Edição 07 do Brasil de Fato Bahia

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REVOLUÇÃO Venezuelanos comemoram 20 anos da Revolução Bolivariana com atos em favor de Maduro

ESPECIAL | 08

BDF MG

MUNDO | 07

CRIME DA VALE Lama destrói Brumadinho e ameaça região da Bacia do Rio Paraopeba

BA

Bahia

Salvador, fevereiro de 2019 ano 2 edição 07 distribuição gratuita

Carnaval feito pra quem?

Alexandra Martins Costa /Secult BA

Manifestação do povo, o carnaval na Bahia é marcado por inovações, alegria e muitas contradições, já que vem se transformando em modelo de negócios para governos e empresários, o que afasta cada vez mais a festa do seu caráter popular.

CIDADES |04 FÉ

2 de fevereiro é marcado por homenagens a Iemanjá

OPINIÃO | 10 COMUNICAÇÃO

Rádio Comunitária: um espaço de disputa e resistência popular

ESPORTES |15 FUTEBOL

Quais as perspectivas dos times baianos para este ano?


Brasil de Fato BA

Salvador, fevereiro de 2019

OPINIÃO | 2 EDITORIAL

Não queremos mais contar corpos e nem derramar lágrimas de suor e sangue!

CRIME. Rompimento da Barragem do Vale do Feijão, em Brumadinho MG, era tragédia anunciada

N

os últimos dias do mês de janeiro a população brasileira foi surpreendida e comovida pelo rompimento da Barragem do Vale do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. A empresa Vale é a responsável pelos 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração despejados em forma de lama em comunidades e rios, arrastando tudo que tinha pela frente. Até então foram confirmados centenas de mortes e quase duas centenas de pessoas desaparecidas. A cantora baiana Luedji Luna traz em um de seus versos: “quem vai pagar a conta? Quem vai contar os corpos? Quem vai catar os cacos dos corações? Quem vai apagar as recordações? Quem vai secar cada gota de suor e sangue?”. Essa é uma pergunta que precisamos fazer, visto que o rompimento da barragem do Vale do Feijão acontece três anos após o maior desastre ambiental da história do Brasil, o rompimento da

dente, e sim uma tragédia anunciada, fruto do modelo atual de exploração mineral que é inseguro e da ausência de um proje-

Nos somamos aos que exigem justiça e o fim da irresponsabilidade de quem só visa o lucro barragem de Fundão, em Mariana (MG). Apesar dos impactos ambientais terem semelhante proporção, Brumadinho teve um número muito maior de vítimas fatais. Sem contar das consequências da exposição da população local aos metais pesados, que podem provocar problemas de saúde. E não somente para os povos e comunidades que vivem em Brumadinho e no curso do Rio Paraopeba. Especialistas da FioCruz não descartam a possibilidade de que os rejeitos chegue até o Velho Chico e afetem a população dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Especialistas afirmam que não se trata de aci-

to mineral que pense o desenvolvimento nacional e as necessidades da população brasileira, que seja responsável pela vida das pessoas e com o meio ambiente. Chegamos a mais uma edição desse jornal, a 7ª, e apesar da esperança e a certeza da necessidade de um projeto popular para o Brasil, que defenda a democracia e a soberania popular, não podemos deixar de lamentar o ocorrido, de nos solidarizar com as famílias. Nos somar aos que exigem justiça e o fim da irresponsabilidade de quem só visa o lucro e desconsidera as vidas dos trabalhadores e trabalhadoras que carregam esse país nas costas. Não que-

remos mais contar corpos e nem derramar lágrimas de suor e sangue!

A empresa Vale é a responsável pelos 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração despejados em forma de lama em comunidades e rios

Expediente Brasil de Fato BA O jornal Brasil de Fato circula periodicamente com edições regionais na Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mensalmente visibilizamos as vozes, as lutas e o cotidiano do povo baiano. Contra o monopólio da comunicação, na disputa das idéias e na construção de uma comunicação popular. Conselho Editorial: Áttila Barbosa, Ivo Saraiva, Edmilson Barbosa, Gabriel Oliveira, Allan Lusttosa, José Carlos Zanetti, João Carlos Salles, Vitor Alcantara, Emiliano José, Luciene Fernandes, Elen Rebeca, Moisés Borges, Leomarcio Silva, Leila Santana, Sebastião Lopes, Beniezio Eduardo, Allan Yukio, Amanda Cunha, Lucivaldina Brito, Marival Guedes. Redação: Bete Dantas, Carolina Guimarães, Camila Bonassa, Elias Malê, Ivete Andrade, Jamile Araújo, Lorena Carneiro, Wesley Lima. Edição: Elen Carvalho (0005818/BA) Diagramação: Diva Braga Tiragem: 30.000 exemplares Escreva para nós: redacaobahia@brasildefato.com.br Rede Social: facebook.com/brasildefatobahia Contato/Publicidade: redacaobahia@brasildefato.com.br


Brasil de Fato BA

Salvador, fevereiro de 2019

GERAL l 3

mandou

FRASE do mês

Reprodução

Reprodução

Aqui quem elege o presidente é o povo. Qualquer pessoa pode se declarar presidente. Mas quem escolhe aqui, através do voto, são os venezuelanos

BEM

Nicolás Maduro, presidente democraticamente eleito da Venezuela, em pronunciamento público.

Mulheres se destacam na redação do ENEM 2 das 55 redações com nota 1000 no 4 ENEM foram escritas por mulheres! Em tempos de avanço do conservado-

Qual a música é uma marca do seu carnaval?

rismo e ameaça dos direitos das mulheres, celebramos a conquista de 42 jovens estudantes que provam, mais uma vez que o lugar das mulheres será onde elas quiserem. Escreva como uma garota!

mandou

MAL

M

inha musica que marca o carnaval é Bainidade Nagô - composta por Evandro Rdrigues há 25 anos, que faz uma homenagem a Dodô e Osmar -, pois me passa inexplicavelmente um grande sentimento de alegria e paz.

Reprodução

Julianne Nascimento – Técnica em Eletrotécnica

Lançamento de livro

400 famílias de Massaranduba ficam sem lugar para morar

C

láudio André de Souza, doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia AfroBrasileira (UNILAB), lança o livro “Para Onde Vai a Política Brasileira: Breve Ensaio Sobre a Crise de Representação e o Pós-Impeachment”. A publicação traz perguntas e respostas sobre os últimos acontecimentos que marcam a crise política atual, fazendo um balanço dos últimos anos na política brasileira e agregando reflexões objetivas e de fácil leitura.

F

Arquivo pessoal

amílias que moravam em assentamento no bairro de Massaranduba, Salvador, tiveram suas casas demolidas e foram retiradas à forca pela Policia Militar, que chegou a usar bombas de gás. A justiça havia concedido ação de reintegração de posse à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) . A demolição aconteceu no último dia 28, apesar de no dia 25 a desembargadora Carmen Pinheiro ter dado decisão judicial contrária ao despejo.


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Salvador, fevereiro de 2019

Mariele Góes Marchand.

Dia de Festano mar FÉ.2 de fevereiro é marcado por homenagens a Iemanjá, uma das festas populares mais importantes do calendário baiano

Carolina Guimarães

á na noite do dia J 01 de fevereiro, o boêmio bairro do Rio Ver-

melho, em Salvador, começa a ser tomado pelas multidões que acompanham as festividades em das datas mais importanhomenagem a Iemanjá. tes do calendário de fesSons das festas nos ba- tas populares da cidade. res, apresentações de rodas de samba, capoeira e outras manifestações populares acontecem nas ruas; ambulantes passam com isopores de cerveja e flores. Na alvorada do dia 02, os primeiros presentes já são entregues por pessoas à beira da praia; mais tarde, saem as embarcações dos pescadores, com balaios carregados de flores, colares, espelhos e outras lembranças para a rainha do mar. É um misto de festa de rua e rito religioso que, por sua notoriedade e alcance, tornou-se uma

Mariele Góes Marchand.

Que luz é essa que vem lá do mar? /É a Senhora das Candeias / Mãe dos Orixás

A tradição de homenagear a Orixá data do século XIX, de acordo com

pesquisador Nelson Varón Cadena, autor do livro “Festas Populares da Bahia - Fé e Folia”. Originalmente, não se tratava de uma festa, mas de um ritual exclusivo dos filhos e filhas de santo. A data, 2 fevereiro, se consolidou em razão do sincretismo religioso que predominou nos primeiros anos da tradição: Iemanjá era identificada como Nossa Senhora das Candeias, do Rosário ou dos Navegantes. “Depois o rito foi abrindo mão do sincretismo e se torna exclusivo do culto afrodescendente, já como festa”, explica. Justamente por isso, ainda nas décadas de 1950 e 1960, a festa não tinha a popularidade e aceitação que tem hoje. “A classe média tinha um certo distanciamento de Iemanjá por conta do preconceito com o candomblé. Isso só começa a ser quebrado na década de 1970, principalmente”.

Vá pra perto do mar/Leve mimos pra sereia

Ainda segundo Cadena, os principais elementos para o que ele chama de “legitimação” da festa nas classes médias foram as produções artísticas e intelectuais que tematizam o 2 de fevereiro. Fotografias de Pierre Verger, as canções de Dorival Caymmi e os textos de Jorge Amado. Além disso, a festa começou a atrair a atenção de jornais e revistas de outros estados, especialmente do Rio de Janeiro, que passaram a publicar artigos e fotografias contribuindo para que ela tomasse as proporções atuais. “Hoje a participação popular que se tem, dos moradores de Salvador é impressionante. Você vai lá 5 da manhã já tem uma quantidade enorme de pessoas fazendo fila. Pessoas de todo tipo, ricos, pobres, turistas, é uma participação muito ampla”, explica.

Mariele Góes Marchand.

CIDADES I 4


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O carnaval é de quem?

CONTRADIÇÃO. Ao transformar o carnaval num modelo de negócios, governo e empresários afastam cada vez mais a festa do seu caráter Sidney Mamede*de resistência popular Lorena Carneiro

Alfredo Filho, SECOM

ma foto da aveni“U da no carnaval é o que é Salvador: um pu-

nhado de gente branca que está dentro de um espaço cercado de um mar de gente negra e que é protegido por gente negra - a que está na corda. Essa foto é a cara do carnaval racista e excludente que é hoje”. É com a dureza dessas palavras que Cristiano Lima, da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), sintetiza sua análise do carnaval de Salvador. O historiador resgata a origem dessa festa, que está diretamente ligada ao debate de classe e raça no Brasil. “Esse carnaval de rua é construído com a exclusão social dos negros. Eram os clubes que faziam a festa, mas os negros, pobres e excluídos, começaram a fazer essa festa na rua e se organizaram. Quando isso ganha corpo, quando a comunidade negra se unifica para participar disso, aí que a elite sai dos clubes e vai pra rua também, mas nunca de forma igual. É elitizando, é colocando corda - já na década de 70, 80 - que começa a se fazer uma disparidade”, afirma. A partir disso, o carnaval vira um modelo atrativo para investimento de empresários, que veem o festejo como uma oportunidade de lucro. “Com o passar dos anos, foram adicionadas inovações tecnológicas aos instrumentos elétricos originais, e grandes caixas de som, veículos cada vez maiores e projetos de engenharia e visuais tornaram-se comuns. As novidades exigiam grandes investimentos, e as organizações se firmaram em torno de estruturas profissionais. Or-

ganizações diversas (principalmente empresariais) começaram a atuar no carnaval em todo o Brasil, pois viram na exploração comercial da festa um grande nicho de mercado”, analisam Cristina Carvalho e Gustavo Madeiro em sua dissertação de mestrado “Carnaval, Mercado e Diferenciação Social” (UFPE, 2014).

A burocratização do acesso para as agremiações, para os blocos, tem sido muito dura e ao mesmo tempo excludente

Burocracia e falta de apoio excluem blocos de matriz africana

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erço de inúmeros blocos afro, de samba e reggae que resgatam a cultura e história do povo negro, o carnaval de Salvador a cada ano se afasta das suas raízes. “Temos assistido uma extinção de um modelo incrível de manifestação popular e cultural que é o carnaval, especialmente no centro da cidade. A burocratização do acesso para as agremiações, para os blocos, tem sido muito dura e ao mesmo tempo excludente”, afirma Víviam Caroline, diretora de projetos da Didá, banda e bloco afro formado apenas por mulheres que existe desde 1993. “São pessoas que veem o Carnaval como um espaço de liberdade, de expressão popular, de alegria, como um espaço poético, político. E é muito confuso chocar essa sensação, esse desejo, com a burocracia”, ressalta. Uma das iniciativas do

governo do estado para a valorização dos grupos de matrizes africanas e tradicionais é o Carnaval Ouro Negro. Na sua 12ª edição, o governo disponibilizou cerca de 5,9 milhões de reais para estabelecer parcerias com blocos afros, afoxés, grupos de samba, reggae e índio para o desfile na capital. Em 2018, 91 atrações desfilaram no Carnaval Ouro Negro, dentre elas grupos como o Ilê Aiyê, Olodum e Cortejo Afro. Víviam aponta a necessidade de direcionamento dos investimentos para maior retorno social. “O Carnaval Ouro Negro é bem importante, mas é necessário políticas de direcionamento. Porque os recursos de patrocínio de iniciativa privada, por exemplo, não são direcionados, não existe uma contrapartida social, e acho que políticas públicas deveriam ser criadas nesse sentido. As grandes cer-

vejarias, bancos, eles não deveriam apoiar apenas os grandes nomes do carnaval. Precisaria existir uma política que direcionasse um percentual desses patrocínios para entidades de matriz africana, por exemplo, para os afoxés, para os sambas, essas iniciativas comunitárias”. “Essa dificuldade de patrocínio se deve principalmente pela forma que o poder público encara essas expressões negras e populares. Eles entendem que isso é um pedacinho do Carnaval, e não o âmbito central. A gente faz o debate de que essas representações negras não podem ser encaradas como uma entidade carnavalesca, puramente, porque a maior parte delas tem trabalho comunitário durante o ano inteiro. Quer dizer são entidades que constroem uma pauta com responsabilidade social”, salienta Cristiano.


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Memórias e lutas por um carnaval mais plural V

íviam Caroline resgata da infância a memória de um carnaval mais democrático. “É lamentável ver a extinção do que era outrora um espaço onde de ponta a ponta aconteciam manifestações, como no centro da cidade, dos grandes e dos pequenos desfrutando o mesmo espaço. Hoje isso é tão restrito, a gente vê o Carnaval no centro da cidade completamente entristecido. Ou adormecido, espero eu, caso novas iniciativas de inclusão passem a ser criadas e eu possa rever imagens como eu vi na infância, de

um dia inteiro de apresentações”. “A política de turismo e de carnaval implementada principalmente pela prefeitura de Salvador é literalmente racista, excludente”, denuncia Cristiano. Mas ele ressalta a força e a luta do povo negro, dos movimentos sociais e de cultura: “A gente continua fazendo a disputa racial, cultural, popular, contra o capital, o elitizado, o branco, o burguês, que vai tomando conta do Carnaval. Continuamos na resistência”.

A gente continua fazendo a disputa racial, cultural, popular, contra o capital

Confira algumas atividades culturais para fazer no pré Carnaval em Salvador! Maurício Serra/TCA

Orquestra Sinfônica da Bahia divide o palco com Bailinho de Quinta e Armandinho no TCA

O

“Baile Concerto” da Orquestra Sinfônica da Bahia terá presenças super conhecidas do carnaval da Bahia, o repertório musical contará com músicas que que se tornaram tradição na história dos circuitos e ruas. O evento acontecerá no dia 24 de fevereiro (domingo). Os ingressos custam R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia), vendidos apenas no dia do evento, a partir das 9h, com acesso imediato ao teatro.

Bruno Concha/ Ag Haack/ Prefeitura de Salvador

Divulgação

Grupo Olodum promove festival no Pelourinho em Salvador

Mercado Iaô agita o verão na Cidade Baixa em Salvador até dia 17 de fevereiro

O

Festival de Música e Artes Olodum (FEMADUM) acontecerá nos dias 9 e 10 de fevereiro. O evento será aberto ao público e acontecerá no Largo do Pelourinho. O FEMADUM foi criado em 1980 com objetivo de divulgar a cultura afro brasileira e de abrir portas para artistas populares. A programação contará com diversas expressões que contemplam a arte, exemplo da música, literatura, artes plásticas e audiovisual.

Mercado Iaô é uma iniciativa da CanO tora Margareth Menezes, e conta com diversas manifestações culturais, exemplo

de artesanato, moda, acessórios, decoração, gastronomia, artes plásticas, música, teatro, dança, etc. Já estiveram presentes Luiz Caldas, Ilê Aiyê e Edu Casanova, e ainda contará com apresentações de Daniela Mercury e Olodum. O evento acontece na Fábrica Cultural, na Ribeira, das 10h às 20h. Até 14h, o acesso espaço é gratuito, depois é cobrado um valor social de R$ 20 e R$ 10 em diante.


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Venezuelanos comemoram 20 anos da Revolução Bolivariana em atos em defesa de Maduro AMÉRICA LATINA.Em discurso, presidente lembrou o legado de Hugo Chávez e afirmou estar aberto ao diálogo Alba Movimentos / Telesu

Apesar das tentativas de golpe e das ameaças externas, a Venezuela está em paz Jorge Arreaza afirmou que decisão foi tomada sob influência do governo norte-americano

Apoiadores de Maduro se concentraram na Avenida Bolívar, em Caracas, neste sábado (02) .

Oposição Da Redação enezuelanos foram V às ruas neste sábado (02) para comemorar os 20

anos da posse do ex-presidente Hugo Chávez, que marcou o início da chamada Revolução Bolivariana no país, e defender o mandato de Nicolás Maduro, sucessor apoiado por Chávez e reeleito em maio de 2018, com mais de 67% dos votos. “Há 20 anos, em uma tarde como hoje, com o voto popular elegemos o comandante Chávez presidente da República e iniciamos uma nova história de reivindicação popular na Venezuela”, disse Maduro em discurso na Avenida Bolívar, na capital Caracas. “Na Venezuela não há ditadura. Na Revolução Bolivariana haverá poder popular, democracia

Na Revolução Bolivariana haverá poder popular, democracia verdadeira e a liberdade dos povos verdadeira e a liberdade dos povos”, disse o presidente. Maduro agradeceu as iniciativas dos governos do México, Uruguai e Bolívia que se prontificaram a estabelecer uma mesa de diálogo entre governo e oposição. “O dia que quiserem, quando quiserem, como quiserem, estou pronto para falar e facilitar o diálogo do encontro nacional, para respeitar a Constituição e fazer uma agenda nacio-

nal de prioridades”, afirmou. Ainda no ato de comemoração, o mandatário se dirigiu à oposição para que deixem de apoiar ao golpe de Estado e de chamar à intervenção militar. “Apesar das tentativas de golpe e das ameaças externas, a Venezuela está em paz. A paz se impôs novamente e não conseguiram impor a violência. Foram derrotados com a justiça”, disse.

Juan Guaidó, deputado do partido de direita Voluntad Popular que se autoproclamou presidente no dia 23 de janeiro, convocou manifestações da oposição também para este sábado. No mesmo dia, o general da Força Aérea, Francisco Yánez, publicou via Twitter uma mensagem na qual reconhe-

ce Guaidó como presidente interino do país. O ato foi condenado pelo alto comando da Força Aérea da Venezuela que classificou Yánez como traidor e afirmou, também via rede social, que “a Força Aérea não aceitará jamais um presidente imposto por interesses obscuros, nem autoproclamado à margem da lei. Também não se subordinará nunca a uma potência estrangeira ou a um governo que não seja eleito democraticamente pelo povo venezuelano”. TNM


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Entre 5 e 10. fev

Hidrelétrica Três Marias Encontro com o rio são Francisco

BARRAGENS DA VALE EM TODO BRASIL ESTÃO COM ALGUM NÍVEL DE PREOCUPAÇÃO DE ROMPIMENTO**

Entre 15 e 20. fev

RIO SÃO FRANCISCO PODE SER ATINGIDO PELA LAMA DE REJEITO ATÉ O DIA 20 DE FEVEREIRO

134 84 MORTOS MORTOS

276 199

DESAPARECIDOS* DESAPARECIDOS*

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BAHIA, SERGIPE E ALAGOAS TAMBÉM PODEM SOFRER COM A LAMA CASO O REJEITO CHEGUE AO VELHO CHICO

APENAS 780, DAS 24 MIL BARRAGENS NO BRASIL, PASSARAM PELA VISTORIA DE ALGUM ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO EM 2017**

Privatização da Vale: o lucro acima da vida

Histórico de violações da Vale vai muito além de Mariana e Brumadinho

▶ Maior mineradora do Brasil e terceira

A privatização da antiga Companhia Vale do Rio Doce, em 1997, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), provocou a demissão de milhares de trabalhadores da companhia. Até então a Vale era uma das mais lucrativas estatais brasileiras. A venda do controle acionário da empresa para o Consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, do empresário Benjamin Steinbruch, foi fechada em R$ 3,3 bilhões, o que representava apenas 27% do capital total da empresa. O recurso utilizado para a compra foi disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a juros subsidiados. Na época,

São José da Varginha 29.jan

R

io

LAMA DESTRÓI BRUMADINHO E AMEAÇA REGIÃO DA BACIA DO RIO PARAOPEBA

▶ Três anos depois do maior desas-

tre ambiental da história do Brasil, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), o mundo assiste a mais uma tragédia. Desta vez o número de mortos é infinitamente maior e a destruição ambiental de proporção semelhante. No último dia 25 de janeiro, por volta da uma da tarde, 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram despejados sobre comunidades e rios, após o rompimento da barragem Mina do Feijão, localizada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. Para o pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Luiz Jardim, um dos maiores especialistas

em mineração do Brasil, o episódio de Brumadinho, assim como o de Mariana, não podem ser classificados apenas como uma tragédia, mas sim como um crime socioambiental. A maior culpada é a própria mineradora Vale. Isso porque, segundo o professor, o desastre foi consequência de uma tentativa de manter altas margens de • XX lucro com a exploração do minério de MORTOS E XXX ferro. Para isso, as mineradoras aumenDESAPARECIDOS* tam a produção ao mesmo tempo que passam a cortar custos, que vai desde a demissão de funcionários a descuidos com o monitoramento ambiental. "O tipo de comportamento corporativo é que leva essas barragens a romperem", afirma.

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ED. ESPECIAL Nº 8 / CIRCULAÇÃO NACIONAL - WWW.BRASILDEFATO.COM.BR

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Hidrelétrica Retiro Baixo

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ED. ESPECIAL Nº 8 / CIRCULAÇÃO NACIONAL - WWW.BRASILDEFATO.COM.BR

RIO PARAOPEBA PRIMEIRO CURSO D’ÁGUA ATINGIDO; AFETA 35 MUNICÍPIOS E UMA POPULAÇÃO DE MAIS DE 1,3 MILHÃO DE HABITANTES. ELE É UM DOS PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO SÃO FRANCISCO.

o valor de mercado da empresa era avaliado em mais de R$10 bilhões. Somente as suas reservas minerais eram calculadas em mais de R$100 bilhões. O então presidente FHC convidou dois bancos internacionais para avaliar a companhia que seria leiloada. Um dos critérios determinados pelo governo foi de que a avaliação deveria se restringir apenas ao fluxo de caixa existente naquele momento, não levando em conta as reservas de minério de ferro. A Companhia Vale do Rio Doce foi criada em 1942 com recursos do Tesouro Nacional. Durante 55 anos, foi uma empresa mista e o seu controle acionário pertencia ao governo. Uma das principais mudanças na gestão da empresa, após a privatização, foi a imposição de um modelo de mineração predatório, resultando no aumento substantivo da produção e extração minerais e diminuindo a participação dos trabalhadores e das comunidades no planejamento da empresa. Hoje a Vale atua em 30 países ao redor do mundo e em 13 estados brasileiros.

P a ra

o p eb

maior do mundo, a Vale S.A carrega vários crimes ambientais e tragédias humanas em sua história recente. Em 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, matando 19 pessoas. A barragem era de propriedade da mineradora Samarco, da qual a Vale é uma das donas, junto com a anglo-australiana BHP Billiton. Mesmo depois do crime de Mariana, e de uma política de reestruturação societária em 2017, as ações da Vale se valorizaram 83%. Em 2018, a empresa chegou ao seu maior valor de mercado dos últimos sete anos: cerca de R$ 300 bilhões. Neste mesmo ano, a mineradora anunciou um lucro líquido de R$ 5,75 bilhões no terceiro trimestre, com o recorde de produção de 104,9 milhões de toneladas de minério de ferro. Mesmo antes das catástrofes socioambientais em Mariana e em Bruma-

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a

milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração despejados

Mina do Feijão

Juatuba

Centro administrativo da Vale

19 MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS DEVEM SER DIRETAMENTE ATINGIDOS

Inhotim

Brumadinho

dinho, as contaminações da atividade mineradora já eram objeto de denúncia. Publicado em 2014, o livro “Recursos Minerais e Comunidade: impactos humanos, socioambientais e econômicos”, organizado pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), catalogou 1,5 mil do-

EM 2012, A VALE FOI ELEITA A PIOR EMPRESA DO MUNDO cumentos e relatou o estudo de caso de 105 territórios, espalhados em 22 estados brasileiros, que sofreram impactos da mineração. Em janeiro de 2012, a mineradora foi eleita a pior empresa do mundo pelo Prêmio Public Eye People's, premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Berna. O motivo: uma “história de 70 anos manchada por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem do patrimônio público e pela exploração cruel da natureza”. O impacto negativo da empresa não se restringe ao Brasil. Em Piura, no Peru, onde a empresa explora fosfato, o transporte mal feito da substância causou a contaminação do ar e da água, afetando milhares de moradores e pescadores da região. Em Moçambique, mais de 1,3 mil famílias foram atingidas pela poluição atmosférica decorrente da exploração de carvão. Em Nova Caledônia, um arquipélago que fica na Oceania, foi constatado o vazamento de substâncias químicas em um rio próximo a uma unidade da empresa, causando a morte de cerca de mil peixes. A reportagem do Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria da Vale para comentar esses casos, mas não obteve retorno.

*Até o fechamento desta edição * Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)

N


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Salvador, fevereiro de 2019

Artigo

A mineração no Brasil serve aos interesses internacionais *Magno Luiz da Costa Oliveira

rompimento da O barragem da Vale na cidade de Bruma-

dinho trás novamente o debate sobre a deficiência das barragens e do modo que se dá a sua fiscalização. Existem na Bahia dez barragens, que segundo a Agência Nacional das Águas, tem risco de ruptura. Outras duas, em Jacobina e Santa Luz onde há mineração de ouro, têm “Dano

quer dizer, fortalecem-se os órgãos de fiscalização, utiliza-se a melhor tecnologia na sua construção e daí teremos uma As barragens estrutura segura para as e rios que são a “ponta comunidades estão nos arredores das minas. Devemos presdo iceberg” tar atenção. É impossível que esconde termos segurança com modelo mineral. As o que tem de este barragens são a “ponta do iceberg” que esconde estrutural o que tem de estrutural nesses projetos: a minenesses ração no Brasil tem por projetos objetivo garantir lucros extraordinários para emPotencial Elevado”. Não presas multinacionais. podemos cair no equí- Toda a sua cadeia de exvoco de por centralida- tração que é composde apenas na questão da ta por minas, barragens, segurança das barragens,

ferrovias, minerodutos, hidroelétricas e portos são construídas para saquear nossos bens naturais. Diante da atual crise é necessário acelerar a extração, diminuir gastos com segurança, pagar propinas para acelerar as licenças, terceirizar serviços, diminuir salários. O povo brasileiro só entra nesse projeto na hora de contar os corpos dos seus cidadãos e cidadãs. É importante discutirmos com a sociedade brasileira. É necessário que haja canais de decisão local de controle popular sobre a mineração. Fica evidente que a falta de espaços democrá-

ticos de decisão fortalece ainda mais a impunidade. Temos que construir um projeto de mineração brasileiro que atenda aos interesses do seu povo e que fortaleça os objetivos da nação. Esse projeto deve ser articulado por várias mãos: o povo da cidade e do campo, as comunidades tradicionais e os povos originários, ambientalistas e trabalhadores da mineração, igrejas, acadêmicos e movimentos Populares. A mineração no Brasil é um debate urgente e necessário. * É do Movimento pela Soberania Popular na Mineração MAM

Artigo

Rádio Comunitária: um espaço de disputa e resistência popular Camila Bonassa* e Wesley Lima**

ssim como educaA ção, saúde de qualidade, moradia digna e

trabalho, a comunicação também é um direito universal e deve ser encarado como tal. Não significa simplesmente ter acesso à informação ou direito à liberdade de expressão, mas direito à, cada qual, construir suas próprias formas e ferramentas de comunicação. E é neste contexto que se inserem

as rádios comunitárias. Durante os dois anos do governo de Michel Temer (PMDB) cerca de 1200 rádios comunitárias foram golpeadas com o cancelamento ou suspensão da renovação das concessões. Claramente, a ação do ex-presidente é reflexo de uma política de Estado que possui como objetivo central garantir os oligopólios de comunicação e os interesses que atravessam suas relações econômicas e políticas. Vale destacar que esse processo histórico de concentração dos veículos de comunicação nas mãos de poucos é antidemocrático.

As rádios comunitárias são, em muitos casos, a única forma de acesso aos meios de comunicação em diversas localidades

As rádios comunitáacesso aos meios de comunicação em diversas localidades. Elas são reconhecidas, de modo geral, como meios contra-hegemônicos e com potencial para desenvolver um papel mediador na construção de novas formas de participação popular e do fazer comunicativo. Falar sobre a democratização da comunicação, além de necessária, tornou-se uma ação política urgente. Com a vitória de Bolsonaro nas urnas, se evidencia um momento de estreitamento dessas relações oligopolizadoras numa perspectiva neoliberal e, com certeza, essas

ações antidemocráticas não serão revogadas. Organizações e movimentos populares já apontaram que é preciso romper com a perspectiva empresarial, baseada no lucro, para construir um projeto político de comunicação no Brasil que reflita a liberdade de expressão como um projeto democrático e popular. Fica a dica! *Mestranda em desenvolvimento territorial na América Latina e Caribe e integrante do coletivo de comunicação do MST **Especialista em estudos Latino Americanos, comunicador popular e militante Sem Terra


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CULTURA | 11

135 anos de Carnaval em Salvador: inovação, alegria e contradições Camarotes e a segregação de hoje

FESTIVIDADES. Com trio elétrico, festa de rua e segregação, o soteropolitano constrói carnaval único

carnaval de SalvaO dor é considerado um dos maiores e mais

democráticos carnavais de rua do mundo, com milhares de pessoas nas ruas. Mas esse caráter democrático é questionável. Os Camarotes, que cada vez mais tomam espaço nas ruas dos dois principais circuitos, Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra – Ondina), oferecem a certo custo, vista privilegiada, serviços de salão, massagem, descanso, open bar (bebidas inclusas no pacote), shows privados com atrações de peso que não mais cantam para a multidão da ‘pipoca’.

A Fobica criada e decorada por Dodô e Osmar foi o primeiro trio elétrico, criado em 1951. Jamile Araújo

Como tudo começou

A

palavra carnaval vem do latim ‘carnelevarium’ ou ‘carnilevaria’, que significa véspera da quarta-feira de Cinzas, dia que data o início da Quaresma. O Carnaval antecede o período de abstinência de carne, 40 dias antes da Páscoa. Em Salvador foi oficializado em 1884, completando 135 anos em 2019. Mas há relatos de que a festa acontecia desde os séculos XVI e XVII, no formato de bailes. E só nesse período que a oficialização foi para os clubes, e ainda assim tinha um caráter excludente, limitado a parcelas da sociedade que tinha dinheiro.

Trio Elétrico ois amigos, Dodô e Osmar, coD locaram som em um carro Ford 1929, conhecido como ‘Fobica’, decora-

ram o carro com pinturas e fizeram uma adaptação para usar a bateria de automóvel de modo a alimentar o funcionamento dos alto-falantes instalados. Assim nascia o Trio Elétrico em 1951, em Salvador. Naquele ano, no domingo de Carnaval, eles fizeram sua primeira aparição no carnaval de Salvador e arrastaram milhares de pessoas. Até chegar nesse formato de trio que se tem hoje, um caminhão, com bandas e cantores em cima e com alta potência, houve muitas mudanças. E foi a partir 70 e 80, quando os cantores começaram a cantar nos trios, a compor especialmente para o carnaval, que o carnaval soteropolitano passou a ter uma característica única.

Afoxés e a resistência negra histórica s Afoxés surgiram como uma O forma de resistência. Os primeiros afoxés registrados datam de

1895, pouco tempo após a abolição da escravidão. Era um momento em que os negros tinham seus direitos restringidos pelo Estado e pelas elites brancas. Nesse sentido, os afoxés começaram a ir para as ruas como forma de levar a alegria e as festividades negras para desfilarem nos carnavais. Durante o século XX, passaram por períodos de altos e baixos, com proibição de batuques nas ruas no início e períodos de desarticulação, até quando no final do século houve a retomada das atividades com maior força.

Considerado um dos maiores e mais democráticos carnavais de rua do mundo, com milhares de pessoas nas ruas. Mas esse caráter democrático é questionável


12 | CULTURA

O que

tu indica

Por Lua Marina Moreira

sabido que a cidade de É Salvador foi o primeiro porto do Brasil, por onde chegaram, sequestrados, os ancestrais da maioria do nosso povo. Junto com eles, dos porões dos navios, desembarcaram os mitos que, longe de serem apenas histórias, assumem a tarefa da ressignificação, do desvelamento da origem e do modo de vida dos

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Mar Morto

seus descendentes. No romance “Mar Morto”, Jorge Amado cumpre a função de narrador do Brasil, e recria mitos que recuperam a herança africana como elemento de fundação desta sociedade e deste povo, em seus elementos de mestiçagem, exclusão e resistência. A cidade da Bahia é o berço do Brasil na obra amadiana, assim representada na complexidade de seus personagens.

Guma é o mar, assim como os demais mestres de saveiro, que vivem segundo a lei do cais, em função de ir e voltar, mas talvez nunca voltar, se for este o desejo de Janaína. As mulheres em terra, Lívia, Esmeralda, Rosa Palmeirão, mantêm-se em espera constante, mas esta por fim, é convertida em agência por aquelas que assumem a condução do seu próprio destino. Mar e terra irmanados no movimento de descoberta e conquista, de caráter violento, que produziu uma nação cindida pela desigualdade social e racial. Os moradores do cais, negros, mulatos, mulheres pobres, prostitutas, são os marginais, porém, em Mar Morto e nas demais obras de Jorge Amado, são protagonistas. O autor ecoa em narrativa potente e heroica, o modo de vida, de luta, de ver o mundo de todas essas pessoas, rompendo um silenciamento histórico.

Percorrendo nossos sabores Tapioca

O

btida a partir da goma da mandioca e de fácil preparo, a tapioca é velha conhecida na culinária brasileira, e já fazia parte do cotidiano dos povos indígenas, quando o país foi colonizado. Teve função importante na alimentação da colônia, fosse no café da manhã ou lanches do dia, substituindo o pão de trigo. Ainda olhando a nossa história, a farinha de tapioca passou a ser usada pelas mulheres negras escravizadas como substituta para a sêmola do cuscuz, que, adicionando côco e açúcar, deram origem ao cuscuz de tapioca. Do norte ao nordeste do Brasil, a tapioca se popularizou, e, atualmente, recebe destaque na culinária baiana. Também é opção para quem busca de uma alimentação sem glúten, sal ou gordura hidrogenada.

Bahia Meu País

Reprodução

Carnaval de Maragojipe

M

aragojipe, município de 46 mil habitantes situado no recôncavo baiano, foge do modelo comercial de carnaval e realiza todos os anos uma das festas mais tradicionais do estado. Considerado Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2009, o Carnaval de Maragojipe resgata influências europeias e africanas com desfile de mascarados, blocos e charangas, levando cerca de 100 mil pessoas às ruas da cidade nos quatro dias de festa. “É um bem cultural importantíssimo para nossa cidade, pois nos coloca numa posição de destaque como um povo que preserva suas tradições e mantém viva sua cultura”, afirma o Secretário de Cultura do município Francisco Gomes, conhecido como Chiquinho de Maragojipe. A prefeitura investe em torno de R$ 500.000,00 para a festa. Além disso, o governo do estado também vem apoiando o Carnaval de Maragojipe através do Bahiatursa e do Ipac. “O carnaval daqui é de grande valia porque movimenta a cidade, o comércio e valoriza bastante a cultura. O carnaval tem a sua essência os foliões se fantasiam e vão para as ruas se divertir, mantendo a tradição”, conta a estudante Arianne Gonzaga.


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VARIEDADES | 13

Conheça a Moringa, a “Árvore da vida”

Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

A febre Mayaro Além de doenças como DENGUE, zika e CHIKUNGUNYA, o mosquito AEDES aegypti pode espalhar outro VÍRUS: o da febre MAYARO. O vírus foi identificado, pela primeira vez, em 1954, em áreas RÚSTICAS ao redor da região AMAZÔNICA. A questão é que, há alguns anos, ele era transmitido apenas por MOSQUITOS vetores SILVESTRES, mas, agora, já se espalhou pelo meio URBANO, principalmente com a ajuda do Aedes aegypti e do Aedes albopictus. A FEBRE Mayaro tem SINTOMAS muito parecidos com os da dengue e da chikungunya. Começa com febre e CANSAÇO, sem muitos SINAIS aparentes. Depois, podem surgir MANCHAS vermelhas pelo CORPO, acompanhadas de dor de CABEÇA e dores nas ARTICULAÇÕES. Pode ocorrer , ainda, dor nos OLHOS e, em alguns casos, INTOLERÂNCIA à luz. A principal DIFERENÇA é que, na febre Mayaro, as dores e o INCHAÇO das articulações podem ser mais limitantes e levar MESES para passar. ilustração: fernando S M A Y A R O C B T C Y B L

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Solução U S I N M R C H I K U N G U N Y A A B Y A S A C I T S U R A N I R O L H O S A O A N E E I R D S B V M E S E S E I S F R U M A N C H A S N O Z A M A C O R P O

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espécie Moringa Oleifera possui diversas propriedades A medicinais e nutritivas. A planta oferece mais vitamina A do que a cenoura, maior quantidade de vitamina C do que a laranja, mais ferro do que o espinafre e mais potássio do que a banana. “Essa árvore é considerada como árvore da vida. Então as sementes servem para purificação de água. O pó serve para colocar em sopa, suco, coloca no feijão”, diz a pequena agricultora, Maria de Fátima Campos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), idealizadora do “Projeto Moringa Oleifera, saúde e vida”. Da planta pode-se aproveitar as folhas, as raízes e as sementes, que servem como suplemento alimentar e previnem várias doenças. Para encomendar este remédio tão eficaz e natural basta entrar em contato pelo email moringa.vida.saude@ gmail.com ou pelo telefone DDD 18 9991526730.


VARIEDADES | 14

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Direitos de Fato

Dica de Saúde

Contratos anteriores à Reforma Trabalhista devem ser rescindidos com Sindicato

Como aproveitar o Carnaval com saúde?

esta coluna, seguimos debatendo quais as garantias dos trabalhadoN res diante da Reforma Trabalhista: como fica a homologação da rescisão dos contratos de trabalho, deve ser feito no sindicato ou pode ser feito na

própria empresa? A Lei 13.467/2018, a Reforma Trabalhista, revogou a previsão anterior do art. 477 da CLT de que a rescisão dos contratos de trabalho com mais de um ano deveriam ser homologados no sindicato que representa o empregado, com este prestando assistência e verificando se todas as verbas rescisórias foram pagas corretamente. Desse modo, segundo a nova regra, é obrigação da empresa empregadora apenas realizar a anotação da CTPS e pagamento das verbas rescisórias, dentro do prazo de 10 dias, podendo isso ser feito na própria empresa. Porém, o Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, em decisão inédita no país sobre o tema, entendeu que as rescisões contratuais de bancários do Itaú admitidos antes de 11 de novembro de 2017, quando entrou em vigor a Reforma devem ser homologadas no sindicato da categoria. Ou seja, a regra nova da dispensa de homologação da rescisão contratual apenas se aplica aos novos contratos de trabalho; em relação aos anteriores, é obrigatório ainda que haja a assistência sindical neste ato, pois é um direito adquirido dos trabalhadores e tal alteração de regra seria uma mudança no contrato negativa ao empregado. Fique atento! * André Barreto é advogado no Recife (PE) e membro da Associação

de Juristas pela Democracia (ABJD).

O

calor e o clima de carnaval toma conta das cidades e as festas viram rotina! Veja o que não podemos esquecer pra dar conta de tudo, sem perder a festa e o trabalho: 1. Beba bastante água 2. Não tome todas de uma vez, respeite seus limites. 3. Não deixe de se alimentar e sempre tenha uma fruta, saco vazio não fica em pé! 4. Cuidado com dietas e exercícios sem acompanhamento profissional. 5. Respeite o seu sono. Mesmo perdendo uma noite, busque recompensar na noite seguinte (pelo menos 7 horas). 6. Use roupas leves e confortáveis 7. Lembre-se: a roupa que a mulher usa, não é convite. 8. RESPEITE AS MINA, OS MANOS E AS MONAS 9. NÃO É NÃO!

Brasileira Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

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Nossa Cozinha: Salada de macarrão com sardinha

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Ingredientes

Modo de preparo

-250g de macarrão parafuso -4 colheres (sopa) de suco de limão -Azeite de oliva a gosto -1 pimenta dedo-de-moça sem sementes, cortada em tirinhas -1 cebola roxa cortada em meias-luas finas-1 e meia xícara (chá) de tomates-cereja -1 pote de iogurte natural (170 g) -3 latas de sardinha sem espinhas escorridas e picadas -Sal e coentro a gosto(pode ser salsinha também)

1.Coloque o macarrão para cozinhar em água fervente com sal. O ponto é al dente 2.Misture os demais ingredientes e reserve 3.Escorra o macarrão, passe em água fria para interromper o cozimento e misture ao molho(que é a mistura dos outros ingredientes) 4.Sirva gelado


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ESPORTES | 15

Bahia se prepara para um ano de mais conquistas, com inclusão e democracia Divulgação

Em 2018 o time adotou campanhas contra intolerância religiosa e incentivo à participação feminina nos estádios

FUTEBOL.Aos 88 anos de existência o clube é primeiro do Brasil a ter um núcleo de ações afirmativas por Jamile Araújo

ano começou e O com ele uma nova temporada se inicia

também no esporte,que é a paixão do brasileiro: o futebol. Já foi dada a largada no campeonato Baiano e no Nordestão. Um dos principais times baianos, o Esporte Clube Bahia, que completou 88 anos no mês de janeiro, também se prepara para encarar os desafios de 2019. O Bahia em 2018 se manteve na série A do campeonato brasileiro, chegou à vice no Nordestão, e venceu o Baianão. De acordo com a assessoria do Bahia, o desejo do time sempre é fazer uma temporada melhor que a anterior. “Queremos, em 2019, conquistar mais

O núcleo surgiu para consolidar o Bahia como o “clube mais democrático do Brasil” e para retomar a imagem de “clube do povo”

como o “clube mais deA assessoria afirma mocrático do Brasil” e coisas do que conquisque o núcleo surgiu para retomar a imagem tamos em 2018, ir mais para consolidar o Bahia de “clube do povo”, penlonge nas competições. Fomos o clube brasileiro com mais jogos disputados em 2018, com 75, e é possível que disputemos ainda mais partidas esse sando ações que busano. Iremos disputar cin- quem a conscientização co competições e, para das pessoas e estratégias isso, montamos um elenco com a profundidade que julgamos ser necessária para os torneios”.

FUTEBOL INCLUSIVO E DEMOCRÁTICO No ano passado, o Bahia se destacou pela criação do Núcleo de Ações afirmativas, único no futebol brasileiro, e tem tomado medidas inclusivas e democráticas. Como a campanha contra a Intolerância Religiosa, a escalação do time que homenageou negras e negros baianos no mês da Consciência Negra, e a campanha de incentivo a ida de mulheres em segurança aos jogos em parceria com a Ronda Maria da Penha.

de aprofundamento dos temas. “Precisamos quebrar algumas barreiras que não permitem isso. Por exemplo, no ‘Dia da Visibilidade Trans’ desse ano, anunciamos uma importante medida para aproximar do clube os torcedores e as torcedoras transexuais, que é a adoção do nome social em todos os seus procedimentos administrativos. Acreditamos que esse tipo de ação ajuda a derrubar essas barreiras, fazendo com que cada vez mais pessoas se sintam acolhidas pelo clube”. Na próxima edição, confira quais perspectivas para o Esporte Clube Vitória para o ano.

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Recife, 01 a 07 de fevereiro de 2019 Recife, 01 a 07 de fevereiro de 2019

16 | ESPORTES

NA GERAL NA GERAL

Esporte Clube Bahia

Divulgação/CBF

Esporte Clube Bahia

Divulgação/CBF

Lucas Liausu

Visibilidade Trans Visibilidade Trans

Copa da Inclusão Copa Inclusão cada da ano, a Copa do

Volta ao Arruda Volta ao Arruda em sido grande a

o autismo será abordacer para entender e endo, com o tema “Conhetender para incluir”. Em cer para entender e enPernambuco, a entidatender para incluir”. Em de escolhia foi a AssoPernambuco, a entidaciação de Famílias para deBem-estar escolhia efoi a Assoo Tratamenciação de Famílias para to da Pessoa com Autiso Bem-estar e Tratamenmo (Afeto), que fica no to da Pessoa com Autisbairro da Encruzilhada, mo (Afeto), que ficaconno no Recife. O grupo bairro da Encruzilhada, ta hoje com 44 profisno Recife. O grupoáreas consionais de diversas ta hoje com 44 profisque acompanham 30 sionais de diversas pessoas com idadesáreas enque acompanham 30 tre 2 e 20 anos.sio Juan pessoas com idades ende la Barrera, na Cidade tre 2 e 20 anos.sio Juan xico. do de Mé la Barrera, na Cidade

Cruz à sua casa. time possibilidade deOreesvinha trabalhando trear o estádio com oa possibilidade de reesABC-RN na tarde destrear o estádio com o se sábado. No entanto, na otarde desaABC-RN CBF vetou gramado se sábado. No entanto, do estádio e determia CBF vetou o gramado nou que a partida deve do estádio e determiacontecer na Arena PE. nou quetambém a partidahavia deve O Santa acontecer na Arena PE. solicitado o adiamenO Santa também to do jogo para o havia da 3, solicitado o adiamendata de aniversário do to do jogo para da 3, clube, o que nãooacondata deAlém aniversário do teceu. do jogo, clube, o que não acontambém será o lançateceu. Além jogo, mento de umdounifortambém será o lançame exclusivo para a mentoNE.. de um uniforCopa me exclusivo para a Copa NE..

Lucas Liausu

o dia da visibilidade em torapoia uma Texpectativa N trans, 29 de janeiro, ANordeste em sido do grande cada ano, a Copa do no da volta Santaa o dia da visibilidade inclusiva. Em 2019, Texpectativa em o Bahia passou a per- ação torA Nordeste apoia uma Cruz à sua casa. O time N trans, janeiro, autismo será abordamitir o uso29 dode nome so- o no da volta do Santa açãocom inclusiva. 2019, vinha trabalhando a o Bahia passou a per- do, o temaEm “Conhecial em crachás, carteimitir uso do nome soras deosócio e outros lucial em crachás, carteigares vinculados ao clurasem de que sócioseja e outros lube necesságares vinculados ao clurio a exibição do nome be em que seja da pessoa, comnecessáobjetirio a exibição vo de respeitardoa nome idenda pessoa, compessoas objetitidade dessas de respeitar a idenevocombater a transfotidade dessas pessoas bia. Em nota, o clube e combater a transfoafirmou que “Diante do bia. Em nota, o como clube nosso time, assim afirmou ser quena “Diante do deveria vida, tonosso time, assim como dos somos iguais. Diandeveria na vida, intote disso, ser é necessário dos somos iguais. Diancluir no futebol tamte disso, é necessário inbém a luta das pessoas cluir no futebol tamtrans”. bém a luta das pessoas trans”.

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Brasil de Fato BA Brasil de Fato PE Brasil de Fato PE

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16 | ESPORTES 16 | ESPORTES

do México.

GOLEADA GOLEADA BEM-VINDA. ELENCO DO Filipe TAMANHO Spenser BEM-VINDA. filipespenser@gmail.com DAS EXPECTATIVAS Filipe Spenser

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GOL DE DE PLACA PLACA GOL Futebol feminino recebe DE PLACA GOL Sem barreiras investimento Sem barreiras Corinthians estáCatariaposAvaí, de Santa

André Palma Ribeiro / Avaí Thaynara Lima André Palma Ribeiro / Avaí

Otando na formação de seu O elenco de base de futebol femi-

na, faz parte de um feiAvaí, O declube SantaéCatarito inédito. o prina, faz parte demenina um feimeiro atime aceitar uma nino. O está consolidado to inédito. O clube é de o pride base um hánas trêscategorias anos e vem competindo meiro a aceitar uma menina time masculino. Natália Penas mais impornascompetições categorias base um reira, de nove de anos, foidecontantes Brasil. No início do time do masculino. Natália Pevocada para defender o Avaí ano, o clube anunciou que promoveria uma peneira reira, de nove anos, foi conno sub-10 em 2019. Depois de procurar diversos cluvocada defender o Avaí para comporde a equipe sub-17oepara as garotas inscritas esbes e centros treinamento, time permitiu que ela no sub-10 em 2019. Depois de procurar diversos clutão passando porDiogo uma avaliação da coordenador comissão técnica fizesse a peneira. Fernandes, da bes e do centros treinamento, o time permitiu que ela nesta semana. Comandado ex-jogadora da selebase Avaí,de disse: “Vamos pela tratá-la como qualquer fizesse a peneira. Diogo Fernandes, da outro atleta do clube, respeitando os coordenador gêneros”. ção brasileira, Daniela Alves, o time está selecionanbase do Avaí, disse: “Vamos tratá-la como qualquer do garotas com idade entre 13 e 18 anos. outro atleta do clube, respeitando os gêneros”.

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CONTRA GOL CONTRA GOL Comentário infeliz

Willams Aguiar/Sport Club do Recife

Comentário o últimoinfeliz domingo (26) o jor-

Willams Aguiar/Sport Club do Recife

N nalista Tadeu Schimidt coo último domingo (26) o jormentou a partida entre Sport e N nalista Tadeu Schimidt coNáutico no Campeonato Permentou a partida entre Sport e

nambucano. Durante a comeNáutico do no gol Campeonato Permoração de Adryelson, o nambucano. Durante a cometerceiro do Sport na partida, a polícia militar jogou do gol denão Adryelson, o spray de pimenta namoração torcida, ainda que houvesse terceiro do Sport na partida, a polícia militar jogou indício de brigas ou confusão entre os torcedores. Taspray pimenta na torcida, nãoafirmando houvesse deu sede referiu ao fato fazendoainda uma que piada, indício de brigas ou confusão entre os torcedores. Taque foi uma “comemoração apimentada”. Torcedores deu se referiu ao fato fazendo uma piada, afirmando e torcidas organizadas comentaram o fato nas redes que foi uma “comemoração apimentada”. Torcedores sociais, recriminando o comentário do jornalista. e torcidas organizadas comentaram o fato nas redes sociais, recriminando o comentário do jornalista.

DIAS CONTURBADOS DIASACONTURBADOS VERGONHA DA Bruno Pimentel

VALEU DURVAL! Declaração VALEU DURVAL! Daniel Lamir

Bruno Pimentel

Daniel Lamir Reprodução

TORCIDA ÚNICA pautape@brasildefato.com

dadaniel.lamir@brasildefato.com.br Semana

receita é conhecida: depois de uma filipespenser@gmail.com pautape@brasildefato.com daniel.lamir@brasildefato.com.br nfelizmente, esta última semana foi defesa foi um dos calos mais incômoderrota em um clássico, nada melhor marcada por altos e baixos para o tridos do Sport na derrocada de 2018. Iropor Ezio Sales por Bete Dantas é conhecida: depois ade uma nfelizmente, esta última semana foi que receita uma vitória para recuperar moral. defesa foi um dosque calos mais color pernambucano. Primeiro, a derronicamente, é o setor teve maisincômorebuliderrota em um clássico, nada melhor marcada por altos e baixos para o triAliás, se a for a vitória for de goleada é medos do Sport na derrocada de 2018. Iroprimeiro clássico do ano terminou temporada 2019 mal começou e as ta contra o Bahia na Copa do Nordeste, ço nos últimos dias. Por exemplo, o verbo que ainda. uma vitória para recuperar arecebeu moral. color pernambucano. Primeiro, a derro- nicamente, é o setor que teve mais rebulilhor Felizmente, o Náutico 3 a 1, no último sábado (26). Já na ter-a esempatado, 1x1. Destaque para apostas estão sendo feitas. Oé torce“negociar” ecoa de forma contraditória enAliás,dose. se a for ajávitória de o goleada me- por ta contra(29), o Bahia na Copa do Nordeste, essa Após perderfor para Sport, o cluço dois nos últimos dias.Pelo Poralto exemplo, ça-feira os ânimos melhoraram um treia e golaço do Matheus Rocha! Nas ardefensores. salário,oaverbo diredor tricolor tem a expectativa de viver, em lhordeainda. o Náutico por 3 a 1, no aúltimo sábado (26). Já na ter- tre be Rosa Felizmente, e Silva emplacou umarecebeu golea- pouco, “negociar” ecoa de forma contraditória encom vitória de 4 a 1 sobre o Afotoria está torcendo para que Ronaldo Alves quibancadas, a recomendação de torci2019, um ano ainda melhor que 2018. Ele essa dose. Após perder para o Sport, o cluça-feira (29), os ânimos melhoraramPerum tre dois defensores. Pelo alto salário, a direda de 5x0 sobre o Petrolina. No entanto, o gados da Ingazeira, no Campeonato para outro clube. Ao mesmo tempo, benão de quer Rosa e Silva emplacou umaegoleada com únicaa continua produzindo desrespeito mais quebra de esconder recordes marcas pouco, vitória de 4 a 1 sobre omais Afo- siga placar elástico, não pode as di- nambucano. ão possível que em três anos toria estáteve torcendo para que Ronaldo Alves Se não bastasse isso, a gestão queé negar uma possível saída de 5x0 sobre o Petrolina. No entanto, o evez empobrecendo espetáculo. Sob o precada vez melhores, quer títulos,Na grandes gados da Ingazeira, noo Campeonato Perficuldades que o timeele apresentou. ver- uma siga para outro clube. Ao mesmo tempo, tenhamos duas tragédias desa CBF determinou que o nosso da de Adryelson para arrefecer os ânimos placar pode as ditextoEstádio de “acabar com a violência”, ograMP/BA conquistas, ele não quer que oesconder time adêfraqueum pas- querido nambucano. Se do nãoArruda bastasse isso, mais dade, aelástico, goleada deve-se mais a gestão teve que negar uma possível saísa magnitude e não se tomem proviestá com da torcida. O mexe-mexe não poupou nem ficuldades o time Na ver- uma reproduz lógica de políticas “inglês a CBFa determinou que opara nosso sodoa time mais.que DoPetrolina jeito queapresentou. as estão camiza do docoisas que aos mérida de dências Adryelson os ânimos madovez impossibilitado para receber parparapara queOarrefecer asjovem pessoas não percam novato nem veterano. Chico jogou dade, a goleada deve-se mais a fraquequerido Estádio do Arruda com gratos do Náutico. tempo de Márcio Goia-os tidas. ver” que não resolvem oestá problema: apenas nhando, pareceÉque a diretoria entendeu da torcida. O mexe-mexe não poupou nem Sendo assim, não será dessa vez poucosuas tempo, mas se machucou. vidasagradou, em condições como essas. Teza do timeas domudanças Petrolina do que mérimado impossibilitado para receber parno avaliar no timeaos – as en- que novato nem veterano. O jovem Chico jogou os mascara ou transfere de lugar. Ao invés anseios de seu torcedor e montou um exteniremos enfrentar o ABC/RN em nosOu seja, vai suspender as chuteiras. É neste mos que ser mais rigorosos”. tos do Náutico. É tempo de Márcio Goianãopiscas será vez tortradas de Robinho, André Krobel e Diego tidas. pouco tempo, agradou, mas se machucou. deSendo retirar aacontecerá fumaça, edessa o próprio elenco quemudanças parece ser capaz de suportar casa. O jogoassim, na Arena Percenário que oMenezes, Eterno Capitão está se despe-da nosoavaliar as no novo time – as en- a sa Mano sobre rompimento que iremos enfrentar o ABC/RN em nosSilva – e, se for o caso, um posicioOu seja, vai suspender as chuteiras. Ée neste nambuco, neste sábado (02/02). Agora é cedor do estádio, que tal investir na capaimensa quantidade de jogos nas cinco comdindo. Durval não renovou contrato pode tradas de Robinho, André Krobel e Diego barragem da mineradora Vale, em Brusa casa. O jogo acontecerá na Arena Per- punamento do time. É consenso, por exem- e esperar cenário que o Eterno Capitão está se despeque nosso atacante Neto Costa citação da segurança e cobrar efetiva petições que o clube disputará. Enderson estar pendurando as chuteiras. Toda homeSilva – e, se for o caso, um novo posicioNo clássico do dominnambuco, sábado (02/02). Agora plo, que Jorge Henrique ainda não rendeu de dindo.madinho-MG. Durval não renovou contrato pode fato nosneste presenteie com mais gols eméSeria nagem a Durval é válida, não apenasede como nição dos envolvidos em conflitos? seus comandados ummais grande desafio namento dotalvez time.colocá-lo Éterão consenso, por exemesperar que nosso atacante Neto Costa go (26), treinadores e jogadores Cruo esperado, perto do campo. estar pendurando as chuteiras. Toda homeÉ aeficaz... melhor forma de comemorar agradecimento, mas como uma história mais plo, que Jorge Henrique ainda não rendeu de fato pela frente ealternativa parecem cientes disso. nos presenteie com mais gols em gol seja uma interessante. zeiro e Atlético manifestaram pesar pelo nagem a Durval é válida, não apenas como aniversário de 105 anos do clube coral. deve pulsar pela Ilha. o esperado, talvez colocá-lo mais perto do o campo. É a melhor forma de comemorar que agradecimento, mas como uma história ocorrido. gol seja uma alternativa interessante. o aniversário de 105 anos do clube coral. que deve pulsar pela Ilha.

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