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Entrevista
“Para ultrapassar esta crise, além de trabalho e organização, será necessária a compreensão dos portugueses, o que só se consegue com honestidade e informação”. É o que sustenta António Barreto, sociólogo e presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que lamenta a ausência de debate em Portugal. A culpa? É de uma sociedade civil fraca e do hábitos dos políticos de mascararem a verdade
António Barreto, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos
Crise carece de debate sério Store | A crise que o País atravessa parece ter um carácter mais permanente do que se poderia supor. Que repercussões poderá ter na sociedade portuguesa? António Barreto | Os primeiros efeitos serão muito difíceis. Representarão seguramente uma baixa dos níveis de rendimento, assim como mais dificuldades 32
Março/Abril de 2012
para as famílias e seus projectos, designadamente de educação dos filhos e de melhoramento da habitação, sem falar no mais óbvio, a redução do consumo. Se conseguirmos retirar lições desta crise, talvez seja possível, com muito trabalho e organização, recuperar alguma energia para o desenvolvimento, fazer as reformas necessárias e não voltar a
“Será preciso não pensar de novo que o crédito e a dívida são solução e modo de vida”
cair nos mesmos erros. Em particular, será preciso não pensar de novo que o crédito e a dívida são solução e modo de vida. Store | A sociedade está suficientemente alertada para o estado do País? AB | Não. Ainda não. Só nestes últimos meses é que a população começou a perceber que, realSTORE MAGAZINE