Em busca de novos mercados

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Internacionalização

A internacionalização é um caminho que, cada vez mais, as sociedades de advogados portuguesas trilham. Ou movidas pelo entendimento de que a geografia da profissão não deve estar delimitada por fronteiras ou como estratégia de crescimento, para umas anterior à atual crise económico-financeira, para outras como consequência. Sete sociedades resumem ao Advocatus o que as fez expandirem-se para lá do território nacional

Em busca de novos mercados Miranda Correia Amendoeira & Associados

Um elemento natural Perguntar à Miranda o que é que a levou a internacionalizar-se é o mesmo que perguntar a um peixe porque é que vive no mar. Desde o primeiro dia de atividade que a Miranda atua no espaço internacional, começando pelos países de expressão portuguesa, e evoluindo posteriormente para outras geografias até atingir a cobertura atual em 13 países. Da forma como entendemos a advocacia, o conceito de “internacionalização” parece-nos assentar num relativo equívoco: o de que o espaço de intervenção de um advogado ou firma está aprioristicamente delimitado por uma fronteira geográfica, nomeadamente a de um país. Ora, as competências intelectuais e o conhecimento, pela sua essência, são projetáveis num espaço tendencialmente global. Um advogado português especializado no Direito da indústria petrolífera, por exemplo, terá menos dificuldade em analisar um contrato

de partilha de produção no Gabão do que em ocupar-se de certos temas do Direito interno português. Ao menos em potência, todo o advogado é “internacional” no seu âmbito de intervenção. Os benefícios da atuação numa dimensão internacional são tão evidentes que não carecem de demonstração. Basta dizer que os nossos clientes ou são multinacionais ou esRui Amendoeira tão a internacionalizar-se ou têm planos para sócio executivo tal. Só é possível acompanhar adequadamente clientes internacionais se a firma de advogados for ela própria internacional. Voltamos ao princípio: a internacionalização é um elemento natural.

PLMJ

Aposta de longa data A nossa internacionalização deveu-se à necessidade de apoiar os nossos clientes nas jurisdições onde operam, mas também à nossa ambição constante de continuar a crescer. A constituição e progressivo alargamento da PLMJ International Legal Network, uma rede de parcerias Institucionais com escritórios de Advogados em várias jurisdições, é um projeto iniciado por PLMJ há vários anos e não data de há apenas dois ou três anos como é o caso de outras sociedades. É certo que num passado recente as dificuldades vividas em Portugal determinaram muitas sociedades a começar a trilhar o caminho que já vínhamos a percorrer. A PLMJ International Legal Network iniciou-se com o Brasil, alargou-se depois a Angola, Moçambique, Macau e, já fora do âmbito dos países de língua portuguesa, à China, onde estabelecemos uma parceria com a Dacheng Law Offices. Fruto dessa parceria trabalham em permanência dois Advogados PLMJ nos escritórios da Dacheng em Pequim. Temos também contactos privilegiados em Cabo Verde e em escritórios 12

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do Centro-Leste Europeu. A breve prazo outras jurisdições poderão ser abrangidas. Fruto dessa rede os nossos Advogados trabalham cada vez mais com Clientes e assuntos que se desenvolvem em Angola, Moçambique, China, Brasil, Guiné-Bissau, etc.. Nos nossos parceiros encontramos equipas de excelentes Advogados, com destaque para os escritórios de GLA – Gabinete Legal Angola e de GLM – GaManuel Santos Vítor binete Legal Moçambique, cujo estabelecimento sócio administrador apoiámos. Esta estratégia é uma contínua aposta na excelência. Procuramos oferecer o melhor serviço possível aos nossos Clientes e o que estamos a fazer também no plano de internacionalização é criar condições para que disponham do melhor apoio jurídico possível nas jurisdições para onde temos evoluído”. O agregador da advocacia


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AVM

Gómez-Acebo & Pombo

Em sentido inverso

Prova de maturidade

Cientes do atual quadro da economia internacional, a internacionalização passou a ser uma opção - em alguns casos, diremos necessidade – para as empresas portuguesas dos vários setores de atividade. Obviamente, que essa é também uma opção, ou necessidade, levada a cabo por muitas sociedades de advogados. Os mercados de eleição das sociedades de advogados são, neste momento, os mercados emergentes lusófonos, a saber, Angola, Moçambique e Brasil. As razões desta preferência prendem-se não só pelo elevado potencial económico destes países, bem como pela expansão crescente que se vivencia atualmente nos mesmos, mas, naturalmente, que o “fator língua portuguesa” assume especial preponderância e peso na decisão de internacionalização por parte de qualquer empresa portuguesa. Por outro lado, e no que às sociedades de advogados respeita, um acervo jurídico moldado e inspirado no Direito europeu, especialmente no Direito português, constitui também um motivo apelativo para que esses países sejam os eleitos. A internacionalização, no sentido de implemen-

tação nos países referidos, ou outros, implica necessariamente clareza estratégica, capacidade financeira, um estudo consistente do mercado alvo e, acima de tudo, a consciência e respeito pela cultura Cláudia Fernandes Veloso e costumes vigentes do associada país onde se pretende estabelecer. Poder-se-á dizer que, no nosso caso particular, ao contrário do movimento geral de internacionalização a que se assiste, o fenómeno foi, de certo modo, inverso. Não obstante, a nossa recente expansão também para os mercados moçambicano, brasileiro e são-tomense, a origem é angolana. Volvida mais de uma década de experiência no mercado angolano, continuamos a acreditar que a internacionalização não pode ser vista como forma de resolução de dificuldades, mas antes como um meio de potencialização de novas oportunidades.

Campilho, Ribeiro Telles, Schiappa Cabral, Ulrich & Associados

Espírito de partilha A crise financeira tem sido apontada como a causa mais próxima da forte redução da procura de trabalho jurídico - sobretudo na área das fusões e aquisições - e para a pressão sentida sobre os honorários praticados pelas sociedades de advogados. As grandes operações escassearam e as dificuldades sentidas pelo tecido empresarial tiveram impacto considerável nos preços. Em função disso, as sociedades de advogados passaram a procurar soluções para os seus problemas de rendibilidade. Simultaneamente, o mercado da advocacia em Portugal começou a ser mais disputado, com as grandes firmas a procurarem espaços e clientes em que até aí não se focavam e a ajustar os honorários para valores impensáveis anos atrás, muitas vezes visando apenas manter estruturas pesadas. A palavra mágica passou a ser a internacionalização. Não nos moldes até aí conhecidos de correspondência com escritórios estrangeiros, mas com uma componente mais interventiva, acompanhada, em certos casos, de forte investimento. O agregador da advocacia

Angola, Brasil e Moçambique tornaram-se mercados prioritários. A língua portuguesa é a mais-valia competitiva que abre espaço aos advogados nacionais naqueles países, acompanhando clientes nacionais que ali pretendem investir e clientes estrangeiros que pretendem investir em Portugal. No entanto, a legislação local impõe como mais adequada a opção pelas parcerias com escritórios locais. Aliás, ir para aqueles países com uma abordagem que não a da partilha de trabalho e de resultados só pode dar mau resultado. Há muito que a CTSU iniciou a sua internacionalização, através de parcerias com sociedades locais que partilham uma cultura comum: máxima focalização no cliente, respeito pelos mais elevados valores éticos e deontológicos, rapidez, dedicação e excelência na prestação de serviços.

Fermín Garbayo resident partner

O processo de internacionalização é, de entre os desafios inerentes à gestão estratégica com que se depara uma sociedade de advogados, um dos que requer para a sua implementação o tratamento de um maior número de variáveis. A abertura a mercados como os de Nova Iorque ou Londres vem associada com a captação, na fonte, de clientes com um alto potencial de crescimento, especialmente em momentos como o atual em que a crise financeira internacional faz surgir no nosso âmbito local oportunidades de negócio para capitais estrangeiros geridos principalmente desde estes locais. O trabalho realizado (ou remetido por) nestes escritórios é, por norma, de alta rentabilidade. Noutros mercados, o objetivo consiste em obter uma full practice, pelo que normalmente o processo de decisão é precedido de uma análise do volume de negócio que lhes é enviado pelos clientes já existentes. É precisamente esta análise que costuma ser a responsável pelo desencadear do processo de expansão. A implementação de escritórios plenamente operacionais em vários países não só contribui com um valor quantitativo como é a captação de um novo negócio, bem como também realça a posição concorrencial da sociedade. Esta mais-valia põe-se de manifesto em projetos transfronteiriços em que uma só organização pode prestar os seus serviços em todas ou algumas das jurisdições em questão, respeitando as singularidades de cada uma, e mais ainda oferecer ao cliente um interlocutor único com capacidade de aligeirar o trabalho dos advogados internos do cliente ou das pessoas encarregadas da gestão dos projetos. A exposição a novos mercados implica, ou deveria implicar, um aumento substancial do nível de maturidade e coordenação interna das sociedades de advogados e pressupõe, evidentemente, um importante incentivo para as novas gerações de advogados na hora de optar por uma ou por outra sociedade. Maio de 2012

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Internacionalização

ABBC

Globalização e crise A globalização económica dos últimos anos foi a principal causa para, em termos genéricos, se ter assistido aos primeiros passos da internacionalização das sociedades de advogados. A crise financeira e económica - nacional e europeia -, com a consequente expansão para o exterior de empresas portuguesas, acabou por causar uma aceleração na internacionalização dos nossos serviços jurídicos. As sociedades de advogados portuguesas têm sabido acompanhar o caráter transfronteiriço dos serviços jurídicos, desenvolvendo potencialidades em países com matrizes jurídicas similares (os PALOP) e buscando o investimento estrangeiro que se prevê vir a aumentar em Portugal, em especial através das privatizações. Na ABBC temos desenvolvido a internacionalização nestes dois patamares. A nossa associação à DLA Piper, considerada como uma das maiores sociedades de sociedades de advogados do mundo, permite-nos assegurar o acompanhamento dos nossos clientes a nível global e proporciona-nos a possibilidade de prestar serviços em

Portugal aos clientes de qualquer dos escritórios da DLA Piper. Por outro lado, a presença dinâmica que temos desenvolvido em Angola, em parceria estreita com a VCA, tem-nos gerado Benjamim Mendes Luis Filipe Carvalho sócio sócio novas e melhores formas de proximidade com muitos dos nossos clientes. Esta internacionalização exige novas abordagens junto dos clientes e na forma de prestação de serviços, como seja a criação de equipas de várias nacionalidades e jurisdições, a formação, a partilha de conhecimento, a especialização e a busca de soluções para clientes comuns.

vieira de almeida

Apoiar os clientes ência no acompanhamento de processos de internacionalização, disponível para atuar em qualquer ponto do globo. A VdAtlas assenta igualmente no estabelecimento de sólidas parcerias com sociedades advogados nos principais mercados-alvo, com quem trabalhamos em estreita colaboração, beneficiando do seu profundo conhecimento dos ordenamentos jurídicos e práticas locais. Tiago Marreiros Moreira sócio No Brasil, a VdA tem uma longa história de colaboração com a sociedade de advogados Pinheiro Neto. Em Angola e Moçambique tem parcerias estabelecidas com a Paulo Antunes Advogados e com a Silva Garcia Advogados e Consultores, com quem vem acompanhando numerosos projetos de investimento de clientes portugueses, locais e estrangeiros. A VdA integra ainda prestigiadas redes de trabalho internacionais, como a Terra Lex, o Club de Abogados e o Amsterdam Club.

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Estudo referência sobre a penetração e caracterização da utilização da internet na população portuguesa e comportamento de hábito de compra dos cibernautas portugueses

Plataforma online de análise de dados – media Screen Acesso internet por consolas de Jogos Estudo mais detalhado das contas de e-mail, quantificando o número e tipo de contas utilizadas marcas comerciais com “gosto” no Facebook maior detalhe nos serviços online utilizados através de equipamentos mobile

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Num contexto de crise europeia e de globalização dos negócios, a atenção das principais empresas foca-se atualmente nos mercados emergentes que ofereçam oportunidades de crescimento e boas margens de lucro. No caso das empresas portuguesas, naturalmente, esse movimento de internacionalização centrou-se particularmente nos mercados lusófonos, designadamente Brasil, Angola e Moçambique. A internacionalização deu lugar a solicitações para acompanharmos e apoiarmos os nossos clientes nos seus investimentos noutras jurisdições, procurando assegurar a prestação de serviços jurídicos de qualidade, baseados num adequado conhecimento do negócio do cliente e dos mercados e práticas locais. Possuidora de sólida experiência internacional na área jurídica e de uma equipa que já supera as 200 pessoas foi com entusiasmo que a Vieira de Almeida & Associados encarou o desafio de criar a VdAtlas, uma plataforma jurídica internacional que disponibiliza aos nossos clientes uma equipa de profissionais com vasta experi-

vErSão 2011 Já disponível ! ExEmPLoS dE IndICAdorES dISPonívEIS Acesso e utilização de Internet | Perfil de utilizadores | Software e material informático no lar | Caracterização do hábito de compra na internet | Provider/fornecedor de internet, tempo de utilização de internet, tipo de ligação | Websites utilizados para compras | Hábitos de compras na internet após efectuar downloads | Locais de acesso à internet | E muito mais... Em SumA, CArACtErIzAção do ACESSo, mEIoS, CondIçõES E ComPortAmEntoS dA PoPuLAção PortuguESA, rELAtIvoS Ao mEIo IntErnEt !

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