Entrevista a Roberta Medina

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Entrevista

Conversas no Tivoli

Jorge Fiel Jornalista

Roberta Medina vice-presidente executiva do Rock in Rio

Ramon Mello

Eventos dão valor às marcas na vida das pessoas

“Nós trabalhamos para as marcas e conseguimos identificar oportunidades em cima das marcas”, afirma Roberta Medina, 32 anos, responsável pelo Rock in Rio Lisboa, uma brasileira convertida aos encantos da capital portuguesa: “Vocês têm restaurantes incríveis, a oferta cultural de Lisboa é maior do que a do Rio. Como é que a gente não usa isso?”

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Briefing | A GfK Metris fez um estudo que concluiu que o Rock in Rio é o evento com maior notoriedade em Portugal, à frente mesmo do Mundial da África do Sul. Isso surpreendeu-a? Roberta Medina | Na verdade ficámos muito surpreendidos e é uma alegria ter um estudo que pela primeira vez não é feito por nós. Em 2004, logo após a primeira edição, fizemos um estudo que indicava que o Rock in Rio estava muito próximo do Euro. Na altura, já foi muito

surpreendente. Este estudo de que falou foi uma surpresa porque não sabíamos que estava a ser feito. Foi muito bom vir de fora e em segredo. O Rock in Rio é um projecto de comunicação. Não tem mais mistério do que o que fazemos todo o dia. Nós trabalhamos para marcas e conseguimos identificar oportunidades em cima das marcas. Até a forma como o Rock in Rio nasce em 1985 é em cima de um sonho, mas, acima de tudo, com oportunidades e necessidades. Na altura tínhamos a O novo agregador do marketing.


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Brahma como cliente que precisava de rejuvenescer a sua imagem e lançar uma marca de cerveja para jovens e o primeiro Rock in Rio foi a resposta a essa necessidade.

Isso é muito interessante porque é exactamente isso que pretendemos. Queremos que o artista seja o portavoz desses momentos felizes, nessa grande mobilização.

Briefing | Mais do que um festival, o Rock in Rio é um projecto de comunicação. É isso? RM | Nós não somos promotores de festivais. E muito menos o Roberto… Eu adoro produção, adoro realizar e tirar ideias do papel. O Roberto é um homem de ideias, de comunicação. Na verdade, o festival nasce com uma intenção de mostrar o Brasil para o mundo. De mostrar a juventude brasileira de uma forma positiva e com muita energia. Os outros elementos vão sendo construídos por necessidade.

Briefing | Essa estratégia, que funciona bem em cima de um festival de música, também é válida para, por exemplo, um campeonato de futebol? RM | Funciona em cima de qualquer coisa. Nós apresentamos um festival de música, mas poderia ser futebol ou dança. O segredo é a capacidade de envolver as pessoas, de construir uma expectativa. Essa expectativa não é construída de um dia para o outro. Vamos cativando as pessoas ao longo do tempo. Há outra questão fundamental: o nível da entrega. Nós prometemos durante um ano, mas depois entregamos. Se não conseguíssemos entregar seria uma grande frustração. Não teria futuro. É claro que a notoriedade de que falava não resulta só de um ano de comunicação. Em Portugal já resulta de sete anos de comunicação. O primeiro anúncio que dizia que o Rock in Rio vinha para Lisboa data de Janeiro de 2003. Trata-se de uma notoriedade construída. Temos de investir em projectos que tenham continuidade.

Briefing | O Rock in Rio é um formato brasileiro exportável para todo o Mundo? RM | Roberto criou no Brasil uma marca com um valor histórico e emocional gigantesco. E depois percebeu que se tratava de um formato que podia funcionar com todas as culturas. Não era um formato brasileiro, era um formato que era muito mais do que o Brasil. Era um formato de entretenimento, um momento em que a música é utilizada como uma plataforma de divulgação de marcas, de causas, de união, de convívio, de entretenimento. A música tornou-se um elemento que cose todos esses elementos. Briefing | Qual é o segredo para fazer com que um evento que se realiza apenas de dois em dois anos tenha tanta notoriedade? RM | A nossa campanha de comunicação para o Rock in Rio 2010 começou um ano antes com a festa de fogo-de-artifício na ponte 25 de Abril. Temos uma estratégia para motivar as pessoas. Não é por acaso que o Rock in Rio tem 350 mil pessoas a participar. É uma festa que vai sendo construída ao longo do tempo. A maior parte das pessoas quer fazer parte da festa, não querem fazer parte apenas do espectáculo. O estudo também fala disso. Li uma parte mais extensa do estudo que fala da valorização do convívio. O novo agregador do marketing.

Briefing | Em Madrid o formato Rock in Rio resulta tão bem como em Lisboa? RM | Espanha é diferente. Estamos a conseguir uma notoriedade bastante elevada, mas existe ainda uma sensação de estranheza muito grande por parte do público espanhol em relação a esta proposta de festa. Por incrível que pareça, Espanha não tem muitos eventos de marcas. Daí que a estranheza seja grande. A ideia do parque temático da música ainda gera estranheza. Como Espanha, em termos de veículos de comunicação é mais segmentada, leva mais tempo para nós explicarmos a mensagem do projecto. Tem notoriedade, as pessoas sabem que aquilo existe. Vai levar mais tempo até que entendam que é mais do que um espectáculo. Em Portugal aconteceu o mesmo. As pessoas não perceberam logo que não se tratava apenas

“O Rock in Rio é um formato de entretenimento, um momento em que a música é utilizada como uma plataforma de divulgação de marcas, de causas, de união, de convívio, de entretenimento. A música tornou-se um elemento que cose tudo isso”

“Já trabalhámos com três diferentes presidentes de Câmara de Lisboa, mas agora vamos passar por duas edições com o mesmo presidente. Acho que a relação tem vindo a melhorar”

de um festival tradicional de música. E nome é Rock in Rio Festival. Claro que o nome gera confusão. O nome é a essência. Foi com esse nome que nasceu e não vamos abandonar isso. Briefing | O que é que fazem para manterem as marcas patrocinadoras satisfeitas e lhes assegurarem o retorno para o dinheiro que investiram? RM | Em relação aos patrocínios temos que controlar muito bem quem usa a marca e como. Temos que dar um espaço para todos eles aproveitarem, mas tem um limite. Se tivermos 40 marcas a comunicar massivamente a parceria com o Rock in Rio essa parceria acaba por perder valor. Temos um patrocinador master que é o Millenium BCP, desde a primeira edição. Depois temos quatro patrocinadores principais, dos quais a Vodafone, o Sumol e a Pepsi que também são patrocinadores desde a primeira edição. A Toyota, a Seguro Directos e a Sagres também já foram patrocinadores principais. Temos um

master, quatro patrocinadores principais e um patrocinador social. Para além destes, temos os media partners. Para além da Câmara municipal, apenas estas marcas podem comunicar o Rock in Rio em veículos de massa. Estes são os únicos que podem fazer promoção com bilhetes. Têm esses direitos. Os outros apoios estão dentro da Cidade do Rock. Apenas trabalham o público nos dias do evento. Briefing | O know-how Rock in Rio é made in Brasil ou é copyright da família Medina? RM | Eu diria que é um know-how que vem do meu presidente, de homens da comunicação e de promotores de eventos. Juntámos o útil ao agradável. Temos o know-how da comunicação e o know-how da produção de eventos. O que eu digo em relação ao Roberto é que ele começou a ver tudo isto muito cedo, logo em 1980 quando convida o Frank Sinatra para fazer uma campanha publicitária de um whisky, enche o Maracanã e entra para o Guinness >>>

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”O segredo é a capacidade de envolver as pessoas, de construir, uma expectativa. Essa expectativa não é construída de um dia para o outro. Vamos cativando as pessoas ao longo do tempo. Há outra questão fundamental: o nível da entrega. Nós prometemos durante um ano, mas depois entregamos. Se não conseguíssemos entregar seria uma grande frustração. Não teria futuro”

Book. Trata-se de um plano de comunicação a pensar num cliente. Claro que Roberto era fã do Frank Sinatra e queria levá-lo ao Brasil, mas de facto, a viabilização desse sonho, acontece através de um cliente. Usar os eventos como plataforma de comunicação das marcas era algo que ninguém fazia à época. Ele é literalmente um homem visionário. O nosso privilégio de ter crescido e de ter aprendido com ele é muito grande. Briefing | Por que é que o Brasil foi inovador na utilização pelas marcas dos eventos como forma de comunicação? RM | Como o mercado brasileiro é tão concorrido, resta às marcas serem criativas e encontrarem outras formas de comunicar. Deste modo, o Brasil é muito rico no que toca ao mercado dos eventos. Como as marcas têm muita dificuldade em chegar ao público através dos veículos tradicionais, têm que ser originais. Em Portugal conseguimos, através dos veículos de massa, cobrir o país. Isso desvaloriza um pouco a realização de eventos e de acções promocionais. Até porque o custo de uma acção promocional é muito mais elevado. Agora tem um valor de entrar na vida das pessoa muito diferente. Os departamentos de marketing estão sempre com verbas muito restritas, pelo que é muito difícil ter verba para os eventos. As verbas destinam-se aos veículos de massa. No Brasil temos uma divisão. 50% das verbas são para a promoção através dos eventos. Os outros 50% são para a promoção através dos veículos tradicionais. Isso cria oportunidades. O que acontece hoje em dia no Brasil é que as agências de publicidade compram agências de eventos. Não funciona. Não é uma questão de ter quem produza. É a questão do pensamento. Quem só vê publicidade não pensa na natureza do evento e vice-versa. Esse foi o grande diferencial do nosso grupo. Nós pensamos as duas coisas ao mesmo tempo. Briefing | Porque é que decidiram atravessar o Atlântico e trazer o Rock in Rio para Lisboa? RM | Nós deixámos de fazer o evento no Brasil por causa do 11 de Se-

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tembro. Os investimentos param e nós não sabíamos o que ia acontecer. Na altura estávamos a preparar o Rock in Rio 2003. O 11 de Setembro deu uma parada. Em paralelo, havia o movimento de um amigo português, o Filipe, que nos andava a tentar convencer a vir para Lisboa. Briefing | Foi fácil chegar a acordo com a Câmara e arranjar patrocinadores? RM | Correu muito bem. O Pedro Santana Lopes e o Pedro Pinto receberam muito bem o projecto e entenderam o valor do Rock in Rio em termos de promoção internacional, do turismo e da economia. Foram muito abertos. Conseguimos assinar o protocolo com uma velocidade ímpar e começamos logo a trabalhar em busca de patrocínios. Já trabalhámos com três diferentes presidentes de Câmara, mas agora vamos passar por duas edições com o mesmo presidente. Acho que a relação tem vindo a melhorar.

“O plano para a marca Rock in Rio é global. Diversificar, entrar na moda, criar uma colecção de roupa, abrir lojas ou restaurantes, ter um canal de televisão e de Internet”.

Briefing | E arranjar patrocinadores? RM | Não foi muito fácil no início porque havia uma grande desconfiança. Levou muito tempo e vários nãos. Felizmente, também tivemos muitos sins. Briefing | Têm quantificado o impacto positivo do Rock in Rio na economia da região de Lisboa? RM | Encomendámos recentemente um estudo à Universidade católica para saber qual o impacto do Rock in Rio no que toca à economia. No Rio de Janeiro, a cidade apurou que impacto favorável da última edição na economia tinha sido na ordem dos 350 milhões de dólares. Relativamente a Lisboa não há ainda dados oficiais. Briefing | O Rock in Rio devia regressar ao Rio de Janeiro? RM | Estamos a negociar no Brasil a edição de 2011. Briefing | No Rio vai ser de dois em dois anos, como em Lisboa e Madrid? RM | A frequência com que o festival vai acontecer no Brasil ainda não

“Em relação aos patrocínios, temos que controlar muito bem quem usa a marca e como. Temos que dar um espaço para todos eles aproveitarem, mas tem um limite. Se tivermos 40 marcas a comunicar massivamente a parceria com o Rock in Rio, essa parceria acaba por perder valor” O novo agregador do marketing.


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está decidida. Hoje acreditamos e sabemos que a prefeitura também quer investir numa Cidade do Rock fixa. Esse era um investimento que era muito pesado para nós. Com os Jogos Olímpicos de 2016, têm a necessidade de criar um espaço como esse. Eles estão a comprometer-se em investir no espaço físico. Também existem outros factores que fazem com que o projecto seja mais viável como, por exemplo, a maior estabilidade da economia brasileira e o custo dos bilhetes. Historicamente o custo de um bilhete para o Rock in Rio era de 12 dólares. Hoje é muito diferente e já se aproxima de 50 dólares e por isso é muito mais viável conseguir fazer o Rock in Rio no Brasil com mais frequência. Ainda não definimos qual a frequência exacta, mas queremos uma frequência maior. Briefing | Faz parte dos vossos planos usar a marca Rock in Rio noutros suportes que não apenas a promoção de eventos musicais? RM | Completamente. Hoje, o plano para a marca Rock in Rio, é global. O evento em si é um evento forte, de mobilização das pessoas, de cativar e de criar valor para a marca. Então, é uma estratégia nossa querer ir para outros países, mas acima de tudo, é diversificar a marca. É poder entrar na moda, criar uma colecção de roupa, quem sabe um dia abrir lojas ou restaurantes. Isso é um processo que ainda estamos a desenvolver, em cada um dos segmentos. É um trabalho que está a ser feito agora. Nós somos uma empresa pequena. Nós ainda estamos a montar uma equipa no Brasil e em Portugal. Briefing | Investir em Media é uma possibilidade? RM | Todas as possibilidades existem! Canal de televisão, canal de Internet permanente, mas não canal Rock in Rio para falar do Rock in Rio. Nós queremos um canal de televisão e canal de Internet permanente que seja uma referência de entretenimento a nível global. Que fale de cultura, agenda cultural, o que é que está

“O que acontece hoje em dia no Brasil é que as agências de publicidade compram agências de eventos. Não funciona. Não é uma questão de ter quem produza. É a questão do pensamento. Quem só vê publicidade não pensa na natureza do evento e vice-versa. Esse foi o grande diferencial do nosso grupo. Nós pensamos as duas coisas ao mesmo tempo”

acontecendo por aí, entrevistas, etc. Desse mundo do entretenimento e da música também, mas não só música. Briefing | Quando o Roberto lhe pediu para fazer as malas e voar para Lisboa, o que é que pensou? RM | Eu tomei um susto, eu tomei um susto porque de facto a gente no Brasil… Briefing | Nunca tinha vindo a Lisboa? RM | Nunca tinha vindo. Portugal não

FAMíLIA MEDINA

Eles acreditam que nada é impossível O Rock in Rio foi inventado por Roberto Medina, em 1985, para servir de rampa de lançamento da marca de cerveja (Malt 90) com que a Brahma queria aumentar a penetração na juventude e teve consequências diversas para os intervenientes. A McDonald’s entrou no Guinness vendendo 53 mil hambúrgueres num só dia, dentro do recinto. A Malt 90 foi um fracasso, já que problemas com a pasteurização levaram a que recebesse a alcunha de Malt nojenta e fosse retirada do mercado. Roberto, o organizador, ficou crivado de dívidas e com uma filha que pintava regularmente o cabelo de cores extravagantes, uma mania que lhe chegou à adolescência, que ela atravessou com uma madeixa azul permanente. Aliás os cabelos vermelhos de Rita Lee e cor-de-rosa de Nina Hagen são a mais forte recordação que Roberta Medina, 32 anos, guarda do primeiro Rock in Rio, que há 25 anos abriu as portas o Rio de Janeiro, num recinto que durante dez dias acolheu os Queen, Rod Stewart, Yes, AC/DC, James Taylor, etc. Roberta tinha 22 anos quando o pai (a quem se refere como Roberto) lhe pôs às costas a responsabilidade pela organização do 3.º Rock in Rio, proporcionando-lhe nove meses de inferno e uma formação completa (licenciatura, mestrado, doutoramento e pós-doc) na produção de mega-eventos. “Roberto diz que nada é impossível e a gente acredita”. De então para cá foi ela que fez acontecer as quatro últimas edições do maior festival do Mundo. Roberta viveu muito em pouco tempo, mas continua tão apaixonada por realizar coisas como quando, aos 17 anos, começou a trabalhar como faz-tudo numas produções Disney no Barra Shopping, no Rio. Apesar de ter sido adulta à força, garante que vai “ser criança para sempre”. “O Pai Natal existe mesmo, nem quero nem discutir isso, agora se vem ou não de trenó…”, conclui Roberta que é capaz de ser uma adolescente fascinada pela magia de Mickey e gamada no Stitch, tanto gosta e precisa de música como de silêncio - e se adaptou bem a Portugal (“tenho dois países em que me sinto em casa”) mas gostava de participar na produção das Olimpíadas de 2016, no Rio.

fazia parte do meu mapa. O brasileiro educado é focado na América, tem a mentalidade: “se algum dia der algum problema a gente vai para os Estados Unidos”. Desde o 11 de Setembro para cá isso mudou muito, porque nos apercebemos que os States não são tão seguros assim. O mundo cresceu para a gente depois do 11 de Setembro. E aí a Europa fica mais forte. Briefing | Antes do 11 de Setembro o brasileiro educado já vinha à Eu-

ropa, só que Lisboa não faz parte do seu roteiro, não é? RM | Antes, no Brasil a Europa era uma coisa mais chique. E o chique, se você vir os dados de turismo, você chega por Paris, você chega por Madrid, você chega por Londres, por Roma. São as quatro cidades principais, em termos de turismo, em que o brasileiro entra na Europa. O que é um disparate! O que é que acontece com Portugal? A gente estuda muito Portugal na escola até 1500, e depois é uma >>>

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Roberta’s BackStage

Roberto Medina Presidente

Lionel Chulam Vice-presidente Financeiro/Administrativo

Rudolfo Medina Vice-presidente Marketing e Comercial

Paulo Fellin Director-geral do Rock in Rio

Empresário de comunicação, foi o primeiro homem de propaganda no Brasil a contratar grandes astros internacionais para anúncios de televisão. Em 1972 adquiriu o controlo da Artplan Comunicação, que transformou numa das maiores agência do país. Em 1980, levou Sinatra ao Brasil para um concerto que entrou para o Guinness como o maior público pagante para um só cantor: 144 mil pessoas.

Economista, pós-graduado em Engenharia Económica. Foi sócio de uma produtora de televisão que fornecia programas jornalísticos e séries à Globo e Bandeirantes. Desde 1991 é sócio do Grupo Artplan onde é vice-presidente Administrativo Financeiro e responsável pelos negócios de todo o grupo. É gestor da Dream Factory e responsável pela administração financeira da Better World.

Participou do desenvolvimento do Rock in Rio Café, casa temática no Rio. Foi director de Marketing e Comercial do Rock in Rio Por um Mundo Melhor (2001). Em 2003 assume a vice-presidência de Marketing e Comercial do Rock in Rio a nível global. Além disso, desde 2006 assumiu a presidência da Artplan Comunicação, Agência de Publicidade do Grupo Artplan.

Formado em Administração de Empresas na Universidade Mackenzie. Participou na realização de eventos como Hollywood Rock, digressões Rolling Stones (95), Elton John (94), Paul McCartney (93); Carnaval Rio de Janeiro, Fórmula I, Fórmula Indy e Coca Cola Vibezone 2003/2004. Entrou para fazer o Rock in Rio 2001 e, logo em seguida, como director de Produção, fez o Rock in Rio-Lisboa 2004.

Walter Ramires Director de Operações

João Silva Coordenador Financeiro

Carlos Vicente Coordenador Bilhética

Ricardo Escarduça Coordenador de Engenharia

Formado em Engenharia Civil na Fac. Nuno Lisboa, Rio de Janeiro. Trabalhou 14 anos em construção civil, nomeadamente na de parques industriais. Já ajudou a produzir mais de 180 eventos como o Hollywood Rock, Rock in Rio, Carnaval do Rio e digressões de Madonna, Paul McCartney, Rolling Stones, Eric Clapton, entre outros.

Licenciado em Economia pelo ISCTE, foi gestor de Projectos na Pelicano Investimentos Imobiliários. Participou em projectos internacionais como Consultor Sénior pela Accenture e no lançamento e operação de uma das maiores plataformas de comércio electrónico para empresas portuguesas (forumB2B). Colabora com a Better World desde Outubro de 2009.

Especializado em Ticketing, é nesta área que trabalha nos Rock in Rio de Lisboa e Madrid, onde assume a Coordenação de Bilhética. Antes participou na Expo 98, Euro 04, final da UEFA Cup 2005 e Campeonato Europeu de Futebol de Sub-21. Na área de espectáculos trabalhou na Praça Sony, Anfiteatro na Doca, Teatro Camões e Pavilhão Atlântico.

Licenciado em Engenharia Civil pelo Técnico, foi director de obra na Edifer e Abrantina. Entrou na Better World em Novembro de 2007 para coordenar o Departamento de Engenharia nos projectos Rock in Rio-Lisboa e Árvore de Natal ZON. Actualmente está a coordenar a equipa de engenharia do Rock in Rio Lisboa e Madrid.

loucura, eu tenho um avô português e, ainda assim, eu não tinha Portugal presente na minha vida. Eu acho que hoje a gente tem que trabalhar para mudar a imagem de Portugal no mundo. Agora no Brasil, eu sinto muito porque eu vou de lá para cá, de lá para cá, e eu chego aqui, os portugueses sabem tudo dos brasileiros, as novelas fo-

ram grandes elementos para isso. E no Brasil, é ao contrário, a gente ainda não sabe, a gente ainda chega aqui, achando que é: senhorinha de lenço preto, bigode, ou é tudo religioso ou é tudo histórico. Não! Vocês tem restaurantes incríveis, a oferta cultural de Lisboa é maior do que a do Rio de Janeiro e ninguém acredita. E em termos de

boites, de restaurantes, de orquestras, concertos, apresentações, é muito maior. Como é que a gente não usa isso? Isso me motiva, isso me apaixona! Como é que a gente muda essa imagem? Eu acho que vou estar-me dedicando a isso nos próximos tempos. [Risos]

gem de Portugal no Brasil faz parte dos seus planos? RM | O Felipão foi um grande elemento para isso, foi brilhante - um grande elemento promotor. Deu um grande contributo para começar a mudar essa imagem. Quando na última Copa, depois do Brasil ser eliminado, vi camelot no Rio a vender bandeira de Portugal nos semáforos,

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Duarte Leite Director Financeiro

Nuno Sousa Pinto Director de Produção

Formado em Gestão pela Nova de Lisboa, tem um MBA no INSEAD.. Está no Rock in Rio Lisboa desde a 2.ª edição. Em 2008 assumiu também a direcção financeira do festival de Madrid. Iniciou a carreira profissional como consultor na McKinsey, tendo participado no desenvolvimento dos sistemas de controlo de risco para o Grupo Espírito Santo, em coordenação com a Standard & Poors.

Estudou Gestão na Católica, onde foi dirigente associativo. Presidiu à Comissão Executiva da Semana Académica de Lisboa (2003). Foi coordenador dos Assistentes de Pavilhão na Expo 98. Colaborou na Árvore de Natal do Millennium bcp (2004) e no Optimus Open Air (2005). Foi responsável pelo Festival do Ambiente, Maior Cascata de Fogo-deArtifício do Mundo e Mega Festa do Caloiro.

Licenciado em Gestão, tem uma pósgraduação no INSEAD e um MBA em Marketing pela ESPM/University of California. Foi director de Marketing da Shell Portuguesa, até 1995, e coordenou em Londres o marketing da Shell para a Europa do Leste e do Sul e América Latina. No Brasil, foi director de Marketing da TAM, executivo da WPP, CEO da Rede Cell e vicepresidente da Young & Rubicam.

Dora Palma Coordenadora do Projecto Social

Vivian Toller Coordenadora de Contas

Ricardo Acto Coordenador de Produção

Ricardo Florêncio Coordenador de Comunicação

Licenciada em Engenharia do Ambiente, tem uma pós graduação em Corporate Governance. De Novembro de 2005 a Agosto de 2009 participou e coordenou projectos de investigação financiados pela União Europeia, no âmbito do desenvolvimento sustentável local, sustentabilidade dos eventos, responsabilidade social das organizações e compras públicas ecológicas.

Licenciada em Gestão, foi vicepresidente da Associação de Estudantes e fundadora da Federação da U. Católica. Responsável pelo Marketing e atendimento aos patrocinadores no Optimus Open Air e na Maior Cascata de Fogo de Artifício do Mundo. É coordenadora de contas do Rock in Rio Lisboa e será responsável pelo atendimento aos patrocinadores na área Vip no Rock in Rio Madrid.

Frequentou Engenharia Civil na Lusófona. Presidiu à Associação Académica de Lisboa, lançando o Festival Académico, na Bela Vista. Em 2006, entrou no Rock in Rio Lisboa como assistente de engenharia. Coordenou o projecto da Árvore Natal Millennium bcp na Roménia (2007) e e a Produção da Árvore de Natal ZON em 2008 e 2009.

Project manager e director de Redacção do Semanário Académico de Lisboa (2006-2009). Presidiu à Associação de Estudantes da Escola Superior de Comunicação Social, foi vice-presidente da Associação Académica de Lisboa, durante dois anos e responsável pela Comunicação e Marketing da Semana Académica de Lisboa.

percebi que a imagem tinha começado a mudar. Briefing | Ainda lhe sobra tempo para fazer isso? RM | Olha, é engraçado porque eu me movo muito por paixões. Hoje estou cheia de ideias e um pouco a querer ir por esse caminho de criar acções para promover LisO novo agregador do marketing.

boa. Porque é uma coisa que me motiva, porque o público brasileiro não percebe nada da Lisboa moderna, do Portugal moderno. Isso me motiva, pensar na cidade, por exemplo florir a Baixa, porque não? Muda tanto o astral, uma cidade com flores. Então agora eu estou querendo criar projectos de cidade para Lisboa, como criar

José Magro Director-geral da Better World & Expansão Internacional

uma identidade forte para os bairros. Briefing | O Brasil vai receber o Campeonato do Mundo e os Jogos Olímpicos. Isso não a tenta a regressar? RM | Na questão das Olimpíadas, o que me apaixona não é uma relação com os Jogos em si, mas

Agatha Arêas Directora de Marketing Pós-graduada em Marketing em Berkeley. Especializada em Music Business pela ESPM, Brasil. Foi Gerente de Marketing do Rock in Rio 2001. Directora de marketing do Rock in Rio Lisboa (desde 2004) e Madrid. Foi gerente Nacional de Promoção & Eventos da Molson Brasil e project manager do Heineken Thirst 1. Lançou a cerveja Bavaria em Toronto, Ottawa, Montreal e Nova Iorque.

a gestão da cidade para receber aquele público todo, limpeza, polícia, trânsito, transportes, isso é apaixonante! Apaixonante! Eu gosto imenso. Mas isso pode ser mais para a frente. Se mais para a frente houver a possibilidade de eu me envolver com eles, vou adorar, porque é tentador, é um grande desafio. Abril de 2010

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