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Entrevista
Hermínio Santos jornalista hs@briefing.pt
A litigância de má-fé ou abusiva deveria ser “seriamente sancionada”, afirma João Nuno Azevedo Neves, sócio fundador da ABBC & Associados, Sociedade de Advogados, que dá o benefício da dúvida à Ministra da Justiça e defende critérios muito mais rigorosos na ascensão dos juízes aos tribunais superiores
João Nuno Azevedo Neves, sócio fundador da ABBC & Associados
Ramon de Melo
Penalizar litigância de má-fé
Advocatus | A arbitragem é uma das suas áreas de atuação. Como avalia o sector em Portugal? João Nuno Azevedo Neves | Sensibilizou-me no último congresso que ocorreu em Coimbra e que estava ligado à arbitragem em Portugal, Espanha e Brasil a apetência dos jovens pelo tema. Esse interesse foi muito significativo e demonstra que os advogados mais novos estão cada vez mais inseridos nos 6
Fevereiro de 2012
benefícios da arbitragem. Também julgo que a nova lei que regula esta atividade vai contribuir para o crescimento da arbitragem em Portugal. Advocatus | Porquê? JNAN | Há que perceber que a arbitragem é uma jurisdição consensual e sigilosa, com grande agilidade e dinâmica. O caráter sigiloso tem uma importância decisiva até por não afetar a dinâmi-
ca dos envolvidos. Em empresas cotadas, por exemplo, a solução arbitral impede que seja do conhecimento público o conteúdo das discussões e permite uma decisão mais célere. O equilíbrio económico da empresa, a relação com os bancos e os fornecedores e com a própria estrutura da empresa é completamente diferente se ocorrer em sede arbitral ou num Tribunal comum. Fala-se muitas vezes no custo
das arbitragens, mas o custo-benefício é compensado pelo facto de um litígio ser resolvido em seis meses ou num ano em vez de em 10 anos. Advocatus | Ao nível da arbitragem Portugal pode ter uma posição relevante na comunidade lusófona? JNAN | Pode por maior experiência e por outro aspeto que tem sido manifesto: alavancar a hipótese de negócio. Ou seja, há países lusófoO agregador da advocacia