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Filipe Santa Bárbara jornalista* fsb@briefing.pt
A BitDefender é vista, na Roménia, como uma bandeira. A prova de que é possível a uma empresa de um país pequeno vencer o preconceito e ser bem sucedida no panorama mundial. O orgulho está patente na entrevista do ceo, Florin Talpes, ao Fibra, em Bucareste
Da Roménia para o mundo
A empresa tem nacionalidade romena e, actualmente, é um dos grandes players do mercado no segmento da segurança informática. Florin Talpes, ceo da BitDefender, disse, na sede da empresa, em Bucareste, que a ambição não se fica pelos resultados conseguidos até agora. Querem mais. Actualmente, a empresa vende os seus produtos em mais de 100 países e está presente com as suas próprias equipas nos EUA, Canadá, Reino Unido, Espanha 16
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e Alemanha. O plano é estender-se ao Dubai e ao Médio Oriente a muito curto prazo. Na conferência mundial em que anunciou o rebranding da marca, Florin Talpes sublinhou que “o melhor ano ainda está para chegar” e isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual “o valor da empresa vai aumentar significativamente nos próximos anos”. “Esta nova fase inclui várias linhas, produtos, entre outros”, acrescentou.
“‘O melhor ano ainda está para chegar’ e isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual ‘o valor da empresa vai aumentar significativamente nos próximos anos’”
Ainda assim, tanto os colaboradores da empresa, como o próprio ceo falam da companhia com alguma emoção. É uma questão de orgulho: “A Roménia é um pequeno player a nível mundial. Portugal é similar. Precisamos, enquanto nação, de ser bem sucedidos. Na Roménia, temos um sistema de educação muito forte na área da Matemática e da Ciência, pessoas muito bem preparadas, porque é que não podemos ter sucesso globalmente ao nível do conhecimento O novo agregador das comunicações
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e da inovação? É esta a pergunta que as pequenas nações devem fazer a si próprias!”, comenta. “Não podemos ser tão bem sucedidos em alguns factores como a India e a China, porque eles são grandes, mas olhando para Israel, que é um pequeno país, eles são poderosos na construção de propriedade intelectual, na construção de inovação. É esse o caminho!”. É isso que o leva a acreditar que “é possível ser bem sucedido sendo uma nação pequena”. Talpes considera mesmo que a BitDefender é vista como uma bandeira: “Mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Estamos a fazê-lo, vocês também conseguem”, justifica ao Fibra. Não obstante o sucesso, o executivo não divulga dados financeiros da empresa, mas garante que a maior parte das receitas vem dos consumidores. No entanto, “no futuro é muito provável que o sector corporativo se torne dominante”. E precisamente para o futuro, a BitDefender está concentrada em liderar o segmento de security virtualization e, através de diferentes ferramentas, dominar a protecção dos social media. Talpes afirma que estes são os dois segmentos chave para a companhia.
Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar liderar o mercado da segurança informática. Mas esta não é a sua única meta: propõe-se também elevar o seu país e mostrar que os pequenos players mundiais também conseguem ser bem sucedidos”
Até porque não tem dúvidas de que o fenómeno do hacktivism veio para ficar. Daí que procurar vulnerabilidades seja um dos caminhos que as empresas de segurança têm pela frente. “Tu encontras uma vulnerabilidade, uma desconhecida, e o que é que fazes depois? Partilhas essa vulnerabilidade com a empresa para que ela a possa corrigir o mais depressa possível ou usas essa falha para penetrar nos utilizadores desse hardware ou software?”, questiona Talpes, respondendo que, “actualmente, os dois lados estão a desenvolver-se”. Neste sentido, é também um objectivo da BitDefender educar os utilizadores, organizações e empresas para a segurança e para a importância de proteger as máquinas e de se protegerem a si próprios. Na convicção de que uma boa educação neste tema é uma protecção muito forte para combater possíveis ataques. Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar liderar o mercado da segurança informática. Mas esta não é a sua única meta: propõe-se também elevar o seu país e mostrar que os pequenos players mundiais também conseguem ser bem sucedidos. E a BitDefender está a prová-lo.
“A BitDefender é vista como uma bandeira: ‘Nós mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Nós estamos a fazê-lo, vocês também conseguem!’”
* Na Roménia
PERFIL
Uma indústria para jovens Florin Talpes tem 54 anos e diz que está “a arruinar a média de idades” da BitDefender. É uma das pessoas mais velhas da empresa, mas considera-se muito jovem e com o entusiasmo a crescer de dia para dia. Considera, aliás, que esta é uma indústria para os jovens e que é aqui que está também o seu futuro. Daí a proximidade entre a empresa e o meio académico da Roménia: “Trabalhamos muito perto das universidades. Proporcionamos estágios e tentamos ensinar aos estudantes várias coisas
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acerca da indústria”. “Enquanto mercado, precisamos de qualidade”, afiança, realçando que a qualidade também vem do meio académico. Na sua opinião, “alinhar a indústria com o sistema educativo, porque eles não estão necessariamente alinhados”, é algo que deve ser feito rapidamente. “É muito possível que o sistema educativo tenha um output que não corresponde às necessidades da indústria”, argumenta, defendendo que “é preciso construir o ecossistema certo para a inovação tecnológica”.
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