Brasil Rotário - Janeiro de 2009

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BR ASIL R O T Á R I O

JANEIRO 2009

ANO 84

Nº1039

ECONOMIA EM JOGO

O que esperar de 2009? O Rotary também entra neste debate



Sucessora de “Notícias Rotárias” e “Rotary Brasileiro”. Publicação mensal dedicada à divulgação do Ideal de Servir. Revista regional oficial do Rotary International para os rotarianos do Brasil. Vicente Abreu

NO MUSEU das Reduções, em Ouro Preto, há réplicas de 29 monumentos

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arquitetônicos, como o Convento de São Francisco, em Olinda

Sérgio Afonso

INTERACTIANOS DE Blumenau carregando

MESA REDONDA sobre economia: perspectivas para o Brasil e o Rotary neste ano

automóvel com doações: país inteiro

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mobilizado

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Sumário 05 Mensagem do Presidente

18 Destaques do Conselho Diretor do RI

Dong Kurn Lee

20 Deficientes, talentosos e afetivos 06 COLUNA DO DIRETOR DO RI Janeiro, mês da Conscientização Rotária Themístocles A. C. Pinho

Alfredo Castro Neto

22 Talento em grande escala Renata Coré

08 O recordista de convenções Carlos Henrique de Carvalho Fróes

25 Como preparar sua primeira missão humanitária Jeffrey Crider

10 O Rotary unido por Santa Catarina Nuno Virgílio Neto

27 Como obter um subsídio da Fundação Annemarie Mannion

14 Desafio para um novo quadro de sócios Luiz Carlos Dias

30 Crise de ética? Luiz Renato Dantas Coutinho

SEÇÕES 28 Rotarianos que são notícia 40 Os 50 mais 41 Informe do RI aos rotarianos 42 43 44 46

Interact e Rotaract Livros Autores rotarianos Distritos em revista

56 57 63 64

Senhoras em ação Novos Companheiros Paul Harris Relax Cartas e recados # Saudades

37 COLUNA DA ABTRF Você sabia que... José Alfredo Pretoni

38 COLUNA DOS COORDENADORES REGIONAIS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA A Fundação Rotária e a economia Aldair de Queiroz Franco e Altimar Augusto Fernandes

39 COLUNA DO CHAIR DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA Promova o nosso trabalho Jonathan Majiyagbe Capa: arte de Luiz Renato


ROTARY INTERNATIONAL ONE ROTARY CENTER

CONSELHO DIRETOR 2008-09

1560 SHERMAN AVENUE

EVANSTON, ILLINOIS, USA

GOVERNADORES DE DISTRITOS NO BRASIL EM 2008-09 DISTRITO 4310 Paulo Firmino de Oliveira Rotary Club de Botucatu, SP

DISTRITO 4600 Antonio Sergio Ferri da Silva Rotary Club de Santa Branca, SP

PRESIDENTE-ELEITO John Kenny

DISTRITO 4390 Geraldo Pimentel de Lima Rotary Club de Maceió-Leste, AL

DISTRITO 4610 Amilton Medeiros Silva Rotary Club de São Paulo-Lapa, SP

VICE-PRESIDENTE Monty J. Audenart

DISTRITO 4410 Celso Gonçalves Alves Rotary Club de Cachoeiro de Itapemirim, ES

DISTRITO 4620 Valdimir Forti Rotary Club de São Roque, SP

TESOUREIRO Bernard L. Rosen

DISTRITO 4420 Sérgio Lazzarini Rotary Club de Santo André, SP

DISTRITO 4630 Nivaldo Barbosa de Lima Rotary Club de Maringá-Horto, PR

DIRETORES Themístocles A. C. Pinho Ashok M. Mahajan Catherine Noyer-Riveau Eric E.L. Adamson Jackson San-Lien Hsieh John M. Lawrence José A. Sepúlveda Kauhiko Ozawa Lars-Olof Frederiksson Michael Colasurdo Sr. Michael J. Johns Paul A. Netzel Philip J. Silvers R. Gordon R. McInally Thomas A. Branum Sr.

DISTRITO 4430 João Freire d’Avila Neto Rotary Club de São Paulo-Alto da Mooca, SP

DISTRITO 4640 Stael Terezinha Sdroiewski Uba Rotary Club de Toledo-Integração, PR

DISTRITO 4440 Domingos Aparecido Marques Rotary Club de Mirassol D’Oeste, MT

DISTRITO 4650 Valdir Celso Fiedler Rotary Club de Penha, SC

DISTRITO 4470 Manoel Carlos Menezes Zaffalon Rotary Club de Araçatuba-Leste, SP

DISTRITO 4651 Miriam Marta Wojcikiewicz Caldas Rotary Club de Florianópolis-Leste, SC

DISTRITO 4480 Jair Pinto da Silva Rotary Club de São José do Rio Preto-Alvorada, SP

DISTRITO 4660 Mario César Portinho Vianna Rotary Club de Tupanciretã, RS

DISTRITO 4490 Eulália das Neves Ferreira Rotary Club de São Luís-João Paulo, MA

DISTRITO 4670 Eliseu Gonçalves da Silva Rotary Club de Cachoeirinha, RS

SECRETÁRIO-GERAL Edwin H. Futa

DISTRITO 4500 Eduardo Jorge Marinho de Queiroz Rotary Club de Recife-Brum, PE

DISTRITO 4680 Tirone Lemos Michelin Rotary Club de Porto Alegre-Beira Rio, RS

DISTRITO 4510 Régis Jorge Rotary Club de Presidente Venceslau, SP

DISTRITO 4700 Jaime Antonio Camassola Rotary Club de São Marcos, RS

DISTRITO 4520 Eduardo Luis de Souza Rotary Club de Acesita, MG

DISTRITO 4710 Pilar Álvares Gonzaga Rotary Club de Londrina, PR

DISTRITO 4530 Ronaldo Campos Carneiro Rotary Club de Brasília-Sudoeste, DF

DISTRITO 4720 João Petrolitano Gonçalves Rotary Club de Rio Branco, AC

DISTRITO 4540 Antônio Carlos Marchiori Rotary Club de Jaboticabal, SP

DISTRITO 4730 Evaldo Artur Hasselmann Rotary Club de Ponta Grossa-Sul, PR

DISTRITO 4550 Paulo Roberto Dacach Rotary Club da Bahia, BA

DISTRITO 4740 Ulmerindo Fernandes de Rotary Club de Curitibanos, SC

PRESIDENTE Dong Kurn Lee

CURADORES DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA 2008-09 CHAIR Jonathan B. Majiyagbe CHAIR-ELEITO Glenn E. Estess Sr. VICE-CHAIR Ron D. Burton CURADORES Carl-Wilhelm Stenhammar Carolyn E. Jones David D. Morgan Doh Bae John F. Germ José Antonio Salazar Cruz K. R. Ravindran Louis Piconi Peter Bundgaard Sakuji Tanaka Samuel A. Okudzeto William B. Boyd SECRETÁRIO-GERAL Edwin H. Futa

Leite

Vieira

de

Assis

Oliveira

DISTRITO 4560 Murillo Affonso Ferreira Rotary Club de Bom Sucesso, MG

DISTRITO 4750 Marcio Pereira Ribeiro Rotary Club de Niterói-Norte, RJ

DISTRITO 4570 José Roberto Lebeis Pires Rotary Club de Campo Grande, RJ

DISTRITO 4760 Javert Vivian Silva Rotary Club de Contagem-Cidade Industrial, MG

DISTRITO 4580 Juan Alejandro Tumba-Noe Rotary Club de Ponte Nova-Piranga, MG

DISTRITO 4770 Antonio José Oliveira Rotary Club de Uberaba-Norte, MG

DISTRITO 4590 Jesus Aldo Bellão Rotary Club de Santa Cruz das Palmeiras, SP

DISTRITO 4780 Dóris Sá de Moraes Vaz Rotary Club de Bagé-Pampa, RS

ÉTICA. Um princípio que não pode ter fim. Campanha em prol de mais elevados padrões de ética. Apoio dos Rotary Clubs do Brasil 2

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Leia

Ano 84 Janeiro, 2009 nº1039 Revista de Propriedade da Cooperativa Editora Brasil Rotário CNPJ 33.266.784/0001-53 I Inscrição Municipal 00.883.425 Av. Rio Branco, 125, 18º andar CEP: 20040-006 – Sede própria Rio de Janeiro – RJ I Tel: (21) 2506-5600 / FAX: (21) 2506-5601 Site: www.brasil-rotario.com.br ■ E-mail: revista@brasil-rotario.com.br

CONSELHO SUPERIOR (Colégio de Diretores do RI – Zonas 19 A e 20 ) Mário de Oliveira Antonino (Recife-PE) EDRI 1985-87 Gerson Gonçalves (Londrina-PR) EDRI 1993-95 José Alfredo Pretoni (São Paulo-SP) EDRI 1995-97

Hipólito Sérgio Ferreira (Belo Horizonte-MG) EDRI 1999-01 Alceu Antimo Vezozzo (Curitiba-PR) EDRI 2001-03 Luiz Coelho de Oliveira (Limeira-SP) EDRI 2003-05

Themístocles A.C. Pinho (Niterói-RJ) DRI 2007-09 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 2007-09 Diretoria Executiva Presidente Carlos Henrique de Carvalho Fróes Vice-Presidente de Operações Edson Avellar da Silva Vice-Presidente de Administração Waldenir de Bragança Vice-Presidente de Finanças José Maria Meneses dos Santos Vice-Presidente de Planejamento/Controle Joper Padrão do Espírito Santo Vice-Presidente de Marketing José Alves Fortes Vice-Presidente de Relações Institucionais Carlos Jerônimo da Silva Gueiros Vice-Presidente Jurídico Jorge Bragança MEMBROS EFETIVOS Antonio Hallage Condorcet Pereira de Rezende Eduardo Álvares de Souza Soares Fernando Antonio Quintella Ribeiro Hertz Uderman José Roberto Lebeis Pires José Ubiracy Silva Wilmar Garcia Barbosa MEMBROS SUPLENTES Antônio Vilardo Bemvindo Augusto Dias Dulce Grünewald Lopes de Oliveira GERENTE EXECUTIVO Gilberto Geisselmann ASSESSORES Alberto de Freitas B. Bittencourt Antônio Lomanto Júnior Ary Pinto Dâmaso (Publicidade) Eduardo de Barros Pimentel Everton Jorge da Luz Fernando Teixeira Reis de Souza Flávio Antônio Queiroga Mendlovitz Gedson Junqueira Bersanete Ivo Arzua Pereira

José Augusto Bezerra José Maria de Souza Taketoshi Higuchi Vicente Herculano da Silva CONSELHO FISCAL Membros Efetivos Antonio Celso de Castro Gonçalves (D.4580) Fúlvio Abrami Stagi (D.4600) Justiniano Conhasca (D.4750) Suplentes Cleofas Paes de Santiago (D.4570) Fausto de Oliveira Campos (D.4570) Nilson Moura (D.4570) CONSELHO CONSULTIVO DE GOVERNADORES Membros natos efetivos Governadores 2008-09 Representante: José Roberto Lebeis Pires (D.4570) Suplentes Governadores eleitos 2009-10 COMISSÃO EDITORIAL EXECUTIVA Presidente: Carlos Henrique de Carvalho Fróes Membros: Edson Avellar da Silva Joper Padrão do Espírito Santo José Alves Fortes Luiz Renato Dantas Coutinho Nuno Virgílio Neto Secretário: Gilberto Geisselmann CONSELHO EDITORIAL C O N S U LT I V O Presidente: Carlos Henrique de Carvalho Fróes Membros: Edson Avellar da Silva Fernando Antonio Quintella Ribeiro Joper Padrão do Espírito Santo José Alves Fortes José Ubiracy Silva Mário César Camargo Secretário: Gilberto Geisselmann

EXPEDIENTE EDITOR: Carlos Henrique de Carvalho Fróes JORNALISTA RESPONSÁVEL: Luiz Renato D. Coutinho – Jorn. Prof. JP25583RJ REDATOR-CHEFE: Nuno Virgílio Neto REDAÇÃO: Alex Mendes, Armando Santos, Luiz Renato Dantas Coutinho, Maria Cristina Andrade, Maria Lúcia Ribeiro de Sousa, Nuno Virgílio Neto e Renata Coré. DIGITALIZAÇÃO: Maurício Teixeira IMPRESSÃO: Log & Print Gráfica e Logística S/A ENDEREÇO: Av. Rio Branco, 125 – 18º andar – Rio de Janeiro – RJ CEP 20040-006 – Tel.: (21) 2506-5600 E-MAIL DA REDAÇÃO: redacao@brasil-rotario.com.br HOMEPAGE: www.brasil-rotario.com.br *As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos seus autores.

que podemos esperar da economia mundial neste ano que está começando? Na tentativa de encontrar uma resposta para esta pergunta, a Brasil Rotário realizou uma mesa redonda sobre a crise econômica e financeira que vem tirando o sono de muita gente. O debate foi feito com a participação de quatro rotarianos: o embaixador e ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira; o diretor do RI Themístocles Américo Caldas Pinho; o ex-diretor do RI, ex-curador da Fundação Rotária e atual presidente da Associação Brasileira da The Rotary Foundation, José Alfredo Pretoni; e o economista e professor de finanças da UFRJ, Alexis Cavichini. Juntos, eles avaliaram o que está acontecendo com os mercados mundiais e anteciparam algumas conseqüências que a crise pode trazer para a vida dos brasileiros, do Rotary e da Fundação Rotária. Entre os questionamentos, um merece atenção: será que essa crise da economia é, acima de tudo, uma crise de ética? A resposta você encontra a partir da página 30, na reportagem de Luiz Renato Dantas Coutinho. Em novembro, o país acompanhou com tristeza os estragos provocados pelas chuvas em Santa Catarina, responsáveis pela morte de cerca de 130 pessoas e pela destruição de 50 cidades no estado, deixando dezenas de milhares de desabrigados. Uma tragédia que encontrou na solidariedade do povo brasileiro uma resposta à altura de sua gravidade. A reação da Família Rotária ao episódio não foi diferente: em Santa Catarina (nos distritos 4650 e 4651, os dois atingidos pelas chuvas) e no restante do país, Rotary Clubs, Casas da Amizade, Rotaract e Interact Clubs deram uma lição de serviço, participando das ações de resgate nas áreas afetadas, organizando abrigos e recolhendo doações. Na reportagem que começa na página 10, conheça alguns personagens e histórias que ajudaram o Rotary a construir essa mobilização histórica, levando esperança e carinho aos catarinenses. Presente a 23 convenções internacionais do Rotary realizadas desde 1981, o ex-governador do distrito 4490, Agerson Tabosa Pinto, já se prepara para mais uma, a de Birmingham, marcada para junho deste ano. Na entrevista concedida ao presidente e editor da Brasil Rotário, EGD Carlos Henrique de Carvalho Fróes, publicada nas páginas 8 e 9 desta edição, o brasileiro recordista em convenções do Rotary conta como uma convenção internacional é importante para um rotariano e relembra os momentos inesquecíveis vividos junto a companheiros de todo o mundo. Leitor: esperamos que você goste destas e das outras matérias que preparamos para esta edição. Boa leitura.

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BRASIL ROTÁRIO

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Curtas ○

Os 48 anos do Edifício Rotary Inaugurado em 1960 pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek, o Edifício Rotary, localizado na avenida Higienópolis, no bairro de mesmo nome da cidade de São Paulo, comemorou 48 anos em outubro. Um dos marcos do rotarismo paulista e brasileiro, a construção, projetada por rotarianos, é pioneira, tendo servido de modelo para diversos empreendimentos semelhantes no Brasil e no exterior. O Edifício Rotary é a sede do tradicional Colégio Rio Branco e de sua mantenedora, a Fundação de Rotarianos de São Paulo, considerada a maior obra do Rotary em todo o mundo na área da educação.

Concurso de Trovas: solenidade adiada A cerimônia de premiação dos vencedores do Concurso Nacional e Internacional de Trovas, promovido pela Brasil Rotário, foi transferida para o dia 25 de março de 2009. A solenidade, que marcará o encerramento do concurso, vai acontecer às 17h na sede da revista, localizada na avenida Rio Branco, 125, no Centro do Rio.

Nosso idioma entre os cinco

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PALÁCIO IMPERIAL, no centro de Pequim

Novo representante na China O presidente do RI, Dong Kurn Lee, nomeou o EGD YanKee Cheng, de Hong Kong, como o novo representante especial do Rotary na China. Ele ficará no cargo pelos próximos três anos, em substituição ao dinamarquês Christopher Bramsen. Yan-Kee Cheng foi governador do distrito 3450 (que cobre Hong Kong, Macau e Mongólia) no ano rotário de 1996-97. Desde então, atuou como training leader e membro de diversos co-

mitês, além do subcomitê que vem tratando da expansão do Rotary em território chinês. A função do representante especial é fazer a ponte entre o RI e o governo da China em assuntos relacionados à expansão de nossa organização no país asiático. Cheng também vai desempenhar funções equivalentes às de um governador distrital junto aos dois clubes existentes na China (mas que não fazem parte de nenhum distrito).

O diretor do Rotary International, Themístocles Pinho, veio de Evanston (sede do RI) com uma boa notícia para o nosso idioma. Como sinal de prestígio, o português se tornou uma das cinco línguas oficiais da nossa organização. Os outros quatro são: inglês, espanhol, francês e japonês. A resolução, aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretor, partiu de uma emenda preparada por Pinho.

Antes, durante os eventos internacionais, o presidente e o secretário-geral do RI escolhiam os idiomas contemplados pela tradução. “A medida é muito importante, pois posiciona o Brasil com destaque. Somos um universo respeitável e não poderíamos estar de fora. Com isso, o país passou a ter a posição que merece”, comenta Pinho.

VERÃO SEM DENGUE DENGUE:: o Rotary está na luta contra o mosquito 4


C AROS

Mensagem do Presidente

NA REDE

Leia os pronunciamentos e as notícias do presidente do RI D. K. Lee acessando o site <www.rotary.org/jump/lee>

COMPANHEIROS ,

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mês de janeiro assinala o início do segundo semestre do ano rotário. Esta é a ocasião para examinar o que fizemos até agora, avaliar o nosso progresso e renovar a determinação de atingir as nossas metas nos meses que se seguem. É tempo de discutir e avaliar as metas dos nossos clubes e as que impusemos a nós mesmos, como rotarianos. Janeiro é, ainda, o Mês da Conscientização Rotária, época de aquilatar como os nossos valores rotários – e as nossas próprias ações – influenciam a percepção pública do Rotary. O nosso plano estratégico delineia cinco valores fundamentais, que definem e nos guiam no momento em que traçamos uma rota rumo ao nosso segundo século de serviços. Serviço é o nosso primeiro valor, como não poderia deixar de ser. O foco no serviço é refletido no nosso lema principal: Dar de Si Antes de Pensar em Si. Reunimos, por meio dos clubes e distritos, o potencial para criar, projeto a projeto, comunidades melhores, mais saudáveis e seguras. Companheirismo é a razão pela qual o Rotary foi criado, há 100 anos. O companheirismo, a camaradagem e a maravilhosa sensação de fazer algo de bom em conjunto são o que nos mantêm unidos e ansiosos pelas reuniões semanais do Rotary. Diversidade é um aspecto do Rotary que se torna mais importante a cada ano que passa. Acabamos de dar as boas-vindas à República de Kiribati, que se junta aos mais de 200 países e áreas geográficas já inseridos no mapa rotário. Junto com todos os rotarianos, anseio pelo dia em que haverá um Rotary Club em cada comunidade no mundo. Integridade é fundamental à identidade da nossa organização. Cada rotariano é guardião da reputação que gerações de rotarianos trabalharam para construir. Quando mantemos os mais altos padrões de ética em todas as nossas atividades, reforçamos a confiança que nos possibilita servir com maior eficiência. Mas isso só acontecerá se mostrarmos liderança, o quinto e derradeiro valor fundamental. Cada um de nós deve ter em mente, em todas as nossas ações, que somos rotarianos. Quando somos escolhidos para nos tornar rotarianos, e decidimos aceitar esta honra, assumimos a responsabilidade de representar toda a organização. Quando somos reconhecidos como rotarianos, tudo o que fazemos reflete sobre nós. Vivendo com base nos nossos valores fundamentais e comprometidos com o lema Dar de Si Antes de Pensar em Si, construímos um Rotary mais forte e um mundo melhor para todos.

DONG KURN (D. K.) LEE Presidente do Rotary International BRASIL ROTÁRIO

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Coluna do Diretor do Rotary International Themístocles A. C. Pinho

Janeiro, mês da Conscientização Rotária Ninja

orque será que a nossa organização centenária se preocupou em dedicar o primeiro mês do ano à Conscientização Rotária? A resposta a esta pergunta, embora até desnecessária para aqueles que nos honram com a leitura, procuraremos tornar visível através desta nossa mensagem. No primeiro mês de cada ano, todo rotariano deve refletir e fazer uma verdadeira introspecção a respeito de si mesmo, particularmente à luz dos objetivos que nos unem há mais de um século através dessa organização, hoje presente em mais de 200 países. Vivemos num mundo que nos transmite um sentimento de desesperança e de impotência, tanto nas pessoas como nas instituições. A impressão que temos é de que o ser humano perdeu a nobreza da prática do bem. Às vezes, alguns até pensam em desistir de lutar contra a injustiça e o mal que, em grande parte e lamentavelmente, impera nas estruturas dos tempos atuais. Temos a impressão de que a maldade sobrepuja a bondade, sobrepõe-se à justiça, tornando a paz um objetivo cada vez mais distante. No entanto, o mundo sempre viveu nesta dualidade entre o bem e o mal. Nós, rotarianos, vivemos sempre a esperança de habitarmos um mundo mais pacífico e justo. Para isto, fazemos a nossa parte, promovendo a dignidade do ser humano através dos inúmeros projetos e programas que implementamos em todo o mundo. Nosso anseio é viver em um mundo igual, fraterno, onde todos sejam felizes. Sonhamos com

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este mundo! Precisamos ser persistentes em nossa convicção de que cabe a nós construir um mundo melhor, um mundo de paz – aqui e agora – e essa

Precisamos ser persistentes em nossa convicção de que cabe a nós construir um mundo melhor paz deve começar na família, passando pelo trabalho, pela vida pública e a ação política. A paz e a justiça não são ideais utópicos. Ao contrário, elas po-

dem ser uma realidade muito próxima se todos os rotarianos fizerem delas o objetivo de suas vidas. Missão de transformar O lema deste ano rotário, Realizemos os Sonhos, é a inspiração para a ação de todo rotariano e de todos os Rotary Clubs do mundo. Nossa missão é transformar nossos sonhos, com fé e entusiasmo, em células produtivas e atuantes, redobrando os esforços para aumentar nossa participação na resolução dos problemas sociais. E este objetivo será mais rapidamente alcançado se conseguirmos atrair novos cidadãos e novas cidadãs prestantes para o serviço rotário. Os fundamentos do Rotary se alicerçam numa tríade formada por companheirismo, serviço e paz – e onde o tema central é servir. Com efeito, podemos asseverar que a hu-


manidade jamais conseguirá a paz sem passar pelo serviço, baseado no entendimento entre as pessoas, isto é: no companheirismo. Será na união destas forças, tendo como escopo a paz, por meio do companheirismo e do serviço, com a solidariedade e a união de todos em benefício de um fim comum, que atingiremos o sucesso. Portanto, a palavrachave é união. Unam-se em torno dos objetivos preconizados pelo Rotary e o milagre acontecerá. Já foi dito muitas vezes, e em todos as épocas, que a paz absoluta é impossível. E nada é mais verdadeiro, levando-se em conta a heterogeneidade da raça humana. No entanto, não é por ser a paz completa um objetivo inalcançável que nós vamos cruzar os braços e esperar impassíveis que o mundo se acabe à nossa volta. O Rotary tem uma tradição de mais de 100 anos na busca do entendimento pacífico. Poderíamos, aqui e agora, catalogar uma infinidade de ações convergentes em busca da paz para demonstrar o quanto os rotarianos fazem a diferença, trabalhando em pequenos e grandes projetos, como a campanha Polio Plus; a assistência a menores e idosos carentes; o trabalho para ajudar na reaproximação entre países e as mediações levadas a efeito, ajudando a resolver conflitos de fronteira, particularmente em nossa América do Sul; a ajuda humanitária aos refugiados de guerras; a colaboração na criação da ONU; os programas de Bolsas Educacionais, Intercâmbio de Grupos de Estudos, Foros Internacionais para a Paz e, mais recentemente, os Centros Rotary de Estudos Internacionais da Paz e Resolução de Conflitos. São projetos e programas que transcendem as fronteiras das comunidades e dos países, e que a nossa organização procura desenvolver e ampliar como uma das muitas formas de sua participação na busca da tão desejada paz.

Servir é o objetivo A força de nossa organização não está demonstrada apenas na atenção que os rotarianos de todos os lugares do mundo dispensam ao presidente do Rotary International. Os dirigentes das nações sabem que podem contar com o Rotary para ajudar na resolução de muitos problemas sociais em seus países, sem receio de interferência em suas soberanias. Não nos imiscuímos nem interferimos em suas políticas, nem discutimos princípios religiosos. O que verdadeiramente pretendemos é servir. Os milhares de projetos executados pelos mais de 33.000 Rotary Clubs espalhados por todas as nações livres e so-

Dar de Si Antes de Pensar em Si não é apenas um lema, mas representa o amor e o serviço que devemos exercitar constantemente beranas representam a contribuição efetiva de nossa organização para minorar o sofrimento de muitos e indicar-lhes caminhos mais seguros. Quando um clube doa cestas básicas, agasalhos, material escolar, roupas, material de construção e remédios; quando um clube patrocina uma campanha de assistência à saúde, de doação de sangue, de incentivo ao emprego, de conscientização da juventude sobre os perigos das drogas, do álcool e outros males, ele está trabalhando no grande tapete da paz que está sendo tecido.

Estes pequenos e grandes projetos não se circunscrevem à comunidade onde o seu Rotary Club está inserido, pois para o rotariano e a rotariana, mais do que isto, importa a satisfação pelo cumprimento do dever de solidariedade, que faz a diferença para muitas vidas. Certa vez, um destacado rotariano escreveu: “Um dia sem uma boa ação é como um dia sem sol. Um dia sem o Rotary poderá significar o desaparecimento do sol para milhares de pessoas no mundo.” Amigos e companheiros: considerem seriamente suas responsabilidades para com nossas comunidades locais e mundiais. O Rotary é um bem. O Rotary faz o bem. Por isso, é essencial em qualquer comunidade que a ação benfazeja do Rotary seja sentida. Não é uma ação de compaixão, mas a sincera participação de todos em prol de alguns poucos menos afortunados. Onde houver qualquer necessidade, devemos estar presentes para prestar nosso serviço voluntário humanitário e social. Dar de Si Antes de Pensar em Si não é apenas um lema, mas representa o amor e o serviço que devemos exercitar constantemente. Concluindo estas palavras, pelas quais procuramos transmitir o que pensamos neste primeiro mês do novo ano, não podemos esquecer as sábias e sempre atuais palavras de John Galsworthy, o escritor e dramaturgo inglês, quando ele afirmava: “Uma vez só passarei por este mundo; deixa-me fazer todo o bem possível ante todo o ser humano ou animal irracional. Não permita que não faça, nem tampouco que esqueça, porque, por aqui, jamais voltarei a passar”. Amigos todos, este é o momento que não podemos deixar passar. E este mês de janeiro, dedicado à Conscientização Rotária, é o adequado para que pensemos sobre nossas responsabilidades em prol dos nossos ideais, tornandoos uma realidade. BRASIL ROTÁRIO

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O recordista de convenções Ele já esteve em muitas convenções internacionais do Rotary e de todas tirou uma lição, guardou alguma lembrança. Nesse sentido, provavelmente não há quem se compare a ele no Brasil. Agerson Tabosa Pinto poderia se sentir realizado e não querer participar de mais nenhum evento rotário desse porte. Não é o que acontece: sócio do RC de Fortaleza-Alagadiço desde 1969, presidente 1975-76 do clube e governador 1984-85 do distrito 4490, Agerson se prepara para mais uma convenção: a de Birmingham. Carlos Henrique de Carvalho Fróes* Qual a primeira convenção internacional do Rotary a que você compareceu? Qual sua melhor lembrança dela? A de 1981, em São Paulo. E a melhor lembrança que tenho dela foi o carinho com que nos receberam os companheiros do RC de São Paulo-Santa Cecília. É que tempos antes uma delegação de rotarianos deste clube tinha estado em excursão em Fortaleza, e receberam atenções do RC de Fortaleza-Alagadiço. Como retribuição, nove rotarianos do Alagadiço que participaram daquela convenção ficaram hospedados em residências de companheiros do Santa Cecília. De quantas convenções você participou e quais foram? Foram 23 convenções. Além daquela de São Paulo, estive na de Birmingham, Inglaterra, em 1984, na de Kansas City, em 1985, na da Filadélfia, em 1988, na de Portland, em 1990 – todas elas nos EUA –, na da Cidade do México, em 1991, na de Orlando, EUA, em 1992, na de Melbourne, Austrália, em 1993, na de Taipé, Taiwan, em 1994, na de Nice, França, em 1995, na de Calgary, Canadá, em 1996, na de Glasgow, Escócia, em 1997, na de Indianápolis, EUA, em 1998, na de Cingapura, em 1999, na de Buenos Aires, Argentina, em 2000, na de San Antonio, EUA, em 2001, na de Barcelona, Espanha, em 2002, na de Brisbane, Austrália, em 2003, na de Osaka, Japão, em 2004, na de Chicago, EUA, em 8

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O EGD 1984-85 Agerson Tabosa Pinto

2005, na de Copenhague, Dinamarca, em 2006, na de Salt Lake City, EUA, em 2007, e, finalmente, na de Los Angeles, EUA, em 2008. Alguém no Brasil o supera neste número? Certeza não tenho, mas acho que não. Foram tantas convenções que a pergunta é obrigatória: quais foram os momentos inesquecíveis? O primeiro que me vem é a celebração antecipada da vitória do programa Polio Plus, na convenção da Filadélfia, em 1988. Foi anunciada a arrecadação de US$ 130 milhões no primeiro ano de campanha, importância superior à necessária para o início do programa. A audição, na convenção de 1991, no México, de O Americano em Paris, de Gershwin, por uma orquestra brasileira de Santos foi outro desses momentos. Como também a apresentação do pianista francês Richard Clayderman, na abertura da convenção de Nice (1995). Na home hospitality da Conven-

ção de Cingapura, em 1999, meu anfitrião foi um rotariano francês, residente em Kuala Lumpur, Malásia. Passamos momentos maravilhosos em sua residência. Lembro-me também da participação de Mikhail Gorbatchov, na Convenção de Barcelona, em 2002. Ele falou dos últimos acontecimentos políticos de seu país, que estavam tendo grande repercussão internacional. Bem, não posso me esquecer da partida de basquete Lakers versus Celtics, durante a série final da NBA de 2007-2008, quando eu estava em Los Angeles, por ocasião da convenção rotária de 2008. O jogo aconteceu à noite, no dia 12 de junho. O estádio do Lakers, local da partida, fica na avenida Figueroa, entre o centro de convenções e o hotel onde estava hospedado. O ingresso do jogo foi mais caro do que a inscrição da convenção, mas valeu. Quais os benefícios que você tirou da participação em tantas convenções? Bem, entre os diversos benefícios, eu destacaria ter aprendido muito sobre o Rotary, ter feito companheirismo internacional e ter conhecido países e costumes diferentes, algo particularmente interessante para mim, que sou professor universitário. Outra lembrança gratificante: quando o mexicano Carlos Canseco era presidente do RI, durante o período rotário 1984-85, encontrei diversos colegas governadores na Convenção de Kansas City.


No que se refere ao companheirismo internacional, por exemplo, há um programa chamado home hospitality, voltado especialmente para essa tarefa. Tratase de uma recepção ao companheiro visitante, feita pelo rotariano nativo, em geral em sua residência.

Fotos: Acervo pessoal

O EVENTO é sempre uma oportunidade de conhecer outras culturas e fazer amigos por todo o mundo

Você pretende comparecer à Convenção de Birmingham em junho deste ano? Já estou inscrito e tenho hotel reservado. Você esteve na primeira convenção realizada em Birmingham, em 1984. O que ressaltaria na cidade? Aquela foi a convenção do ano de minha governadoria. Da cidade, não tenho nada a destacar. O centro de convenção não é da cidade, é do país. Chama-se Centro Nacional, com instalações amplas e excelentes, com capacidade para várias convenções simultâneas. Birmingham fica a uma hora de Londres, de trem. O espaço dedicado ao companheirismo, chamado house of friendship, com suas promoções, foi o ponto alto daquele evento. Qual o recado que você gostaria de transmitir aos rotarianos brasileiros, através da nossa revista? Acho que a Convenção do RI é tão importante para o clube rotário e para o rotariano que cada presidente de clube, como uma importante forma de representá-lo e divulgá-lo, deveria se comprometer a participar do evento. Se ele não puder viajar, deveria conseguir um companheiro de clube para fazê-lo; se isso não for possível, deveria delegar a um companheiro de outro clube a representação do seu. Na volta, o participante faria um relatório do que presenciou para os companheiros do clube ou para os companheiros dos clubes representados.

CONVENÇÃO DE San Antonio, no Texas: o então presidente do RI Frank Devlyn entre Hirochi Shimuta, do RC de São PauloAeroporto, e o entrevistado

O CASAL EGD José Antiório e Ana Lúcia acompanha Agerson e Maria à recepção aos Major Donors da Convenção de Salt Lake City

O CASAL Tabosa Pinto em programa de entretenimento na Convenção de Cingapura, em 1999

* O autor é presidente e editor da Brasil Rotário, EGD e sócio do RC do Rio de Janeiro, RJ (D.4570). BRASIL ROTÁRIO

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Em cima do fato ○

O Rotary unido por Santa Catarina As fortes chuvas que caíram sobre o estado no mês de novembro atingiram os distritos 4650 e 4651. Nesta reportagem, contamos como a Família Rotária brasileira se uniu para reagir à tragédia numa mobilização histórica em favor dos desabrigados. Nuno Virgílio Neto*

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oite de domingo, 23 de novembro de 2008. Com o aumento das chuvas que há dois meses não dão tréguas à cidade de Gaspar, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, Rogério começa a pensar no pior dentro da casa já às escuras. Na companhia da mulher, Mara, e da filha Fernanda, de 5 anos, Rogério acompanha num rádio de pilha as primeiras notícias sobre aqueles que serão os momentos mais difíceis da história de seu estado. Alguns dias depois das horas de angústia descritas no parágrafo acima, Rogério conta à Brasil Rotário que nunca testemunhou nada parecido com aquilo em seus 33 anos de vida. “Vi famílias que foram dormir com um patrimônio de R$ 2 milhões e acordaram apenas com a roupa do corpo”, diz. Presidente eleito do Rotary Club de Gaspar, Rogério Alves de Andrade recebeu no dia 25 de novembro uma ligação de Valdir Celso Fiedler, o governador do distrito 4650, o mais atingido pelas chuvas que arrasaram Santa Catarina. Valdir queria saber como estava a situação na região. “Ele foi a primeira pessoa a nos procurar oferecendo ajuda”, recorda 10

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Rogério, afirmando que somente o poder público, por mais que se esforçasse, não teria condições de reagir à sucessão de deslizamentos e cheias que destruíram diversas localidades em Gaspar, fazendo com que morros e encostas sumissem do mapa, e matando pelo menos 12 pessoas. Ao saber dos problemas na região (onde também ficam os municípios de Ilhota e Luis Alves, igualmente castigados), Valdir Fiedler decidiu coordenar juntamente com Rogério e outros rotarianos de Gaspar uma rede de voluntários com a missão de socorrer as vítimas e manter a cidade viva até onde fosse possível. A primeira ini-

ciativa de Rogério foi garantir o funcionamento da emissora de rádio local, levando para lá um dos geradores de energia que mantêm sua empresa, uma indústria que produz placas e estruturas metálicas. Com a cidade destruída e às escuras, deixar os moradores isolados e sem informação significava tirar deles as últimas esperanças. Em alguns locais, famílias inteiras passaram dias queimando pneus no alto dos morros para chamar a atenção dos helicópteros de resgate. “Vivemos aqui um verdadeiro cenário de guerra. Alguns moradores das áreas mais isoladas, muitos deles alemães e italianos que vieram para cá depois da Segunda Guerra, chegaram a acreditar que um novo conflito havia começado”, conta Rogério. Terra devastada Com o agravamento da situação, o governador Valdir Fiedler e a mulher dele, Dulce, decidiram ir pessoalmente a Gaspar. Em jornadas de trabalho que chegaram a durar 18 horas, os dois se


AUTOMÓVEL ARRASTADO por deslizamento de terra, Porto de Itajaí fechado, móveis destruídos pela enchente, cidades inundadas: chuvas de novembro levaram mortes e prejuízos à Santa Catarina, que agora trabalha para se reerguer da pior tragédia de sua história

uniram ao exército de voluntários da cidade para encontrar desaparecidos e dar abrigo, comida e remédios aos sobreviventes. Enquanto tenta descansar do trabalho num hotel de Gaspar, falando à reportagem da Brasil Rotário pelo telefone, Dulce se emociona ao narrar a cena dos corpos já sem vida sendo retirados da lama, para desespero dos familiares, e de como, na corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes sob os escombros, com a cidade ainda às escuras, os voluntários recolhem as velas do cemitério local para iluminar o trabalho de pás e picaretas. Meses antes, Dulce e o marido pensaram nos desafios que poderiam enfrentar em seu ano à frente do distrito 4650, mas nada perto daquilo lhes passou pela cabeça. A 116 quilômetros dali, em Florianópolis, Miriam Wojcikiewicz Caldas vivia uma angústia semelhante à de seus companheiros em Gaspar. No distrito governado por ela, o 4651, cidades como Brusque e Camboriú decretavam estado de calamidade pública. Em Itajaí, fincada na foz do rio Itajaí-Açu, que em alguns trechos subiu assustadores 10 metros, 90% da cidade estavam sob as águas. Conversando por telefone no meio daquele caos, Miriam e Valdir chegavam a uma conclusão: era preciso pedir ajuda e agir de maneira coordenada, unindo esforços e apelando por socorro aos outros 36 distritos rotários brasileiros. No entanto, mesmo antes de emitirem seu pedido de socorro, uma onda de ajuda começou a se formar por Santa Catarina, numa mobilização que Miriam, Valdir e

Com a cidade destruída e às escuras, deixar os moradores isolados e sem informação significava tirar deles as últimas esperanças outros rotarianos jamais conseguirão esquecer. Reação em cadeia “O retorno que recebemos de todos os governadores distritais, Rotary Clubs, rotarianos, rotaractianos, interactianos e integrantes dos Rotakids e das Casas da Amizade de todo o Brasil, e até do exterior, demonstra a força desse exército de homens de bem pertencentes a essa organização chamada Rotary International”, diz o governador Valdir Fiedler, que não esquece de destacar o trabalho de outras entidades, ONGs, clubes de serviço e demais voluntários na emocionante reação de solidariedade demonstrada diante da tragédia em Santa Catarina. “Tenho orgulho de ser brasileiro e posso dizer nesta hora de dor e de tristeza pela qual temos passado: nosso povo é fantástico e solidário”. A governadora Miriam também dá seu testemunho: “Em determinado momento, recebemos a notícia de que a cidade de Blumenau precisava de 400 mamadeiras. Através dos grupos de contato do distrito, lançamos um desafio para consegui-las”. O resultado do apelo: em menos de 24 horas, 542 mamadeiras foram arrecadadas e encaminhadas aos abrigos. “Nós recebemos mensagens de clubes de todo o Brasil, informan-

do que estavam enviando caminhões com donativos para Santa Catarina. E quando eu digo ‘todo o Brasil’, não estou exagerando”, diz Carlos Afonso, supervisor do Rotary International Brazil Office, em São Paulo, e responsável por apoiar o trabalho dos clubes e distritos brasileiros. Ele explica que vários distritos divulgaram em seus websites e cartas mensais as necessidades dos desabrigados em Santa Catarina. A Brasil Rotário fez o mesmo em seu site. Desta forma, os clubes puderam se organizar melhor e remeter os gêneros de primeira necessidade, como água, remédios e produtos de higiene pessoal. Em diversas cidades, de norte a sul do país, os rotarianos montaram pontos de coleta de donativos, disponibilizando galpões para o armazenamento das doações. Ainda não se tem um balanço exato do que foi arrecadado e enviado aos catarinenses, mas já podemos afirmar que há muito tempo os rotarianos não se envolviam tanto com uma causa. “Nosso escritório recebeu contatos de empresários oferecendo carretas para fazer o transporte das doações até Santa Catarina, sem nenhum custo”, conta Carlos Afonso. “Isso sem falar nas doações em dinheiro que foram feitas por rotarianos, por não-rotarianos e BRASIL ROTÁRIO

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COMPANHEIROS DO Rotary Club de Pompéia, em São Paulo, e as doações enviadas à Santa Catarina

também por empresas sensibilizadas com a situação dos desabrigados”. Somente o Citi Esperança, do grupo bancário Citigroup, doou para o distrito 4650 a quantia de R$ 40.000,00. Entre as manifestações de ajuda recebidas do exterior, Santa Catarina foi visitada por uma equipe da ShelterBox, um projeto internacional criado e coordenado pelo Rotary Club de Helston-Lizard, hoje com o apoio do Rotary International, e que é responsável pela distribuição de kits de sobrevivência em áreas atingidas por tragédias como terremotos e furacões. Desde 2001, a ShelterBox socorreu mais de 700.000 pessoas em cerca de 50 países. Os observadores ingleses que estiveram em Santa Catarina ficaram impressionados com a devastação provocada pelas chuvas. No entanto, a generosa resposta que os brasileiros deram ao pedido de socorro dos catarinenses acabou tornando desnecessário o envio dos kits da ShelterBox.

A medida perfeita Diante de uma das piores tragédias climáticas da história do país, que arrasou quase 50 cidades, matando cerca de 130 pessoas, desalojando mais de 50.000 e deixando outras 28.000 desabrigadas, a Família Rotária brasileira provou mais uma vez sua força e o quanto pode realizar quando trabalha unida. Sozinhos, Rogério, Valdir, Dulce, Miriam e os tantos outros personagens ocultos desta matéria (aqueles que arregaçaram as mangas nas entrelinhas deste texto) sabem que realizariam bem menos do que foram capazes a partir do momento em que juntaram suas mãos e corações. E é justamente aí, nessa incrível capacidade de reunir seus esforços, que os rotarianos ampliam suas possibilidades e conseguem mudar os rumos da realidade, mesmo as trágicas, como em Santa Catarina. Foi assim com a idéia pioneira de Paul Harris, que levou à fundação do Rotary há quase 104 anos; com a

INTEGRANTES DA Casa da Amizade de Balneário Camboriú embalando as barras de cereal doadas pela empresa Nutrimental, de Curitiba, e que posteriormente foram repassadas às vítimas da enchente

expansão dos clubes ao redor do mundo. Tem sido assim na luta dos rotarianos contra a poliomielite e será assim na tarefa de reconstruirmos nossa bela e Santa Catarina. Se os rotarianos têm superado esses enormes desafios de maneira tão engajada, eles também podem vencer outros obstáculos que fazem parte do cotidiano de seus clubes e comunidades para que tenhamos um Rotary mais forte, um Brasil mais justo e um mundo de mais entendimento e tolerância. Pois é justamente nessas horas difíceis que conhecemos a perfeita medida de nossa coragem – e o quanto estamos dispostos a desafiar os problemas do presente para construir um futuro que valha a pena. * O autor é jornalista e redator da Brasil Rotário. Agradecimentos: EGD Fernando Quintella, coordenador para a América Latina do Comitê de Imagem Pública do Rotary.

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Jovens também fizeram sua parte A mobilização dos rotarianos para ajudar as vítimas das chuvas em Santa Catarina ganhou um enorme reforço: a participação dos rotaractianos e interactianos, que em todo o país arrecadaram alimentos, roupas, remédios e dinheiro. No caso deles, a internet foi um aliado fundamental para a troca de informações sobre as regiões atingidas e a articulação das campanhas de doação. Um bom exemplo disso foi dado por Guilherme Heinemann Gassenferth, integrante do Rotaract Club de Manchester de Joinville (D.4650). No final de semana dos dias 22 e 23 de novembro, ao per12

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ceber que a situação no estado estava saindo de controle, Guilherme (que é diretor da OMIR-Brasil e responsável pelos três distritos de Santa Catarina junto à entidade) enviou um e-mail à lista nacional de Rotaract e Interact Clubs e aos presidentes dos clubes rotários catarinenses, pedindo que eles se preparassem para dar o exemplo, mobilizando-se e trabalhando para amenizar as conseqüências da catástrofe. Em 24 horas, a mensagem de Guilherme extrapolou as fronteiras rotárias, sendo encaminhada a várias listas de e-mail. “Já na segundafeira, dia 24, as pessoas me escrevi-

am e ligavam para o meu celular”, conta Guilherme. “Foram algumas centenas de contatos feitos a partir de 16 diferentes estados do Brasil, e até de Portugal. Eu jamais vi tamanha mobilização em cinco anos e meio de vivência no Rotary”, diz Guilherme. “Acredito que isso tenha sido providencial para a união de alguns distritos, bem como aqui em Santa Catarina. Em parceria com clubes rotários, o Rotaract e o Interact de todo o país viveram momentos ímpares de solidariedade. Nunca tive tanto orgulho de pertencer a essa família chamada Rotary como agora”.


GROTARACTIANOS

DA região de Limeira, em São Paulo, e as doações arrecadadas com a ajuda de rotarianos e jovens da Ordem DeMolay. Na outra foto, caminhão carregado com as mais de duas toneladas de alimentos reunidas pelo Interact Club de Mamborê, do Paraná

Como você pode ajudar Em 2009, a principal tarefa dos rotarianos de Santa Catarina será ajudar a reconstruir o estado. Em alguns casos, são comunidades inteiras que precisam ser reerguidas. Para que esse trabalho aconteça, daqui em diante será muito importante que eles obtenham recursos financeiros para viabilizar essas ações. Você pode colaborar fazendo doações de qualquer valor nas contas bancárias disponibilizadas para esse fim pelos distritos 4650 e 4651– e tendo a certeza de que esses recursos serão inteiramente aplicados em benefício das vítimas das chuvas. I

Distrito 4650 Associação de Rotary Clubs do Distrito 4650 do Rotary International Banco do Brasil (001) Agência: 095-7 Conta corrente: 18309-1 CNPJ: 06354308/0001-11 Distrito 4651 RC de Itajaí-Porta do Vale Banco do Brasil (001) Agência: 0305-0 Conta corrente: 6815-2 CNPJ: 76704576/0001-00

Muito obrigado “Companheiros rotarianos e Família Rotária: neste momento em

que nossa Santa e Bela Catarina ainda está respingada pela lama de seus morros e cerros, minha família e eu queremos agradecer a todos, de forma indistinta, pelo amor, carinho e amparo que recebemos. Se criticarmos a emoção no administrar desta grande tragédia, estaremos sendo desonestos com nossa razão. Jamais me esquecerei dos sonhos que Dulce e eu tínhamos para nosso ano de governadoria. Sonhos que todo governador traça ao se preparar para administrar um distrito rotário. Os sonhos do distrito 4650 certamente serão alterados pelas conseqüências da tragédia que vivemos em Santa Catarina. Nossas metas de apoiar as necessidades de amparo à humanidade estão diante de nossos olhos neste momento, e ao alcance de nossas mãos. Dulce e eu havíamos tomado a decisão de sermos voluntários do mundo ao retornarmos da Assembléia Internacional de San Diego, pois ficamos extremamente sensibilizados com os relatos do presidente D. K. Lee a respeito das crianças que sofrem ao redor do planeta. Pois bem: Deus, que tudo arquiteta no universo, desenhou a possibilidade de servirmos e de sermos ponte para que outros tantos rotarianos praticassem essa tarefa bem aqui na porta de entrada de nossas casas. Jamais teríamos chegado a resultados tão expressivos de ajuda sem a participação de todos vocês”. Trechos de uma mensagem do casal governador do distrito 4650, Valdir Fiedler e Dulce

A esperança está presente “Fomos até Itajaí e tivemos a oportunidade de ver pessoalmente a

destruição daquela cidade. As imagens que recebemos por e-mail e as notícias que têm sido veiculadas na TV e nos jornais não expressam a dura realidade que vimos. As calçadas estão cobertas da história de cada família, de cada morador. Seus pertences, conseguidos com o suor de seus rostos, com o empenho de cada membro da família, estão espalhados em frente às casas, mostrando a dura realidade que cada um vai ter que enfrentar. Mas a esperança está presente. Se sente isso no olhar de cada um e de todos. A necessidade momentânea demonstra que a força, a firmeza e a bravura de um povo serão resgatadas. A solidariedade está fazendo a diferença. Nós podemos ajudar, nós podemos fazer nossa escolha. E a nossa escolha poderá definir o resgate de um sonho”. Trechos de e-mail da governadora do distrito 4651, Miriam Marta Wojcikiewicz Caldas BRASIL ROTÁRIO

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Luiz Carlos Dias*

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que se segue não tem como finalidade motivar clubes ou companheiros para que trabalhem pelo desenvolvimento do quadro social. Pretendo sim oferecer algumas condições para que venham a se sentir motivados. Digo isso porque entendo que ninguém, por si só, motiva ninguém. Creio que seja o próprio indivíduo, ou instituição, quem se auto-motiva para enfrentar desafios constantes. Motivar é ter motivos. Ter motivos para trabalhar, para se comprometer, para querer vencer, para querer aprender, para se dedicar àquilo que faz, para prestar serviços voluntários, para seguir a filosofia rotária. 14

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É tão simples assim? Já ouvi muitas palestras de rotarianos, dos mais diversos níveis administrativos do Rotary, sobre desenvolvimento do quadro social. As teclas tocadas sempre foram as mesmas, ou ainda o são: convite a novos sócios, retenção de sócios, aumento do número de clubes, e por aí vai. As palestras sempre me chamavam atenção, tanto na forma, quanto no conteúdo da abordagem, porque ficava a me perguntar: é tão simples assim? Então, por que o Rotary não consegue aumentar seu quadro associativo, se é tão fácil admitir novos sócios? Vez por outra ouvia um companheiro dizer: “Ah, o Fulano entrou e saiu logo do Rotary porque os companheiros não lhe deram atenção e ele se sentiu perdido.” Ou então: “Nos dias de hoje, a situação econômica está muito difícil;

não estamos nos anos 60, e as contribuições obrigatórias estão muito elevadas.” Seriam estas as boas desculpas para justificar a saída do companheiro que acabara de chegar. Voltava, então, a me perguntar: Será que a instrução rotária que foi dada abordou com cuidado o que é o Rotary, o que é ser rotariano e o que é esperado de um rotariano? Será que foi passado para o companheiro quais compromissos ele estaria assumindo para com a organização? O tempo foi passando, as perguntas que me fazia foram aumentando, até que cheguei a governador assistente. Foi a oportunidade que tive para começar a entender um pouco melhor o que vinha acontecendo, uma vez que passei a conhecer um maior número de clubes – além daqueles da minha área de responsabilidade –, um


co-participantes em um programa de “profissionalização” da nossa instituição. Quero eu entender que com a implantação do Plano de Liderança Distrital (PLD) e do Plano de Liderança de Clubes (PLC), o que o Rotary buscou para si foi uma administração com princípios empresariais. Se viermos a pensar nossa instituição mais profissionalizada, precisaremos nos voltar para o pensamento empresarial com o qual muitos de nós estamos acostumados a viver, por razões de sobrevivência, posto que empresários somos, muitos de nós, de grande sucesso.

maior número de companheiros e conversar mais sobre o Rotary fora da minha região. Veio a primeira conclusão: o assunto desenvolvimento do quadro social não é uma dificuldade só do distrito 4570.

Zona do conforto De todos os dados colhidos ao longo de minha pesquisa sobre o tema, um me chamou a atenção. Encontreio em palestra proferida pelo EGD Fernandes Luiz Andreatta, companheiro do RC de Chapecó-Leste, SC (D.4740), durante o Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social do distrito 4700, acontecido em agosto de 2007. Destacava ele “que o Rotary deve ser conduzido como uma empresa, onde os presidentes são os gerentes e os demais rotarianos são os colaboradores e também os clientes”.

Dizia ainda: “É preciso agir com qualidade e inovação para que os companheiros sintam vontade de participar e passem sua mensagem adiante”. E continuava: “Para que se atinjam as medidas, também é necessário que os rotarianos tenham determinação e coragem para sair da ‘zona do conforto’ e assumir definitivamente a missão de melhorar tanto a sua vida como de seus semelhantes”. As colocações acima se contrapuseram ao que até então eu vinha ouvindo no meio rotário. Concluí que a grande preocupação no Rotary, nos tempos em que vivemos, parece ser o “desenvolvimento do quadro social”, fruto de uma conjunção de qualidade de associados, companheiros motivados, comprometimento de cada um com a causa abraçada, tornando cada um de nós, e todos nós,

Pesquisa de mercado Minha preocupação com o futuro do Rotary se torna maior quando ouço falar em aumento do quadro social utilizando como instrumento “facilitador” a abertura de novos clubes. Para mim este é um dos pontos mais delicados quando abordamos o tema. Por quê? Porque minha visão do Rotary é a de uma instituição que tem missão, objetivos, programas e projetos, da mesma forma que os tem uma empresa. Daí vem mais uma pergunta: qual seria a empresa que aumentaria seu quadro funcional, ou sua área de atuação, com a abertura de filiais, ou representação geográfica, sem uma cuidadosa e criteriosa pesquisa de mercado, sem uma elaborada pesquisa demográfica, sem conhecer demandas para seus produtos ou serviços? Sem conhecer, em última análise, a capacidade de seus concorrentes no mercado onde se propõe a atuar? Fica aqui um alerta.

“Vez por outra ouvia um companheiro dizer: ‘Ah, o Fulano entrou e saiu logo do Rotary porque os companheiros não lhe deram atenção e ele se sentiu perdido’” BRASIL ROTÁRIO

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Pergunto mais: qual empresa, no mundo, estaria preocupada em aumentar seu número de empregados, sem antes avaliar o que os empregados existentes estão produzindo para a empresa, ou como estão produzindo e com que qualidade? Calma, não estou sendo radical a ponto de sugerir demissão de associados dos Rotary Clubs. Alerto, sim, para uma conduta tal como encontrada na maior parte das empresas: se o quadro de colaboradores não está atendendo às necessidades e demandas da organização e do mercado, é urgente uma análise cuidadosa da capacitação de cada um. Constatado que os conhecimentos e objetivos pessoais não atendem os interesses totais da organização, que seja desenvolvido um programa de reciclagem visando à capacitação de seus colaboradores. Um programa objetivo, intenso em seu conteúdo, com metas claras para alcançar o resultado esperado pela organização. Entendo que assim deve ser no Rotary. Devemos, sim, nos preocupar todos com um intenso programa de capacitação para os rotarianos, a fim de que possam melhor atender os objetivos da instituição e das comunidades. Para ajudar todo esse processo de capacitação, o Rotary possui um imenso acervo de documentos que se destinam a regular e normalizar procedimentos, oferecendo condições aos associados para que se tornem aptos para a organização. Com o advento do PLD e do PLC, alguns manuais rotários mudaram para atender a uma nova visão proposta. No que se refere ao panorama associativo do Rotary, encontramos o excelente Manual da Comissão de Desenvolvimento do Quadro Social, que todos os clubes e presidentes da respectiva comissão recebem a cada período. Na introdução da obra encontramos, em destaque: “Este manual foi elaborado para ajudar o presidente da comissão de desenvolvimento do quadro social a estabelecer metas e compreender suas atribuições. Rotary Clubs eficazes: I Ampliam e/ou mantêm estável seu quadro social; I Implementam projetos que atendem necessidades de comunidades locais e internacionais; I Apóiam a Fundação Rotária através 16

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“Há muitos lugares onde o número de rotarianos está diminuindo ou a faixa etária dos sócios vem aumentando, duas tendências que devem ser revertidas” da participação em programas e contribuições financeiras; I Formam líderes capazes de servir o Rotary além do âmbito do clube”. E diz mais: “Ao presidente de comissão de desenvolvimento do quadro social é aconselhável que leia este manual antes da assembléia distrital, para familiarizar-se com suas atribuições e responsabilidades, e que o use como referência durante o evento. Na assembléia distrital, líderes de clube, inclusive presidentes de comissão, deverão discutir suas atribuições e responsabilidades, definir metas anuais e estabelecer um sistema de trabalho para o ano seguinte”. Fica a pergunta: qual presidente de comissão se dá ao trabalho de procurar implementar o que está proposto apenas na introdução do manual? E lembro mais: não é um manual dos mais extensos. Tem apenas 28 páginas. Vejo, assim, que minha visão sobre o assunto não deve estar tão equivocada. DQS é muito mais do que aumento do quadro associativo e do número de clubes. Em minha avaliação, quem acompanha o desenvolvimento das atividades rotárias e dos seus associados percebe que todo esforço e investimento aplicado pelo Rotary na produção de farta documentação de apoio tem

apresentado resultados pouco alentadores. Os rotarianos, comumente, não se dedicam: não se dão ao trabalho de pesquisar, ler, interpretar, debater assuntos de alta relevância para a instituição. Até posso entender as razões subjacentes. A maioria dos associados é constituída de profissionais ainda em atividade, que precisam se dedicar ao dia-a-dia de suas organizações, sob pena de sucumbir no turbilhão das mudanças do mundo atual. No entanto, não podemos nos esquecer que todos os rotarianos são voluntários e, segundo essa condição, foram convidados e admitidos no Rotary. Inicialmente, deveriam ter sido esclarecidos por seus futuros padrinhos e por seus futuros companheiros sobre a dinâmica da instituição. Além de tudo, ainda vemos companheiros mais antigos transferindo para os mais novos conhecimentos sobre o Rotary muitas vezes já ultrapassados. Rotarianos precisam entender que o mundo vive de paradigmas. E eles mudam com uma velocidade espantosa. O que foi uma verdade insofismável, hoje, com certeza, não mais o é. Exemplos não faltam.

Mudança de paradigmas Tenho visto nos últimos anos, notadamente a partir de 1998, que o Rotary International tem se dedicado a buscar a inserção de distritos e clubes em um contexto mais dinâmico, compatível com as atividades do mundo moderno. Assim apareceram o PLD, o PLC e a exposição do Rotary para além de seus muros, como as iniciativas de difusão de sua imagem pública. Muito tem se falado sobre as novas posturas propostas. Ouço opiniões favoráveis e outras não. Os paradigmas estabelecidos devem ser mantidos, mesmo com todas as mudanças ao nosso redor? Há que se ter cuidado. O mundo moderno é altamente competitivo e não admite mais exageros administrativo-conservadores. O tempo que vivemos é de mudanças: mudanças de atitudes, mudanças de comportamento, mudanças na forma de absorver conhecimento, mudanças, mudanças, mudanças. Sempre que tenho oportunidade, gosto de lembrar que a mudança de paradigmas deve ser o grande norteador de nossa conduta, seja pessoal, seja empresarial. Mas por quê? Porque os paradigmas que praticamos são fru-


to único e exclusivo de regras e procedimentos que adotamos ou praticamos ao longo de nossa existência. Cada um de nós desenvolve seus próprios modelos e os transforma em verdades absolutas. Nossas atividades no mundo moderno não mais permitem tais posicionamentos, sob pena de não evoluirmos como seres humanos, ou instituições. A mudança de paradigmas é fator fundamental em qualquer atividade. Por que não no Rotary?

Mas onde estará a dificuldade para quebrarmos paradigmas? Com toda certeza, está no fato de que, admitindo uma mudança, voltamos ao nível zero em nosso contexto social ou empresarial. O conhecimento adquirido retorna a zero. Não estamos preparados para tal. Vai aqui mais um aviso: precisamos estar sempre atentos para a verdade de que nosso conhecimento e sucesso passados não nos garantem nada no futuro.

A rrealidade ealidade em númer os números Os números de que dispomos são dignos de profunda observação. Os rotarianos – todos voluntários, empresários, líderes em suas regiões de atuação ou residência –, em todo o mundo, passaram de 1.213.748, em 1997, para 1.220.580, em 2008. Estamos estagnados na casa do 1,2 milhão de rotarianos há uma década. Pelas características intrínsecas dos rotarianos, temos em mãos um potencial de produção e produtividade de grande significado, capaz de ser transformado em extraordinário diferencial competitivo, se bem trabalhado e bem orientado. Por outro lado, acredito firmemente que o Rotary precisa renovar seus quadros, oferecendo condições à admissão de um público mais jovem e motivado pelas causas sociais. Se não, vejamos um retrato de uma situação bem recente: Pesquisa demográfica do RI, em 2006, nos mostra que, mundialmente, a faixa etária com maior número de associados é a que vai de 50 a 59 anos; 53% dos sócios de Rotary têm de 40 a 59 anos de idade; os sócios com 49 anos de idade ou menos representam cerca de 34% do total de associados, em todo o mundo.

Mas, pasmem, a instituição tem 36% de seus associados na faixa etária acima de 60 anos de idade, e somente 1% abaixo de 30 anos. Como renovar as idéias e ressuscitar os ideais de Paul Harris de forma compatível com os dias em que vivemos? Acredito que só com maior participação de associados jovens. Nunca, como hoje, a “luta pela sobrevivência” pareceu ser a tônica que afeta ou atinge os profissionais, principalmente os mais jovens e os que estão se iniciando nas suas carreiras ou negócios. Quase sempre os jovens estão envolvidos em mais de uma atividade, procurando alternativas diversas para alcançarem uma vida mais segura e estável. Resulta disso um problema de ordem financeira, pouco relacionado com a mensalidade rotária em si, mas vinculado à necessidade de aumentar o tempo necessário para se atingir um nível de remuneração ou ganho mensal considerado mínimo ou ideal pelo indivíduo. Com isso, vemos uma natural tendência da redução do espírito de solidariedade e desprendimento, que são as faces visíveis do nosso lema Dar de Si Antes de Pensar em Si. Assim, nosso ideal permanece só na idéia.

Ações que deram certo Algumas iniciativas têm sido adotadas pelo mundo, e me parece que a mais bem-sucedida é a Escola Rotary de Instrução Continuada, conhecida pela sigla STAR, em inglês, de Special Training About Rotary, que surgiu em 1976, no RC de El Passo, no Texas, EUA. Desde então tem se mostrado um valioso instrumento de informação rotária, de fortalecimento do companheirismo e, principalmente, de treinamento e capacitação dos rotarianos. O sucesso da Escola tem sido tão importante para o crescimento e estabilização do quadro social que o Conselho Diretor do RI, sensibilizado com os resultados obtidos, introduziu a STAR no Plano Estratégico de 1997, onde estavam contemplados também o PLD e PLC. Destacamos a quinta meta desse plano estratégico: melhorar a capacitação e o treinamento em todos os níveis. Pois o intuito desse conselho é aprimorar o desempenho dos rotarianos para as funções e necessidades de nossa organização, a fim de que a doutrina do Rotary seja absorvida, entendida e, principalmente, praticada na forma de ações. Emendas foram igualmente aprovadas pelo Conselho de Legislação com vistas a facilitar o aumento do

quadro associativo. Uma delas, 07-329, altera os dispositivos para as qualificações dos sócios, de modo a incentivar os clubes a recrutar líderes que tenham demonstrado compromisso com o servir e com o objetivo do Rotary, de envolvimento com a comunidade. Outra emenda, 07-57, determina que devam ser considerados para o quadro social os ex-participantes de programas da Fundação – membros de equipe de IGE e bolsistas em geral. A realização de seminários para líderes da região de atuação do clube, com a finalidade de apresentar o Rotary, deve ser um ponto a se considerar. Não que tais eventos sejam tratados como um convite para se associar, mas sim como um momento de esclarecimento sobre a organização, seus objetivos, programas, projetos e atividades. Aqueles líderes que venham a demonstrar interesse em conhecer mais sobre o mundo rotário poderão, então, ser convidados a participar de reuniões futuras para melhor avaliarem a organização e serem avaliados por ela como futuros companheiros. * O autor é sócio do RC do Rio de Janeiro-Ilha do Governador, RJ (D.4570) BRASIL ROTÁRIO

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Destaques do Conselho Diretor do RI A

segunda reunião do Conselho Diretor do RI em 2008-09 aconteceu entre 3 e 6 de novembro de 2008 em Evanston, Illinois, EUA. Na ocasião, foram examinados relatórios de 15 comissões e tomadas 102 decisões.

Quanto aos clubes e distritos Ficou constatado o sucesso das conferências presidenciais para o desenvolvimento do quadro associativo, acontecidas nos períodos rotários de 2007-08 e 2008-09. Graças ao importante papel que desempenharam para o apoio ao Plano Estratégico do RI, o Conselho reafirmou o seu apoio a conferências similares no futuro. Outro procedimento de destaque do Conselho foi alterar a declaração do RI sobre diversidade. Incluiu-se a seguinte afirmação: “Um clube que reflete a sua comunidade, no que se refere às classificações profissionais e de negócios, gênero, idade, religião e etnia, tem a chave para o futuro.” No esforço de aumentar a visibilidade do Rotary na internet, o Conselho recomendou que cada clube mantenha alguma forma de presença online, seja por meio dos seus próprios sites, ou através de sites de redes sociais, de blogs, ou de alguma outra mídia relacionada à rede. Quanto aos limites geográficos de um novo distrito, alterações não serão acolhidas até decorridos três anos da divulgação e estabelecimento dos mesmos, a menos que fique evidenciado efeito fortemente prejudicial para o Rotary naquela região. O Conselho incitou os governadores a criar comissões interpaíses entre países da África e de 18

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outros continentes. Também estimulou os governadores a incluir, nas suas publicações e homepages, informações acerca da iniciativa Reach Out to Africa (Dar a Mão à África). Administração e Finanças do RI O Conselho aprovou a escolha do presidente eleito John Kenny, de quatro rotarianos de destaque para ocupar a função de curadores da Fundação Rotária, a partir de 1º de julho. Eles são: Gustavo C. Gross, do RC de El Rímac, Peru; Lynn A. Hammond, do RC de Loveland, Colorado, EUA; Ashok M. Mahajan,

Um clube que reflete a sua comunidade, no que se refere às classificações profissionais e de negócios, gênero, idade, religião e etnia, tem a chave para o futuro do RC de Mulund Mah, Índia; e Wilfrid J. Wilkinson, do RC de Trenton, Ontário, Canadá. Foi restabelecida a reserva de ganhos sobre investimentos até seu nível máximo. A reserva cobre as despesas operacionais durante períodos em que os ganhos sobre investimentos situam-se abaixo do orçamento previsto. Além disso, a Comissão de Finanças do RI identificou diversas medidas de corte de custos, a serem consideradas quando da preparação do orçamento para o ano fiscal de 2009-10.

O Conselho acatou as contas e o relatório da auditoria relativos aos resultados do RI em 2007-08. Os resultados serão publicados juntamente com o relatório anual.

Programas, comunicações e premiações do RI O Conselho concordou em manter as relações de cooperação com a Dollywood Foundation, a Goodwill Industries International, a International Reading Association, a United Nations Population Fund, e a United States Agency for International Development (USAID). Estabeleceram-se normas e condutas para o coordenador distrital dos Grupos de Companheirismo do Rotary. Sua tarefa principal será estimular a participação nestes grupos, por meio da apresentação em reuniões dos clubes e conferências distritais, e da divulgação dos eventos de companheirismo nas cartas mensais, homepages e outras mídias eletrônicas. Foi reconhecido o Grupo de Ação Rotária da Diabetes. Para enfatizar o compromisso com altos padrões éticos, o Conselho solicitou ao secretário-geral a criação de uma publicação para promover o serviço profissional. Ela será embasada na Prova Quádrupla, na Declaração dos Rotarianos sobre os Negócios e Profissões, nas estratégias para a promoção de altos padrões éticos no local de trabalho e em idéias e exemplos de projetos de serviços profissionais. A publicação será distribuída por ocasião dos PETS. Ao constatar que o Plano Estratégico do RI indica aos clubes e distritos as Quatro Avenidas de Serviços como guia para possíveis projetos de serviços, e que o Plano de Visão Futura da Fundação Rotária


Cortesia: RI

I O Conselho Diretor 2008-09 do RI – sentados, a partir da esquerda: o tesoureiro Bernard L. Rosen (Bélgica), o presidente eleito John Kenny (Escócia), o atual presidente Dong-Kurn Lee (Coréia do Sul), o vice-presidente Monty J. Audenart (Canadá), Paul A. Netzel (EUA). De pé, também a partir da esquerda: Michael J. Johns (EUA), José Alfredo Sepúlveda (México), Michael Colasurdo, Sr. (EUA), Eric E. Lacoste Adamson (EUA), Catherine Noyer-Riveau (França), Themístocles A. C. Pinho (Brasil), Jackson San-Lien Hsieh (Taiwan), R. Gordon R. McInally (Escócia), Philip J. Silvers (EUA), Thomas A. Branum, Sr. (EUA), John M. Lawrence (Austrália), Ashok M. Mahajan (Índia), Lars-Olof Fredriksson (Finlândia), Kazuhiko Ozawa (Japão), e o secretário-geral Edwin H. Futa (EUA)

concentra-se em seis áreas, o Conselho decidiu eliminar o Menu de Oportunidades de Serviços, que vigora desde 1999. O Conselho selecionou 145 recebedores do Prêmio Dar de Si Antes de Pensar em Si para 2008-09, que recompensa os serviços humanitários prestados em base contínua por rotarianos que, de outra forma, permaneceriam desconhecidos. Seus nomes serão anunciados no final do ano rotário. O Conselho corrigiu sua política, de forma a ter somente um recebedor por distrito. Foi alocada a importância de US$ 2 milhões para subsídios de relações públicas em 2009-10. Os subsídios permitem a inserção de publicidade nas comu-

nidades locais utilizando-se televisão, rádios públicas, outdoors, banners, impressos e suplementos

Foi alocada a importância de US$ 2 milhões para subsídios de relações públicas em 2009-10. Os subsídios permitem a inserção de publicidade nas comunidades de jornais. Os formulários para subsídios estarão disponíveis aos governadores-eleitos a partir deste mês.

Reuniões internacionais O Conselho examinou e aprovou os planos para a Conferência Internacional do RI em 2010 (Montreal, Canadá), incluindo os respectivos logo, tema, programação preliminar, taxas de inscrição e orçamento. Examinou com interesse a possibilidade de realizar a Conferência de 2015 em Houston, Phoenix – ambas cidades norteamericanas – ou em São Paulo (conforme a Brasil Rotário noticiou na edição passada). O Conselho também reviu a sua política de tradução simultânea das convenções, no sentido de requerer que todas as convenções ofereçam tradução simultânea para o francês, japonês, coreano, português, espanhol, ou qualquer idioma adicional apropriado ao país anfitrião. BRASIL ROTÁRIO

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Arte A.Santos-fotos: SXC

L Deficientes, talentosos e afetivos A história de um adolescente que enfrenta as limitações com amor-próprio e perseverança Alfredo Castro Neto*

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ucas é um rapaz de 17 anos, extremamente comunicativo, extrovertido e afetuoso. Isso tudo é apoiado por uma boa competência lingüística. Sua desinibição social possibilita que ele se relacione muito bem até com as pessoas que não conhece. Seu sorriso é contagiante e cativante, mas seu rosto não é bonito. Ele tem cabeça pequena, testa ampla, olhos distanciados, base do nariz afundada, lábios grossos, queixo pequeno, pescoço alongado e ombros caídos. Contudo isso não o impede de se sentir bonito: “Essas espinhas estão me fazendo ficar feio!” Eu retruco: “Mas você está na adolescência e isto é comum nesta época”. Lucas estuda em escola especial. Ele tem problemas de aprendizado, dificuldade de raciocínio abstrato e déficit de habilidades espaciais. Seu coeficiente de inteligência é cerca de 35 pontos menor que o da média dos adolescentes da mesma faixa etária. Lucas adora cantar no coral da escola e dança as músicas do Michael Jackson. É um talentoso músico, mas não consegue executar as operações aritméticas mais simples. A melodia o acalma e torna-se uma necessidade física. “Ele gosta de aprender desde que não seja matemática!”, diz sua mãe. Lucas conversa animadamente com todos que


conhece, mas tende a ignorar os sinais que educadamente as pessoas transmitem para mudar o tema da conversa ou mesmo encerrar o diálogo. Ele é repetitivo e, às vezes, muito “chato”. Um dia Lucas foi aceito para trabalhar numa lanchonete fastfood, que empregava também adolescentes deficientes. Certa vez ele perguntou ao gerente o motivo de não ser escalado para fazer os hambúrgueres. “Você não pode trabalhar na cozinha porque tem deficiência e pode se queimar”, explicou o gerente. Lucas não se contentou com esta explicação e retrucou: “Mas se os eficientes se queimam, por que os deficientes não podem se queimar?” O diagnóstico Lucas é portador da Síndrome de Williams, que atinge um a cada 20 mil recém-nascidos. Esta síndrome não é hereditária ou causada por fatores ambientais ou psicossociais. Trata-se de uma desordem neurocomportamental congênita de natureza genética, que afeta várias áreas do desenvolvimento, entre as quais a do aprendizado e da coordenação motora. Há uma perda de partes dos genes localizados no cromossoma 7. Atualmente, existe uma técnica chamada Fish, que permite mostrar com razoável certeza, por meio de uma simples amostra de sangue, se um exemplar do cromossoma 7 está sem o gene da elastina e, portanto, se o indivíduo está sujeito à síndrome. A elastina é uma proteína que torna os tecidos flexíveis, e cuja ausência está na origem de vários distúrbios. São estes distúrbios os responsáveis por problemas comuns aos portadores da Síndrome de Williams.

A possibilidade de distúrbios cardíacos e outros quadros orgânicos fazem os pais centrarem todas as atenções nesse filho em detrimento de seus irmãos. “É impossível competir com um Williams!”, disse a irmã de Lucas, uma simpática e inteligente adolescente de 14 anos de idade. Estudos recentes comprovam que a área de totalidade emocional do cérebro – a amígdala – não é ativada quando são mostrados ao portador desta síndrome rostos com raiva ou preocupação. É como se todas as expressões das pessoas parecessem amigáveis. Da mesma forma, escapam-lhes nuances que a maioria de nós transmite através do rosto, da linguagem corporal e do contexto. Isso pode causar tristeza e frustração no portador da Síndrome de Williams, que, apesar de muito afetuoso, demonstra escassa compreensão da dinâmica das relações. Em outras palavras, ele se interessa pelas relações humanas, porém tem pouca competência social. Atualmente, os neurocientistas estão reconhecendo que as pesquisas com a Síndrome de Williams poderão ser um grande marco para a compreensão de como os genes influenciam a inteligência e a capacidade de construir relações sociais. Lucas e os outros portadores da Síndrome de Williams não são bobos. Eles são diferentes, talentosos e ansiosos. Em tempo: no fast-food, Lucas já está trabalhando no preparo dos hambúrgueres e na organização das festas infantis.

Lucas conversa animadamente com todos, mas tende a ignorar os sinais que as pessoas transmitem para mudar a conversa ou mesmo encerrá-la

* O autor é psiquiatra infantil, professor e membro do Conselho Consultivo da Abenepi – Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil/RJ. BRASIL ROTÁRIO

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Turismo

Talento em grande escala Criado por quatro irmãos mineiros, o Museu das Reduções exibe réplicas de monumentos arquitetônicos e luta para manter as portas abertas Neno Vianna/barrocopress

AS

REDUÇÕES são acompanhaacompanha das de placas informativas e da foto do monumento original

Fotos: Vicente Abreu

Renata Coré*

O

A CASA dos Contos é um dos 29 monumentos arquitetônicos brasileiros reproduzidos e expostos no Museu das Reduções

DETALHE DE uma das sacadas da Casa dos Contos, em Ouro Preto

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Farol da Barra foi erguido em Salvador, na Bahia, durante o século 16. A Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro data do século 18 e fica na cidade fluminense do Rio de Janeiro. A Usina de Marmelos Zero, do século 19, está no município de Juiz de Fora, em Minas Gerais, e o Palácio da Alvorada foi construído no Distrito Federal, em Brasília, no século 20. São monumentos arquitetônicos distantes entre si no tempo e no espaço, mas

que, de uma maneira especial, podem ser observados, junto com outras 25 construções brasileiras, em um mesmo lugar: o Museu das Reduções, localizado no distrito de Amarantina, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Eleito pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006 a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística, o Museu das Reduções recebe mais de 15 mil visitantes anualmente e foi criado, projetado e totalmente executado por um quarteto de irmãos mineiros. Mesmo sem possuir qualquer formação acadêmica nas áreas de engenharia ou arquitetura, Ênnio, Décio, Sylvia e Evangelina Vilhena produziram 29 réplicas (entre elas, apenas uma inacabada) de monumentos localizados em 24 municípios de 15 estados brasileiros. São imitações perfeitas, reproduzidas em escala reduzida (1:25), utilizando os mesmos materiais empregados nas edificações originais. O Museu das Reduções abriu suas portas para o público em março de


Marcos Rainho

1994. Sua história, no entanto, começara a ser esboçada bem antes, há quase 31 anos. Lá pelos idos de 1978, Ênnio, considerado o artesão-mor entre os Vilhena, confeccionou sozinho a réplica da Igreja das Dores, cuja construção original está na cidade mineira de Campanha. O que até então era encarado como hobby começou a ganhar corpo no momento em que Ênnio sugeriu aos irmãos o projeto do museu. Proposta aceita, os quatro Vilhena puseram-se a escrever para as secretarias de Cultura de diversos estados do país, solicitando a relação de monumentos edificados. A partir das respostas, lançaram-se em viagens para conhecer as construções, fotografá-las e desenhálas detalhadamente. Enquanto o prédio do museu era construído, as reduções iam sendo criadas e executadas em três imóveis alugados, no distrito de Amarantina. Depois de pronto o espaço, as obras dos irmãos artesãos começaram a ser desmontadas e transportadas para seu novo endereço, onde foram definitivamente montadas. “As réplicas menores demandavam cerca de 90 a 120 dias do início ao fim. As médias, em torno de seis a sete meses, e as maiores levavam até um ano e meio, com várias idas e vindas aos monumentos originais para o completo esclarecimento das dúvidas”, conta o presidente do Museu das Reduções, Carlos Alberto de Vilhena. Filho de Ênnio, ele é também presidente do Rotary Club de Ouro Preto, MG (D.4580) e um dos responsáveis por levar adiante o projeto dos quatro irmãos Vilhena, já falecidos. Inovação Para produzir suas réplicas, os irmãos Vilhena precisaram ir além dos 25 anos de pesquisas e viagens pelo Brasil, que resultaram em milhares de fotografias, desenhos, cálculos e plantas. Foi necessário que, valendo-se de suas habilidades manuais e intelectuais, desenvolvessem ferramentas específicas e técnicas especiais para transformar os monumentos arquitetônicos em pequenas obras de arte. Utilizando os mesmos materiais empregados nas edificações originais, os artesãos esculpiram à mão uma infinidade de elementos em miniatura: grades, lampiões, portões, galos, cru-

zes e sinos de igrejas, máquinas e comportas de metais, portas, janelas, balaústres, treliças de madeira, marcos de portas e janelas, colunas, escadarias, imagens de santas, fontes, brasões e coroas em pedra sabão, engradamento de telhados e pequenas telhas de barro, amianto e zinco. As pequenas peças adornam representações como a Igreja da Pampulha, de Belo Horizonte, a Casa dos Contos, em Ouro Preto, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, a Estação Ferroviária de Joinville, o Museu de Arqueologia de Paranaguá, a Fortaleza dos Reis Magos, de Natal, e a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana. A Igreja de São Francisco, de Ouro Preto, é a única réplica inacabada. Todas as obras estão expostas em canteiros naturais e agrupadas de acordo com as regiões do Brasil. À exceção de terça-feira, quando fecha para manutenção, o Museu das Reduções funciona todos os outros dias, das 9h às 17h, incluindo fins de semana e feriados. Há estacionamento, lanchonete e loja de souvenires no local e é cobrado ingresso no valor de R$ 8, com direito a meia entrada para estudantes, pessoas acima de 60 anos e rotarianos portando identificação. Geralmente, o museu é visitado por viajantes domésticos oriundos de todo o país e apreciadores do turismo cultural. No segundo semestre, os estrangeiros também costumam aparecer por lá. O passeio pelo Museu das Reduções é guiado por alunos do curso de turismo do Centro Federal de Educação Tecnológica local e da Universidade Federal de Ouro Preto. Para orientar os visitantes há ainda placas informativas e fotos dos monumentos originais próximo às réplicas. Para as escolas de todo o país que vão conhecer as reduções, há um programa especial. “As escolas recebem tratamento diferenciado, com visitas guiadas, em que todos os detalhes são repassados aos alunos, com foco no assunto que a instituição de ensino escolher”, explica o presidente Vilhena. No caso de a visita ser voltada para a área de matemática, por exemplo, os estudantes receberão explicações sobre razão e proporção. Se o tema escolhido for geografia, haverá informações sobre

A EGD do distrito 4770, Aldair de Queiroz Franco, também coordenadora regional da Fundação Rotária, foi acompanhada pelo presidente do museu e do RC de Ouro Preto, Carlos Alberto de Vilhena, durante visita ao espaço Vicente Abreu

AS CASAS em estilo enxaimel, típicas de regiões de colonização alemã, estão representadas no Museu das Reduções Vicente Abreu

ATENTOS AOS detalhes, os irmãos artesãos não deixaram de criar o interior de suas obras

Eleito pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006 a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística, o museu recebe mais de 15 mil visitantes anualmente BRASIL ROTÁRIO

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as regiões do Brasil. Quando o interesse for história, os alunos ouvirão sobre os ciclos do ouro, da cana-deaçúcar e do café e os cinco séculos de arquitetura representados no museu. Dificuldades financeiras Instalado em um estado famoso por suas cidades históricas e atrações turísticas, o Museu das Reduções conseguiu se destacar entre os atrativos culturais da cidade de Ouro Preto, tendo sido referendado pelos ex-ministros Sérgio Rouanet, Aloísio Pimenta e Paulo Renato Souza, pelo prefeito Angelo Oswaldo de Araújo Santos, pelos artistas plásticos Carlos Bracher e Yara Tupinambá e pelos escritores Alaíde Lisboa e Rui Mourão, dentre outras personalidades. Apesar da boa aceitação, apenas em uma oportunidade o museu obteve apoio, por meio das leis de incentivo à cultura. “Sobrevivemos a duras penas, com as receitas da bilheteria, da venda de artesanatos locais e da lanchonete. Estamos tendo muita dificuldade em manter as portas abertas”, revela Vilhena. A precária situação financeira do Museu das Reduções, somada ao falecimento de seus quatro fundadores, provocou inclusive o fechamento da escola de artesanato que funcionava em um prédio anexo ao museu. Na época em que era mantida pelos quatro irmãos, a escola servia para ensinar algumas técnicas de construção das réplicas. Com a suspensão de suas atividades, foi transformada em uma oficina, que pode

Turismo

ser utilizada nas visitações escolares, quando solicitado. Lá, os estudantes têm a oportunidade, por exemplo, de confeccionar minúsculas telhas de barro ou tijolos, utilizando as quatro salas de aula disponíveis. Mesmo com o Museu das Reduções vivendo uma situação financeira que inspira preocupação, o companheiro Vilhena não deixa de fazer planos para o futuro da instituição. Sem os fundadores, o museu conta com dois artesãos que, ainda meninos, fizeram parte da equipe original, para dar assistência em caso de necessidade de manutenção. Com a conservação das 29 réplicas garantida, o presidente espera fazer ainda mais pelo museu, expandindo o legado dos quatro irmãos. “Temos planos de dar seqüência, se tivermos condições financeiras”, torce Vilhena. Os admiradores do Museu das Reduções estão com os dedos cruzados.

DETALHE DA Fortaleza dos Reis Magos, cujo monumento arquitetônico original está no Espírito Santo

A RÉPLICA da Igreja do Outeiro da Glória, construção do século 18, faz parte do acervo do museu

*A autora é jornalista e redatora da Brasil Rotário. Serviço: Museu das Reduções Endereço: rua São Gonçalo, 131 – Amarantina – Ouro Preto – Minas Gerais Telefone: 31 3553-5182 Horário de funcionamento: quarta a segunda-feira, das 9h às 17h Ingresso: R$ 8 (estudantes, pessoas acima de 60 anos de idade e rotarianos identificados pagam meia)

FACHADA DA réplica da Igreja da Pampulha e do painel de azulejos de Portinari

Fotos: Vicente Abreu

DETALHE DO interior da redução da Igreja da Pampulha, de Belo Horizonte

O MUSEU das Reduções ocupa um prédio próprio, no distrito de Amarantina, em Ouro Preto

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OBRA ARQUITETÔNICA do século 20, o Palácio do Planalto foi reproduzido pelos irmãos Vilhena


Como preparar sua primeira

missão humanitária os seus oito anos como presidente da Aliança Médica Internacional (IMA, em inglês), Ines Allen aprendeu muito sobre a organização de missões médicas no exterior. Com base em Rancho Mirage, Califórnia, EUA, a IMA conduz missões médicas anuais ao Equador desde 2000, fornecendo cirurgias gratuitas e outros serviços sanitários especializados para mais de 30 mil pacientes com diversos males, desde palato fendido até falta de membros. Mesmo tendo à sua disposição mais de 100 voluntários, entre médicos, enfermeiras e pessoal de apoio, além de donativos de hospitais locais e o patrocínio financeiro do Rotary Club de Cathedral City, Califórnia, do qual ela é associada, até hoje Ines considera um desafio organizar tais empreitadas. “Há sempre alguma coisa que nos pega de surpresa,” diz ela. Durante a mais recente missão da IMA ao Equador, em junho, mais de sete toneladas de donativos, incluindo suprimentos médicos, antibióticos, máscaras de oxigênio e outros equipamentos essenciais foram retidos por fiscais de alfândega equatorianos, o que impediu as cirurgias nos dois dias iniciais da missão de 10 dias. “Cada missão traz um novo ensinamento”, conta Allen; e os organizadores aperfeiçoam seus procedimentos continuamente. Eis algumas lições aprendidas por Ines Allen, que poderiam ser úteis a rotarianos interessados em organizar iniciativas semelhantes. - Procure voluntários no seu clube. Antes de criar a IMA, em 2000, Allen recrutou diversos voluntários em organizações humanitárias com as quais ela já havia trabalhado, inclusive a Flying Samaritans. Mas ao entrar para o seu clube, ela encontrou uma nova fonte de voluntários. “No Rotary,” conta, “pode-se achar facilmen-

N

te pessoas de coração, dispostas a prestar este tipo de serviço voluntário no exterior.” - Planeje as suas missões com o apoio do consulado do país que você deseja servir. Allen começou a pesquisa para a primeira missão da IMA depois de contatar o consulado do Equador em Los Angeles. Ele forneceu nomes e endereços de funcionários do governo, hospitais e fornecedores médicos, assim como grupos baseados no Equador que poderiam ajudá-la neste tipo de viagem. “Não espere que eles façam o serviço pesado,” recomenda Allen. “Um consulado não está lá para fazer telefonemas ou qualquer tipo de serviço para você.” “Posteriormente,” ela acrescenta, “uma vez que todas as permissões foram concedidas, eles poderão ajudar a solucionar problemas específicos.” - Trabalhe com a equipe local da Usaid e do Unicef. Tanto a Usaid quanto o Unicef operam internacionalmente. “Eles têm possibilidades de colocá-lo em contato com hospitais e

outras organizações de voluntários locais, que podem orientar e informar sobre os desafios a enfrentar e as oportunidades para organizar missões médicas,” relata Allen. - Mantenha-se em contato com os funcionários da embaixada do seu país. A IMA tem por hábito fornecer à Embaixada dos EUA os nomes de todos os voluntários das suas missões, para que eles saibam quem está no Equador. As embaixadas também podem oferecer ajuda, em caso de emergência, ou solucionar problemas com funcionários locais. - Acompanhe a situação política. Allen teve que reorganizar suas viagens três vezes, nos últimos oito anos, devido a mudanças repentinas do governo equatoriano, que trocou os contatos políticos e no Ministério da Saúde que ela havia estabelecido, o que anulou os planos. ”Cada vez que eles mudavam o governo,” conta ela, “eu tinha que recomeçar tudo de novo, tendo em vista a nossa missão médica seguinte.” BRASIL ROTÁRIO

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- Viaje previamente ao país onde você trabalhará, para se assegurar que hotéis, hospitais e outras instalações estejam em ordem para acomodar a sua equipe. Certa vez, a IMA tinha tudo combinado para uma missão num hospital militar equatoriano, porém, no último instante, a Força Aérea impediu a continuação do projeto. Allen teve que se mexer para providenciar que seus voluntários trabalhassem num hospital de outra cidade. - Tenha sempre um “plano B”. Identifique instalações médicas alternativas e acomodações para o caso de eventuais mudanças. - Forneça à sua equipe telefones celulares locais. Telefones celulares locais garantem a comunicação com todos os membros da equipe. - Tenha recepcionistas no aeroporto e um sistema que permita o remanejamento de voluntários em caso de perda de seus vôos. Acontece. Voluntários perdem vôos e podem se perder em países estrangeiros. Você precisa designar pessoal de contato e motoristas confiáveis, capazes de assegurar aos voluntários uma chegada segura, mesmo que estes tenham perdido seus vôos originais. - Tenha sensibilidade para o trato com funcionários locais e equipe médica. O fato de oferecer assistência não dá o direito de fazer exigências a funcionários, administradores de hospitais ou equipe médica. É necessário respeitar e seguir as normas do país anfitrião. - Crie um sistema de vigilância que impeça funcionários influentes de se aproveitar da sua missão. Muitas missões médicas concentramse em oferecer cirurgias e outros cuidados aos pacientes mais necessitados. Contudo, invariavelmente, políticos, assistentes sociais ou funcionários dos hospitais tentarão usar a sua influência para marcar consultas ou agendar cirurgias para amigos ou parentes com condições financeiras para pagar por seus tratamentos. Embora alguns destes casos sejam inevitáveis, é necessário estabelecer uma metodologia que assegure que a sua missão sirva às pessoas necessitadas, e que os seus voluntários possam deter o controle das cirurgias e cronogramas de atendimento. Em alguns casos, poderá ser necessário estabelecer uma equipe composta por um dos voluntários e um funcionário local, para garantir a integrida26

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de do sistema, a seleção e tratamento dos pacientes. - Traga consigo os seus próprios suprimentos farmacêuticos, máscaras de oxigênio e outros equipamentos cirúrgicos essenciais. Não se pode confiar que os hospitais locais disponham de tudo o que se necessita para cirurgias – máquinas de anestesia portáteis, instrumentos cirúrgicos especiais –, mesmo que eles sejam oferecidos nos entendimentos iniciais. Embora seja normal levar de volta para casa equipamentos médicos após cada missão, espera-se que, muitas vezes, remédios e material descartável sejam deixados para uso local. Em muitos países, é fato comum que os médicos e outros voluntários deixem suas vestes cirúrgicas. - Assegure-se de que o projeto seja custeado convenientemente. Além de promover campanhas para levantamento de fundos, contate a

Fundação Rotária e outras organizações para obter subsídios. Embora os voluntários, muitas vezes, não se importem em arcar com as despesas de passagem aérea, eles podem esperar que lhes sejam oferecidas refeições e hospedagem em troca do seu tempo e talento. Hospedagem, alimentação e viagens internacionais são, habitualmente, os maiores custos. O orçamento típico da IMA para cada missão médica, que envolve de 50 a 60 voluntários, é de US$ 60 mil, incluindo médicos, enfermeiras, técnicos em cirurgia, tradutores e pessoal de apoio. - Reserve pelo menos um ano para o preparo de cada missão. Comece a planejar a próxima viagem enquanto ainda está envolvido com a presente. Este tempo pode ser usado para fazer contatos pessoais com hospitais locais e agentes de saúde que facilitem a próxima missão.

Quatro maneiras de permanecer saudável no exterior 1 Marque uma consulta com um especialista em saúde ou médico que tenha conhecimento de viagens internacionais, seis semanas antes da sua partida. Dependendo do seu destino, podem ser necessários vacinas ou outros medicamentos, para o combate da malária, por exemplo. 2 Confira as recomendações de saúde para viajantes com os Centros Norte-americanos Online para o Controle e Prevenção de Doenças (U.S. Centers of Disease Control and Prevention online). Vá ao <www. cdc.gov> e indique o seu destino, para obter todas as informações pertinentes, inclusive imunizações, remédios a levar para a proteção da saúde, além das precauções no país, e os riscos potenciais, como sintomas que se poderiam apresentar semanas depois do retorno. Pode-se, ainda, fazer registro para se receber alertas por e-mail. 3 Empacote um kit de saúde. O CDC recomenda montar um “kit saúde de viagem” – veja o endereço www.cdc.gov/ features/travelhealthkit – e sugere manter todos os medicamentos, em especial as receitas, na bagagem de mão. Deixe os medicamentos na sua embalagem original, assinalados com uma etiqueta. Leve a receita com as marcas genéricas. Em caso de trazer substâncias sujeitas a controle ou medicamentos injetáveis, leve uma anotação no receituário do seu médico. 4 Seja precavido, quando em viagem. O manual do CDC, “Informações de Saúde para o Viajante Internacional”, conhecido como “Livro Amarelo”, – consulte o site www.cdc.gov/travel – traz um capítulo sobre comida e água seguras. O consumo de alimentos crus pode apresentar riscos; oferecem-se orientações de quando se deve evitá-los. Embora os viajantes sejam precavidos quanto ao consumo de água de torneira, muitos se esquecem de que a natação também pode causar riscos à saúde. * Texto de Jeffrey Crider. Tradução de Eliseu Visconti Neto


Como obter um subsídio da Fundação Quando Ray Zeiss visitou Kitwe, na Zâmbia, alguns anos atrás, abalouse com o fato de que cerca de um quarto das jovens do país eram portadoras do vírus da Aids. Zeiss, um médico aposentado, sócio do Rotary Club de Wilmette, Illinois, EUA, voltou para casa e pediu ao seu clube que solicitasse um subsídio da Fundação Rotária para uma clínica médica em Kitwe com equipamentos capazes de detectar a infecção pelo HIV. “Eles tinham um programa de diagnose, mas não eram capazes de determinar quem precisava ou não de tratamento,” conta ele.

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epois de obter um Subsídio Equivalente que totalizava US$ 12 mil, incluindo as contribuições do clube e do distrito, Zeiss adquiriu a noção do que se deve ou não fazer, ao se candidatar a um subsídio. Clubes que solicitam um subsídio humanitário da Fundação necessitam encontrar o parceiro local ideal. Zeiss encontrou o seu, o RC de Kitwe North, ao participar de uma reunião naquele clube. Os rotarianos podem se valer do localizador de clubes, em www. rotary.org, para encontrar os clubes próximos ou da comunidade onde se planeja um projeto. Pode-se usar o banco de dados ProjectLINK para encontrar clubes que estejam à procura de parceiro. “Não se pode ir muito mais longe,” observa Zeiss, “porque é necessário ter alguém que conheça a comunidade.” É igualmente importante encontrar outros parceiros que sejam adequados. Neste caso, a clínica de saúde da Zâmbia é operada pela World Vision, com quem Zeiss já havia trabalhado como voluntário. “É necessário ter parceiros internacionais que saibam o que estão fazendo,” afirma ele. “Deve-se conhecer a qualidade dos parceiros e a sua folha de serviços.” Segundo Robert Lyon, sócio do RC de Wheaton, Illinois, é indispensável examinar as necessidades da comunidade. Numa visita a Kabale, Uganda, na qualidade de observador da Usaid, ele descobriu que muitas escolas rurais eram carentes de recursos. “Sempre que possível, constate a situação com seus próprios olhos,” afirma ele. “Isto torna muito mais fácil discorrer sobre uma necessidade ao retornar para casa.” Lyon constatou que havia falta de livros, e que os banheiros eram meras fossas. Os pisos das escolas eram feitos de uma mistura de lama, água e esterco de vaca. “Isto é conhecido como o cimento dos pobres,” conta Lyon sobre os pisos. “Este tipo de ‘cimento’ é duro, mas contém insetos, que causam doenças nos pés das crianças.”

Um Subsídio Equivalente de US$ 15 mil foi obtido. Acrescido à soma de recursos do FDUC (Fundo Distrital de Utilização Controlada) e das contribuições do RC de Kabale e dos Rotary Clubs de Wheaton, West Chicago e Carol Stream, Illinois, totalizou US$ 34.500, tendo sido utilizado na aquisição de livros e na instalação de banheiros ecológicos e pisos de concreto. “Envolva outros clubes,” recomenda Lyon, “de forma a obter projetos de escala maior.” O projeto de concessão de subsídio pode tomar mais tempo ao incluir mais parceiros, porém o que realmente torna vagaroso o processo é uma requisição incompleta. A Fundação Rotária notificará o clube sobre as informações faltantes e concederá a oportunidade de as fornecer. Mas, quando se trata de um projeto em que o prazo é importante, a demora poderá liquidá-lo. Zeiss relata que recebeu a ajuda do seu distrito para instruir o seu pedido. “Eles podem ajudá-lo a aperfeiçoar a idéia e a avaliar o quanto se pode solicitar. É a melhor maneira de começar o processo.” Um outro requisito essencial é se assegurar de que o seu clube está em dia com os relatórios de projetos anteriormente beneficiados. Um relatório atrasado ou incompleto poderá servir de motivo para a devolução do atual. A concessão de novos subsídios pode ser prejudicada por uma imagem de ineficiência administrativa, já que os relatórios anteriores estavam incompletos ou não reportados. Finalmente, revela Zeiss, é preciso ser paciente ao trabalhar com um clube em um país que apresenta uma infra-estrutura tecnológica fraca. “Se os e-mails demoram dois meses,” acrescenta ele, “não desista. Atrasos são previsíveis.” O esforço compensa. O equipamento fornecido por meio do subsídio solicitado por Zeiss e seu clube encontra-se na clínica e está operando, revela ele. “Ele mudou a forma de tratar aquela gente.” * Texto de Annemarie Mannion. Tradução de Eliseu Visconti Neto.

Para agilizar o processo Não: apresentar pedidos incompletos. Não: deixar de reportar os resultados de subsídios anteriores. Faça: o relatório de qualquer conflito de interesse. Respeite: os prazos. Mantenha: a comunicação periódica com parceiros de outros países. Mas não peça ao Rotary International para traduzir documentos; ele não possui estrutura local para tais serviços. BRASIL ROTÁRIO

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Rotarianos que são notícia ○

FILIADO À OAB há 50 anos, o companheiro José Clóvis de Arruda Pacheco, do RC do Recife, PE (D.4500), recebe das mãos de Jayme Asfora, presidente da seccional Pernambuco da OAB, a Medalha Joaquim Amazonas. O COMPANHEIRO do RC de Sinop, MT (D.4440) Daniel Brosele (à direita) ganhou o título de Cidadão Matogrossense da Câmara de Deputados de Mato Grosso pelo seu empreendedorismo na indústria de alimentos. Na foto, aparecem também Rosangela, mulher de Daniel, e o deputado estadual Ademir Bruneto.

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POR SUAS pesquisas no campo da agronomia, o rotariano Geraldo Papa, do RC de Ilha Solteira, SP (D.4480), foi agraciado com a Medalha Fernando Costa, modalidade ensino, concedida pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo.

O GOVERNADOR 2010-11 do distrito 4390, Hugo da Cruz Dórea, recebe do prefeito de Feira de Santana José Ronaldo de Carvalho a Comenda da Ordem Municipal do Mérito. A honraria é concedida a personalidades que se destacam na prestação de serviços à comunidade.

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A ROTARIANA do RC de Ibitinga, SP (D.4480), Marta Franco da Rocha Zani – aqui acompanhada pelo marido José Roberto Zani – recebeu da Câmara Municipal local a cidadania ibitinguense.

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O COMPANHEIRO Oleno de Moraes Bastos, do RC de Santa Cruz das Palmeiras, SP (D.4590), foi homenageado pela Câmara Municipal local com o título de Cidadão Palmeirense, por indicação do vereador Edílson Voltarelli (à esquerda).

SARGENTO DA Polícia Militar e rotariano do RC de Martinópolis, SP (D.4510), do qual é um dos fundadores, José Jailson dos Passos recebeu uma comenda da Câmara Municipal de Martinópolis como reconhecimento pelo seu trabalho comunitário.

LOURIVAL LOPES Sales elegeu-se vereador no município de Registro, em São Paulo, onde já foi presidente do RC local (D.4610).


Rotarianos que são notícia ○

RECONHECIDO COMO patrono da Semana Farroupilha, Wilmar Winck de Souza (ao centro) foi homenageado por seus companheiros do RC de Palmeira das Missões, RS (D.4660), onde é sócio honorário, e pelas senhoras da Casa da Amizade local.

A COMPANHEIRA Noeli Stopassola, do RC de Canela, RS (D.4670), foi eleita vereadora.

JOSÉ MARIA Alves Pereira, do RC de Curitiba-Leste, PR (D.4730), foi reeleito vereador.

ILDO ROBERTO Lemos Sallaberry (à esquerda) elegeu-se prefeito de Herval, no Rio Grande do Sul, enquanto Luiz Alberto Soares Perdomo foi eleito vereador daquele município. Ambos são sócios do RC de Herval, RS (D.4780).

ASSOCIADO HONORÁRIO do RC de São Leopoldo-Leste, RS (D.4670), Ribeiro Pires recebeu a Comenda Maria Emília de Paula da Prefeitura Municipal de São Paulo e a Comenda Carlos de Souza Moraes da OAB, seccional local. As distinções são resultado do trabalho de Pires à frente da revista “Rua Grande”, que contabiliza mais de 2050 edições.

O COMPANHEIRO João Rodrigues, do RC de ChapecóLeste, SC (D.4740), foi reeleito prefeito de Chapecó.

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Capa

CRISE DE ÉTICA? Mesa redonda reúne o ex-ministro Marcílio Marques Moreira e outros nomes importantes do Rotary para debater o atual momento econômico Luiz Renato Dantas Coutinho*

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que o novo ano nos reserva? O que ele reserva à nossa instituição, o Rotary? Estas dúvidas nos assaltam mais ou menos por essa época. Porém, a crise econômica desencadeada em 2008 fez tais questionamentos existenciais mais persistentes. O economista e escritor francês Guy Sorman parecia nadar contra a corrente quando o colapso financeiro aconteceu. Enquanto se falava que o neoliberalismo atingira um impasse, que o muro de Wall Street estava ruindo, e até mesmo que o capitalismo chegava ao fim, Sorman diagnosticava uma histeria coletiva: “Há 30 anos, você tinha uma economia marxista, outra liberal. Isso acabou. Há um único sistema econômico, que é o livre mercado. A economia passou do domínio da opinião ao da ciência humana. Ela não é uma ciência perfeita, mas a evolução econômica é agora uma evolução de caráter científico.” Pode ser. Contudo, muitos paradigmas, como concorda o ex-ministro e embaixador Marcílio Marques Moreira, cairão sob o efeito daquela segunda-feira de 15 de setembro de 2008. A partir de meados de outubro, principalmente, a mídia no Brasil e no mundo vem oferecendo seguidas capas para o atual período econômico, e continua a fazê-lo, refletindo expectativas e elaborando perguntas, muitas das quais ainda sem resposta. Portanto, a Brasil Rotário não poderia fugir ao seu papel, ela que pode se considerar, pela própria natureza da instituição que contempla, o Rotary, um elo entre o capital e o trabalho no Brasil. Assim é que a revista contribuiu para o debate. Para isso, ela promoveu uma mesa redonda. Moderada por Carlos Henrique de Carvalho Fróes, presidente e editor, e coordenada por seu vice-presidente de operações, Edson Avellar da Silva, reuniu, em torno do embaixador e ex-ministro Marcílio Marques Moreira, ele próprio rotariano, três nomes de destaque do Rotary. Eram eles o economista e editor Alexis Cavichini, o ex-diretor do Rotary International José Alfredo Pretoni e o seu atual diretor Themístocles Pinho. O tema, lógico, foi a crise econômica mundial. E, se de fato, parece que as utopias morreram, e a economia globalizada foge a qualquer controle ideológico, por outro, não há como esquecermos aquela matéria milenarmente estudada pela filosofia: a ética. Ela é de suma importância em todas as esferas, inclusive na financeira e econômica. Infelizmente, no mais das vezes, nos momentos que antecedem crises mundiais como a de 2008, a ética se ausenta. Foi essa uma das conclusões a que chegou a mesa redonda. Com vocês, os principais momentos deste encontro.

ALEXIS CAVICHINI Editor da revista “Suma Econômica”, escritor, economista, professor de finanças da UFRJ, ex-presidente do RC do Rio de Janeiro-Flamengo e atual sócio do RC do Rio de Janeiro

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JOSÉ ALFREDO PRETONI Empresário paulista da área de informática, exdiretor e ex-tesoureiro do RI, ex-curador da Fundação Rotária, presidente da Associação Brasileira da The Rotary Foundation

MARCÍLIO MARQUES MOREIRA Embaixador, professor de direito internacional, exministro da Fazenda, ex-presidente do Conselho de Ética Pública, conselheiro de grandes empresas, sócio do RC do Rio de Janeiro

THEMÍSTOCLES A. C. PINHO Advogado com militância nos ramos do direito civil e comercial, membro da Associação Mundial de Advogados, atual diretor do RI e escritor. Recebeu todos os prêmios outorgados pela Fundação Rotária


Sobre as semelhanças e os contrastes entre a crise atual e a de 1929-33 “É bem diferente MARCÍLIO – Na década de 20 também houve muita expansão do crédito e o o momento mundo parecia voltar à normalidade. E como se expressava esta normalidade? Por meio da volta ao padrão-ouro, readotado por quase todos os países. Mas, depois da euforia traduzida nos preços da bolsa, de repente, em outubro de 1929, houve a queda das ações na bolsa de Nova York. Na seqüência, na década de 30, metade dos bancos norte-americanos tinha falido. Nos EUA, naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos por um país) se contraiu em 40%, e o desemprego chegou a 25%. É bem diferente o momento atual, uma vez que mesmo que a situação se torne mais grave, nunca teremos uma contração de 40%. Está se falando em retrações de 0,5%, 1%, até 3%. Nos EUA projeta-se um desemprego de no máximo 8%. É sério, mas de modo algum parecido. É importante se distinguir que nos anos 30 o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), criado em 1913, ainda era uma instituição começando a se firmar. Ele não tinha os instrumentos legais, nem teóricos, e havia uma grande rigidez nas políticas monetárias justamente devido ao padrão-ouro. O presidente atual do Fed, Ben Bernanke, dedicou grande parte de sua vida acadêmica a estudar a depressão de 1929. As idéias dele estão melhor traduzidas em um livro, “Ensaios sobre a Grande Depressão”, que mostra como os países que persistiram no padrão-ouro tiveram depressões bem mais acentuadas e mais longas. A Suécia o abandonou já em 1931.

atual, uma vez que mesmo que a situação se torne mais grave, nunca teremos uma contração de 40%. Está se falando em retrações de 0,5%, 1%, até 3%.” MARCÍLIO

Quando o padrão-ouro é abandonado: o início de um novo paradigma MARCÍLIO – A França, por outro lado, tinha uma tradição de apego ao ouro. Em 1957, minha família morava na Suíça e meu pai resolveu nos levar em viagem a Paris. “Que moeda eu levo?”, ele se perguntou. “Ouro.” Então, em um banco da Suíça, ele comprou luíses (antigas moedas francesas de ouro). Em 1944, os principais países aliados se reuniram para o Acordo de Bretton Woods, quando se criou o FMI e o Banco Mundial. Imaginou-se ali um sistema que não era mais o padrão-ouro, mas que tinha uma certa semelhança, porque a moeda padrão ficou sendo o dólar, e o dólar tinha uma ligação rígida com o ouro – ao preço de US$ 35 por onça do metal. E isso foi mantido até 1971, quando houve o chamado Nixon Shock. Ali os EUA desconectam o dólar do ouro; o dólar passa a ser uma moeda apenas fiduciária. Os juros, que antes eram fixos, pois a moeda era fixa em relação ao ouro, se tornam flutuantes.

O sistema financeiro internacional de 1971 ao nosso século MARCÍLIO – O que é interessante é que, depois que o dólar se transformou em moeda puramente fiduciária, os bancos passaram a ser os grandes financiadores do comércio mundial, inclusive com os chamados eurodólares. Então, temos um período que podemos chamar de “bancarização”. Até 1971 os governos eram os financiadores desse comércio. Em um segundo momento, já tínhamos passado da “bancarização” para a securitização. Em vez dos bancos ficarem credores, eles vendiam os créditos a terceiros. Essa situação perdurou até a década de 90, quando, da securitização, se passou, sobretudo neste século, para a derivação, daí os derivativos. Ao mesmo tempo, as empresas que emitiam esses derivativos – inicialmente bancos comerciais, depois bancos de investimento, na última fase, intermediários não-financeiros – não estavam sujeitas às famosas regras estabelecidas no Acordo de Basiléia. Sendo assim, eram papéis novos, pouco compreendidos, sem transparência. Houve, inclusive, uma grande discussão nos EUA se aquilo tudo deveria ser regulado. Havia, ali, vários atores e nenhuma unidade. Ficaram esses derivativos surfando sem regulamentação, movidos pelos bancos de investimento, que já não eram regulamentados. As pessoas depositavam em fundos de curtíssimo prazo em vez de depositar nos bancos... Agentes não regulados manipulavam instrumen-

“Tem que haver uma mudança radical no pensamento e no comportamento dos governantes. Isso é fundamental para ficarmos livres da crise que estamos vivendo.” PRETONI

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tos não regulados por pessoas que não eram muito escrupulosas. Os bancos relaxaram muito nas suas funções, e a situação saiu de controle.

Os meses decisivos para a crise março de 2007 o colapso fiEEUA,mnanceiro mundial teve início nos com a crise do subprime . 1

Com o aquecimento do mercado imobiliário, as financeiras americanas passaram a confiar de modo excessivo em pessoas que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas. O bom momento econômico de então, com taxas de juros baixas no país e boas condições de financiamento, fez os americanos se endividarem para comprar imóveis. Os bancos decidiram transformar os empréstimos hipotecários em papéis e venderam a outras instituições financeiras, culminando em uma perda generalizada. Alguns dos maiores bancos dos Estados Unidos anunciaram prejuízos bilionários e tiveram de ser socorridos. Veja abaixo os principais episódios da crise financeira: Fevereiro/2008: O banco Credit Suisse tem queda de 72% em seu lucro líquido do quarto trimestre de 2007. Em crise, o banco britânico Northern Rock é nacionalizado. Março/2008: A maior seguradora do mundo, a AIG, anuncia perdas de US$ 5,3 bilhões. O JP Morgan compra o Bear Stearns por US$ 236,2 milhões, ou US$ 2 por ação. Um ano antes, o papel era negociado a US$ 70. Abril/2008: O banco Wachovia, quarto maior dos Estados Unidos, registra prejuízo de US$ 393 milhões no primeiro trimestre e corta 41% do dividendo distribuído aos acionistas. Maio/2008: A agência de crédito hipotecário Fannie Mae anuncia prejuízo de US$ 2,19 bilhões no primeiro trimestre e também reduz dividendos. Junho/2008: O banco norteamericano IndyMac anuncia a quebra. Agosto/2008: O Tesouro dos Estados Unidos avisa que fará o resgate das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e oferece garantias de até US$ 100 bi32

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Um binômio que redefiniu e desequilibrou as finanças MARCÍLIO – Enquanto isso, criaram-se enormes desequilíbrios financeiros internacionais. Pode-se pegar um binômio que é o mais importante desse desequilíbrio; dois casos extremados: Os EUA passando a ser o grande consumidor mundial, e a China, uma espécie de fábrica do mundo. Vivem uma espécie de simbiose. Os EUA diminuindo sua taxa de juros até 1%, o que é estímulo ao enorme consumo, e a China manipulando uma taxa de câmbio, com a desvalorização de sua própria moeda, e estimulando a produção e a exportação para os EUA. A China, com os superávits que gerava, acumulava reservas e comprava títulos americanos até daquelas instituições que financiavam o mercado imobiliário. Os títulos americanos estavam com juros baixos, pois a China os comprava muito. Os produtos chineses nos EUA tinham um preço baixo porque o câmbio era manipulado. Havia uma enorme facilidade de crédito nos EUA: crédito ao automóvel, crédito imobiliário, crédito sob a forma de cartão. De repente, esse castelo de cartas ruiu. E os números eram grandes: Os EUA, no período de cinco anos, absorveram 80% da poupança mundial. E alguns autores mostravam que isso era insustentável. Naquele país, o governo, mais estados, mais municípios, mais empresas, mais famílias devem 350% do PIB. Somente a União deve cerca de US$ 10 trilhões.

Esta crise global ainda está muito diferenciada MARCÍLIO – O importante a dizer é que se trata de uma crise do sistema financeiro global, cujo detonador foram os subprimes1, mas você tem uma crise parecida no cartão de crédito, no financiamento do automóvel... É todo um sistema que está em jogo. É igualmente importante acrescentar que temos crises cíclicas, e que muitas delas não surgiram de crises financeiras. Tivemos o estouro da bolha da informática, por exemplo (ver boxe na página 35). Contudo, quando começa de uma crise de crédito, essas depressões são mais profundas e duradouras. Aparentemente, a crise financeira mais grave foi superada. Agora está vindo a crise econômica em termos de uma desaceleração muito séria das finanças. O comércio mundial caiu muito; o crédito para exportação está paralisado. Vários países já estão na crise, e a partir de outubro ela chegou ao Brasil. Em reunião com 14 empresários, eles me mostraram que a partir daquele mês começou o impacto real na economia daqui. Mas a crise chegou no país ainda muito diferenciada. Há alguns setores que estão bem, como o setor de cimento. Outro caso: Brasília tem muitos funcionários públicos, de modo que lá as vendas estão boas. Os setores que estão sofrendo mais são os de automóveis, de aço, de agronegócios. Para se ter uma idéia, as distribuidoras de aço sofreram uma queda no movimento físico de 50%. A tonelagem do laminado quente, que estava em US$ 1.200, foi reduzida a US$ 500. Um grande número de usinas de álcool está enfrentando dificuldades com pagamento de salários. Na área de automotores, as grandes distribuidoras tiveram também uma queda de 50%. Até na área de refrigerantes houve uma redução de 3%, 4%. Está se prevendo problemas fiscais e orçamentários para os governos federal, estaduais e municipais. As empresas estão revendo seus orçamentos. Então, há uma grande dúvida, até mesmo ética, do governo, do meio empresarial, de como transmitir isso ao público sem criar pânico. Por outro lado, não podemos esconder que em 2009 precisaremos viver mais cautelosos, mais apertados. Precisaremos deixar de comprar. Estamos, sim, em um momento difícil.

SUBPRIMES são créditos bancários de alto risco que incluem desde empréstimos hipotecários até cartões de créditos e aluguéis de carros, e eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem comprovação de renda e com histórico ruim de crédito.


Talvez seja a oportunidade de se rever certos padrões de consumo, de se rever essa relação entre a sociedade civil e o governo, que gasta muito. No que se refere à Previdência, quase 3% do PIB são gastos investindo-se no passado e não na educação. Falta investimento na infraestrutura humana – saúde, educação –, que está deteriorada. E Marcílo: consenso em relação É o momento de PRETONI às prioridades que o governo precisa ter nós repensarmos, e dos EUA fazerem o mesmo. Devemos rever prioridades, sem tirar do mercado essa enorme capacidade de criatividade e produção. Sem matar isso, mas o reequilibrando. Precisamos fazer do Estado um elemento realmente regulador e moralizador. Teríamos um retrocesso se enfraquecêssemos as agências reguladoras. Há anos temos projeto de lei para um marco regulador, e até o momento sem solução. São reformas estruturais e estruturantes inconclusas. Estamos no meio do caminho, no meio do caminho sempre. Devemos criar um ambiente de negócios favorável no âmbito público e privado. Temos que participar desse esforço mundial, afinal nos beneficiamos bastante da inserção na economia global.

lhões para as dívidas de cada uma delas. Setembro/2008: O banco Lehman Brothers pede proteção à lei de falências e ocasiona a maior queda nas bolsas dos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001. O terceiro maior banco britânico, o Barclays, anuncia que vai adquirir o conjunto das atividades norte-americanas e a sede do gigante dos investimentos Lehman Brothers, por US$ 1,75 bilhão. O banco central dos EUA, o Federal Reserve, nacionaliza a seguradora AIG, concedendo-lhe um crédito de US$ 85 bilhões em troca de 79,9% de seu capital. Os seis principais bancos centrais do mundo anunciam uma “medida coordenada” com a injeção de bilhões de dólares no mercado financeiro para enfrentar a falta de liquidez.

Brasil: mudanças necessárias no pensamento político e nas prioridades PRET ONI – Diante dessa crise toda, não vamos resolver o problema público sem RETONI

tratar o problema do ponto de vista ético. Não podemos continuar o aumento fictício e temporário de uma renda para uma camada da população. Essa política travou o investimento em médio e longo prazo. O governo continua pensando na próxima eleição e não na próxima geração. Decisões precisam ser tomadas. Talvez sejam necessárias pressões para acordar o governo. Eu vejo a seguinte orientação: concessão de crédito para carro, indústria... E a área de serviço, que é de onde eu venho? Ela é a maior empregadora do Brasil. Sim, 60% dos empregados brasileiros vêm da área de serviços. Se houvesse um estímulo de reduzir o peso da folha de pagamento, de criar condições para tirar da informalidade um contingente muito grande de pessoas... Seriam as formas mais fáceis e mais rápidas de se gerar empregos e promover condições socioeconômicas dignas a essa imensa parcela de trabalhadores. Porém, as atitudes que estão sendo tomadas não são suficientes para fazer frente ao que poderá vir por aí. Tem que haver uma mudança radical no pensamento e no comportamento dos governantes. Isso é fundamental para ficarmos livres da crise que estamos vivendo. Isso é uma crise de ética dos banqueiros internacionais. É uma crise de ética de toda a estrutura financeira internacional. É uma crise de ética dos países desenvolvidos. Eles não se importam com a qualidade de vida do resto do mundo, que está sofrendo exatamente pela irresponsabilidade do que está acontecendo lá. Então, dentro dessas circunstâncias, sinto-me profundamente preocupado com o pouco que se investe no país em educação.

O Merrill Lynch é vendido ao Bank of America por US$ 50 bilhões.

Após a liberação do Fed para se transformar em um banco comercial, o banco Morgan Stanley congelou as negociações para uma fusão com o também americano Wachovia.

O Fed volta a intervir no mercado e injeta US$ 20 bilhões no sistema financeiro do país para aumentar a liquidez.

A crise se agrava com a quebra do sexto maior banco americano, Washington Mutual (WaMu), e a venda de suas atividades bancárias ao banco JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão.

O Congresso dos EUA fecha acordo sobre pacote econômico, que liberaria US$ 700 bilhões para socorrer o setor financeiro.

O Rotary International e a Fundação Rotária durante a crise financeira PRETONI – Na época em que eu era tesoureiro do RI, nós tínhamos um orçamento que era baseado em 65% da renda proveniente da per capita. Tínhamos um retorno de royalties, de aluguéis e de rendimento vindo das aplicações de mercado em torno de 10 a 15%.

Outubro/2008: A crise chega ao Brasil. BRASIL ROTÁRIO

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Na Fundação Rotária, a mesma coisa, sendo que a grande concentração de investimento era de ações de companhias americanas; algo em torno de 55%. Outros 25% vinham de empresas não localizadas nos EUA, e 5 a 10% em renda fixa ou bônus do governo americano. O programa Polio Plus está totalmente em renda fixa. Tanto assim que, há quatro anos, quando houve perdas na bolsa, o Polio Plus teve um rendimento positivo. O que está acontecendo hoje? Tínhamos uma reserva operacional de 125%, que passou a 100%, e atualmente é de 85%, investida em renda fixa no mercado. Nós poderemos ter que recorrer a essas reservas, porque o rendimento esperado em torno de 15 a 20% ao ano não virá em 2009, por conta das desvalorizações das ações e do rendimento delas. Se você pensar em termos de Fundação Rotária, o valor é muito maior. O orçamento do Rotary estava em torno de US$ 80 milhões. Isso é o que estava investido na época. Na Fundação Rotária, entre todos os fundos, hoje são US$ 800 milhões; na época eram US$ 500 milhões. Eu estava em Evanston (sede do Rotary International) quando houve o estouro da bolsa nessa crise. Na ocasião, o secretário-geral do RI, Edwin Futa, distribuiu uma carta relatando a posição em que nós estávamos. Então, já havia uma perda acentuada naquele período, mas que eram perdas não realizadas. Eram desvalorizações de ações, que aconteceriam caso elas fossem vendidas. Esse fato se deu no dia 29 de setembro. Depois, as coisas pioraram ainda mais, mas eu não creio que o Rotary vá precisar se desfazer, a curto prazo, de algumas ações. A reserva financeira do Rotary é suficiente. Agora, quais as conseqüências no mundo rotário? Você sabe que com qualquer tremor de terra, dificuldades com empresa, dificuldades domésticas, o rotariano sai do clube. Não acontece isso por conta da mensalidade; são simplesmente as preocupações conjunturais. E com relação à Fundação Rotária, que trata de contribuições voluntárias, é claro que, infelizmente, deverá haver uma redução, mesmo com todos os incentivos que temos de fazer. O mundo começou a botar o pé no breque. Não tínhamos sentido isso, mas estamos sentindo agora. O processo vai evoluir de modo mais acentuado. Nesses próximo seis meses teremos uma imagem correta dessa crise dentro do mundo rotário. Esperamos não estar diante de uma tsunami financeira destruidora. Evidentemente, em termos operacionais, o dinheiro está lá. Os valores em ação também estão lá. Mas, a partir do período rotário 2009-10, continuaremos a ter as per capitas, que esperamos não sejam diminuídas, já que os custos poderão ser aumentados. E talvez ainda continuemos sem a complementação dos 10 ou 15% dos rendimentos obtidos no mercado, e que normalmente se necessita no orçamento de despesas do Rotary. É esse o panorama que temos. Por isso, conclamo todos os rotarianos para que não deixem o Rotary, pois é justamente em época de crise que devemos fortalecer ainda mais a nossa instituição.

THEMÍSTOCLES PINHO, Carlos Henrique Fróes e Edson Avellar

“No passado, já tivemos que suspender o 3H, que era um programa acima de US$ 500 mil. Então, não está fora de cogitação termos que rever Quanto ao futuro dos programas as iniciativas. e do quadro social do Rotary? Por quê? OCLES PINHO – A primeira informação que o Rotary forneceu foi HEMÍSTOCLES THEMÍST Porque as exatamente essa: a organização teve, por enquanto, prejuízos operacionais não receitas se realizáveis. E procuraram explicar o que é isso. Assim, só se viermos a alienar alguma das ações que compõem a nossa carteira basearam em é que poderemos ter prejuízo. Por enquanto, nesse particular, o Rotary não tem problemas, pois suas reservas investimentos.” estatutárias sequer foram utilizadas, e o orçamento do ano vem se comportando THEMÍSTOCLES PINHO dentro dos seus parâmetros previstos. Quanto à Fundação Rotária, e os US$ 100 milhões que a Fundação Bill e Melinda Gates nos passou, todo esse dinheiro está em obrigações do Tesouro Americano. Toda a parte do Polio Plus está garantida.

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Assim, podemos concluir que não haja problemas em relação às finanças do Rotary International com esse dinheiro. Com relação às reservas, é o que o Pretoni falou. O Conselho de Legislação de 2007 aprovou a redução das nossas reservas de 100 para 85%. É o que nós temos: disponibilidade de gastar e manter esses 85% de reserva. De outra parte, no mesmo conselho, foi aprovado o aumento da per capita, que anualmente, durante três anos, terá um acréscimo de US$ 1. E o que esse aumento da per capita está fazendo? Por enquanto, toda essa per capita está cobrindo as despesas de serviço do Rotary. Tivemos uma queda em nossos investimentos, mas não precisamos usá-los. Temos uma reserva. E a Fundação Rotária está com o seu montante principal, que é do Polio Plus, aplicado na forma já mencionada. O problema que surge é em relação aos programas. Como eles ficarão? Porque, normalmente, os programas da Fundação e do Rotary estavam sendo desenvolvidos à base dos resultados provenientes dos investimentos. Numa primeira etapa, não há qualquer modificação, mas já há a idéia de uma revisão. No passado, já tivemos que suspender o 3H, que era um programa acima de US$ 500 mil. Então, não está fora de cogitação termos que rever as iniciativas. Por quê? Porque as receitas se basearam em investimentos. A receita ordinária garante as despesas ordinárias, mas as despesas com atividades devem sofrer mudanças. A coisa ficou nesses termos. Todos nós estamos na expectativa. Em resumo, a única queda real aconteceu nos investimentos. Naquele dia, 29 de setembro, perdemos US$ 8 milhões. A mim me preocupa o que vai acontecer com o mundo rotário. Somos hoje 1,2 milhão. Daqui a um ano quantos seremos? Outra questão: há uma iniciativa do Conselho Diretor do RI de propor um novo aumento da per capita. Se a situação econômica se mantiver nos atuais patamares, ninguém aprovará essa resolução.

Algumas nuvens negras do passado recente

M

uitos estudiosos acreditam que a situação econômica mundial é oriunda de um fênomeno que começou nos anos 70: a expansão do crédito e a contração das instituições reguladoras do mercado, tendências que se agravaram na década seguinte. Quanto à primeira “bolha”, ela teria acontecido justamente no início daqueles anos 80: 1982 – Crise bancária em escala global após o surto de empréstimos internacionais que dominou os anos 70. 1986 – Crise do setor de poupança e empréstimos nos Estados Unidos.

Mercado muito manipulado endossa distorções da informação CAVICHINI – Os americanos estavam demorando muito a tomar

decisões. Por quê? Porque mesmo para essa crise, como disse o embaixador Marcílio Marques Moreira, o Banco Central americano não detinha mecanismos para entrar em outras instituições que não fossem bancárias. O negócio cresceu muito, só que os bancos de investimento estavam fora de controle. Eles não tinham como ajudar diretamente os bancos. Toda essa crise foi muito rápida e demandou muito dinheiro. Os americanos entraram tarde e isso deixou que o processo se tornasse mais crítico ainda. Fizeram uma besteira que é deixar um grande banco quebrar; algo que não se deve deixar acontecer. Não sei o que aconteceu... Talvez tenha sido uma forma de se pressionar o governo americano para liberar os recursos que eles precisavam... MARCÍLIO – Um dos grandes problemas também é que a corrida aos bancos era algo muito diverso no passado: as pessoas corriam para os estabelecimentos bancários e faziam filas ali. Primeiro, hoje a ação se mostra instantânea. Segundo, ela se dá pela internet. Nos dias atuais, você tem uma economia e uma sociedade em cadeia; as informações são repassadas em rede de forma ampla e veloz, e somas são transferidas assim. A rapidez é tão alta que a autoridade não tem tempo de agir. O banco Lehman Brothes quebrou mais ou menos em uma noite. CAVICHINI – O Washington Mutual faliu em três dias, através da internet. MARCÍLIO – O Merrill Lynch em um fim de semana. PRETONI – O problema é cair na crise de confiança. C AVICHINI – Exato, tanto assim que crédito vem do latim, creditu, que etimologicamente significa justamente isso: crença, confiança. Nosso sistema está todo ele baseado no acreditar. No momento em que o crédito desabou, o dinheiro que se tinha começou a ficar estagnado. O que eu avalio para a economia americana? Sem dúvida, esse é um momento .

1987 – Derrocada dos seguros a carteiras de investimento. O crash de 19 de outubro daquele ano, com uma queda história da bolsa de Nova York (foto acima), fez com que muitos pensassem na vinda de uma outra grande depressão. Os mais pessimistas se enganaram. 1994 – Falência do banco de investimento americano Kidder Peabody. 1997 – Crise dos mercados emergentes. 1998 – Moratória russa. Quebra do banco japonês Long-Term Capital Management. 2000 – A bolha da internet: as palavras mágicas naquele momento eram interatividade e networking. Milionários surgiam num clique. Jornalistas abandonavam suas carreiras para ganhar até 10 vezes mais em paraísos ponto-com. A bolha gerou trilhões de dólares em investimentos na internet, mas, por fim, o que se testemunhou foi um quadro de falências generalizadas no setor.

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“Neste ano, se a economia brasileira desacelerar, irá para 3,5 a 4%. CAVICHINI

difícil, com uma economia desacelerando, mas não estou vendo nada de recessões tão profundas. Quanto ao Brasil, outro dia eu estava lendo os jornais, e fiquei impressionado com a declaração de um distribuidor de aço. Ele dizia que vamos ter aqui uma queda na produção global de aço de 30%! Ou ele está maluco, ou estou maluco eu, porque nós estávamos tendo uma economia crescendo ao ritmo de 5, 5,5%. Neste ano, se ela desacelerar, irá para 3,5 a 4%. Se as vendas de automóveis ficarem no mesmo patamar de 2008, vai se vender tanto aço quanto neste último ano. Então, por que esperar uma desaceleração e uma queda de vendas de 30%? MARCÍLIO – Eles estão projetando o que aconteceu em outubro. A produção de aço caiu em 50%. CAVICHINI – Porque eles estão muito estocados. MARCÍLIO – Não, porque, por exemplo, toda a área de cana estava comprando aço para fazer tanques de armazenamento, e eles pararam ao mesmo tempo. A indústria automobilística fez a mesma coisa. CAVICHINI – Estou projetando para este ano, não em cima do mês de outubro passado. Na pior das hipóteses, vende-se o mesmo número de carros que se vendeu no ano passado. MARCÍLIO – Na melhor das hipóteses. CAVICHINI – Será difícil que o país tenha, neste ano que começa, uma queda do PIB. Eu sou otimista. Vejamos o caso do setor agrícola: com o dólar acima de R$ 2, está todo mundo ganhando bastante dinheiro na agricultura. Exceto o pessoal da cana-de-açúcar. O pessoal da carne também está ganhando dinheiro. MARCÍLIO – O setor de carne é uma exceção. CAVICHINI – O setor de grãos também está ganhando. O que eu vejo é um mercado muito manipulado. Alguns grupos estão jogando muitas informações negativas mais para baixo. Quem alugou ações para fazer a venda a descoberto, e as está vendendo, tem ganhado muito dinheiro e vem trabalhando negativamente a imprensa a seu favor. A situação é difícil? É. Mas não é esse trauma todo. O momento pior aconteceu no final de setembro. MARCÍLIO – O momento financeiro sim, mas a parte econômica ainda vem aí, no mundo todo. CAVICHINI – Concordo que teremos um ano pior, porém não será esta catástrofe toda. Para o Brasil será menos dramático.

ALEXIS: CRENÇA no poder de regeneração do mercado

“Será difícil que o país tenha, neste ano que começa, uma queda do PIB. Eu sou otimista.” CAVICHINI

O que fazer a partir de agora? MARCÍLIO – Alguns paradigmas vão mudar, muito por conta de uma questão

ética que se impõe. Isso porque o sistema de remuneração de todo o sistema financeiro americano, que foi copiado inclusive pelo Brasil, era muito agressivo e beirava o não-ético. A desmedida sempre leva à marcha da insensatez. Porém, não corremos o risco de um desmanche da economia. Temos que estar conscientes, sim, de que podemos passar dois ou três anos apertados. Nós vivemos cinco anos de bonança global, então, no momento em que o mundo todo se retrai, da mesma maneira que nos beneficiamos, vamos compartilhar essa retração. Temos que estar conscientes de que é bom rever orçamentos familiar, empresarial, do terceiro setor, sobretudo cortando custos fixos. É importante dar ênfase aos programas, aos projetos. É ter muito claro o sentido de prioridade. O que queremos realizar? E ter uma constância. Já tivemos muitas crises nos últimos vinte anos. Aprendemos a administrar crises. O que nós não aprendemos foi aproveitar oportunidades. A própria crise traz uma oportunidade de reflexão. Não será fácil, mas não é algo para perdermos o sono, e sim para, durante o dia, trabalharmos um pouco mais, economizar e gastar com o que for prioritário, com o que for investimento. São essas as minhas recomendações para a Família Rotária e para todos.

* O autor é jornalista e redator da Brasil Rotário. Fotos: Sérgio Afonso. 36

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ABTRF – Associação Brasileira da The Rotary Foundation José Alfredo Pretoni*

Você sabia que... I A Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF) foi criada para abrir as portas e facilitar a contribuição das Pessoas Jurídicas no Brasil (como empresas, instituições, fundações, associações e outras), ou seja: todas as que tenham CNPJ e estejam registradas na Receita Federal...

A ABTRF é registrada no Ministério da Fazenda e no Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), e que tem, portanto, em certas circunstâncias, benefícios fiscais para quem contribui com ela... I

I Como a ABTRF é uma Oscip, as Pessoas Jurídicas que operam com Lucro Real poderão fazer suas doações descontando até 2% de seu lucro operacional como despesa operacional, reduzindo assim a base de cálculo para determinar o imposto de renda a ser pago...

A ABTRF também pode receber contribuições de outras empresas ou instituições que não operam com Lucro Real, ou que sejam organizações não-lucrativas – mas, nesses casos, não haverá o benefício fiscal... I

No ano de 2007, a ABTRF patrocinou, entre outros, os seguintes projetos: Projeto Energia Social, uma parceria entre o RC de Belo Horizonte-Pampulha e o RC de Betim com o Canadá; Projeto Preservação Ambiental, do RC de Garça Azul; Projeto de Inclusão Social, dos RCs de Lajeado e de Aveiro-Portugal; Projeto Caráter I

Conta, do RC de Joinville; Projeto Cursos Profissionalizantes, do RCRJGuanabara e da Alemanha; Projeto Cozinha Industrial, feito pelos RCs de Santos e de Los Angeles-EUA; Projeto Automóvel para a Rede Feminina de Combate ao Câncer, dos RCs de Naviraí e de Jackson Hole-EUA; Projeto de Inclusão Digital, dos RCs de Santo André-Norte e do Space Center-EUA; Projeto de Apoio Financeiro aos Filhos de Lavradores de Vitória da Conquista, na Bahia, criado pelos RCs de Vitória da Conquista e de Westminster-Inglaterra; Projeto de Subsídios de Alimentação para os alunos da Escola Padre Dr. Francisco da Mota, uma parceria entre o RCRJGuanabara e a Alemanha... Até o último dia 30 de setembro, a ABTRF teve associados a ela os seguintes valores (em reais):

I

RECEITA TOTAL – Doações – Rendimentos/aplicações –

1.304.911,20 1.165.684,20 139.227,00

DESPESA TOTAL – Pagamentos de projetos – Despesas operacionais – Despesas legais – Custos operacionais –

847.913,72 753.670,11 94.243,61 65.285,09 28.958,52

DEPÓSITOS EM BANCOS – 456.997,58 Considerando-se o dólar rotário vigente em setembro de 2008, cotado a R$ 1,60, a ABTRF (em termos de arrecadação média anual nos últimos três anos) supera o que foi arrecadado, no ano rotário 2007-08, por mais de 260 distritos rotários do mundo, individualmente. Isto mostra a enorme potencialidade da ação empreendida pela ABTRF...

I

I A ABTRF recebeu contribuições de mais de 50 empresas de rotarianos e de não-rotarianos, de associações distritais etc... I Como a ABTRF está ligada à Fundação Rotária do RI, as doações que ela recebe são feitas como que diretamente à Fundação Rotária – e, portanto, todo o sistema de Reconhecimento da Fundação Rotária (como títulos de Companheiro Paul Harris, Benfeitores, Major Donors, Arch Klumph Society etc.) é válido também para a ABTRF...

A ABTRF tem sua diretoria executiva constituída por mim, como presidente; pelo ex-diretor do RI Hipólito Sergio Ferreira como vicepresidente; e pelo nosso atual diretor do RI, Themístocles Américo Caldas Pinho, como diretor...

I

I A ABTRF espera e tem a certeza de que todos os rotarianos e não-rotarianos brasileiros participarão como seus contribuintes através de suas empresas, pois eles têm a certeza de que seus projetos serão realizados, de que as finanças serão bem administradas e de que sua responsabilidade social perante suas comunidades será um fato plenamente exeqüível... I Vamos trabalhar, portanto, para

o engrandecimento do nosso Brasil, juntando-nos à Associação Brasileira da The Rotary Foundation. * O autor é EDRI e presidente da ABTRF – Associação Brasileira da The Rotary Foundation. BRASIL ROTÁRIO

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Aldair de Queiroz Franco e Altimar Augusto Fernandes Coordenadores Regionais da Fundação Rotária para as Zonas 20 (Norte), e 19A e 20 (Sul), respectivamente

Alyce Henson/Rotary Images

A Fundação Rotária e a economia M

uito se fala da crise econômica mundial. Ela existe e é séria. Muitos que a discutem pouco sabem da economia das famílias, a economia que realmente nos importa, rotarianos que somos, homens e mulheres que olham mais além de nós mesmos. As famílias que vivem no remoto Brasil nada sabem de bolsa de valores, de índice Dow Jones, de índice Bovespa. O que as afeta é ter ou não ter água limpa para beber, alimentos diariamente, uma vida saudável e um mundo em paz. As crianças de rua, 100 milhões delas em todo o mundo, precisam de um teto e de alfabetização. A cada 3,6 segundos, uma pessoa morre de fome no mundo; 75% delas são crianças. O que pode ser feito Nós podemos ajudar muito através da nossa contribuição anual de US$ 100 per capita à Fundação Rotária. Com US$ 100, é possível adquirir, por exemplo, dez redes protetoras contra mosquito. Tratadas com inseticidas, essas redes são capazes de proteger

Rotary Images

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POÇO CONSTRUÍDO pelo Rotary em Níger, na África; criança sendo imunizada contra a pólio na Índia; e ponte destruída na cidade de Blumenau, em Santa Catarina: se o mundo apresenta desafios em diversas regiões, os rotarianos podem ajudar com muitas soluções Wilson Dias/ABr


Coluna do chair da Fundação Rotária 20 crianças na África, continente onde quase todas as crianças não têm camas individuais em suas casas, compartilhando seus leitos com outros meninos e meninas. É por isso que cada rede protege duas crianças. Com outros US$ 100, é possível adquirir 167 doses da vacina combinada que protege contra a poliomielite e também contra o sarampo. Com US$ 1.000, podemos fazer 25 próteses no Egito ou 20 cirurgias de catarata na Índia, ou ainda uma cisterna para coletar água da chuva no Nordeste brasileiro. Bebendo água limpa, 4.000 crianças são salvas da morte todos os dias. A empresa norte-americana PepsiCo vai doar US$ 5 milhões para subsidiar projetos destinados a fornecer água limpa e tratamento de esgoto sanitário na América Latina, na Ásia e na África. Associe-se a estes esforços para combater a mortalidade infantil. O clube que queira desenvolver um projeto para fornecer água limpa e tratamento de esgoto sanitário deverá elaborá-lo mostrando como a comunidade será beneficiada, o que vai melhorar em termos de saúde e de melhoria econômica. O site do Water & Sanitation Rotarian Action Group <www.wasrag.org> disponibiliza outros detalhes a respeito desse assunto. Durante a pré-convenção do Rotary International, no dia 19 de junho, em Birmingham, na Inglaterra, haverá um novo encontro de cúpula para tratar destes tópicos. Desafios no Brasil Temos ainda uma tarefa árdua para ajudar a resolver aqui no Brasil: milhares de desabrigados, crianças órfãs, pais “órfãos” de filhos, famílias atingidas de muitas formas por uma torrente de imprevistos nos estados de Santa Catarina, Espírito Santo e em outras regiões onde as calamidades atmosféricas assolam todos os anos. Particularmente em Santa Catarina, os rotarianos do distrito 4650, região mais afetada pelas chuvas diluvianas de novembro, estão recebendo recursos através de uma conta bancária da governadoria e por ela controlada. Foi disponibilizada uma conta do Banco do Brasil (agência 0095-7, c/c 18309-1) para o recebimento de recursos destinados a socorrer as vítimas. Qualquer valor se somará a outros ali depositados. Nossa trajetória não é escrita para nós, mas por nós. Marquemos a nossa. Contribuamos, sempre que houver necessidade, para salvar vidas. Com nossa contribuição, estaremos realizando inúmeros sonhos de pessoas que perderam tudo. E esta é a economia que conta: a que salva vidas, fornecendo o básico a quem nada tem.

Promova o nosso trabalho

S

e o público em geral tivesse plena consciência de apenas metade do bom serviço que a nossa Fundação Rotária desempenha, eu tenho certeza de que estaríamos repletos de contribuições e sócios em perspectiva. Por isso, uma das metas para o atual ano rotário é trabalhar junto ao Rotary International para melhorarmos nossa imagem pública. Mas como podemos alcançar esse objetivo? Uma das formas é trabalhar com a mídia local para dar publicidade aos nossos projetos humanitários. Devemos nos assegurar de que os membros das comunidades onde estamos inseridos saibam que a Fundação Rotária e os rotarianos locais são co-responsáveis por aquele poço d’água que foi construído, por aquela clínica de saúde ou escola. Divulgue os projetos internacionais patrocinados por seu clube com os subsídios da Fundação Rotária. Convide a mídia local para conhecer uma equipe de IGE em visita ao seu clube ou algum intercambiado que esteja estudando na sua comunidade. Todos nós temos histórias inspiradoras para contar. Precisamos compartilhá-las com os outros.

Em anos recentes, graças ao papel desempenhado pelo Rotary em favor da erradicação da pólio, a presença da Fundação Rotária no cenário internacional cresceu enormemente. É tempo de fazer com que as nossas realizações sejam divulgadas em âmbito local. Janeiro é o mês da Conscientização Rotária, uma época ideal para manter as nossas comunidades informadas sobre as muitas realizações da Fundação Rotária voltadas ao bem do mundo. JONATHAN MAJIYAGBE Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária BRASIL ROTÁRIO

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O companheiro Hélio Falchi, do RC de São Paulo, SP (D.4610) completou 50 anos de Rotary em outubro.

Rotariano há 56 anos, Adelino Mendes Melges foi um dos fundadores do RC de Pompéia, SP (D.4510) em 1952.

Dilceu Walbach com a homenagem que recebeu do RC de São José dos Pinhais, PR (D.4730) por suas cinco décadas no clube.

Outro companheiro do RC de CuritibaOeste, PR (D.4730) Omar Rachid Fatuch também completou 50 anos de clube. Com um detalhe: ele vem mantendo 100% de freqüência.

Alcides Araújo é associado há 60 anos do RC de Natal, RN (D.4500), clube do qual foi presidente em 1961-62 e onde mantém freqüência de 100%.

Aos 93 anos de idade, o companheiro Ernesto Faoro ainda é um dos mais atuantes do RC de Caçador, SC (D.4740) que ele ajudou a fundar há 60 anos, e onde mantém 100% de freqüência.

Associado do RC de Caruaru, PE (D.4500) o EGD Sebastião Bernardino da Silva completou 50 anos de vida rotária no dia 23 de dezembro. Ele é mais um homenageado nesta edição com 100% de freqüência em seu clube.

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O EGD Hilton Dácio Trevisan é sóciofundador do RC de Curitiba-Oeste, PR (D.4730). Ele completou 50 anos de vida rotária em 2008.

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Se você tem 50 anos de Rotary ou mais, envie sua foto sozinho para a Brasil Rotário: G

E-mail:redacao@brasilrotario.com.br Endereço postal: Avenida Rio Branco, 125 – 18o andar Centro – Rio de Janeiro – CEP: 20040-006


Informe do RI aos rotarianos

Conselho realinha os limites zonais Um realinhamento dos limites zonais irá vigorar a partir de 1º de julho, com o objetivo de promover maior equilíbrio na seleção dos diretores do RI nas 34 zonas rotárias. Uma vez que os diretores são indicados por zonas, os estatutos do RI recomendam que todas elas tenham o mesmo número aproximado de rotarianos. Determinam, ainda, que o Conselho Diretor reexamine a situação das zonas rotárias ao menos uma vez a cada oito anos. Os números do desenvolvimento do quadro social se modificaram significativamente desde o último ajuste dos limites das zonas, em 1995. Por exemplo, os quadros sociais dos clubes da Áustria, Belarus, República Checa, Alemanha, Hungria, Romênia e Eslováquia cresceram 48% entre 1996 e 2006. Por outro lado, o quadro social do Japão involuiu em 25% e muitas regiões dos EUA experimentaram um leve declínio. Em 2002, o Conselho Diretor nomeou comitês para estudar a estrutura zonal e fazer as devidas recomendações. No ano passado, foram aceitas as propostas de realinhamento.

RC de Chicago coloca seu passado no ar O RC de Chicago está disponibilizando 20 mil itens do seu acervo em uma galeria online. Estão lá fotos, correspondências e outros escritos de sócios vips como Paul Harris, Chesley Perry e Silvester Schiele. Outras curiosidades que compõem a coleção são as atas do conselho diretor do clube, que remontam a 1920, um álbum de recortes de Perry, uma coleção de documentos sobre mulheres no Rotary, do período de 1921 a 1995, e outros importantes registros como atas e boletins dos primeiros anos. Richard McKay, ex-presidente do clube e secretáriotesoureiro do Rotary Global History Fellowship (RGHF), e sua esposa doaram mais de US$ 40 mil para deslanchar o projeto. O endereço do site do RC de Chicago é www.rotaryone.org

Quantos Somos

No Mundo Rotarianos: 1.220.580; Clubes: 33.268; Distritos: 534; Países e regiões: 208; Rotaractianos: 169.855; Clubes: 7.385; Países: 164; Interactianos: 269.985; Clubes: 11.695; Países: 131; Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 6.436; Voluntários: 148.028; Países: 77; Número de Rotarianas: 189.434.

No Brasil Rotarianos: 52.249; Clubes: 2.309; Distritos: 38. Rotaractianos: 14.030; Clubes: 610; Interactianos: 15.893; Clubes: 691. Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 256; Voluntários: 5.888. Número de Rotarianas: 9.748.

○ ○

Edilson M. Gushiken <edilson.gushiken@rotar y.org>

Supervisora Financeira Sueli F. Clemente <sueli.clemente@rotar y.org>

○ ○ ○ ○

Encomendas de Publicações, Materiais e Programas Audiovisuais Clarita Urey c l a r i t a . u re y @ ro t a r y. o rg Tel.: (11) 3826-2966 Fax: (11) 3667-6575

Carlos A. Afonso c a r l o s . a f o n s o @ ro t a r y. o rg

○ ○ ○ ○

Quadro Social (Assistência aos Governadores de Distrito e aos Clubes)

CONVENÇÃO NACIONAL dos RCs, em 1911, no Oregon: uma mulher na delegação do RC de Chicago

Celso Fontanelli c e l s o . f o n t a n e l l i @ ro t a r y. o rg

Gerente

Rua Tagipuru, 209 São Paulo SP – Brasil – CEP 01156-000 Te l : (11) 3826-2966 Fax: (11) 3667-6575 Horário: 2ª a 6ª, de 8h às 17h

Endereço

http://www.rotar y.org.br

Escritório do RI no Brasil Home page:

Supervisor da Fundação Rotária

A Seu Serviço

Fonte: Escritório do Rotary International no Brasil.

Rotary International Secretaria (Sede Mundial) 1560 Sherman Avenue,Evanston, Il 60201 USA Phone: 00-21-1847 866-3000 Fax: 00-21-1847 328-8554 Horário: 8h30 às 16h45 (horário de Washington)

BRASIL ROTÁRIO

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Interact & Rotaract ○

OS INTEGRANTES do Interact Club de Saltinho, SP (D.4310) estiveram na zona rural do município e, como parte da Campanha do Agasalho, distribuíram roupas para famílias de moradores. Em outra oportunidade, o ex-presidente Renan Henrique Sandalo e o presidente Renan Pazzette Libardi foram escolhidos Jovens Destaque e homenageados pelo RC local.

OS JOVENS do Rotaract Club de OlímpiaIntegração, SP (D.4480), com a ajuda de integrantes da Casa da Amizade local, promoveram um minivestibular para alunos do ensino médio de quatro escolas públicas da cidade. O projeto Uma Viagem Através da História serviu como treinamento para o vestibular e os estudantes classificados nas dez primeiras posições foram premiados com uma viagem à cidade de São Paulo, onde visitaram pontos turísticos, como o Museu do Ipiranga, o Memorial do Imigrante e o Mercado Municipal.

EM PARCERIA com a Polícia Militar local e a colaboração da secretaria de Saúde e da prefeitura municipais, o Interact Club de Divino, MG (D.4580) realizou o projeto Interact Contra a Dengue. Divididos em três grupos, os jovens distribuíram panfletos, colaram cartazes e alertaram a população sobre a doença.

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COM O apoio do Centro de Formação da Criança e do Adolescente, o Interact Club de Getulina, SP (D.4480) plantou 900 mudas de árvores na nascente de Macucos, distrito de Getulina, retomando o projeto de reflorestamento anteriormente realizado com o RC local. Em outras oportunidades, os jovens também trabalharam na campanha de vacinação contra a poliomielite, quando venderam adesivos com os dizeres Todos Contra a Pólio em prol do programa Polio Plus, participaram de uma palestra sobre turismo com a ex-interactiana Camila Valenciano Rocha, obtiveram junto à Câmara Municipal local a aprovação da data de 28 de junho como Dia do Interactiano e organizaram uma festa para crianças do município.

O ROTARACT Club de Lavras, MG (D.4560) foi reativado nos últimos meses e seus integrantes trabalharam na Corrida Rústica do Banco do Brasil. Na foto, os jovens estão acompanhados do presidente do RC local, Emerson Nonato (de amarelo).

O ROTARACT Club de ParanaguáRocio, PR (D.4730) completou dez anos de fundação e comemorou a data em uma reunião conjunta com o RC de Paranaguá.


Os irmãos Karamabloch Ascensão e queda de um império familiar Arnaldo Bloch Companhia das Letras

A numerosa família Bloch, oriunda de uma remota aldeia ucraniana, chegou ao Brasil em 1922, guiada pelo patriarca – o tipógrafo judeu Joseph – e praticamente sem nada. Em seu país de origem, o clã enfrentara a Primeira Guerra Mundial, as perseguições do czar e a opressão dos bolcheviques. No Brasil, o pequeno ganha-pão de Joseph foi transformado pelos filhos, principalmente Adolpho, em um império de comunicações que abrangeu emissoras de rádio e TV, gráfica, editora de livros e dezenas de publicações periódicas, como a revista semanal “Manchete”. Neto e xará de um dos irmãos Karamabloch – epíteto cunhado pelo escritor Otto Lara Resende para se referir a Bóris, Arnaldo e Adolpho –, o escritor e jornalista de “O Globo”, Arnaldo Bloch, abraçou a idéia de resgatar e contar a saga de sua família. Catástrofes pessoais e coletivas, reviravoltas, empreendimentos ambiciosos e lutas fra-

O novo paradigma para os mercados financeiros A crise atual e o que ela significa George Soros Agir Na

visão de George Soros, um dos investidores mais bem-sucedidos do mundo, a atual crise financeira internacional possui uma peculiaridade em relação a momentos críticos anteriores: marca o fim de uma era de expansão de crédito que se baseava no dólar como moeda internacional. Para reverter a situação, o diretor do Soros Fund Management sugere a teoria da reflexividade, por ele criada. A reflexividade já fora abordada no livro “A alquimia das finanças” e Soros decidiu voltar a ela, na tentativa de oferecê-la “como uma oportuna percepção sobre os mercados financeiros”. No entanto, a teoria vai além da área financeira e trata das relações entre pensamento e realidade, postulando que conceitos e interpretações equivocados são fatores determinantes do curso da história. Com isso, o autor põe

Livros ○

tricidas estão na obra, com depoimentos tanto dos protagonistas da história como das mulheres mantidas à sombra dos grandes feitos. BRASIL ROTÁRIO: Qual foi o maior desafio ao contar a história de sua própria família? ARNALDO BLOCH: Como quis fazer um livro imparcial, o maior desafio foi manter suficiente admiração para não cair na vã maledicência, e suficiente senso crítico e humor para não esbarrar no laudatório. Adicionado a isso, quis ser objetivo o suficiente para contar uma história real com espírito jornalístico, e ao mesmo tempo abrir espaço para o imaginário, o lendário e a emoção (uma “realidade” mais abrangente), compondo um romance. Finalmente, o desafio de encontrar um tom com o jeitão da “família” (família no sentido maior, consangüíneo, de amigos, funcionários, inimigos e agregados) e uma cadência que tornasse o livro ágil. Nos sete anos de pesquisas para o livro, qual descoberta mais o surpreendeu? A descoberta de que muita coisa que a gente pensa que é ficção é, na verdade, a mais pura realidade. A lenda do tesouro enterrado ao pé de uma macieira. A cidade de Jitomir se revelando aos meus olhos como contavam os antepassados. Os reclames da gráfica em 1900. Detalhes de Adolpho nos tempos do cassino. Umas fitas gravadas de uma das anciãs da família quando o livro já estava em dúvida a teoria do equilíbrio, segundo a qual o mercado tende a equilibrar-se por si só e os desvios são acidentais.

A viagem do elefante José Saramago Companhia das Letras

Em seu mais novo livro, José Saramago narra a viagem de um certo Salomão, que no século 16 cruzou metade da Europa, indo de Lisboa a Viena, por extravagância de um rei e um arquiduque. O tal viajante, como o título adianta, é um elefante e, por mais insólito que o enredo possa parecer, partiu de um fato histórico. Dom João 3º, rei de Portugal e Algarves, resolvera, numa noite de 1551, presentear com um paquiderme o arquiduque austríaco Maximiliano 2º, genro do imperador Carlos 5º e então regente da Espanha. “A viagem do elefante” é o primeiro livro de Saramago depois do autobiográfico “Pequenas memórias”, de 2006. Nele, o Nobel da literatura cria uma ficção em que personagens reais de sangue azul en-

Renata Coré ○

quase pronto causou uma revolução na sua estrutura. Mas é difícil apontar uma descoberta. Escrever um livro assim é uma aventura diária, as descobertas se multiplicam, os personagens vão se revelando... melhor ler o livro e descobrir junto comigo! Possuindo o olhar de membro da família e também de pesquisador, como vê a importância do império Bloch para a imprensa brasileira? “Manchete” foi um divisor de águas em termos de qualidade gráfica e de investimento em grandes reportagens. Mudou a cara das revistas nacionais e empregou milhares de profissionais que lá se formaram, muitos deles depois partindo para outros desafios e fazendo história, além, é claro, de ter deixado páginas preciosas de grandes nomes que colaboraram com os títulos da casa, como Rubem Braga, Nelson Rodrigues, Fernando Sabino, Carlinhos de Oliveira (que começou lá!), Paulo Mendes Campos, Raimundo Magalhães Jr. e tantos e tantos outros, além de uma geração de fotógrafos que fizeram época e a herança de obstinação e visão de futuro de Adolpho Bloch. Há, porém, um legado complexo, muito mais abrangente que a figura de Adolpho ou o império “Manchete”: o legado construído por quem trabalhou lá, o legado de convivência, de histórias, de um tempo de vida, e um legado de luzes e sombras, humano, fonte inesgotável. contram-se pelos caminhos da Europa com chefes de exército que quase vão às vias de fato e padres que querem exorcizar Salomão ou pedir-lhe um milagre.

Cinco anos de minha vida Murat Kurnaz Planeta O jovem turco-alemão Murat Kurnaz foi mantido preso por engano durante cinco anos em Guantánamo. No início de outubro de 2001, ele viajara ao Paquistão para freqüentar um curso sobre o Alcorão e, pouco antes de retornar para casa, foi preso durante um controle de segurança e vendido por US$ 3.000 às forças armadas dos EUA, que buscavam terroristas possivelmente envolvidos com os então recentes atentados de 11 de Setembro. Na base norte-americana em Cuba, viveu mais de 1.600 dias de interrogatórios, torturas, isolamento e humilhações. Solto em 2006, Kurnaz então descobre que os órgãos oficiais alemães já sabiam de sua inocência há tempos, embora não tenham providenciado sua volta.

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O Rotary Petrópolis e a sua cidade nos últimos 80 anos Antônio Eugênio de Azevedo Taulois Independente Para comemo-

rar os 80 anos de fundação do RC de Petrópolis, RJ (D.4570), completados no ano passado, o ex-presidente e ex-governador assistente Antônio Eugênio de Azevedo Taulois escreveu um livro que é uma contribuição para a história do rotarismo na Cidade Imperial. Além de relembrar acontecimentos, a obra procura mostrar o ideal rotário em atividade em Petrópolis, trazendo também um retrato do clube hoje e uma perspectiva para o futuro da instituição. O livro corresponde à primeira etapa de um trabalho mais amplo, que envolve as três unidades rotárias da Serra Fluminense.

Conselhos que recebi Emerson Nonato Silva Independente

O presidente do RC de Lavras , MG (D.4560), Emerson Nonato Silva, colheu diversos pequenos conselhos ao longo da vida e os reuniu nesse livro, publicado em formato de bolso. Os ensinamentos, que o autor agora compartilha com seus leitores, são idéias simples, que vão do conhecimento técnico à prática.

Um novo tempo em Rotary Realizemos os Sonhos Benedito Olegário Resende Nogueira de Sá Independente Escrito

pelo EGD Benedito Olegário Resende Nogueira de Sá, o livro é uma homenagem aos 65 44

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Autores rotarianos ○

anos do RC de Taubaté, SP (D.4600), completados em 2008. Na obra, o autor referese ao passado, presente e futuro do movimento rotário.

Malba Tahan visita São Luís e outras histórias José Cloves Verde Saraiva Independente

Em sua terceira edição, o livro do companheiro José Cloves Verde Saraiva, expresidente do RC de São Luís, MA (D.4490), resgata a importância de Malba Tahan, pseudônimo do escritor Júlio César de Mello e Souza, e relembra a viagem do autor de O homem que calculava pela capital maranhense. A obra também traz uma coletânea de artigos relacionados à matemática e informações sobre a cidade de São Luís e a cultura árabe.

Construindo o futuro através da educação Do Fortran à internet

panheiro Tércio Pacitti, associado do RC do Rio de Janeiro, RJ (D. 4570), desenvolve um histórico da informática, década a década, desde os anos 40 até os dias de hoje. Ao longo de mais de 400 páginas, o autor narra acontecimentos como os primeiros tempos do ITA, quando o curso de engenharia da Aeronáutica se separou do IME, e a semente da Em-

braer, além de outros projetos pioneiros no Brasil e no exterior. O futuro da informática também é contemplado na obra e, para escrever sobre esse tema, o companheiro pesquisou idéias de jovens professores de importantes instituições norte-americanas, como o MIT e as universidades de Berkeley e Stanford. Os rotarianos que se comprometerem a ler o livro poderão obtê-lo gratuitamente. Para primeiros esclarecimentos, telefonar para a secretária Deborah (21) 2516-1851. E-mail: pacitti@ibpinet.com.br

Jornalismo: primeiros passos Luiz Maranhão Filho Editorial Jangada

Profissional de mídia impressa, rádio, TV e cinema em atividade há 60 anos, o companheiro Luiz Maranhão Filho, do RC de Olinda, PE (D.4500), recebeu o prêmio Roquette Pinto pelo livro Memória do rádio. Autor de diversas obras e professor universitário há 35 anos, ele lança agora a publicação voltada para os profissionais que se iniciam na carreira jornalística.

Meu primeiro picolé José Francisco da Silva Concesso Independente

Tércio Pacitti Thomson O livro do com-

Coletânea de crônicas, contos e ensaios escritos por José Francisco da Silva Concesso, companheiro do RC de Araguaína, TO (D.4530), o livro retrata episódios vividos pelo autor entre os anos de 1945 e 2004. As histórias tiveram como cenário quatro cidades distintas: Rio Espera e Burnier, em Minas Gerais, Valença, no Rio de Janeiro, e Roma, na Itália.


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COMPANHEIROS, VISITANTES e equipe da ABBR diante da cabine de pintura, um dos equipamentos adquiridos pelo projeto

O RC do Rio de Janeiro e o RC do Rio de Janeiro-Urca entregaram instrumentos musicais

Dois projetos, vários resultados RC DO Rio de Janeiro, RJ – Através de um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária no valor de R$ 94.178,00, feito com a parceria do RC de Hümmling zu Sögel, da Alemanha (D.1850) e dos RCs de Copacabana, Rio de Janeiro-Glória, Rio de Janeiro-Ipanema e Rio de Janeiro-Lagoa, inaugurou uma oficina ortopédica na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio. A oficina está sendo destinada à confecção de cadeiras de rodas, andadores, cadeiras de banho e muletas. O projeto também possibilitou a aquisição de uma cabine para pintura e uma estufa para pintura eletrostática. A ABBR é um dos mais importantes centros de reabilitação do país. Gerida sem fins lucrativos, em seus 54 anos de his-

D . 4570

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tória a associação beneficiou mais de 280 mil pacientes. Hoje, a ABBR atende aproximadamente 2.500 pacientes todos os dias. Com os recursos de outro projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária, novamente realizado com a parceria do RC de Hümmling zu Sögel, e também do RC do Rio de Janeiro-Urca, o RC do Rio de Janeiro fez a doação de instrumentos musicais para a formação da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Rocinha. O projeto, que vai beneficiar 600 alunos carentes e mobilizou um total de R$ 42.568,50, permitiu a compra de clarinetes, contrabaixos, flautas transversas, trombones, uma trompa, trompetes, violas, violinos e violoncelos, além de um computador e de acessórios.


D . 4410

OS RCs de PiracicabaCidade Alta e PiracicabaSão Dimas, SP, entregaram 653 kg de gêneros alimentícios não-perecíveis ao Programa Banco de Alimentos da prefeitura municipal, em que estão cadastradas 23 instituições assistenciais. Os alimentos foram arrecadados na entrada do espetáculo de teatro “A Vida é Sonho”, apresentado pelo grupo Adid de Teatro – Associação para Desenvolvimento Integral do Down.

D . 4310

RC DE Sumaré, SP – Em parceria com a prefeitura municipal e o Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas, o clube vem promovendo campanhas de doação de sangue no segundo sábado de cada mês. O trabalho começou há quatro anos e, desde então, já foram arrecadadas aproximadamente 1.770 bolsas de sangue, em uma média de 46 bolsas por campanha.

D . 4390 RC DE Maceió, AL – Para comemorar o Dia Internacional da Alfabetização, o clube presenteou com 62 dicionários de língua portuguesa das Edições Poliglota a Escola Rotary, que atende a um total de 900 alunos nos turnos da manhã e tarde e a 150 no período da noite. Na mesma oportunidade, os companheiros entregaram à escola livros doados pelo RC de MaceióPonta Verde.

O DISTRITO realizou seu 1º Seminário de Imagem Pública e Liderança Distrital, no auditório do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Espírito Santo, em Vitória, onde estiveram presentes 85 rotarianos, além de visitantes. O evento foi iniciado com a leitura de uma mensagem especialmente enviada pelo coordenador para a América Latina do Comitê de Imagem Pública do Rotary, EGD Fernando Quintella, e seguiu com palestras dos companheiros Yosadara Cunha, Denise Vieira Gonçalves, José Domingos Rabello, Celso Siqueira e Carlos Bressan, além do diretor de Recursos Humanos da Rede Gazeta, Helder Luciano. Foram abordados temas como o que é notícia; o Rotary é notícia, sim; habilidades em comunicação e liderança em Rotary – estilos de liderança, entre outros.

D . 4420

RC DE Guarujá-Vicente de Carvalho, SP – O clube preparou uma feijoada beneficente com a qual arrecadou verba para a compra de 12 cadeiras de rodas.

RC DE Santos-Vila Belmiro, SP – Os companheiros levaram os alunos de caratê do Rumo ao Esporte, projeto mantido pelo clube, para o 1º Passeio Ecológico ao Parque Estadual da Serra do Mar, no núcleo Itutinga-Pilões. No evento, patrocinado pela empresa Porto Seguro e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região, as crianças acompanharam uma aula sobre a importância da preservação do meio ambiente.

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RC DE Mairiporã, SP – No Bosque da Amizade de Mairiporã, promoveu o 12º Festival da Pipa (foto), que reuniu cerca de 400 pessoas. Outra ação: o clube arrecadou e doou cerca de 300 livros à biblioteca pública do bairro de Terra Preta e à biblioteca da Escola Estadual Hermelina Albuquerque Passarella.

RC DE Jales, SP – Promoveu a 21ª Festa do Motorista, que reuniu milhares de pessoas na praça da cidade em dois dias de shows. O acontecimento incluiu um encontro de caminhoneiros e teve a parceria de emissoras de rádio da região. Os companheiros de Jales, as senhoras da Casa da Amizade local e interactianos foram responsáveis pela organização, pela busca de patrocínios, parcerias e pelo cumprimento de todas as exigências legais da festa. A renda obtida beneficiou, além da Fundação Rotária, as seguintes entidades locais: o Lar dos Velhinhos, o Albergue Noturno, a Associação de Assistência à Criança de Jales, Associação de Voluntários no Combate ao Câncer e a Pastoral da Sobriedade.

D . 4440 RC DE Paranatinga, MT – Na foto, momento da diplomação de oficialização do clube. A partir da esquerda: Ana Angélica Braga e seu marido, Antonio Carlos Braga, presidente do clube; Maristela Zancanaro Queiroz, presidente da Associação de Senhoras de Rotarianos, e seu marido, Nildo Lima Queiroz, governador 2007-08 do distrito; e Nabor Romancini, governador assistente do mesmo período. Uma primeira ação do Paranatinga foi a entrega de cadeira de rodas a um adolescente de família carente. O clube também se mobilizou para apoiar a 24ª Festa do Peão e a 15ª Expopar, cujas rendas foram revertidas em brinquedos para cerca de 1.400 crianças de creches municipais. Além disso, a organização de um jantar dançante teve como resultado 100% da sua renda doada à Fundação Rotária.

RC DE ParnaíbaIgaraçu, PI – Lançou revista comemorando os 30 anos do clube e registrando a sua trajetória. Na foto, o atual presidente Walter de Carvalho Soares e o companheiro José Wellington Cardoso de Andrade. Pela mesma época, foi homenageado o comerciante Francisco Fontenele de Oliveira pela sua contribuição ao desenvolvimento da região.

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D . 4470 RC DE Campo GrandePantanal, MS – Aconteceu o 17º RYLA, que teve a participação de 128 jovens, entre estudantes de Campo Grande, Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul e intercambiados. O tema foi “O Jovem e Seu Futuro Profissional”, e contou também com o apoio logístico da Aeronáutica e do Exército. A abertura do evento teve as presenças dos EGDs Olímpio Crisóstomo Ribeiro e Carlos Alberto Freire, do governador assistente, Elvio Gusson, e do presidente do clube, José Ricardo Buchara Martins.

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RC DE Caicó-Centenário, RN – Está desenvolvendo o projeto Pintando o 7 – Um Olhar Sobre a Natureza, que atualmente contempla filhos de rotarianos e pretende abrir inscrições para pessoas da comunidade em geral. Na foto, a artesã Maria Júlia, seus alunos, o presidente do clube, Edvaldo Carlos, e, à esquerda, o vice Abias Neto.


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RC DE Cajazeiras, PB – Comemorando 60 anos de fundação, o clube promoveu a aferição de pressão arterial e doou mudas de árvores.

RC DE Samambaia, DF – Esteve à frente da Rua do Lazer, iniciativa que levou recreação e lanches para as crianças do bairro Samambaia Norte, no Distrito Federal. Na mesma época o clube apresentou o Projeto Fogão Solar ao RC de Águas Lindas de Goiás, sede da Fundação de Rotarianos de Brasília. Mais recentemente, os companheiros doaram material de construção e fogão industrial para a Cepai e promoveram palestra contra as drogas para 230 professores e alunos.

RC DE Cândido Mota, SP – Oficializou a criação do seu Rotakids durante reunião festiva. O novo clube tem 33 sócios, com idades entre 6 e 11 anos. Outro registro foi a palestra com a educadora Elianeth Dias Hernandes para celebrar o Dia Internacional da Alfabetização.

RC DE Ribeirão PretoJardim Paulista, SP – Aí esta a equipe que trabalhou na venda de camisetas, bonés e tíquetes para o McDia Feliz e para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer de Ribeirão Preto. Na foto, além da presidente do clube, Maria Augusta Carvalho, aparecem os seguintes EGDs: Valter Merlos e Célia, José Carlos Carvalho e Cidinha, Adalberto Menegazzo e Sueli; e Oswaldo Pinto de Carvalho. Também presente o casal governador do distrito Antônio Marchiori e Rita.

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RC DE Belo Horizonte, MG – Sua presidente Patrícia Faria Gonçalves entregou a Comenda Archimedes Theodoro ao EGD José Sebastião de Arcoverde Rabêlo, que aparece aqui com a mulher Cristina Maria (à direita).

RC DE São Gonçalo do Sapucaí, MG – Fez almoço beneficente para o Abrigo Transitório da cidade. A ação tornou possível a ampliação do imóvel e a compra de camas e computadores.

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RC DA Barra da Tijuca, RJ – Sua Comissão de Administração produziu fórum sobre desenvolvimento, expansão e retenção do quadro social. Os EGDs Edson Avellar da Silva e Joper Padrão do Espírito Santo foram, respectivamente, o expositor e o moderador do evento. Na foto, a partir da esquerda, o presidente da comissão, Cláudio Elias, Edson Avellar, o presidente do clube, Fernando José de Campos Pinto, Joper Padrão, a companheira do RC do Rio de Janeiro-Avenida Ayrton Senna, Leila Espósito, e o governador do distrito, José Roberto Lebeis.

RC DE Mariana, MG – A sócia deste clube, Wilma Miranda Barbosa, participou de uma missão em Nairóbi, no Quênia, levando atendimento odontológico. A missão contou com a presença de onze países e 71 voluntários. Além de Wilma, representaram o Brasil Izumi Sacuma, do RC de Presidente Prudente, SP, Cilene Frias, do RC de Piracicaba, SP, Patrícia Andrade, do RC de Americana-Carioba, SP, e seu pai Waldir Andrade, do RC de Juiz de Fora, MG. Foto: Lyncoln da Matta

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RC DE LimeiraNorte, SP – Homenageou a professora Maria Negro Lencioni. Muito querida na cidade, ela aparece na foto com ex-alunos, sócios do clube.

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RC DE São Paulo, SP – Realizou a 5ª edição do Projeto Rumo – Profissões Técnicas, que contou com as parcerias do Senac, Senai e Espro. Na ocasião, cerca de 200 jovens (foto) tiveram oportunidade de receber orientações profissionais, técnicas e pedagógicas. Também com o apoio do Espro, cujo presidente é o companheiro Octavio de Godoy, aconteceu seminário sobre drogas, gravidez na adolescência e DSTs-Aids.

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RC DE JacareíAvarehy, SP – A companheira deste clube, Maria Eloísa Paiva Grecco, esteve à frente da organização do 22º RYLA. O evento teve como patrono o EGD Newton Camargo Moraes e reuniu 100 jovens, representando os clubes do distrito.

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A COMISSÃO de Educação e Alfabetização do distrito realizou o 2º Seminário Distrital de Alfabetização. O objetivo era trazer informações sobre o tema e inspirar, entre rotarianos e não-rotarianos, iniciativas para cursos de alfabetização nas comunidades.


D . 4620 RC DE Avaré-Jurumirim, SP – Homenageou professores, que receberam livro de autoria de Priscila Figueiredo de Toledo. Ela representará o distrito durante o Intercâmbio de Grupo de Estudos na Índia. Pela mesma época, o clube também homenageou o funcionalismo público. Mais recentemente, o clube organizou o Rock Pró Vida, em que seis bandas se apresentaram na Concha Acústica de Avaré, para divulgar informações sobre a doação de órgãos. Na data, houve vacinação e monitoramento de pressão arterial.

RC DE Assis Chateaubriand, PR – Participou ativamente da Expo Assis 2008, dirigindo restaurante. Cerca de duas mil pessoas foram atendidas, sendo a renda revertida para várias instituições, entre elas a ADAV e a APAE.

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RC DE Quedas do Iguaçu, PR – Aqui o presidente do clube, Ari Steinheuser, ao lado dos intercambiados Sarah Penso, 15 anos, e Pietro Guilherme Zílio, 17. Ela está em Cracóvia, na Polônia, e ele em Niagara-on-the-Lake, no Canadá.

RC DE Santa Cruz do Rio Pardo, SP – Os companheiros patrocinaram um dia de alegria para o Lar das Crianças. Houve festa e distribuição de lanches e doces.

D . 4630 RC DE Maringá, PR – Levou a informatização para todas as bibliotecas públicas da cidade. Isso foi possível graças a dois projetos de Subsídios Equivalentes, que envolveram o clube, a Fundação Rotária, o RC de Santiago del Estero, Argentina (D.4800), e, no segundo projeto, o RC de Jonesboro, EUA (D.6150).

D . 4650 RC DE Itapoá, SC – Tem protagonizado diversas ações. Juntamente com empresas da cidade, arrecadou e doou agasalhos para a comunidade. Na mesma época criou o Banco Ortopédico, com a aquisição de cadeiras de rodas. Já com a Secretaria Municipal de Saúde, a Associação de Esposas de Rotarianos e o Rotaract local, realizou dia de prevenção do diabetes. As crianças que se submeteram à dosagem de glicose puderam desfrutar de brincadeiras, desenhos e pinturas.

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RC DE BlumenauVerde Vale, SC – Em benefício da Fundação Rotária, o clube realizou o evento Rotariano na Cozinha, em que um grupo de companheiros prepara o jantar oferecido aos demais associados e convidados. Na ocasião, foram vendidos números para um sorteio de prêmios e uma festa embalada por música da década de 80 animou os participantes.

RC DE Parobé, RS – Foi o anfitrião do Seminário Regional do Distrito, que contou com a participação de mais 12 clubes. O evento foi realizado no Centro Comunitário Evangélico e abordou os mais variados temas: saúde e nutrição, comunicação, recursos hídricos, plano de liderança de clube, imagem pública do Rotary e alfabetização. No total, 96 rotarianos, seis interactianos e quatro convidados estiveram presentes.

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RC DE São LeopoldoLeste, RS – Em nome do clube, o presidente Gelson Darlan Lucas Pereira (primeiro à direita) entregou um certificado de reconhecimento ao presidente da OAB/São Leopoldo, Carlos Eduardo Szulcsewski, ao diretor do Senai/Cetemp – Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão, Jaures de Oliveira, e ao médico psiquiatra José Carlos Eggers. Na oportunidade, esteve presente o governador assistente José Antônio Gonçalves Dias.

RC DE Braço do Norte, SC – Os associados apóiam diretamente o Clube de Xadrez, criado nos últimos meses pelo médico veterinário Lúcio Teixeira de Souza, visando desenvolver o raciocínio lógico de crianças. Os encontros são às terças-feiras, às 18h, no Colégio Engenheiro Annes Gualberto. Outros objetivos da iniciativa são aumentar a concentração dos participantes, torná-los mais seguros e ajudá-los a tomar decisões.

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RC DE Tupanciretã, RS – Por ocasião da Visita Oficial do casal governador Mario Cesar Portinho Vianna e Geisa, os companheiros batizaram com o nome do governador a reserva florestal recentemente implantada pelo RC em espaço cedido em comodato pelos proprietários, para preservação de uma área de mata nativa. Inicialmente, foi realizado um plantio de 4.000 mudas de diversas espécies. Também na presença do governador, os associados entregaram um total de 9.300 kg de alimentos nãoperecíveis ao Hospital de Caridade Brazilina Terra e a mais 11 instituições assistenciais da cidade. Os gêneros alimentícios foram arrecadados com a campanha Concessionário Solidário, promovida em parceria com a empresa Macagnan Sistemas Mecanizados e com apoio da Fundação John Deere, que equiparou cada quilo de alimento obtido com a iniciativa.

RC DE Santa Cruz do Sul, RS – Junto com a Escola de Educação Básica Estado de Goiás, e com as parcerias do Programa Unisc-Escola, da Universidade de Santa Cruz do Sul; e dos serviços de psicologia do Senai e do Senac locais, o clube realizou o projeto Orientação Profissional. Alunos do último ano do ensino médio daquela escola encontram-se com profissionais para informar-se a respeito de diferentes profissões e seus respectivos mercados de trabalho. Os jovens também puderam observar parte do dia de trabalho de um profissional da área de seu interesse e foram convidados a relatar suas experiências no painel Unisc-Escola e escolas do ensino médio: Socializando Saberes Produzidos nas Escolas, apresentado durante o 9º Seminário de Iniciação Científica e 12ª Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade. Em outras ocasiões, o RC esteve na inauguração da sala de informática da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Canísio, que foi reformada e recebeu computadores doados; comemorou a Semana Farroupilha e doou lanternas para a Brigada Militar; e ofereceu uma festa e presenteou com brinquedos as 111 crianças da Escola Municipal de Ensino Infantil Vovô Albino. Os companheiros também vêm apoiando a Associação de Amparo à Terceira Idade e colaborando com a revitalização da Casa das Artes Regina Simonis, por meio do evento Noite Cultural.

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RC DE Santa Cruz do SulAvenida, RS – Os companheiros levaram chocolates, roupas e agasalhos para as crianças da Escola Felipe Becker.

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RC DE Boa VistaCaçari, RR – Promoveu um seminário com duração de quatro horas, no auditório da Superintendência da Caixa Econômica Federal no município. O evento, aberto também a nãorotarianos, abordou os temas Rotary, Fundação Rotária, desenvolvimento do quadro associativo, imagem pública, clubes de jovens, Intercâmbio de Jovens e Intercâmbio de Grupos de Estudos.

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RC DE Passo FundoPlanalto Médio, RS – Em parceria com o Rotaract Club local, doou uniformes para a banda marcial da Escola Estadual Ernesto Tochetto, que participou do desfile cívico na cidade pela primeira vez.

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RC DE Canoinhas, SC – Promoveu uma campanha de doação de alimentos para a Associação dos Pacientes Oncológicos de Canoinhas e Região.

D . 4710 RC DE AstorgaRainha da Amizade, PR – Realizou a 8ª Festa da Piapara, no salão paroquial da cidade. Cerca de 600 pessoas compareceram ao evento para saborear o peixe, que foi servido recheado e acompanhado de outros pratos. Em outra ocasião, o clube homenageou as professoras participantes do Projeto Lighthouse no município: Ancila Boer – também companheira do RC –, Jane Aparecida Antunes e Clarice Aparecida Bressan.

RC DE Fraiburgo, SC – Foi o anfitrião do Ryla que reuniu na cidade 83 jovens de 14 municípios da região central do estado, além de 13 motivadores e animadores, ao longo de três dias.

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D . 4750 RC DE CamposGoitacazes, RJ – Por ocasião da Visita Oficial do governador Marcio Pereira Ribeiro, os associados visitaram a Escola Rotary 2 para entregar 100 mudas de árvores frutíferas e plantaram quatro na própria instituição de ensino. Os companheiros também aplicaram flúor em alunos, distribuíram kits de higiene bucal e providenciaram duas palestras. Outra ação do RC foi a doação de 50 filtros de barro – adquiridos por meio de Subsídio Distrital Simplificado – a famílias previamente cadastradas da comunidade Brejo Grande, que assistiram a palestra do biólogo e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense, João Carlos de Almeida, e receberam cartilha sobre os cuidados necessários com o uso doméstico da água. Em outras ocasiões, os companheiros receberam a gerente regional do Senac/RJ, Ana Alice Pinto, para proferir uma palestra; entregaram bolsas de alimentos a crianças atendidas pelo Inca e pelo Hemorio; e participaram das comemorações dos 102 anos de fundação do Clube de Regatas Saldanha da Gama e dos 80 anos de fundação do RC de Campos. RC DE Itaperuna, RJ – Doou mais de 150 sacos de cimento para colaborar com a construção da piscina da Apae local.

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RC DE UberlândiaCidade Industrial, MG – Junto com a Casa da Amizade e a Câmara Municipal locais, o clube apoiou o Seminário de Capacitação de Recursos Humanos, realizado pela Associação dos Paraplégicos de Uberlândia e pelo Instituto dos Advogados de Minas Gerais. O evento foi patrocinado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

RC DE Coromandel, MG – Por ocasião da Visita Oficial do casal governador Antonio José de Oliveira e Wilce, os companheiros inauguraram o novo Marco Rotário do clube.

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RC DE Patos de Minas-Paranaíba, MG – Por meio do associado Sérgio Manoel Borges dos Reis e da Execon Construções Metálicas, doou uma planta arquitetônica ao Centro Terapêutico Shalom, para que a instituição regularize sua situação com a Vigilância Sanitária. O companheiro entregou a planta à diretora Maria Auxiliadora Lagares, na presença do ex-presidente do clube Emérito Orlando da Mota. Em outra ocasião, o RC trabalhou na 17ª Feira da Bondade Apae/Unimed, realizada durante a Semana Nacional do Excepcional.

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RC DE Bagé-Sul, RS – Com o Subsídio Equivalente da Fundação Rotária – e em parceria com o RC de Bad Salzungen, Alemanha (D.1950) –, o clube doou computadores e equipamentos para a clínica odontológica da Apae local, em um projeto que totalizou R$ 29 mil. Em outras ocasiões, os companheiros promoveram o 4º Baby Fashion, desfile de moda infanto-juvenil, em parceria com o Grupo Mulheres do Coração, do Clube Caixeral, e homenagearam a estilista Célia Dalmolim, a advogada Luisa Barros, o gráfico Luis Domingues e o torneiro mecânico Rogério Barbiéri.


RC DE Hermann Blumenau, SC – Em seu aniversário de 27 anos de fundação, o clube homenageou com o troféu Paco Péricas a líder comunitária Nair Jacinto Wotmeyer, fundadora da Casa de ApoioAssociação de Pais e Amigos de Crianças Portadoras de Neoplasia. O troféu, instituído em 2001, leva o nome de um dos criadores da Associação Blumenauense de Amparo ao Menor, o espanhol Francisco Adell Péricas y Péricas, mais conhecido como Paco Péricas.

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D . 4780 RC DE Arroio Grande, RS – Realizou o 4º Passeio Ciclístico e Corrida de Bicicross, com participação de crianças da cidade. O menino Willian Matheus Hernandorena foi o ganhador do sorteio que ofereceu uma bicicleta como prêmio.

Siglas rotárias Conheça

abaixo o significado de algumas siglas que você vai encontrar com freqüência na literatura sobre o Rotary e nas páginas da Brasil Rotário. Elas são uma tradução dos termos oficiais em inglês: ABTRF BR CDRI CFR Crei

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CRFR D. DERI DNI

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DRI DQS ECFR EDRI EGD EPRI FDUC FR GA Gats

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GD Gets IGE NRDC PERI Pets PLD RC RI Ribi Ribo Ryla 3-H

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Associação Brasileira da The Rotary Foundation Brasil Rotário Conselho Diretor do Rotary International Curador da Fundação Rotária Centros Rotary de Estudos Internacionais da Paz e Resolução de Conflitos Coordenador Regional da Fundação Rotária Distrito Diretor eleito do Rotary International Dia Nacional de Imunização (campanha de combate à pólio) Diretor do Rotary International Desenvolvimento do Quadro Social Ex-curador da Fundação Rotária Ex-diretor do Rotary International Ex-governador de distrito Ex-presidente do Rotary International Fundo Distrital de Utilização Controlada Fundação Rotária Governador assistente Seminário de Treinamento para Governadores Assistentes Governador de distrito Seminário de Treinamento para Governadores Eleitos Intercâmbio de Grupos de Estudos Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário Presidente eleito do Rotary International Seminário de Treinamento para Presidentes Eleitos Plano de Liderança Distrital Rotary Club Rotary International Rotary na Grã-Bretanha e na Irlanda Rotary International Brazil Office Prêmios Rotários de Liderança Juvenil Subsídio Saúde, Fome e Humanidade

Como enviar material para a Brasil Rotário ara que os companheiros de todo o país P conheçam os projetos que

seu clube vem realizando, é importante que as notícias cheguem à redação contendo as seguintes informações: ● o nome completo e o distrito de seu clube ● a data e local em que foram realizadas as ações ● um breve relato sobre o projeto, explicando sua importância e o alcance dele junto à comunidade ● os nomes dos parceiros, no Brasil e no exterior ● e os nomes e sobrenomes de todos os que aparecerem nas fotos com até seis pessoas, relacionados a partir da esquerda. FOTOS: as imagens digitais precisam ter pelo menos 300 DPI de resolução e 9 cm de largura. Na dúvida, selecione a opção alta resolução de sua câmera. Se o envio for feito por e-mail, pedimos que o tamanho dos anexos não supere 1 MB. A publicação é gratuita. Basta apenas que o assunto se encaixe em nosso perfil editorial e que seu clube esteja em dia com a assinatura da revista. A Brasil Rotário não publica posses ou outros fatos que possam obter o merecido destaque nos boletins de seu clube. MUITO IMPORTANTE: informe também um telefone de contato (com o código de DDD) para que possamos falar com você no caso de qualquer dúvida. Anote os nossos endereços Avenida Rio Branco, 125 – 18o andar Rio de Janeiro, RJ CEP: 20040-006 e-mail: redacao@brasil-rotario.com.br O telefone da redação é (21) 2506-5600.

Estamos esperando para ver seu clube na revista!

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Senhoras em Ação ○

A CASA da Amizade das Senhoras de Rotarianos de Salto, SP (D.4310) realizou um chá beneficente para mais de 400 pessoas e animado com o sorteio de centenas de brindes. O resultado financeiro do evento foi inteiramente revertido a algumas entidades assistenciais da cidade. ATRAVÉS DO Projeto Leitura, as integrantes da Casa da Amizade de Santa Cruz das Palmeiras, SP (D.4590) incentivaram as mamães dos recém-nascidos na Santa Casa de Misericórdia da cidade a ler para seus pequenos desde cedo, desenvolvendo neles o amor pelos livros. O projeto também informou as mães sobre os benefícios da amamentação e doou um kit a todos os bebês visitados. Em outra ação, a Casa da Amizade vendeu rifas para um almoço. Os recursos foram utilizados na compra de fraldas geriátricas para o Centro de Convivência do Idoso Dom Bosco.

A ASSOCIAÇÃO de Senhoras de Rotarianos de Salto do Lontra, PR (D.4640) organizou um chá beneficente num clube da cidade. A renda gerada com o evento foi destinada aos projetos assistenciais mantidos pelas senhoras, como o Farol Digital e o Criança na Escola.

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NO SEGUNDO semestre de 2008, as ativas integrantes da Associação das Senhoras dos Rotarianos de Paranaguá, PR (D.4730) realizaram diversas atividades em benefício da comunidade. Durante a pesagem das crianças da localidade de Asa Branca, feita pela Pastoral da Criança, elas doaram kits com enxovais de bebê. Em outra ação, as senhoras realizaram um desfile com um café, que teve a renda revertida para a manutenção de diversos projetos mantidos pela associação. Através de diversas oficinas de culinária, incluindo uma de biscoitos e outra de doces (foto), elas ofereceram uma alternativa de geração de renda para a comunidade. Também foram organizados um brechó beneficente e uma festa para as crianças das duas casas de passagem de Paranaguá, instituições que receberam a doação de roupas e material de higiene.

RECORDAÇÃO DO Almoço da Amizade, uma realização da Casa da Amizade de Araguari, MG (D.4770) feita em parceria com o RC de Araguari, e que teve parte da renda destinada à Semente Esperança, uma entidade que cuida de pacientes de câncer.

EM PARCERIA com uma escola da cidade, a Casa da Amizade de Rosário do Sul, RS (D.4780) promoveu o Dia Solidário na Creche Nadir Medina Monte (foto), animado com distribuição de brinquedos, atividades recreativas e um lanche. Em outra ocasião, quem ganhou uma bela tarde de festa foram os vovôs e vovós do Lar do Idoso São Francisco. As senhoras ainda doaram enxovais para bebês recém-nascidos inscritos no Projeto Pré-Natal, da secretaria municipal de Saúde.


Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4310 AGRACIADA: MARIA Antonia Roma Jensen, mulher do companheiro Glauber Jensen, associado do RC de Laranjal Paulista, SP. ENTREGUE POR: Gisleine Bado de Almeida, mulher do companheiro Carlos Alberto de Almeida, do RC de Laranjal Paulista, SP.

AGRACIADO: LIN Pu Hsiung, companheiro do RC de Laranjal Paulista, SP, com a segunda safira. ENTREGUE POR: governador Paulo Firmino de Oliveira.

AGRACIADO: GIOVANI Britto Telesca, associado do RC de Lençóis Paulista, SP.

AGRACIADO: OGENI Luis Dal Cin, associado do RC de Laranjal Paulista, SP. ENTREGUE POR: companheiro Lin Pu Hsiung.

D. 4420

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AGRACIADA: MARIA de Lourdes Lima Lowy, companheira do RC de São PauloSanto Amaro, SP. ENTREGUE POR: expresidente Heinz Konrad.

AGRACIADOS: FILIPE Faria e Décio Araujo, associados do RC de Mairiporã, SP, com safiras. ENTREGUES POR: presidente João Fernandes (centro).

AGRACIADOS: THOMAS Koblinsky, companheiro do RC de São Paulo-Santo Amaro, SP, que recebeu duas safiras e entregou um título Companheiro Paul Harris a Gabrielle Renée Treumann.

AGRACIADOS: JOSÉ Carlos Castilho, Maria Janice Logrado de Souza, Maria Edir Silva Taube, Dayse Pimentel Lopes e Itamar Carneiro, companheiros do RC de Rondonópolis, MT. ENTREGUES POR: ex-presidente Hussein Nabih Daoud.

D. 4440

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Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4510 AGRACIADOS: NEWTON Bettio, Fernando Barusso, Ananias Ruiz, Carminha Zaparolli, Suely Fiorilo e Rogério Barros, associados do RC de Adamantina, SP. AGRACIADOS: CARLOS Alberto Damo, Claudir Bussolaro, Nery Demar Cerutti, Antônio Miguel Dalsóquio, Edmar Washington Oliveira Telles e Itamar José Perondi, companheiros do RC de Sorriso, MT. ENTREGUES POR: EGD Roberto Florêncio e pelo ex-presidente Pedro Gilmar da Silva.

D. 4440

D. 4470 AGRACIADO: VALMIRO Alves Fermino, associado do RC de Selviria, MS. ENTREGUE POR: EGD Denizar Clacir Perusso.

AGRACIADOS: ALDO Trentini Junior, do RC de Assis, SP, e Eduardo Rigoto, presidente do mesmo clube, com títulos Companheiro Paul Harris, os também rotarianos Elizeo Mazo e Ronan Ribeiro, com uma safira e três rubis, respectivamente, o companheiro João Domingos Coelho Filho, com duas safiras, o EGD Salim Homse, com o cristal Major Donors, e Caetano Schincariol Junior, com um título Companheiro Paul Harris.

D. 4520

AGRACIADO: RODOLFO Nunez, presidente do RC de Araçatuba-Alvorada, SP. ENTREGUE POR: ex-presidente Alvino Barbosa.

AGRACIADOS: CÁTIA Rodrigues Barbosa, ex-presidente do RC de Belo Horizonte-Cidade Nova, MG, e o companheiro José Edmilson Barbosa Durães.

D. 4480 AGRACIADAS: ALZIRA Maria Bergamo de Sá, Cleide Aparecida Kruger Bergamo e Terezinha de Toledo Calegari, integrantes da Casa da Amizade de Catanduva, SP.

AGRACIADA: ODETE Tutaka Hamada, integrante da Casa da Amizade de Catanduva, SP, na companhia do marido, o rotariano Mário Hamada. ENTREGUE POR: presidente José Carlos Corrêa, na companhia da mulher, Carmem.

MILHÕES DE CRIANÇAS AGUARDAM SUA DOAÇÃO À FR 58

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Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4540 AGRACIADOS: MARCOS Aurélio dos Reis, Luiz Fernando Destéfano, Olívia Aparecida Calovi Mariano, Arildo Pelegrini e Lea Cristina de Santis com títulos Companheiro Paul Harris.

AGRACIADO: ADRIANO Douglas Raimundini, companheiro do RC de Jardinópolis, SP. ENTREGUE POR: EGD Adalberto José Menegazzo e pelo presidente do clube Antonio Borges Filho.

D. 4560

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AGRACIADOS: AMAURI Ludovico, presidente 2007-08 do RC de Pouso Alegre-Sul, MG, com título Companheiro Paul Harris; Valter Garrido Cotta, presidente 2006-07 do mesmo clube, com safira. ENTREGUES POR: EGD José Otávio de Azevedo.

AGRACIADA: MARIA Helena Furtado, sócia do RC de Rio Pomba, MG. ENTREGUE POR: Rosa Medeiros, presidente da Casa da Amizade 2007-08 da cidade.

AGRACIADO: FÁBIO Pereira, companheiro do RC de Itajubá, MG. ENTREGUE POR: Carlos Alberto Dias Coelho, governador 2009-10 do distrito.

D. 4600 AGRACIADO: JOÃO Batista Gomes da Silva, companheiro do RC de Lorena, SP. ENTREGUE POR: casal governador 2008-09 Antonio Sergio Ferri da Silva e Magda Silva e pelo governador assistente Francisco de Assis Pereira de Oliveira.

D. 4570 AGRACIADA: LÚCIA de Fátima Melo, do RC do Rio de Janeiro-Méier – na foto com o EGD Hertz Uderman e o governador José Roberto Lebeis Pires.

AGRACIADO: ORLANDO Madázio, também do RC de Lorena, SP. ENTREGUE POR: Hamilton Custódio, presidente do clube, e Francisco de Assis Pereira de Oliveira.

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59


Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4600

D. 4610

AGRACIADO: JOSÉ Fernando Mayer. ENTREGUE POR: Jorge Fumio Muta, presidente 2007-08 do RC de PindamonhangabaPrincesa do Norte, SP.

AGRACIADA: NANCY Romano, do RC de São Paulo-Caxingui, SP. ENTREGUE POR: Reinaldo Franco, companheiro do RC de São Paulo-Butantã, na presença do presidente 2008-09 do RC de São Paulo-Caxingui, Flávio Canali Ferreira.

AGRACIADOS: O casal EGD Maria Emilia de Sá e Benedito Olegário Resende Nogueira de Sá, com o cristal Major Donors. ENTREGUES POR: presidente do RI Dong Kurn Lee.

AGRACIADA: ARTEMÍSIA Romeu Médice, do RC de São PauloCaxingui, SP. ENTREGUE POR: companheiro Antonio Ribeiro Junior e sua mulher Denise.

D. 4620 AGRACIADOS: MARIA José de Oliveira Abreu, com uma safira, e Shinya Takahagui, com um título de Companheiro Paul Harris. Na foto, ao centro, o presidente do RC de Avaré-Jurumirim, SP, Wilson Roesener.

AGRACIADO: LUIZ Carlos Simão, presidente 2009-10 do RC de Taquarituba, SP.

AGRACIADO: ROBSON Lancaster de Torres, do RC de São PauloCaxingui, SP. ENTREGUE POR: Amilton Medeiros Silva, governador do distrito, na presença de Flávio Canali Ferreira.

AGRACIADA: NOÊMIA Francisco Bicev, também companheira do RC de São PauloCaxingui, SP. ENTREGUE POR: Luis Roberto Suman, presidente 2008-09 do RC de São Paulo-Lapa, SP.

MILHÕES DE CRIANÇAS AGUARDAM SUA DOAÇÃO À FR 60

JANEIRO

DE

2009


Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4630

D. 4670

AGRACIADOS: TADEU Szhyta, Antônio Galan Neto e José Feliciano Ciola, associados do RC de Campo Mourão-Gralha Azul, PR. ENTREGUES POR: Amaury Cruz Couto, ex-governador distrital, e Wilson Godoy, ex-presidente do clube. AGRACIADOS: LUIZ Henrique Ferreira, Maria Helena Baeza Burali, Regina Forlan, Edson Tamayo Sanches, Douglas Vinicius dos Santos, Ewerton Vargas de Almeida, Aparício Bernardo Calderaro Junior, Walter Martins e Jânio Lucas Cavassani, do RC de Maringá, PR. Agora, todos os associados do clube são Companheiros Paul Harris. ENTREGUES POR: EGD Emilio Germani, pelo expresidente do clube João Norberto Labriola e pelo companheiro Adelson Luiz Klem. AGRACIADA: YVALDINE Maria Neves de Couto Melo, presidente do RC de Maringá-Novo Centro, PR, com sua primeira safira. ENTREGUE POR: José Manoel Hernandez Filho, governador indicado 2010-11.

AGRACIADA: LEONI Anna Neuwald, do RC de Canela, RS. ENTREGUE POR: EGD Dirceu Luiz Schmitt, padrinho da agraciada, nas presenças do governador distrital Eliseu Gonçalves e da presidente do clube, Maria do Carmo Saul. AGRACIADO: OSCAR Jacó Scheffel, que aparece na foto ladeado pelo presidente do RC de Novo HamburgoOeste, RS, Adolfo Klein, e pelo governador distrital Eliseu Gonçalves da Silva.

AGRACIADO: HUGO Springer. ENTREGUE POR: Adolfo Klein, presidente do RC de Novo Hamburgo-Oeste, RS, e pelo governador do distrito, Eliseu Gonçalves da Silva.

D. 4680 AGRACIADO: EDSON Volpato, presidente eleito do RC de MaringáNovo Centro, PR. ENTREGUE POR: Nivaldo Barbosa de Lima, governador distrital.

AGRACIADA: MARTHA Laeticia Catani Pinto, companheira do RC de PelotasCentenário, RS, que recebeu a terceira safira. ENTREGUE POR: Tirone Lemos Michelin, governador do distrito.

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Novos Companheiros Paul Harris ○

D. 4750

D. 4770

AGRACIADA: DILÉA Rodrigues Pereira do Nascimento, do RC de Niterói, RJ. Ela recebeu o segundo rubi em nome do marido, o EGD José Danir Siqueira do Nascimento, e um título de Companheiro Paul Harris em nome de seu filho, Sérgio Lui. Na foto aparece também o presidente do clube, Maurício Rodrigues Campos.

AGRACIADOS: COM a primeira safira, os companheiros Marcelo Inácio Marques Pereira, Augusto Rodrigues Siqueira Filho, Elaine Gianini Godoy, Neusa Maria Alvim Nasciutti e Humberto Santos Nasciutti. Eles são associados do RC de Araguari-Café do Cerrado, MG.

AGRACIADO: RONALDI da Silva Venâncio, do RC de Campos-São Salvador, RJ.

AGRACIADO: JORGE Delani Barroso, do RC de Campos-São Salvador, RJ.

AGRACIADO: VANDERLEI Fichel, companheiro do RC de Bagé-Campanha, RS. ENTREGUE POR: casal EGD Cláudio Neves e Ana.

D. 4780

AGRACIADOS: OLGA Maria Nascimento Lourenço Pereira, Luciano Alves Rosa, Lázaro Pereira Pinto Júnior (que foi representado pela companheira Luana Faria) e Raquel Amado da Silva Travaglia, também pertencentes ao RC de Araguari-Café do Cerrado, MG. A entrega foi feita nas presenças de Nelson Marra de Oliveira, associado do RC de Ipameri, GO; da EGD Aldair de Queiroz Franco, coordenadora regional da Fundação Rotária; João Maluf Franco, companheiro do RC de Frutal, MG; e do governador do distrito, Antônio José Oliveira. AGRACIADOS: MAGNALDO Alves de Rezende e Ézio José de Oliveira, com um título de Companheiro Paul Harris, e Geraldo Martins, com a primeira safira. Os três são associados do RC de Rio Verde, GO. ENTREGUES POR: Alan Kardec Guimarães Souza, ex-presidente do clube.

AGRACIADO: JORGE Pedroso, companheiro do RC de Rio Verde, GO. ENTREGUE POR: EGD Napoleão Alves Neto.

MILHÕES DE CRIANÇAS AGUARDAM SUA DOAÇÃO À FR 62

JANEIRO

DE

2009


Rodrigo

R el a x

Numa operação noturna da polícia, um carro é parado. Feito o teste do bafômetro, o policial dá uma bronca no motorista: – O senhor não tem vergonha não? – e mostra o aparelho, marcando 3,45. – Droga! – responde o bêbado – Três e quarenta e cinco da madrugada... Minha mulher vai me matar!

O vendedor ambulante berra no

meio da praça: – Todo dia eu tomo uma colher deste elixir da juventude! Já vivi 300 anos! Aí a multidão vai se juntando em volta dele, olhando espantada para a cara do homem. Até que um sujeito resolve desmascarar a charlatanice, perguntando ao menino que segura os vidros:

– Que história é essa, garoto? Tem certeza que o teu patrão já viveu 300 anos? E o menino: – Certeza eu não tenho não... Até porque só trabalho pra ele há uns 100 anos. Colaboração de Edson Caetano da Costa, associado do RC de Campos do Jordão, SP (D.4600).

O pão-duro liga para o jornal:

– Quero anunciar o falecimento da minha mulher. – Pois não, quais são os dizeres? – “A família de Antonela Angelina comunica seu falecimento”. – Só isso, senhor? O preço mínimo permite mais quatro palavras. – Ah é? Então acrescenta: “Vendemos Santana bem conservado”.

A professora para o aluno:

– Juquinha, forme uma frase com o verbo “hospedar”. – Essa é mole: “Ospedar da bicicreta tá quebrado!”

Ninja

Felizes para sempre Já quase em seu derradeiro suspiro,

o marido chama a mulher e sussurra: – Antes de morrer, eu quero fazer um último pedido: gostaria que você se casasse com o Niltinho... – Mas ele é o teu maior inimigo! – responde a mulher. E o moribundo, já quase sem fala: – Por isso mesmo! Colaboração do EGD Hertz Uderman (D.4570)

Dois amigos estão pescando na beira do rio. Entre um

gole e outro de cerveja, um deles quebra o silêncio e diz: – Acho que vou me separar da minha mulher. Já faz três meses que ela não fala comigo. Depois de refletir alguns momentos, o outro aconselha: – Pensa bem no que você vai fazer, Alberto... Hoje em dia é muito difícil encontrar uma mulher assim...

BRASIL ROTÁRIO

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Cartas & Recados O adeus a Lindoval de Oliveira

Vocês estão de parabéns pela excelência da homenagem póstuma ao nosso guerreiro Lindoval (“O adeus a Lindoval de Oliveira”, edição de novembro de 2008), desde a seleção da foto, com o sorriso apimentado, até o histórico vitorioso desse valente nordestino. É muito bom estar tão próximo de uma equipe tão boa. José Maria Meneses dos Santos, associado do RC do Rio de Janeiro-Saúde, RJ (D.4570) e vice-presidente de Finanças da Cooperativa Editora Brasil Rotário. Ao ler a edição de novembro, tive a lamentável notícia do falecimento do companheiro jornalista Lindoval de Oliveira. Tenho certeza de que seus feitos e obras permanecerão vivos em todas as demais edições, tendo sido ele, além de editor da Brasil Rotário, um dos grandes responsáveis pela divulgação do Rotary International no Brasil e no mundo. Ao mesmo tempo, desejo sucesso ao novo editor, Carlos Henrique de Carvalho Fróes, e ao jornalista responsável Nuno Virgílio Neto. Jorge Alexandre da Silva, associado do RC de Valença, RJ (D.4600).

Cobertura do Instituto de Belo Horizonte Caro amigo Carlos Henrique de Carvalho Fróes, Na condição de diretor do Rotary International e convocador do XXXI Instituto Rotary do Brasil, que se realizou entre os dias 15 e 19 de setembro do ano passado na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, venho externar meus mais profundos sentimentos de alegria e reconhecimento pela forma como a nossa Brasil Rotário, mais uma vez, demonstrou seu interesse e total apoio às atividades do rotarismo brasileiro. Refiro-me à excelente cobertura realizada pela revista, em suas edições de novembro e dezembro de 2008, das atividades do Instituto e do Pré-Instituto, dedicando atenção e efetivo interesse, tão necessários nestes momentos, devendo, por justiça, destacar o trabalho técnico desenvolvido pelos funcionários, tendo a sua frente o competente jornalista Nuno Virgílio Neto e o gerente Gilberto Geisselmann. Finalmente, peço que este meu agradecimento seja compartilhado com toda a diretoria e demais órgãos da Cooperativa. Themístocles Américo Caldas Pinho, diretor do Rotary International.

Saudades José João Holzbach, associado do Rotary Club de Passo Fundo, RS (D.4700).

Joaquim Pereira da Silva, do Rotary Club do Rio de Janeiro, RJ (D.4570).

Correspondência dirigida ao EGD Waldenir de Bragança

Jacob Korolik, associado do Rotary Club do Rio de Janeiro-São Conrado, RJ (D.4570).

posse da edição de novembro de 2008 da Brasil Rotário, e apreciando muitíssimo seu artigo “Nossa pátria, a língua portuguesa”, quero cumprimentá-lo. Seu artigo é o que sempre sonhei: puro, claro e muito oportuno. Parabéns mil vezes. Com a língua portuguesa, somos eternamente unidos, e por isso seu artigo é uma bandeira. “Nossa pátria, a língua portuguesa” é um hino ao patriotismo, sem dúvida. Elias Almeida Ward, sócio-honorário dos RCs de Avaré e de Avaré-Expoente, SP (D.4620).

José Elias, ex-governador do distrito 4510 e companheiro do Rotary Club de Marília-Leste, SP.

De

64

JANEIRO

DE

2009

Enilson Ribeiro Crispim, companheiro do Rotary Club de São João do Rio do Peixe, PB (D.4500).




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