Brasil de Fato / RS - Número 07

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CONSCIÊNCIA NEGRA

Nenhum país recebeu mais escravos do que o Brasil. Foram 4,86 milhões de homens e mulheres ao longo de quatro séculos, segundo o Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos, a fonte mais confiável. Hoje, 54,9% dos brasileiros são pardos ou negros, conforme o IBGE, portanto trazem sangue africano pulsando nas veias. Maioria, mesmo assim, ainda hoje, são tratados como minoria. Libertados sem nenhum meio de sustento, vetado seu acesso à terra, ao voto e às letras, somente são minoria na hora da partilha dos bens da nação. O Dia Nacional da Consciência Negra, que se comemora neste 20 de Novembro, é um esforço para lembrar esta história e esta dívida.

RIO GRANDE DO SUL

20 de novembro a 04 de dezembro de 2018 distribuição gratuita brasildefato.com.br

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Ano 1 | edição 07

Foto: Alex Garcia

APOSENTADORIA Como as mudanças na previdência vão complicar o futuro dos brasileiros PÁG 4

Projeto

À serviço do agronegócio, senador gaúcho quer transformar o MST em “terrorista” PÁG 3

Futebol

Arbitragem: quando nem o VAR salva. PÁG 8


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OPINIÃO

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

Jornalismo contra o bolsonazismo

ARTIGO |

CHARGE | Santiago

Celso Augusto Schröder, jornalista e professor

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Bolsonaro não é o futuro

olsonaro venceu a eleição do jeito que sabemos – e ainda saberemos mais a respeito – e será presidente a partir de 1º. de janeiro de 2019. É inegável que estará presente nos dias e meses e anos que estão à espera. Mas não é exatamente deste tipo de futuro óbvio e inarredável, fabricado mecanicamente a cada fração de segundo, que o título acima trata. Evoca outro entendimento de futuro como sinônimo, talvez, de esperança. Não será simples e nem será fácil. Mas, convenhamos: aquela expressão “Brasil, País do Futuro” não bate com a figura, o verbo e os planos do candidato do PSL. Não bate com machismo, homofobia, xenofobia, racismo ou qualquer das muitas faces do fascismo. Nosso futuro enquanto nação diversa de cores, origens, raças, comportamentos e credos não deve compactuar com ódio, intolerância, perseguição e violência. Sob este aspecto, Bolsonaro e futuro são termos que se repelem. Podemos vislumbrar o futuro em algo além da distopia. São sinais ainda tímidos mas animadores, marcados por outras vozes, gestos e eventos. Naquele círculo www.brasildefato.com.br redacaors@brasildefato.com.br (51) 99956.7811 (51) 3228-8107 /brasildefators @Brasil_de_Fato

de alunos, de mãos dadas, trajando preto e dizendo “Seremos resistência” no colégio Rosário, em Porto Alegre. Também no Colégio de Aplicação. Ou quando os reitores da UFRGS e da USP rejeitam a “Escola sem Partido”, tachando-a de “retrocesso”, e defendem a universidade pública e gratuita. Ainda na união inédita de mídias alternativas na capital gaúcha em defesa da democracia. Nas primeiras conversas de centrais, partidos, frentes, coletivos. São sementes recém plantadas. Outras germinarão. Será uma construção gradual, tijolo a tijolo. Bolsonaro não é o futuro. É o passado que veio assombrar o presente. Caberá enfrentá-lo, de muitas e variadas maneiras, e devolvê-lo para o mofo dos porões da ditadura, onde se engendrou e saiu para a luz do Sol após 33 anos de frágil democracia. Perante este futuro do pretérito nada mais resta do que contrapor outro futuro habitável, amoroso e acolhedor. Não basta aguardá-lo. Será preciso erguê-lo. É a tarefa que está começando e, para ela, todos e todas estão convocados.

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CONSELHO EDITORIAL Danieli Cazarotto, Cedenir Oliveira, Fernando Fernandes, Ezequiela Scapini, Ronaldo Schaefer, Milton Viário, Frei Sérgio Görgen, Ênio Santos, Isnar Borges, Cláudio Augustin, Maister Silva, Miriam Cabreira, Fernando Maia, Jonas Tarcísio Reis, Rogério Ferraz, Adelto Rohr, Fábio Castro, Mariane Quadros, Carlos Alberto Alves, Daniel Damiani, Vito Giannotti (In Memoriam) | EDIÇÃO Katia Marko (DRT7969), Marcos Corbari (DRT16193), Ayrton Centeno (DRT3314) e Marcelo Ferreira (DRT16826) | REDAÇÃO NESTA EDIÇÃO Luiza Dorneles, Maiara Rauber, Ayrton Centeno, Alexandre Haubrich, Katia Marko e Marcelo Ferreira. | DIAGRAMAÇÃO Marcelo Souza | DISTRIBUIÇÃO Alexandre Garcia | IMPRESSÃO Gazeta do Sul | TIRAGEM 25 mil exemplares

Estranhamente, a imprensa assume o crime que tenta atribuir às novas tecnologias. Chama de notícia aquilo que é apenas mentira, boato, calúnia, injúria, quer dizer, aquilo que sempre existiu no mundo não digital. A POIO

EDITORIAL |

eleição de Bolsonaro assume a condição de um marco mundial definidor no processo de refeudalização da sociedade e destruição do Estado nacional, da República e do Estado de Direito. O sintoma mais claro de que a esfera pública democrática brasileira estava em perigo foi o crescente retrocesso do jornalismo nacional, derrotado em parte pelas novas tecnologias narcisistas e pretensamente interativas e em parte pelo suicídio meticulosamente planejado por empresários medíocres e reacionários. Da diminuição do jornalismo aparece aquilo que vai se transformar no carrasco da democra-

cia, uma velha novidade que vai ser apelidada pela própria imprensa nocauteada de fake news, ou seja, notícia falsa. Estranhamente, a imprensa assume o crime que tenta atribuir às novas tecnologias. Chama de notícia aquilo que é apenas mentira, boato, calúnia, injúria, quer dizer, aquilo que sempre existiu no mundo não digital. A confusão é tanta que a imprensa assume o crime das redes sociais e, pior, põe a sua marca: chama de news o fake. Mas, de alguma maneira, faz isto porque sabe que a mentira, a calúnia etc. nunca foram monopólio das redes. Ao contrário, sabe que, afinal de contas, foi ela que, ao abandonar o jornalismo, criou o ambiente que iria destruir a política e a democracia. Agora, se foi a ausência do jornalismo, transformado em sensacionalismo, propaganda ou má literatura que permitiu que o boato digital se transformasse no seu sucedâneo, será a presença do jornalismo que irá reverter esta situação e permitir que a esfera pública, assentada numa imprensa crítica e livre, se restabeleça. O jornalismo, que não é invenção dos jornalistas nem mesmo das empresas do jornalismo. O jornalismo sempre foi uma necessidade social e como tal não desaparecerá mesmo que este seja o desejo das forças conservadoras contemporâneas, principalmente dos donos de jornais. À sociedade caberá apoiar e fortalecer iniciativas onde esta narrativa que pretende a verdade seja garantida.


TERRA

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

Sem conhecer o MST, senador gaúcho quer torná-lo terrorista

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REPRESSÃO |

Foto: Rica Retamal

Projeto de Lasier Martins atende interesses da bancada ruralista e impede avanço da Reforma Agrária LUIZA DORNELES E MAIARA RAUBER PORTO ALEGRE (RS)

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aior produtor de arroz orgânico da América Latina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é alvo de Projeto de Lei do Senado que quer tipificá-lo como terrorista. De autoria de Lasier Martins (PSD-RS), o PLS 272/2016 altera a Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/2016) “a fim de disciplinar com mais precisão condutas consideradas como atos de terrorismo”. A iniciativa atende a pedido da bancada ruralista, com quem o senador sempre teve ligação. O projeto retornou à pauta da Comissão de Constituição e Justi-

MST é promotor da Feira Nacional da Reforma Agrária, a maior em diversidade do país.

ça depois da disputa eleitoral que elegeu Jair Bolsonaro (PSL) presidente da República. O militar da reserva, que fez campanha com notícias falsas, escancara em eventos públicos e à imprensa o seu

ódio contra sem terra e sem teto. Seu intuito, ao chegar ao Palácio do Planalto, é não medir esforços para enquadrá-los como terroristas. O PLS de Lasier, que será vo-

tado no Senado após audiência pública, soma-se à intenção de Bolsonaro de criminalizar organizações sociais como o MST e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O relator Magno Malta (PR-ES) mudou o texto para considerar terrorismo “atos relacionados à motivação política, ideológica e social”, colocando em risco a liberdade individual e a democracia. Para Cedenir de Oliveira, dirigente do MST, o projeto é mais uma perseguição contra o Movimento, que nos últimos anos esteve na linha de frente da luta pelos direitos da classe trabalhadora. “O próximo período será de resistência ativa, mas teremos muita tranquilidade e responsabilidade política para enfrentá-lo. Jamais iremos nos acovardar. Continuaremos nossa luta por reforma agrária e direitos a quem mais precisa no país”, explica.

Afinal, o que é verdade sobre o MST? “MST pratica terrorismo” O MST luta desde 1984 por Reforma Agrária e transformações sociais no país. Conquistou assentamentos para mais de 1 milhão de pessoas e ajudou a construir e/ou implementar o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o reconhecimento da profissão de agricultora, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), entre outras políticas. Sua luta é pelo cumprimento da função social da terra, que é produzir alimentos, pela diminuição da desigualdade social e um planeta mais sustentável, com mais oportunidades para homens e mulheres.

“MST é o maior produtor de orgânicos do Brasil” As famílias assentadas e acam-

padas são as maiores produtoras de alimentos orgânicos do Brasil e pioneiras no cultivo de sementes de hortaliças agroecológicas. São as maiores produtoras de arroz sem agrotóxicos da América Latina, segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA). O MST tem centenas de feiras ecológicas e coloniais e promove anualmente a Feira Nacional da Reforma Agrária, a maior em diversidade de produtos no território brasileiro. Possui centenas de cooperativas, associações e agroindústrias que produzem alimentos in natura e industrializados, muitos com certificação orgânica. Isso movimenta a economia dos municípios, gera trabalho e renda.

“MST rouba terras” A política de reforma agrária somente desapropria terras que não cumpram sua função social, ou seja, que não são utilizadas para moradia nem para plantio. Quem garante isso é a Constituição Federal de 1988, artigos 182 e subsequentes, bem como o Estatuto da

Terra (Lei nº4.504/1964). Segundo as diretrizes legais, é dever da União a desapropriação dessas terras mediante prévia indenização em dinheiro decorrente do orçamento anual, garantindo aos beneficiários o direito à terra e à moradia digna. As áreas destinadas à reforma agrária não são propriedade dos beneficiários – o Estado concede um título de domínio ou concessão de uso e fica proibida a venda para terceiros.

“MST doutrina crianças” Os estudantes do MST têm acesso às mesmas grades curriculares das escolas municipais e estaduais. A diferença é que as disciplinas são trabalhadas de acordo com a realidade dos acampados e assentados. O Movimento luta pelo acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para suas crianças, jovens e adultos. Já conquistou mais de 2 mil escolas públicas e 320 cursos via Pronera em 40 instituições, onde já se formaram 165 mil educandos no ensino fundamental e médio e em

cursos técnicos e de nível superior, como agronomia, agroecologia, medicina veterinária, história, direito, serviço social e cooperativismo.

“MST tem médicos no SUS” Desde 2005, através do Projeto Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM), mais de 100 médicos sem terra já se formaram em Cuba e na Venezuela. Eles atuam em 16 estados brasileiros, no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Programa Mais Médicos, atendendo principalmente a população mais pobre da zona rural, vilas e periferias. Hoje o MST tem 36 estudantes de medicina. Mantém organizações coletivas para a promoção e a prevenção à saúde, e para a luta pela saúde pública e pelo SUS de qualidade, em continuidade à reforma sanitária. Formou técnicos em enfermagem, saúde comunitária e ambiental; promoveu formação pós-médio em saúde pública e em saúde e ambiente; e realizou curso de mestrado em trabalho, saúde, ambiente e movimentos sociais.


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GERAL

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

“Vai cair a ficha do trabalhador e ele virá com a gente” PREVIDÊNCIA |

“Uma `mexicanização´ com a sociedade dominada pelas máfias, a economia aprisionada pelo rentismo e os trabalhadores sem nenhum direito”. Esta é a descrição sombria do país que o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, faz na antevéspera do governo Bolsonaro. AYRTON CENTENO

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PORTO ALEGRE (RS)

as se o novo governo avançar – como promete – contra os direitos sociais, haverá luta. “As centrais, tanto à direita, quanto à esquerda, estão se reunindo. Sabem que ninguém se salvará individualmente”, enfatiza. Para ele, o próximo período vai ser de “muita pegada” que só será possível com união. “A unidade tem um preço e nós vamos pagar este preço”, avisa. Reforma da Previdência Nespolo entende que será mais difícil para o novo inquilino do Palácio do Planalto fazer com os direitos previdenciários aquilo que Michel Temer fez com os trabalhistas. “É bom saber que a maior greve geral da história do Brasil, no dia 28 de abril do ano passado, foi em cima do

Foto: Luiza Castro

tema da previdência”, relembra. “Se a reforma trabalhista não chamou a atenção dos jovens, dos desempregados, dos aposentados, a previdência mobiliza todo mundo. E podemos sim fazer uma grande mobilização para brecar sua aprovação”, adverte. Direitos trabalhistas ameaçados Bolsonaro ameaçou extinguir o Ministério do Trabalho, juntando–o a outra pasta. Acabou desistindo. Foi mais uma das tantas idas e vindas do presidente eleito. Porém, se tal ainda vier a acontecer, será, segundo Nespolo, o começo do fim de um sistema de proteção ao elo mais fraco da população. “Significa eles (Bolsonaro) meterem a mão no FAT”, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, para outros fins. É muito dinheiro. “Para se ter uma idéia, em 2016, o FAT arrecadou R$ 46,6 bilhões”, exemplifica. O desaparecimento do ministério representaria, para o sindicalista, “a volta a um período da pré-revolução industrial tardia do Brasil aparentado à servidão”. Anarcocapitalismo no Ministério da Fazenda O presidente da central acha que o economista Paulo

Trabalhadores enfrentaram bombas e balas de borracha para barrar a refoma do governo Temer

Guedes, filiado ao fundamentalismo neoliberal e futuro superministro, é o pior do pensamento econômico. “É um sujeito da chamada escola de Chicago, do anarcocapitalismo. Para essa gente, o semáforo de trânsito é uma intervenção do estado no direito de ir e vir...” Apesar disso, trabalhadores que ganham entre 2,5 e 5 salários-mínimos votaram massivamente na ultradireita. “E votaram nela por conta das fake news. Se tu falavas (na campanha) com o trabalhador em defender o salário-mínimo, ele respondia falan-

do em corrupção; se falavas em garantir o 13º., ele respondia com Venezuela; se falavas em direitos, ele respondia com Cuba...” Acentua, porém, que a conversa com este contingente não se fará na base da cobrança do voto. “Vamos lembrar o que interessa: o direito à aposentadoria, à dignidade, à vida”, explica. E prossegue: “Tenho certeza que apesar das fake news, que vão continuar, dos ataques ao PT, ao MST, à esquerda, nos chamando de coisa que não presta, aos poucos vai cair a ficha do trabalhador e ele virá com a gente

para derrotar esse projeto e construir um futuro decente”.

A previdência mobiliza todo mundo. E podemos sim fazer uma grande mobilização para brecar sua aprovação”

Reforma da Previdência de Bolsonaro pode A edição nacional do Brasil de Fato entrevistou a pesquisadora Júlia Lenzi, especialista em seguridade social sobre a PEC 287/16, do governo Temer, que pretende mexer na Previdência Social. Embora a reforma esteja emperrada, são más notícias para o trabalhador. Na avaliação de Júlia, as ideias de Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga” de Bolsonaro, para a Previdência

são ainda “piores do que as de Temer”. Abaixo, a síntese de algumas de suas observações sobre o quadro que espera os brasileiros em 2019: Previdência sob regime de capitalização - “Em um regime de capitalização, é cada um por si. Só as contribuições vinculadas ao seu salário financiam sua aposentadoria. Não existe contribuição do empregador, nem por parte do Estado”. Idade mínima de aposenta-

doria - O texto da reforma de Temer estabelece o mínimo de 65 anos de idade para homem e 62 para mulheres. No caso das mulheres, o cálculo “não levou em conta, por exemplo, que mulheres trabalham 75% a mais que os homens em serviços de reprodução e serviços domésticos”, além de ganharem, em média, 25% a menos que os homens embora exercendo as mesmas funções. Tempo mínimo de 25 anos

de contribuição – “Isso é extremamente grave. Se pegarmos dados de 2015, 80% das aposentadorias concedidas por idade não atingiram 20 anos de contribuição. Então, estatisticamente, se for aprovada a reforma da forma como colocada, 80% da classe trabalhadora será excluída da proteção previdenciária, que não vai conseguir atingir o tempo mínimo de contribuição para acesso a uma aposentadoria eletiva”.

Pensão por morte - Hoje, a pensão só é vitalícia se o cônjuge sobrevivente tiver mais de 44 anos. Na proposta de Temer, será ainda mais restrita. “A base será 50% do benefício e 10% para cada um dos dependentes. Só que essas cotas de 10% não são reversíveis. Uma viúva só vai conseguir 100% do valor de pensão se ela tiver quatro filhos. À medida que atingirem a maioridade previdenciária, que é de 21 anos, essas cotas


GERAL

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

“A maior ameaça é a extinção da Justiça do Trabalho”

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DIREITOS |

AYRTON CENTENO

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PORTO ALEGRE (RS)

reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer e apoiada pelo futuro presidente já criou barreiras que dificultam o acesso gratuito do assalariado à Justiça do Trabalho. Os números oficiais são um exemplo claro: entre janeiro e setembro de 2017, as Varas do Trabalho receberam 2,013 milhões de reclamatórias. Na soma dos mesmos meses deste ano, houve uma queda praticamente para quase a metade, 1,287 milhões. São dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mortos e mutilados O discurso dos novos donos do poder, segundo nota, é de “fim da social-democracia” para oferecer maior liberdade ao mercado. Ignora-se se o Estado fará alguma regulação. Agora, durante a transição, Bolsonaro prome-

teu até extinguir o Ministério do Trabalho. Mas, aparentemente, recuou. A juíza repara que a pasta surgiu “pela necessidade do próprio sistema, de assumir uma prática de proteção a quem trabalha”. Algo necessário “a fim de limitar a exploração e com isso viabilizar a reprodução da força de trabalho e a circulação do dinheiro para consumo, o que é vital para a economia interna”. Alerta ainda que, caso haja suspensão ou redução das tarefas de prevenção, fiscalização e regulação das leis do trabalho, tudo irá se agravar. “Sem prevenção, não há dúvida de que os índices, já alarmantes, de pessoas mutiladas, mortas precocemente ou violadas em sua dignidade em razão do trabalho aumentarão”, assinala. “Subterrâneo racista e machista” Tratando do retrocesso que significará o fim – ou o relaxamento -- do combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil, observa que o campo ainda é de especulações. Mas adverte que aquilo “que se desenha para o país, desde 2013 e notadamente a partir do golpe de 2016, é um projeto no qual os direitos sociais não tem espaço e os vulneráveis são

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Há muitas ameaças no horizonte dos trabalhadores, mas a maior delas é a extinção da Justiça do Trabalho, seja formalmente seja por inanição. É a opinião da juíza do trabalho Valdete Severo.

convidados a “aceitar ou desaparecer". Entende, porém, que “é um processo histórico ainda em disputa”. Sobre os perigos de 2019, a juíza comenta que “em alguma medida, todas as pessoas que depositaram seu voto em favor do discurso de retirada de direitos e supressão de minorias chancelaram esse projeto de estado”. O que aconteceu quando, inconscientemente, acreditavam estar apenas protestando contra a política ou, “em uma linha ainda mais idílica, quando acreditavam estar atuando contra a corrupção”. É uma cultura que não nasceu ontem mas deriva da construção do Brasil com sé-

culos de escravidão, Estado Novo e ditadura militar. E conclui: “Esse subterrâneo racista, machista e fascista

precisa ser revolvido, sob pena de não conseguirmos compreender a gravidade desse tempo histórico”. Foto: Carlos Zuca/CUT

Em 15 de março de 2017 mais de 200 mil ocuparam avenida Paulista contra a reforma da Previdência

e ser ainda pior do que a de Temer de 10% são cortadas. Ao final, portanto, quando os filhos atingirem a maioridade, essa mulher viúva vai ter 60% do valor da pensão”. Acumulação de aposentadoria com pensão por morte – Não será mais possível quando a soma dos dois benefícios recebidos pela mesma pessoa ultrapassar dois salários-mínimos. Benefício de prestação continuada – É aquele benefício pago ao idoso ou pes-

soa com deficiência que comprove não ter meios de assegurar a própria subsistência e não conta com ajuda da família. Atualmente, parte da idade mínima de 65 anos, mas vai subir para 68. O aumento ignora as oscilações da expectativa de vida nas diferentes regiões. Julia Lenzi lembra que, em alguns bairros da periferia de São Paulo, por exemplo, a expectativa de vida ronda os 54 anos. “Esses idosos se-

quer chegarão a poder receber o benefício de prestação continuada, porque a expectativa de vida está abaixo do previsto em lei”. Pequeno agricultor familiar – Hoje, ele conta com um tratamento diferenciado na Previdência. “Ele não precisa contribuir mensalmente com dinheiro: comprovado seu trabalho nas condições especiais, ele comprova tempo de trabalho”. Se a reforma for apro-

vada, será implantada a contribuição individual para ele e cada membro da sua família por, no mínimo, 15 anos para ter acesso a uma aposentadoria no valor de um salário mínimo. Rotatividade – Na média, o brasileiro consegue contribuir de cinco a seis meses por ano, dada a rotatividade, a precarização, o desemprego. Ou seja, para ter 25 anos de contribuição, a pessoa terá trabalhado, pelo menos, 50

anos. “Se ela ingressou no mercado de trabalho aos 16, que é a idade constitucional mínima para o trabalho hoje, vai trabalhar até os 66 anos para ter a expectativa mínima de contribuição, que é de 25 anos. Com esses 25 anos, ele vai receber só 70% do valor de seu benefício. Para conseguir receber 100%, são 40 anos de tempo de contribuição, o que daria em torno de 80 anos de trabalho”.


CULTURA & LAZER ESCORPIÃO (23/10 A 21/11)

Nunca foi fácil, mas o momento pede um olhar cirúrgico para dentro de si. Arrume a casa. A verdadeira inteligência está no seu poder de adaptação.

HUMOR

HORÓSCOPO

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) A liberdade é sua palavra de ordem. Apertar ou afrouxar? Conecte-se com sua verdade pra saber onde e como agir. Tenha atenção.

CAPRICÓRNIO (22/12 A 20/1) É um momento de transformações e rupturas. Faça uma auto análise e busque entender o que você quer de verdade. Tenha calma.

AQUÁRIO (21/1 A 19/2) Utilize seu forte poder pessoal para apontar as contradições do momento atual. O ambiente melhora se você melhora.

PEIXES (20/2 A 20/3) A autonomia que você tanto almeja depende de algumas questões de ordem prática. Há de ter iniciativa e paciência.

ÁRIES (21/3 A 20/4) Sua disposição e energia devem ser distribuídas igualmente nas relações em que você está envolvido(a). Equilibre.

TOURO (21/4 A 20/5) Grandes novidades surgirão. O segredo está em fazer bem a sua parte. Assim, ao invés de somente esperar você deve se preparar.

GÊMEOS (21/5 A 20/6) A máxima do proximo período são as mudanças. Lembre-se que quando você se aceita como é, pode então mudar. E melhorar.

CÂNCER (21/6 A 22/7) As vezes as questões objetivas, externas à você, falam mais alto para que tu possas escutá-las. Concentre-se nisto.

LEÃO (23/7 A 22/8) A vida amorosa irá bem somente se as expectativas com as pessoas não forem desleais. Muita expectativa é auto boicote. Pratique meditação.

VIRGEM (23/8 A 22/9) Cuide bem do templo que é seu corpo. Tome cuidado com as pessoas que você permite conhecer este lugar sagrado. Mantenha-se hidratado(a).

LIBRA (23/9 A 22/10) Faça um exercício de limpeza emocional. Jogue fora sentimentos e memórias que não lhe servem mais. O novo precisa de lugar para surgir. Mateus Além Pisciano, jornalista, comunicador popular e militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Tem mais facilidade em guardar o mapa astral do que o nome das pessoas.

GRAFAR

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TIRINHA | Armandinho (Alexandre Beck)


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CULTURA & LAZER

Mídias alternativas unidas pela democracia

COMUNICAÇÃO |

Livro "100 anos da Revolução Russa" lançado na Feira do Livro

Foto: Fabiana Reinholz

Alexandre Haubrich, jornalista, autor do livro "Mídias Alternativas: A Palavra da Rebeldia" ALEXANDRE HAUBRICH*

PORTO ALEGRE (RS)

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se tivéssemos mais de dois braços? Essa questão aparentemente sem sentido aparece em diversas culturas ao longo da história. De deuses do Oriente, como Shiva, a mitos do Ocidente, como os Hecatônquiros, a representação de personagens como donos de muitos braços e mãos está, em geral, ligada ao aumento das capacidades, das habilidades e da força. E se um mesmo corpo tivesse várias vozes, falando a mesma coisa para pessoas diferentes? Foi essa ideia que moveu 16 mídias alternativas de Porto Alegre a se reunirem e atuarem juntas em defesa da democracia. Mídias alternativas são meios de comunicação que defendem a democratização da sociedade. Não estão ligados a grandes grupos econômicos, são independentes do Estado, vinculam-se aos movimentos e às lutas do povo e apontam, em seus textos, áudios ou imagens, para a construção de um outro mundo possível e necessário, que responda às necessidades dos trabalhadores. No Brasil, a história dessas mídias nos leva ao início do século XIX, com jornais que informavam a população sobre as lutas dos negros contra a escravidão e pelos direitos dos escravizados já libertos. Essa história passou, depois, pelo movimento operário, reivindicando direitos para os trabalhadores assalariados. Passou, também, pelo combate à ditadura militar, quando se destacaram jornais como O Pasquim e

No dia 27, foram realizadas e transmitidas 12 mesas de debate

Unidade histórica em transmissão de 13h “Nós, Lanceiros Negros Contemporâneos, Em toda essa história de duzentos anos não há muitos casos de atuação conjunta dessas mídias. Cada uma se aproxima de movimentos, de lutas, mas há pouca parceria entre elas. Em Porto Alegre, no dia 27 de outubro, foi diferente. Meios de comunicação alternativos dos mais diversos perfis estiveram lado a lado para uma transmissão conjunta, em rede, durante 13 horas, em suas páginas no Facebook. Foram 16 as mídias que construíram essa ação, denominada “Mídias alternativas pela democracia”: Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice), Amigos da Terra Brasil, Anú – Laboratório de Jornalismo Social, Boca de Rua, Brasil de Fato RS, Coletivo Catarse, Comunicação Kuery, Esquerda Online, Jornal JÁ, Jorna-

lismo B, Manifesto POA, Mídia Ninja, Nonada – Jornalismo Travessia, Rádio Comunitária A Voz do Morro, Rede Soberania e TV Nação Preta. Não por acaso, a transmissão aconteceu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, no qual despontava uma ameaça à democracia e aos direitos dos trabalhadores representada pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), que acabou eleito. O objetivo era debater o Brasil, nosso passado, nosso presente e os futuros possíveis. E também aproximar as mídias, os movimentos e as pessoas que lutam todos os dias por um país mais democrático. Ao longo de todo o dia 27, das 9h às 22h, foram realizadas e transmitidas por todas essas mídias alternativas doze mesas de debate. Passaram por essas mesas 42 convidados, tratando de temas como direitos humanos, cultura popular,

movimentos identitários, conjuntura política, direitos dos trabalhadores, entre outros. Durante as transmissões, sete dos mais importantes cartunistas do estado também estiveram presentes, produzindo desenhos relacionados aos temas em debate. Um total de doze apresentadores, integrantes das mídias participantes, comandaram as mesas, apoiados por cerca de 30 produtores e equipe técnica que se revezaram ao longo do dia. No total, juntando todas as páginas das mídias que construíram a transmissão, chegou-se a mais de cem mil visualizações dos vídeos. Uma importante reunião de forças, braços e vozes, ousando debater o país em um momento em que alguns querem impor o silêncio. Forças, braços e vozes coletivos que serão ainda mais necessários no próximo período.

o Movimento. Após a redemocratização, crescem as rádios comunitárias, outro formato em que

atuam as mídias alternativas. Mais recentemente, a internet torna-se espaço importante para que es-

sas mídias se fortaleçam como blogs, sites ou através de perfis em redes sociais online.

Organizado pelo jornalista Walmaro Paz, o livro "100 anos da Revolução Russa" é resultado do Seminário realizado em 2017 pela Fundação Maurício Grabois-RS (em parceria com dezenas de instituições e entidades). São textos de 19 autores: Augusto Buonicore, Luiz Dario, Analúcia Danilevicz, Quartim de Moraes, Diego Pautasso, Enrique Padrós, Bernardo Joffily, Paulo Visentini, Valter Pomar, Renildo Souza, Gentil Corazza, Luiz Gonzaga Belluzzo, Elias Jabbour, Raul Carrion, Santiago Feliú, Juan Pozo, Tarso Genro, Roberto Amaral e Renato Rabelo. Segundo o editor, o livro é instigante. “Óbvio que o conteúdo reunido não dá conta desse episódio de consequências ciclópicas para a humanidade. Como bem diz Tarso Genro no final do livro, as sombras da revolução russa ainda não se projetaram de forma definitiva e estável no cenário da modernidade em crise”, destaca. Mas, como analisa, o que instiga é a diversidade, as abordagens e os vários ângulos que a grandiosa questão enseja. “Com certeza, as conferências reunidas no livro são um estímulo à reflexão para quem já é familiarizado com o tema e um ótimo ponto de partida para quem está disposto a se envolver com a realidade de seu tempo.”

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ESPORTES

PORTO ALEGRE, 20 DE NOVEMBRO A 04 DE DEZEMBRO DE 2018

JUSTIÇA | Do apito ao

vídeo: o papel da arbitragem A arbitragem tem sido alvo de polêmicas nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, e as críticas abrem espaço para o clamor pelo uso da tecnologia do árbitro de vídeo. Pouco se fala, porém, em profissionalizar e melhorar as condições de trabalho. MARCELO FERREIRA PORTO ALEGRE (RS)

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mbora não seja a figura de destaque no espetáculo do futebol, o árbitro tem a importante função de fazer justiça dentro de campo. E, assim como é para os jogadores, o juiz e seus bandeirinhas e auxiliares são apaixonados pelo esporte e também estão sujeitos ao calor da emoção. “Apitei futebol por 27 anos. O ár-

bitro sempre tem que estar preparado para trabalhar sob pressão de todos os lados”, aponta o ex-árbitro e comentarista esportivo Carlos Eugênio Simon. “As emoções no futebol são muito intensas, por isso é importante o árbitro estar sempre bem amparado, ter suporte como psicólogos, preparadores físicos, fisioterapeutas, massagistas etc. Nesse sentido, a profissionalização tem de ser uma prioridade”, avalia. No Brasil, o árbitro é um trabalhador autônomo e sem vínculo trabalhista. Muitos possuem outros empregos e o apito é uma atividade secundária. O jornalista esportivo Juca Kfouri vai além. Para ele, o sistema de arbitragem “não funciona e não bastará a sua profissionalização. Há que ser independente da CBF”. Ele entende que a escala de árbitros e as orientações são utilizadas como instrumentos de poder e intimidação pela confederação, já que os “cartolas morrem de medo de verem seus times preju-

Foto: Joka Madruga

O amado e odiado “juiz” do futebol

dicados e dizem amém a tudo que vem da CBF”. Para Simon, a arbitragem brasileira não está numa boa fase. “Diria até que está abaixo da média de outros países, mas temos ali pessoas honestas que procuram exercer a arbitra-

gem da melhor maneira possível”. E lamenta a falta de vontade política para resolver os problemas: “Infelizmente, como disse Armando Nogueira, ‘os árbitros somente são lembrados pelos dirigentes quando erram contra suas equipes’”.

A chegada do árbitro assistente de vídeo O VAR, sigla em inglês para árbitro assistente de vídeo, foi utilizado oficialmente na Copa do Mundo da Rússia. Nos 64 jogos, foram 455 lances analisados e 20 revisões de jogadas, inclusive na final, no pênalti marcado para a França, contra a Croácia. No Brasil, foi usado a partir das quartas de final da Copa do Brasil de 2018, com recursos da CBF, com 14, 15 ou 16 câmeras por partida e árbitro de vídeo, assistente, operador e supervisor. Já no Campeonato Brasileiro, a implantação foi vetada por 12 dos 20 clubes ainda no início do ano. O principal motivo foi o alto custo, cerca de R$ 1 milhão, que seria re-

passado aos clubes. Na reta final, porém, constantes erros de arbitragem uniram 15 clubes pelo seu uso nas seis últimas rodadas, num movimento que Kfouri denomina “mera demagogia”, pois “os prejudicados gritam pelo VAR quando o erro é contra eles e calam quando é a favor”. O pedido foi negado pela CBF, que avalia utilizar em 2019. Parte interna da sala do VAR no primeiro Apesar da crítica, o jorjogo da Final da Copa do Brasil nalista esportivo compartilha da opinião de muitos e vê seu uso go dos árbitros. “Sou favorável a “como essencial”. Já Simon tem tudo que legitime com justiça o falado nas transmissões do Fox resultado de uma partida de futeSports que o VAR é o melhor amibol”, conclui o ex-árbitro.

Erros de arbitragem que marcaram época Argentina 2 x 1 Inglaterra – Copa do Mundo de 1986 O famoso gol de mão feito por Maradona abriu o placar no jogo entre Argentina e Inglaterra nas quartas de final da Copa no México. Nem árbitro nem bandeirinha perceberam a irregularidade e o gol foi validado. Os sul-americanos venceram por 2 a 1. “Eu marquei o gol um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus”, comentou Maradona. Corinthians 1×1 Internacional – Campeonato Brasileiro de 2005

A competição já estava manchada pelos escândalos de arbitragem da Máfia do Apito. Mas o que determinou diretamente que o título do campeonato fosse do Corinthians e não do Inter foi o pênalti não dado do goleiro Fábio Costa sobre Tinga. O árbitro ignorou o pênalti e expulsou o volante colorado. Brasil 1 X 1 Suíça – Copa do Mundo de 2018 A CBF chegou a reclamar junto à FIFA sobre o jogo entre Brasil e Suíça, na fase de grupos da Copa do Mundo da Rússia. Uma falta no zagueiro Miranda, no

TABELINHA GRENAL

Não perca as datas dos próximos jogos da dupla

Masculino

Internacional X Atlético Mineiro 21/11 | 19h30 | Brasileirão Internacional X Fluminense 25/11 | 19h | Brasileirão Paraná X Internacional 02/12 | 17h | Brasileirão

Feminino

Brasil de Farroup. X Internacional 18/11 | 16h | Gauchão Internacional X Brasil de Farroup. 25/11 | 16h | Gauchão

gol de empate da Suíça, e um pênalti em Gabriel Jesus não foram marcados e o VAR sequer foi acionado. Grêmio 1 x 2 River Plate – Libertadores 2018 No primeiro gol da virada de 2 a 1 do River sobre o Grêmio, que tirou o tricolor da Libertadores, a bola tocou no braço do atacante Rafael Borré antes de entrar. “É inadmissível a Conmebol gastar o que gasta com o VAR e acontecer essa palhaçada. O Grêmio hoje foi roubado”, comentou o treinador Renato Portaluppi.

Masculino

Flamengo X Grêmio 21/11 | 21h45 | Brasileirão Vitória X Grêmio 25/11 | 17h | Brasileirão Grêmio X Corinthians 02/12 | 17h | Brasileirão

Feminino

Grêmio X Ijuí Sem data marcada | Gauchão


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