Futebol Feminino 2019 Conheça os times na disputa e saiba como assistir
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Leite Novas regras inviabilizam a produção
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01 a 14 de outubro de 2019 distribuição gratuita brasildefato.com.br
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Ano 2 | edição 20
A GUERRA CONTRA AS UNIVERSIDADES
Públicas e gratuitas, as universidades federais estão sob cerco do governo. É, na verdade, um ataque à ciência. Responsáveis por 95% das pesquisas do Brasil, sua destruição – econômica, política e cultural – fará o país retroceder décadas. Contra a ameaça, professores, estudantes e funcionários uniram-se para resistir. E a greve é um dos caminhos. Confira na página central.
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OPINIÃO
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
ARTIGO | Políticas públicas de acolhimento sob ataque
CHARGE | Santiago
Veridiana F. Machado *
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Lula Livre
sta edição do Brasil de Fato RS está saindo às ruas na véspera de uma decisão crucial do Supremo Tribunal Federal. Irá deliberar sobre a nulidade ou não de processos com delação premiada. Mais especificamente, tratará daqueles processos em que réus tiveram que apresentar suas alegações finais antes daquelas dos réus delatores, circunstância que os deixou em desvantagem. Quando o julgamento foi interrompido na semana passada, seis ministros, a maioria, entendiam que o réu, uma vez transformado em delator, faz parte da acusação. E, portanto, não poderia ser ouvido depois daqueles a quem acusa. A manifestação do STF pode anular a condenação de Lula no caso do sítio de Atibaia/SP. E este é o nó. Sendo histórica a vacilação da corte em casos do tipo, com receio das matilhas da internet, toda cautela é pouca. Desde o primeiro mandato de Lula, o STF deu cambalhotas jurídicas para não se atriwww.brasildefato.com.br redacaors@brasildefato.com.br (51) 98191 7903 /brasildefators @Brasil_de_Fato
tar com a mídia empresarial, sempre porta-voz dos setores mais vorazes da sociedade brasileira. Tolerou o lavajatismo – ou aliou-se a ele, como as revelações de The Intercept demonstram – teve papel patético no golpe contra Dilma e integrou-se ao esforço para mandar Lula para a prisão, impedindo-o de concorrer em 2018. A Constituição? Ora, a Constituição... Independentemente do que o STF venha a determinar, todos sabemos que não será a corte quem reporá a democracia nos trilhos. Se a decisão vier a favorecero ex-presidente e quem mais tenha tido seus direitos ignorados, será um pequeno passo no rumo certo, após tantos temores e tremores. Mas pode haver mais um adiamento, mais uma jogada política, nunca jurídica. Seja qual for o veredito, nossa palavra de ordem continuará sendo Lula Livre, único caminho para sair do atoleiro atual e começar a resgatar o Brasil para os brasileiros.
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CONSELHO EDITORIAL Danieli Cazarotto, Cedenir Oliveira, Fernando Fernandes, Ezequiela Scapini, Ronaldo Schaefer, Frei Sérgio Görgen, Ênio Santos, Isnar Borges, Cláudio Augustin, Fernando Maia, Neide Zanon, Edison Terterola, Mariane Quadros, Daniel Damiani, Jéssica Pereira, Ademir Wiederkehr, Alex Ebone, Luiz Müller, Vito Giannotti (In Memoriam) | EDIÇÃO Katia Marko (DRT7969), Marcos Corbari (DRT16193), Ayrton Centeno (DRT3314) e Marcelo Ferreira (DRT16826) | REDAÇÃO NESTA EDIÇÃO Ayrton Centeno, Catiana de Medeiros, Fabiana Reinholz e Marcelo Ferreira | DIAGRAMAÇÃO Marcelo Souza | DISTRIBUIÇÃO Alexandre Garcia | IMPRESSÃO Gazeta do Sul | TIRAGEM 25 mil exemplares
Representantes do governo Marchezan foram convidados e mais uma vez não se fizeram presentes. O produto foi uma carta com o compromisso de luta para a implementação e defesa de um SUAS público e de qualidade, onde o Estado tenha a maior responsabilidade por gestar a política de assistência social.
A POIO
EDITORIAL |
os dias 25, 26 e 27 de setembro de 2019, Porto Alegre sediou vários espaços de discussão sobre as políticas públicas para as pessoas em situação de rua (PSR) na cidade e no país. No dia 25/9, houve uma roda de conversa para debater a Desproteção Social às PSR no RS. Promovida por movimentos e entidades como: Frente Estadual em Defesa do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), Conselho Estadual de Assistência Social, Movimento Nacional da População de Rua do RS, projeto de extensão da UFRGS do curso de Serviço Social sobre movimentos sociais, CRP (Conselho Regional de Psicologia), CRESS (Conselho Regional de Serviço Social), Fórum de Usuários da Assistência Social e outros. Na roda foram debatidos temas sobre o fechamento e a precarização dos espaços de acolhimento institucional para as PSR no RS. Através das parceirizações, o prefeito Nelson Marchezan está precarizando os vínculos trabalhistas e diminuindo vagas. No mesmo ca-
minho devem ir os dois abrigos Municipais: Marlene e Bom Jesus, que fazem um excelente trabalho, possibilitando que as pessoas saiam das ruas. O despejo do Abrigo Municipal de Famílias, que até agora não foi reaberto, o fechamento do Centro Pop de Esteio e outras questões. Participaram da atividade cerca de 80 pessoas do Interior e da Capital. Representantes do governo Marchezan foram convidados e mais uma vez não se fizeram presentes. O produto foi uma carta com o compromisso de luta para a implementação e defesa de um SUAS público e de qualidade, onde o Estado tenha a maior responsabilidade por gestar a política de Assistência Social. Nos dias 26 e 27/9, aconteceu o IV Encontro da Rede Nacional de Consultórios na/de Rua. Organização construída por trabalhadorxs de todas as equipes existentes no Brasil e com objetivo de fortalecer os profissionais desses serviços do SUS, diante de uma conjuntura política atual que vai na contramão do ideal. As equipes de CNR e de Rua articulam o cuidado das PSR na rede de saúde e em outras redes. O encontro discutiu processos de trabalho, cuidado em saúde nas ruas do Brasil e outros temas relevantes. Estiveram presentes, aproximadamente, cem pessoas. Grupos de arte como o Teatro em Ação Direta Levanta Favela, o grupo de música das PSR atendidas no Serviço de Fortalecimento de vínculos de Porto Alegre e Alexandre Flores da Rocha com atividades de rodas de capoeira. Também houve uma tenda do afeto que proporcionou cuidado aos cuidadores durante os dois dias do evento. O encontro iniciou na Faculdade de Comunicação da UFRGS e foi finalizado no espaço da Escola Municipal Porto Alegre (EPA), reafirmando a importância do trabalho da escola para as PSR e sua rede intersetorial.
* Trabalhadora da política de Assistência Social em POA
GERAL
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
Ato na Esquina Democrática evidencia destruição do Brasil
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GOVERNO BOLSONARO | Com críticas ao discurso do presidente na ONU e à reforma da Previdência, manifestantes denunciam antipatriotismo e ataque aos direitos dos brasileiros MARCELO FERREIRA
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PORTO ALEGRE (RS)
entrais sindicais, movimentos sociais e estudantes protestaram contra a reforma da Previdência e os ataques à soberania nacional, no dia 24 de setembro, na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre (RS). Além de denunciarem à população as políticas nocivas do governo Bolsonaro, críticas também à subserviência aos interesses dos Estados Unidos, como ficou claro no pronunciamento do presidente, horas antes, no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. As gestões do governador do RS Eduardo Leite e do prefeito porto-alegrense Nelson Marchezan Junior, que seguem a cartilha bolsonarista de privatizações e cortes em
áreas como saúde e educação, também foram alvos do protesto. Outro tema destacado foi a Mina Guaíba, projeto que pretende minerar carvão a céu aberto na região metropolitana de Porto Alegre. No dia 30 de setembro, às 18h, será realizada uma audiência pública sobre o projeto no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS), Marcelo Carlini, foi um dos que criticou o discurso de Bolsonaro na ONU. “O mundo está estarrecido com o que esse presidente fala, um presidente eleito sendo fruto de uma fraude, das fakenews”, afirma. Para ele, está em curso um plano que requer atenção: “Esse senhor dialoga com sua própria base, quer tirar o ódio das redes sociais e trazer para as ruas, e organizar esse ódio contra nós, contra os sindicatos, contra o movimento estudantil, contra os movimentos sociais”. O antinacionalismo do go-
Foto: Marcelo Ferreira
Manifestação havia sido convocada no dia da votação da reforma da Previdência no Senado, que foi adiada
verno foi ressaltado pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT/RS), Claudir Nespolo. “Esse pessoal que está governando o Brasil passou muito longe da pátria, longe do significado de país, porque eles expressam no dia a dia um espírito vira-latas. Como falar em patriota se a agenda deles é vender as empresas públicas todas?”, questiona. Sobre a vo-
tação da reforma da Previdência no Senado, Nespolo reafirmou a posição do senador Paulo Paim (PT), de defesa dos direitos, e questionou a posição dos demais: “O Rio Grande tem ainda o Heinze e o Lasier, que na campanha diziam que iriam fazer o bem para as pessoas, mas estão lá fazendo o mal e votando contra os trabalhadores”. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores
Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul (FETAPERGS), José Pedro Kuhn, o governo está terminando com o direito a uma vida digna. “Por que não fazem auditoria na dívida pública?”, questiona, como alternativa aos cortes na renda que sacrificam os trabalhadores. “Reforma é quando vêm ajustes e melhorias para seu povo, e isso não tá acontecendo”, conclui.
Frente em Defesa da Soberania Nacional será lançada no RS Força unitária contra a entrega das riquezas do país e a destruição de direitos foi lançada nacionalmente, em setembro, no Congresso Nacional, com o apoio de 232 deputados federais e 27 senadores
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om o objetivo de construir alternativas políticas conjuntas para o atual cenário de entrega da soberania nacional, de retrocessos no campo da democracia e dos direitos humanos promovidos pelo governo Bolsonaro (PSL), será lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional no Estado do Rio Grande do Sul. O evento será realizado na segunda-feira, 7 de outubro, às 18h30, na sede da Fetrafi RS (Rua Cel. Fernando Machado, 820, Centro Histórico, em Porto Alegre). De acordo com o deputado
Henrique Fontana (PT-RS), que vai atuar como vice-presidente da Frente para o RS, a mobilização tem caráter pluripartidário e reúne diversas lideranças do campo democrático. “Precisamos unir todos os democratas, todos os brasileiros que defendem um projeto de nação para resistir a este projeto de desmonte nacional. Para resistir a esta tentativa insana do governo de extrema-direita do Bolsonaro de vender e entregar o patrimônio nacional na bacia das almas”, alerta Fontana. O deputado ressalta que a venda das refinarias da Petrobras é um crime contra a soberania nacional e contra os interesses da população que, com isso, pagará mais caro pelo combustível. Organizado pelo Brasil de Fato RS e pela Rede Soberania, o evento já tem a presença de diversas personali-
dades confirmadas: o coordenador do MST João Pedro Stédile, a ex-deputada federal (PCdoB) Manuela D'Ávila, o ex-governador do RS Olívio Dutra, o deputado federal e secretário-geral da Frente Patrus Ananias, o deputado federal Henrique Fontana (PT), a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL),
o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT), a deputada federal Maria do Rosário (PT), o deputado estadual Edegar Pretto (PT), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), o ex-deputado estadual (PSOL) Pedro Ruas, a vice-presidente Sul da UNE Gabriela Silveira, Rita Serrano da FENAE (Federação
Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e o ex-senador Roberto Requião, presidente de honra da Frente. A classe artística também está representada oficialmente. Confirmaram os músicos Nei Lisboa e Demétrio Xavier, o grupo Unamérica e o cineasta Jorge Furtado. No RS, a frente conta com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Frente Povo Sem medo, da Frente Brasil Popular e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS). A Frente atuou em 2017, durante o Governo Temer, e agora volta a ser prioridade dos partidos políticos do campo democrático e dos movimentos sociais. Neste ano, é presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS/RN). Nos estados, já foi lançada em São Paulo e tem lançamentos previstos em Santa Catarina, no mês de outubro, e Rio de janeiro, em novembro.
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GERAL
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
RESISTÊNCIA | Governo ataca e universidades
prometem responder com greve Nunca houve um ataque tão intenso contra as universidades públicas federais como acontece agora. A começar pelo desrespeito à democracia, expresso na nomeação de seis reitores em desacordo com a direção eleita por professores, alunos e técnico-administrativos. Nos últimos 15 anos, Jair Bolsonaro é o primeiro presidente que age assim. AYRTON CENTENO
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PORTO ALEGRE (RS)
ntes, o governo impôs cortes de verbas, ameaçando as aulas e a continuidade das pesquisas. Também apresentou um programa, o Future-se, de perfil privatizante, rejeitado de forma maciça, e, através do presidente e de seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, ofendeu as instituições federais, acusando-as de produzirem “balbúrdia”. “A UFRGS está funcionando hoje por causa de uma medida liminar porque não tem como pagar a energia elétrica”, descreve Berna Menezes, coordenadora da Assufrgs, a associação dos servidores técnico-administrativos. Sem dinheiro, a universidade não consegue quitar sua dívida com a CEEE. “É uma das maiores universidades do país e corre o risco de ser fechada”, preocupa-se. Menos comida no prato A mesma aflição acontece em Pelotas, onde a UFPel também está sendo sufocada. Lá, o torniquete aplicado por Bolsonaro já forçou o restaurante universitário a reduzir as porções que serve diariamente e a espaçar os horários de ônibus que ligam a cidade ao campus. Sessenta por cento dos alunos da UFPel vivem com renda de um salário mínimo e meio e são os mais afetados. “Eles dependem da alimentação do RU”, nota Barto de Farias, da coordenação da
Foto: Eduardo Lima
Asufpel, o sindicato dos servidores da UFPel. “Houve uma fase difícil de precarização no governo FHC, porém naquele período o estrangulamento era ‘apenas’ econômico”, distingue o reitor eleito – mas não empossado – da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Anderson Ribeiro. Repara que “no atual contexto anti-intelectual”, a ameaça vai além dos cortes com a circulação na mídia de “ideias de que as universidades não são locais de formação e produção de conhecimento, mas de balbúrdia, jogando-se a opinião da sociedade contra as instituições”. Greve geral da educação Ribeiro acredita que a postura governamental trará problemas. Observa que a universidade é “o lugar do debate, da discussão, da argumentação fundamentada” e não da imposição. Ignorar isso resultará em “instabilidade e conflitos”. E a réplica já está acontecendo na própria UFFS (veja matéria nesta edição) e em muitos campus espalhados pelo país, agitados por processos de ocupação e greve. Já se sabe que a maioria das universidades federais rejeita o programa Future-se, carro chefe de Weintraub. Já decidiram pela recusa grandes centros de estudo e pesquisa como as federais do Rio (UFRJ), São Paulo (Unifesp), Brasília (UnB) e Minas Gerais (UFMG). No Rio Grande do Sul, UFRGS, UFPel e FURG também disseram não à proposta do MEC. Outra resposta virá da greve geral da educação marcada para os dias 2 e 3 de outubro. “Já deliberamos a participação”, informa Vicente Ribeiro, representante dos docentes no Conselho Universitário da UFFS. Entre as universidades que anunciaram sua adesão estão a UFPR (Paraná), a UFF (Rio) e a UFES (Espírito Santo). “No RS, até a UCPel (universidade católica e privada) fez assembleia conjunta conosco e vai aderir”, assegura Farias.
Comunidade universitária realiza assembleia em Chapecó, o maior campus da UFFS
15 universidades públicas produzem mais de 60% da pesquisa do Brasil
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ão todas públicas as 15 primeiras universidades brasileiras em produção de pesquisa. É o que revela levantamento da empresa norte-americana de análise Clarivate Analytics. Demonstra que o investimento na área das instituições privadas é irrisório se comparado com as gigantes da investigação científica, na sua maioria federais. As 15 universidades públicas respondem por mais de 60% do conhecimento científico produzido no Brasil. Publicado em setembro de 2019, o relatório levantou o quadro da produção nacional entre 2013 e 2018. Ponteando a lista está a Universidade de São Paulo (USP) com 58.899 pesquisas registradas. É seguida pela Universidade Estadual Paulista (22.868), Unicamp (19.317) e Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, com 17.484. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com suas 15.860 pesquisas, ocupa o quinto lugar. Fora do eixo Rio-São Paulo, é a primeira escola de ensino superior. Outra gaúcha, a UFSM, é a 15ª colocada no ranking das universidades brasileiras. Registrou 6.670 pesquisas. Realizado a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o relatório apurou as investigações registradas na base Web of Science relacionadas às ciências da saúde, biológicas, exatas, da natureza e agrícolas, além das engenharias.
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PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
Bolsonaro escolhe reitor derrotado mas comunidade rejeita sua indicação A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) é um exemplo de como o conflito entre a vontade da maioria e a decisão presidencial provoca reações e pode comprometer a tarefa da instituição.
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Foto: Eduardo Lima
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desrespeito ao voto, expresso na escolha do novo reitor, causou revolta e motivou a ocupação da reitoria durante três semanas. Professores, estudantes, técnico-administrativos e comunidade regional elegeram um reitor, Anderson Ribeiro, mas Bolsonaro nomeou o derrotado Marcelo Recktenvald. No dia 30 de setembro, a universidade deu o troco: o Conselho Universitário da UFFS (Consuni) votou a destituição de Reckenvald que, agora, deve ser encaminhada ao MEC. Mas o conflito está longe do fim. A começar pelo fato de que parte minoritária do conselho e a reitoria contestam a decisão. Alegam que os 35 votos favoráveis à destituição não representariam os 2/3 dos 54 conselheiros. Porém, para o sindicato dos professores (Sinduffs) houve a aprovação, pois é preciso descontar dos 54 conselheiros os três que não têm direito de votar. Durante o debate, a mesa se retirou, declarando que o pedido fora rejeitado. Mas 41 conselheiros, a maioria, permaneceram sentados. Colocado em votação, o entendimento de que o número de conselheiros com votos válidos era de 51 prevaleceu, sendo aprovado com 37 votos. Tudo indica, porém,que há uma batalha jurídica a caminho. Algo que não desperta qualquer dúvida é a rejeição ao reitor de Bolsonaro. Na última semana de setembro, professores, alunos e funcionários se manifestaram em peso contra a nomeação. Votaram nos seis campi da UFFS, aprovando a remoção. Quase 95% dos eleitores (94,22% ou 1.633 votos) disseram não a Recktenvald. Se estivesse no lugar de Recktenvald, o reitor eleito recusaria o posto. “Eu não assumiria”, garante. “Não é concebível, do meu ponto de vista, buscar o exercício do cargo máximo por outro meio que não o da legitimação pela consulta à comunidade universitária”, argumenta. Cabendo ao reitor representar a instituição há outro entrave. “Como fazer isso se (Reckentvald) não representa efetivamente a maioria da comunidade universitária e tampouco as decisões dos órgãos representativos de deliberação?”, questiona.
“Amados nunca foram, temidos não serão” E o que acontecerá caso Recktenvald permaneça? “A UFFS vai se tornar um campo de disputa permanente entre a
Foram realizadas assembleias em todos os campis para votar pela destituição do interventor Marcelo Recktenvald
tentativa de implementar projetos vinculados ao governo federal e a defesa de princípios como a autonomia universitária, gestão democrática e rigor científico”, prevê Alexandre Fassina, o representante do Sindtae, o sindicato dos técnicos-administrativos da universidade. Coordenador da seção sindical dos docentes da UFFS, Vicente Ribeiro diz que “temos um reitor somente no papel, sem respaldo da comunidade acadêmica”. Acha que o reitor de Bolsonaro tentaria “implantar a agenda desse governo sem pensar duas vezes”. Opina que sua alternativa seria “apelar para o medo” das pessoas. Como resposta, repete o lema do Movimento Ocupa UFFS: “Amados nunca foram, temidos não serão”.
“Não houve ilegalidade” Fundada em 2009, a UFFS tem sede em Chapecó/SC e campus no Rio Grande do Sul (Erechim, Passo Fundo e Cerro Largo) e Paraná (Laranjeiras do Sul e Realeza). Mantém 44 cursos de graduação, 15 de mestrado e dois doutorados. Possui cerca de oito mil alunos, 720 professores e 700 técnicos administrativos em educação. Por email, o Brasil de Fato RS encaminhou três perguntas ao reitor nomeado. Indagou, por exemplo, se, devendo sua escolha não aos professores, alunos e funcionários da UFFS mas ao presidente, não seria mais um representante de Bolsonaro do que da universidade. Através de sua assessoria, Recktenvald limitou-se a responder que não houve ilegalidade no processo que culminou na sua nomeação.
Oito pontos da guerra aberta contra o ensino público superior
1 Retenção ou corte de recursos; 2 Postura antidemocrática e anti-intelectual; oficial contra as universidades, com uso de casos isolados e, 3 Discurso na maioria, falsos; do Plano Nacional de Educação, aprovado pelo 4 Descumprimento Congresso Nacional;
5 Constituição;
Ataque à autonomia assegurada pelo artigo 207 da
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Imposição de um programa, o Future-se, de cunho apenas econômico, sem debate e sem aprofundamento de pontos-chave;
7 público da pesquisa é regra mundial; Ignorância de que o financiamento
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Desconhecimento de que as universidades atendem a um interesse público de formação de recursos humanos, de produção de conhecimento, de desenvolvimento tecnológico e cultural.
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TERRA
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
LEITE | Novas regras ameaçam a
agricultura familiar
Fotos: Wellington Lenon
Normativas do governo federal exigem uma série de adaptações que amplia a crise do setor CATIANA DE MEDEIROS
PORTO ALEGRE (RS)
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gricultores gaúchos estão preocupados com as novas regras do governo federal para a produção de leite no país. As Instruções Normativas 76 e 77, do Ministério da Agricultura (Mapa), especificam os padrões de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, do pasteurizado e do tipo A e estabelecem alterações na forma de produzir, coletar e armazenar, que inviabilizam a entrega da produção de pequenas e médias propriedades a cooperativas e indústrias. As instruções foram publicadas no Diário Oficial da União em novembro de 2018 e entraram em vigor em maio deste ano. Produtores ressaltam que não são contra medidas que tratam do controle da qualidade do leite. No entanto, alegam que, na prática, essas normativas querem aumentar a competitividade no mercado internacional por meio da implementação de um modelo de produção que inviabiliza e elimina os pequenos em favor dos grandes.
Temperatura máxima Um exemplo de mudança que preocupa é a temperatura máxima permitida para o leite chegar ao estabelecimento industrial. Com as novas regras, caiu de dez para sete graus. Essa alteração ignora a realidade daqueles que moram em locais muito distantes e o tempo de viagem necessário para transportar a matéria-prima dessas propriedades até a indústria. “Em Piratini, por exemplo, o caminhão faz 180, 200 km para chegar à indústria. O leite não chega com menos de 8 graus no inverno e a temperatura aumenta no verão. Com as normas antigas nem produtor, nem consumidor tiveram problemas”, explica Adelar Pretto, da Cooperativa de Produção Agropecuária Vista Alegre (Coopava).
Produtores alegam que a crise no setor será ampliada com as normativas.
Abandono da produção A agricultora Rosi de Lima, de Santana do Livramento, diz que as normativas aumentarão o êxodo rural. Elas provocam o abandono da atividade, porque obrigam o produtor a fazer mais investimentos para se adequar, enquanto a produção continua desvalorizada. Rosi conta que produzir um litro de leite custa em torno de R$ 0,80. Na hora da venda, quem produz mais de 3 mil litros recebe aproximadamente R$ 1,00 por litro e quem produz menos recebe R$ 0,90. Ou seja, a sobra gira em média de R$ 0,20 por litro. “Para viver disso tem que ter uma boa produção e diminuir custos. Mas como diminuir com essas normativas? É muito difícil”, desabafa. Dados mostram que o número de produtores de leite cai ano após ano no RS. A estimativa é que em torno de 35 mil saíram da atividade nos últimos quatro anos. Conforme a Emater, em 2015 havia 198 mil. Desses, 84 mil, sendo 97,6% agricultores familiares, vendiam para indústrias, cooperativas ou queijarias, ou processavam a produção em agroindústria própria legalizada. Em 2017 foram contabilizados 19 mil produtores a menos. O total caiu para 173 mil, com 65 mil vendendo para indústrias, cooperativas ou queijarias, ou processando em agroindústria própria legalizada. Ainda de acordo com a Emater, até 2015 o RS produzia 4,6 bilhões de litros de lei-
te ao ano. Já em 2017 a produção caiu para 4,4 bilhões de litros anuais. A crise aumentou com o
decreto 53.059/2016, do governo Sartori (MDB), que estimulou a importação de leite em pó do Uruguai e derru-
bou o preço pago pela indústria aos agricultores gaúchos, prejudicando ainda mais os pequenos produtores.
Movimentos pressionam o governo a anular as duas instruções
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o Rio Grande do Sul produtores e deputados estaduais do PT organizam ações para pautar os impactos das normativas. Inclusive, em Porto Alegre, será realizado um evento na Assembleia Legislativa no dia 15 de outubro. Em Brasília, o deputado federal Dionilso Marcon (PT) pediu providências à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e busca apoio de outros parlamentares. Também apresentou dois projetos de decretos legislativos para tentar suspender as normativas e articula junto ao presidente da Câmara a votação direto no plenário. “Tais medidas atingem em cheio as pequenas unidades produtivas, que produzem até 150 litros ao dia, excluindo da cadeia produtiva mais de 35 mil famílias responsáveis por mais de 54% da produção. Desde o golpe até agora com o governo Bolsonaro a crise do leite só aumenta, e quem está pagando a conta são os nossos pequenos produtores”, destaca. A compreensão do deputado é que o se-
Deputado Marcon apresentou projetos de decretos legislativos para suspender as normativas
tor terá extrema dificuldade para atender as exigências e a política do presidente Bolsonaro de abertura comercial com a Europa que vai atingir em cheio a produção. “As medidas acabam com os nossos colonos, que dependem da renda do leite para sustentar suas famílias, afinal, sabemos que uma família que abandona a produção de leite no Interior afeta não só ela mesma, mas toda a economia local: é menos dinheiro circulando, menos empregos, menos arrecadação, mais fome e pobreza”, salienta.
Números da produção de leite
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egundo a Embrapa Gado de Leite, o Brasil é o 4º maior produtor de leite do mundo. Cerca de 60% da produção é oriunda da agricultura familiar. Conforme o Mapa, em torno de 1 milhão de agricultores estão na atividade. O RS é um dos estados que mais produz. Dados da Emater revelam que até 2017 a produção ocorria em 491 dos 497 municípios. A Reforma Agrária também é responsável por parte da produção. Cerca de 6 mil famílias assentadas no estado produzem mais de 120 milhões de litros de leite ao ano. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), a cadeia gaúcha responde por 2,81% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, equivalente a R$ 10,55 bilhões.
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
Cinema sob censura e cortes de verbas
ATAQUE |
É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; é o que diz o parágrafo IX, do artigo 5 da Constituição Federal.
ÁRIES (21/3 A 20/4) Os próximos dias são teus ariano, se entregue! Com a Lua Nova em Libra tu estarás mais aberto para a vida, os relacionamentos e as amizades. Nada de ficar em casa, o momento pede sua ida às ruas e aos encontros. Coletividade é a palavra do momento. Com a energia voltada para os ganhos materiais, o trabalho pede sua dedicação, taurino. Não estás feliz? Então, mude. O período está aberto para novos projetos e negociações. Aposte na organização e no equilíbrio de sua saúde.
GÊMEOS (21/5 A 20/6) Estás se sentindo mais sedutor essa semana, geminiano? Você está à flor da pele. Aproveite o alinhamento dos astros e invista naquele relacionamento que há tempo você espera. Nada de insegurança, se arrisque!
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PORTO ALEGRE (RS)
Edital censurado Uma semana depois da manifestação presidencial, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, vetou todo um edital para TVs públicas por trazer nele produções audiovisuais de temática LGBT pré-selecionadas. Entre elas, o projeto da cineasta gaúcha Tatiana Sager sobre a situação dos travestis nas prisões. “É uma pena porque na verdade é uma realidade que poucos conhecem e que está pulsando aqui. Eu pretendo continuar de qualquer forma, mesmo sem dinheiro”, afirma.
HORÓSCOPO
TOURO (21/4 A 20/5)
FABIANA REINHOLZ
o Brasil de Jair Bolsonaro (PSL), esse é mais um direito desrespeitado. Nos meses de agosto e setembro, o governo interveio por duas vezes na Agência Nacional do Cinema (Ancine), a primeira vez com veto, a segunda com corte de verba. "Fazer um filme mostrando a realidade vivida por negros homossexuais no DF não dá para entender. Mais um filme que foi para o saco", afirmou o presidente Jair Bolsonaro, em uma live no dia 15 de agosto. Na transmissão ele citou filmes que tratam das temáticas de LGBT e de sexualidade. Chegou a afirmar que a Ancine não liberaria verbas para esses projetos. E mais, se a Ancine "não tivesse, em sua cabeça toda, mandatos", já teria "degolado tudo". Uma atitude que remete à censura, que o presidente nega existir.
CULTURA & LAZER
CÂNCER (21/6 A 22/7) A vida em família não estará fácil para os nativos de câncer. Convém voltar-se para os amigos, eles também podem ser seu porto-seguro nos momentos de insegurança. As brigas virão, mas nada de medo. Aceite-as como um aprendizado.
LEÃO (23/7 A 22/8) É tempo de determinação, leonino. Aproveite toda sua ousadia e força para focar nas suas metas. Mas não pense só em si. Olhe ao redor e identifique quem precisa das suas potencialidades. Busque a solidariedade que há dentro de ti.
Como se não bastasse o veto ao edital, no dia 11 de setembro, Bolsonaro voltou a atacar o setor com o anúncio de corte de 43% do orçamento do Fundo Setorial do Audiovisual. “É o menor valor desde 2012. Situação de uma apreensão bem grande por parte dos realizadores e dos técnicos”, aponta a presidenta da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul (APTC-RS), Daniela Strack. O setor audiovisual responde a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Os cortes também atingirão a captação de recursos por meio de participação em empresas e projetos. Em 2020, esse orçamento passará de R$ 650 milhões para R$ 300 milhões.
Filmes premiados Daniela e Tatiana destacam o momento paradoxal que o setor vive, com ataques do governo de um lado e premiações de outro, nos Festivais de Cannes e Berlim, com filmes como Aquarius e Bacurau, ambos de Kleber
Mendonça Filho. “O Audiovisual virou uma indústria, geradora de empregos, o problema maior, nessa situação, é cancelar as produções e acabar com esses empregos. O que está havendo é um desmonte de uma indústria”, aponta Tatiana. “Olha quantas diferenças temos, quantas etnias, quantas religiões, e todas as pessoas têm o direito de ser representadas, e quanto mais representações tivermos mais as pessoas vão se ver nas telas, mais pessoas teremos atrás das câmeras, e vamos conseguir construir a ideia de Brasil plural”, complementa Daniela. Para ela o discurso proferido por Bolsonaro é um processo vingativo com os artistas, vingativo com a Arte. “É óbvio que vamos seguir fazendo arte independente dos cortes da Ancine ou de qualquer coisa. Porque ela é fundamental para o ser humano, a arte, as imagens, são formas de nos relacionarmos, de entender o mundo. Nós não acreditamos na censura”, finaliza.
TIRINHA | Armandinho (Alexandre Beck)
VIRGEM (23/8 A 22/9) Estás com sorte virginiano! O próximo período está voltado para os ganhos materiais. Aproveite para saldar aquela dívida e não abuse nos gastos. O dinheiro entra com facilidade, use toda a sua organização para gastá-lo de maneira assertiva.
LIBRA (23/9 A 22/10) Com o Sol e a Lua Nova em seu signo, o momento é de grandes mudanças em todas as esferas da vida. Não se apavore! Mudar faz parte e todo seu equilíbrio ajudará para que tudo se encaixe. Entrega-te às boas novas que virão no amor, no trabalho e nas amizades.
ESCORPIÃO (23/10 A 21/11) Nos próximos dias tu estarás mais recluso e preocupado com seu mundo emocional. Vá com calma, diminua as suas atividades. Diminuir o passo é importante para se planejar e voltar com toda tua garra.
SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) Os astros imploram para aflorar sua liderança interior. Tu serás convidado a liderar uma equipe, seja no trabalho ou na vida social. Portanto, nada de se sentir inseguro. Tua dedicação será recompensada.
CAPRICÓRNIO (22/12 A 20/1) Finalmente teu esforço e disciplina serão notados. O momento pede celebração diante dos frutos que virão. Mas não pense só no trabalho, priorize os amores e as amizades. Celebre a vida, capricorniano!
AQUÁRIO (21/1 A 19/2) Aquarianos estarão mais voltados para seu mundo espiritual. Aproveite o momento para meditação e autoconhecimento, nunca é demais. Uma viagem importante será marcada, aproveite o período de boa comunicação.
PEIXES (20/2 A 20/3) O momento pede uma limpeza emocional. Olhe para dentro de ti, pisciano. Estás feliz contigo e com os teus relacionamentos? Aproveite e explore toda a sua sensualidade. Mel dos Astros
Aquariana com ascendente em câncer, lutadora e apaixonada pela vida. Atua como conselheira nas horas vagas. É aplicada nos astros e estabanada no cotidiano.
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ESPORTES
PORTO ALEGRE, 01 A 14 DE OUTUBRO DE 2019
Conheça os times na disputa e saiba como assistir
GAUCHÃO FEMININO 2019 | Seis clubes disputam a competição que tem como atual campeão o Grêmio, que venceu o Inter nos pênaltis na final disputada em dezembro de 2018. MARCELO FERREIRA PORTO ALEGRE (RS)
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Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino está na sua 22º edição. Apesar disso, falta de investimentos dos clubes e de patrocínios seguem sendo a realidade das gurias. Mas nem por isso elas deixam de competir e mostrar que futebol também é coisa de mulher, e o fazem mais com garra do que com estrutura. Na primeira fase do cam-
Foto: Lucas Uebel - Grêmio FBPA
peonato, que iniciou em agosto, os clubes se enfrentam em turno e returno. Os quatro melhores clubes classificados passam para as fases de semifinal e final, disputadas em jogos únicos. A grande decisão pelo título, marcada para 8 de dezembro, será disputada em Ijuí, no Estádio 19 de Outubro. Antes organizado pela Associação Gaúcha de Futebol Feminino, o Gauchão Feminino está em seu segundo ano sob promoção da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). A modalidade recebeu um incentivo maior em 2019, com a obrigatoriedade dos clubes masculinos da Série A do Campeonato Brasileiro terem equipes femininas adulta e de base disputando ao menos um campeonato oficial.
Inter e Grêmio têm os times femininos melhores estruturados no RS
Saiba quais são os clubes que disputam o Gauchão Feminino 2019 Grêmio As gremistas estão na busca pelo bicampeonato, sob o comando da técnica Patrícia Gusmão. Karina, com 37 anos, é a capitã e artilheira do clube no ano. A goleira Lorena e a meia Katrine já passaram pela seleção brasileira e também são destaques. Recentemente, reforçaram a equipe a atacante Karol Lins, campeã da Libertadores e bicampeã da Copa do Brasil, e a zagueira Ana Aline, que também passou pela seleção. As 26 jogadoras do elenco exercem apenas a função de atleta. Os jogos das gurias gremistas são realizados do estádio Vieirão, em Gravataí.
Internacional As gurias coloradas estão entre as favoritas para levar o caneco. No elenco, a lateral-direita Fabi Simões e a zagueira Bruna Benites trazem a experiência de duas Olimpíadas e duas Copas do Mundo. Recentemente, o clube buscou de reforço a goleira Camila, de 18 anos, que defendia a Chapecoense. Todas no elenco colorado exercem apenas função de atleta. Exceto eventualmente, quando o Beira-Rio está disponível e re-
cebe as gurias, os jogos são realizados no estádio da PUC-RS, em Porto Alegre.
Atlântico Depois de ficar um ano parada, a equipe do Atlântico de Erechim, que tem grande tradição no futsal, volta com tudo de olho na classificação. Das 35 atletas inscritas na competição, a atacante com passagem pelo Grêmio, Caroline Dalazen, foi cortada por lesão. Os destaques do time, são a goleira Ana Tedesco, que já defendeu a seleção brasileira, e a meia Tupã, com sua boa visão de campo. As gurias de Erechim utilizam as dependências do clube Atlântico para treinos e jogos.
Brasil de Farroupilha Depois de terminar 2018 em quarto lugar no Gauchão, o Brasil de Farroupilha chegou na competição com poucas mudanças. São 36 atletas, a maioria vinda do futsal, entre as quais se destacam a experiente goleira Gil e a dupla de ataque Tuca e Paty. As gurias da Serra gaúcha têm à sua disposição o estádio das Castanheiras para treinamentos e partidas, porém a maioria delas estuda ou exerce atividades profissionais paralelas.
João Emílio Ao lado do Inter, o João Emílio é um dos únicos clubes que disputam as quatro categorias do futebol feminino no Rio Grande do Sul. Devido à pequena estrutura, as gurias do time de Candiota, no Sul do Estado, realizam poucos treinos. Elas utilizam o estádio municipal Tarumã. O time vem buscando reforços para a equipe em diversos municípios da região e também qualificando sua comissão técnica para disputar uma vaga na semifinal. Os destaques do time são a goleira Kailane, a zagueira Bia e a meia Helena.
Oriente O clube de Canoas conta com equipe feminina totalmente amadora. Sem elenco profissional, por vezes as 27 atletas precisam treinar em campos de futebol sete alugados. As Feras do Oriente são de diferentes municípios, o que também dificulta a logística de treinos e partidas. Além disso, todas exercem outras atividades profissionais. Entre os destaques da equipe está a experiente capitã Shirlei. Os jogos são no estádio dos Eucaliptos, em Canoas.
Transmissão pela TV A Copa do Mundo de Futebol Feminino mostrou a força comercial da modalidade no Brasil, batendo recordes de audiência no país. Agora, os jogos do Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino de 2019 também podem ser assistidos na TV. No início de setembro, a RDCTV fechou contrato com a FGF para a transmissão do torneio. O primeiro jogo transmitido foi o GreNal de 22 de setembro, em que o Inter goleou o Grêmio por 4 a 0. As transmissões são pelo site rdctv.com.br.
Ranking das campeãs gaúchas 6 títulos – Internacional 3 títulos – Grêmio, Canoas, Juventude 1 título – Onze Unidos, Atlântico, Tapejarense, Flores da Cunha, Torrense, Pelotas
TABELINHA GRENAL INTERNACIONAL MASCULINO 05/10 – 21h – Brasileirão – Cruzeiro X Internacional 09/10 – 19h15 – Brasileirão – CSA X Internacional 13/10 – 16h – Brasileirão – Internacional X Santos 17/10 – 19h15 – Brasileirão – Avaí X Internacional FEMININO 06/10 – 15h – Gauchão – Internacional X Oriente 20/10 – 15h – Gauchão – Oriente X Internacional
GRÊMIO MASCULINO 02/10 – 21h30 – Libertadores – Grêmio X Flamengo 05/10 – 19h – Brasileirão – Grêmio X Corinthians 09/10 – 21h – Brasileirão – Grêmio X Ceará 13/10 – 19h – Brasileirão – Atlético Mineiro X Grêmio 16/10 – 19h15 – Brasileirão – Grêmio X Bahia FEMININO 06/10 – 15h – Gauchão – João Emílio X Grêmio 20/10 – 15h – Gauchão – Grêmio X João Emílio