P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L | 2 0 4 | 0 u t ub r o ‘ 1 3
FARMÁCIA para o seu bem-estar
Higiene Oral
SORRISO PERFEITO
Tosse
Dores Reumáticas
MELHORE O SEU BEM-ESTAR
ACTO NATURAL OU NÃO
PUBLICAÇÃO MENSAL | 204 | OUTUBRO ‘13
FARMÁCIA 10
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Vírus
editorial
A febre, a tosse e as dores musculares e articulares são alguns dos sintomas da gripe, facilmente confundida com a constipação.
16 Alimentação
É certo e sabido que muitas crianças torcem o nariz quando na refeição se incluem legumes e vegetais.
para o seu bem-estar
Todos estão de parabéns! A prescrição e dispensa de medicamentos genéricos já permitiu que o Estado e os doentes poupassem 553 milhões de euros.
30 diálogo do consumidor
32 20 TOSSE
A tosse e a rouquidão são “lugar-comum” na época fria do ano. Existem diferentes tipos de tosse, que podem representar patologias distintas.
04 Higiene oral
De tal forma importante é a boca que a saúde oral fornece pistas valiosas sobre o nosso estado geral de saúde.
produtos
34 inspire, expire
24 DOSSIÊ DORES REUMÁTICAS
Lesões na cartilagem podem resultar em dores nas articulações. Na maioria dos casos são parte integrante do envelhecimento. É, no entanto, possível minorar este quadro e conseguir um melhor funcionamento das articulações.
Higiene oral
espelho da saúde do corpo
De tal forma importante é a boca que a saúde oral fornece pistas valiosas sobre o nosso estado geral de saúde. Os cuidados de higiene oral devem começar mesmo antes da erupção do primeiro dente e ser mantidos ao longo da vida. Todos os dias. Uma boca saudável, com hálito fresco, dentes brancos e brilhantes e sem sombra de cáries, dores, sangramento e inflamações é um dos melhores cartões de visita. Mas não se conquista de um dia para o outro. Os cuidados devem ser diários, apoiados numa “trilogia sagrada”: a escova, a pasta dentífrica e o fio dentário. A higiene oral é muito mais do que a limpeza da boca e dos dentes: é um gesto de saúde que limita a entrada de bactérias no organismo. Garante um sorriso bonito, mas sobretudo contribui para um corpo saudável.
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Regras de ouro para uma correcta higiene oral: > Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, uma delas antes de deitar; > Usar um dentífrico com flúor e uma escova de tamanho adequado: as mais recomendadas são as de cabeça pequena e de cerdas macias; > Utilizar diariamente fio dentário para remover os restos de alimentos que se acumulam entre os dentes e entre estes e as gengivas; > Bochechar com uma solução de higiene oral, se indicada por um profissional; > Consultar regularmente o dentista e sempre que detectar alterações nos dentes ou gengivas (mau hálito persistente, sangramento frequente, maior sensibilidade ao frio ou ao calor, entre outras).
Dizer adeus às bactérias É na placa bacteriana – uma película aderente e transparente que se cola à superfície dos dentes e gengivas – que as bactérias vivem permanentemente na boca. A ingestão de alimentos ricos em hidratos de carbono, sobretudo, açúcares, favorece a produção de ácidos orgânicos que contribuem para a desmineralização do esmalte e consequente deterioração dos dentes, o que abre caminho para uma cárie. No processo, as gengivas ficam vermelhas, inchadas e a sangrar. Este cenário apenas se concretiza se não houver uma remoção eficaz da placa bacteriana através dos cuidados de higiene oral: escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia; usar o fio dentário para remover a placa que se acumula entre os dentes e o sulco gengival; reforçar a higiene, se necessário, com a aplicação de agentes antibacterianos, presentes em elixires e colutórios; e moderar o consumo de alimentos e bebidas açucarados.
Higiene oral
Fechar a boca às doenças Na verdade, muitas vezes, o primeiro sinal de doença manifesta-se na boca. Assim acontece, por exemplo, com a infeção por HIV/Sida. Por outro lado, algumas doenças da cavidade oral, como a gengivite, podem causar problemas em outras partes do corpo. A saúde oral tem ainda grandes pontos de contacto com a diabetes: os níveis elevados de glicemia podem potenciar o desenvolvimento de cáries e doenças periodontais graves e uma deficiente saúde oral pode tornar a diabetes mais difícil de controlar. Vários estudos relacionam ainda a saúde oral com o aumento do risco de desenvolver algumas patologias graves, nomeadamente do foro cardiovascular. Outros associam doenças da boca, como infecção periodontal, com o aumento do risco de nascimento de bebés prematuros, o que reforça a importância de uma boa saúde oral na gravidez. Mesmo que algumas destas associações careçam de confirmação científica, não restam dúvidas que existe uma relação entre a saúde oral e a saúde geral. E esta não deve ser ignorada. Mais ainda quando é tão fácil minimizar o risco.
Desde pequenino… Deve-se cuidar dos dentes desde a mais tenra idade. A verdade é que se começar de pequenino há maiores probabilidades de conservar a dentição. É por volta dos seis meses que rompem os primeiros dentes, num processo que se pode prolongar até aos três anos, dependendo de cada criança. Neste período é comum que as gengivas fiquem mais sensíveis, podendo ser aliviadas com pequenas massagens com o dedo, limpando a boca 2 a 3 vezes por dia com gaze molhada ou com anéis de dentição específicos. Os dentes do bebé, por mais pequenos que sejam, não devem deixar de ser limpos, numa primeira fase com uma dedeira específica ou uma gaze e depois com uma escova de dentes adequada ao tamanho da boca do bebé. Deve utilizar-se uma pequena quantidade de 6
pasta dentífrica, semelhante ao tamanho da unha do dedo mindinho do bebé. Estes gestos vão contribuir para que as crianças adquiram bons hábitos de higiene oral, com a ajuda de uma escova com filamentos suaves e sempre sob vigilância de um adulto – uma boa ideia é instituir o hábito de lavar os dentes em família. Pelos cinco, seis anos, as crianças já estão em condições de assumirem autonomamente essa tarefa. Ainda em relação aos bebés, deve-se evitar que adormeçam com o biberão na boca, tenha ele leite ou sumo, uma vez que os líquidos açucarados potenciam a formação das chamadas “cáries de biberão”. Para as evitar, pode diluir gradualmente em água o conteúdo do biberão, para que após 2 semanas se ofereça à criança apenas água.
… até à terceira idade A higiene oral é um hábito para a vida. Um cuidado que não deve ser negligenciado quando as próteses começam a substituir os dentes originais – é que as cáries e outras infeções da boca continuam a ser uma ameaça. As doenças e os medicamentos estão, com frequência, na origem de um problema comum entre os idosos – a boca seca. Com efeito, a saliva tem uma ação protetora muito importante que ajudam a prevenir as cáries e outras infecções, sendo que a sua diminuição deixa os dentes mais vulneráveis. Outro problema crescente à medida que se envelhece é a alteração da sensibilidade dentária. As gengivas vão regredindo com o passar dos anos, deixando expostas áreas dos dentes que não estão protegidas pelo esmalte. Estas ficam vulneráveis à temperatura, pelo que a ingestão de bebidas e alimentos quentes ou frios pode causar dor. Nalguns casos, também os ácidos e doces são fonte de sensibilidade e até a exposição ao ar pode incomodar. A perda de dentes é mais provável com o avançar dos anos, pelo que muitos idosos possuem próteses dentárias, totais ou parciais, que devem ser escovadas com a mesma regularidade dos dentes originais. No caso das próteses removíveis devem ser limpas com produtos adequados, para evitar a formação de manchas.
Não se esqueça da escova de dentes Manual ou eléctrica, dependendo apenas do gosto de cada um, esta deve ser substituída, em média, a cada três meses ou sempre que esteja gasta e não escove os dentes de forma eficaz. É também importante ser substituída ou pelo menos esterilizada após uma constipação ou gripe. > Incline a escova em direcção à gengiva e faça movimentos horizontais ou circulares em todas as faces dos dentes. > Escove as superfícies exteriores, interiores e de mastigação com movimentos do tipo vai-vem. > Escove a língua para remover as bactérias e refrescar o hálito.
Nem do fio dentário > Use 40 cm de fio, enrolando a maior parte nos dois dedos médios e deixando cerca de 4 cm para trabalhar. > Segure o fio esticado entre os polegares e os indicadores e faça-o deslizar para cima e para baixo entre os dentes. > Faça uma volta do fio na base do dente que está a limpar. > Utilize secções limpas do fio quando passar de um dente para outro.
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Editorial DOENTES, MÉDICOS, FARMACÊUTICOS E FARMÁCIAS
TODOS ESTÃO DE PARABÉNS!
Dr. paulo duarte Pelo punho do farmacêutico
A prescrição e dispensa de medicamentos genéricos já permitiu que o Estado e os doentes poupassem 553 milhões de euros. Uma poupança fruto da cooperação exemplar entre todos os intervenientes – os doentes, os médicos, os farmacêuticos e as farmácias. Esta é uma verdade incontestável. O resto é puro foguetório... O espaço mediático nacional foi recentemente abalado por um episódio digno de uma trovoada de Verão, tendo por protagonista o bastonário da Ordem dos Médicos que, a propósito da dispensa de uma receita em concreto, através de publicidade paga, entendeu por bem lançar impropérios às farmácias, acusando-as, sem o mínimo fundamento, de “enganar os doentes”. De facto, a história contada pelo bastonário é falsa e o doente já se encarregou de a desmentir e afirmar total confiança na sua farmácia. Um dos medicamentos denunciados como tendo sido trocado na farmácia nem sequer está a ser comercializado… Tiro de pólvora seca este, uma vez que, em circunstância alguma, o alegado medicamento poderia ter sido vendido… O bastonário da Ordem dos Médicos deve, por isso, um pedido de desculpas ao doente, às farmácias, aos farmacêuticos e ao público que enganou. Dito isto, olhemos a realidade e falemos verdade. Desde Junho de 2012 que a Lei – desde logo saudada e aplaudida pelas farmácias portuguesas – permite aos cidadãos optarem entre um medicamento genérico e um medicamento de marca. A partir daí, a despesa para o Estado e para os doentes reduziu 553 milhões de euros. Só em 2013, a opção por um medicamento genérico em vez do medicamento de marca permitiu poupar 303 milhões de euros. As farmácias portuguesas dispensam mensalmente, em média, 22,1 milhões de embalagens de medicamentos, dos quais 6,3 milhões são já de medicamentos genéricos.
Este progresso foi possível porque os doentes, os médicos, os farmacêuticos e as farmácias têm contribuído, em trabalho estreito e conjunto, para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e para a garantia de acesso da população aos medicamentos, apesar das dificuldades económicas e financeiras que continuam a afectar as farmácias em Portugal. São justamente essas dificuldades – aliadas a problemas manifestos no circuito de distribuição de medicamentos – que, em muitos casos, comprometem o serviço das farmácias aos doentes. O mesmo é dizer que muitos são os medicamentos que não chegam às farmácias. A título de exemplo, refira-se, que, na primeira quinzena de Setembro, as farmácias não conseguiram adquirir 2,3 milhões de embalagens de medicamentos. Estas quebras no abastecimento dizem respeito tanto a medicamentos de marca como a medicamentos genéricos. Todos os profissionais que trabalham no sector da Saúde conhecem esta realidade e têm cooperado no sentido de a ultrapassar. Os cidadãos confiam nas farmácias porque sabem que elas prestam o melhor serviço que podem nas circunstâncias actuais. Apesar das imensas dificuldades que atravessam, as farmácias continuarão a trabalhar, como estão a trabalhar actualmente, em benefício dos doentes e em articulação responsável com os médicos e com as instituições de saúde.
ENVIE UM SMS* PARA O Nº68632 COM O TEXTO: FARMÁCIA (espaço) (4 primeiros dígitos do CÓDIGO POSTAL). Serviço disponível 24h por dia. 7 dias por semana. *custo do SMS: 0,60€+IVA
Vírus
Será gripe ou constipação? A febre, a tosse e as dores musculares e articulares são alguns dos sintomas da gripe, facilmente confundida com a constipação. Aparece especialmente na época mais fria do ano e afecta mais as pessoas com sistema imunológico débil, como as crianças, as grávidas ou os idosos. É possível adoptar algumas medidas preventivas, porém a vacinação é a protecção mais eficaz contra a gripe. 10
Grupos de risco dada A vacinação é fortemente recomen : para as seguintes pessoas > Com 65 ou mais anos; e e com doenças > Com mais de 6 meses de idad ção, fígado cora , ões crónicas: Pulm que diminuam ções situa Outras , Diabetes , ou rins ; ções infec às a resistência ção gesta de tempo > Grávidas com superior a 12 semanas; > Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, ; nomeadamente em lares de idosos dada A vacina também está recomen entre e idad com a todas as pessoas os 60 e os 64 anos.
No Outono ocorre uma alteração na temperatura, mais brusca, a humidade aumenta e é inevitável o aparecimento de constipações e gripe. É com enorme facilidade que as doenças típicas da época mais fria do ano se transmitem, em especial nos espaços fechados e de reduzidas dimensões. Existem vários vírus que provocam sintomas relacionados com infecções respiratórias superiores como a obstrução nasal ou as dores de cabeça. Exemplo disso, são os vírus responsáveis pela gripe ou constipação, que por afectarem as vias aéreas facilmente se propagam, sobretudo nas escolas e nas creches, onde o contacto é propício à transmissão.
Os vírus que provocam a gripe e constipação A constipação é causada por diversos vírus, entre eles o adenovírus e o rinovírus. Já a gripe é provocada pelo vírus influenza. É a mutabilidade dos vírus influenza que leva a que se produza a vacina contra a gripe anualmente.
Embora se trate de duas infecções respiratórias, os sintomas entre a gripe e a constipação diferem consideravelmente. A gripe distingue-se por causar grande prostração, febre alta, dores de cabeça intensas, dores no corpo e tosse seca sendo que, para além disso, os sintomas da gripe têm um início súbito. Por outro lado, a constipação afecta sobretudo o nariz, provocando congestão nasal, dores de garganta e cabeça (mais ligeiras que na gripe), espirros e tosse com expectoração. Assim, a constipação comum diferencia-se da gripe pela ausência de alguns sintomas característicos desta, tais como febre alta, dores musculares intensas e cansaço. A gripe pode ainda evoluir para doenças como bronquite ou pneumonia, sendo os idosos e as pessoas que sofrem de doenças crónicas os mais susceptíveis para desenvolver complicações, ou agravar-se a doença pré-existente (ex.: asma, diabetes, doenças cardíacas), podendo levar ao internamento hospitalar. No que diz respeito ao vírus influenza, são conhecidos três tipos: A, B e C. O tipo A infecta seres humanos, suínos, cavalos e aves. É o mais frequente e aquele que está associado às epidemias mais graves e às pandemias. Quanto ao tipo B, infecta sobretudo as pessoas, mas também já foi isolado nos cães, gatos e porcos. Estes dois tipos são sazonais, sendo que os surtos ocorrem em especial nos meses frios do ano. O tipo C só infecta humanos e não causa nenhuma doença clinicamente relevante.
Vacina contra a gripe Por norma, a vacina contra a gripe fica disponível no mercado português no início de Outubro e está recomendada a todas as pessoas com risco de sofrer complicações após a gripe. Pode ser adquirida e administrada nas farmácias mediante apresentação de receita médica. A vacinação reduz a probabilidade de ter gripe e, se a pessoa vacinada for infectada com o vírus da gripe, a doença será mais ligeira e o risco de complicações será menor. É a principal medida preventiva sobretudo relativamente às complicações mais graves. Nos adultos saudáveis, a eficácia da vacina é de 70 a 90 por cento, desde que contenha estirpes virais idênticas às circulantes. Nos idosos, a vacinação reduz a morbilidade associada à gripe em 60 por cento e a mortalidade em 70 a 80 por cento. Apesar desta ajuda, é preciso não esquecer que este efeito preventivo apenas se verifica se a vacina for tomada com antecedência, pois são necessários 10 a 15 dias para que o efeito protector da vacina entre em acção. A vacina deve ser administrada todos os anos, devido 11
Vírus às mutações frequentes do vírus. Todos os anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma nova composição da vacina conforme os tipos de vírus que estão a circular a cada ano. A vacina é segura e, regra geral, causa apenas reações locais, nomeadamente dor e formação de nódulo no local da injecção. Podem igualmente ocorrer reacção de hipersensibilidade e gerais como febre. Caso tenha história de reacção alérgica grave a uma dose anterior da vacina ou se for alérgico à proteína do ovo fale com o seu médico ou farmacêutico. A vacina deve ser administrada anualmente, durante o Outono/Inverno, preferencialmente até Dezembro, podendo para o efeito dirigir-se à sua Farmácia.
Mais vale. prevenir E a principal e medida d ão preVenç ção é a vacina. anual
Soluções terapêuticas Repousar ajuda a restabelecer dos sintomas causados pela gripe ou pela constipação. O alívio dos sintomas consegue-se com a utilização de antipiréticos para a febre, analgésicos para as dores, ou alguns fluidificantes que facilitam a saída da expectoração. A hidratação é fundamental, porque se existe uma inflamação na mucosa e se esta está seca, a expectoração sai com maior dificuldade. Se for constipação, a situação normaliza-se habitualmente num prazo de 3 dias. No entanto, se for gripe pode demorar mais alguns dias, apresentando sintomas mais intensos nos primeiros 2-3 dias que atenuam ao fim de 5 dias. A maioria das pessoas recupera após 1 semana porém, a tosse e os sintomas de fadiga podem persistir cerca de 2 semanas.
Vírus
Conselhos para travar a transmissão O vírus da gripe transmite-se facilmente através de gotículas de saliva, expelidas através da tosse e dos espirros. Também se transmite por contacto directo, por exemplo, através das mãos contaminadas. A prevenção passa por adoptar certos comportamentos no dia-a-dia, como por exemplo: > Lavar as mãos com frequentemente com água abundante e sabão, principalmente depois de se assoar, espirrar ou tossir; > Em algumas ocasiões pode usar-se toalhetes ou soluções à base de álcool quando não for possível lavar as mãos;
> Evitar o contacto próximo com pessoas com sintomas de gripe; > Proteger a boca e nariz ao tossir e espirrar, com um lenço descartável ou com o antebraço; não utilize as mãos; > Evitar o contacto das mãos com os olhos, nariz e boca sem ter lavado as mãos; > Evitar a permanência em locais fechados, porque é favorecido o contágio; >Ter uma alimentação saudável rica em vitaminas, porque fortalecem o sistema imunitário; > Limpar mais frequentemente as superfícies ou os objectos mais sujeitos a contacto, tais como as maçanetas das portas, as torneiras, os teclados e os ratos de computadores.
Sintomatologia CARACTERÍSTICAS
GRIPE
CONSTIPAÇÃO
Início dos sintomas
Súbito
Gradual
Febre
Elevada
Baixa
Dores musculares
Intensas
Ligeiras
Fadiga
Intensa
Ligeira
Cefaleia
Intensa
Ligeira
Tosse
Comum (seca)
Comum (expectoração)
Congestão nasal
Por vezes
Comum
Espirros
Raros
Comuns
Complicações
Pneumonia, bronquite
Sinusite, otite
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Alimentação
Legumes na hora da refeição
É certo e sabido que muitas crianças torcem o nariz quando na refeição se incluem legumes e vegetais. Ou porque é verde, ou porque é amargo, ou porque tem uma textura esquisita, razões há muitas para esta aversão que é preciso saber contrariar de uma forma positiva. Porque os legumes, essenciais para um desenvolvimento saudável, também podem ser divertidos no prato. Para a maioria das crianças os legumes são a pior coisa que lhes podem pôr no prato. Torcem o nariz, fazem “birra”, enfim, fazem todos os truques para vencer os pais pelo cansaço e para que os legumes fiquem na borda do prato. Uma atitude comum, pois se até por volta dos dois anos de idade as crianças não costumam oferecer resistência a este tipo de alimentos – por estarem habituadas ao consumo de batatas, cenouras, espinafres, entre outros legumes, em forma de sopa ou papa – quando chega a hora de os consumir na sua textura natural estranham e rejeitam. É aqui que entra a responsabilidade dos adultos que devem ensinar os mais pequenos a gostar de legumes, embora sem forçar. Há maneiras divertidas e saborosas de os incluir nas refeições que devem ser momentos agradáveis em família e não um “campo de batalha”, saiba como. 16
Dê o exemplo à mesa
Seja o primeiro a dar o exemplo, só assim as crianças vão respeitar o que lhes diz. Coma também legumes e fruta durante a sua refeição, demonstrando prazer nisso. E não prepare para a restante família refeições diferentes das que gostaria que a sua criança ingerisse. Se ela vir toda a família a comer legumes, mais tarde ou mais cedo irá fazer o mesmo.
Seja paciente
Não desista e tenha muita paciência. Muitas crianças têm um nível de aceitação dos legumes bastante lento e demora tempo até se habituarem ao sabor e textura. Convença a sua criança a comer pequenos pedaços de legumes diariamente, para começar bastará um ou dois, até chegar o dia em que ela se irá habituar e passar a comer a porção por inteiro. Por isso não desista, um pequeno pedacinho hoje pode ser a refeição inteira amanhã.
Faça da refeição um momento divertido em que todos participam
Envolvimento é a palavra certa para tornar mais fácil a aceitação dos legumes. Faça de todos os passos da preparação de uma refeição um jogo divertido em que as crianças possam participar. Por exemplo, na hora das compras, explique o que vai comprar e como o vai cozinhar e deixe a sua criança escolher alguns legumes ou frutas especialmente. Quando estiver a preparar a refeição deixe a criança fazer parte do processo – sempre com a sua supervisão – dê-lhe alguns legumes para ela partir com as mãos, por exemplo.
O segredo está na diversidade
Seja criativo. Comer legumes sempre da mesma maneira não é nada atractivo ao paladar. Faça misturas com alimentos preferidos pelos mais pequenos, como por exemplo massa. Faça um molho com diversos legumes e incorpore-o na massa. Assim a criança estará a comer uma enorme variedade de vegetais sem se aperceber.
Comer legumes dá saúde e faz crescer Os legumes e as frutas são das melhores dádivas da natureza para a saúde. Coloridos e de diferentes sabores e texturas, os legumes fornecem muitos nutrientes vitais para o funcionamento do nosso organismo, em especial no processo de desenvolvimento das crianças. Os legumes fornecem vitaminas, minerais e fibras, das quais são de destacar a vitamina A, C e vitaminas do complexo B, e os minerais cálcio, ferro, potássio e magnésio. De forma geral todos os legumes possuem poucas calorias e devido às fibras presentes ajudam no trânsito intestinal. E ainda ajudam a prevenir e a combater doenças.
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Guloseimas não são recompensa
É natural querer recompensar as crianças quando estas comem tudo o que está no prato para as motivar. Mas é um erro que esse prémio seja uma guloseima ou uma sobremesa que não seja saudável. Em vez de estar a incentivar para o consumo de alimentos saudáveis, está a fazer o inverso. Porque não terminar a refeição com a fruta preferida dos mais pequenos, é sempre saudável e saborosa.
Tosse
Reacção natural ou talvez não A tosse e a rouquidão são “lugar-comum” na época fria do ano. Existem diferentes tipos de tosse, que podem representar patologias distintas. Convém, portanto, ter atenção pois o simples acto de tossir pode também ser sinal de algumas doenças graves. Tal como o espirro, a tosse é um mecanismo de defesa natural, um reflexo que resulta da tentativa do organismo expulsar um corpo estranho que o está a agredir ou a provocar irritação. Esta expulsão súbita do ar dos pulmões é regra geral acompanhada de ruído e causada por um estímulo irritante nas células da garganta, laringe, traqueia ou pulmões. Quando persistente, pode causar dores de cabeça ou perturbar o sono. Em muitos casos, a tosse surge na sequência de gripe ou constipações, mas também pode resultar de outras infecções respiratórias. Pode sofrer um agravamento com factores como o tabagismo, por exemplo. Contudo, tossir pontualmente é até normal. Pode, por exemplo, ser uma reacção a uma substância estranha que entrou nas vias respiratórias, como pó, pólens ou fumo dos escapes. A tosse é denominada produtiva, quando é acompanhada de expectoração, e seca quando não há expectoração. Seca ou produtiva, a tosse é sempre um sintoma e não uma doença. Se for muito espessa torna-se difícil de expelir e, se ficar retida nas vias respiratórias, pode causar dificuldades respiratórias e pode inclusive dar origem a pneumonia, em indivíduos mais debilitados. Se persistir, não é bom sinal e pode em alguns casos significar a existência de uma doença grave como o cancro. 20
Tipos de tosse Aguda > geralmen te tem a duração de três semanas e co stuma estar associada a gripe, constipação e outra s infecções virais do aparelho respiratório . Sub-aguda > pode prolongar-se de trê s até oito semanas e pode derivar de sinusite bacteriana, asma ou infecção respiratória . Crónica > costum a durar mais de oito semanas e é muito comum nos casos de bronqu ite, doença do refluxo gastroeso fágico ou síndrome de rinorre ia posterior.
Tosse Origem da tosse A etiologia da tosse é múltipla e apenas determinada mediante o historial clínico e exames complementares de diagnóstico. Tabagismo, alergias, infecções bacterianas ou virais, poluição atmosférica, inalação de corpos estranhos, bronquite crónica, asma, tumores pulmonares, laringite, aumento dos adenóides (caso em que a tosse é preferencialmente nocturna) ou sinusite crónica são algumas causas da tosse. Na origem desta podem igualmente estar envolvidos mais do que um factor. O corrimento nasal posterior pode ser uma das possíveis causas da tosse. Isto porque as secreções que não são expelidas pelo nariz podem acumular ao ponto de atingirem a garganta e dessa forma accionar o mecanismo de reacção, ou seja, a tosse. A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas cujos sintomas podem ser agravados com a mudança de temperatura, com o aparecimento de uma infecção nas vias respiratórias ou com a exposição a produtos químicos. A tosse surge, pois, como um dos sintomas. O mesmo pode aplicar-se a outras doenças alérgicas como a rinite ou a sinusite. A doença do refluxo gastroesofágico acontece porque o conteúdo ácido do estômago sobe para o esófago, causando danos na mucosa gastroesofágica. A constante irritação pode provocar tosse crónica que, por sua vez, pode agravar o refluxo gastroesofágico. As infecções respiratórias constituem outra causa da tosse. Um indivíduo pode continuar a tossir mesmo depois de desaparecerem os sintomas de uma constipação, gripe ou pneumonia. Existem ainda alguns fármacos destinados ao tratamento da hipertensão que podem provocar episódios de tosse como efeito secundário em certas pessoas. A bronquite crónica integra a listagem das causas, afinal trata-se de uma inflamação que afecta os brônquios e que pode causar congestionamento nasal, falta de ar e tosse.
Soluções terapêuticas Por ser um mecanismo de defesa natural, em geral, a tosse não deve ser suprimida. O importante é tratar a doença que a provoca. Contudo, existem algumas medidas que podem proporcionar alívio. Se a tosse for ligeira e passageira, é possível obter aconselhamento junto de um farmacêutico, uma vez que existem produtos específicos para o alívio rápido dos sintomas. 22
É fundamental ter atenção à especificidade e duração da sintomatologia. Quando a tosse é ocasional e dura até 3 semanas considera-se aguda, por outro lado, quando se prolonga por mais de 3 semanas considera-se tosse crónica. O aparecimento de febre alta, dor torácica e dificuldade respiratória, são sinais de alerta e obrigam a uma consulta médica. Para além destes sintomas, é fulcral analisar o aspecto das secreções (muco de cor amarelada ou esverdeada) e, sobretudo, se surgem acompanhadas com sangue. As soluções terapêuticas incidem principalmente na causa da tosse e são indicadas também com base na descrição que o doente faz dos seus próprios sintomas. Assim, consoante o quadro clínico, o médico pode prescrever anti-inflamatórios que debelam a inflamação, antibióticos (em caso de infecção bacteriana), antialérgicos se a origem da tosse for alérgica, mucolíticos para tornar a expectoração mais fluída e antitússicos para suprimir a tosse, estes últimos de utilização sempre esporádica e em situações bem identificadas visto que, tal como referido acima, o reflexo da tosse não deve á partida ser suprimido.
Alívio rápido Existem algumas medidas de auto-cuidado que proporcionam alívio: > Beber muita água para manter o organismo hidratado; > Tomar chá com limão e mel para lubrificar as vias respiratórias; > Chupar rebuçados, preferencialmente sem açúcar, para ajudar a reduzir a irritação; > Se houver expectoração, ajuda fazer vapores húmidos, para fluidificar as secreções e facilitar a sua expulsão; > Evitar fumar e estar em ambientes com fumo; > Elevar a cabeceira da cama, pois pode ajudar a aliviar a tosse seca durante a noite.
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Dossiê Dores Reumáticas
SAÚDE DAS ARTICULAÇÕES Lesões na cartilagem podem resultar em dores nas articulações. Na maioria dos casos são parte integrante do envelhecimento. É, no entanto, possível minorar este quadro e conseguir um melhor funcionamento das articulações. A cartilagem diferencia-se dos outros tecidos do corpo humano por não ter vasos sanguíneos. Os nutrientes de que necessita são transportados através de um mecanismo específico denominado difusão, o qual pode ser comparado a uma esponja que absorve líquidos libertando-os no tecido cartilaginoso. Ou seja, a cartilagem recebe a maior parte dos nutrientes para reparação através de um líquido existente no interior da cápsula articular denominado líquido sinovial e que, além disso, funciona como um lubrificante. A cartilagem necessita de um aporte constante de nutrientes, essenciais para os mecanismos de produção e reparação responsáveis pelo bom funcionamento dos tecidos. Tal como acontece com outros órgãos, este processo de manutenção do tecido cartilaginoso pode sofrer alterações provocadas por vários factores, entre eles o envelhecimento. E, no que à cartilagem diz respeito, pode manifestar-se com dores nas articulações.
Solução para as dores As dores nas articulações surgem, geralmente, nas pessoas mais idosas mas também podem aparecer mais 24
cedo. A osteoartrose é uma doença caracterizada pela degradação gradual da cartilagem articular que eventualmente pode causar dor e a deterioração do funcionamento das articulações. A descida da temperatura ou a humidade podem contribuir para um agravamento da situação. Existem, por seu turno, formas de melhorar esta situação, recorrendo a substâncias semelhantes às que existem no nosso organismo. Alguns estudos apontam para benefícios da combinação de substâncias como a glucosamina e a condroitina, ao nível do alívio das dores articulares e do melhoramento do funcionamento das articulações. Estas duas substâncias são naturais e constituintes importantes da cartilagem e alguns especialistas indicam que podem inclusive ajudar a reconstruir parte dos tecidos danificados. As pesquisas apontam ainda que a dose aconselhada de glucosamina é de 1500 mg por dia, administrada uma vez por dia durante um período de 4 a 12 semanas. Tanto a glucosamina como a condroitina são parte natural da bioquímica corporal e talvez por isso apresentem poucos efeitos secundários relacionados com o seu uso. Contudo, para obter mais informações, é importante consultar o seu médico assistente ou solicitar o aconselhamento do seu farmacêutico.
Dossiê Dores Reumáticas
A importância de controlar a dor O reumatismo não é uma doença, mas sim um conjunto de mais de 200 patologias que provocam dor ou incapacidade funcional nas articulações, nos ossos, nos músculos ou nos tendões. Estas doenças, por si só, raramente são fatais, mas são a principal causa de incapacidade laboral e afectam indivíduos de todas as idades. Raramente se podem curar as doenças reumáticas, e o melhor remédio é mesmo preveni-las. Uma alimentação equilibrada e rica em cálcio para tornar os ossos mais fortes e exercício físico regular – praticar exercício regularmente ajuda a reduzir a possibilidade de contrair lesões, são as melhores formas de prevenção da osteoporose, por exemplo. As doenças reumáticas não pressupõem uma causa única e os principais sintomas são dor, inflamação, rigidez, limitação dos movimentos e deformação das articulações.
Não matam, mas moem. As doenças reumáticas são também a causa de maior absentismo laboral, responsáveis por gran26
de número de baixas ou reformas antecipadas. Muitas vezes incapacitantes se não controladas, actualmente existem terapêuticas recomendadas e adequadas para cada tipo doença, com um resultado muitas vezes surpreendente. A mais comum das doenças reumáticas é a osteoartrose ou simplesmente artrose – afecta sobretudo indivíduos a partir da meia-idade e tem impacto nas articulações. O pescoço, a região lombar, os joelhos, as ancas e as articulações dos dedos são as zonas mais atingidas, em particular articulações que já estejam traumatizadas por traumatismos anteriores ou sobrecarga, devido ao excesso de peso. A osteoartrose também pode ter uma tendência hereditária. A osteoporose é caracterizada pela diminuição progressiva da densidade dos ossos, conduzindo ao seu enfraquecimento e tornando-os mais vulneráveis a fracturas. Evolui lenta e silenciosamente, o que significa que o osso vai enfraquecendo sem que haja queixas, pelo que normalmente é uma fractura por uma queda que denuncia a osteoporose.
Dossiê Dores Reumáticas
Melhore o seu bem-estar estilo de vida > Procure um ício físico ratique exerc p e l ve á ud sa as e ão aos sintom > Preste atenç ada nd e m o utica rec siga a terapê tratar is cedo se se a m o nt ua Q > danos frimento e os so o é r no e m es. nas articulaçõ
Já a artrite reumatóide afecta tanto idosos como indivíduos mais jovens e algumas formas de artrite juvenil afectam também crianças. Dor, calor e inchaço são os sintomas mais frequentes desta doença. A longo prazo ocorrem danos nas cartilagens, nos ossos, nos tendões e nos ligamentos. O tratamento das doenças reumáticas passa, inevitavelmente, pelo recurso a analgésicos e a anti-inflamatórios não-esteróides. Estes medicamentos permitem manter a dor e a inflamação sob controlo, mantendo uma razoável capacidade funcional dos doentes e melhorando significativamente a qualidade de vida. O exercício físico é fundamental para estimular a flexibilidade dos músculos e articulações e a resistência do esqueleto. Palmilhas ortopédicas, joelheiras, ligaduras e talas são exemplos de outras terapêuticas a associar aos medicamentos, mas o seu uso deve sempre ser aconselhado pelo seu técnico especializado e experiente ou por um profissional de saúde. Para além do tratamento dos sintomas, tem primordial importância o tratamento de fundo que age sobre a causa da doença e que é normalmente específico para cada tipo de doença reumática. É nestes pontos que a consulta do reumatologista faz toda a diferença.
Proteja as suas articulações Para evitar ou diminuir a pressão nas articulações deve adoptar alguns hábitos que fazem a diferença, como emagrecer, se tiver excesso de peso, distribuir peso que carrega de forma equilibrada por ambos os braços, adaptar os utensílios de trabalho ou lazer à sua altura, dormir num colchão firme, de preferência de costas e sem almofada ou com um pequeno rolo debaixo do pescoço, usar calçado confortável e com sola de borracha que permite absorver melhor os impactos e irregularidades do terreno, como um bom par de sapatilhas de ténis.
Faça exercício Faça exercício moderado de forma regular. A prática de exercício fortalece os músculos e os ossos, aumenta a flexibilidade, ajuda a manter um peso adequado, o coração e pulmões saudáveis e proporciona uma sensação de bem-estar geral. Quando feitos na água, os exercícios têm os mesmos benefícios, com a vantagem de que o impacto sobre a articulação e a agressão na sequência de movimentos eventualmente mal executados é reduzido.
E repouse quando necessário Se uma articulação manifestar sinais de inflamação – apresentando-se quente, dolorosa e/ou inchada – repouse, intercalando com leves exercícios de alongamento (que devem ser recomendados por profissionais especializados). 28
PUBLIREPORTAGEM
Saúde em si te E x p e r im e n a t r e a of s E l á s -Tic ita a íd in c l u n e s ta r e v is ta .
dores musculares, dores articulares, dores pós-traumáticas
Recupere a sua liberdade Todos experimentamos a dificuldade de movimentos devido a problemas nas articulações, espasmos musculares ou lesões traumáticas (quedas, pancadas, etc). Nesses momentos, à parte de uma atenção médica mais cuidada, o essencial é recuperar a habitual mobilidade e qualidade de vida.
Previna-se Um factor de risco para as articulações, eventual lesão física/desportiva ou queda, é o excesso de peso. Adopte desde cedo uma dieta alimentar ajustada ao seu ritmo e mantenha o peso ideal. Pratique uma actividade física conforme a sua idade e condição. Além de contribuir para um peso correcto, o exercício certo favorece a saúde dos ossos, músculos e articulações, dando-lhes força e elasticidade. E, claro, traz benefícios ao nível cardiovascular, respiratório e cerebral. Atente ainda nas posturas. Se trabalhar sentado, levante-se regularmente. Se tiver de movimentar pesos, faça-o correctamente.
Combater a dor Mesmo com uma atitude preventiva, e sem diagnóstico de um problema mais sério, as acções do quotidiano são propensas à lesão e à dor. Pelo envelhecimento e desgaste natural do organismo,
pelo desconforto gerado por movimentos repetitivos, por um exercício físico menos correcto ou por um acidente fortuito. Nestes episódios de dor moderada a ligeira, o primeiro recurso passa habitualmente por um fármaco de uso tópico (creme - gel - pomada), com acção analgésica e anti-inflamatória. Há no mercado diferentes opções, de síntese química ou origem natural mas, geralmente, de venda livre (MNSRM). Aconselhe-se junto do seu farmacêutico sobre qual o anti-inflamatório tópico recomendado, sem efeitos sistémicos conhecidos na utilização prolongada ou frequente. Se os sintomas persistirem, consulte um médico. Dados do Estudo de Saúde Selecções* registam a existência de problemas de artrite em 12% dos lares. 59% dos participantes no questionário tinham sofrido, nos 12 meses anteriores, episódios de dores musculares e/ou de costas. *Questionário online dirigido a um painel de 18.786 clientes Reader’s Digest em Portugal. Taxa de resposta de 10%. Tratamento e processamento de dados - Nielsen. Julho 2012.
Diálogo do consumidor
Foto: Nuno Antunes
AS INFECÇÕES VAGINAIS:
Mário Beja Santos
O QUE O FARMACÊUTICO DEVE DIZER À SUA UTENTE
O que são e como se manifestam A vagina é um órgão genital interno com características anatómicas e fisiológicas muito próprias que a protegem da agressão de fungos, bactérias e outros agentes infecciosos. Importa dizer que este sistema de defesa natural depende em grande medida de bactérias saprófitas que ai “vivem” habitualmente e que contribuem para evitar o desenvolvimento dos microrganismos responsáveis pelas infecções (como bactérias, fungos, tricomonas, etc). Importa igualmente esclarecer que o equilíbrio da flora vaginal é determinado por um conjunto de factores com destaque para: a idade da mulher, a fase do ciclo menstrual em que esta se encontra, se tem ou não actividade sexual, os hábitos de higiene e a toma de determinados medicamentos. Na verdade, situações como a toma da pílula, gravidez, menopausa ou uma higiene íntima insuficiente ou excessiva podem perturbar o equilíbrio da flora vaginal, enfraquecendo as defesas contras agressões externas. As infecções vaginais mais comuns são a vaginose (ou vaginite) bacteriana, a candidíase vulvovaginal e a tricomoníase. A vaginite bacteriana é a infecção mais comum na mulher em idade fértil. Cerca de metade das mulheres com esta infecção vaginal não apresenta sintomas mas, nas restantes, pode haver corrimento cinzento ou amarelado com cheiro desagradável a “peixe”, ardor e vermelhidão local, irritação, dor durante ou imediatamente após as relações sexuais, entre outros sintomas. Trata-se com antibióticos prescritos pelo médico, após diagnóstico. A candidíase vulvovaginal é uma infecção provocada por um fungo. É hoje aceitável que o tratamento de situações não complicadas seja feito com o recurso a
medicamentos não sujeitos a receita médica. A candidíase vulvovaginal é uma infecção muito frequente, havendo dados que indicam que cerca de 75% das mulheres têm pelo menos uma infecção durante a sua vida, sendo que menos de 5% têm infecções recorrentes. A predisposição para o desenvolvimento de candidíase, ou seja, a facilidade com que surge a infecção pode estar relacionada com a toma de contraceptivos orais com elevadas doses de estrogénios, antibióticos e imunossupressores, com situações como a diabetes e em casos mais graves com a SIDA. A mulher grávida pode também estar mais predisposta para ocorrência da candidíase vulvovaginal. Esta infecção não é habitualmente transmitida por via sexual, contudo pode haver contágio do parceiro pelo que ambos devem receber tratamento com medicamentos antifúngicos e utilizar preservativo enquanto a infecção estiver presente. A tricomoníase é uma doença de transmissão sexual, afectando a vagina e uretra e é causa por um protozoário. Os sintomas incluem: corrimento amarelo/ esverdeado espumoso com odor desagradável, prurido, irritação, dor vulvar e dor durante a relação sexual. É uma doença sexualmente transmissível por isso é necessário tratar o homem e a mulher, e usar preservativo nas relações sexuais enquanto houver infecção.
A importância da higiene íntima Para a manutenção da integridade das propriedades vaginais, impõem-se cuidados de higiene diários mas sem exageros, isto é, as lavagens excessivamente frequentes (mais de três vezes por dia) e o uso habitual de desinfec-
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tantes na água de lavagem ou em toalhetes destroem o equilíbrio da flora bacteriana protectora da mucosa vaginal, favorecendo a ocorrência de infecções. Daí a extrema importância em seguir vários conselhos práticos: > Lave os órgãos genitais só com água e sabão suave; > Faça uma a três lavagens íntimas por dia, dependente do clima, actividade física e doenças associadas; > Não faça duches vaginais, pois podem “irritar” a vagina e promover o desequilíbrio da flora vaginal normal; > Não use por hábito toalhetes e desodorizantes íntimos, pois contribuem para secar a região vaginal, devem ser reservados para situações excepcionais como viagens; > Lave-se e limpe-se sempre na direcção da vagina para o ânus, de modo a evitar que a flora intestinal entre em contacto com a região genital; > Use preferencialmente roupa interior de algodão; > Evite roupas apertadas, pois favorecem o desenvolvimento de infecções; > Use produtos de higiene íntima, apenas mediante indicação médica ou farmacêutica.
Noções elementares dos tratamentos das infecções vaginais No caso dos sintomas vaginais serem acompanhados por outros, tais como febre, dor abdominal, diarreia, ulceração na região genital, a mulher deve ser observada pelo médico e, em caso algum, se deve automedicar. Qualquer que seja a infecção vaginal, impõe-se que a terapêutica instituída pelo médico ou recomendada pelo farmacêutico seja realizada integralmente. O tratamento pode ser feito com medicamentos de aplicação vaginal ou tomados por via oral. A duração do tratamento é variável, podendo ser de um, três, sete ou mais dias, conforme o tipo de infecção diagnosticada. Os medicamentos, as doses prescritas e a via de administração também diferem consoante o tipo de infecção. É normal, em tratamentos de vários dias, que os sintomas desapareçam logo de início, o que não significa
que a infecção esteja curada. Isto para chamar a atenção que se o tratamento não for efectuado durante o período de tempo recomendado, mais cedo ou mais tarde a infecção pode voltar a manifestar-se. O tratamento por via vaginal pode ser feito com óvulos, comprimidos vaginais ou creme. Não é raro associar-se o creme às outras formas farmacêuticas. É geralmente recomendado que sejam aplicados à noite, antes de deitar para reduzir o desconforto e evitar “perdas” do medicamento devido à postura vertical. A aplicação deste tipo de medicamentos requer algumas regras simples mas indispensáveis, pelo que deve pedir ao seu farmacêutico explicações sobre a melhor forma de o fazer. Os medicamentos de aplicação vaginal podem ser responsáveis por alterações do látex dos preservativos, razão pela qual o uso destes pode deixar de ser efectivo na protecção uma gravidez não desejada, se forem utilizados durante o período de duração do tratamento vaginal destas infecções, e mesmo alguns dias após, pelo que deverão ser tomadas medidas contraceptivas adicionais ou utilizar preservativos de poliuretano.
Tire partido do aconselhamento farmacêutico Na presença de sintomas sugestivos de uma infecção vaginal, deve aceitar as recomendações do seu farmacêutico quando este a encaminhar para o médico. Convém ter sempre presente que nem todas as infecções vaginais podem ser tratadas em automedicação. Se apresentar sintomas que sugiram uma candidíase que já tenha sido diagnosticada pelo médico, poderá efectuar um tratamento em automedicação desde que não esteja grávida, tenha mais de 12 anos, não tenha tido mais de quatro infecções por ano e não tenha febre, dores abdominais, entre outros sintomas. Peça sempre informações ao seu farmacêutico relativamente aos cuidados a ter com a aplicação vaginal dos medicamentos. Qualquer que seja a modalidade do tratamento, siga-o durante o tempo recomendado pelo médico ou pelo farmacêutico, mesmo que os sintomas tenham desaparecido. A prevenção das infecções vaginais passa também pelos cuidados de higiene. Oiça atentamente o que o farmacêutico tem para lhe dizer sobre estes cuidados de limpeza. Algumas infecções vaginais obrigam ao tratamento do parceiro sexual. Informe-se junto do seu farmacêutico ou do seu médico. 31
Produtos
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Inspire e expire Chegou Outubro.
Jaime Pina
Não se esqueça da vacina contra a gripe!
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Todos os anos, com a chegada do tempo frio chegam, também, os vírus Infuenza responsáveis pela gripe. E, muitas vezes, chegam com surpresas desagradáveis. Foi o que aconteceu em 1917, 1957, 1968 e 2009. Nestes anos, o mundo foi visitado por estirpes virais novas que deram origem a pandemias gripais, que varreram todo o mundo com consequências variáveis. De facto, na primeira daquelas datas, um novo vírus H1N1 deu origem àquela que foi considerada a mais grave pandemia da História da humanidade, tendo morrido cerca de cem milhões de pessoas. Estava decorrer a 1.ª Guerra Mundial e, nas trincheiras, morria-se mais de gripe do que da guerra. Felizmente que as pandemias gripais de 1957 (gripe asiática) e de 1968 (gripe Hong-Kong) foram bem mais benignas. Em 2009 fomos visitados por uma nova estirpe do vírus Infuenza - AH1N1 - que deu origem à primeira pandemia do século XXI. Felizmente que, ao contrário do que se chegou a prever, o vírus evidenciou baixa agressividade, dando lugar a impactos não muito diferentes daqueles que são os verificados todos ao anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, anualmete a gripe afecta 10-20% da população mundial, cerca de 10% de adultos e 1/3 de crianças, com resultados importantes. Todos os anos morrem cerca de meio milhão de pessoas com gripe, sendo o número de óbitos estimado para o nosso país de 1.200-1.800. Sendo a gripe uma doença prevenível através da vacinação, é importante definir quais os principais grupos prioritários para essa vacinação. E os mais importantes são os seguintes: • Pessoas com idade igual ou superior a 65 anos; • Doentes respiratórios crónicos (por exemplo, asma sob terapêutica, DPOC, fibrose quística, bronquiectasias, etc.); • Outros doentes crónicos: cardiovasculares, renais, hepáticos, hematológicos, com diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2 sob tratamento e obesidade mórbida; • Doentes transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea;
• Doentes com depressão da imunidade, quer devida a doença (por exemplo infecção pelo VIH ou ausência de baço), quer devida a tratamentos (medicamentos anti-cancerosos, fármacos pós-transplante, corticóides, etc.); • Doenças neuromusculares, desde que haja atingimento da função respiratória, dificuldades na eliminação das secreções brônquicas ou risco de aspiração das mesmas; • Pessoas institucionalizadas, por exemplo, residentes em lares da 3.ª idade, ou que se encontram por períodos prolongados em instituições prestadoras de cuidados de saúde, como centros de reabilitação, diálise, etc.; • Mulheres grávidas, que no mês de Outubro se encontrem no 2.º ou 3.º trimestre da gravidez, e que tenham risco acrescido de vir a sofrer de complicações da gripe • Crianças e jovens (dos 6 meses aos 18 anos) a fazer tratamentos prolongados com Aspirina® ou derivados. Estes doentes têm risco de desenvolver uma inflamação no cérebro (Síndroma de Reye) após a infecção gripal. • Cuidadores de crianças que tenham risco elevado de desenvolver complicações pós-gripais mas que, pela sua idade (inferior a 6 meses), não podem ser vacinadas. • Os profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados (domiciliários ou em instituições), não só pelo maior risco de contraírem gripe, como o de a transmitirem aos doentes que tratam ou cuidam. A mesma perspectiva para todos aqueles que têm de frequentar instituições em que se verifica grande concentração de pessoas: hospitais, lares, escolas, prisões, e outros. A vacina, que está contraindicada em crianças com menos de 6 meses e nas pessoas alérgicas às proteínas do ovo, é, presentemente, gratuita para a população idosa e administrada, igualmente de forma gratuita, na maioria das farmácias. Se pertence a um dos grupos prioritário acima referidos, fale com o seu médico e vacine-se.
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