Jornal Brasil de Fato / RS - Número 22

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RIO GRANDE DO SUL

Terra

Racismo

Nova Santa Rita, uma referência em Agroecologia

“Há um preconceito estrutural”, alerta Roger Machado

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07 a 21 de novembro de 2019 distribuição gratuita brasildefato.com.br

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Ano 2 | edição 22

Esta é a realidade da indústria gaúcha. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul fechou quatro mil empresas e perdeu mais de 120 mil empregos. Veja na página central.

Foto: Ayrton Centeno

PORTAS FECHADAS


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OPINIÃO

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

ARTIGO | Sem Petrobrás, podemos virar sucata

CHARGE | Santiago

Dary Beck Filho (*)

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m março de 2018, a Petrobrás anunciou a decisão de construir suas plataformas na China. Meses depois, o resultado: além da transferência de milhares de empregos de nosso estado para o país asiático, o que estava sendo construído em solo nacional, no estaleiro de Rio Grande, foi vendido como sucata. Foram vendidas como ferro-velho 80 mil toneladas de peças e aço que seriam as plataformas de petróleo P-71 e P-72. Essas peças estavam prontas para serem montadas no Estaleiro Ecovix, em Rio Grande. Sob o comando do ex-presidente Michel Temer, todo o empenho de mãos brasileiras e o dinheiro investido para essa idealização, foram tratados como peças sem utilidade. Um cenário de entrega de nossas riquezas que vem sendo mantido pelo atual governo. Entre 2004 e 2014, a cidade de Rio Grande passou a ser sinônimo de progresso, de desenvolvimento. O estado ganhava destaque mundial pelo crescimento da indústria naval na região. Ci-

Passou a hora das desculpas EDITORIAL |

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a PF como polícia particular da família. A obstrução da justiça confessada no caso do seu condomínio infestado de milicianos é apenas mais um dos tantos episódios capazes de permitir a abertura de um processo de impeachment. Parece claro o que está acontecendo: a cada dia, o clã testa o que resta de democracia. Quando não são os filhos é o pai. O roteiro se repete: desaforo, reação, desculpas. E as desculpas são aceitas para no dia ou na semana seguinte outro episódio do mesmo gênero comprovar que são tão críveis quanto as explicações do assessor Fabrício Queiroz para sua condição de depositante compulsivo nas contas bancárias dos Bolsonaro. Passou da hora de aceitar desculpas. Chegou a hora de saber para que existem as instituições. Se para defender o regime democrático ou apenas para servir de biombo para o fascismo. Se estão, de fato, funcionando ou cumprem somente o papel de bibelô de uma ditadura. Não é tempo de cultivar ilusões que só constroem a derrota. É a hora da verdade. Na pior das hipóteses, a sociedade saberá quem terá ao seu lado para enfrentar o que já está a caminho.

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CONSELHO EDITORIAL Danieli Cazarotto, Cedenir Oliveira, Fernando Fernandes, Ezequiela Scapini, Ronaldo Schaefer, Frei Sérgio Görgen, Ênio Santos, Isnar Borges, Cláudio Augustin, Fernando Maia, Neide Zanon, Edison Terterola, Mariane Quadros, Daniel Damiani, Jéssica Pereira, Ademir Wiederkehr, Alex Ebone, Luiz Müller, Vito Giannotti (In Memoriam) | EDIÇÃO Katia Marko (DRT7969), Marcos Corbari (DRT16193), Ayrton Centeno (DRT3314) e Marcelo Ferreira (DRT16826) | REDAÇÃO NESTA EDIÇÃO Ayrton Centeno, Fabiana Reinholz, Katia Marko, Marcelo Ferreira, Walmaro Paz e Luiz Damasceno. | DIAGRAMAÇÃO Marcelo Souza | DISTRIBUIÇÃO Alexandre Garcia | IMPRESSÃO Gazeta do Sul | TIRAGEM 25 mil exemplares

Uma Petrobrás pública tem como principal objetivo o investimento e o desenvolvimento do país. A Petrobrás vai dar adeus ao estado, e o município de Rio Grande é o maior exemplo de que sem a estatal, os gaúchos virarão sucata. A POIO

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urante 30 anos, Jair Bolsonaro, na condição de criatura bizarra do baixo clero da Câmara, proferiu barbaridades. Exaltou torturadores, ofendeu pais e mães que buscavam os restos mortais dos filhos desaparecidos, debochou de mulheres, negros e índios, prometeu assassinar opositores e fechar o Congresso Nacional. Discursou em defesa das milícias que se espalham pelo país. Cuspiu na democracia cada vez que teve oportunidade. Deveria ter tido o mandato cassado várias vezes não fosse a complacência da Casa, dos partidos e da mídia. Nunca foi levado a sério. Eleito presidente em eleição maculada pela exclusão do franco favorito e pela fraude, produziu mais do mesmo, com mais poder e, portanto, representando ameaça de outra e superior dimensão. À parte a exibição cotidiana de ignorância e incompetência, colecionou um rosário de violências contra o Estado Democrático de Direito. Ele e seus filhos agrediram e agridem reiteradamente o Legislativo e o Supremo. Ameaçam a imprensa que não se acadelou. Valendo-se da postura servil da mais triste figura que ocupou o Ministério da Justiça, passaram a usar

dades vizinhas também usufruíam da bonança. Pelotas e São José do Norte ofertavam vagas em diversas áreas, como a hoteleira, construção civil e comércio. Para se ter uma ideia, o Polo Naval sustentava 24 mil empregos diretos. Indiretamente, esse número era maior, em torno de 108 mil postos de trabalho, gerados pela indústria naval em todo o estado. O desmonte do Sistema Petrobrás vem acontecendo em todos os setores. A redução e o desinvestimento na estatal custaram o emprego de 2,5 milhões de brasileiros, o equivalente a 19% do desemprego atual, aprofundando a crise econômica no país. No RS, além do Polo Naval, o governo está acabando com outras unidades da Petrobrás, como a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no município de Canoas. Um erro sem reparação. Se o governo Bolsonaro tivesse a intenção de fomentar a economia e a geração de empregos, ele investiria na estatal. E não é o que está acontecendo. Segundo um estudo do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo (Ineep), cada R$ 1 bilhão investido na Petrobras se reverte em R$ 1,28 bilhão no PIB nacional, e gera 30 mil postos de trabalho. Assim como aconteceu em Rio Grande, estes empregos serão transferidos para outros países. Uma Petrobrás pública tem como principal objetivo o investimento e o desenvolvimento do país. A Petrobrás vai dar adeus ao estado, e o município de Rio Grande é o maior exemplo de que sem a estatal, os gaúchos virarão sucata.

(*) Diretor do Sindicato dos Petroleiros/RS


GERAL

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

Frente de Servidores Públicos convoca ato para o dia 14 de novembro

MOBILIZAÇÃO |

Em coletiva à imprensa, a Frente de Servidores Públicos do RS criticou as discrepâncias e omissões presentes no documento elaborado pelo Estado para justificar as alterações propostas no Regime Próprio da Previdência. E convoca servidores para ato unitário dia 14 de novembro, às 13h30, no Largo Glênio Peres. LUIZ DAMASCENO

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PORTO ALEGRE (RS)

auditor público externo do Tribunal de Contas do Estado e secretário-geral da União Gaúcha em Defesa da Previdência Pública (UG), Filipe Leiria, afirmou em coletiva à imprensa que “o governo já dispõe de simulações do impacto da reforma, mas não submete os dados ao conse-

lho do IPE-Prev. Eles falam em diálogo, mas nos seus próprios termos. É um diálogo com assimetria de informações, que não são submetidas à sociedade e nós temos que acreditar”. Leiria participou de reunião com os secretários da Casa Civil e da Fazenda na noite do dia 31/10, convocada pelo governo após o envio de parecer da UG, apontando erros de matemática

financeira, duplas contagens e pressupostos questionáveis na base de cálculo do déficit. “Nós disponibilizamos os nossos números e esperamos que o governo faça o mesmo”, disse. Entre as indagações consta a superestimação do déficit atuarial, calculado com base em normas defasadas e com diversas omissões. As projeções desconsideram, por exemplo, a utilização de taxa de juros (previstas nas portarias MPS 464/2018 e ME/SP 17/2019) e a consequente capitalização dos recursos do fundo. “Somente isso reduziria o déficit acumulado pela metade, de R$ 375 bilhões para

aproximadamente R$ 188 bilhões, mesmo considerando os parâmetros do governo”, esclareceu. “O que o governo tem a esconder quando não mostra suas simulações nem mesmo à instância legalmente responsável por avalizar as projeções? Do que eles têm medo?”, indagou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ao abor-

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dar a falta de transparência. O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, destacou que a política de Leite não é nova. “Esse filme é muito velho. Governos tentam jogar nos ombros dos servidores todo o custo da crise. É inaceitável que botem um projeto na Assembleia para resolver os problemas do Estado com mais arrocho”.

Governistas querem acabar com plebiscito para venda do Banrisul, Corsan e Procergs

MARCELO FERREIRA PORTO ALEGRE (RS)

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epois de perder o direito de ser consultada a respeito da venda de três importantes empresas públicas do setor de energia (CEEE, CRM e Sulgás), a população gaúcha corre o risco de novamente ser silenciada sobre o futuro do Estado. Tramita na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) a Proposta de Emenda Constitucional 280 (PEC 280/19), que propõe retirar a obrigatoriedade de plebiscito para a privatização do Banrisul, da Corsan e da Procergs. De autoria do deputado Sérgio Turra (PP), que compõe a base governista de Eduardo Leite (PSDB), a PEC 280 foi apresentada no dia 10 de setembro, já com a assinatura de 24 parlamentares. O tex-

Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Projeto da bancada governista do RS quer tirar direito da população gaúcha decidir futuro das empresas públicas.

to pretende revogar os parágrafos 2º e 5º do artigo 22 da Constituição Estadual, que preveem consulta popular para a venda das três estatais. Está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde o dia 15 de outubro, com a relatoria de Elisandro Sabino (PTB), um dos deputados que assinou a proposta. Dos 12 membros da CCJ, são necessários que sete sejam contrários à PEC para que ela não vá ao plenário.

Plebiscito foi conquista dos trabalhadores Conforme explica a diretora da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS), Denise Falkenberg Corrêa, a obrigatoriedade do plebiscito para a venda do Banrisul foi conquistada em 2002, através de uma emenda popular que passou pela aprovação de 2/3 das câmaras de vereadores do RS. “Foi no governo de Britto e FHC que iniciamos nosso périplo pelas câmaras e o plebiscito foi aprovado pela

Sindicalistas e servidores do Banrisul em ato contra a privatização, em Porto Alegre

ALRS por unanimidade em 2002, justamente porque não podemos ter outras experiências desastrosas como a que tivemos, sem que o povo seja consultado”. Para Everton Gimenes, presidente do Sindibancários/RS, o governador está sendo desmascarado, já que ele afirmou durante a campanha eleitoral que não venderia o Banrisul. Em setembro, porém, após suspensão de vendas de ações do banco, ele admitiu que poderá discutir a privatização caso a As-

sembleia paute o debate. “Sabemos agora que ele mentiu e está terceirizando a tarefa de vender o Banrisul, a Procergs e a Corsan para a Assembleia Legislativa. O autor da PEC é da base do governo e o relator do parecer na CCJ é do partido do vice-governador. Então, tem dedo do governo do Estado na PEC 280, embora o governador tenha investido bastante no ocultamento de suas digitais”, denuncia. Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do

Banrisul Público da ALRS, o deputado Zé Nunes (PT) considera “estranho que o governador do diálogo queira acabar com o plebiscito, com a consulta popular, e que não tenha coragem de se posicionar, jogando sua responsabilidade para a ALRS”. O deputado concorda que um projeto com este teor, apresentado por um parlamentar que lidera a bancada de apoio ao governo, é ação concatenada, e critica: “Não se pode negar a democracia participativa à população”.


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GERAL

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

Mais de 120 mil empregos perdidos Foto: STIMMMERG

O Rio Grande do Sul perdeu 121.156 postos de trabalho entre 2013 e 2018. São dados do extinto Ministério do Trabalho e Emprego e do IBGE. AYRTON CENTENO* PORTO ALEGRE (RS)

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este total, 23.768 empregos sumiram no setor de materiais de transporte, 19.845 na indústria de calçados e 17.609 na metalurgia. Mais do que números, a evidência de que certo ufanismo – aquelas nossas façanhas que seriam modelo a toda terra – destoa da realidade atual dos gaúchos. O que está em curso é um processo de encolhimento da indústria no Estado. Mas por qual razão o Estado passou a crescer como rabo de cavalo, ou seja, para baixo? Para os economistas Cristina Vieceli e Rober Ávila, a raiz mais recente do problema está ligada “ao ajuste fiscal, à redução de gastos públicos, à crise política e à redução dos preços dos produtos primários”. Houve uma diminuição da oferta de emprego no país que, no caso gaúcho, “levou à destruição do Polo Naval em Rio Grande, afetado pela Lava Jato”. Reparam que a crise também afetou fortemente a região de Caxias do Sul, atingindo o polo metal mecânico e desencadeando “perda de dinamismo da economia como um todo, e da indústria em particular”.

Trabalhadores da Ecovix fizeram vigília na frente do Estaleiro Rio Grande em defesa dos seus empregos

Quatro mil empresas fechadas Vinculados ao DIEESE, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, os dois também integram o Movimento Economia Pró-Gente, coletivo de profissionais do setor para quem a economia deve estar a serviço das pessoas e não o contrário. Eles lembram que a devastação do emprego foi acompanhada pela falência ou o abandono do Estado pelas empresas. O Rio Grande presenciou o sumiço de aproximadamente quatro mil estabelecimentos entre 2014 e 2018. Destes, 1.240 do segmento calçadista. “Neste cenário – reparam – o volume da produção industrial decresceu 13,4% entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019”.

bradeira na indústria nacional. Citam ainda os efeitos negativos da desoneração das exportações de produtos primários e semielaborados, através da chamada Lei Kandir que passou a vigorar em 1996. A nova legislação – proposta pelo ministro Antonio Kandir, do Planejamento, no governo FHC –achatou a arrecadação de ICMS dos estados exportadores – caso de Rio Grande – e incentivou os setores não industriais. Vieceli e Ávila apontam que a industrialização do Brasil só aconteceu com o apoio estatal, seja através das próprias estatais, seja da política industrial. Então, a partir do momento em que o Estado reduz sua participação na produção, cai também a participação da indústria na economia nacional. “É muito difícil reanimar a indústria sem a participação do Estado”, notam. Se o quadro atual é ruim, as perspectivas são piores com a intenção do governo Bolsonaro de promover uma abertura unilateral, sem contrapartida dos países favorecidos. E justamente quando várias nações, ao inverso, impõem barreiras tarifárias. “Caso isto ocorra, a tendência é uma dilapidação dos setores industriais que têm menor competitividade externa. O setor automobilístico, por exemplo, deve sofrer bastante”, projetam.

A indústria depende do Estado Assinalam que a marcha da desindustrialização do Rio Grande do Sul deve ser compreendida dentro do contexto brasileiro. Foi acelerada pela abertura econômica nos anos 1990 – períodos Collor, Itamar e FHC – que ampliou a importação de produtos industrializados o que, junto com o real altamente valorizado, provocou que-

Uma economia do Brasil-Colônia Procurado, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, não foi encontrado para comentar o retrocesso. Porém, um ex-presidente da federação – que preferiu falar em off – observou que o recuo é evidente, mencionando a perda de milhares de postos de trabalho no Sul do Estado, a partir do momento em que a Petrobras, sob pressão da

operação Lava Jato, voltou a comprar plataformas de petróleo na Ásia. Salientou que os manufaturados perderam espaço nas exportações para commodities como grãos, minérios e animais vivos, delineando um perfil econômico aproximado do Brasil-Colônia. Como ilustração, assinalou que, durante o Brasil Império não se vendia gado em pé, mas carne processada nas

charqueadas. Em contraposição, apenas no ano passado, 98 mil cabeças de gado foram embarcadas no Porto de Rio Grande para serem abatidas nos países compradores, gerando empregos além fronteiras e fechando vagas e indústrias no Rio Grande do Sul.

*Colaboração Fabiana Reinholz e Walmaro Paz.

Uma economia distante da necessidade social

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ais de seis mil trabalhadores do setor de saneamento perderam seus empregos entre 2010 e 2017. No entanto, quase 60% da população da Grande Porto Alegre não têm coleta de esgoto. O primeiro dado é do Instituto Trata Brasil. O segundo é do Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos. Juntos, os dois números atestam o distanciamento entre necessidade social e economia. Existe demanda, ela não é atendida e o fato gera desemprego.


GERAL

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

Rio Grande, a cidade que teve o futuro roubado Foto: ADUFRGS

Muitas indústrias fecharam as portas nos dois últimos anos. Abaixo, algumas delas Foto: STIMMMERG

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inte e cinco mil empregos diretos perdidos. Este é o saldo que ficou para Rio Grande, Sul do estado, 211 mil habitantes, após o governo federal suspender seus investimentos no Polo Naval. “O Polo gerava empregos não só na região de Rio Grande como também em muitas regiões, como as de Caxias, Passo Fundo, Novo Hamburgo e outras”, explica o secretário de Desenvolvimento do município, Cláudio Dutra. Implantado durante o governo Lula, o Polo Naval foi a principal medida tomada, em décadas, para promover o desenvolvimento da Metade Sul, área de baixa industrialização e dependente da economia de base agrária. A construção de plataformas marítimas de exploração de petróleo para a Petrobras alavancou a indústria e desencadeou um surto desenvolvimentista. Com falta de trabalhadores, Rio Grande recrutava mão de obra no restante do estado e até em outras regiões do Brasil, mas especialmente em Pelotas, Capão do Leão, São José do Norte, São Lourenço do Sul, municípios do seu entorno. Porém, o

Produto: Pneus para motos Demissões: 900 Onde: Gravataí

Trabalhadores cobram providências do governo

golpe de 2016 fraudou o futuro da cidade. Para Dutra, o pior da decisão tomada por Michel Temer contra o Polo Naval e mantida por Jair Bolsonaro não é propriamente a perda de postos de trabalho e o fechamento de empresas. “O maior prejuízo é a perda da expectativa de uma cidade que viveu o pleno emprego, com qualidade de vida, com empregos de qualidade com melhor distribuição da renda”, lamenta. Apesar de tudo, o secretário conta que a prefeitura está investindo cerca de R$ 300 milhões em obras públicas, principalmente na construção de postos de saúde, escolas e sistema viário. “São mais de 70

obras em execução, o que gerou cerca de 500 empregos diretos”, ilustra. Também, em parceria com o Sebrae e o Senac, está treinando trabalhadores tanto para montagem de seus negócios quanto para aprendizado de novas profissões. A cidade, explica, não desistiu do futuro. “Esta luta continua, temos uma planta moderna instalada. Existe hoje uma infraestrutura pronta, existe demanda por parte da indústria naval, portanto temos perspectivas”, diz. Porém, acentua que falta algo muito importante em termos de Brasil. “Precisamos ter governos que tenham como norte a soberania do povo, a soberania da Nação”, ressalta.

Produto: Calçados Demissões: 630 Onde: Osório, Santo Antônio da Patrulha, Nova Petrópolis e Parobé

Produto: Louças e metais sanitários Demissões: 480 Onde: São Leopoldo

Produto: Calçados Demissões: 140 Onde: Sarandi

Maior indústria instalada no estado pode ser vendida Foto: ADUFRGS

Foto: Divulgação/Refap

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utra ameaça que pesa sobre o Rio Grande é a venda da Refap, a Refinaria Alberto Pasqualini, maior indústria do estado. O governo Bolsonaro quer privatizá-la. Fernando Maia da Costa, presidente do Sindicato dos Petroleiros/RS, adverte que o novo dono poderá transformar a instalação em um terminal de importação de combustíveis, o que representará mais desemprego e menor arrecadação de impostos. Em artigo publicado no site Brasil de Fato RS, Costa nota que a privatização da Refap ainda atingirá os cofres da prefeitura de Canoas, sede da refinaria. Cálculos da prefeitura indicam perda de arrecadação de R$ 100 milhões por ano.

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Produto: Laticínios Demissões: 18 (E mais de 1 mil produtores de leite perderam seu mercado) Onde: Palmeira das Missões

Refinaria Alberto Pasqualini

Para Costa, a venda também causará mais dois problemas: 1) gerará um monopólio privado; 2) aumentará os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. Explica que, desde 2016,

por decisão de Brasília, o preço dos combustíveis está atrelado ao mercado externo. “Qual empresa compradora virá cobrar preço menor do que o internacional?”, indaga.

Produto: Calçados Demissões: 400 Onde: Três Coroas


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TERRA

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

AGROECOLOGIA | Nova Santa Rita se torna

referência no estado em produção orgânica Criação do Programa Municipal de Agroecologia e Incentivo à Agricultura Orgânica foi fruto de muito debate com a população e do trabalho dos quatro assentamentos da Reforma Agrária. KATIA MARKO

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PORTO ALEGRE (RS)

Lei Nº 1386 foi publicada pela prefeita Margarete Simon Ferretti no dia 19 de setembro de 2017, e regulamentada pelo Decreto nº 14/2018. Ela criou o Programa Municipal de Agroecologia e Incentivo à Agricultura Orgânica, coordenado pela Secretaria Municipal de Agricultura, com o apoio das demais Secretarias Municipais e dos segmentos produtivos do Município de Nova Santa Rita, situado a 23 km de Porto Alegre. A finalidade do programa é estimular e propiciar a produção de produtos orgânicos sem a utilização de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, objetivando a preservação do meio ambiente e o crescimento da cadeia produtiva na produção agroecológica. Segundo o secretário da Agricultura, Marli Castro, o programa surgiu de uma forma muito madura, muito discutida e os avanços são visíveis. “A sociedade está aplaudindo essa iniciativa e agora, inclusive, a gente está entran-

do com um subsídio para a criação de hortas urbanas. As famílias já compreendem que é necessário um cuidado com o hábito alimentar. E a agroecologia está tomando um espaço muito grande nesse debate do sistema alimentar”, avalia. Marli destaca que o programa é fruto de muitos anos de trabalho e debate a partir dos quatro assentamentos que existem na cidade, com mais de trezentas famílias assentadas pela reforma agrária. “Eu sou assentado no Assentamento Itapuí, o mais antigo do município, onde moro há 32 anos. Desde o início do assentamento tentamos criar um sistema de produção agroecológica. Até porque Nova Santa Rita é a capital do melão, e como tal há uma inserção muito forte do químico, do agrotóxico na cultura do melão. E nós iniciamos com um sistema de produção alternativo, e fomos gradativamente avançando na produção orgânica. E hoje temos uma produção muito grande de arroz orgânico. Somos junto com a região de Porto Alegre os maiores produtores de arroz orgânico da América Latina”, destacou.

Incentivos geram resultados A prefeita de Nova Santa Rita, Margarete Simon Ferretti (PT), está em sua segunda gestão. Professora do Estado aposentada, gradua-

Prefeita Margarete Simon Ferretti reforça a importância da população ter uma alimentação saudável

da em Letras pela Unijuí e pós-graduada em Psicopedagogia, ela é natural de Braga (RS), mas residi em Nova Santa Rita desde 1983. Segundo ela, o principal êxito do programa é a população ter acesso a alimentos saudáveis semanalmente e os produtores se motivarem, pois tem apoio e podem produzir com mais qualidade. “Com este programa passa-

mos a destinar mais recursos para esta área. Implementamos o diálogo com os agricultores familiares. E projetos de parceria que atendam às necessidades e fomentem a economia. Melhoramos as estradas, transportando adubo e calcário. Incentivamos a produção com instalação de estufas e formação para os produtores. E criamos as feiras orgânicas”, ressalta.

Rosa, do assentamento Itapuí, participa há 3 anos das feiras agroecológicas

Feiras orgânicas semanais abastecem a população

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secretário da Agricultura, Marli Castro, explica que existem três feiras semanais em Nova Santa Rita e também são realizadas feiras em outros municípios com apoio da prefeitura. “Nós cedemos o espaço e a estrutura para colocação das feiras, os agricultores entram com a produção e instalação. O gerenciamento é feito pelos grupos de produção do município.

São diversos grupos que organizam e se distribuem entre si para a realização dessas feiras que é bem diversificada. Tem uma variedade bastante grande de produtos, contemplando sempre a agroindústria, tanto a panificadora, a vegetal, como a agroindústria da roseira. Todos esses produtos são colocados nas feiras, além de todos os produtos das

Fotos: ASCOM

hortas”, conta. A prefeitura também incentiva as feiras que acontecem em outras cidades, como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Esteio. Há 3 anos, a agricultora Eva Rosa Porto, do Assentamento Itapuí, participa da feira em Canoas. Para ela, a política de incentivo da prefeitura é

muito importante. “Não conheço outro município que apoio dessa forma os agricultores orgânicos. Nossa prefeitura está de parabéns. Essa ajuda é fundamental. Precisamos garantir a continuidade desse programa”, acredita Rosa.

Selo de produção orgânica Também fruto da parceria entre prefeitura, a Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec), do MST, e agricultores assentados de Nova Santa Rita, o município lançou o selo identificador da produção orgânica e da identificação de instituições de ensino que adquirem alimentos livres de agrotóxicos para a alimentação escolar. Desde 2010, em cooperação, famílias assentadas que recebem assistência técnica da Coptec entregam alimentos às 16 escolas do município e a três escolas estaduais. A iniciativa compreende a identificação de instituições de ensino do município que optaram por oferecer aos seus alunos alimentos saudáveis e também da produção orgânica em feiras e eventos. As escolas municipais receberam placas com a frase: “Os alunos desta escola consomem produtos orgânicos dos Assentamentos da Reforma Agrária pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), cumprindo a Lei Federal n. 11.947.2009”. Já para o uso em feiras, os produtores têm disponível banner que identifica o tipo de produção. Para a prefeita, o selo da produção orgânica do município é uma referência para os produtores locais nos espaços de comercialização.


CULTURA & LAZER

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019 Foto: Pedro Heinrich

HORÓSCOPO ÁRIES (21/3 A 20/4) Enquanto teus planos de trabalho perdem força e poucas ações se concretizam, teu foco está na tua vida sexual. Sim, isso mesmo! Os dias serão intensos com a sua libido em alta. Novas pessoas chamarão tua atenção e tu não precisas ter medo da rejeição, será recíproco.

TOURO (21/4 A 20/5) O mundo pede a ti força interior, taurino. Tu passarás por momentos de brigas e discussões. Não te apavora e nem as evite. Haverá crescimento interior se tu souberes aprender com esse período.

GÊMEOS (21/5 A 20/6) Serão tempos turbulentos e de grandes desentendimentos. Tu estarás mais incisivo nas tuas metas, levando a discussões com pessoas importantes para ti. Não esmoreça! Toda essa força chamará a atenção de novas pessoas e fará teu coração vibrar. Te joga!

LITERATURA | Feira do Livro

de Porto Alegre: 65 anos de resistência a céu aberto Feira do Livro inicia mantendo vivo o slogan de sua estreia “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”. FABIANA REINHOLZ

PORTO ALEGRE (RS)

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ia 1 de novembro foi aberta a 65ª Feira do Livro de Porto Alegre. A maior Feira do Livro a céu aberto da América Latina ocupará até o dia 17 de novembro, a Praça da Alfândega, no centro da capital gaúcha. Promovida pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), o lema desse ano será "Curiosidade é o que nos move". E pelo quarto ano consecutivo terá uma mulher como patrona, Marô Barbieri. A Feira se mantêm, apesar da crise do mercado editorial brasileiro que se aprofundou ainda mais no ano passado, com os pedidos de recuperação judicial da empresa Bookpartners, distri-

buidora de livros, assim como das livrarias Cultura e Saraiva, tendo essa última, encerrado esse ano as atividades de uma de suas filiais que se localizava no centro da capital.

“Nós nos reinventamos a cada ano” Com orçamento mais enxuto, no valor de R$ 2 milhões, e sem o patrocínio de entidades federais, como a Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que desde o ano passado estavam sendo feitas tratativas para que o órgão fosse um apoiador da atual edição, o evento, esse ano, está focado na programação e na qualidade. “Cada ano a gente parte do zero em relação a captação de recursos. Perdemos esses patrocínios federais, mas em contrapartida buscamos outras saídas, outros patrocinadores, como na iniciativa privada, por exemplo, para que conse-

guíssemos aportar o valor necessário. Nós nos reinventamos a cada ano”, afirma o atual presidente da Câmara do Livro, Isatir Bottin Filho. “Em tempos difíceis como os que estamos vivendo, reafirmar que a leitura, o conhecimento e o esclarecimento como bases de uma sociedade democrática é extremamente importante. Não se pode aceitar o obscurantismo que se alça em torno do poder. A Feira como um espaço de incentivo à leitura cumpre um papel de resistência. Este mesmo papel a Feira do Livro de Porto Alegre vem cumprindo ao longo de toda a sua história”, conclui o livreiro João Carneiro, proprietário da Tomo Editorial e ex presidente da CRL. Esse ano a Feira terá 106 expositores associados, sendo sete na área internacional, 13 na área infantil e 86 na área geral. Mais informações no site do Brasil de Fato https:// www.brasildefato.com.br/ rio-grande-do-sul/

TIRINHA | Armandinho (Alexandre Beck)

CÂNCER (21/6 A 22/7) Larga essa preguiça agora, canceriano! A vida pede mais e tu podes. Os próximos dias pedem cuidado redobrado com saúde, mente e corpo. Nada de ficar na frente da tv reclamando da vida. Faça algo por ti.

LEÃO (23/7 A 22/8) Tudo bem que tu és o rei da selva toda, mas saia da zona de conforto. Ficar esperando pelos outros não vai resolver teus problemas. É agora de agir. Teu foco será o trabalho, mas movendo energia para isso, atrairá olhares que mexerão com o seu coração.

VIRGEM (23/8 A 22/9) Virginianos moverão sua energia para a família e organização da casa. Sem muitos perfeccionismos, por favor. Nem tudo precisa de uma super dedicação, só aquilo que te faz bem. Já parou para pensar o que te faz bem?

LIBRA (23/9 A 22/10) A tua harmonia não vai ajudar nesse período. Tu precisas te impor! Já parou para pensar quais são as tuas reais necessidades? As pessoas de tua convivência reconhecem isso? O momento é focar em ti. Esqueça os outros.

ESCORPIÃO (23/10 A 21/11) O momento é de autoconhecimento, então não perca tempo e olhe para dentro de ti. Ao fazer isso, tu farás importantes mudanças em todas as esferas da tua vida. Deixa o medo de lado e te joga.

SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) A tua confiança está em alta, sagitariano. Aproveite essa energia e coloque seus planos em prática. Quer se apaixonar? Quer o trabalho dos sonhos? Agora é o momento para ir em busca do que você quer.

CAPRICÓRNIO (22/12 A 20/1) Como sempre tu estás muito sério. A vida pede brilho e tu só vens com opacidade. Te solta! O momento pede ousadia e tu estás com energia para desenvolver essa habilidade em ti.

AQUÁRIO (21/1 A 19/2) Aquarianos só pensarão em trabalho no próximo período. Aproveite o sucesso que virá, mas não se esqueça desse seu coraçãozinho confuso. Não deixe o amor em segundo plano, até porque sua sedução está em alta.

PEIXES (20/2 A 20/3) Nada de moleza nesse corpo, pisciano. Ficar só sonhando não vai trazer o que tu queres. Aproveite todo teu talento para focar nas tuas metas e lembre-te que quem quer vai atrás. Então, mova-te. Mel dos Astros Aquariana com ascendente em câncer, lutadora e apaixonada pela vida. Atua como conselheira nas horas vagas. É aplicada nos astros e estabanada no cotidiano.

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ESPORTES

PORTO ALEGRE, 07 A 21 DE NOVEMBRO DE 2019

“Negar e silenciar é confirmar o racismo”, alerta Roger Machado

PRECONCEITO | Técnico do Bahia disse que é preciso refletir e questionar o mito de que não há racismo no Brasil e dispara: “Há um preconceito estrutural e institucionalizado”. MARCELO FERREIRA

O

PORTO ALEGRE (RS)

jogo entre Fluminense e Bahia disputado no Maracanã, no dia 12 de outubro, marcou o encontro entre os dois únicos treinadores negros da série A do Brasileirão e trouxe à tona o debate do racismo no Brasil. Antes da partida, os dois técnicos, Roger Machado, do tricolor baiano, e Marcão, do trico-

Foto: Tiago Ribeiro AGIF

lor carioca, vestiram a camisa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Após o confronto, respondendo sobre a campanha #ChegadePreconceito, Roger disse que a grande repercussão de dois treinadores negros se enfrentando é a prova que existe preconceito. “A gente tem 50% da população negra e a proporcionalidade que se representa não é igual. Se não há preconceito no Brasil, por que os negros têm um nível de escolaridade menor que os brancos, por que a população carcerária é 70% negra, por que quem mais morre são os jovens negros no Brasil?”, questionou. “A gente precisa falar sobre isso. Precisamos sair da

Inter é campeão da primeira edição do Brasileiro Feminino Sub-18

fase da negação”, afirma. Roger também lembrou que políticas públicas desenvolvidas nos últimos anos ajudaram a resgatar um pouco da dignidade da população negra brasileira. “Mas elas

estão sendo retiradas nesse momento”, lamentou.

RS campeão do preconceito Dados preliminares do ano de 2019 do Relatório

Esporte como inclusão social na Feira do Livro de Porto Alegre Foto: Bruno Teixeira

A

s gurias coloradas garantiram o título inédito em partida no Estádio do Pacaembu, no dia 17 de outubro, ao empatar em 1 a 1 com o São Paulo. No jogo de ida, em Porto Alegre, as gaúchas haviam vencido por 1 a 0. Precisando reverter o placar, o primeiro tempo foi marcado por muita pressão do São Paulo. Após a goleira Mayara, do Inter, defender

Roger e Marcão são os únicos técnicos negros na Série A do Brasileirão

um pênalti, as coloradas abriram o placar aos 44 minutos, quando Belinha aproveitou a sobra da bola na área para marcar o gol. O São Paulo partiu em busca da virada e empatou aos 39 minutos do segundo tempo, com gol de Milena, que entrou no segundo tempo. A partir daí, a equipe gaúcha jogou com inteligência para garantir o empate e conquistou o Brasileiro Feminino sub-18.

A

Sociedade Ginástica de Porto Alegre (Sogipa) reunirá leitura e esporte na 65º edição da Feira do Livro de Porto Alegre. No dia 8 de novembro, será lançado o livro "Sogipa nas Olimpíadas 2020 na visão das turmas do Projeto Criança Sogipa”, com sessão de autógrafos dos pequenos escritores. Os desenhos que integram a obra foram feitos pelos alunos durante o mês de outubro, e representam as experiências vividas por eles ao entrarem em contato com o universo olímpico sogipano. Haverá também uma hora do conto especial,

BRASIL DE FATO PR

E

ntre os dias 11 e 28 de outubro, aconteceu no Equador a Copa Libertadores feminina (poderíamos nomear de Libertadoras?). Em meio aos protestos populares dos equato-

rianos, deflagrados pelo aumento dos combustíveis, a Conmebol decidiu manter a competição. Alguns jogos chegaram a ser adiados por conta disso, mas, dentro do possível, tudo correu como planejado. O torneio demonstrou a hegemonia brasileira, com a

TABELINHA GRENAL

que trará a história dos Jogos Olímpicos, e um painel sobre o esporte como ferramenta de inclusão social.

Internacional

Confira a programação:

MASCULINO

14h30 - Lançamento do livro: Sogipa nas Olimpíadas 2020 na visão das turmas do Projeto Criança Sogipa 15h30 - Hora do Conto História dos Jogos Olímpicos com Jácy Gonçalves 16h - Sarau EArte Kids 16h30 - Painel Sogipa nas Olimpíadas 2020 - Esporte como ferramenta de inclusão social

07/11 – 19h30 – Brasileirão Ceará SC X Internacional 10/11 – 16h – Brasileirão Internacional X Fluminense 17/11 – 16h – Brasileirão Corinthians X Internacional 24/11 – 19h – Brasileirão Internacional X Fortaleza

Grêmio MASCULINO 07/11 – 21h – Brasileirão Grêmio X CSA 10/11 – 19h – Brasileirão

Uma América alvinegra FERNANDA HAAG

Anual da Discriminação Racial no Futebol, produzido pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), revelam que, dos 36 casos de injúria racial registrados até meados de setembro, nada menos do que 13 aconteceram em estádios gaúchos. É hora dos clubes gaúchos, e os de todo o Brasil, se inspirarem no Bahia. Em 2018, o clube criou seu Núcleo de Ações Afirmativas, buscando sensibilização dos torcedores. Já foram feitas campanhas em estádios de futebol com temas como racismo, homofobia, assedio a mulheres e intolerância religiosa.

Chapecoense X Grêmio 17/11 – 16h – Brasileirão

primeira final da Libertadores feminina entre times de um mesmo país. Corinthians e Ferroviária reeditaram a final do Brasileirão. Foi a chance das alvinegras buscarem a vingança contra as guerreiras grenás. A equipe do Parque São Jorge, coroando uma campanha bri-

lhante ao longo do ano, sagrou-se bicampeã da Libertadores, vencendo por 2 a 0. A Ferrinha não conseguiu repetir o sucesso do seu ferrolho e teve sua meta furada primeiro por Crivelari, após linda jogada de Tamires e, no último minuto de jogo, por Juliete.

Grêmio X Flamengo 24/11 – 18h – Brasileirão Palmeiras X Grêmio FEMININO 10/11 – 15h – Gauchão SC Oriente X Grêmio 17/11 – 15h – Gauchão Grêmio X Brasil de Farroupilha


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