Música nos bairros
Reprodução | FCC
Cultura | p. 7
Esportes | p. 8
VAR da discórdia
Projeto leva apresentações de clássicos às Ruas da Cidadania Ano 5
Edição 234
21 a 27 de outubro de 2021
distribuição gratuita
www.brasildefatopr.com.br
Reprodução
PARANÁ
Brasileirão entra em fase decisiva com arbitragem na berlinda
Violência que não acaba
ALUNOS EM RISCO Estudantes relatam surto de Covid em escola estadual Paraná | P4
Justiça absolve policiais acusados de matar jovens do Parolin CAPA | p. 5 Giorgia Prates
Reprodução
Brasil | p. 6
Bolsonaro acusado por 10 crimes CPI da pandemia propõe indiciamento de presidente
Opinião | p. 2
Guedes representa a elite atrasada Ministro da Economia cortou 92% da verba da Ciência e Tecnologia
Brasil de Fato PR 2 Opinião
Brasil de Fato PR
Paraná, 21 a 27 de outubro de 2021
Golpismo na linha do Equador?
EXPEDIENTE
EDITORIAL
A
história recente da América Latina é marcada por grande instabilidade institucional. Dentre os acontecimentos mais recentes estão o assassinato do presidente do Haiti, a tentativa de golpe contra o governo de Miguel Díaz-Canel em Cuba e a descoberta de que o ex-presidente neoliberal da Argentina, Macri, participou do golpe na
Bolívia, em 2019, enviando armas ao país. Em 20 dias, o palco passou a ser o Equador. Sob a presidência do direitista Guillermo Lasso, foi decretado estado de sítio a 30 de setembro e, agora, estado de exceção, a 18 de outubro. A razão inscrita no decreto presidencial é a grave comoção interna gerada pelo aumento da taxa de homicí-
dios dolosos. Ocorre, porém, que o estado de exceção mobiliza as forças armadas equatorianas no intuito de limitar ou suspender os direitos fundamentais da população. Isto se deu no contexto de fortes greves camponesas e urbanas no país, bem como de denúncias de envolvimento do presidente em corrupção, por con-
ta de dinheiro enviado a paraísos fiscais. Curioso é que, no mesmo dia da decretação, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, se reuniu com Lasso e o navio diplomático da Marinha do Brasil, Cisne Branco, sofreu um acidente em águas equatorianas. Há grandes chances, portanto, de um ensaio golpista na linha do Equador.
SEMANA
OPINIÃO
O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 234 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Paula Cozero e Roberto Barbosa ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Douglas Gasparin Arruda REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates e Gibran Mendes DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian REDES SOCIAIS www. facebook.com/bdfpr CONTATO
A ciência brasileira e seus inimigos Roberto Barbosa,
pesquisador e professor de Física da Universidade Federal do Paraná
E
Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016
ntre as vítimas da guerra silenciosa nas instituições e nas desigualdades econômicas, está hoje a ciência brasileira, as universidades, os centros e os institutos de pesquisa públicos e os próprios pesquisadores/as. Vale destacar que a ciência nacional se estabelece somente no século vinte, por volta de 1909, resultado de quatro séculos de recusa
da coroa portuguesa e da elite luso -brasileira em fundar universidades em território nacional. Com isso, o Brasil foi das últimas nações da América Latina a ter uma instituição dessa natureza, ficando atrás, por exemplo, de nações como o México (1551), Peru (1555) e Argentina (1613). Um quadro que evidenciava que a ciência não era considerada prioridade nacional, pelo menos do ponto de vista das elites imperiais e republicanas, que, sob a lógica econômica do atraso e da submissão ao
estrangeiro europeu e estadunidense, sempre procuraram um meio de interrompê-la, assim como fazem hoje com o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), a única fábrica de semicondutores do Hemisfério Sul, localizada em Porto Alegre, encarecendo os preços dos automóveis no país. Para o filósofo brasileiro Álvaro Vieira Pinto, as elites dominantes comportam-se como animais irracionais: depredam a natureza para subsistir. O ser humano alienado
depreda a cultura. Toma seus bens, ideias, que armazena no espírito, mas é incapaz de produzir com elas algo original. Paulo Guedes, ministro da Economia, representa essa elite. No dia 7 de outubro, na calada da noite, cortou 92% da verba do Ministério da Ciência e Tecnologia destinada a bolsas e projetos de pesquisa, verba da já combalida e sucateada ciência brasileira, que acumula reduções recordes desde meados de 2016 com Michel Temer. (Edição de Pedro Carrano para o jornal)
Apagão e privatização da Eletrobrás Privatização da Eletrobrás, crise hídrica e risco de apagão no Paraná e no Brasil serão temas de uma audiência pública na Assembleia Legislativa (Alep), na segunda (25), às 10h. A reunião será virtual, com transmissão pela TV Assembleia e Redes Social da Alep. O objetivo é debater a crise hídrica e energética no país, o risco de apagão e os custos do aumento de energia produzido pelas termelétricas. Discutir a infraestrutura brasileira, o papel da União e estados, empresas e a falta de investimentos no setor. A audiência foi proposta pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), o Fórum em Defesa da Copel e os mandatos dos deputados estaduais Goura (PDT) e Requião Filho (DEM). “Caso nada seja feito, o setor de energia será novamente um gargalo ao crescimento econômico no início da próxima década. Crescendo de 3% a 4% ao ano, chegaremos em 2021-22 altamente dependentes da geração termelétrica a óleo e carvão, elevando preços e ocorrências de blecautes (apagões)”, é o que informa texto do Plano de Governo do presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Três anos depois, especialistas não se perguntam se vai ter apagão no país, mas quando e com qual intensidade. Também perguntam qual é o custo e como o Brasil vai pagar essa conta. As respostas serão debatidas na audiência.
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Brasil de Fato PR Geral
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FRASE DA SEMANA
QUE DIREITO
“Eu daria a minha vida para o meu filho ter chance de ter vacinado”
Paula Cozero
É ESSE?
Direitos para motoristas de aplicativos
Disse o taxista Márcio Antônio Silva à CPI da Covid. Ele perdeu na pandemia o filho, Hugo Dutra do Nascimento Silva. E complementou: “Nós merecíamos um pedido de desculpas da maior autoridade do país. Não é questão de política, nós estamos falando de vidas” Edilson Rodrigues | Agência Senado
NOTAS BDF
Por Frédi Vasconcelos
Francischini por um fio
Ricardo Barros denunciado
Em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, o deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) está a um voto de perder seu mandato. E a punição pode ser a primeira por divulgação de fake news, o que aconteceu no dia das eleições de 2018. O relator e mais dois ministros já votaram pela perda de mandato. Se tiver mais um voto contrário, Fracischini perderá o mandato e ficará inelegível.
Outro deputado do Paraná terá de se defender. No relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Pandemia, o deputado federal Ricardo Barros foi denunciado nos artigos 286 do Código Penal, por incitação ao crime, e no artigo 321, por advocacia administrativa. Além formação de organização criminosa e improbidade administrativa. Lembrando que a CPI apenas sugere o indiciamento, que ainda tem de passar pelo Ministério Público e pela Justiça.
Punição por fake news Em voto que defende a cassação de Francischini, o relator, ministro Luís Felipe Salomão, afi rma: “O ataque às instituições pelo candidato, noticiando fraudes no sistema eletrônico de votação que jamais ocorreram, possui repercussão nefasta na estabilidade do Estado Democrático de Direito e na confiança depositada pelos eleitores nas urnas eletrônicas, que, reitere-se, são utilizadas há 25 anos nas eleições brasileiras sem nenhuma prova de manipulações ou adulterações”, afi rmou, segundo o site Consultor Jurídico. Giorgia Prates
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E na Câmara municipal... Na segunda (18), o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba decidiu arquivar a denúncia contra o vereador Renato Freitas (PT) (foto) por suposta quebra de decoro parlamentar por declarar em rede social que: “essa bancada conservadora dos pastores trambiqueiros não estão nem aí para vida, só pensam no seu curral eleitoral bolsonarista, infelizmente”. O parecer pelo arquivamento da denúncia foi elaborado pelo vereador Dalton Borba (PDT).
As pessoas que trabalham como motoristas para aplicativos (Uber, 99Táxi, iFood etc.), no transporte de passageiros ou na entrega de comida, têm sido contratadas sem direitos trabalhistas garantidos. Essas grandes empresas burlam as regras na contratação para aumentar o lucro. Em alguns países, motoristas de aplicativos já têm direitos garantidos. Mas, no Brasil, apesar de algumas decisões judiciais favoráveis, o Judiciário ainda é majoritariamente contra o reconhecimento desses direitos. As empresas alegam que essas pessoas não são empregadas porque têm autonomia no trabalho. Entretanto, sabemos que quem trabalha não tem poder para estabelecer o valor das corridas, pode sofrer punições da empresa e, para ter uma renda mínima, precisa fazer longas jornadas. Logo, não se trata de trabalho autônomo. Os aplicativos controlam as condições de trabalho, portanto, motoristas deveriam ter acesso a direitos como férias, 13º, FGTS e INSS. Como isso ainda não é a regra no Brasil, motoristas de aplicativos têm realizado mobilizações para reivindicar direitos. E é assim que a realidade muda: todos os direitos trabalhistas foram conquistados depois de muita luta. Paula Cozero Advogada e membro da Rede de Advogadas e Advogados Populares
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Alunos de escola paranaense denunciam negligência com casos de Covid-19 Há vários infectados em uma mesma turma, e falta orientação por parte da instituição Ana Carolina Caldas
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m 21 de setembro, um estudante do ensino médio do colégio estadual Professor Guido Arzua, no bairro Sitio Cercado, em Curitiba, se isola em casa devido à suspeita de estar com Covid-19. No mesmo dia, sua mãe informa o fato em mensagem de WhatsApp para a equipe pedagógica e à direção escolar. Não obteve retorno sobre o que deveria ser feito nem a turma do aluno chegou a ser informada. Dois dias depois, com o teste positivo, o aluno entrega atestado e manda mensagens para alguns amigos da turma. Até então, nenhum aviso da escola. Alguns que tiveram contato com o primeiro a testar positivo começam a ter sintomas. Em 27/9, seis dias após o primeiro caso, se dirigem até a
Protesto de pais em frente à secretaria da Educação pediu o retorno somente com a imunização completa dos filhos
direção solicitando que fossem liberados. Segundo relatos dos alunos, a direção se mostrou resistente e, só após muita insistência, liberou os que solicitaram, mantendo a
turma em aula normal. Após esse dia, cinco alunos testaram positivo. Este relato foi feito ao Brasil de Fato Paraná por alunos da turma com surto
de Covid-19. Segundo um deles, “só após muita argumentação a equipe do colégio decidiu liberar os que possuíam a suspeita. Vale ressaltar que tudo isso ocor-
reu de maneira sigilosa por parte da diretoria, que durante todos esses dias não havia feito nenhum tipo de comunicado à comunidade escolar.”
FALTA ORIENTAÇÃO Uma aluna (que não quis ser identificada) testou positivo após o primeiro caso e reitera que houve falta de orientação. “Fiquei preocupada porque fiz trabalho em equipe com ele. Pedimos ao representante da turma que solicitasse uma orientação da direção. Ele rodou a escola até que alguém dissesse algo. E a resposta foi que até então não haviam sido informadas. Só depois de nossa solicitação nos liberaram para ir para casa e fazer o teste. Depois, cinco testaram positivo. Então, um pai foi na escola reclamar sobre a falta de orientações. Depois dessa reclamação, de vários dias após o primeiro caso, isolaram nossa sala por sete dias”, conta. O Brasil de Fato Paraná entrou
em contato com a diretora do colégio, Vanda Aparecida Torá dos Santos, que confirmou que a liberação dos alunos se deu após a procura dos mesmos. “O primeiro aluno entregou o atestado em 23/9. Era um aluno isolado. No outro dia tudo seguia na paz. Mas ele espalhou para a turma que havia testado positivo. Tudo bem ele alertar, não temos nada contra. Já na segunda-feira, os alunos estavam todos assustados e vieram falar com a gente. Então, ligamos para os pais para que levassem fazer teste. Agora, estes que pegaram não sentam perto. Eu não admito que digam que pegaram na sala.” Porém, a conduta adotada pela diretora não acompa-
nha as orientações dadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Em nota orientativa às escolas (no. 03/2021), a secretaria destaca que “é fundamental que os casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 no ambiente escolar sejam identificados o mais precocemente possível” e que “na ocorrência de um ou mais casos no qual os envolvidos convivam na mesma sala de aula e não tenham tido contato com outras turmas, as aulas presenciais nesta sala devem ser suspensas por 10 DIAS, a contar do último dia do contato com o caso Covid-19.” E também que: “A decisão pelo fechamento de uma ou mais salas de aula, ou até mesmo da Instituição de Ensino como um
todo, deve ser realizada em tempo oportuno e, portanto, não demanda da espera pela publicação de atos normativos específicos para este fim emitidos por órgãos de saúde.” Questionada sobre a conduta da direção da escola, em nota, a assessoria de comunicação da Seed disse que “as aulas presenciais de uma turma devem ser suspensas quando há um ou mais casos positivos na turma. A direção da escola recebeu a confirmação do teste positivo na sexta-feira, no fim do dia, e suspendeu as aulas a partir da segunda-feira seguinte.” Porém, a diretora informou que o aluno havia entregado o atestado na quinta-feira.
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Policiais envolvidos na morte de jovens do Parolin ficam livres Apesar de vídeos de câmeras apontarem ausência de confronto, MP pediu absolvição Gabriel Carriconde
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em júri popular, terminou no último dia 5 de outubro o julgamento dos policiais envolvidos na morte dos jovens Gustavo Bueno de Almeida, 14 anos, Felipe Bueno de Almeida, 16 anos, Eduardo Damas, 20 anos, e Elias Leandro Pinto, 17 anos, moradores do bairro Parolin mortos com tiros pela Polícia Militar. Os policiais eram acusados de assassinarem os jovens após abordagem por suspeita de roubo de um carro. Os rapazes bateram o carro na perseguição, e os policiais saíram da viatura e efetuaram disparos. Os PMs foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Civil e respondiam por homicídio qualificado. A acusação ainda apontava para a ausência de confronto, visto que não havia marcas de bala na viatura dos policiais, e imagens de câmeras de segurança da região apontavam para a execução sumária dos suspeitos, contrariando a tese de que haveria troca de tiros entre eles. Apesar das imagens, o Ministério Público pediu a absolvição dos PMs, em meados de maio, e posteriormente o juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, deu a absolvição. “Assim, uma vez que os elementos coligidos aos autos demonstram nitidamente que os acusados agiram em legítima defesa, tem-se que a absolvição sumária, em face do reconhecimento de causa excludente de ilicitude, é medida que se impõe”, diz a sentença. Para a advogada de uma das vítimas, Paula Celeste*, após a manifestação do Ministério Público era esperada a absolvição dos policiais,
‘’Não tem explicação a sentença que não seja racismo estrutural, juridicamente é um absurdo” mas ela afirma que o caso se trata de racismo estrutural e institucional e normalização da violência policial. “O pedido de absolvição do MP foi um prejuízo quase irreversível, sendo um órgão que deveria pedir a averiguação do caso. Iremos recorrer e as famílias pretendem continuar com novas manifestações”, explica. A advogada ainda critica: ‘’Não tem explicação a sentença que não seja racismo estrutural, juridicamente é um absurdo.” Na mesma linha, o advogado criminalista e membro da direção nacional da Associação de Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania, Daniel Gaspar, se disse surpreso pelo fato de o caso não ter ido a Após mortes, polícia ainda reprimiu protesto no Parolin contra morte de garotos
júri popular, e nem mesmo as imagens das câmeras levadas em consideração em relação à decisão do juiz e o pedido do Ministério Público. Gaspar ainda critica o uso do argumento de “excludente de ilicitude”, previsto no Código Penal, que exclui a culpabilidade de condutas ilegais em determinadas circunstâncias. Conforme esse artigo, não há crime quando o agente pratica o fato: em estado de necessidade; em legítima defesa; em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. “Não se qualifica no caso do Parolin o argumento de excludente de ilicitude, já que temos uma prova cabal que não houve confronto ou risco à integridade dos policiais. As câmeras mostram que após 20 segundos do acidente os PMs já saíram atirando, inclusive com a imagem de um policial atirando nas costas de um dos jovens, esta é uma prova que deveria levar o caso a um júri popular”, criticou Gaspar. *Por questões de segurança, a advogada entrevistada solicitou não ter o nome real citado na reportagem, foi usado um pseudônimo Giorgia Prates
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Prefeitura de Curitiba é denunciada por confisco de milhões do cartão transporte Redação
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oi protocolada na terça (19), Ação Direta de Inconstitucionalidade para evitar o confisco de milhões de reais dos créditos do cartão transporte de usuários do sistema de ônibus de Curitiba após o fim da validade de um ano. A ação foi protocolada pelo deputado estadual Goura (PDT), com pedido cautelar para suspensão das leis municipais e decretos do Poder Executivo que determinam o prazo de prescrição. Em ofício do vereador Professor Euler (PSD), pedindo explicações à Prefeitura de Curitiba sobre o confisco, explica-se que ele ocorre por meio da Lei nº 12.597/2008 e do Decreto nº 649/2014. A Prefeitura informou que já foram efetivamente confiscados mais de 11 milhões de reais e que já estão expirados, com agendamento de retirada, quase 44 milhões de reais. “O usuário perde seu dinheiro apenas pelo não uso imediato do crédito e sem qualquer contraprestação de serviço. Queremos evitar que isso continue a ocorrer e garantir o direito dos usuários do sistema de transporte”, explicou Goura. Na atual legislação, os valores confiscados do usuário pagador são destinados ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). No entanto, tramita na Câmara Municipal projeto que pretende passar esses recursos aos operadores do transporte coletivo. “Ou seja, o que se pretende é confiscar o dinheiro do usuário e repassá-lo para os operadores do transporte coletivo, outras pessoas privadas. Um dinheiro que sequer deveria ter sido confiscado”, denuncia Goura. A Urbanização de Curitiba (Urbs) informou que “A prescrição [dos créditos] é validada pelo Código de Defesa do Consumidor e faz parte da legislação corrente do município.”
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Giorgia Prates
Relatório da CPI acusa Bolsonaro de ter cometido 10 crimes na pandemia Documento responsabiliza mais de 60 pessoas e empresas pelas milhares de mortes Agência Senado
Redação
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senador Renan Calheiros (MDB-AL) leu, na quarta (20), o relatório final da CPI da pandemia. Entre os principais pontos, no documento que ainda será votado na próxima semana, está o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por dez crimes na gestão da Covid-19. Entre eles, crime de epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias PUBLICIDADE
preventivas, charlatanismo, prevaricação, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime e crimes contra a humanidade. Calheiros declarou, em pronunciamento reproduzido pela Agência Senado, que a CPI colheu elementos de prova que demonstram que o governo federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, “Expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa”. O senador afirmou ainda que ficou comprovada a existência de um gabinete paralelo, a intenção de imunizar a população por meio da contaminação natural, a priorização de um tratamento precoce sem amparo científico de eficácia, o desestímulo ao uso de medidas não farmacológicas. “Com esse comportamento, o governo federal, que tinha o dever legal de
agir, assentiu com a morte de brasileiras e brasileiros”, disse. Na cidade de Russas (CE), no momento em que era lido o relatório da CPI, reproduzido por O Globo, o presidente declarou: “Nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento.” Outros indiciados A versão final do relatório recomenda o indiciamento, além de Bolsonaro, de outras 65 pessoas e duas empresas por crimes cometidos na pandemia. Entre eles, três filhos do presidente, o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o atual ministro, Marcelo Queiroga, o ex-secretário executivo do ministério da Saúde, Elcio Franco, a “capitã cloroquina”, Mayra Pinheiro, o deputado paranaense Ricardo Barros e as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli, além do dono das lojas Havan, Luciano Hang.
Cozinha comunitária inagurada pelo MTST no Tatuquara
Justiça suspende temporariamente despejo de 350 famílias em Curitiba Ocupação Jardim Veneza está sob coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Redação O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) suspendeu até o dia 31 de dezembro o processo de reintegração de posse da ocupação Jardim Veneza, no bairro Tatuquara, em Curitiba. A comunidade, que conta com cerca de 350 famílias, estava ameaçada de despejo por decisão da 17ª Câmara Cível de Curitiba. A ordem judicial determinava que o município de Curitiba, a Fundação de Assistência Social (FAS) e a Companhia de Habitação Popular (Cohab) elaborassem um Plano de Remoção, no qual os moradores deveriam ser colocados voluntariamente em abrigos institucionais. O desembargador ti-
nha indicado o prazo de 45 dias para que todos os procedimentos fossem realizados, incluindo o despejo. A ocupação Jardim Veneza está sob coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que inaugurou no dia 3 de outubro uma cozinha comunitária no local para servir marmitas de terça a domingo para as famílias. A suspensão temporária do despejo cumpre o que está determinado na Lei Federal n° 14.216/2021, que determinou a suspensão de todos os processos de reintegração e despejos até 31 de dezembro, como medida de proteção às famílias em situação de vulnerabilidade social no período da pandemia.
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Ruas da Cidadania de Curitiba recebem concertos gratuitos A apresentação será realizada por músicos paranaenses para a comunidade em geral
Digulgação
Cultura 7
Téssera, 40 anos O lançamento da nova obra da Téssera Companhia de Dança da UFPR faz parte das ações comemorativas “Téssera, 40 anos” e marcará o encerramento da segunda temporada do Projeto “De Dentro para Fora – o
Artista e a Téssera!”. Será no dia 26 de outubro (terça), às 20 horas. A transmissão será ao vivo pelo youtube da TV UFPR: youtube.com/tvufpr e pelo facebook da Téssera: facebook.com/tesseraufpr.
Direitos humanos Pesquisa da Universidade de Integração Latino Americana, Unila, apontou a existência de forte demanda por materiais didáticos em direitos humanos, va-
lores e cidadania. Esses materiais começam a ser disponibilizados pela equipe do projeto De Mãos Dadas por Amplos Caminhos.
Bilingue O material tem versões em português e espanhol e pode ser baixado gratuitamente na página do projeto. O objetivo é que professores de diferentes países da América Latina possam utilizar o material. Traz cartilhas com sugestões de lei-
tura, atividades e exercícios com base no diálogo e trabalho coletivo, que estão divididas em quatro cadernos com diferentes temas. Para acesso aos materiais: https://www.poramploscaminhos.com.br/in%C3%ADcio
DICAS MASTIGADAS Redação
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omposições Paranaenses: a música pede passagem” é o projeto para levar música clássica para os bairros de Curitiba. Até o dia 30/11, grupos de músicos da cidade farão apresentações gratuitas nas Ruas da Cidadania. Além do público livre, também participarão, como ouvintes, alunos de escolas da rede pública de ensino, como forma de democratizar o acesso à música clássica e incentivar a formação de plateia nas salas de concerto. A ocupação do espaço será reduzida e todos os protocolos sanitários contra a Covid-19 serão respeitados, de acordo com as orientações das auto-
ridades de saúde pública. Obras de Bento Mossurunga (1879-1970), Henrique de Curitiba (1934-2008) e Alceo Bocchino (19182013) serão executadas por um quarteto de cordas e solos da soprano, Luciana Melamed. Repertório Com duração de 1 hora, foram selecionadas para o repertório obras relevantes de cada compo-
sitor. De Mossurunga, “Ondas do Iapó”, “Tristeza do Pinheiro” e “Devaneio”. Seguido por seis poemas de Helena Kolody e “Suíte Brasileira”, de Henrique de Curitiba, e encerra-se com “Canção de Inverno” e “Modinha e Fuga”, de Bocchino. O projeto é produzido por meio da lei municipal de acesso à cultura da Fundação Cultural e da Prefeitura de Curitiba.
Próximas apresentações 26/10 Rua da Cidadania do Cajuru | 15h 28/10 Rua da Cidadania do Pinheirinho | 15h 9/11 Rua da Cidadania do Boa Vista | 16h 11/11 Rua da Cidadania do Bairro Novo | 15h 16/11 Rua da Cidadania do Tatuquara | 15h 23/11 Rua da Cidadania do CIC | 16h 30/11 Oratório de Bach (Bosque Alemão) | 16h
Tortinha de grão-de-bico A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no produtosdaterrapr.com.br Reprodução
Para a massa 1 xícara de grão-de-bico cozido e amassado com casca; 4 colheres de sopa de farinha de linhaça; 2 colheres de sopa de azeite; 1 colher de chá de sal Para o recheio Vegetais que tiver na sua geladeira, brócolis, couveflor, cenoura, pimentão e cebola. Modo de preparo Deixe o grão-de-bico de molho na água durante 12 horas. Coloque para cozinhar na panela de pressão por 15 minutos, deixando bem macio. Escorra a água e amasse o grão-de-bico com um garfo, ou, se preferir, use liquidificador ou processador. Acrescente os demais ingredientes: farinha de linhaça, azeite e sal. Misture e amasse com as mãos até obter uma massa lisa, que não grude nas mãos. Preencha forminhas com a massa, moldando delicadamente. Por fim, faça com a ponta do garfo uns furinhos na base da massa. Para o recheio, escolha os vegetais e faça um refogado bem temperado, usando a criatividade. Depois, preencha o recheio nas forminhas e leve ao forno pré-aquecido a 180°, de 30 a 40 minutos.
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Time familiar ao torcedor Por Cesar Caldas
A repetição da equipe do Coritiba nessa reta final de temporada facilita sua memorização pela torcida. Alguns jogadores largamente identificados com o clube há muitos anos (Wilson, Henrique, Willian Farias, Robinho e Rafinha), além da inegável qualidade técnica que possuem, têm se empenhado não só pela manutenção do prestígio já conquistado na carreira, mas também pelo amor à camisa – artigo tão em falta no futebol contemporâneo. A eles se juntam o “matador” Léo Gamalho (três vezes artilheiro da Copa do Brasil e outras tantas da Série B, o seguro zagueiro Leandro Castán e atletas que se destacaram no Sub-20, como os laterais Natanael e Guilherme Biro. Têm agradado também as características peculiares de outros. É o caso dos petardos de longa distância de Val, que surpreendem os adversários pela potência e pontaria. Bons ventos têm soprado no CT da Graciosa.
VAR e juízes vão decidir o Brasileirão? Pedro Souza | Atletico
Atlético MG e Flamengo, disputa além do campo
Pandemia dobrada Por Marcio Mittelbach
Dia 15 de março de 2020. Quando o juiz da partida que terminou 1 a zero pro Toledo deu o apito final, a primeira partida com portões fechados por conta da pandemia, era o início de um afastamento que iria durar 126 dias entre Paraná Clube e torcida. Nem mesmo pela TV. O tabu só foi acabar no dia 19 de julho, no clássico com o Coritiba na Vila Capanema, pelas quartas de final do paranaense do ano passado. Corta pra 2021. O apito final do jogo em que vencemos o Oeste por quatro a zero pela série C, no dia 29 de setembro, marcou o início de um tabu que vai durar por volta de 120 dias sem jogos oficiais, já que o paranaense deve começar por volta de 20 de janeiro. Para a torcida do tricolor, a pandemia será dobrada. De quebra, vamos reencontrar o Clube na quarta divisão do futebol. Mas seguimos vivos e dispostos a dar a volta por cima. É tudo o que importa nesse momento.
Frédi Vasconcelos
A
rodada 27 (e outras) da Série A do Brasileirão foi marcada por polêmicas em relação aos árbitros e o uso do VAR. Só no último final de semana há reclamações do Flamengo por anulação de um gol contra o Cuiabá, no Maracanã, em partida que terminou 0 a 0. E do Atlético Mineiro, que soltou nota oficial e teve pronunciamento de seu diretor de futebol, Rodrigo Caetano, por conta de um possível pênalti não assinalado na derrota para o Atlético Goianiense, em Goiás. Os dois times são as equipes com mais chances de conquistar o campeonato e vivem uma verdadeira “guerra fria” nos bastidores. Na nota oficial do time mineiro, é
cobrado que “sejam adotados os mesmos critérios da arbitragem em relação a lances praticamente idênticos”, referindo-se à jogada em que não foi dado pênalti para o time pelo árbitro Raphael Claus, mesmo chamado pelo VAR, enquanto houve penalidades a favor de Palmeiras e Fortaleza em lances bem parecidos. Deixando claro contra quem é a reclamação, o time ainda solicita à CBF que: “Não escale nenhum árbitro do RJ (nem mesmo auxiliar do VAR) em jogos do Atlético, tampouco representantes de MG, em jogos do Flamengo. Registre-se que, dos últimos 16 jogos do Galo, 12 tiveram representantes da federação carioca nas funções de VAR, AVAR ou Observador do VAR.” Já o técnico do rubro-negro, Renato Gaúcho, que também reclamou da arbitragem no último domingo, ao ser perguntado se a “pressão” dos dirigentes atleticanos pode ter influenciado de alguma forma a atuação da arbitragem, disse: “Briga de bastidores, de repente de desespero”. Na rodada anterior, o vice-presidente Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, já utilizara as redes sociais para pedir punição severa ao time mineiro porque, na rodada anterior, contra o Santos, o diretor de futebol do Galo teria chutado a cabine do VAR, no Mineirão. O que é negado pelos mineiros. Os dois times se enfrentam, no Maracanã, na 29ª rodada, numa verdadeira final do campeonato, mas, antes, a guerra nos bastidores promete esquentar ainda mais.
ELAS POR ELA Escolhas incompreensíveis Por Douglas Gasparin Arruda
Não gosto de criticar técnicos. Acho um caminho muito fácil e recorrente entre torcedores e imprensa esportiva. Mas, diante do atual cenário, não consigo compreender a escolha por Alberto Valentim. Caso fosse uma jovem aposta, seria interessante, como foi o caso de António Oliveira. Mas Alberto já rodou bastante, e por onde passou não deixou saudades nos torcedores. Nos poucos casos em que o desempenho foi aceitável, como no Cuiabá, seu último trabalho (onde teve seu melhor desempenho, com 80% de aproveitamento), o treinador foi demitido em pouquíssimo tempo sob circunstâncias pouco explicadas e com uma dose de polêmica. Fato é que até aqui não fez nenhum trabalho exemplar e, caso não resolva seus dilemas como técnico, tudo leva a acreditar que não seguirá por muito tempo no Furacão.
Fernanda Haag
Bicampeãs! As Gurias Furacão nem precisaram entrar em campo na última rodada para se sagrarem campeãs paranaenses. O último jogo delas será contra o Toledo no próximo domingo, 24, no interior do estado. Justamente o Toledo era o time que ainda tinha chances de disputar o título, contudo, na última partida foi derrotado por 3x1 pelo Imperial, em Curitiba, ficando impossível para essas duas equipes alcançarem o Athletico-PR na pontuação. Assim, o título ficou novamente em mãos rubro-negras. As atleticanas ganharam
também a edição de 2020 do Paranaense, disputado em 2021 por conta da pandemia. Ou seja, apenas alguns meses separaram uma taça da outra. Na edição deste ano, por enquanto, as Gurias Furacão, sob o comando da treinadora Rosana Augusto, estão com 100% de aproveitamento, são três vitórias em três jogos. Além disso, marcaram 18 gols e sofreram apenas 1. Parabéns pelo título, bicampeãs! E que o futebol de mulheres continue em desenvolvi-
mento no nosso estado.