Director: Hermínio Santos
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Mensal
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Ano I
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N.º 10
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O novo agregador das comunicações
Helena Leite, ceo da Cardmobili
Vamos estar nas carteiras digitais Pág. 30
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José Manuel Paraíso, IBM Portugal
Reinvenção constante
Na IBM há uma cultura de reinvenção constante. Existe uma “inquietação permanente que nos é incutida a todos e que nós, executivos, temos a função de incutir a toda a gente”, diz José Manuel Paraíso, director de global technology services da IBM Portugal, uma multinacional que está no nosso País desde 1938. Todos os clientes portugueses “são importantes para a IBM”, afirma
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Como se combate o malware
Catallin Cosoi, head of online threats na empresa BitDefender, explicou ao Fibra o dia-a-dia da segurança informática e como os hackers estão cada vez mais sofisticados. Em 2000, existiam 700 mil tipos de malware. Hoje a realidade é bem diferente e supera os 65 milhões. Uma ameaça a cidadãos, empresas e estados
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Destaques
EDITORIaL
Ambições globais O novo agregador das comunicações
Director-geral João David Nunes jdn@briefing.pt Director Hermínio Santos hs@briefing.pt Directora de Arte Patrícia Silva Gomes psg@briefing.pt Editora Executiva Fátima de Sousa fs@briefing.pt Coordenador Online Filipe Santa-Bárbara fsb@briefing.pt Redacção Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa Directora de Marketing Maria Luís T. 961 571 629 ml@briefing.pt
Há uma luta em curso pelo domínio do consumidor na internet. A Google cria serviços atrás de serviços – a Google Wallet é apenas um de muitos exemplos – para fixar os seus utilizadores e evitar que corram para os braços do Facebook. A Apple continua imparável não só em fazer de cada lançamento um momento único (mesmo que as novidades sejam de facto pouco relevantes) mas também em criar valor para os seus accionistas. O Facebook anuncia actualizações atrás de actualizações e já quase só lhe falta entrar no domínio dos motores de busca. Tudo isto acontece em poucos meses e demonstra o ambiente de autêntica guerra que se vive na internet e que subirá inevitalmente para um outro patamar: o das operadoras de telecomunicações. O campo de batalha é o dos sistemas operativos dos smartphones. A Google, com o Android, a Microsoft, com o Windows Mobile, e a Apple, com o iOs, querem o bolo só para elas e pretendem vender produtos e serviços directamente ao consumidor, sem passar pelas operadoras. Fala-se em telemóveis já equipados com chips de fábrica e as operadoras, principalmente na Europa, insurgem-se contra o despotismo dos gigantes da internet. Indiferente a estas guerras mas muito atenta ao mercado de smartphones está uma start-up portuguesa, a Cardmobili. Em dois anos deu-se a conhecer em Portugal e no mundo, ganhou prémios e já tem tecnologia para entrar nas carteiras digitais e “concorrer” com a Google Wallet. As suas ambições são globais e assentes num know-how único e credível.
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Como É tRaBalhaR Em...
Tratam-se todos por tu
Distribuição por assinatura Preço: 85€ (12 edições) assinaturas@briefing.pt Tiragem média mensal: 2.500 ex. Depósito legal: 321206/10 N.º registo ERC: 125953
Tratam-se todos por tu e trabalha-se em open space, para fomentar a informalidade, a comunicação e a partilha de conhecimentos. Esta é a realidade da Novabase, com cerca de 2000 colaboradores, dos quais menos de 500 trabalham no edifício de sete andares no Parque das Nações, em Lisboa. Ali, o dress code é livre mas “no cliente, vista-se como o cliente”, afirma a responsável pelos recursos humanos da empresa
Editora Enzima Amarela - Edições, Lda Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 • F. 210 435 935 fibra@briefing.pt • www.fibra.pt
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PaSSEIO PÚBLICO
Famoso do twitter
Propriedade Boston Media – Comunicação e Imagem, SA Impressão: Sogapal, Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo 2730-120 Barcarena
Comunicação, Design e Multimédia Av. Marquês de Tomar, 44-7 1050-156 Lisboa Tel: 217 957 030 geral@motioncreator.net
PRODUTORA DE AUDIOVISUAIS Rua Luis Simões, 14 | 2745-033 Queluz Tel: 214 348 010 www.comsom.tv
RAMONDEMELO PHOTOGRAPHY
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Rua Luz Soriano, 67-1º E Bairro Alto 1200-246 Lisboa - PORTUGAL www.who.pt// contacto@who.pt O novo agregador das comunicações
Ficou famoso em todo o mundo quando a revista Time o considerou uma das 140 pessoas mais importantes do Twitter. Conhecido no universo dos tweets como @jafurtado, José Afonso Furtado, que desde 1992 exerce as funções na Biblioteca de Arte da Gulbenkian, é autor de diversas obras sobre o livro e sua transição para o mundo digital
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O mUnDO à mInHa PROCURa
A vocalista dos The Gift e os gadgets
É a voz dos The Gift, a banda de Alcobaça que anda na estrada há 17 anos. Nascida a 11 de Março de 1977, na Nazaré, diz que, a nível pessoal, viveria bem sem gadgets, especialmente o telemóvel: “falar ao telefone é a coisa que eu mais detesto!”. Profissionalmente não pode, porém, dispensar a tecnologia. Outubro 2011
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ConhEcimEnto
O saber como chave do sucesso O Projecto Know Now pretende alterar junto de instituições e decisores estrangeiros a imagem das regiões Norte e Centro, mostrando territórios onde existe uma oferta qualificada e competitiva dos centros de saber e empresas em que o sucesso advém do conhecimento e da inovação O CEC – Câmara de Comércio e Indústria do Centro, em parceria com a UERN – União das Associações Empresariais da Região Norte, conceberam e estão a implementar o Projecto Know-Now, apoiado pelo Sistema de Incentivos às Acções Colectivas, no âmbito do Compete – POFC. O objectivo é captar investimento e obter ganhos de competitividade pelo conhecimento e capacidades dos respectivos recursos humanos, face à necessidade de posicionar competitivamente as duas regiões ao nível do conhecimento e da inovação. Partindo da ideia de que numa economia global, onde as empresas têm cada vez mais acesso a matérias-primas baratas e a baixos salários, a criação de valor acrescentado depende, sobretudo, do processo de inovação, que tem como principal input o conhecimento. Nesse sentido, desenhámos duas apostas essenciais com este projecto: • Levantar a produção de conhecimento nas duas regiões e facilitar a aproximação do tecido empresarial; • Dar a agentes internacionais chave nos processos de internacionalização uma imagem diferente das duas regiões, procurando promovê-las enquanto espaços onde há já muitos investimentos empresariais de sucesso cuja competitividade e crescimento se baseiam no papel que o conhecimento desempenha no interior das empresas e nas suas relações com os mercados. Acreditamos que com este projecto estamos a dar um pequeno contributo, nomeadamente ao nível 4
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“Numa economia global, onde as empresas têm cada vez mais acesso a matérias-primas baratas e a baixos salários, a criação de valor acrescentado depende, sobretudo, do processo de inovação, que tem como principal input o conhecimento”
“Com este projecto estamos a dar um pequeno contributo, nomeadamente ao nível da sensibilização, para estimular muitas das nossas empresas a olhar para sectores de serviços e indústrias geradores de maior valor acrescentado”
da sensibilização, para estimular muitas das nossas empresas a olhar para sectores de serviços e indústrias geradores de maior valor acrescentado, baseados na criação, codificação, aplicação do conhecimento e na criatividade, competindo no mercado internacional e/ou fornecendo factores de competitividade a outros sectores e actividades. Com esta iniciativa, além do mapeamento dos serviços de apoio à inovação regionais foi possível constituir redes informais, colher boas ideias e promover os dois territórios em regiões como São Paulo, Barcelona, Hong Kong, Copenhaga, Malmo, Basileia ou Xangai. O portal www.knownow.com.pt, além de repositório do projecto, está desenhado para apoiar as empresas a avaliar as suas capacidades de inovação e internacionalização, ao mesmo tempo que facilita o encontro entre as empresas e as organizações de suporte à inovação, com o objectivo de contribuir para o aumento da produtividade e performance das regiões e empresas, através da exploração do conhecimento como factor de competitividade. Nele disponibilizamos informação sobre a oferta das organizações de suporte à inovação (universidades, institutos politécnicos, clusters e pólos de competitividade, incubadoras, parques científicos e tecnológicos e outras entidades da envolvente empresarial). Sendo uma aposta forte do CEC, foi com satisfação que vimos o Projecto Know Now ser um dos três projectos nomeados pela Comissão Europeia para o Prémio de Melhores Práticas “Serviços de Suporte à Inovação”, no
Nuno Nascimento director-geral do CEC
âmbito da rede Enterprise Europe Network, entre as 27 candidaturas apresentadas. É uma aposta que pretende alterar junto de instituições e decisores estrangeiros a imagem das duas regiões, mostrando territórios onde, contrariamente à imagem tradicionalmente detida, existe uma oferta qualificada e competitiva dos centros de saber e empresas em que o sucesso advém do conhecimento e da inovação. A visibilidade ganha pelo projecto ao chegar à fase final deste prémio será mais uma forma de promover uma nova imagem das duas regiões e, assim, reforçar o sucesso do projecto. O novo agregador das comunicações
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EnTREVISTa
Joana Rebelo Morais redaccaofibra@briefing.pt
“Há empresas que foram muito importantes e deixaram de o ser, porque não acompanharam a evolução”. O que a IBM quer, segundo José Manuel Paraíso, 50 anos, director de global technology services da IBM Portugal, é estar à frente, “provocar essa transformação”. O responsável considera Portugal, onde a empresa está desde 1938, um país importante para a IBM Corporation
José Manuel Paraíso, director de global technology services da IBM Portugal
Ramon de Melo
“Queremos estar à frente”
Fibra | O que faz um director de global technology services na IBM em Portugal? José Manuel Paraíso | O meu primeiro objectivo é estar atento, perceber o funcionamento e entender o que tenho de fazer para que as coisas funcionem melhor. Outra das minhas funções é a transformação perma6
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“No outsourcing de processo distinguimo-nos dos nossos concorrentes, porque o fazemos com o objectivo de prestar o serviço com a tecnologia”
nente. Diria que a minha função de facto é estar junto dos meus clientes, ouvi-los. É aquilo que de mais nobre eu tenho a fazer. Tenho também o meu management system a cumprir, com reuniões semanais onde as minhas pessoas reportam aquilo que têm que reportar, sobre os negócios e a qualidade dos serviços O novo agregador das comunicações
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que estamos a prestar e tenho reuniões com os meus chefes para fazer o meu próprio reporting. Este management system é exigente, já vem de há muito tempo, mas é permanentemente alterado, muito suportado por ferramentas, porque nada se faz sem sistemas de informação de suporte. Tenho uma outra função: falar com as minhas equipas periodicamente, estar junto delas, ouvi-las. Fibra | Em termos de áreas de negócio, como está dividida a IBM? JMP | Uma das áreas que reporta directamente a mim é o outsourcing, que tem crescido muito em Portugal. Outsourcing de TecnoIogias de Informação (TI) é, no fundo, gerir as áreas de TI dos clientes que nos atribuem todos os seus data centers. Temos outra área que, por sua vez, se divide em várias, que são serviços de tecnologia, como a segurança, arquitecturas tecnológicas (estudo de arquitecturas, optimizações, no sentido das consolidações e virtualizações), implementações de cloud computing e outros serviços mais tradicionais, como a administração e gestão dos equipamentos e consultoria tecnológica, no sentido de fazer o roadmap futuro da evolução das TI dos clientes. Temos uma outra área, também muito importante, relacionada com o outsourcing de processos de negócio, não de tecnologias. As empresas começam a olhar para esta área com algum interesse e, nesse sentido, fazemos gestão de recursos humanos, gestão financeira e administrativa ou a gestão de resposta de um call centre, por exemplo. No outsourcing de processo distinguimo-nos dos nossos concorrentes, porque o fazemos com o objectivo de prestar o serviço com a tecnologia. Não é apenas agarrar num processo, é ficar com ele, juntar-lhe a tecnologia e fazer uma transformação contínua, com ganhos sucessivos de melhoria de serviço e de custo. O novo agregador das comunicações
“A IBM Portugal é extremamente madura, tem aqui toda a oferta da IBM Corporation e a nossa estratégia não diverge da estratégia global. Em Portugal, até temos mais serviços do que aquilo que é a média geral dos países”
Fibra | Como define a cultura IBM? JMP | Defino fundamentalmente como uma cultura muito madura. Uma cultura de nos reinventarmos constantemente. Se for ver, há 50 anos a IBM era provavelmente a única que fazia parte do top de empresas cotadas em Wall Street e hoje continua a sê-lo. É uma cultura de inquietação permanente que nos é incutida a todos e que nós, executivos, temos a função de incutir a toda a gente. Fibra | Em relação à estratégia da empresa, o que é preciso fazer para ter uma posição relevante no mercado português? JMP | Muitas coisas, porque a gestão é das coisas mais simples, mas, ao mesmo tempo, mais difíceis. É preciso ter esta cultura de reinvenção. Há vários exemplos de empresas que foram muito importantes e que deixaram de o ser, justamente porque não acompanharam a evolução. Não é só acompanhar, aliás, nem é isso que a IBM quer. O que queremos é estar à frente, provocar essa transformação para poder beneficiar dela e também os nossos clientes. Para se ser importante é preciso esta cultura, antecipar o que vem aí. É preciso, obviamente, toda a tecnologia, os serviços, as metodologias, os processos. A IBM Corporation dá-nos tudo isso.
“Diria que a minha função de facto é estar junto dos meus clientes, ouvi-los. É aquilo que de mais nobre eu tenho a fazer”
“No CAS (a sigla em inglês para Centro de Estudos Avançados), criado em parceria com a Faculdade de Engenharia do Porto, estamos a desenvolver soluções específicas de negócio”
Fibra | Mas o mercado português tem certas particularidades, há que definir uma estratégica específica… JMP | A IBM Portugal é extremamente madura, tem aqui toda a oferta da IBM Corporation e a nossa estratégia não diverge da estratégia global. Em Portugal, até temos mais serviços do que aquilo que é a média geral dos países. Porquê? Porque começámos aqui um mercado de outsourcing, há 10 anos, que aderiu muito bem e por isso temos um peso maior do que é normal. A nossa estratégia é disponibilizar >>> Outubro 2011
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EnTREVISTa
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a oferta da IBM Corporation, sempre numa perspectiva de conseguir estar à frente, abrangendo todos os sectores do mercado. Não temos soluções para o mercado doméstico, só para empresas, de qualquer dimensão, embora sejamos mais fortes nas maiores.
“As empresas de TI, sobretudo as de software, vão continuar a aparecer e espero que rapidamente, porque um sector onde Portugal pode ter uma palavra a dizer”
Fibra | Quais são os principais desafios do mercado português para a área das tecnologias? JMP | O momento que estamos a viver é de incerteza e os desafios são imensos. A redução de custos merece destaque porque os nossos clientes precisam de aumentar a eficiência e esse desafio é muito grande. Temos que conseguir, em cada momento e com um sentido de urgência muito grande, ajudar os nossos clientes a ser progressivamente mais eficientes. Aumentar a eficiência é mais do que reduzir o custo, porque este tem limites, chega uma altura em que reduzir mais é parar as operações e isso não pode acontecer. As empresas em geral, e também o Governo, não podem ter apenas redução de custos, têm que ter
“Portugal é pequeno e periférico, mas considero-o um País rico, cujo mercado de TI espelha isso. Não há nenhuma razão para pensarmos que este mercado não é interessante”
uma estratégia, que, na minha opinião, passa por ser diferente dos outros. Com a nossa tecnologia temos de os ajudar a fazer as coisas de uma forma diferente. A concorrência também é um desafio para nós, mas faz parte do mercado. Temos que ser mais rápidos, ágeis e melhores, para estar no mercado com os concorrentes. Fibra | Como é a relação da IBM com as universidades portuguesas? JMP | Fazemos um grande trabalho e até temos uma equipa permanentemente dedicada a isso. No CAS (a sigla em inglês para Centro de Estudos Avançados), criado em parceria com a Faculdade de Engenharia do Porto, estamos a desenvolver soluções específicas de negócio. Não há muitos centros destes por aí e conseguimos que ele fosse feito em Portugal. É extremamente importante e temos a expectativa de conseguir criar soluções na área da saúde, por exemplo. Além disso, há uma relação muito antiga com as universidades atra-vés do Prémio Científico IBM,
PERFIL
Há mais de uma década na IBM O ténis e os romances históricos são as distracções de José Manuel Paraíso quando não está a pensar em tecnologia, clientes e soluções. Pratica a modalidade há 30 anos e o último romance histórico que leu foi o de Catarina de Bragança, a rainha portuguesa de Inglaterra. Paraíso estudou Economia na Universidade Católica Portuguesa e especializou-se, posteriormente, em Gestão de Empresas na mesma universidade. A actividade profissional teve início na GTI, onde foi gestor de projecto. Também foi responsável pela direcção comercial da Prodstar Portugal e, mais tarde, da CGI Portugal. Entre 1995 a 1997, foi director-
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-geral da CGI/Prodstar Portugal. A carreira dentro da IBM Portugal começou em 1999, quando foi nomeado director para a área de consultoria e integração de sistemas, na divisão IBM global services. Mais tarde passou a reportar ao presidente da IBM Portugal, quando foi director da divisão de FSS (sector de banca e seguros). De 2006 a 2009 integrou a IBM SPGIT (Spain, Portugal, Greece, Israel and Turkey) com a responsabilidade do sector de banca e seguros, experiência que recorda com “orgulho”. Voltou à IBM Portugal há dois anos, já como director executivo de global technology services.
O novo agregador das comunicações
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“Portugal é um conjunto de clientes, alguns deles com uma dimensão muito apreciável, e todos eles são muito importantes”
que entregamos já há 21 anos. É importante porque estimula a capacidade imaginativa e inventiva dos estudantes. Fibra | Qual é o valor do mercado português para a IBM Corporation? JMP | É imenso. Porquê? Há várias razões e uma delas é saber que o mercado é constituído por clientes e estes são muito importantes para a IBM. Essa é a primeira razão: Portugal é um conjunto de clientes, alguns deles com uma dimensão muito apreciável, e todos eles são muito importantes. Em segundo lugar, a IBM anuncia os seus objectivos, extremamente ambiciosos, e para os conseguir precisa de todos os clientes de todos os países. Portugal é pequeno e O novo agregador das comunicações
“Portugal tem muito boa capacidade de produzir profissionais em algumas das suas universidades”
periférico, mas considero-o um País rico, cujo mercado de TI espelha isso. Não há nenhuma razão para pensarmos que este mercado não é interessante. É verdade que estamos em crise, mas não somos os únicos. Fibra | Nos últimos anos o mercado português de TI tem evoluído, com novas empresas de software que criam soluções próprias. Como olha para este mercado? JMP | Vejo de uma forma muito positiva este fenómeno do aparecimento de empresas que vão criando software. É interessantíssimo para o nosso mercado, porque os benefícios, dos quais podemos tirar partido também, são muito superiores à questão da concorrência. As empresas
de TI, sobretudo as de software, vão continuar a aparecer e espero que rapidamente, porque é um sector onde Portugal pode ter uma palavra a dizer. Portugal tem muito boa capacidade de produzir profissionais em algumas das suas universidades. Na área do software a área da segurança é, para mim, uma das que mais precisa de evoluir.
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BarómEtro TWITTER
Joana Carravilla E.Life country manager
As redes sociais continuam a ser os grandes geradores de buzz no Twitter, a par das novidades tecnológicas. Assim foi na semana de 14 a 21 de Setembro monitorizada pela E.Life para o Fibra. Lisboa e Porto é onde se twitta mais
Lisboa e Porto em 140 caracteres As redes sociais (Facebook e Google+) continuam a liderar a quantidade de buzz gerada no Twitter, com destaque para os posts relacionados com a abertura oficial do Google+. O lançamento do motor de pesquisa do Google para viagens de avião, a parceria com a Intel e utilidade deste como motor de pesquisa foram também muito referidos pelos internautas. Neste tópico, Coimbra e Porto lideraram os comentários, com um pico de horário muito variado, entre as 10 e as 21h00. Logo a seguir ao Google, encontra-se o Facebook, com posição de destaque essencialmente devido às partilhas de links de fotos, promoções e perfis. É de referir ainda a quantidade de comentários sobre as novas funcionalidades da rede. O período de maior actividade centra-se entre as 08 e as 13h00, com Lisboa e Porto a liderar. As mudanças da RTP também geraram comentários durante a semana, sendo que a entrevista do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, foi a que mais buzz gerou. Muitas das notícias apresentadas pela RTP foram também bastante retweetadas, assim como a programação da estação. Lisboa foi a cidade que mais posts registou, com o pico de comentários a situar-se durante o horário habitual de trabalho. Na 4.ª posição da tabela surge a ZON, com a maioria dos posts centrada na Liga Zon Sagres, mostrando que o futebol continua a ser um dos principais ge10
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radores de comentários nas redes sociais. Destaque também para a actualização do serviço Iris da Zon. Aqui, o Porto apresenta-se como a principal cidade onde ocorrem os posts, com maior ocorrência entre as 16 e as 21h00. Além da RTP surge também a SIC, com a maioria dos posts relacionada com a programação dos vários canais da estação e também com os seus apresentadores. São de destacar ainda os tweets referentes ao documentário sobre Cristiano Ronaldo e ao novo cenário do Jornal da Noite. Lisboa foi, sem dúvida, a cidade que mais posts gerou. As marcas de telecomunicações são habitualmente muito referidas nas redes sociais, como se pode comprovar com a Optimus a surgir no Top 10 do Twitter. A nova campanha e o novo portal da empresa deram ao operador a 6.ª posição deste barómetro. O pico de comentários situou-se entre as 12 e as 15h00 com Lisboa no topo. A Apple surge em 7.º, quer pela curiosidade que têm gerado as notícias sobre o lançamento do iPhone 5, quer pelo lançamento do Windows 8, visto como uma arma contra a marca. Surgiram ainda muitos comentários relacionados com a disputa entre a Apple e a Samsung, com a criação de videojogos pela Universidade do Minho e a situação económica da empresa na bolsa em comparação com a Microsoft. Pela variedade de assuntos, os picos de comentários
são muito variados, mas com o Porto a liderar completamente. Logo a seguir surge a Samsung, devido especialmente à acção judicial que a opõe à Apple, bem como à autorização da venda do Galaxy Tab na Alemanha. As várias promoções realizadas no Twitter para ganhar produtos Samsung geraram também uma grande quantidade de retweets. Lisboa e Porto estão muito próximas no volume de comentários gerados, tendo o pico sido registado durante a manhã. Na penúltima posição está o Skype, muito citado por ser um ponto de encontro e de conversas entre os internautas. Foi ainda muito referida a possível novidade da interface com o Windows 8 e também a versão para a utilização em Mac. O Porto ficou à frente das cidades que mais buzz geraram com picos entre as 10 e as 15h00 e as 18 e as 22h00. A Microsoft encerra a tabela, com destaque para o lançamento do Windows 8, uma novidade muito comentada e partilhada pelos internautas esta semana. A Xbox, o programa social para estudantes e a possível proibição do Linux também alimentaram as conversas. Lisboa e Porto lideram na quantidade de tweets, que se concentraram entre as 8 e as 14h00.
Top 10
01 O lançamento do motor de pesquisa para viagens de avião esteve em destaque, a par da parceria com a Intel. O Google+, o Chrome e o Google tradutor também motivaram conversas.
Top 10
06 A nova campanha e o novo portal da empresa foram tweetados por alguns perfis. Além disso, foram encontrados depoimentos ligados aos serviços e telemóveis da empresa. Vários perfis partilharam as notícias sobre o caso das secretas
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Este estudo será publicado mensalmente no jornal Fibra. Caso tenha alguma questão, não hesite em contactar-nos para joana@elifemonitor.com Para conhecer melhor o Tweetmeter aceda ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=guyzU4HmucY Para mais informações sobre esta plataforma entre no nosso site: www.elifeportugal.com
AS MARCAS ANALISADAS Facebook, Vodafone, Optimus, SIC, Google, RTP, Apple, ZON, Microsoft, Intel, Skype, HP, Nintendo, Sony, Playstation, Nokia, TMN, Samsung, IBM, HTC, XBOX
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02 As novas interfaces da rede social geraram muitos comentários dos utilizadores. As funcionalidades de partilha de links, fotos, promoções e perfis também suscitaram citações
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07 Além do buzz gerado pelo lançamento do Windows 8, visto como a última arma contra a Apple, ocorreram também tweets relacionados com as ferramentas do Mac OS X e com o lançamento do novo iPhone5
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03 As mudanças na estação pública estiveram em foco. Muito partilhada foi a entrevista do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Muitas das notícias divulgadas pela própria RTP foram retweetadas
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08 O litígio entre a Samsung e a Apple foi retweetado pelos internautas, assim como a autorização da venda do Galaxy Tab na Alemanha. Promoções realizadas no Twitter para ganhar produtos Samsung geraram vários retweets
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04 Os comentários foram muito diversificados: Liga Zon Sagres, Zon Fibra e a actualização do serviço Iris foram alguns dos tópicos mais falados nesta semana
05 Muitos tweets relacionados com a programação da SIC (SIC Mulher e SIC Radical), bem como sobre os apresentadores dos programas. Destaque para os tweets sobre o documentário sobre Cristiano Ronaldo e ao novo cenário do Jornal da Noite
Top 10
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09 O Skype foi citado por ser ponto de encontro e de conversas. Além disso, foi tweetada a possível novidade na interface com o Windows8 e a versão para utilização no Mac. Foi comparado com outras ferramentas de conversas, como o msn e o gtalk
10 O lançamento do Windows 8 destacou-se, com os internautas a comentarem e partilharem a novidade. Também abundaram tweets sobre o programa social para estudantes realizado pela empresa nos EUA e a possível proibição da utilização do Linux
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JEtFibra
A lição de António Barreto Uma sala cheia de gente ilustre do mundo das comunicações e dos media juntou-se em Lisboa, em Setembro, para ouvir António Barreto. O sociólogo e investigador foi o convidado do mais recente jantar-debate da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). “Sociedade do Conhecimento em Portugal. “Um Retrato Social” foi o tema da intervenção de Barreto, que aproveitou para fazer um balanço sobre o estado actual do conhecimento, da informação e da comunicação em Portugal
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Pedro Norton, presidente da APDC, faz a apresentação do convidado da noite
Sala cheia para ouvir um dos mais atentos observadores da realidade portuguesa
António Barreto falou sobre conhecimento, informação e comunicação
Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, e o convidado do jantar-debate da APDC
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FinanCial Portugal.com
Consultoria Global de ComuniCação FinanCeira O mercado português de Operações Financeiras conta agora com a presença de uma das “majors” mundiais de Conselho em Comunicação e Public Relations. A Hill & Knowlton está presente em 44 países com uma oferta disponível em 80 escritórios e 50 associados. Uma equipa dos seus escritórios de Nova Iorque, Londres e Hong Kong, sob a responsabilidade directa de reputados especialistas Andrew Laurence e Cesare Valli, apoia a oferta de Privatizações e outras operações financeiras do Estado e das principais companhias nacionais. Financial Portugal integra os recursos reconhecidos da LPM Comunicação, a consultora líder do nosso mercado. Com o centro de decisão em Portugal, a experiência da equipa e a relevância da rede asseguram uma resposta única aos grandes desafios estratégicos e económicos que os decisores políticos e as companhias portuguesas enfrentam.
www.financialportugal.com
Lisboa, Nova iorque, LoNdres, HoNg KoNg Conselho em Comunicação em operações financeiras, nacionais e internacionais: privatizações, fusões, aquisições e reestruturações empresariais
LPM Comunicação SA Edifício Lisboa Oriente - Av. Infante D. Henrique, n.º 333 H, 49 | 1800-282 Lisboa - Portugal T. +351 218 508 110 | F. +351 218 530 426 | lpmcom@lpmcom.pt | www.lpmcom.pt
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Como é trabalhar em...
“Eu dou. Eu ouço. Eu cresço. Eu ligo.” São estes os valores da Novabase, empresa com uma oferta tão alargada que dificulta uma definição. Ana Tereza Maçarico, head of human resources, simplifica e define-a como uma “empresa de soluções tecnológicas”. Há, porém, uma certeza: “Não somos uma empresa de conceptualização, nós realizamos e aplicamos a tecnologia.”
Dos cerca de dois mil colaboradores da Novabase, menos de 500 trabalham no edifício de sete andares no Parque das Nações, em Lisboa, já considerado a imagem de marca da empresa que desde 2007 o ocupa. Os restantes colaboradores trabalham no cliente e vestem-se como o cliente. Ana Tereza Maçarico, head of human resources, conta que “o dress code no escritório é livre” e sem regras. Mas há uma, estabelecida no código de conduta. “No cliente, vista-se como o cliente”, esclarece a responsável. Na Novabase tratam-se todos por tu e trabalha-se em open space, para fomentar a “informalidade, a comunicação e a partilha de conhecimentos”. A chave do sucesso é a “visão nova”, que vem, de acordo com Ana Tereza, dos 20 anos de história, mas também daquilo que querem para o futuro, já que a tecnologia se tornou a “antítese” do que deveria ser: “simples e intuitiva”. “O que a Novabase quer ainda não é onde a Novabase está. Queremos fazer a vida das pessoas mais simples e mais feliz”. Este desejo abrange também os colaboradores, que esta empresa quer felizes e a gostar do que fazem. “O sentimento de obra feita traz felicidade às pessoas e a Novabase celebra o trabalho, promove o desenvolvimento e lança desafios” nesse sentido. Ana Tereza justifica, com a importância das primeiras impressões, a dedicação da Novabase aos recém-chegados. O programa Welcome Integration, que forma sobre a cultura, a organização e o “grande” portefólio da empresa, e as academias reflectem essa preocupação. “Desde 2006, integrámos, nas academias da Novabase, perto de 445 colaboradores recém-licenciados”, revela. O que a Novabase procura são pessoas com formação fundamentalmente na área da tecnologia e que “gostem de trabalhar em grupo e aplicar no terreno”. Actualmente, a Novabase encontra-se em fase de internacionalização, relativamente consolidada, com escritórios em Espanha, Alemanha, França, Angola e Dubai e projectos espalhados por todo o mundo. 14
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Ramon de Melo
Mais simples e mais feliz
Entrada principal da Novabase com a imagem da Visão da empresa
Ilustração resultante da conferência anual da Novabase “NTalks”, que representa alguns dos temas debatidos
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Nuno Caldeirinha, responsável pela assessoria financeira, em pausa numa das várias áreas de lazer do edifício
Vista do último andar da empresa – deck panorâmico – onde ocorrem muitas celebrações, com colaboradores e com clientes
Miguel Tavares, Jorge Sietra e José Paiva, reunidos em ambiente informal
Vista geral do auditório da Novabase, onde se realizam muitos eventos internos e externos
Bruno Júlio e Luís Biscaia, num dos open space de trabalho do edifício
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Numa das salas de formação do Fórum da Novabase, uma acção de formação em “Talent Management & Leadership” para “Team Leaders”
Outro espaço de trabalho aberto na Novabase
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SEgurança
Filipe Santa Bárbara jornalista* fsb@briefing.pt
Em 2000, existiam 700 mil tipos de malware. Hoje a realidade é bem diferente e supera os 65 milhões. Os dados são da BitDefender e mostram a galopante ameaça que pode atacar qualquer um que não tenha os devidos cuidados. Catallin Cosoi, head of online threats na empresa, explicou ao Fibra o dia-a-dia da segurança informática
Cuidado, eles andam aí
No panorama actual, o termo hacker não passa ao lado de ninguém. Ou porque já foi vítima, ou porque conhece alguém que foi, ou, mais que não seja, porque ouviu e leu sobre os ataques a grandes multinacionais e entidades governamentais. A segurança informática e a protecção de dados dos utilizadores, sejam empresariais ou não, são uma questão cada vez mais fundamental no mundo digital de hoje. Actualmente, os números revelados pela BitDefender mostram que, nos últimos dez anos, as 16
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Espalhando umas quantas aplicações maliciosas no Facebook, outras tantas nos dispositivos Android, infectando diferentes computadores com malware e umas quantas pesquisas no Google, torna-se fácil criar um perfil online de um certo individuo
variantes de malware cresceram exponencialmente – existem hoje mais 64 milhões de tipos de malware do que aqueles que havia no início do século XXI. E porque é preciso que alguém se dedique à segurança dos aparelhos, o Fibra aproveitou a conferência de apresentação do novo branding e produtos desta empresa romena para perceber como trabalha um técnico e quais as suas opiniões acerca deste tema em constante evolução. Quando perguntamos: “Acorda, vai para o trabalho e o que aconO novo agregador das comunicações
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Estado-maior da BitDefender na Roménia
tece depois?”, Catallin Cosoi ri-se e exclama: “É aqui que começa a parte divertida!” Quando chega tem, no mínimo, cerca de 100 emails que precisa ver, muitos deles spam. O que para Cosoi até é bom: “Eu não uso um filtro anti-spam porque preciso saber quais são as novas tendências neste segmento”, refere. Actualmente, no que diz respeito ao spam, falamos cada vez mais em quantidade e não em qualidade. “Agora temos pequenas mensagens e apenas um URL”, conta. Depois de conferir O novo agregador das comunicações
Ainda falando do Hacktivism, Catallin conta que a principal preocupação da BitDefender em relação a este tema passa por educar as pessoas e os pequenos negócios – o target da empresa romena
todos os emails, os técnicos reúnem-se e tentam perceber onde não foram bem-sucedidos no dia anterior e planeiam o novo dia de trabalho. Logo à partida, todas as semanas é decidido um dia para programar a semana, pelo que as reuniões diárias servem para discutir o que falta e o que já está “seguro”. Há algum tempo era necessário “entrar na mente dos hackers para tentar prever quais seriam os próximos desafios” e para que se pudessem concentrar no desenvolvimento de soluções.
No entanto, o técnico da BitDefender refere que agora é demasiado difícil prever o que vai acontecer a seguir. Actualmente, a preocupação das autoridades no tão falado Hacktivism e nos ataques dos grupos LulzSec e Anonymous, fazem também com que um grande grupo de pequenos grupos de hackers, sediados em diferentes países, actue localmente. “O Anonymous diz que vai atacar o Facebook a 5 de Novembro, toda a gente sabe disso! No entanto, noutros 12 países, pequenos grupos vão atacar a polícia local, o hospital local, entre outros. É muito difícil prever estas situações!”, afirma Cosoi. Ainda falando do Hacktivism, Catallin conta que a principal preocupação da BitDefender em relação a este tema passa por educar as pessoas e os pequenos negócios – o target da empresa romena Com as redes sociais (que vieram para ficar!), as vítimas de ataques informáticos cresceram substancialmente. Em Outubro passado, a empresa desenvolveu um produto específico para o Facebook e, seis meses depois, constatou que dos mais de 60 mil utilizadores que utilizam a solução da BitDefender, um em cada quatro recebem algo malicioso na sua wall. Ao falarmos de redes sociais, Cosoi admite que estas constituem uma ameaça muito maior do que aquilo que inicialmente estimaram. “A maior ameaça neste momento não são necessariamente as aplicações e as actividades maliciosas que andam pelo Facebook”, avança o técnico, “é mesmo o facto de que as pessoas estão a publicar informações sobre si nos seus perfis”. “Se eu fosse um hacker e quisesse escolher uma vítima, eu pesquisaria qual a informação que está disponível na internet sobre essa pessoa e endereçaria uma mensagem especificamente para ela”, refere. O técnico da BitDefender avança ainda que se, por outro lado, quiser fazer um ataque em larga escala, Outubro 2011
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SEgurança
O top do spam em todo o mundo
Fonte: BitDefender
“existem ferramentas gratuitas na internet que possibilitam uma pesquisa prévia das pessoas e as atacam automaticamente”. Para este especialista em online threats é por este caminho que estamos a delimitar o futuro: “Apontar ataques, utilizando o social engineering, baseados em informação extraída da internet, especificamente das redes sociais”. Mensalmente, desde
“Assim que saiba os detalhes do seu telemóvel, das suas contas nas redes sociais, da sua empresa, um atacante pode fazer quase tudo”, conclui Cosoi
Outubro, aparecem inovações no que diz respeito ao malware nas redes sociais. “Primeiro vieram com aplicações que não existiam, depois com “Quem viu o meu perfil?”, a seguir passaram a usar os eventos, passaram para as imagens… Eles estão a evoluir de mês para mês!”, realça Cosoi. O desafio para um técnico de segurança informática passa por tentar prevenir
GLOSSÁRIO
O que é isso do malware? Segundo Sérgio Brás, investigador do Instituto Superior Técnico e doutorando em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, malware, spam e phishing são formas contemporâneas de burlas que surgiram associadas ao computador pessoal e foram potenciadas com a massificação da Internet. Malware engloba todo o código ilícito que fica alojado num computador, nomeadamente, vírus, trojans e spyware, cujos objectivos passam frequentemente por danificar ou possibilitar a entrada no sistema, ou o furto de dados pessoais ou empresariais. Por sua vez, spam é a designação para as mensagens de correio electrónico com publicidade indesejada. Algumas delas, fazem promoção a produtos e serviços fictícios tentando iludir pessoas menos atentas a este fenómeno.
Já o phishing são burlas realizadas através de meios electrónicos, nomeadamente, SMS, mensagens instantâneas ou correio electrónico, em que um estranho se faz passar por outra pessoa ou entidade com o objectivo de convencer a vítima a realizar uma transferência monetária ou a fornecer dados confidenciais, nomeadamente, de cartões de crédito ou contas bancárias. Os dados da empresa de segurança informática romena apontam o Trojan.AutorunINF.Gen como o líder do top malware 2011, seguindo-se do Trojan.Crack.I e do Win32.Worm.Downadup. No que ao spam diz respeito (ver gráfico nesta página), a BitDefender refere que a indústria farmacêutica é responsável por 49,5 por cento do spam mundial.
e (tentar) conhecer bem aquilo com que estão a lidar. “Algumas vezes conseguimos prevenir, outras eles andam um bocadinho mais depressa, aparecem com um problema e nós, uns dias depois, aparecemos com a solução”. Espalhando umas quantas aplicações maliciosas no Facebook, outras tantas nos dispositivos Android, infectando diferentes computadores com malware e umas quantas pesquisas no Google, torna-se fácil criar um perfil online de um certo individuo. Isto acontece porque, segundo o técnico, as pessoas publicam muita informação sobre si mesmas online. Mesmo que não o estejam a fazer voluntariamente, existem sempre pessoas que falam, que twittam, que publicam fotos: “mesmo que não tenha uma conta numa rede social, o utilizador já lá está mesmo sem o saber”. “Assim que saiba os detalhes do seu telemóvel, das suas contas nas redes sociais, da sua empresa, um atacante pode fazer quase tudo”, conclui Cosoi. “É quase como se um amigo o tentasse enganar. True story!” *Na Roménia
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Os operadores móveis conhecem bem o valor da tribo para os jovens. E, por isso, todos eles criaram tarifários de comunidade. Todos eles também apostados em conquistar hoje os clientes de amanhã
Todos ganham com os jovens
Já ninguém tem dúvidas sobre a apetência dos jovens para as novas tecnologias. No que às comunicações diz respeito, então, ninguém os bate. O telemóvel não tem segredos – digitam SMS à velocidade da luz enquanto caminham, conversam ou se divertem… Um mundo que não passou despercebido aos operadores móveis. E todos eles investiram nos chamados tarifários de comunidade. Todos eles também reclamam ter ganho a aposta. 20
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A Vodafone conquistou dez pontos na quota de mercado entre os 15 e os 24 anos, subindo para mais de 60 por cento. Inês Drummond Borges, manager de Produtos e Preços para Particulares, atribui o sucesso à “verdadeira paixão” que este segmento tem para a empresa. Já a TMN garante que a adesão dos jovens ao “seu” Moche tem vindo a superar as expectativas, reforçando a quota de mercado da empresa. Diz Teresa Fonseca, responsável
pelos segmentos jovem e kids da TMN, que as ofertas da empressa “continuam a surpreender não só os seus clientes como também os clientes de outros operadores”. E a Optimus? Sérgio Soares, marketing manager, garante que “a oferta disruptiva e inovadora do TAG” reforça a ambição da empresa de ser a primeira opção para quem escolhe um novo operador” – 20 por cento de quota de mercado entre os jovens é a meta. O novo agregador das comunicações
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O poder das comunidades O papel tão importante que as comunicações móveis têm na vida dos jovens faz com que também eles tenham um peso acrescido para as empresas deste sector. Isso justifica a intensíssima actividade comercial à volta deste segmento no mercado português No que respeita às telecomunicações móveis (como, aliás, em relação a muitos outros produtos e serviços), os jovens são um segmento especial. São especiais não só porque ilustram e antecipam tendências de futuro como porque têm uma grande necessidade de pertença a um grupo social e, como tal, estão intensamente envolvidos com esse grupo. Nos dias de hoje, isto significa que estão fortemente envolvidos com as comunicações móveis, a todos os níveis. Porque estar em permanente contacto é tão importante e isso custa dinheiro, são o segmento mais atento às novidades tarifárias e às oportunidades de poupança – a gestão do orçamento continua a ser uma das suas principais preocupações e as formas de o gastar são cada vez mais diversas e apetecíveis… Porque o que é novo é tipicamente atractivo e pode ser muito cool, são o segmento com maior apetência por novas tecnologias e novos serviços (embora nem sempre os possam pagar…). Assim, este papel tão importante que as comunicações móveis têm na vida dos jovens faz com que também eles tenham um peso acrescido para as empresas deste sector. Isso justifica a intensíssima actividade comercial à volta deste segmento no mercado português nos últimos anos. Um dos exemplos mais marcantes desta dinâmica comercial são os chamados tarifários de comunidade. Nestes, os clientes têm acesso a comunicações gratuitas para outros números do mesmo tarifário, nomeadamente chamadas e mensagens escritas (SMS), mediante o pagamento de uma mensalidade ou a realização de um carregamenO novo agregador das comunicações
“Foi uma aposta ganha para a Vodafone antes do lançamento destes planos, em 2008, tínhamos uma quota de mercado na faixa dos 15 aos 24 anos um pouco acima dos 50 por cento, hoje temos mais de 60 por cento”
“A impressão que deixamos, a relação que criamos, as comunidades que potenciamos nessa fase tão marcante da vida dos nossos clientes, continuam a ser determinantes. O poder das comunidades influencia não só o presente, como também o futuro”
to mínimo mensal. É uma oferta que endereça de forma perfeita a tal necessidade de pertença ao grupo, potenciando a vertente “tribal” da vida dos jovens! Porque este segmento é uma verdadeira paixão para a Vodafone, uma das nossas prioridades há mais de dez anos, desde o início que identificámos o “poder” desta oferta para atrair os jovens. Foi uma aposta ganha para a Vodafone – antes do lançamento destes planos, em 2008, tínhamos uma quota de mercado na faixa dos 15 aos 24 anos um pouco acima dos 50 por cento, hoje temos mais de 60 por cento. É claro que, para este resultado contribuiu não só termos o tarifário certo para endereçar as necessidades destes clientes, como uma sólida estratégia de abordagem ao mercado, um grande foco na qualidade do serviço prestado (nomeadamente em termos de qualidade de rede e de qualidade de atendimento nos serviços de apoio) e, por fim, uma capacidade de delight do cliente. Esta última leva-nos a buscar permanentemente oportunidades de surpreender positivamente o cliente, de verdadeiramente o deliciar, superando as suas expectativas. Isso ajuda-nos a criar um laço, um envolvimento emocional com as pessoas que muito prezamos. E, afinal, vários estudos de psicologia e gestão recentes, parecem vir agora confirmar algo que para nós sempre foi intuitivo: a emoção tem um papel central nas decisões de todos nós no dia-a-dia, portanto o envolvimento emocional das pessoas com a empresa é extremamente poderoso. Então e quando os clientes passam essa fase da vida e entram no mercado de trabalho, na vida adulta?
Inês Drummond Borges manager de Produtos e Preços para o mercado de Particulares, Vodafone Portugal
As necessidades e as prioridades vão-se alterando, como é óbvio. Há outros factores que influenciam as decisões na escolha de um operador de comunicações móveis mas claramente a impressão que deixamos, a relação que criamos, as comunidades que potenciamos nessa fase tão marcante da vida dos nossos clientes, continuam a ser determinantes. O poder das comunidades influencia não só o presente, como também o futuro! Outubro 2011
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Sempre a surpreender É um forte incentivo constatar que as ofertas que a TMN apresenta ao mercado continuam a surpreender não só os seus clientes como também os clientes de outros operadores. A adesão ao Moche tem vindo a superar significativamente as expectativas, o que contribui para reforçar a quota da TMN neste segmento O segmento jovem constitui uma aposta forte para a TMN, que disponibiliza uma vasta gama de tarifários competitivos, nomeadamente com SMS gratuitos. Para além da apresentação de ofertas específicas e ajustadas ao target, a TMN tem tido uma dinâmica forte de promoções e ofertas muito valorizadas pelo segmento, para além de estar cada vez mais presente em contextos apreciados por estes públicos, através do apoio a festivais de verão, da rádio SWtmn, do espaço TMN ao Vivo, do TMN Dream Team (que este ano inclui um conjunto ainda mais diversificado de modalidades, como o skate e o hipismo), entre outros. Na sua oferta tarifária, a TMN apresenta um serviço exclusivamente orientado para os targets mais jovens: o Moche, lançado em Abril de 2008. O Moche é um tarifário de grupo que contempla chamadas, SMS, MMS e videochamadas grátis para números com o mesmo tarifário, mantendo os 1500 SMS grátis, por dia, para outros números TMN. Sendo o Moche um tarifário de grupo e sendo a TMN o operador em Portugal com o maior número
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Teresa Fonseca responsável pelos segmentos jovem e Kids da TMN
so integrado a serviços TMN Kids. O TMN Kids, que reagrupa num conceito único um conjunto de serviços orientados para os mais novos, constitui a única oferta disponibilizada no setor centrada nas preocupações de segurança e controlo de custos dos pais e encarregados de educação. Consciente de que a segurança dos mais novos é uma questão prioritária, a TMN facilita aos mais novos a entrada orientada e responsável no universo das comunicações móveis.
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PUB
AF rodapé M&P_final 209x51.pdf
“Sendo o Moche um tarifário de grupo e sendo a TMN o operador em Portugal com o maior número de clientes, os aderentes acabam por beneficiar da vantagem de poder comunicar através de diversos serviços disponibilizados pelo maior operador móvel português”
de clientes, os aderentes acabam por beneficiar da vantagem de poder comunicar através de diversos serviços disponibilizados pelo maior operador móvel português. Para além da oferta base de tarifários para este segmento, a TMN lança continuamente para a sua comunidade Moche, e porque é um target particularmente atento, ofertas de campanhas de carregamento, mecânicas de participação via redes sociais… É um forte incentivo constatar que as ofertas que a TMN apresenta ao mercado continuam a surpreender não só os seus clientes como também os clientes de outros operadores. A adesão ao Moche tem vindo a superar significativamente as expectativas da TMN, o que contribui para reforçar a quota da TMN neste segmento. Valorizando a apetência que os mais jovens demonstram para a utilização das comunicações móveis, a TMN disponibiliza ainda a oferta TMN Kids, que passou a incluir recentemente um novo tarifário, com chamadas e SMS gratuitos para os mais novos, e novos equipamentos dirigidos aos mais novos, com teclado qwerty e com aces-
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Uma aposta ganha A oferta disruptiva e inovadora do TAG surgiu para reforçar a ambição da Optimus em ser a primeira opção para quem escolhe um novo operador e com o objectivo muito claro de conquistar rapidamente uma quota de mercado de 20 por cento entre os jovens Já há uns largos anos que o adágio “os jovens de hoje são os consumidores de amanhã” se tornou obsoleto. Os jovens de hoje são, efectivamente, os consumidores de hoje e nas telecomunicações são também um segmento cujo valor é maior que a sua dimensão, onde o mercado tem as mais interessantes taxas de crescimento e onde as actividades e iniciativas acabam por gerar maior notoriedade às marcas. Sendo este um segmento naturalmente apetecível para as operadoras de telecomunicações, a competição é aguerrida, mas a Optimus tem um produto-estrela, o TAG, que revolucionou o mercado aquando do seu lançamento, em Abril de 2008. A concorrência não estava preparada para um produto com as características inovadoras do TAG, que ofereceu pela primeira vez comunicações ilimitadas à ‘borla’ numa vertente multiplataforma para uma comunidade. Ainda hoje o produto mantém uma diferenciação muito concreta face à concorrência num aspecto fundamental - os custos. O TAG não tem mensalidade e tudo o que se carrega é saldo, sendo que o carregamento mínimo obrigatório é o mais baixo do mercado dentro da categoria dos tarifários ilimitados. A oferta disruptiva e inovadora do TAG surgiu para reforçar a ambição da Optimus em ser a primeira opção para quem escolhe um novo operador e com o objectivo muito claro de conquistar rapidamente uma quota de mercado de 20 por cento entre os jovens, com um grande foco na faixa dos 15 aos 25 anos, cujo peso no mercado total oscila entre os 15 e os 20 por cento. O novo agregador das comunicações
“A concorrência não estava preparada para um produto com as características inovadoras do TAG, que ofereceu pela primeira vez comunicações ilimitadas à ‘borla’ numa vertente multiplataforma para uma comunidade”
“O TAG continua a ser mais competitivo face aos planos de carregamentos não obrigatórios dos outros produtos, com um valor inferior de carregamento para a manutenção do tarifário activo pelo mesmo período de tempo”
A fórmula vencedora do TAG foi construída ao longo dos seguintes vectores: produto multiplataforma, comunicações ilimitadas à borla entre TAG durante 365 dias e onde todos os carregamentos são convertidos em saldo. Estes “ingredientes” são complementados por um esquema de carregamentos flexíveis, onde o cliente carrega o montante que mais lhe convém e, em função disso, tem um determinado tempo para usufruir das comunicações ilimitadas entre TAG. Com a natural evolução do mercado, os produtos concorrentes foram adaptando esta oferta mas nunca chegaram a apresentar aos seus clientes o que o TAG oferece desde o início, que é a exclusividade do tarifário sem mensalidade, em que o que valor carregado se converte integralmente em saldo para comunicações. O TAG continua a ser mais competitivo face aos planos de carregamentos não obrigatórios dos outros produtos, com um valor inferior de carregamento para a manutenção do tarifário activo pelo mesmo período de tempo. A estratégia de promoção da Optimus para o TAG está muito alicerçada na comunicação, com especial enfoque na comunidade. São frequentes os passatempos, festas e promoções exclusivas para a base de clientes TAG, que primam habitualmente pela sua irreverência e espectacularidade. A aposta da Optimus no segmento jovem tem sido uma aposta ganha, permitindo-nos traçar metas cada vez mais ambiciosas para o futuro. A evolução e amadurecimento do target faz com que todas as marcas necessitem de ter uma estratégia para os seus consumidores, nas diferentes fases das suas vidas. A
Sérgio Soares marketing manager da Optimus
Optimus, atenta a esta natural evolução, tem conseguido manter a preferência dos clientes nos seus serviços em idades subsequentes, capitalizado nos altíssimos índices de satisfação registados com a utilização dos produtos e serviços comercializados junto dos jovens. Só numa perspectiva de vida integrada se pode almejar chegar ao epílogo da relação que todas as marcas desejam ter com os seus clientes: ‘…e viveram felizes para sempre’. Outubro 2011
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passeio público
Dora Assis jornalista
O desafio é enorme: José Afonso Furtado, director da Biblioteca de Arte da Gulbenkian. Considerado pela Time uma das 140 pessoas mais interessantes no Twitter, fez correr muita tinta na imprensa e as referências no mundo digital multiplicaram-se quase à mesma velocidade a que o próprio twitta. Muitas entrevistas, notícias e comentários depois, o que falta saber? Entre afirmações, interrogações, negações e algumas exclamações, ganham as reticências… Como em qualquer história nunca está tudo dito e enquanto há vida fica quase tudo por dizer
O bibliotecário da Twitteresfera “Eu seria profundamente desequilibrado na minha maneira de estar na vida se me limitasse a fazer apenas uma coisa. Tenho muitos interesses, alguns dos quais pela sua permanência, persistência e intensidade acabaram por se tornar hábitos, paixões, vícios mesmo”, foi assim que José Afonso Furtado, ou @jafurtado como é conhecido na 24
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“A informação alterou o paradigma do ecossistema em que vivemos”
Twitteresfera, encetou a conversa. Nasceu em Alcobaça em 1953. Desses tempos relembra com satisfação os anos de escola primária, no ensino oficial, por opção dos pais, que lhe deram uma visão mais abrangente do mundo e das pessoas. “Numa terra como Alcobaça era naquele tempo, anos 50, o facto de ter passado quatro anos O novo agregador das comunicações
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num ambiente que atravessava todos os estratos sociais não só me abriu os horizontes como me proporcionou uma forma mais equilibrada de encarar as relações e os outros”. Foi colega de carteira, por exemplo, de Victor Martins, mais tarde jogador de futebol do Benfica e da selecção nacional. “No recreio, eu fazia parte da sua equipa de futebol e ganhávamos sempre, porque já na época ele fintava tudo e todos”, recorda com visível satisfação. Percebe-se pelos exemplos que dá que foram quatro anos que o marcaram para a vida. “Cedo compreendi as desigualdades e as diferenças que nos rodeavam e, consequentemente, as oportunidades e os condicionalismos que de forma diferente se nos apresentariam”. José Afonso Furtado não perdeu o vínculo com as origens. Ainda tem uma casa em Alcobaça e ali vai com a frequência que a vida lhe permite. Dos primeiros anos recorda como as idas a Lisboa “eram uma coisa que se preparava com tempo”. É no seu tom de voz calmo, pausado e ponderado e não sem algum pesar que diz: “Apesar da auto-estrada e de um conjunto de outras coisas, as assimetrias podem ser diferentes hoje, mas continuam a existir. Reflectem-se de outra forma, mas continuam a ter as mesmas variáveis sociológicas, sociais e políticas que tinham antes do 25 de Abril”. José Afonso Furtado está convencido de que iremos ter, e nalguns casos até já temos, “fracturas, fossos, separações e assimetrias no domínio do saber lidar com o conhecimento e com o próprio saber numa sociedade de informação em rede”. É um homem desde sempre ligado aos livros (“em casa havia uma biblioteca enorme”) e à rede nacional de bibliotecas há muitos anos, dá aulas e, no seu entender, uma das coisas que irá permitir a distinção entre os ricos e os pobres da informação, numa sociedade pós-industrial em que a matéria-prima passou O novo agregador das comunicações
“Tenho uma média de tweets por dia que não tem explicação, é verdade, mas faço-o à medida que vou trabalhando, tanto no trabalho como em casa. O multitasking pode ser vantajoso em pessoas como eu, que se interessam por muitas coisas mas que conseguem não se desconcentrar ou perder completamente o foco”
a ser a informação, o que vai criar a elite e distinguir os privilegiados dos outros é a capacidade de encontrar, pesquisar, recolher, credibilizar, avaliar e saber utilizar a informação que precisam, no momento em que precisam. “A minha experiência nas bibliotecas e como docente leva-me a pensar que essa fractura não está a diminuir, por mais planos tecnológicos que se criem! É um fenómeno que atravessa todas as sociedades, até porque hoje em dia a noção de fronteira é uma coisa difusa, e atravessa inclusivamente as nossas próprias casas. Da mesma forma que anteriormente o que nos distinguia era o acesso às matérias-primas, a capacidade de transformação das mesmas e a maneira como os produtos posteriormente eram colocados no mercado. A informação alterou o paradigma do ecossistema em que vivemos e hoje o que fará a distinção não é necessariamente a escolaridade. O facto de se ter uma licenciatura não é sinónimo de as pessoas serem capazes de encontrar nesse universo que
“Hoje temos de ter, sobretudo, capacidade de adaptação à mudança. E, mais importante que isso, termos noção de que há uma história para trás de nós. O mundo não começou ontem e a História, de facto, é comprida”
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PERFIL
Entre dois mundos José Afonso Furtado licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Exerce desde 1992 as funções de director da Biblioteca de Arte da Gulbenkian e é também professor, do Curso de Pós-Graduação em “Edição - Livros e Novos Suportes Digitais da Universidade Católica Portuguesa”. É ele próprio autor de diversas obras sobre o livro e sua transição para o mundo digital. Já foi presidente do Instituto Português do Livro e da Leitura (entre 1987 e 1991), vice-presidente do Conselho Consultivo da Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Língua Portuguesa e membro da Comissão Nacional da Língua Portuguesa e da Comissão
Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Integrou o Conselho Superior de Bibliotecas desde 1998 até à sua extinção em 2007. O seu percurso tem-se feito entre os dois mundos – o dos livros e o digital - e, de alguma forma, foi também isso que levou a revista Time a considerá-lo uma das 140 pessoas mais interessantes do Twitter, uma “nomeação” que lhe valeu ainda o cognome de “O Borges do Twitter”. Tudo porque a sua paixão pelos desafios das novas tecnologias associadas aos desafios que as mesmas colocam ao mundo editorial é uma paixão indisfarçável, que o acompanha há anos. E, no caso, já fez história.
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Inauguração da Feira do Livro de São Tomé, 1990 (com Alda Espírito Santo)
IV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, 1989 (com José Cardoso Pires e Rui Knopfli)
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ameaça tornar-se infinito – que é a internet – a informação que precisam e, sobretudo, que tenham a capacidade, o saber fazer, o know-how, a estratégia, os mecanismos, os recursos, o espírito crítico para distinguir a informação de qualidade, da informação sem qualidade ou da má informação”. É claramente um pensador. Em todo o seu discurso, nas ideias que vai partilhando, nas preocupações que evidencia há sempre a marca, mais ou menos indelével, da licenciatura em Filosofia. “A Filosofia proporcionou-me um pano de fundo muito importante que, juntamente com um conjunto de pessoas que tive oportunidade de conhecer nos tempos de faculdade, que seriam figuras emergentes e influentes na nossa cultura, me marcaram”, relembra. “Tive aulas de Literatura com o David Mourão Ferreira. Acho que posso dizer que sou um leitor ávido, compulsivo ou doentio, como lhe queira chamar. Imagine, por isso, a importância e a marca desses tempos!” É com alguma preocupação que diz que a escola está cada vez mais desadequada do ambiente que nos circunda, na medida em que se empenha em proporcionar competências em domínios que, com um pouco de sorte, num par de anos já deixaram de existir ou de ser sequer importantes. “Hoje temos de ter, sobretudo, capacidade de adaptação à mudança. E, mais impor26
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“Já vi as mais extraordinárias projecções sobre a passagem meteórica de documentos em papel para ficheiros ou arquivos digitais. De cada vez que leio ou ouço que em 2025 vamos estar todos a ler em digital, dá-me vontade de rir. É que, e lá vem outra vez a história, eu já ouvi antes esta história!”
Com a filha Mariana, Alcobaça, 2004
Conferência «Leer y escribir en el ecosistema digital», Encuentros en Urueña, La lectura y sus suportes, Fundación Germán Sánchez Ruiperéz, Urueña (Salamanca) 16 de Abril de 2011
tante que isso, termos noção de que há uma história para trás de nós. O mundo não começou ontem e a História, de facto, é comprida. Nós somos o legado, a herança de uma cultura que convém conhecer.” O ar consternado permite perceber a preocupação com aquilo que considera “falta de cultura geral”. Teve o primeiro eBook em 1998. Comprou-o três anos antes da “bolha tecnológica” e recorda-se de que na altura leu “uns 30 ou 40 relatórios de consultoras” explicando que o livro em papel iria desaparecer. Todos os cenários apontavam o mundo electrónico. Mas a verdade é que foi preciso aparecer o Kindle para, em 2006/2007, se voltar a falar de eBooks. Apesar de passar a maior parte do tempo à frente do computador, acha, curiosamente, que é preciso ter alguma distância em relação às tecnologias. “Eu tenho uma desculpa enorme para a minha loucura com os chamados gadgets, que é dizer que tenho de perceber para poder explicar aos alunos. Eu tenho iPad1, iPad2, todos os Sony que saíram, tenho três kindles...”. “Tenho uma média de tweets por dia que não tem explicação, é verdade, mas faço-o à medida que vou trabalhando, tanto no trabalho como em casa. O multitasking pode ser vantajoso em pessoas como eu, que se interessam por muitas coisas mas que conseguem não se desconcentrar ou perder completamente o foco”.
E o livro, o velhinho livro em papel, está condenado? Terá os dias contados? José Afonso Furtado sorri e diz: “Já vi as mais extraordinárias projecções sobre a passagem meteórica de documentos em papel para ficheiros ou arquivos digitais. De cada vez que leio ou ouço que em 2025 vamos estar todos a ler em digital, dá-me vontade de rir. É que, e lá vem outra vez a história, eu já ouvi antes esta história!”
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Mais velocidade, precisa-se Cerca de 60 por cento dos utilizadores de internet móvel só está disposto a esperar um máximo de três segundos para que uma página de internet seja carregada nos seus smartphones, revela um estudo da Compuware. Mas 77 por cento dos sites das maiores empresas ainda demoram mais de cinco segundos a descarregar em dispositivos móveis
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Há uma coisa que os utilizadores de internet móvel nunca irão sacrificar: a velocidade. Esta é uma das constatações do estudo da Compuware sobre as expectativas e as experiências dos consumidores de aplicações móveis. Um estudo semelhante realizado em 2009 apontava já para a insatisfação dos utilizadores de aplicações móveis, que tinham expectativas altas em relação à performance da internet móvel e pouca paciência para websites com mau desempenho. O estudo de 2011 revela que muitas das questões levantadas há dois anos ainda não foram resolvidas, com 57 por cento dos utilizadores a reconhecer que já tiveram problemas no acesso a sites a partir dos seus terminais móveis. Cerca de 71 por cento dos inquiridos espera que os websites sejam carregados tão rapidamente nos seus smartphones como nos computadores. Em 2009, esse valor era de 58 por cento. José Matias, business & office director da Compuware Portugal, considera que “é importante que as organizações tenham sempre presente a importância do valor da sua marca”. Para o mesmo responsável, a forma viral como as notícias de mau desempenho e/ou falhas de funcionalidade e disponibilidade se propagam “faz com que as organizações estejam ou tenham que estar, cada vez mais, atentas e reactivas aos níveis de serviço que proporcionam aos seus clientes finais”. De acordo com o mesmo estudo 57 por cento dos inquiridos já teve problemas ao aceder a sites a partir de smartphones e há também 57 por cento que afirmam que não recomendam sites cujo desempenho nos terminais móveis seja fraco. Outros dados relevantes: 43 por cento dos utilizadores dificilmente voltarão a um site com baixa velocidade de O novo agregador das comunicações
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carregamento e 74 por cento dos utilizadores de Internet em dispositivos móveis está disposto a esperar apenas cinco segundos ou menos para uma página carregar. Estas conclusões são bons indicadores para quem analisa e segue as tendências de um mercado que está em explosão. De acordo com o estudo da Compuware, que cita dados da Forrester Research, o comércio móvel vai atingir os seis mil milhões de dólares no final de 2011 e espera-se que atinja os 31 mil milhões em 2016. O eBay espera facturar este ano quatro mil milhões de dólares nas vendas através de dispositivos móveis. Nos últimos 12 meses os clientes da Amazon fizeram encomendas no valor de mil milhões de dólares através de um dispositivo móvel. As questões da velocidade de acesso não se aplicam apenas ao carregamento dos sites em telemóveis. Há também consumidores que estão insatisfeitos com as aplicações, com 47 por cento dos inquiridos a dizer que tiveram problemas em aceder às apps no seu telemóvel. Um dos problemas mais comuns encontrados pelos utilizadores de internet móvel quando acedem a sites ou aplicações é a lentidão no descarregamento. Porque é que a Compuware decidiu fazer este estudo? Segun-
Há também consumidores que estão insatisfeitos com as aplicações, com 47 por cento dos inquiridos a dizer que tiveram problemas em aceder às apps no seu telemóvel
De acordo com o estudo da Compuware, que cita dados da Forrester Research, o comércio móvel vai atingir os seis mil milhões de dólares no final de 2011 e esperase que atinja os 31 mil milhões em 2016
do José Matias, a empresa já tinha realizado um estudo semelhante em 2009. Já nessa altura se apontava a insatisfação dos utilizadores de aplicações móveis e se realçava a suas altas expectativas na utilização de serviços disponibilizados neste tipo de terminal. “O estudo agora realizado permite uma comparação de resultados e vem confirmar a importância e necessidade de investir para que as organizações possam corresponder às expectativas dos seus clientes”, afirma. Para solucionar a questão do fraco desempenho das aplicações José Matias afirma que a Compuware “tem como pilar central da sua oferta a área de Application Performance Management, onde se incluem soluções que permitem aos clientes conhecer e controlar os níveis de desempenho das suas aplicações, bem como, suportar o processo de identificação, confirmação e resolução de incidentes/problemas”. O responsável da empresa afirma que, de forma simplista, as soluções da Compuware “permitem ligar a luz em toda a cadeia aplicacional que suporta o negócio dos clientes, desde o terminal em uso pelo utilizador, através da análise da sua experiência de utilização, passando pelas camadas de comunicações e outros componentes externos até ao centro de dados”.
José Matias, business & office director da Compuware Portugal, considera que “é importante que as organizações tenham sempre presente a importância do valor da sua marca”
ESTUDO
Os resultados mais relevantes* - 71 por cento dos inquiridos espera que os websites sejam carregados tão rapidamente nos seus smartphones como nos computadores - 74 por cento dos utilizadores de Internet em dispositivos móveis está disposto a esperar apenas cinco segundos ou menos para uma página carregar; 60 por cento dos utilizadores reduz o tempo de espera para um máximo de três segundos - 77 por cento das maiores empresas têm
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websites que demoram mais de cinco segundos a carregar em dispositivos móveis - 57 por cento dos inquiridos já tiveram problemas ao aceder a sites a partir de smartphones - 57 por cento dos inquiridos afirmam que não recomendam sites cujo desempenho nos terminais móveis seja fraco - 43 por cento dos utilizadores dificilmente voltarão a um site com baixa velocidade de carregamento
*O estudo “O que querem os utilizadores dos serviços móveis” foi realizado pela Equation Research para a Compuware junto de mais de 4000 utilizadores na China, Índia, EUA, França, Reino Unido, Austrália e Alemanha. A versão completa do estudo pode ser encontrada em: http://www.gomez.com/resources/whitepapers/survey-report-what-users-want-from-mobile/
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Hermínio Santos jornalista hs@briefing.pt
“O que propomos é substituir SMS, papel, plástico e toda uma estrutura para estar a cuidar disso por uma ligação digital a uma plataforma”. É assim que Helena Leite, 40 anos, ceo da Cardmobili, define os serviços que a sua empresa presta às marcas. Começou pelos cartões de fidelização e cupões de desconto e em dois anos passou de 200 para 2200 cartões. Daqui a nove meses a sua tecnologia estará em carteiras digitais
Helena Leite, ceo da Cardmobili
nFactos
Eliminar o papel e o plástico
Fibra | Esqueça os cartões e faça o download da aplicação da Cardmobili. Esta podia ser uma boa frase-resumo da actividade da empresa? Helena Leite | Sim, ainda muito focada nos cartões. Acrescentava a essa frase o seguinte: agora esque30
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ça os papelinhos das promoções e os vales de desconto para andarem na sua carteira pois já podem estar hoje no telemóvel – depende das marcas, não o podemos fazer sozinhos. É para toda a experiência de compra e daqui a seis a nove meses até pode deixar o dinheiro
em casa e pagar com o telemóvel. Essa é a nossa visão. A Cardmobili nasceu para criar uma carteira digital e quando olhámos para a carteira física perguntámos: por onde é que começamos? Há tanta coisa, desde documentos de identificação a cartões de lojas, de crédito, O novo agregador das comunicações
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de débito, há papéis, há dinheiro. Nesta panóplia de coisas decidimos que íamos começar pelos cartões de fidelização, porque são muito simples. Este foi o primeiro pilar. A seguir, pensamos que fazia todo o sentido eliminar o papel. Porque é que os pagamentos ficaram para o fim (cartões de crédito e de débito e a substituição do próprio dinheiro)? Porque é o mais complexo e o mercado ainda não está preparado para o aceitar.
“Decidimos que íamos começar pelos cartões de fidelização, porque são muito simples. Este foi o primeiro pilar”
Fibra | É assim que a Cardmobili vai ganhar dinheiro? Nessa prestação de serviços à empresa? HL | Sim. O que propomos é substituir SMS, papel, plástico e toda uma estrutura para estar a cuidar disso por uma ligação digital a uma plataforma que eu possuo e opero. O local onde tudo isto está instalado e os servidores que estão por trás, tudo isso é Cardmobili. Temos um modelo de software as a service. Quanto maiores forem os volumes – por exemplo, número de utilizadores que uma marca quer colocar nesta plataforma – menor é o custo do serviço.
Fibra | Como é que funciona o vosso negócio dos cartões de fidelização? Há parceiros? A Cardmobili contacta directamente as empresas? HL | Em primeiro lugar é preciso que as pessoas tenham os telefones e os queiram usar e que as empresas reconheçam, aceitem e depois explorem este novo canal. Temos um conjunto de aplicações para todo o tipo de telemóveis, independentemente de marcas e sistemas operativos, quer sejam smartphones ou não. Há dois anos começámos com 200 cartões, hoje já são 2200. O que nós fizemos foi informar as marcas de que havia esta tecnologia e que as pessoas iam começar a aparecer nas lojas com o seu cartão de fidelização no telemóvel. Com este processo o consumidor jamais se esquece destes cartões em casa e facilitamos a sua identificação para a loja. Isto para a marca não tem custos. O que é que eu facilitei aqui: que o consumidor comece a ter uma experiência e a usar e que a marca perceba que isto do mobile traz vantagens para ela. Fibra | Mas se não tem custos qual é o modelo de negócio da Cardmobili? HL | Isso passa pelo passo seguinte que é dizer à marca o que ela pode fazer com este canal. Inicialmente a Cardmobili pode disponibilizar os cartões nos telemóveis mas para ir mais além precisa que as marcas olhem para esta inovação. O core é dizer à marca que, agora, pode ligar-se ao meu serviço e, através de uma aplicação no telemóvel, fazer tudo o que permite um programa de fidelização: emitir cartões, O novo agregador das comunicações
actualizar saldos, comunicação de promoções, alertas, cupões geolocalizados, encontrar as lojas da marca. A marca pode fazer campanhas e monitorizar em real time os seus resultados. Ou seja, elimina o papel e o plástico na relação com o cliente.
“O core é dizer à marca que, agora, pode ligar-se ao meu serviço e, através de uma aplicação no telemóvel, fazer tudo o que permite um programa de fidelização: emitir cartões, actualizar saldos, comunicação de promoções, alertas, cupões geolocalizados, encontrar as lojas da marca”
Fibra | Como é que tem funcionado este modelo de negócio? Que clientes é que tem? HL | Temos clientes em sectores como os seguros de saúde, oficinas de automóvel, restauração e lojas de condomínio, por exemplo. Em termos de lojas que aceitem os cartões não temos quem recuse liminarmente a identificação através dos cartões no telemóvel e isso é muito positivo. Estamos neste momento em processo de negociação com 200 empresas que têm programas de fidelização. Ter o cartão no telemóvel não é recusado pelas marcas mas fechar o loop, terem os nossos serviços, isso é o que está agora a acontecer. Em Portugal, das empresas relevantes com cartões de fidelização, não temos ninguém que não tenha ouvido falar de nós. Isso é o resultado de dois anos de trabalho no mercado português, sem esquecer o estrangeiro.
“Temos um conjunto de aplicações para todo o tipo de telemóveis, independentemente de marcas e sistemas operativos, quer sejam smartphones ou não. Há dois anos começámos com 200 cartões, hoje já são 2200”
Fibra | Quantos consumidores é que já fizeram o download da aplicação? HL | Temos o número exacto e não o divulgamos. Mas dou-lhe uma ordem de grandeza: mais de um quarto do mercado de smartphones em >>>
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Portugal já utiliza a aplicação. Temos aplicações nativas para cada um dos sistemas operativos, ou seja damos experiências específicas para cada modelo operativo. Por exemplo, as aplicações Android, iPhone e Windows são muito semelhantes mas a aplicação está pensada e construída para que seja ligeiramente diferente. Penso que isto também nos distingue e desde o início que apostamos nas aplicações e não num site mobile, acessível através dos telefones e que é igual para toda a gente. Apesar de termos soluções para telemóveis que não são smartphones, que funcionam e que permitem às pessoas terem o serviço, sabemos que a nossa experiência mais rica e o nosso target principal são os utilizadores de smartphones. “Mais de um quarto do mercado de smartphones em Portugal já utiliza a aplicação”
Fibra | Como é que nasceu a Cardmobili? HL | A partir de duas pessoas que tiveram a ideia original, porque tinham a experiência de viajar muito e terem muitos cartões e achar que tudo isso era um disparate. Mas mais do que isso, conhecer muito bem o mundo do retalho – o António Murta, fundador da Enabler em Portugal (nota: empresa constituída em 1997 a partir da autonomização da Direcção de Sistemas de Informação da Sonae Distribuição. Em Junho de 2006, foi adquirida pela Wipro Technologies), e o Carlos Oliveira, fundador da Mobicom, hoje secretário de Estado e completamente afastado da empresa. Estas são as duas pessoas que têm a ideia original, o know-how para perceber que tem potencial de negócio, e convidam-me, no início da empresa, para deixar a Wipro, onde estava, vim para ceo. A minha função foi montar todo o projecto, contratar as pessoas. Não fui fundadora porque não tive a ideia original, mas acreditei nela e estou no projecto desde o início. Fibra | Qual é o momento em que se dá o grande arranque da empresa? Quando percebe que, de facto, esta foi uma ideia fantástica e a empresa tem um grande futuro… HL | A ideia em si e o potencial que ela tem é algo em que naturalmente
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“Temos clientes em sectores como os seguros de saúde, oficinas de automóvel, restauração e lojas de condomínio, por exemplo. Em termos de lojas que aceitem os cartões não temos quem recuse liminarmente a identificação através dos cartões no telemóvel e isso é muito positivo”
“A visão da Google é exactamente a que a Cardmobili começou a construir há dois anos. A diferença, colossal, é que a Google é o que é e nós não somos assim tão conhecidos…ainda”
acreditamos desde o início, porque senão não tínhamos entrado nisto. Os momentos marcantes e de confirmação começam a acontecer um ano depois de termos começado a trabalhar e meio ano depois de estarmos na rua. Começámos em Fevereiro de 2009, em Janeiro de 2010 fizemos uma apresentação pública. Entretanto já havia contactos com empresas e consumidores. Desde o início que estamos muito empenhados em ouvir os consumidores, desde os amigos às outras pessoas. Havia aqui alguns sinais positivos. Por exemplo: nunca ninguém nos disse “eu não quero pôr nada no meu telefone pois eu gosto da minha carteira cheia de cartões”. Em Maio de 2010, em Barcelona, ganhamos um primeiro prémio internacional de aplicações numa conferência de developers, relativamente pequeno e pouco conhecido, e ao qual acabámos por ir quase por acaso. Diria que o momento mais marcante em termos de validação do projecto aconteceu quando vencemos o Vodafone Mobile Clicks, em Setembro de 2010, na Holanda. Na altura estavam a concorrer 159 empresas. Vencemos primeiro em Portugal e depois fomos à final, realizada na Holanda, e ganhámos o concurso. Este prémio trouxe-nos uma validação do projecto por parte dos consumidores porque o voto do público foi atribuído ao projecto da Cardmobili. Também fomos os vencedores do prémio do júri, constituído por oito pessoas, especialistas na área de mobile, marketing e telecoms, investidores e os típicos bloggers de referência. Foi um prémio importante por causa da visibilidade que nos deu, da confirmação e do feedback que fomos recebendo. Ganhámos depois mais um prémio, também em Barcelona, no Mobile World Congress, e outra vez atribuído pela audiência. Estes são momentos que funcionam para nós como a confirmação de que estamos no caminho certo. A resposta por parte das empresas, dos retalhistas, também é positiva. A crise também nos afectou em 2011 – não houve nenhuma empresa que estivesse a investir fortemente – mas já vemos sinais de que em 2012 O novo agregador das comunicações
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A equipa da Cardmobili nas instalações de Leça do Balio, no Porto, onde está o “cérebro” da empresa
as coisas vão ser diferentes e as empresas querem investir no digital. Mais recentemente, apareceu a Google Wallet, que confirma que acertámos. Fibra | A Google Wallet é o caminho? HL | Nós dizemos que não é só… A visão da Google é exactamente a que a Cardmobili começou a construir há dois anos. A diferença, colossal, é que a Google é o que é e nós não somos assim tão conhecidos…ainda. Fibra | Como é que olham para o projecto da Google? HL | Podemos olhá-lo de uma forma tradicional e dizer que é uma grande ameaça, porque está aí o gigante, vai dominar e não há espaço para mais carteiras digitais. Não acredito,
não vai acontecer assim e há vários factores que demonstram isso. Diferenças fundamentais: a Google Wallet nasce já nos pagamentos mas nós dizemos que, apesar de querermos estar nesse segmento, o mercado ainda não está preparado e por isso vamos começar pelo outro lado; a Cardmobili tem experiência, know-how e um produto protótipo com o NFC (Nota: Near Field Communication - tecnologia de comunicação que se materializa num chip e que permite autenticar pagamentos feitos através dos telemóveis) mas nunca o pôs no mercado porque não há telefones nem postos de aceitação com esse dispositivo. A Google lança o Wallet e diz que é NFC, nós dizemos que ainda vai demorar algum tempo quer nos telemóveis, quer nos retalhistas. Na Europa, por exemplo, os retalhistas
“Não temos a ambição de consagrar a marca como digital wallet. O que lhe posso assegurar é que existirão carteiras digitais de empresas com alcance global que terão tecnologia da Cardmobili”
mal terminaram de fazer uma actualização obrigatória dos terminais automáticos de pagamento para aceitarem os cartões bancários com chip. Mas o movimento da Google é muito importante porque abre mercado. O que estamos a dizer é que vai haver mais carteiras digitais no mundo, não vai ser só a Google e há empresas que precisam de tecnologia para as desenvolver e nós temos essa tecnologia. Fibra | O que está a dizer é que vai haver uma carteira digital global Cardmobili? HL | Não, porque não temos a ambição de consagrar a marca como digital wallet. O que lhe posso assegurar é que existirão carteiras digitais de empresas com alcance global que terão tecnologia da Cardmobili. >>>
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“É tudo tecnologia portuguesa e vamos patentear nos EUA aquele que foi o nosso acto criativo em Portugal”
Fibra | Como é que aconteceu o processo de internacionalização da empresa? Hoje está nos EUA, Canadá, Europa… HL | Sim e também na América Latina, onde já temos cartões e utilizadores mas ainda não há uma presença comercial activa. A internacionalização acontece numa segunda fase de lançamento do nosso produto, quando temos a versão para iPhone, mas que está na nossa cabeça desde o momento zero da empresa. A versão Beta do nosso serviço já nasceu em português e inglês e com cartões portugueses e internacionais, para não nos esquecermos que o nosso mercado não era só Portugal. Na Europa, apanhámos a boleia do Vodafone Mobile Clicks e na segunda metade do ano passado decidimos estender-nos para outros países. Fibra | Como é que isso se faz? HL | Para os consumidores pomos a aplicação nas suas línguas – hoje é possível fazer o download da aplicação em português, inglês, espanhol, francês e holan-
dês – e colocamos cartões desses países. Para isso é preciso estar muito atento e conhecer as realidades de cada país. Quando vamos para um novo país procuramos saber tudo sobre os cartões de fidelização locais e o comportamento dos consumidores em relação à utilização de aplicações nos telemóveis. Por exemplo, quando nos lançámos nos EUA tínhamos uma pessoa que, durante três meses, tinha por missão descobrir todos os cartões de fidelização que existiam. Depois, há que contactar as empresas e aí já temos uma estratégia diferente. Procuramos fazer marketing local, quem é quem naquele mercado, pomos recursos nossos a trabalhar mas procuramos logo identificar parceiros que possam ser os nossos representantes locais. Em Julho, assinámos um acordo com uma empresa na Holanda que é o maior produtor de cartões de fidelização por ano, com um volume anual superior a 20 milhões de cartões impressos e que já percebeu que o futuro está no digital. São eles que
nos representam no local e falam com as marcas. Em França, assinámos, em Agosto, uma outra parceria com uma empresa especializada em levar para o mercado soluções de mobilidade. Em Espanha, temos uma situação semelhante. Fibra | Portanto, a estratégia não é abrir escritórios mas sim ter parceiros locais que usam a vossa tecnologia? HL | Sim. Parceiros para ajudar a vender, a implementação é absolutamente remota, com a Europa a ser trabalhada de uma base a partir de Portugal – também temos uma pequena equipa comercial que dão apoio a esses parceiros, quando é preciso. Se crescer e expandir-se, o mercado dos EUA vai requerer uma presença local e também o da América Latina. Fibra | Actualmente, o “cérebro” das operações da Cardmobili está nesta sala em Leça do Balio, no Porto? HL | Exactamente. É uma equipa de 13 pessoas, 12 aqui e uma em Lisboa.
PERFIL
Da cozinha à cultura Sonae A cozinha é uma paixão e a Sonae foi “uma escola”. Estas são algumas das mais importantes referências na vida pessoal e profissional de Helena Leite, 40 anos, que, em 2009, trocou o universo corporativo de uma grande empresa para assumir o cargo de ceo numa start-up, a Cardmobili. Formada em Engenharia de Sistemas Informáticos pela Universidade do Minho, passou também pela IESE Business School, da Universidade de Navarra, onde frequentou um programa de Management Development (PMD), em 2008. A cozinha e a leitura são os seus principais hobbies, hoje “mais o primeiro do que o segundo”, confessa. Cozinha para toda a família e amigos, gosta de inventar pratos e considera que cozinhar depois de um dia de trabalho é relaxante. Deixa no ar a possibilidade de ter um restaurante quando um dia deixar as
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lides tecnológicas. Até já sabe quantas mesas é que esse espaço terá…Em termos profissionais sempre esteve ligada à tecnologia. Assim que saiu da Faculdade começou logo a trabalhar na direcção de sistemas de informação da Sonae Distribuição. Continuou numa empresa que então estava no grupo, a Enabler, onde passou pelas vendas, marketing e recursos humanos. Quando a empresa foi comprada pela Wipro foi para os EUA, onde trabalhou um ano e meio na cidade de Minneapolis. Uma experiência que adorou. Foi responsável pela gestão da mudança do grupo no país, tendo organizado todos os aspectos fundamentais para acompanhar as pessoas que ali trabalhavam: reencaminhamento de carreiras, mudança dos processos de negócio, comunicação. “Tudo o que é o lado humano da tecnologia”, afirma.
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Fibra | A tecnologia da Cardmobili foi desenvolvida pela empresa. Houve alguma colaboração com as universidades portuguesas? HL | Sim, é tudo tecnologia portuguesa e vamos patentear nos EUA aquele que foi o nosso acto criativo em Portugal. Temos uma relação com a Universidade do Porto, mais numa óptica de estudar, do ponto de vista da usabilidade e do serviço em si, quais são os melhores processos a adoptar. Há uma doutoranda da Universidade que está a fazer um estudo específico sobre factores de adopção de serviços móveis. Por exemplo, porque é que as pessoas aderem a um serviço no telemóvel, que tipo de serviços é que elas querem e quais os factores que influenciam a escolha. Ela precisava de um caso prático e na altura em que iniciou o doutoramento a Cardmobili estava a começar e considerámos que era um casamento feliz. Ela tinha uma caso onde podia aplicar as teorias e ajudar-nos a fazer o design da aplicação e a criação do próprio serviço e nós tínhamos ali um apoio especializado e alguém que ia ser capaz de dinamizar focus groups, inquéritos, questionários individuais, provas de conceitos, com pessoas reais que não eram os nossos amigos e que nos davam o feedback. O ponto alto desta colaboração aconteceu há pouco tempo com um estudo internacional com toda a nossa base de clientes, em todos os sítios do mundo. Fez um inquérito online em português e inglês e teve uma taxa de participação bastante significativa. Está agora a preparar todos os resultados, que ela usa no âmbito do seu doutoramento e que nós usamos para saber os diferentes tipos de comportamento dos clientes. Fibra | Para além da componente tecnológica há também a necessidade de saber o máximo possível sobre o consumidor e as tendências de consumo? HL | Sim, conhecer o consumidor e o seu comportamento com a tecnologia mobile e perceber que quando se conhece o de Portugal O novo agregador das comunicações
“É muito raro encontrar um serviço que aposte em todas as plataformas. Porque é que nós o fizemos? Porque isso nos permite chegar a uma marca e dizer que temos um serviço que não exclui, à partida, nenhum dos seus clientes”
não se conhece o dos EUA, nem mesmo o da Europa. É preciso perceber o que as pessoas procuram e quais são as melhores opções. É muito raro encontrar um serviço que aposte em todas as plataformas. Porque é que nós o fizemos? Porque isso nos permite chegar a uma marca e dizer que temos um serviço que não exclui, à partida, nenhum dos seus clientes. Conhecermos o retalho, o consumidor, e relação que este tem com a tecnologia móvel e a evolução da própria tecnologia, para onde é que ela está a evoluir, é fundamental para nós. Fibra | A empresa já é rentável? HL | A empresa está a caminho da rentabilidade. O break even está previsto em 2013. Está neste momento numa fase de investimento, como já era esperado, e vai continuar assim no próximo ano.
“A empresa está a caminho da rentabilidade. O break even está previsto em 2013”
Fibra | As redes sociais têm sido importantes na estratégia de marketing e comunicação da empresa? HL | São usadas por nós para estarmos perto das pessoas e é um meio de muita audiência e de baixo custo. Fazemos inquéritos e concursos, lançamos questionários, colocamos vídeos de demonstração. Chegamos às pessoas mais facilmente. Mesmo quando os comentários não são positivos o feedback é sempre útil para nós. No universo das empresas, esse papel das redes sociais é menos relevante. Aí são mais importantes os prémios, o reconhecimento e os contactos um a um.
“A minha função foi montar todo o projecto, contratar as pessoas. Não fui fundadora porque não tive a ideia original, mas acreditei nela e estou no projecto desde o início”
Fibra | Qual foi a mensagem que deixou na Merril Lynch – Bank of America Technology Summitt, em Londres, onde participou em Junho deste ano? HL | A mensagem que deixei foi a de que a carteira vai ser digital (ainda não tinha sido anunciada a Google Wallet), que não é só de pagamentos, inclui cartões de fidelização e cupões de descontos, e que a Cardmobili terá um papel a desempenhar com uma tecnologia que está a funcionar há dois anos. Outubro 2011
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Inovação
A energia das TIC O ER-INNOVA visa dotar as Pequenas e Médias Empresas de ferramentas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que permitam uma melhor e mais eficaz gestão e que sejam factor de modernização e promoção de projectos Portugal tem demonstrado um desempenho notável na produção de energia proveniente de fontes renováveis. Pela sua capacidade de recursos, sobretudo nas produções eólica e hídrica, a Região Norte contribui fortemente para o crescimento contínuo do sector. Apesar da conjuntura económica, geradora de vários constrangimentos ao desenvolvimento do negócio, o tecido empresarial da Região Norte, ainda que bastante afectado, não estagnou e prossegue na busca de evolução e crescimento, apostando nas mais-valias da região, em áreas inovadoras e com grande carga tecnológica, mas a um ritmo ainda pouco acelerado. No caso específico das Pequenas e Médias Empresas (PME) do sector das energias renováveis, potencial motor para o desenvolvimento económico, ambiental e social da região, é necessário que se modernizem para que possam estimular a competitividade regional. É com este objectivo que surge o ER-INNOVA, projecto europeu implementado na Euro-Região Galiza - Norte de Portugal que, sob o lema “A energia das TIC”, visa dotar as PME de ferramentas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que permitam uma melhor e mais eficaz gestão e que sejam factor de modernização e promoção de projectos em colaboração com outras PME. Após a primeira fase de consultoria durante a qual se detectaram as principais necessidades das empresas do sector (gestão de clientes e encomendas, organização da empresa, optimização dos processos de gestão – facturas e compras –, etc), o ER-INNOVA materializou-se, ao fim de dois anos, num programa piloto de implementação de 36
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“As ferramentas desenvolvidas são um software de gestão integral de recursos empresariais e um portal web para transacções online e facturação electrónica, que funciona também como ponto de encontro das PME para projectos nas áreas de Investigação, Desenvolvimento e Inovação”
“É imprescindível que os responsáveis destas empresas estejam atentos e activos no âmbito destas iniciativas que não têm qualquer custo e que podem fazer a diferença num mercado cada vez mais competitivo e diversificado”
ferramentas TIC em aproximadamente 100 PME da Euro-Região. As ferramentas desenvolvidas são um software de gestão integral de recursos empresariais (ERP) e um portal Web (energytic.eu) para transacções online e facturação electrónica, que funciona também como ponto de encontro das PME para projectos nas áreas de Investigação, Desenvolvimento e Inovação. Para uma utilização eficaz e intuitiva destas ferramentas e com o objectivo de cativar as empresas, realizaram-se acções de formação, seminários específicos e eventos de promoção do projecto. O ER-INNOVA é, portanto, um projecto que as PME do sector das energias renováveis da Euro-Região devem aproveitar para se tornarem mais competitivas. São mais de 100 as que já utilizam as ferramentas desenvolvidas, um passo para impulsionarem e desenvolverem características inovadoras que permitam que o seu crescimento seja sustentável, preparado para enfrentar as instabilidades do ciclo económico e político. É imprescindível que os responsáveis destas empresas estejam atentos e activos no âmbito destas iniciativas que não têm qualquer custo e que podem fazer a diferença num mercado cada vez mais competitivo e diversificado. No mais recente seminário do ER-INNOVA, no Parque Tecnolóxico de Galicia em Ourense, Espanha, o responsável pela Inovação e Energias Renováveis da Direcção Geral de Política Regional da Comissão Europeia, Mathieu Fichter, assegurou que o desenvolvimento das energias renováveis na União Europeia depende principalmente dos esforços regionais, elogiando o ER-INNOVA “pelo seu carácter
José de Almeida Martins director-geral da NET
cooperativo e transfronteiriço”. Fichter referiu ainda que, após 2013, os fundos estruturais vão centrar-se na inovação e na economia verde. O projecto tem o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, ao abrigo do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha - Portugal 2007-2013, no eixo de actuação de fomento da competitividade e a promoção do emprego, e o financiamento total foi de 931.693,68 € (75% procedente do FEDER). As entidades promotoras são, no Norte de Portugal, a NET - Novas Empresas e Tecnologias, S.A. – Business and Innovation Centre do Porto, e na Galiza, o Parque Tecnolóxico de Galicia – TECNÓPOLE, como coordenador do projecto, a Fundación para o Fomento da Calidade Industrial e o Desenvolvemento Tecnolóxico de Galicia através da Oficina de Programas Internacionais de I+D+i - OPIDi; e a Asociación de Empresas Galegas adicadas a Internet e às Novas Tecnoloxías – EGANET. O novo agregador das comunicações
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Glintt abre filial em Espanha A Glintt inaugurou uma filial em Madrid, detida a 100 por cento pela tecnológica portuguesa. A criação da Glintt Espanha “insere-se na estratégia de expansão da actividade internacional e visa o reforço da actividade da empresa em território espanhol”. O objectivo é levar para o mercado espanhol todas as soluções que integram o portefólio da empresa tecnológica. A Glintt já marcava presença em Espanha, com a detenção da instalação de software em nove mil estabelecimentos farmacêuticos.
Microsoft apresentou Windows 8 A Microsoft deu a conhecer alguns dos pormenores técnicos do Windows 8, ainda em desenvolvimento, com o objectivo de fomentar a criação de aplicações. A empresa quer que a nova versão do sistema operativo seja uma plataforma de lançamento para o mercado de tablets, apesar de também poder ser instalado em computadores tradicionais. O Windows 8 distingue-se dos sistemas antecessores e dos concorrentes através da interface, “concebida para ser usada com gestos e toques no ecrã, bem como com os tradicionais rato e teclado”.
O site do Fibra em Setembro As cinco notícias mais lidas “Nevoeiro” pode substituir “nuvem” iPhone 5 pode ser apresentado a 4 de Outubro Mulheres são mais activas nas redes sociais Facebook vai armazenar 20% das fotografias publicadas na web
pessoas Salvador Tapia Rodriguez, director da unidade de consumo da Symantec Ibérica, revelou que “o cibercrime vitima 50 mil indivíduos a cada hora, perto de 820 por minuto”. Este dado foi avançado em Lisboa na apresentação das conclusões do Relatório Norton de Cibercrime, que avança ainda que os custos directos do cibercrime ascendem a 114 mil milhões de dólares por ano.
Rita Santos foi nomeada directora da Unidade de Negócio Windows, pela Microsoft, onde trabalha desde 2010. Terá a seu cargo o desenvolvimento de uma estratégia integrada do negócio Windows para a área de consumo e para o segmento empresarial. Um dos próximos desafios é o lançamento do novo sistema operativo Windows 8.
Bill Gates aumenta fortuna e volta a ser o mais rico do EUA Google+ abre ao público com novos recursos
As cinco notícias mais partilhadas no Facebook e Twitter “Site de reabilitação” para viciados no Facebook Nove em cada dez empresas recorre a redes sociais para recrutar candidatos Portuguesa InnoWave cresce Estação “automática” dos CTT aberta 24 horas Facebook melhora utilização das Friend Lists
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Luís Miguel Porém é o novo responsável de Parcerias e Alianças da Compuware para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA). “Este é um desafio que assumo com grande motivação numa altura em que o mercado está a sofrer grandes alterações no mundo inteiro”, assegurou, na expectativa de “resultados de negócio ainda mais relevantes”. O novo agregador das comunicações
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Venda de PC desce 21,2%
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Veja em www.odisseias.com o programa que mais lhe agrada Be Cool Baptismo de mergulho, Baptismo de Moto 4, Bridge Jumping, Canoagem, Baptismo de Windsurf, Back Massage, Bob cat Experience, Segway Discover ou Speed Boat O mercado de PC em Portugal registou uma quebra de 21,2 por centro, no segundo trimestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado. Os dados são de um relatório da IDC, que revela que, no período analisado, foram vendidos 216 mil PC, menos 58,2 mil que em 2010. A crise económica e o crescimento dos smartphones e dos tablets “estão a ter um impacto negativo no mercado de PC”, revelou Gabriel Coimbra, research and consulting director da IDC Portugal. A tendência de descida deve manter-se até ao final do ano.
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Para receber, na volta do correio, o voucher do programa escolhido basta assinar o Fibra – o novo agregador das Comunicações. Com o Fibra fica informado e… fica descansado. Não é todos os dias que tem uma oferta destas.
Loja do Google Chrome em Portugal
A Google Chrome Web Store já está disponível em Portugal. O sucesso da loja nos Estados Unidos, lançada há nove meses, levou a empresa a querer expandir o negócio, disponibilizando-o em mais 24 países, lista em que se inclui Portugal. A Google espera, com este alargamento, atrair mais programadores e utilizadores para a “comunidade”. O novo agregador das comunicações
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Netsonda testa BESnet A Netsonda, empresa de estudos de mercado, realizou os testes de usabilidade do novo serviço de homebanking do Banco Espírito Santo, com recurso à tecnologia eye tracking. Esta tecnologia segue, em tempo real, os movimentos oculares e permite aferir os processos cognitivos que levam à realização de uma tarefa de determinada forma. A análise facilitou a identificação das áreas que captaram maior atenção visual, o alcance da visão periférica dos utilizadores, padrões de navegação e barreiras à utilização do serviço e possibilitou melhorias para acesso mais rápido e navegação mais fácil.
Estação “automática” CTT aberta 24 horas A nova estação dos CTT do Parque das Nações, em Lisboa, permite obter selos válidos para circulação com a própria fotografia e levantar encomendas e correio, registados de forma totalmente automática, entre outras novidades. A empresa descreve um espaço inovador onde os clientes são recebidos por vários painéis, ecrãs e terminais com os quais podem interagir de forma totalmente automatizada e que permitem a obtenção e o envio de informação via email.
“Inspector inteligente” made in Coimbra O Code V, uma tecnologia inovadora que permite detectar e corrigir, em tempo útil, problemas de segurança em software, foi desenvolvida pela DOGNAEDIS, uma startup especialista em segurança de informação, formada por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. O Code V foi testado nos 40 maiores softwares livres do mercado e identificou 28 vulnerabilidades do tipo zero-dias, ou seja, problemas de segurança não conhecidos até a data.
Tecnologia: UE quer depender menos da China A União Europeia está a armazenar materiais essenciais para o fabrico de equipamentos tecnológicos, para tentar reduzir a dependência da China. “A primeira decisão é assegurar o fornecimento dos materiais de zonas fora da UE, como América Latina, África ou Rússia”, declarou Andrea Maresi, assessor de imprensa de Antonio Tajani, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelas áreas da indústria e empreendedorismo. “A segunda é estarmos a armazenar materiais raros para que possamos tirar melhor partido dentro da EU”, acrescentou.
Cibercrime cresce 300% O cibercrime cresceu 337 por cento em Portugal e em Espanha durante o ano passado, de acordo com dados da Kasperksy Lab. Ainda assim, apesar do incremento, a empresa garante que a crise está travar este tipo de crime. Os cibercriminosos brasileiros começam a direccionar ataques aos bancos portugueses e espanhóis, que se sabe serem bem sucedidos, mas sobre os quais se desconhecem os valores envolvidos. 40
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20 mil credenciais de agências governamentais expostas A BitDefender descobriu uma alegada fuga de informação de dados pessoais e palavras-chave de “gigantes do exército norte-americano, governo e sector empresarial”. A informação foi publicada num blog assinado por Thehacker12, que se descreve como um “hacktivist, contra as pessoas corruptas e injustas na Índia”. Sabina Datcu, a analista de e-ameaças e especialista em comunicação que encontrou a publicação, alertou para o facto de uma falha de segurança poder afectar a forma como a população vê o Estado.
Mobile Banking aumenta rentabilidade até 300% Os bancos podem obter um retorno de investimento até 300 por cento quando disponibilizam serviços de mobile banking para consultas de saldo, transferências, pagamentos, solicitação de créditos ou gestão de finanças pessoais. A conclusão é de um estudo da Accenture, que analisou casos concretos de desenvolvimento de programas de mobile banking.
Skype lança loja de aplicações A Skype lançou uma loja de aplicações própria, a App Directory, onde é possível comprar ou descarregar gratuitamente aplicações desenvolvidas por terceiros. As aplicações já existiam, mas não estavam todas reunidas no mesmo site. As apps estão divididas em categorias como empresariais, gravação de chamadas, fax ou integração com software popular. O novo agregador das comunicações
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SÉRIES
T3: © 2010-2011 Twentieth Century Fox Film Corporation. All rights reserved.
Pedro Machado é fã de Lie To Me
Muitas vezes dou por mim a estudar as expressões das pessoas, a tentar descobrir o que sentem e, desta forma, a procurar conhecer melhor os que estão à minha volta. Logo, a minha série de eleição só podia ser “Lie To Me”, que aborda o tema da verdade e da mentira. Uma série que realmente nos prende ao ecrã, inspirada no caso real do Dr. Paul Ekman. Em “Lie To Me”, a cada episódio, o Dr. Cal Lightman, interpretado por Tim Roth, um autêntico polígrafo humano que detecta, a partir de gestos e expressões faciais, quando uma pessoa está a mentir. Se pensarmos que, para alguns investigadores, até 90 por cento das informações transmitidas durante um diálogo são não-verbais, como a postura, os movimentos, os gestos ou o tom de voz, interpretar os sinais que os outros nos transmitem e ir além do que expressam oralmente é um excelente exercício de compreensão e uma forma de responder adequadamente em cada situação. No meu dia-a-dia, procuro aplicar os pequenos truques do Dr. Cal Lightman para identificar os comportamentos não-verbais e, desta forma, corresponder às expectativas ou encontrar soluções junto da minha equipa! O novo agregador das comunicações
Pedro Machado Responsável de Vendas e Serviço a Cliente da Ensitel, desde 2008. Anteriormente passou por empresas como Boticário e Onthego. É licenciado em Economia pela Universidade Lusíada e detém uma pós-graduação em Marketing pela Universidade Católica
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hoBBy
Sofia Lima
O gosto que Sofia Lima nutre pelo campo despertou cedo, aliado à possibilidade de passar férias em ambientes rurais. Mais recentemente, “a participação num projecto familiar rural permitiu criar condições para a realização de pequenas hortas biológicas e produção de azeite”, explica a technology solutions manager da EMC Portugal. A aprendizagem sobre a saúde do solo e das plantas e sobre os ecossistemas agrícolas passou a ser tema de conversa durante os fins-de-semana. “A possibilidade de semear ou plantar e acompanhar o processo de crescimento e apanha dos produtos dá-nos um prazer especial, já para não falar do gozo que nos dá preparar as refeições com os nossos próprios produtos, que, além da qualidade inegável, têm um sabor genuíno”, frisa. O trabalho desenvolvido nas hortas biológicas, combinado com a tranquilidade do espaço, apresenta-se como um contraste agradável face ao stress inerente à gestão de Tecnologias de Informação (TI), já que permite, de acordo com Sofia Lima, “perder a noção do tempo e ganhar energias para uma nova semana na cidade”.
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Sofia Lima Licenciada em Informática pela Faculdade de Ciências de Lisboa, concluiu um mestrado em Business Administration pelo Henley Management College, no Reino Unido. Conta com 20 de anos de experiência profissional na área de TI, tendo desempenhado várias funções em projectos de grande envergadura e no desenvolvimento de áreas de negócio para alguns sectores de mercado. É, desde 2006, technology solutions manager na EMC Portugal
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Restaurante
Manuel Falcão director-geral da Nova Expressão
Uma maravilha lisboeta manteiga temperada, boas azeitonas, um cestinho com bom pão e broa e, em querendo, presunto cortado na hora, fino como se recomenda. Nas sobremesas há queijo sem ser só aquela coisa derretida e amanteigada – ou seja, queijo curado como deve ser. Mas há também doces conventuais como o pudim abade de Priscos ou a encharcada, entre outros.
Apuradinho
Rua de Campolide 209 - A Lisboa 213880501 Permite fumadores e tem boa extracção de fumo. Encerra Sábados ao jantar e Domingo todo o dia.
Para este mês escolhi um restaurante que merecia estar na lista das maravilhas gastronómicas portuguesas, mas cuja ementa não ostenta quase nenhuma das escolhas que acabaram eleitas. Eu não gosto da lista final – não gosto da inexistência de jaquinzinhos, nem da falta de lampreia, nem da falta de uma perdiz, nem da ausência de pivetes ou de sopa de beldroegas, já para não falar de uns pastéis de bacalhau. E em vez de um pastel de Belém, no Apuradinho há um pudim abade de Priscos que é uma especialidade. E, além do queijo da serra, há um queijo de Serpa muito curado que é de estarrecer. O único ponto comum, salvo erro, é uma bela alheira que neste restaurante é garantidamente de boa qualidade.
Três décadas No dia 1 de Outubro o Apuradinho fez 29 anos celebrando boa comida portuguesa, caseira e bem apurada. Fica no mesmo local onde até 1982 existiu a muito noctívaga Fábrica, que serviu muitos bifes madrugadores, aí ao fundo da Rua de Campolide. À frente do Apuradinho, desde o primeiro dia, está o casal Albano e Celeste (Bé) Paciência e são eles a alma da casa. Os clientes mais frequentes conhecem-se uns aos outros e cumprimentam-se ao bar enquanto esperam companhia. Na sala, ao almoço, entre os convivas, há de tudo – muitos advogados de vários escritórios das redondezas, gestores e empresários de actividades variadas, alguns dirigentes O novo agregador das comunicações
desportivos (com alguma predominância benfiquista). O actual secretário de Estado da Cultura, declaradamente um bom garfo, era cliente antes das funções governamentais. Ao jantar a coisa torna-se mais intelectual, com vários professores da Universidade Nova, cujo edifício recente fica praticamente do outro lado da rua. De qualquer forma neste restaurante todos são clientes que querem comer bem, sossegados e com bom serviço e é isso mesmo que a casa oferece.
Os petiscos Vamos por partes – à segunda-feira há sempre algum prato de bacalhau (à Gomes de Sá, à Braz, enrolado em couve lombarda ou em pastel), às quintas de 15 em 15 dias há cozido, pivetes (rabo de boi) aparecem de vez em quando,
pombo bravo com ervilhas idem, na época devida aparecem peças de caça, lampreia e sável (frito com açorda de ovas), o cabrito assado também é visita regular e a raia com beurre noire é muito elogiada. Volta e meia há dobrada (nos meses mais frios), e as pescadinhas com arroz de pimentos são uma especialidade. Depois, na lista há uma série de pratos que podem ir das iscas (sempre recomendáveis) a um naco de bife do lombo tenríssimo. Volta e meia aparecem pastéis de massa tenra e na época de caça há uma lebre com feijoca muito interessante. A garrafeira não é extensa mas é bem escolhida e com preços razoáveis, mas se for para os vinhos da casa (União das Cooperativas do Dão no tinto e D. Ermelinda no branco) não vai nada mal servido. Na mesa, para petiscar, tem uma
O valor do dinheiro O ambiente é muito confortável, a sala é forrada com madeiras, e desenvolve-se por dois lados que circundam o bar onde está sempre o Albano, atento aos menores sinais. A casa permite uma lotação que anda pelas três dezenas de comensais. O local é sossegado e facilita conversas de trabalho mesmo ao almoço e, à noite, é frequente ver pares namoradeiros, obviamente anti-anoréxicos e uma vez por outra alguma pequena conspiração empresarial ou política. Se a escolha de vinhos for comedida uma refeição pode ficar entre 25 a 30 euros por pessoa – mas garanto-vos que aqui cada euro é compensado pela qualidade da matéria-prima, da confecção e do ambiente. O Albano e a Bé têm um restaurante como já há poucos em Lisboa.
BANDA SONORA
Wynton Marsalis & Eric Clapton play the blues Wynton Marsalis fez agora 50 anos e, numa entrevista à “Vanity Fair” disse que os blues eram o grande amor da sua vida. Ouve-se este disco e é isso mesmo que se sente, uma persistente forma de desenvolver a paixão. O trompete de Marsalis e a guitarra eléctrica de Clapton fazem uma invulgar, mas sedutora, combinação em torno de grandes clássicos. Os arranjos são bluesy, muitas vezes a cheirar a Nova Orleães – ouça-se a versão de “Layla” que está neste disco e percebe-se como os dois músicos foram contagiados e se entusiasmaram com as influências recíprocas. Neste registo, gravado
ao vivo em Abril deste ano, na série de concertos “Jazz At The Lincoln Center” em Nova Iorque, para além do diálogo trompete-guitarra, temos a voz de Marsalis em diversos temas. Nos dois clássicos que encerram o disco, “Just a Closer Walk With Thee” e “Corrine, Corrina”, a parte vocal é assegurada pelo grande Taj Mahal. A edição à venda na Amazon oferece um DVD com todo o concerto, que inclui um tema extra também com Taj Mahal, “Stagger Lee”.
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Viajantes
Turquia
Na Mesquita Azul, em Istambul
Na garganta de Saklikent
Todos os anos Carlos Brazão, general manager da Cisco Systems em Portugal, escolhe em família o destino das suas próximas férias. Há dez anos que fazem “viagens de descoberta” e, em Agosto de 2009, rumaram à Turquia. De avião até Adana, Brazão e a família fizeram “três semanas de todo-o-terreno, percorrendo toda a costa mediterrânea da Turquia, até Istambul”. Durante toda a viagem nunca teve dificuldade em encontrar alojamento de qualidade, tendo-se sentido em total segurança. No que às pessoas diz respeito, com excepção de alguns taxistas em Istambul, são todas de uma grande hospitalidade, no entanto – conta - “é muito raro encontrar quem fale idiomas estrangeiros, mesmo entre as gerações mais novas”. Das semanas que lá passou, destaca como locais mais marcantes o Saklikent (“Caminhar no leito de um rio com não mais de 20 metros de largura, no fundo de uma garganta com centenas de metros de altura, é fabuloso”); as formações calcárias de Pamukkale e “o impressionante conjunto de cidades antigas” - Troia, Ephesus com a sua biblioteca (e as latrinas públicas) e Pergamum. Realça ainda a Península de Galipoli, onde salta à vista “a imponência do campo de batalha da I Guerra Mundial”, e Istambul, “tão grande e diferente da restante Turquia”, com o Hagia Sophia, o maior templo do mundo durante mais de mil anos, a Mesquita Azul, o Topkapi, o bazar, as casas de chá”. 44
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No teatro romano de Hierapolis
Nas formações calcárias de Pamukkale
Carlos Brazão Licenciado em Engenharia Electrotécnica e Telecomunicações pelo Instituto Superior Técnico e com um MBA pela Universidade Nova de Lisboa, é general manager da Cisco Systems em Portugal. Em 2005 foi distinguido como “General Manager of the Year” na Europa, Médio Oriente e África. Anteriormente, trabalhou na Dell Computer Corporation, Ericsson Portugal, Reuters Portugal e Siemens
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montra
Estilo descontraído e desportivo A nova colecção Outono /Inverno da PUMA assenta na essência da marca: uma união entre o espírito descontraído e o estilo desportivo, que torna as peças de vestuário, acessórios e calçado modelos únicos. Os diversos modelos de ténis da marca, em cores vibrantes, fazem com que se adequem ao estilo de todos os amantes de calçado desportivo, para looks desportivos, de lazer ou simples descontracção.
Viagem no tempo com ANDORRA A Lacoste Watches lançou uma nova colecção feminina de relógios – ANDORRA – concebida para assinalar o Outono/Inverno de 2011. Os modelos, que possuem os números 12 e 6 em destaque, apresentam-se nos tons platina e branco; cobertos por um cintilante pó de cristais e com braceletes em couro são sofisticados e femininos. Para looks de dia ou de noite, a colecção ANDORRA propõe relógios com um toque delicado de elegância.
Jóias criativas e elegantes A PEKAN apresentou a sua nova colecção de jóias para a estação Outono/Inverno 2011/2012, da qual fazem parte peças caracterizadas pela sua versatilidade. São peças elegantes e delicadas, com um toque de ousadia, onde o ouro e a prata se juntam a cristais de rocha simples, quartzo rutilado e a outras pedras semi-preciosas. Destinadas à mulher cosmopolita e arrojada, enaltecem os diferentes looks.
Um aroma diferente A Hugo Boss acabou de lançar uma nova fragância para homem – Just Different – com um aroma refrescante e suave. Dedicado a homens aventureiros e urbanos, Just Different é um perfume vibrante com um toque fresco que estimula os sentidos para a aventura da noite.
Smartphone social A Vodafone lançou um novo smartphone, dirigido aos amantes das redes sociais - o Vodafone 555 Blue – que se destaca dos restantes telefones pela optimização de funções de acesso a redes sociais. O Vodafone 555 Blue apresenta uma tecla de acesso directo ao Facebook, permitindo ao utilizador uma forma mais rápida de partilhar informação. O novo agregador das comunicações
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O mundo à minha procura
Sónia Tavares É vocalista da banda de Alcobaça, como têm vindo a ser apelidados os The Gift, há 17 anos. “Não era um sonho, éramos amigos desde miúdos, tocávamos juntos e foi isso que nos uniu até hoje, o gosto pela música”. Deu voz aos fados de Amália Rodrigues no projecto Hoje, que contribuiu para o reforço da presença (e da voz) de Sónia no panorama musical português, onde também colaborou com os Cool Hipnoise e Rodrigo Leão. Nascida a 11 de Março de 1977, na Nazaré, diz que, a nível pessoal, viveria bem sem gadgets, especialmente o telemóvel: “Falar ao telefone é a coisa que eu mais detesto!”. Profissionalmente não pode, porém, dispensar a tecnologia.
Mac O seu computador é um Mac, com sistema operativo OS X, que considera “o gadget para trabalhos de casa”. “Uso-o para trabalhar, tenho lá os programas de edição de som, como o Pro Tools”, explica Sónia. Em casa, tem Internet do serviço MEO
iPhone O iPhone 3G da operadora Vodafone acabou por levar Sónia a dispensar muitos gadgets. “Comprei-o para substituir o computador, a portabilidade é-me muito útil durante as viagens, especialmente nos aeroportos, por causa dos limites de bagagem”, explica. A necessidade de estar “sempre atenta e online” é também um triunfo que atribui ao dispositivo da Apple. Apesar de ter tido um iPod, “daqueles muito grandes e antigos”, acabou por substitui-lo também pelo iPhone, onde ouve bandas como Coldplay, Depeche Mode e The Flaming Lips. Máquina fotográfica também dispensa, usa a do smartphone 46
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© Ramon de Melo/Eduardo Ribeiro
Microfone e in-ear O Shure SM58 é o microfone de eleição de Sónia: “Não abdico dele por nada, não há som melhor do que o de cabo.” É um microfone antigo, “de combate”, que há muito a acompanha. “Já me tentaram impingir outros, mas não quero”, frisa. Se ficasse sem ele teria que se adaptar a outros, mas “a muito custo”. Outro gadget indispensável é o Shure PSM 600, um sistema in-ear, que também leva “para todo o lado” e não quer susbtituir, “apesar de não ser dos mais recentes”
PS2 “Tive uma PlayStation 3 e é a minha preferida, por causa dos jogos, mas ficou em Alcobaça, onde vivia”, diz Sónia. Agora tem uma PlayStation 2 e os jogos de eleição são o Buzz! e o Tekken
Samsung É um dos gadgets preferidos de Sónia, que garante ver televisão todos os dias: “Vejo sempre antes de me deitar.” Tem uma Samsung, com o serviço MEO, e os canais de eleição são o FOX e o TCM. Gosta das séries Dexter e Spartacus e elege “The Descent” como o filme favorito. Tem vários leitores de DVD, mas todos de marca branca
Tampões para os ouvidos Não são um gadget, mas são o objecto mais “indispensável” na vida de Sónia. “Tenho um sono muito leve, acordo com qualquer coisa. Em viagem, quando tenho que dormir em hotéis, peço sempre os quartos que ninguém quer, aqueles mais ao fundo, onde não tenho ninguém à minha volta”, brinca O novo agregador das comunicações