Fibra, 11

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Director: Hermínio Santos

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Mensal

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Ano I

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N.º 11

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Novembro de 2011

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8 euros

O novo agregador das comunicações

João Lima Antunes director da Sony Europa em Lisboa

Aposta nos conteúdos Pág. 30

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Para a Itautec, Portugal é um bom incubador, “seja de ideias, seja de soluções”, e um “bom medidor, um bom laboratório”, porque procura inovação e produtividade nas suas lojas. Quem o diz é Miguel Major, 40 anos, director-geral da Itautec, empresa do grupo brasileiro Itaúsa, que detém o banco Itaú, e que está no nosso País há 20 anos e é especialista em soluções de automatização

O conceito foi introduzido no mundo empresarial pela Toyota mas hoje são várias as organizações que o aplicam nas suas actividades. Em Portugal, a Espírito Santo Informática é um dos exemplos do sucesso do Lean IT, “que tem como objectivo melhorar a gestão de equipas de TI da empresa”, diz Paulo Guedes, administrador da empresa

Miguel Major, director-geral da Itautec

Portugal é um bom laboratório

Aumentar a produtividade com o Lean IT



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Destaques

EDITORIaL

Vários futuros em Portugal O novo agregador das comunicações

Director-geral João David Nunes jdn@briefing.pt Director Hermínio Santos hs@briefing.pt Directora de Arte Patrícia Silva Gomes psg@briefing.pt Editora Executiva Fátima de Sousa fs@briefing.pt Coordenador Online Filipe Santa-Bárbara fsb@briefing.pt Redacção Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa Directora de Marketing Maria Luís T. 961 571 629 ml@briefing.pt

Numa altura em que o futuro, em Portugal, quer dizer pessimismo, algumas empresas teimam em traçar outros rumos. Neste número do Fibra contamos os exemplos da Itautec, dos CTT e da Espírito Santo Informática. A primeira, ligada ao grupo brasileiro Itaú, cresce em 2011, tal como tem acontecido nos últimos anos. “Crescer dois dígitos não é habitual nos dias de hoje”, reconhece o director-geral. A explicação está nas soluções que propõe aos seus clientes, maioritariamente na área da banca e do retalho, e no à-vontade dos portugueses com a tecnologia, que o mesmo interlocutor retrata como uns “adeptos ferrenhos da inovação”. Os CTT são um bom exemplo desta costela inovadora lusitana. Em Setembro, inauguraram uma estação totalmente automática e que funciona 24 horas. É a verdadeira estação de Correios do futuro, que muda procedimentos e rotinas, provoca um novo posicionamento da marca e abriu portas à inovação nacional pois o projecto contou, ao nível dos sistemas de informação, com a colaboração de duas empresas portuguesas. Num outro plano, o da gestão, a Espírito Santo Informática “inspirou-se” num método inicialmente desenvolvido pela Toyota para o aplicar ao seu dia-a-dia com o objectivo de aumentar a produtividade e eliminar o desperdício. Chama-se Lean IT e é hoje uma ferramenta indispensável na motivação e gestão de equipas. Estes três exemplos mostram que apesar da descrença, das turbulências da dívida e das más notícias que nos chegam da Europa, Portugal tem várias luzes ao fundo do túnel e que brilham intensamente.

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InTERnET

A nova bandeira da Roménia

Distribuição por assinatura Preço: 85€ (12 edições) assinaturas@briefing.pt Tiragem média mensal: 2.500 ex. Depósito legal: 321206/10 N.º registo ERC: 125953

Como é que uma empresa de um pequeno país pode ultrapassar preconceitos e ser bem sucedida a nível global? A resposta está na BitDefender, cujas soluções de segurança informática são conhecidas mundialmente. Florin Talpes, ceo da empresa, explicou ao Fibra como é que da Roménia se conquista o mundo.

Editora Enzima Amarela - Edições, Lda Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 • F. 210 435 935 fibra@briefing.pt • www.fibra.pt

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Propriedade Boston Media – Comunicação e Imagem, SA Impressão: Sogapal, Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo 2730-120 Barcarena

Comunicação, Design e Multimédia Av. Marquês de Tomar, 44-7 1050-156 Lisboa Tel: 217 957 030 geral@motioncreator.net

PaSSEIO PÚBLICO

O alemão de Carcavelos

Tem 46 anos, nasceu e viveu na Alemanha durante muitos anos mas, em 1999, decidiu fixar residência em Portugal. A culpa foi da mulher, uma portuguesa que conheceu em 1986. Apreciador do peixe português e dos passeios de bicicleta no Guincho e em Sintra, Nicolai Kollock foi quem lançou em Portugal uma marca que mudou a forma como os portugueses olhavam o acesso à internet através da rede eléctrica.

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InOVaÇãO

CTT escrevem o futuro

PRODUTORA DE AUDIOVISUAIS Rua Luis Simões, 14 | 2745-033 Queluz Tel: 214 348 010 www.comsom.tv

RAMONDEMELO PHOTOGRAPHY

www.ramondemelo.com

Rua Luz Soriano, 67-1º E Bairro Alto 1200-246 Lisboa - PORTUGAL www.who.pt// contacto@who.pt O novo agregador das comunicações

Em Setembro, os CTT mostraram à cidade de Lisboa a estação de Correios do futuro. Foi um modelo totalmente idealizado e elaborado de raiz por técnicos da empresa, que lhe chamam um “paradigma do futuro”. Funciona 24 horas por dia, é totalmente automatizada e uma revolução ao nível de processos operacionais. Novembro 2011

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IntErnEt

Proteger a marca online Ao desenvolver e planear uma estratégia de gestão de presença online, a empresa potencia o desenvolvimento de novos canais de comunicação, originando fontes de receita adicionais Hoje em dia é essencial que as empresas reconheçam a importância da protecção do seu nome/marca, como um património fundamental para estabelecer a sua identidade na Internet e que tem de ser defendido. Para os negócios que lidam com marcas, especialmente internacionais, a responsabilidade da sua protecção aumentou dramaticamente. Neste sentido, não proteger um espectro significativo e importante como os domínios relacionados com a actividade do negócio poderá ter consequências incalculáveis. Ao desenvolver e planear uma estratégia de gestão de presença online, a empresa reduz não só este risco, como potencia ainda o desenvolvimento de novos canais de comunicação, originando fontes de receita adicionais. Especialmente, se pensarmos nos elevados valores gastos anualmente pelas empresas no desenvolvimento e criação de valor do nome/marca. Este plano/estratégia terá de considerar o maior número possível de extensões para nomes de domínios relacionados com a identidade da empresa, projectos desenvolvidos ou em carteira, que tenham relevância estratégica para a mesma - sejam estas extensões de carácter genérico (gTLDS) ou regional (ccTLDS). Desta forma, a empresa consegue antecipar a respectiva protecção desses nomes nas extensões e evitar abuso de notoriedade por terceiros. Caso tal protecção não esteja assegurada, abre-se uma porta aos “traficantes” de nomes de domínios na Internet, que podem antecipar ou garantir o registo de domínios. Domínios esses que acabam por expirar por esquecimento da empresa e que atraem as acções de especulação devido à actividade de tráfego e pesquisa desses nomes, 4

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“Para os negócios que lidam com marcas, a responsabilidade da sua protecção aumentou dramaticamente. Neste sentido, não proteger um espectro significativo e importante como os domínios relacionados com a actividade do negócio poderá ter consequências incalculáveis”

“Para as empresas nacionais, quer tenham ambição exportadora ou não, é crítico considerarem a protecção 360º do seu nome/ marca na Internet, nomeadamente nos mercados onde existem ligações linguísticas naturais com uma relativa probabilidade de expansão”

ou pela popularidade ou potencial da marca em causa. Outra forma de “abuso” indirecto de notoriedade de nome/marca é a “colagem” a expressões e até conceitos semelhantes que redireccionam o excesso de tráfego para sites que, sem esforço, conseguem captar uma fatia de clientes, aproveitando a boleia da força da marca original. O denominado e comum phishing é muito utilizado através de endereços de sites e emails muito próximos do original. Uma vez que se trata de um processo dinâmico e em constante evolução é fundamental acompanhar os novos conceitos lançados pelo ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) que podem abrir novas brechas para uma eventual violação de direitos, como por exemplo, a possibilidade actual da utilização de caracteres especiais em várias línguas ou mesmo os novos modelos de domínios denominados TOP. Para as empresas nacionais, quer tenham ambição exportadora ou não, é crítico considerarem a protecção 360º do seu nome/marca na Internet, nomeadamente nos mercados onde existem ligações linguísticas naturais com uma relativa probabilidade de expansão, caso dos mercados brasileiro, angolano, cabo-verdiano e moçambicano; considerando que, para os casos mais burocráticos ou na exigência de presença local, existem já serviços online que facilitam todo este processo por valores bastante acessíveis para qualquer PME. Assim, é fundamental ter uma visão geral deste planeamento numa óptica regional, com base nas mais diversas extensões genéricas, na declinação dos respectivos nomes e ainda nas variações dos respectivos caracteres. O resultado final desta estratégia de

Nuno Matias country manager da Amen Portugal

protecção 360º será a capitalização de um activo que assenta num portefólio valioso de identidades de presença online que reflectem o profissionalismo da imagem e do negócio da própria empresa. O novo agregador das comunicações


FinanCial Portugal.com

Consultoria Global de ComuniCação FinanCeira O mercado português de Operações Financeiras conta agora com a presença de uma das “majors” mundiais de Conselho em Comunicação e Public Relations. A Hill & Knowlton está presente em 44 países com uma oferta disponível em 80 escritórios e 50 associados. Uma equipa dos seus escritórios de Nova Iorque, Londres e Hong Kong, sob a responsabilidade directa de reputados especialistas Andrew Laurence e Cesare Valli, apoia a oferta de Privatizações e outras operações financeiras do Estado e das principais companhias nacionais. Financial Portugal integra os recursos reconhecidos da LPM Comunicação, a consultora líder do nosso mercado. Com o centro de decisão em Portugal, a experiência da equipa e a relevância da rede asseguram uma resposta única aos grandes desafios estratégicos e económicos que os decisores políticos e as companhias portuguesas enfrentam.

www.financialportugal.com

Lisboa, Nova iorque, LoNdres, HoNg KoNg Conselho em Comunicação em operações financeiras, nacionais e internacionais: privatizações, fusões, aquisições e reestruturações empresariais

LPM Comunicação SA Edifício Lisboa Oriente - Av. Infante D. Henrique, n.º 333 H, 49 | 1800-282 Lisboa - Portugal T. +351 218 508 110 | F. +351 218 530 426 | lpmcom@lpmcom.pt | www.lpmcom.pt


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EnTREVISTa

“O mercado tem investimentos cirúrgicos, ou seja, há uma preocupação maior relativamente ao investimento, e nós o que fazemos é ajudar a reinventar o metro quadrado”. É assim que Miguel Major, 40 anos, define a estratégia da empresa de que é director-geral, a Itautec, que, apesar da crise, continua a crescer e está apostada em ajudar os clientes a crescerem também

Miguel Major, director-geral da Itautec

Eduardo Ribeiro/Ramon de Melo

Reinventar o metro quadrado

Fibra | Como apresenta a Itautec? Miguel Major | A Itautec está presente em Portugal há 20 anos e é uma empresa com 30 anos de existência. Deriva de uma necessidade que o grupo Itaúsa teve de automatizar os seus bancos, o banco Itaú. Devido à energia e àquilo que o mercado solicitava na altura, a Itautec foi crescendo, tornou-se autónoma e hoje é uma empresa de referência no Brasil, em termos de automatizações, e em Portugal também! Com 6

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uma penetração bastante grande na distribuição, principalmente no retalho, somos um player que entrega e tenta, acima de tudo, entender o negócio dos clientes. Somos especialistas no ponto de venda. Fibra | Com três pilares – hardware, software e serviços – como delimitam a vossa estratégia? MM | A nossa estratégia é ajudar o negócio dos nossos clientes: encantar e seduzi-los para que pos-

“A nossa estratégia é ajudar o negócio dos nossos clientes: encantar e seduzi-los para que possam também fazer o mesmo perante os seus”

sam também fazer o mesmo perante os seus. A empresa tem três pilares: soluções, menos tangíveis, estamos a falar de aplicações, softwares, implementações específicas; mecanismos, ou seja, equipamentos, o mais visível; e serviços, ou seja, todo o serviço tecnológico necessário desde a concepção e ao acompanhamento até ao suporte. O essencial é o grupo destes três pilares. A nossa grande mais-valia é realmente essa. O novo agregador das comunicações


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Fibra | Qual o mais forte? MM | É difícil dizer. Somos muitas vezes colocados, não perante um concurso ou um RFP [request for proposal], mas perante uma situação concreta. Com a situação que vivemos hoje, o mercado tem investimentos cirúrgicos, ou seja, há uma preocupação maior relativamente ao investimento, e nós o que fazemos é ajudar a reinventar o metro quadrado. A nossa estratégia passa um pouco por tentar pegar nesses três pilares. Todos têm uma importância dentro do seu grau de penetração. Mas, acima de tudo, somos integradores, procuramos integrar aquilo que é melhor para o nosso cliente.

“Em Angola e Moçambique, estamos presentes já há longos anos, ainda nem se falava deles como potenciais de crescimento, somos uma referência”

Fibra | Em que mercados estão actualmente? MM | Estamos presentes em 25 países. A nossa penetração internacional tem muito a ver com a estratégia do cliente, aqui também procuramos ajudar o negócio dos nossos clientes. A nossa internacionalização tem sido feita um pouco dessa forma, a nossa chegada a Portugal é dessa forma. Foi um desafio de um cliente português para que pudéssemos vir ajudar o seu negócio, automatizar o seu negócio em Portugal. Por vezes, utilizamos parceiros locais, ou seja, quando a nossa presença pode e deve ser usada através de um parceiro que traz mais-valia e mais valor para o negócio, utilizamos um parceiro. Quando entendemos que nós trazemos mais-valia e aportamos, dessa forma, um valor agregado para o cliente final nós estamos presentes. Fibra | Ao nível de países em desenvolvimento, a vossa aposta passa por aí? Independentes ou a reboque dos clientes? MM | Claramente que a questão do cliente é fundamental. Temos clientes que nos levam para vários países. Em Angola e Moçambique, por exemplo, estamos presentes já há longos anos, ainda nem se falava deles como potenciais de crescimento, somos uma referência. Salvo erro, em Moçambique, temos já o maior parque instalado de equipamentos de solução bancária. E claramente tem sido uma aposta nossa. No nos-

“Estamos em vias de lançar uma ideia de um prémio, tentando incentivar a inovação junto das universidades e mesmo do mercado português”

so primeiro semestre, 20 por cento da nossa receita já representou exportação, sendo que Angola foi um dos países fundamentais para esse incremento. Fibra | Qual a ligação da Itautec ao meio académico? MM | A Itautec tem uma ligação ao meio académico há muitos anos, desde a sua génese no Brasil. O desenvolvimento no Brasil trabalha com muitas universidades. Em Portugal, vai fazer dois anos que demos os primeiros passos como laboratório de desenvolvimento e inovação e, claramente, queremos estar associados ao meio académico. Não só fazer um pouco o que a casa mãe está a fazer, e replicar o que eles têm de bom e que partilham connosco em termos de processos, mas também porque acreditamos que há uma mais-valia, há sangue novo e é sempre bom reinventar, ouvir e utilizar essa vertente que vem do meio académico. Sem querer avançar muito, estamos em vias de lançar uma ideia de um prémio, tentando incentivar a inovação junto das universidades e mesmo do mercado português. Até para promover aquilo que acreditamos que existe no tecido português: costuma-se dizer que somos muito criativos, nem que seja para mudar processos, e há que utilizar essa criatividade em prol daquilo que o mercado representa e que pode solicitar.

“Portugal é claramente, em termos de retalho, um dos países diferenciadores da Europa. Muito rapidamente, procura inovação e produtividade nas suas lojas”

Fibra | Qual o peso da Itautec no grupo? MM | Em termos de volume representa um valor irrisório, mas se falarmos em termos de importância, é uma filial que inova, que está junto de um mercado extremamente enérgico… Portugal é claramente, em termos de retalho, um dos países diferenciadores da Europa. Muito rapidamente, procura inovação e produtividade nas suas lojas. Isso traduz-se para os fornecedores, e para as pessoas que estão junto deste sector, numa necessidade de se reinventarem e de procurarem, todos os dias, outros mecanismos para entregar a este sector do mercado. Isso faz com que, para a Itautec, Portugal seja um bom incubador, seja de ideias, seja >>>

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EnTREVISTa

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de soluções: o self-service é um claro exemplo. Também a forma como se dinamiza a estratégia do ponto de venda, seja na banca ou no retalho, é um factor diferencial para o grupo. Tentando responder objectivamente, e falando daquilo que pode ser esta penetração do grupo para a Europa, Portugal é um bom medidor, um bom laboratório.

“Para a Itautec, Portugal é um bom incubador, seja de ideias, seja de soluções: o self-service é um claro exemplo”

Fibra | Os portugueses são dados à experimentação das tecnologias? MM | Sem dúvida. Se formos olhar dois cases que existem em Portugal, seja as telecomunicações, seja o conceito de multibanco, vemos que estamos claramente à frente, em termos mundiais, na penetração destas tecnologias no mercado e no dia-a-dia dos portugueses. O português é um adepto ferrenho da inovação.

“Se dizemos que estamos próximos e queremos conhecer o negócio dos nossos clientes, temos de sentir as dores dos nossos clientes e ajudá-los a reinventar-se”

Fibra | Com a actual situação económica do País, como é que o investimento em tecnologias se tem comportado? MM | Não fazia sentido eu não dizer que existe uma retracção do investimento. O que acho é que as empresas não deixam de investir no sentido de procurar o que seja realmente cirúrgico no seu investimento. Acredito plenamente que o que as empresas procuram não é gastar dinheiro, mas sim investir dinheiro. Se dizemos que estamos próximos

e queremos conhecer o negócio dos nossos clientes, temos de sentir as dores dos nossos clientes e ajudá-los a reinventar-se. Se calhar não vai haver investimento em aumentar metros quadrados, mas vai haver investimento em tentar reinventar os metros quadrados que existem: ou seja, utilizando o que se tem, tendo mais. Fibra | Como é que foram os resultados do primeiro semestre? MM | Bastante animadores. A equipa é extremamente corajosa, tem uma dinâmica que é difícil explicar em palavras… Vocês vão encontrar em qualquer pessoa desta empresa um sorriso, aqui celebram-se as vitórias, aqui tenta-se aprender com o que está menos bem. Mas sempre num sentido construtivo. Aquela palavra que é muito usada mas que eu ainda não usei, e que fala do momento que se vive em Portugal, usamo-la como um desafio para nos tentarmos reinventar. Estou a usar muitas vezes a palavra reinventar porque é mesmo isso que se passa na Itautec. O primeiro semestre foi um indicador do que têm sido os últimos anos da companhia: temos vindo a crescer. E crescer dois dígitos não é habitual nos dias de hoje. De uma forma sustentável, continuando a apoiar e a responder de imediato a qualquer desafio dos nossos clientes, ajudando-os a também manterem esse

PERFIL

Apaixonado pela vida Miguel Major, com “40 anos bem vividos”, é natural do Estoril. Formado em Psicologia, acredita que a sua formação o tem ajudado na questão de ser um bom ouvinte. “Eu sou um bom ouvinte e acho que é extremamente importante sabermos ouvir. Acho que, quando nos queremos colocar nos pés dos nossos clientes, é fundamental esta pseudo ideia que as pessoas têm às vezes da psicologia”, refere. Profissionalmente, considera que a sua “escola” foi o grupo Seiko Portugal, de onde passou, ao fim de dez anos, para a Itautec,

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onde está também há dez anos. Com um “orgulho e satisfação enormes”. “Não sei o que será o futuro, nem em termos de vida o sei. Mas em termos profissionais, todos os dias me sinto realizado!”, afiança. E como sempre esteve ligado à tecnologia, é indispensável perguntar qual o seu gadget de eleição: “Se não tiver o telemóvel sinto-me despido”, confessa. Descrevendo-se como apaixonado pela vida, e porque o lazer também é importante, Miguel Major tenta viver os tempos livres “ao máximo, sempre com um sufoco de vivê-

-los intensamente”. “Eu vivo cada segundo como se fosse o meu último segundo, então, vivo todos os meus tempos livres”, conta. Indagado sobre o seu hobby, Miguel “não podia não falar de futebol”. Tendo criado, juntamente com o irmão, duas escolas de futebol para crianças, o director-geral da Itautec argumenta: “Uma pessoa que tenha paixão pela vida como eu tenho só podia ser de um clube, o Benfica!”. Para terminar, conta que o seu lema de vida é: “Ter muitas pessoas à minha volta, ter amigos, viver em família”.

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crescimento. No ranking da APED, do retalho, é agradável vermos que os nossos clientes continuam a crescer. Sabemos que os desafios são muitos, esta fase que atravessamos faz com que cada um de nós tenha de sair do seu quadrado. Mas continuamos a ver as coisas de uma forma muito positiva, continuamos a olhar o futuro de uma forma risonha. Se calhar tem sido também isto que faz o sucesso da empresa: costuma-se dizer que a sorte não acontece por acaso, conquista-se. É mérito da equipa, das pessoas que acreditam que há um sonho por concretizar.

“Se calhar não vai haver investimento em aumentar metros quadrados, mas vai haver investimento em tentar reinventar os metros quadrados que existem: ou seja, utilizando o que se tem, tendo mais”

Fibra | Como é que está a Itautec no Brasil? MM | A companhia tem há cerca de dois anos uma nova presidência. O Mário Anseloni é uma pessoa que vem do mercado, uma pessoa com uma dinâmica muito grande, um jovem empreendedor, muito criativo que tem desafiado muito a empresa. A Itautec nestes dois últimos anos foi-se reinventando também. Tem um desafio permanente que é crescer num país em crescimento e o Mário trouxe uma energia e um mexer na empresa extremamente importante para o momento. Eu acredito que a Itautec se tornará, num curto espaço de tempo, numa empresa de referência em termos mundiais. Em termos de volume, o grupo passa por uma fase de crescimento e acredito que será mais visível. Quando o país se torna visível, as empresas tornam-se mais visíveis. A Itautec será uma das empresas mais faladas num curto espaço de tempo, em termos de tecnologia. Fibra | Quais as diferenças entre o mercado português e o brasileiro? MM | Estamos um pouco em contraciclo. O Brasil hoje vive uma tendência que a Europa vivia se calhar aqui há uns 10/15 anos. O Brasil está em crescimento diário. Podemos dizer que está num movimento de volume e que a Europa está num movimento de olhar e redefinir o investimento, o que tem para criar valor. Acho que são desafios diferentes, mas que acabam por culminar da mesma forma: encantar clientes. O novo agregador das comunicações

Fibra | Que projectos têm para o futuro? MM | Há uma necessidade muito grande de reinventar o metro quadrado, ou seja nós temos de ajudar o nosso cliente a reinventar o metro quadrado. Para isso, a estratégia de ponto de venda é essencial. Ajudar a redefinir o que será um conceito de loja, um conceito onde existe uma ligação, uma experiência de venda. Temos vários projectos, principalmente ligados à mobilidade. Mas, acima de tudo, passam por ver o é que nós, com menos, conseguimos dar ao nosso cliente para que ele possa fazer mais… Fibra | Em termos concretos… MM | Este mercado é tão concorrencial e tão enérgico que, se entrarmos em detalhe, posso pôr em causa alguma concorrência dos nossos clientes. Mas os projectos andam muito à volta de automatizar as lojas, em termos de self-service, ajudar o ponto de venda a criar experiências e que essas experiências sejam mais produtivas do que são hoje, ajudar o cliente no serviço ao seu cliente, através de self check out, self scanning, o próprio self-service em termos de pagamento, a mobilidade dos vendedores dentro da loja… Ajudar a que os vendedores sejam mais ágeis, estejam mais próximos do cliente, não atrás de um balcão. Projectos não nos faltam!

“Temos vindo a crescer. E crescer dois dígitos não é habitual nos dias de hoje”

“Aquela palavra que é muito usada mas que eu ainda não usei, e que fala do momento que se vive em Portugal, usamo-la como um desafio para nos tentarmos reinventar”

Fibra | Portanto, o futuro passa pela reinvenção? MM | Sem dúvida! Falando de tecnologia, ela existe. Falando de necessidade, ela existe. Falando de desafios, eles existem. Eu acho que é um pouco como o Brasil e Portugal: houve um tempo em que Portugal descobriu o Brasil, hoje o Brasil descobre Portugal. Acho que temos de ter a capacidade de sermos humildes e percebermos que alguém descobriu, ou inventou, ou colocou à nossa disposição. Temos de ser humildes para usar aquilo que está à nossa disposição para nos reinventarmos e para que possamos usar aquilo que existe, em prol do encantamento do cliente dos nossos clientes. Novembro 2011

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BarómEtro TWITTER

Joana Carravilla E.Life country manager

A RTP foi a marca mais falada nas conversas no Twitter monitorizadas pela E.life para o Fibra entre os dias 14 e 20 de Outubro. As conversas foram alimentadas pela entrevista ao ministro das Finanças e pela cobertura do protesto dos indignados

RTP campeã nos tweets A E.life Portugal, empresa especializada em inteligência de mercado a partir da social media, monitorizou 133 marcas do segmento de media e tecnologia comentadas no Twitter. Contudo, na semana de 14 a 20 de Outubro, apenas 21 conseguiram garantir um lugar no Top 10. E o primeiro lugar foi conquistado pela RTP, com a cobertura das manifestações do movimento dos indignados e a entrevista ao ministro das Finanças, Vitor Gaspar, a alimentar o buzz. O programa Masterchef e a entrevista ao escritor António Lobo Antunes também foram muito comentados, tendo ainda sido tweetados vários links de notícias, bem como o debate sobre o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento). Os comentários sobre o Google valeram-lhe o 2.º lugar: foram identificados comentários muito diversificados sobre ferramentas como o Tradutor, o Chrome, o Reader (integrado ao Google+) e o novo SpeakIt. Alguns internautas citaram o Google como fonte de pesquisa, partilharam links do GoogleNews e falaram sobre o lançamento da loja virtual. No 3.º lugar do pódio, encontra-se o Facebook, que se destacou devido às partilhas de links de fotos e perfis. De salientar o tweet em que se questiona o poder de uma página empresarial no Facebook, devido à polémica no mural da EDP. A realização de conversas e videochamadas foi também comentada. A SIC e a Zon ocupam, respectivamente, as posições 4 e 5 do top. A estação devido aos tweets sobre a programação, comentadores e repórteres, bem como sobre os protestos no Porto. A operadora cabo devido ao concerto de Joe Jonas, à Liga Zon Sagres e à promoção do Festival Zon Kids Cinema. A Apple destacou-se, em sexto, com um grande número de tweets relativos ao novo iPhone 4S. Os internautas mostraram-se bastante ansiosos pela sua chegada e pelo facto de um co-fundador ter dormido na fila para o conseguir comprar. A Samsung ocupa o 7.º lugar, com comentários relacionados com o lançamento do novo Android 4.0 e do Galaxy Nexus, assim como 10

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com o convite recebido pelo herdeiro para participar no tributo a Steve Jobs. Falou-se, também, do processo em tribunal contra a Apple, com a Samsung a tentar bloquear a venda do iPhone 4S. Foi ainda partilhado um vídeo com um teste de resistência do Galaxy. O 8.º lugar pertence à Optimus, com o buzz alimentado por iniciativas da empresa, nomeadamente a nova assinatura. Foram, ainda, encontrados comentários referentes aos festivais Primavera Sound e Optimus Alive. Mais abaixo ficou o Skype, cujos comentários recaem, na sua grande maioria, sobre as conversas dos internautas através desta ferramenta. A nova página oficial da marca, desenvolvida pela Microsoft, foi também bastante citada. No final da tabela encontra-se a Vodafone. Os comentários foram, geralmente, positivos e motivados pelas promoções e campanhas de aniversário levadas a cabo pela marca. Na semana em análise, a E.life evidenciou a força dos internautas, que expressaram as suas opiniões não só no caso da página empresarial da EDP no Facebook, mas também perante a programação da SIC e RTP. Da análise de 3.834 tweets concluiu-se que os picos dos comentários se situam entre o turno da tarde e o início da noite. Lisboa, Porto e Coimbra são as zonas do País que mais alimentam o Twitter, com a particularidade de o Porto ter ultrapassado a capital por duas vezes. Leiria também apresentou bastante buzz.

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01 Abundaram os tweets sobre a cobertura das manifestações dos indignados, no dia 15 de Outubro, e sobre a entrevista ao ministro Vitor Gaspar. Falou-se também do programa Masterchef, da entrevista de António Lobo Antunes e do debate sobre o PEC

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06 O novo iPhone 4S gerou um grande número de tweets devido à ansiedade com a sua chegada e pelo facto de um co-fundador ter dormido na fila para o conseguir comprar. A disponibilidade do iCloud também foi tweetada

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Este estudo será publicado mensalmente no jornal Fibra. Caso tenha alguma questão, não hesite em contactar-nos para joana@elifemonitor.com Para conhecer melhor o Tweetmeter aceda ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=guyzU4HmucY Para mais informações sobre esta plataforma entre no nosso site: www.elifeportugal.com

AS MARCAS ANALISADAS Facebook, Vodafone, Optimus, SIC, Google, RTP, Apple, ZON, Microsoft, Intel, Skype, HP, Nintendo, Sony, Playstation, Nokia, TMN, Samsung, IBM, HTC, XBOX

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02 As ferramentas do Google, nomeadamente o novo Speakit, alimentaram o buzz. Foram ainda encontrados tweets sobre o mercado das redes sociais: Facebook versus Google+

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07 Em destaque estiveram o novo Android 4.0 e o Galaxy Nexus, assim como o convite recebido pelo herdeiro da marca para participar no tributo a Steve Jobs. Falou-se ainda do processo contra a Apple

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03 A partilha de links de fotos e perfis dominou o buzz, mas esteve em destaque um tweet em que se questionava o poder de uma página empresarial no Facebook, devido à crise no mural da EDP, bastante comentada

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08 Os comentários foram alimentados pelas iniciativas da empresa, tendo abundado os tweets sobre a nova assinatura. Foram encontrados ainda depoimentos referentes aos festivais Primavera Sound e Optimus Alive

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04 Os tweets relacionaram-se sobretudo com a programação dos canais SIC Mulher, SIC Radical e SIC Notícias. Os comentadores e repórteres também foram falados, tal como os protestos no Porto

05 O concerto de Joe Jonas esteve em destaque, com os internautas a comentarem se iriam ao não gratuitamente por serem clientes Zon. Os jogos da Liga Zon Sagres e o festival Zon Kids Cinema também foram comentados

Top 10

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09 O Skype é citado por ser um ponto de encontro e de conversas, com os internautas a citarem com quem estão ou irão conversar. Destaque ainda para a nova página oficial da marca, criada pela Microsoft

10 As campanhas de desconto e outras promoções com que a marca assinalou o 19.º aniversário em Portugal foram o principal motivo dos comentários ao longo da semana

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InFormação

Velocidade é segurança As organizações precisam de painéis de informação em tempo real (dashboards) para que consigam tomar decisões rápidas e seguras. Uma boa decisão fora de tempo compromete o sucesso O acesso à informação é, cada vez mais, um aspecto de extrema importância para a sobrevivência das organizações. Já não basta ter relatórios (documentos estáticos que se desactualizam no momento em que são emitidos). As organizações precisam de painéis de informação em tempo real (dashboards) para que consigam tomar decisões rápidas e seguras. Uma boa decisão fora de tempo compromete o sucesso. Um bom sistema de gestão documental é “a” infra-estrutura necessária para a construção de um sistema de informação de uma organização competitiva. Porém, muitas organizações ainda não tiram partido destas soluções, apesar de toda a documentação, desde simples documentos recebidos por um funcionário, a processos complexos tratados transversalmente, se constituir como o centro do conhecimento da organização, sem a qual não é possível tomar decisões acertadas e em tempo útil. Não basta ter informação, é preciso tê-la quando e onde precisamos dela. A utilização de um sistema de gestão documental permite o registo informático de toda a documentação, e da informação nela contida, existente na organização, desde documentos originais recebidos em papel, faxes, correios electrónicos, até aos documentos produzidos nas estações de trabalho de cada utilizador ou nos sistemas centrais. Toda a informação pode ser classificada e disponibilizada num sistema de gestão documental central, acessível a todos, de acordo com as permissões definidas para cada colaborador. O acesso à informação deve estar disponível em qualquer posto de trabalho da organização, mas, tendo em conta o contexto e necessidade de mobilidade dos colaboradores, 12

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“A implementação de um sistema de gestão documental deve ser sempre encarada como um projecto estruturante da organização, incluindo todas as fases habituais; levantamento, implementação, instalação, configuração, formação e apoio aos utilizadores”

“Numa organização do século XXI, é essencial a velocidade a disponibilidade. Rapidez no acesso à informação e também na disponibilização da mesma em qualquer local”

deve-se ainda prever a consulta de informação via dispositivos móveis, tais como tablets (iPad, Android…) ou smartphones. Um sistema de gestão documental deve permitir a distribuição de documentos pelos departamentos ou grupos de trabalho, de forma a ser possível enviar documentos livremente, de forma flexível, assim como proceder ao seu despacho/ parecer (decisão/instrução). Por sua vez, uma componente de workflow integrado permite aumentar a produtividade dos funcionários. O levantamento e implementação dos respectivos fluxos de trabalho permite automatizar o tratamento dos processos na organização. A possibilidade de assinar digitalmente qualquer documento ou despacho é fundamental para garantir que toda a informação existente no sistema se encontra em conformidade com os requisitos legais. A generalização do Cartão de Cidadão é, actualmente, o meio mais simples de cumprir com este requisito. A implementação de um sistema de gestão documental deve ser sempre encarada como um projecto estruturante da organização, incluindo todas as fases habituais; levantamento, implementação, instalação, configuração, formação e apoio aos utilizadores. Adicionalmente, o sistema de gestão documental deve assentar em tecnologias standard, de forma a garantir que os requisitos futuros, assim como as necessidades de integração com as outras aplicações existentes, sejam de fácil implementação. Existem vários indicadores que podem ser utilizados para a análise das vantagens inerentes à implementação da gestão documental. Alguns podem ser utilizados para uma monitorização contínua dos processos. Podemos referir: o tempo médio de tratamento por tipo de

Hugo Sousa application Services Manager GFI Portugal

processo; o número de processos tratados por dia, pela organização; o tempo de resposta tanto a solicitações internas como externas; contabilização de determinados consumíveis (papel, pastas, toner das fotocópias...); contabilização de recursos, associados ao arquivo, espaço físico, dossiers. Ao contrário da limitação de velocidade numa qualquer estrada pública, numa organização do século XXI, é essencial a velocidade a disponibilidade. Rapidez no acesso à informação e também na disponibilização da mesma em qualquer local. Só as organizações que perceberem e adoptarem os adequados sistemas de informação [em tempo real] estarão aptas a sobreviver com distinção aos difíceis, mas desafiantes momentos em que vivemos. O novo agregador das comunicações



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Como é trabalhar em...

Com a promessa de “desmaterializar processos e materializar resultados”, a Saphety, do grupo Sonaecom, quer ajudar os clientes a melhorar os processos de negócio, através de soluções tecnológicas eficazes, eficientes, inovadoras e sustentáveis. A internacionalização é uma aposta assumida e já se fala na expansão para o Brasil e Angola

A informalidade no ambiente de trabalho caracteriza a Saphety, onde todos se tratam por “tu”. Trabalha-se em open space, mas há uma hierarquia correspondente às funções. Ainda assim, há liberdade e um vincado espírito de equipa. Os colaboradores têm em média 33 anos e o facto de serem todos “jovens” fomenta o ambiente de proximidade, explica Luísa Fernandes, directora de recursos humanos. Esta proximidade é cultivada pela empresa, que, por exemplo, assinala os aniversários dos colaboradores ou as admissões com um email geral. Tudo para fortalecer a comunicação. Luísa Fernandes descreve um dress code informal “dentro de casa”, já que no cliente é exigida alguma formalidade. A Saphety é uma empresa SSI, do universo Sonaecom, onde, mais uma vez, a proximidade é valorizada. Os valores são comuns a todo o grupo: “orientação para os clientes e negócios, ambição, curiosidade e sentido de ética”. São, acima de tudo, “empresas feitas de pessoas”. No recrutamento procura pessoas “relacionadas com as novas tecnologias, com background técnico”, diz Luísa Fernandes: “Em termos de perfil, procuramos pessoas motivadas, comprometidas, organizadas, competentes, ambiciosas e orientadas para os resultados e para o cliente”. Esta orientação reflecte-se nos “milhares de clientes” que a Saphety “tem de suportar e gerir”, explica, por sua vez, o ceo, Rui Fontoura. “Com os grandes clientes temos uma relação mais constante e o helpdesk acompanha os restantes”, esclarece, lembrando a recente criação de um usergroup. Rui Fontoura descreve-o como uma base para mostrar soluções e anunciar lançamentos e fomentar a proximidade também com os clientes. A chave do sucesso é a oferta adequada às necessidades do mercado. “É uma área que permite redução de custos, com investimentos pequenos” e a actual situação portuguesa pode ter aumentado a procura. Acabar com papel e processos manuais é algo que ainda traz “algum receio, mas a apresentação de vantagens mostra que é um processo fácil e a resistência vai desaparecendo”, garante o ceo. Luísa Fernandes dá o exemplo da grande expansão de um produto, a plataforma de apresentação de despesas, agora utilizada em todo o grupo Sonaecom, para explicar que a própria Saphety testa e utiliza as próprias soluções. 14

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Ramon de Melo

Paper-free solutions

Da esquerda para a direita: Artur Romão, director de International Business Development, e Pedro Bação, director de Retail & Business Networking

Da esquerda para a direita: Wilques Erlacher, director de Customer Service Support, e Paulo Gonçalinho, cfo

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À esquerda, Inês Nunes, Marketing & Communication Manager, ao meio Carla Castro, da equipa de Business Consulting, e à direita Sofia Luís, da equipa de Marketing e Comunicação

Pedro Machado, da equipa de Business Consulting, Salomé Gonçalves, da equipa de Customer Service Support, e Cláudia Guerreiro, da equipa de Business Consulting

Rui Fontoura, ceo

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Luísa Fernandes, directora de Recursos Humanos (em primeiro plano), e Inês Nunes, Marketing & Communication Manager Novembro 2011

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IntErnEt

Filipe Santa Bárbara jornalista* fsb@briefing.pt

A BitDefender é vista, na Roménia, como uma bandeira. A prova de que é possível a uma empresa de um país pequeno vencer o preconceito e ser bem sucedida no panorama mundial. O orgulho está patente na entrevista do ceo, Florin Talpes, ao Fibra, em Bucareste

Da Roménia para o mundo

A empresa tem nacionalidade romena e, actualmente, é um dos grandes players do mercado no segmento da segurança informática. Florin Talpes, ceo da BitDefender, disse, na sede da empresa, em Bucareste, que a ambição não se fica pelos resultados conseguidos até agora. Querem mais. Actualmente, a empresa vende os seus produtos em mais de 100 países e está presente com as suas próprias equipas nos EUA, Canadá, Reino Unido, Espanha 16

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e Alemanha. O plano é estender-se ao Dubai e ao Médio Oriente a muito curto prazo. Na conferência mundial em que anunciou o rebranding da marca, Florin Talpes sublinhou que “o melhor ano ainda está para chegar” e isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual “o valor da empresa vai aumentar significativamente nos próximos anos”. “Esta nova fase inclui várias linhas, produtos, entre outros”, acrescentou.

“‘O melhor ano ainda está para chegar’ e isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual ‘o valor da empresa vai aumentar significativamente nos próximos anos’”

Ainda assim, tanto os colaboradores da empresa, como o próprio ceo falam da companhia com alguma emoção. É uma questão de orgulho: “A Roménia é um pequeno player a nível mundial. Portugal é similar. Precisamos, enquanto nação, de ser bem sucedidos. Na Roménia, temos um sistema de educação muito forte na área da Matemática e da Ciência, pessoas muito bem preparadas, porque é que não podemos ter sucesso globalmente ao nível do conhecimento O novo agregador das comunicações


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e da inovação? É esta a pergunta que as pequenas nações devem fazer a si próprias!”, comenta. “Não podemos ser tão bem sucedidos em alguns factores como a India e a China, porque eles são grandes, mas olhando para Israel, que é um pequeno país, eles são poderosos na construção de propriedade intelectual, na construção de inovação. É esse o caminho!”. É isso que o leva a acreditar que “é possível ser bem sucedido sendo uma nação pequena”. Talpes considera mesmo que a BitDefender é vista como uma bandeira: “Mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Estamos a fazê-lo, vocês também conseguem”, justifica ao Fibra. Não obstante o sucesso, o executivo não divulga dados financeiros da empresa, mas garante que a maior parte das receitas vem dos consumidores. No entanto, “no futuro é muito provável que o sector corporativo se torne dominante”. E precisamente para o futuro, a BitDefender está concentrada em liderar o segmento de security virtualization e, através de diferentes ferramentas, dominar a protecção dos social media. Talpes afirma que estes são os dois segmentos chave para a companhia.

Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar liderar o mercado da segurança informática. Mas esta não é a sua única meta: propõe-se também elevar o seu país e mostrar que os pequenos players mundiais também conseguem ser bem sucedidos”

Até porque não tem dúvidas de que o fenómeno do hacktivism veio para ficar. Daí que procurar vulnerabilidades seja um dos caminhos que as empresas de segurança têm pela frente. “Tu encontras uma vulnerabilidade, uma desconhecida, e o que é que fazes depois? Partilhas essa vulnerabilidade com a empresa para que ela a possa corrigir o mais depressa possível ou usas essa falha para penetrar nos utilizadores desse hardware ou software?”, questiona Talpes, respondendo que, “actualmente, os dois lados estão a desenvolver-se”. Neste sentido, é também um objectivo da BitDefender educar os utilizadores, organizações e empresas para a segurança e para a importância de proteger as máquinas e de se protegerem a si próprios. Na convicção de que uma boa educação neste tema é uma protecção muito forte para combater possíveis ataques. Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar liderar o mercado da segurança informática. Mas esta não é a sua única meta: propõe-se também elevar o seu país e mostrar que os pequenos players mundiais também conseguem ser bem sucedidos. E a BitDefender está a prová-lo.

“A BitDefender é vista como uma bandeira: ‘Nós mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Nós estamos a fazê-lo, vocês também conseguem!’”

* Na Roménia

PERFIL

Uma indústria para jovens Florin Talpes tem 54 anos e diz que está “a arruinar a média de idades” da BitDefender. É uma das pessoas mais velhas da empresa, mas considera-se muito jovem e com o entusiasmo a crescer de dia para dia. Considera, aliás, que esta é uma indústria para os jovens e que é aqui que está também o seu futuro. Daí a proximidade entre a empresa e o meio académico da Roménia: “Trabalhamos muito perto das universidades. Proporcionamos estágios e tentamos ensinar aos estudantes várias coisas

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acerca da indústria”. “Enquanto mercado, precisamos de qualidade”, afiança, realçando que a qualidade também vem do meio académico. Na sua opinião, “alinhar a indústria com o sistema educativo, porque eles não estão necessariamente alinhados”, é algo que deve ser feito rapidamente. “É muito possível que o sistema educativo tenha um output que não corresponde às necessidades da indústria”, argumenta, defendendo que “é preciso construir o ecossistema certo para a inovação tecnológica”.

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Digital

Optimizar o negócio online É já incontornável para todos os sectores da nossa indústria que os canais digitais são parte importante não só da comunicação, mas também do negócio. O negócio e comunicação devem estar onde o consumidor está... e este está cada vez mais online A Elemento Digital, SA, formada em 2001, restruturou-se recentemente num conceito organizacional que lhe permitirá responder adequada e atempadamente às evoluções do mercado digital e das tendências e oportunidades que este mercado disponibiliza a marcas que procurem inovar na comunicação e relacionamento com consumidores. A nova organização passa pela criação de unidades de negócio com equipas autónomas e altamente especializadas. Assim, foram criadas as agências adOn (www.adon.pt) e comOn (www. comon.pt), que garantem todo o full-service dentro de um contexto de Marketing Digital e Interactivo. A adOn aposta na diferenciação e na activação digital de campanhas, bem como na vertente analítica dos resultados e retorno. A comOn está focada na vertente conceptual e de desenvolvimento, incluindo um departamento especializado na presença nas redes sociais. O core-business do grupo assenta em diferentes fases como: - Pensamento e sustentação de estratégias digitais adequadas à realidade de cada marca/empresa; - Pensamento e sustentação conceptual e criativa para cada acção; - Produção e desenvolvimento de propriedades e outros assets digitais (websites, blogues, aplicações mobile, aplicações facebook, microsites de campanhas, etc.); - Produção e gestão de conteúdos (redes sociais, animações e apresentações, video, newsletters, etc.) - Planeamento, compra e gestão de acções de activação (campanhas de display, campanhas de search engine marketing, mobile marketing, e-mail marketing, etc.); - Intelligence, com monitorização, análise e optimização constante 18

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“As marcas com maior maturidade digital já recorrem a serviços de webintelligence, onde monitorizam e tomam decisões de negócio, algumas delas em tempo real, de acordo com o real comportamento de tomada de decisão ou de consumo dos seus targets”

“Pela eficácia cada vez mais cirúrgica que o Marketing Digital e Interactivo tem para oferecer, as marcas têm vindo a canalizar a sua atenção e investimento para este canal”

das várias acções e campanhas. A nossa intervenção começa cada vez mais com o pensamento estratégico e respectiva sustentação, onde gostamos de colocar tudo em causa e apoiar na definição de um rumo, que, não sendo estanque, deve ser revisto em ciclos curtos. Posteriormente, ocupamo-nos da fase conceptual e criativa, seja gráfica ou textual, que está na génese de declinações para o on e offline. Em sequência, vem toda a produção, sejam sites ou microsites, conteúdos para redes sociais, jogos ou widgets, aplicações ou banners, vídeos ou newsletters, em suma, todos os triggers que façam sentido para a estratégia definida. A activação ocupa cada vez maior fatia dos budgets e é ela também cada vez mais digital. Aqui, recorremos ao mix adequado, seja com media comprada, conquistada ou própria, com ferramentas mais comerciais, institucionais, virais ou sociais, consoante o target e o objectivo. Por fim, uma das fases onde mais nos destacamos é a da Intelligence, na qual alocamos diversas ferramentas que permitem monitorar o comportamento e eficácia das propriedades, campanhas ou buzz gerado na internet. É no cruzamento de todos estes dados que conseguimos a informação necessária para optimizar eficazmente o que fazemos, seja estratégia, criatividade, produção ou activação. Por vezes a relação com a marca começa em fases distintas do processo, mas o âmbito da nossa actuação é cada vez mais 360º. Neste momento é já incontornável para todos os sectores da nossa indústria que os canais digitais são parte importante não só da comunicação, mas também do negócio.

Ricardo Pereira business manager da Elemento Digital

O negócio e comunicação devem estar onde o consumidor está... e este está cada vez mais online, seja em casa, a caminho do trabalho, no trabalho ou mesmo em lazer. Por esta razão, e pela eficácia cada vez mais cirúrgica que o Marketing Digital e Interactivo tem para oferecer, as marcas têm vindo a canalizar a sua atenção e investimento para este canal. As marcas com maior “maturidade digital” já recorrem a serviços de webintelligence, onde monitorizam e tomam decisões de negócio, algumas delas em tempo real, de acordo com o real comportamento de tomada de decisão ou de consumo dos seus targets. Quem não estiver neste estágio em pouco tempo, não só terá uma enorme desvantagem competitiva, como se arriscará a perder o negócio irreparavelmente. O novo agregador das comunicações



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GEstão

Aumentar a produtividade, eliminar o desperdício e melhorar o time-to-market dos projectos importantes foram os principais objectivos da Espírito Santo Informática (ESI) ao desenvolver o projecto Lean IT. Paulo Guedes, administrador da empresa, explica como é que se aplica, na prática, um conceito inicialmente introduzido pela Toyota no mundo empresarial

Melhorar em 15 minutos

No princípio era a desconfiança. Depois, o empenho de todas as partes e os resultados foram decisivos para o sucesso do Lean IT na Espírito Santo Informática (ESI). O Lean IT “é uma iniciativa que tem como objectivo melhorar a gestão das equipas de IT da ESI, adoptando as melhores e mais avançadas práticas de gestão 20

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existentes no mercado”, afirma Paulo Guedes. Estas práticas baseiam-se nos métodos de gestão introduzidos inicialmente pela Toyota e desde então adaptados com sucesso a diversas indústrias e actividades. “A ESI aplicou-as a todas as suas equipas de desenvolvimento e manutenção aplicacional, num to-

tal de cerca de 400 recursos em 30 equipas e que desenvolvem cerca de 1500 projectos anualmente”, diz o administrador. As principais metas a atingir são aumentar a produtividade, eliminar o desperdício e melhorar o time-to-market dos projectos importantes. A ESI pretende melhorar a sua produtividade em pelo menos O novo agregador das comunicações


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15 por cento e garantir desvios inferiores a 5 por cento nos projectos importantes. A medição dos resultados é feita através de indicadores produzidos pelo próprio Lean IT, que permitem acompanhar trimestralmente o cumprimento dos objectivos. Tal como acontece em todos os processos de gestão em que são introduzidos novas práticas, o Lean IT foi recebido com alguma desconfiança. “Inicialmente houve alguma desconfiança em relação aos métodos de gestão preconizados pelo Lean IT, havendo inclusive quem duvidasse que fosse possível manter reuniões diárias de 15 minutos”, afirma Paulo Guedes. O novo agregador das comunicações

A ESI pretende melhorar a sua produtividade em pelo menos 15% e garantir desvios inferiores a 5% nos projectos importantes. A medição dos resultados é feita através de indicadores produzidos pelo próprio Lean IT que permitem acompanhar trimestralmente o cumprimento dos objectivos

Houve também alguma dificuldade inicial em compatibilizar as actividades que o projecto exige dos líderes das equipas com todo o trabalho que estes já realizavam. Segundo o administrador, a chave para ultrapassar as dificuldades foi o empenho de todas as partes, incluindo a gestão de topo, os líderes das equipas e todos os recursos, “em extrair o máximo proveito destas actividades e não terem medo em adoptar novas práticas e diferentes formas de organizar as suas tarefas”. Actualmente todas as equipas mantêm as reuniões diárias de 15 minutos e algumas das actividades dos líderes das equipas foram distribuídas pelos

seus recursos, “para que eles se pudessem concentrar mais fortemente na gestão da sua equipa”, afirma o mesmo interlocutor. As práticas previstas no projecto Lean IT concretizam-se numa série de acções executadas pelo líder de cada equipa e por todos os seus recursos. Entre estas contam-se a análise da actividade e da composição da equipa, a identificação de pools de recursos que podem desempenhar tarefas semelhantes e de pontos únicos de contacto para solicitações do exterior; planeamento semanal das actividades de todos os elementos da equipa, com tarefas detalhadas por pessoa e por dia, Novembro 2011

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GEstão

afixado num quadro branco visível por toda a gente; acompanhamento das actividades, problemas e questões na tal reunião diária de 15 minutos (whiteboard meeting) envolvendo o líder e todos os elementos da equipa. Há também planeamento trimestral dos projectos atribuídos à equipa, para garantir a sua estabilidade e a sua execução dentro dos prazos definidos; reuniões trimestrais de feedback entre o líder da equipa e cada um dos seus recursos para analisar o desempenho individual e da equipa; identificação de oportunidades de melhoria, de forma contínua; e por último, mas de grande importância, a recolha e análise de indicadores de desempenho e produtividade, que suportam com dados quantitativos e objectivos to-

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O projecto decorre há cerca de um ano e meio. Numa primeira fase foi definida a metodologia e feito um piloto com três equipas. Seguiu-se um segundo piloto com seis equipas, para afinar a metodologia e treinar os navegadores que apoiaram as equipas na adopção do Lean IT

das as actividades atrás descritas. A ESI decidiu desenvolver o Lean IT porque a melhoria dos processos da área informática tem grande importância para o BES, “pois trata-se de uma área de grande importância estratégica e grande impacto na actividade e nos custos”, diz Paulo Guedes. Nos últimos anos a ESI melhorou significativamente os seus processos de desenvolvimento e manutenção aplicacional, com a certificação CMMI-3, a gestão de infra-estruturas, com outsourcings de todas as suas torres tecnológicas e uma gestão baseada em ITIL, e os seus processos de controlo, baseados em Cobit. “O passo seguinte foi melhorar os processos de gestão com o Lean IT”, conclui o mesmo responsável.

O projecto decorre há cerca de um ano e meio. Numa primeira fase foi definida a metodologia e feito um piloto com três equipas. Seguiu-se um segundo piloto com seis equipas, para afinar a metodologia e treinar os navegadores que apoiaram as equipas na adopção do Lean. O roll-out ocorreu durante 2011, abrangendo mais de 30 equipas e 400 recursos. Paulo Guedes explica que a fase de desenvolvimento do projecto contou com a colaboração da McKinsey, que já tinha desenvolvido o programa com sucesso noutras organizações informáticas da área financeira. O roll-out foi liderado internamente, tendo contado com recursos especializados de parceiros para reforçarem e apoiarem a equipa de navegadores.

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SEgurança

Segurança na rede GÉANT O projecto europeu GN3, que assegura a interligação das redes de investigação e ensino dos países europeus (NRENs – National Research and Education Networks) através da rede GÉANT, desenvolveu um sistema inovador, denominado NSHARP para apoiar no combate a estas utilizações indevidas As botnets são redes compostas por computadores infectados por malware e controlados remotamente por agentes centrais e maliciosos. Estas são utilizadas para enviar emails de SPAM, fazer ataques de negação de serviço distribuídos ou roubar informação do computador afectado para fins como a prática de fraude bancária. A propagação faz-se à custa da exploração de vulnerabilidades conhecidas ou de “engenharia social”, convencendo utilizadores a instalarem aplicações maliciosas através de emails de phishing, downloads em websites, etc. Quer na fase de disseminação, quer durante a actividade do bot, existem padrões de tráfego que podem ser detectados por sistemas de monitorização especializados, permitindo identificar sistemas que estejam a infectados. O projecto europeu GN3, que assegura a interligação das redes de investigação e ensino dos países europeus (NRENs – National Research and Education Networks) através da rede GÉANT, desenvolveu um sistema inovador, denominado NSHARP para apoiar no combate a estas utilizações indevidas. O NSHaRP é um sistema de informação eficiente para os utilizadores afectados por anomalias de segurança, permitindo às equipas de resposta a incidentes de segurança (CERTs) ajustar de que forma e em que casos são notificadas. Funciona como uma extensão dos CERTs das redes académicas (NRENs), quando estas não têm os recursos humanos ou técnicos para monitorar autonomamente os incidentes de segurança. O NSHaRP alarga as capacidades de detecção e mitigação aos limites da rede GÉANT, permitindo a preO novo agregador das comunicações

“O NSHaRP alarga as capacidades de detecção e mitigação aos limites da rede GÉANT, permitindo a prevenção de ataques que atravessem a rede. Esta abordagem é inovadora, pois permite que cada rede académica nacional parametrize os alertas que quer receber”

“Numa época em que as redes académicas têm cada vez mais capacidade, torna-se imperativo assegurar que não são usadas para actividades indevidas”

venção de ataques que atravessem a rede. Esta abordagem é inovadora, pois permite que cada rede académica nacional parametrize os alertas que quer receber. O NSHARP é um sistema de notificações de segurança que integra um sistema de acompanhamento de pedidos (ticketing system) alinhado com o centro de operações do GÉANT (GÉANT NOC). Cria pedidos de serviço (trouble ticket) para cada incidente e disponibiliza apoio no tratamento de incidentes de segurança. Numa época em que as redes académicas têm cada vez mais capacidade, torna-se imperativo assegurar que não são usadas para actividades indevidas. O GÉANT no seu papel de rede pan-europeia, assegura conectividade não apenas entre redes académicas, mas igualmente para além destas. É por isso importante que informação de segurança que afecte estas redes possa ser coordenada de forma eficiente. É nesse sentido que o GÉANT está a implementar o NSHaRP, que aproveita as capacidades da aplicação Netreflex (da empresa GUAVUS) e utiliza a informação netflow da rede GÉANT para detectar e reportar incidentes de segurança. A informação sobre incidentes é depois acedida pelos múltiplos parceiros e toda a informação é armazenada em formato estruturado, permitindo a agregação e a fusão de múltiplos incidentes para as mesmas origens maliciosas. A utilização de um sistema automatizado permite que elevados volumes de incidentes sejam processados e investigados. Ao utilizar-se um sistema de pedidos de serviço nas notificações, este permite acompanhar todo o ciclo dos

João Nuno Ferreira director Técnico da FCCN

incidentes, desde a notificação até ao seu fecho, completando assim o processo e assegurando que há uma passagem adequada daqueles que notificam o incidente para as equipas que efectivamente lidam com os sistemas afectados. Reproduced with the kind permission of DANTE, copyright on behalf of GÉANT (www.geant.net) Novembro 2011

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passeio público

Mudar de vida em Portugal Conheceu a mulher em Portugal, em 1986, mas só fixou residência no País em 1999. Nasceu e viveu na Alemanha e viajou por várias partes do mundo, em especial no Médio Oriente. Até que, em 2007, Nicolai Kollock, 46 anos, country manager da Devolo, decidiu dar a conhecer aos portugueses como é que podiam aperfeiçoar o acesso à internet através da rede eléctrica

O coração foi mais forte do que arazão e foi assim que Kollock cedeu à tentação portuguesa. Veio a Portugal em 1986, apaixonou-se por uma portuguesa e foram viver juntos para a Alemanha. Nessa altura trabalhava para a Sterling, uma companhia americana que detinha uma participação na então Pararede, que depois se viria a fundir com a Consiste, dando origem à actual Glintt. Viajava muito e um dia decidiu que tinha de mudar de vida. Ele e a mulher regressaram a Portugal quando surgiu um convite de uma outra empresa para trabalhar em Lisboa. 24

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Um dos primeiros grandes momentos de Kollock e da Devolo em Portugal foi quando a Sonaecom decidiu usar o equipamento da marca para o projecto Clix Smart TV. Isso ajudou a “aumentar um pouco a notoriedade”, recorda o nosso interlocutor

A Sterling não deixou mas ele exigiu trabalhar a partir de Portugal e a companhia fez-lhe a vontade. No entanto, continuou a viajar muito e isso já não fazia parte dos seus planos. Foi em 2006 que a vida mudou definitivamente. Nesse ano conheceu a Devolo, uma empresa alemã que fabricava dispositivos que permitem criar redes de dados a partir da instalação eléctrica doméstica. Os portugueses já conheciam algumas experiências de transmissão da internet através deste meio, mas os resultados não tinham sido animadores. O novo agregador das comunicações


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Depois de algumas pesquisas na internet, entrou em contacto com a marca e tornou-se no seu representante em Portugal. Começou oficialmente em 2007, como country manager, e em Portugal “ninguém conhecia a noção de powerline”, diz Kollock. Powerline é precisamente o conceito que hoje conhecemos como a criação das redes de dados através da instalação eléctrica doméstica. Como é que isso se faz? As redes domésticas são os principais clientes da Devolo mas a empresa também vende dispositivos a prestadores do serviço de internet para ligar boxes de IPTV aos routers de acesso à internet. A Sonaecom e a Vodafone, por exemplo, são clientes da Devolo. Um dos primeiros grandes momentos de Kollock e da Devolo em Portugal foi quando a Sonaecom decidiu usar o equipamento da marca para o projecto Clix Smart TV. Isso ajudou a “aumentar um pouco a notoriedade”, recorda o nosso interlocutor. Em 2009, ela foi reforçada quando outro ISP (fornecedor de serviços de internet), a Vodafone, decidiu usar a tecnologia Devolo. Desde essa altura o crescimento tem sido constante e a marca “cresceu 10 vezes mais desde essa altura”, diz Kollock. O sucesso não o surpreendeu. Afinal, estamos a falar de um produto alemão e na Alemanha sete em cada 10 consumidores escolhem um adaptador Devolo. A qualidade dos produtos usados na produção dos aparelhos, a sua robustez e uma gama muito completa faz com que hoje “os consumidores associem powerline à Devolo, tal como

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O próximo passo é a consolidação da marca em Portugal e o seu optimismo resume-se numa frase: “o futuro é brilhante para a Devolo”

10:44 AM

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O country manager da Devolo continua a viajar muito mas desta vez em Portugal. Elogia o País, a comida – especialmente o peixe – e as gentes. Só não aprecia a forma de conduzir. Vive na zona de Carcavelos, passeia até ao Guincho e Sintra de bicicleta e está muito divertido com aquilo que faz

associam um carro de qualidade à Mercedes”, salienta Nicolai. Hoje a marca presença nos grandes espaços do retalho - FNAC, Media Markt, El Corte Inglés e Rádio Popular – e está em negociações com a Vobis e a Worten. O country manager da Devolo continua a viajar muito mas desta vez em Portugal. Elogia o País, a comida – especialmente o peixe – e as gentes. Só não aprecia a forma de conduzir. Vive na zona de Carcavelos, passeia até ao Guincho e Sintra de bicicleta e está muito divertido com aquilo que faz. O próximo passo é a consolidação da marca em Portugal e o seu optimismo resume-se numa frase: “o futuro é brilhante para a Devolo”. Uma das prioridades é a expansão do segmento B2B, o que ainda tem menos expressão nos resultados da empresa no nosso País. Essa situação está prestes a mudar com uma nova proposta da marca para este segmento de mercado. A Devolo só trabalha na Europa e desde 2002, data da sua fundação, até hoje já vendeu, em termos globais, mais de 11,5 milhões de adaptadores. O volume de negócios passou de pouco mais de 20 milhões de euros, em 2003, para 120 milhões em 2011. Nicolai Kollock nasceu na Alemanha, em 1965. Estudou Tecnologias de Informação e Economia e também alguma programação. O seu primeiro emprego foi na Nixdorf, que se fundiu com a Siemens. Nessa altura saiu da empresa e procurou outro rumo. Portugal acabaria por lhe trocar outra vez as voltas e não está nada arrependido.

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Gestão

A diferença no feminino Liderança no feminino, e especificamente no mundo das Tecnologias de Informação, requer perseverança, simpatia, uma boa equipa e muita paixão O estilo de liderança feminino distingue-se, a meu ver, claramente do masculino. As mulheres preferem construir redes de colaboração, sinergias, influenciar pessoas e equipas; os homens preferem criar sistemas muito hierarquizados, mundo tipicamente masculino. Desde muito cedo que as mulheres são chamadas a gerir filhos, casa, amigos, família, orçamento, lidar com muitas pessoas diferentes e isso requer um sistema colaborativo, às vezes até bastante complexo e, por isso, a liderança surge com naturalidade, confiança, determinação e espontaneidade. A gestão de tempo e de prioridades no plano doméstico tipicamente extrapola para o plano profissional, e por isso, as líderes focam-se naquilo que é realmente prioritário e que traz claramente resultados imediatos para si a para as equipas que conduzem. A sua capacidade multitarefas em simultaneo é um skill próprio do feminino e que explorado no mundo dos negocios é sucesso garantido! Somos menos autoritárias e temos a preocupação em fazer crescer os que estão à nossa volta, porque o sucesso da nosssa equipa é o nosso sucesso. Todos estes ingredientes desenvolvem nas mulheres uma sensibilidade inata especial para os negócios! Pela necessidade de conjugarmos a rotina doméstica com a agenda profissional, somos menos centralizadoras, cuidamos de vários assuntos ao mesmo tempo e estabelecemos prioridades na hora de negociar. A nível empresarial, actualmente os negócios procuram a diferenciação, a inovação e a criatividade, através de uma comunicação simples, focada e eficaz. Estas 26

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“Pela necessidade de conjugarmos a rotina doméstica com a agenda profissional, somos menos centralizadoras, cuidamos de vários assuntos ao mesmo tempo e estabelecemos prioridades na hora de negociar”

“A nível empresarial, actualmente os negócios procuram a diferenciação, a inovação e a criatividade, através de uma comunicação simples, focada e eficaz. Estas competências de liderança que o mercado procura são mais facilmente encontradas nas mulheres”

competências de liderança que o mercado actualmente procura são mais facilmente encontradas nas mulheres. Outro aspecto que posso realçar é o facto de sermos mais focadas nas relações humanas, o que facilita o contacto e a relação com clientes, colaboradores e fornecedores. Obviamente, também a maternidade desenvolve nas mulheres competências de orientação, tomada de decisão e responsabilidades. Adicionalmente a estas capacidades mais desenvolvidas nas mulheres, o sucesso da liderança no feminino passa também pela sua capacidade de auto-motivação, bom humor, criatividade e objectividade – não há tempo a perder! Mas todos estes ingredientes fazem apenas 50 por cento do sucesso! A outra metade que dita o sucesso são as oportunidades que existem em ambientes liderados sobretudo por homens, como é o caso das empresas de Tecnologias de Informação. Por isso, ter uma grande proactividade em relação à procura de uma ascensão profissional é fundamental. Perseguir de forma disciplinada e persistente as oportunidades é, a meu ver, a outra metade do sucesso na liderança no feminino. Não é minha opinião que as mulheres lideram melhor do que os homens! Temos, sim, ingredientes que funcionam muito bem em cargos de liderança. Além disso, liderar envolve paixão, firmeza, pulso, determinação, tolerância e paciência e estes são factores que caracterizam mais as mulheres do que os homens. Resumindo, liderança no feminino e especificamente no mundo das Tecnologias de Informação requer perseverança, simpatia, uma boa equipa e muita paixão!

Sónia Jerónimo directora-geral da KCS IT

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Inovação

Correios automáticos

Fotografias: CTT/Pedro Mónica e Pedro Cardoso/YDreams

Os CTT chamam-lhe um “paradigma do futuro” e o seu desenvolvimento contou, ao nível dos sistemas de informação, com o envolvimento de duas empresas portuguesas. É a nova estação de Correios do Parque das Nações, em Lisboa, inaugurada em Setembro, totalmente automatizada e que funciona 24 horas

Foi um modelo totalmente idealizado e elaborado de raiz por técnicos dos CTT, em parceria com os fornecedores externos do projecto. É uma solução que pode ser exportada para o estrangeiro. Chama-se Estação do Futuro, é self-service e, segundo Alexandre Guia, responsável pelo departamento de marketing e particulares dos CTT, constitui um projecto 28

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Face à complexidade do projecto a sua concretização demorou no total cerca de um ano e meio. A maior parte do tempo foi alocada à fase da concepção da loja

piloto “vital no teste e desenvolvimento de novas soluções de relacionamento, comunicação e sustentabilidade”. Para a empresa esta estação estabelece uma “viragem” nos conceitos actuais ao nível dos processos operacionais e de atendimento nas estações. Representa ainda um novo posicionamento da marca CTT no que diz respeito O novo agregador das comunicações


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à sua rede de retalho. Trata-se de um “paradigma do futuro” que surge num momento importante para a empresa, “considerando a futura liberalização do sector postal”, refere o mesmo responsável. Face à complexidade do projecto a sua concretização demorou cerca de um ano e meio. A maior parte do tempo foi alocada à fase da concepção da loja. Tiveram de ser consideradas diversas tarefas, sem as quais não era possível alcançar este resultado, particularmente no que diz respeito a análises de estudo de mercado e benchmarking internacional, análise de mercado e económica e financeira, elaboração de cadernos de encargos e lançamento dos concursos públicos. A fase de testes aos equipamentos também exigiu algum tempo. O projecto contou, ao nível dos sistemas de informação, com a participação de duas empresas portuguesas: a Begenius, que desenvolveu as máquinas de self-service e respectivo hardware, e a YDreams, responsável pelas soluções interactivas de comuniO novo agregador das comunicações

Tratando-se de um projecto piloto dos CTT, a empresa tem como objectivo desenvolver novas soluções que, a prazo, poderão complementar e reforçar a conveniência do acesso dos clientes aos serviços postais

cação: lcd’s, mesa de produtos financeiros e montra. Os CTT desenvolveram todo o software das máquinas de self-service. Tratando-se de um projecto piloto dos CTT, a empresa tem como objectivo desenvolver novas soluções que, a prazo, poderão complementar e reforçar a conveniência do acesso dos clientes aos serviços postais. Alexandre Guia admite, relativamente aos sistemas de self-service e alguns dos equipamentos de comunicação, que eles possam vir a ser instalados em outros locais, como área complementar nas estações dos Correios ou em outros espaços comerciais (centros comerciais e aeroportos, por exemplo). Segundo a empresa a vantagem é que, sendo este um conceito “modelar”, poderá ser efectuada uma intervenção à medida, considerando as necessidades e o tráfego da zona onde a solução é inserida. Questionado sobre se existiu algum modelo de Estação do Futuro em que os CTT se inspiraram, o mesmo responsável refere que

o espaço do Parque das Nações foi totalmente idealizado e elaborado de raiz por técnicos dos CTT em parceria com os fornecedores externos do projecto. “Obviamente que a concepção das soluções, nomeadamente, das máquinas self-service, soluções de comunicação interactivas, arquitectura e design foram idealizados pelos parceiros, mas todos eles baseados em caderno de encargos e briefings específicos”, diz. Sobre a “exportação” desta ideia para outros mercados, os Correios afirmam que, para já, pretendem estudar a reacção do consumidor a estes equipamentos “com a intenção de proceder aos melhoramentos e upgrades das soluções de forma a solidificar o modelo, preparando-o, assim, para uma eventual replicação”. A nível internacional, os CTT estão presentes em Espanha e Moçambique e prestam serviços de consultadoria em Angola, pelo que esta constitui mais uma solução que a empresa pode “exportar” para esses mercados ou outros emergentes. Novembro 2011

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Fátima de Sousa jornalista fs@briefing.pt

“Estamos a apostar claramente nos conteúdos. É a pedra de toque da nossa estratégia”, afirma João Lima Antunes, 48 anos, director comercial da Sony Europa em Lisboa, a propósito do lançamento da mais recente estrela da companhia, o tablet com plataforma Android. O objectivo é liderar em 2012. E os primeiros resultados dão confiança à empresa, que em 2010 facturou 99 milhões de euros

João Lima Antunes, director da Sony Europa em Lisboa

Ramon de Melo

Conteúdos são o futuro

Fibra | A Sony está em Portugal há já quase 30 anos. Que balanço faz dessa presença? João Lima Antunes | A Sony iniciou a sua actividade em Portugal numa altura em que o mercado de consumo não tinha grande maturidade, existindo, inclusive, alguma 30

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“O que a Sony procura é adaptar-se aos novos circuitos para chegar ao consumidor”

escassez em termos de oferta. Apenas outra empresa estava cá directamente, com o mercado a ser abastecido sobretudo através de importadores e distribuidores. A Sony surgiu, por isso, num momento apropriado, introduzindo muitas novidades e fazendo um O novo agregador das comunicações


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trabalho directo com o mercado. A partir daí, o nosso percurso tem-se adaptado à realidade, tendo em conta que nos últimos anos houve uma transformação tremenda, com uma aceleração muito grande na diversidade da oferta por parte da distribuição. O que a Sony procura é adaptar-se aos novos circuitos para chegar ao consumidor, adequando o seu portefólio aquilo que é a procura expectável do consumidor português. Fibra | Diria que a Sony marcou o mercado da electrónica de consumo em Portugal? JLA | A Sony tem uma herança que pode reclamar e que é o facto de ter construído muitíssimo para o desenvolvimento do retalho em Portugal. Trouxemos muita inovação em métodos de trabalho, na forma como as lojas apresentam os produtos e como os lojistas se posicionam. Soubemos acompanhar a transição do pequeno retalho, das lojas tradicionais para os grandes espaços, em que há uma oferta mais extensa e em grandes quantidades. Nessa altura, a Sony foi pioneira na introdução de formas diferentes de chegar ao consumidor. É algo que está no nosso ADN. Continuamos a tratar os pontos de venda com muito cuidado, tendo sempre em consideração que é preciso elucidar o consumidor acerca da mais-valia dos nossos produtos. O mercado mudou e a concorrência multiplicou-se, pelo que há sempre novos factores a influenciar a forma como nos posicionamos. Há uma distância imensa face à nossa chegada a Portugal: não havia os concorrentes que hoje existem nem a capacidade actual de apresentarem propostas altamente competitivas em termos de produtos. Em áreas em que, durante bastante tempo, tivemos a primazia surgiram entretanto concorrentes muito fortes, que nos obrigam a pensar diferentemente o negócio. O que fazemos é ter em consideração as diferentes ofertas e O novo agregador das comunicações

“A Sony tem uma herança que pode reclamar e que é o facto de ter construído muitíssimo para o desenvolvimento do retalho em Portugal. Trouxemos muita inovação em métodos de trabalho, na forma como as lojas apresentam os produtos”

“Não escondemos de forma nenhuma que perdemos parte do nosso share no segmento da televisão. O que aconteceu foi que, na transição do CRT para o LCD, surgiram concorrentes bem posicionados, a competir fortemente no mercado”

adequar a nossa, mas sempre respeitando a tendência que é marcada pela casa-mãe a partir das expectativas de consumo nas várias regiões. Dentro do conjunto de soluções, escolhemos as que, aparentemente, são mais apropriadas para o mercado português. Mas não há grandes especificidades, porque o mercado está globalizado e o que é verdade em Tóquio acaba por ser verdade em Lisboa… Fibra | Os hábitos locais não influenciam? JLA | A forma como se move o mercado pode levar a escolhas distintas num país, mas só acontece pontualmente. O que sabemos – e o fenómeno está estudo - é que o consumidor português se sente muito atraído pelas novidades, por novos conceitos e novos produtos, pelo que o País pode estar sempre na linha da frente em termos da perspectiva de lançamento de um produto. Temos, aliás, exemplos que demonstram que a aceitação e penetração de determinados produtos são mais rápidas em Portugal do que noutros países.

“Continuamos a tratar os pontos de venda com muito cuidado, tendo sempre em consideração que é preciso elucidar o consumidor acerca da mais-valia dos nossos produtos”

Fibra | Durante muito tempo Sony e televisão eram praticamente sinónimos. Hoje, já não é assim. O que aconteceu? JLA | Não escondemos de forma nenhuma que perdemos parte do nosso share no segmento da televisão. O que aconteceu foi que, na transição do CRT para o LCD, surgiram concorrentes bem posicionados, a competir fortemente no mercado. Temos vindo a recuperar, mas o mercado está completamente diferente. Por um lado, as marcas são muito similares a nível tecnológico e de qualidade e, por outro, os critérios de escolha dos consumidores também incluem o design do produto, por exemplo. Em televisão, mantemos um padrão de exigência muito elevado, porque continuamos a acreditar que não podemos colocar no mercado produtos que não preencham determinados requisitos. >>>

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Isso explica um pouco o nosso posicionamento. E o desfasamento que existe nos shares é explicado pelo facto de não darmos primazia aos chamados produtos de entrada no segmento, o que nos retira essa franja de mercado. E não o fazemos devido ao nosso padrão de qualidade.

“Continuamos a acreditar que a ligação ao consumidor tem de ser forte, de confiança e de respeito”

Fibra | A Sony foi ultrapassada por mérito dos concorrentes ou porque não esteve atenta? JLA | Não tiro o mérito aos concorrentes, que souberam explorar bem esse momento e até acelerar a transição. Também não diria que houve demérito da Sony. Admito que tenhamos tido uma maior lentidão a responder, mas não lhe chamaria erro estratégico porque entendemos que a transição tinha de ser garantida com produtos de elevada qualidade, que incorporassem uma série de tecnologia que acrescentassem valor aos produtos. Houve alguma demora, de facto, mas foi por exigência de qualidade. O nosso enfoque é na tecnologia por detrás do equipamento, na qualidade de imagem e de som, por exemplo, e isso é algo aferível pelo consumidor. Em LCD, estamos ao nível que tínhamos no Black Triniton. Em 3D não queremos apenas apresentar a melhor solução, queremos também ter a melhor televisão 2D. É o nosso princípio. Fibra | A televisão ainda é dominante? JLA | Sim, a televisão ainda é dominante, mas não há uma diferença muito significativa com a IT. A nossa opção passa por estarmos presentes, e inclusive liderarmos, noutros segmentos, o que leva a uma repartição muito equilibrada dos valores de vendas. A televisão é responsável por 30 por cento, a IT por praticamente a mesma quota e o resto é dividido pelos demais sectores. Fibra | Qual é a quota de mercado da Sony? JLA | A quota total da Sony, ex-

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“Em televisão, mantemos um padrão de exigência muito elevado, porque continuamos a acreditar que não podemos colocar no mercado produtos que não preencham determinados requisitos”

“A nossa visão é de que os fabricantes não são o único motor que influencia a decisão final do consumidor. A distribuição tem um grande peso e as marcas que melhor se posicionam junto da distribuição são melhor sucedidas”

cluindo a IT, cujos números são aferidos de forma distinta, está na ordem dos 14 por cento. O peso de cada um dos segmentos é distinto: lideramos na fotografia digital e no áudio portátil, temos uma posição forte em televisão embora não sejamos líderes, temos também uma posição forte nas câmaras de filmar. Fibra | Qual tem sido a estratégia para reconquistar a liderança no segmento da televisão? JLA | O que temos feito tem sido, fundamentalmente, criar espaços de excelência onde os nossos produtos são mais do que apresentados, são demonstrados ao consumidor, a quem damos a possibilidade de experimentação efectiva da tecnologia associada. É por aí que temos caminhado: pegamos nas tecnologias disponíveis e tornamo-las evidentes para o consumidor. Continuamos a acreditar que a ligação ao consumidor tem de ser forte, de confiança e de respeito. Naturalmente que queremos que as pessoas comprem televisores Sony, mas gostaríamos que tivessem a possibilidade de os experimentar e que, de forma consciente, adquirissem o produto que corresponda às suas expectativas. A nossa visão é de que os fabricantes não são o único motor que influencia a decisão final do consumidor. A distribuição tem um grande peso e as marcas que melhor se posicionam junto da distribuição são melhor sucedidas. A nossa estratégia assenta numa parceria com os distribuidores, uma parceria autêntica, de partilha da visão do negócio. Fibra | E está a resultar? JLA | A progressão realizada ao longo de 2010 foi muito significativa: a Sony dobrou o share versus 2009. A tendência mantém-se ao longo deste ano. Fibra | Como é recuperar a liderança em anos de crise? JLA | Quando preparámos o exercício para 2011, muitas siO novo agregador das comunicações


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“A progressão realizada ao longo de 2010 foi muito significativa: a Sony dobrou o share versus 2009. A tendência mantém-se ao longo deste ano”

tuações que entretanto ocorreram em Portugal não eram visíveis. Fomos, de alguma forma, surpreendidos por uma série de factos novos que, naturalmente, terão impacto. Aliás, procedemos já a um reajuste da nossa expectativa na ordem dos 10 por cento face ao exercício inicial. E a realidade está, grosso modo, alinhada com essa redução. Fizemo-lo antes do Verão, mas depois disso houve factos maiores que vão ter implicações. Espera-se uma retracção do consumo, mas não sabemos como vai ser o comportamento do consumidor. Estamos numa situação absolutamente invulgar na economia portuguesa. O que podemos fazer é manter viva a chama do consumidor, despertar a necessidade de adquirir os produtos.

Estamos a adoptar uma medida que é comum ao mercado, que é um maior cuidado na gestão do stock. Estamos expectantes. Fibra | Partilha da opinião de que a crise é uma oportunidade para estimular o consumo? JLA | É verdade que, quando as pessoas estão mais pressionadas, têm maior tendência para estar em casa, fazem menos programas fora, viajam menos… Há a expectativa de que as pessoas continuem a procurar soluções que trazem conforto, comodismo. Todas as marcas estão atentas a esse tipo de comportamentos, mas o que isso pode significar no negócio é um exercício impossível. Estamos numa situação anormal. Uma coisa é estimularmos o consumo numa situação normal, no

“Estamos numa situação absolutamente invulgar na economia portuguesa. O que podemos fazer é manter viva a chama do consumidor, despertar a necessidade de adquirir os produtos”

momento actual é diferente. Se for a um ponto de venda não faltam ofertas, promoções, comunicação, mecanismos de compra a crédito… Fibra | Uma área em que a Sony tem uma posição confortável é a de IT. Qual é a aposta? JLA | Nesse segmento, primamos por produtos muito actuais. Estamos no mercado com o conceito VAIO, muito ligado ao entretenimento, não pura e simplesmente ao trabalho. Não estamos num mercado massificado, não competimos com os produtos de trabalho, mais robustos mas também de maior desgaste. Apostamos em produtos personalizados, com uma ligação muito próxima ao consumidor: daí o investimento no design. Mas não abdicando >>>

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nunca da incorporação das últimas tecnologias. A nossa parceria com a Microsoft é bem explícita nesse sentido: estamos na linha da frente do lançamento de novas soluções, pelo que, ao adquirir um VAIO, não adquire apenas hardware, adquire toda uma panóplia de software, o acesso ao mundo Microsoft.

“Estamos no mercado com o conceito VAIO, muito ligado ao entretenimento, não pura e simplesmente ao trabalho. Não estamos num mercado massificado”

Fibra | Quanto é que vale para a empresa e em quota de mercado? JLA | No nosso portefólio, corresponde a um pouco menos de 30 por cento. No mercado, em valor, ronda os dez por cento. É um share importante, que está dentro das nossas expectativas. Não temos a ambição de chegar a alguns segmentos de IT porque não temos oferta para isso, estamos focados em determinadas apostas, no segmento do VAIO. Fibra | A Sony acaba de se lançar no segmento dos tablets. O que diferencia o vosso produto da concorrência? JLA | O tablet foi apresentado ao

mercado a 27 de Setembro, é a nossa coqueluche. É um produto sobre o qual temos expectativas e ambições e uma delas é liderar na plataforma Android no próximo ano. Os primeiros resultados são francamente positivos, dão-nos confiança. O nosso tablet baseia-se no princípio da utilização real pelo consumidor, o que significa que apostámos fundamentalmente nos acessos a conteúdos e na interacção com outros equipamentos. A partir dele posso comandar a televisão, o vídeo, o ar condicionado, os estores eléctricos… tudo o que esteja apto a receber sinal. É o primeiro produto que, de uma forma óbvia, demonstra a capacidade da Sony no que respeita a conteúdos. Ao adquiri-lo, o consumidor adquire uma variedade de conexões, filmes músicas, jogos e outros conteúdos, imediatamente disponíveis. O que pretendemos é integrar cada vez mais as soluções. Estamos a apostar claramente nos

conteúdos. É a pedra de toque da nossa estratégia. Fibra | A estratégia da Sony passou também pelo redimensionamento da empresa. Porquê? Foi ditada pela crise? JLA | Foi um processo global, transversal aos vários países. Em 2008, a Sony Portugal sofreu um realinhamento, houve áreas que passaram a ter direcção ibérica, outras que foram adjudicadas em outsourcing por considerarmos que são acessórias, embora necessárias, podendo ser feitas em regime externo. Não carecem de especialização Sony, mas sim de especialização na respectiva área de serviço. A intenção foi ajustar a estrutura à realidade do negócio, mas o resultado acabou por ser algum emagrecimento. Fibra | Qual é o comportamento da subsidiária portuguesa no universo Sony? JLA | Ao longo destes anos, Portugal tem dado excelentes exemplos de boas práticas e de uma boa relação com o mercado e o

PERFIL

Entre a Sony e o mar João Lima Antunes está na Sony desde Agosto de 1992. Foi convidado pelo director comercial então em funções para constituir um novo grupo de trabalho que se dedicaria a desenvolver a área de negócio de consumíveis. Era uma necessidade que derivava de um fenómeno emergente no mercado português – a grande distribuição, de tal forma que essa área de negócio acabaria promovida a divisão na então Sony Electrónica Portugal. Manteve-se sempre ligado à área comercial e ao marketing, no desempenho de funções que o levaram, a dado passo da carreira, para fora do País. Voltou em 2008, quando, no âmbito do processo de restruturação que a empresa sofreu, foi convidado a assumir o cargo máximo da Sony em Portugal – director comercial, com tutela sobre as áreas de consumo (televisão, home vídeo,

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hi-fi, imagem, áudio portátil, network walkman, car mobile e recording media). De fora fica a área profissional, para a qual existe uma direcção europeia. Entretanto, a Sony Electrónica Portugal deixou de existir como entidade. Transformou-se na sucursal de Lisboa da Sony Europa pela simples razão de que a organização implica que haja partilha de quadros: na prática, há quadros portugueses que não estão fisicamente em Portugal. Quando não está na Sony, João Lima Antunes privilegia as actividades que tenham o mar como cenário. Já praticou surf, mas actualmente deixa a prancha em terra e prefere observar os filhos a cortar as ondas. Também já experimentou windsurf e ainda faz ski aquático. “Sempre que tenho tempo para mim, é isso que faço. Atrai-me sobremaneira tudo o que tenha a ver com o mar”. Está explicado!

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“’Make believe’ tem muito a ver com a possibilidade de cada um realizar os seus sonhos, satisfazer as suas expectativas: é isso que queremos proporcionar aos consumidores com os nossos produtos”

consumidor. A Sony tem um reconhecimento importante por parte do consumidor, como prova um estudo de reputação divulgado há cerca de mês e meio, em que é a principal marca no segmento da electrónica de consumo. Naturalmente que este reconhecimento do mercado se traduz em reconhecimento pela casa-mãe. Penso que o facto de a maior reunião anual de quadros da Sony ter acontecido este ano em Portugal, em Julho, com a presença do presidente, Howard Stringer, é significativo desse reconhecimento. Mas, se me pergunta qual o peso da subsidiária portuguesa na companhia, diria que está associado à dimensão do mercado. O que é expressivo é o share e os O novo agregador das comunicações

“A nossa parceria com a Microsoft é bem explícita: estamos na linha da frente do lançamento de novas soluções, pelo que, ao adquirir um VAIO, não adquire apenas hardware, adquire o acesso ao mundo Microsoft”

“A Sony tem um reconhecimento importante por parte do consumidor, como prova um estudo de reputação divulgado há cerca de mês e meio, em que é a principal marca no segmento da electrónica de consumo”

“O que é expressivo é o share e os resultados que obtemos, o que, tendo em conta o país, são resultados interessantes”

resultados que obtemos, o que, tendo em conta o país, são resultados interessantes. Mas não se podem fazer comparações. Fibra | “Make believe” é a assinatura da empresa. Considera que reflecte o espírito do fundador? JLA | Essa é, de facto, a forma como hoje em dia a companhia se posiciona, a forma como a nossa filosofia é testada no negócio.”Make believe” tem muito a ver com a possibilidade de cada um realizar os seus sonhos, satisfazer as suas expectativas: é isso que queremos proporcionar aos consumidores com os nossos produtos. Penso que é fiel ao espírito do

nosso fundador, um espírito visionário, empreendedor. Aliás, há uma frase de Akio Morita que tenho um prazer especial em revisitar: na altura, não se falava ainda em globalização e ele já dizia que temos de conseguir pensar de forma global mas saber como agir localmente. É uma herança que se mantém viva. E a que muitas outras pessoas depois do fundador têm dado continuidade.

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REdEs sociais

Quando o Twitter cresce As falhas na idealização do sistema custaram caro à marca, pois, à medida que o número de utilizadores e de tweets foi crescendo, começaram os problemas de lentidão e indisponibilidade, gerando de tal forma má publicidade que poderia ter acabado com o serviço Em Setembro, o Twitter anunciou que tinha 200 milhões de utilizadores registados, 100 milhões activos que utilizam a plataforma uma vez por mês e 50 milhões que o fazem diariamente. Mas será que a arquitectura do sistema que suporta o Twitter previu o crescimento de dezenas de utilizadores para os 200 milhões? A resposta é simples: não! O Twitter teve problemas e teve de ser repensado. O Twitter original foi montado em 2006 de forma rápida para obter a funcionalidade pretendida, sem considerações especiais de escalabilidade ou desempenho. Na altura não existia forma de monitorização, logo não se conseguia saber se existia algum tipo de problema na aplicação. Estas falhas na idealização do sistema custaram caro à marca, pois, ainda em 2006, e à medida que o número de utilizadores e de tweets foi crescendo, começaram os problemas de lentidão e indisponibilidade, gerando de tal forma má publicidade que poderia ter acabado com o serviço. É certo que não era fácil prever que esta rede social iria crescer desta maneira, mas a capacidade para suportar estes desafios é frequentemente o ponto diferenciador entre um sucesso e um fracasso. Foram vários os representantes do Twitter que afirmaram publicamente que o problema era arquitectural. Afinal, o sistema não tinha sido concebido para crescer tanto e tão rapidamente! A marca resolveu então recorrer a especialistas externos para resolver o problema e para lhe dar novos “músculos”. Estes especialistas decidiram refazer a solução, substituindo módulos que já estavam no limite de utilização por produtos mais robustos. Tiveram ainda de fazer 36

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“Foram vários os representantes do Twitter que afirmaram publicamente que o problema era arquitectural. Afinal, o sistema não tinha sido concebido para crescer tanto e tão rapidamente”

“Os visionários do Twitter falharam - talvez por não serem astrólogos - na definição correcta do seu sistema. Novos projectos poderão evitar esses problemas garantindo que identificam correctamente, e na altura certa, os requisitos do sistema”

um extenso trabalho de desenvolvimento à medida: os requisitos de escalabilidade e desempenho do Twitter eram simplesmente demasiado exigentes para serem garantidos por produtos tradicionais de mercado. Durante todo o período de implementação desta solução, e mesmo posteriormente até afinarem todas as agulhas, o Twitter continuou com falhas. Só em 2007 conseguiram estabilizar o sistema e garantir a usabilidade da aplicação. As mudanças arquitecturais não terminaram nessa data mas, desde então, têm sido motivadas por oportunidades de negócio emergentes e evoluções do próprio sistema. Estas questões arquitecturais não acontecem só ao Twitter. Projectos milionários como o iPhone 4 sofreram também da mesma doença. O iPhone e o Twitter conseguiram recuperar e vingar no mercado, mas houve outros que morreram à nascença e nunca chegaram ao grande público. E tudo devido às famosas falhas arquitecturais. Mas como podemos evitar erros do passado? Como podemos garantir que as nossas soluções são adequadas para sobreviver ao mundo real? A verdade é que não existe uma silver bullet para este problema complexo. No entanto, existe um conjunto de boas práticas que podem ajudar. A mais importante é definir correctamente as necessidades do sistema. Citando Fred Brooks: “The hardest single part of building a software system is deciding precisely what to build”. Os visionários do Twitter falharam - talvez por não serem astrólogos - na definição correcta do seu sistema. Novos projectos poderão evitar esses problemas garantin-

Marco Jorge arquitecto de software da Novabase

do que identificam correctamente, e na altura certa, os requisitos do sistema. Atributos como desempenho, escalabilidade e segurança não podem ser acrescentados a um produto que não foi desenhado para tal. Têm de ser pensados e incorporados na arquitectura de origem. Mas agora a pergunta é outra: será que a nova versão do Twitter foi pensada para suportar 500 milhões? O novo agregador das comunicações



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Carnegie Mellon Portugal é um “sucesso” Com mais de 80 parceiros industriais, cerca de 270 estudantes em formação avançada, 25 projectos de investigação de grande impacto e cinco start-ups de base tecnológica, o programa Carnegie Mellon Portugal revelou-se um de sucesso. Quem o disse foi o director nacional, João Barros, na 3.ª conferência anual, com o tema “Universidades, empresas e utilizadores finais: a aposta decisiva para o conhecimento e o crescimento económico”.

ANACOM não paga dívida da Fundação para Comunicações O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações, José Amado da Silva, garantiu que a dívida da Fundação para as Comunicações Móveis, que pode ascender aos 73 milhões de euros, não vai ser paga pelo regulador. A declaração foi proferida à margem da conferência sobre “Liberalização do Serviço Postal: Ano 1”, em Lisboa. Para o responsável, o pagamento está “fora de questão”, porque a ANACOM “não paga a fundações privadas”.

O site do Fibra em Setembro As cinco notícias mais lidas Para acabar de vez com os cabos Facebook pode originar alterações na mente humana Site cria protótipo do iPhone 5 (com vídeo) Tablet indiano por apenas 25 euros Nova rede social divide receitas com utilizadores

As cinco notícias mais partilhadas no Facebook e Twitter PT não corta subsídios de Natal e férias Facebook pode originar alterações na mente humana O bibliotecário da Twitteresfera Facebook pode recolher dados de navegação depois de desligado iPod clássico e iPod shuffle à beira do fim

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pessoas Steve Jobs, de 56 anos, morreu no passado dia 5 de Outubro. O génio criativo da Apple foi homenageado por fãs em todo o mundo e por personalidades como Barack Obama, Bill Gates e Mark Zuckerberg. Em apenas dois dias, as vendas da primeira biografia autorizada do co-fundador da empresa da maçã aumentaram 42 mil por cento. O livro pode vir a ser o mais vendido do ano e já ocupa o topo da lista de títulos mais comercializados da Amazon. A Sony já está a negociar a aquisição dos direitos sobre a biografia de Steve Jobs para uma adaptação ao cinema.

Lígia Nascimento é a nova directora de recursos humanos da Viatecla, empresa de desenvolvimento de software empresarial e consultoria em sistemas de informação. “A Lígia é uma profissional de referência na área dos recursos humanos, com larga experiência em vários sectores, sendo uma mais-valia para a nossa equipa”, garantiu Pedro Seabra, ceo da Viatecla.

Sylvain Derivry é o novo director para a Área Internacional da tecnológica portuguesa Glintt. Com 44 anos, Derivry conta com uma vasta experiência internacional, em empresas como a Portugal Telecom, Altram Technologies Índia e França, Overlease Europe, Renault Bank e Banque Société Générale, em Amesterdão. O novo agregador das comunicações


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Samsung e Google apresentam Galaxy Nexus A Samsung e a Google apresentaram, em Hong Kong, o smartphone Galaxy Nexus e a nova versão do sistema operativo Android, o Ice Cream Sandwich. Apresentado sobre os conceitos-chave velocidade, ecrã e design, o smartphone, caracterizado como o “mais rápido do mundo”, está equipado com um ecrã HD Super AMOLED de 4,65 polegadas, processador dual-core de 1.2 GHz e é compatível com as redes 4G. Chega em Novembro com duas versões, 16 ou 32 GB.

Facebook arrisca multa por guardar dados eliminados O Facebook pode ter que pagar uma multa de 100 mil euros a um jovem austríaco, por ter guardado informação que o utilizador tinha apagado da conta pessoal. Max Schrems, um estudante de Direito de 24 anos, acusa a rede social de ter guardado cerca de 1200 páginas, mesmo depois de ter apagado estes conteúdos do perfil.

Governo aumenta pedidos de informação à Google O governo português pediu, este ano, mais informação à Google sobre os utilizadores dos serviços. Entre Janeiro e Julho, a Google recebeu 161 pedidos de informação sobre dados dos utilizadores de contas e serviços da empresa, contra os 92 requeridos nos seis meses anteriores. Os números fazem parte do último Relatório de Transparência da Google.

Sony Ericsson é toda da Sony A Sony comprou a metade da empresa que pertencia à Ericsson e adquiriu cinco conjuntos de patentes por 1.1 mil milhões de euros. Howard Stringer, chairman da Sony, disse à BBC que a “aquisição faz sentido para a Sony e para a Ericsson e irá fazer a diferença junto dos consumidores, que querem estar ligados aos conteúdos onde e quando quiserem”. O novo agregador das comunicações

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Duplicar a banda larga aumenta PIB em 0,3% A duplicação da velocidade da banda larga aumenta o PIB de uma economia em 0,3 por cento. A conclusão é de um estudo da Ericsson, da consultora Arthur D. Little e da Universidade de Tecnologia de Chalmers. Este crescimento equivale a 126 mil milhões de dólares, perto de 94 mil milhões de euros. A Ericsson refere a disponibilidade e a velocidade da banda larga como “fortes factores dinamizadores da economia”. Um estudo elaborado no ano passado demonstrou que, para cada 10 pontos percentuais de aumento de penetração da banda larga, o PIB cresce um por cento.

TIC são solução para gerar emprego O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é apontado como a melhor estratégia para fomentar a empregabilidade e o crescimento económico das empresas, diz um relatório da ONU, apresentado numa conferência sobre Comércio e Desenvolvimento. Segundo o relatório, os governos devem apoiar a utilização das TIC nas Pequenas e Médias Empresas, para fomentar o crescimento da economia global. O documento refere que a utilização deste tipo de técnicas é praticamente inexistente na maioria das PME.

Cloud computing desilude empresas O estudo State of Cloud 2011, da Symantec, revela que as organizações que implementaram o cloud computing não obtiveram o retorno esperado. Esta tendência nota-se em áreas como a recuperação de desastres, eficiência, redução de despesas operacionais e melhoria da segurança. 88 por cento das empresas esperava que o cloud computing melhorasse o desempenho das estruturas de Tecnologias de Informação, mas apenas 47 por cento viu o objetivo concretizado.

Executivos não rentabilizam tecnologias digitais A maioria dos executivos das empresas de media e entretenimento, 91 por cento, admite não tirar o máximo partido da informação sobre consumidores, ficando mal preparada para aproveitar oportunidades de receita proporcionadas pelas tecnologias digitais, diz o estudo “Global Media & Entertainment High Performance”, da Accenture. Menos de 10 por cento das empresas tem uma visão totalmente integrada dos consumidores.

Opensoft em Silicon Valley A tecnológica portuguesa Opensoft está a desenvolver um projecto que consiste numa “espécie de Facebook para empresas, que localiza automaticamente pessoas por áreas de interesse”. O projecto, em testes há seis meses, vai agora rumar a Silicon Valley, no âmbito do programa GSI Accelerator. O projecto, de nome Spreadd, tem o objectivo de reunir pessoas com interesses idênticos. 40

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Mercado português de telemóveis cai 19% Foram vendidos, em Portugal, no segundo trimestre deste ano, 1,36 milhões de telemóveis, número que traduz uma queda de 19 por cento nas vendas em relação ao mesmo período de 2010. “O mercado português de telemóveis continua a ser fortemente afectado pela diminuição da procura, o que se traduziu numa queda sem precedentes das vendas no mercado nacional”, explicou Francisco Jerónimo, responsável europeu de research da área de telefones móveis da IDC.

Philips vai despedir 4500 colaboradores A Philips anunciou que vai despedir 4500 colaboradores em todo o mundo, até 2014. Esta reestruturação, com o objectivo de ajudar a empresa a poupar 800 milhões de euros, surge como resposta aos maus resultados da empresa nos últimos anos. A empresa conta despedir 1400 funcionários no país de origem, Holanda. Relativamente a Portugal, não houve qualquer comentário acerca do impacto da reestruturação.

iPad 3 pode ser lançado em Março Já começam a surgir rumores sobre a próxima versão do iPad. O site Macotakara avançou a notícia e chega mesmo a apontar Março do próximo ano como data de lançamento. O portal terá descoberto que as principais fábricas de componentes e montagem de dispositivos da Apple, na Ásia, estão a apressar a produção do dispositivo. O novo agregador das comunicações


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SÉRIES

Benedita Miranda é fã de Irmãos e Irmãs

Sendo eu uma ávida leitora, dedico muito pouco tempo a ver televisão no meu dia-a-dia. A série Irmãos e Irmãs é uma das poucas séries que me consegue prender a atenção. É baseada numa teia complexa de relacionamentos entre cinco filhos e a mãe, que os tenta ajudar a resolver os problemas. Há essencialmente dois aspectos que me agradam na série, sendo o primeiro a complexidade dos relacionamentos humanos. É muito interessante observar como as consequências das escolhas dos elementos encadeiam e impactam a vida dos outros membros da família. Em segundo, a forma como os protagonistas lidam com situações inesperadas. A adaptabilidade desta família a mudanças constantes é extraordinária! Na organização que dirijo temos muito presentes estas duas ferramentas de trabalho: a capacidade de entender as relações humanas, havendo por isso um grande foco em assegurar harmonia e coesão na equipa, através de uma gestão eficaz dos relacionamentos humanos, e a adaptação e flexibilização, ferramentas imprescindíveis a quem quer ter sucesso no mundo empresarial, cada vez mais competitivo e em mudança constante. O novo agregador das comunicações

Benedita Miranda É site director da Sitel desde 2010. Anteriormente passou por empresas como a Transcom e a Contact, do grupo BES. Licenciada em Psicologia pela Universidade Lusíada e com um Executive Master em Marketing, pela EGE, possui ainda um MBA pela EGE, em colaboração com a ESADE Barcelona

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hoBBy

João Campos

Inspirado durante toda a adolescência pelos documentários de Jacques Cousteau emitidos na televisão, começou a sentir, quando viajava, que “estava a perder uma parte do local que visitava”. Foi esta lacuna que levou João Campos, administrador executivo da Truewind-Chiron, a fazer formação de mergulhador. Assim, pôde passar a “aceder a este outro mundo – o submarino”. Assumiu o mergulho como hobby, que pratica essencialmente durante o período de férias, quando tem “oportunidades de viajar para águas tropicais, mais quentes do que aquelas que banham as costas de Portugal Continental”. O que o administrador da Truewind-Chiron mais valoriza nesta actividade é o facto de lhe dar “acesso a muitas coisas inacessíveis fora de água”. Quando mergulha, tudo fica calmo: “Progressivamente deixa de se sentir a ondulação, o telefone não toca, não chegam emails, tudo fica sossegado”, comenta. Das suas aventuras subaquáticas, João Santos recorda um mergulho nocturno em que ele e os outros mergulhadores apontaram as lanternas a um polvo, que, tendo-se apercebido de que estava a ser observado, começou a mudar de cor para se tentar camuflar: “Sob o foco da nossa luz artificial, e em poucos segundos, o polvo mudou de cor várias vezes, tendo tentado a cor do fundo (que naquele local era de areia), azul, cor-de-rosa, vários tons de castanho e verde”. Além do mergulho, o executivo gosta também de dedicar o tempo livre à leitura e à BTT. 42

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João Campos Licenciado e mestre em Informática pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, João Campos é administrador executivo da Truewind-Chiron, empresa tecnológica de desenvolvimento e prestação de serviços de software resultante da fusão entre a Truewind e a unidade de Software Services da eChiron. Tutela a área de Quality Assurance, Trainning, Testing e Support, colaborando com a área de pré-venda no desenvolvimento de propostas e materiais de marketing, e com a área de operações na gestão de clientes e projectos

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Restaurante

Manuel Falcão director-geral da Nova Expressão

Petisquices De Castro Elias Av. Elias Garcia, 180 B Lisboa 217 979 214

Quando Miguel Castro e Silva rumou a Lisboa, há cerca de dois anos, poisou nas Avenidas Novas. Vinha com a fama e o proveito de ter tornado o Bull & Bear um dos restaurantes de referência do Porto. Aqui, na Avenida Elias Garcia, do lado que fica perto da Fundação Gulbenkian, abriu um pequeno e despretensioso restaurante, De Castro Elias. Eu gosto mais de lhe chamar petiscaria – e aliás a casa tem uma lista de petiscos que se podem comer ao longo do dia – de moelas a mini francesinhas, passando por morcela da Beira com maçã ou ovos de codorniz estrelados com chouriço.

teiga com amêijoas, até ao polvo assado com batatas a murro, passando pela vitela assada com couve à antiga ou os ovos mexidos com alheira e espinafres. Miguel Castro Henriques entretanto abriu O Largo, no Chiado, num estilo completamente diferente já falado nestas páginas, mas continua a superintender neste De Castro Elias, garantindo o acompanhamento da cozinha, o controle da qualidade dos ingredientes e a introdução de novos pratos – dentro do conceito “tasco moderno” que ele próprio definiu para o local.

Operações e Custo O serviço, que no início era descuidado e algo irritante, melhorou muito desde que o experiente Diogo Siqueira passou a comandar as operações. Aqui está alguém que é um valor acrescentado em qualquer restaurante pela forma como dirige as operações e sabe receber os clientes. O couvert é constituído por bom pão, de mistura e de milho, acompanhado por uma honesta pasta de azeitonas. Uma vez feita a escolha dos pratos ou dos petiscos, chegamos aos vinhos – a oferta é boa e

extensa q.b. e a preços sensatos. As sugestões da casa nos vinhos a copo são todas bem escolhidas. Se estiver a petiscar experimente pedir um queijo da serra curado com doce de abóbora. Em matéria de sobremesas o bolo de chocolate sem farinha e o toucinho do céu merecem rasgados elogios. Para rematar o café é Nespresso. A clientela vem das redondezas – da Universidade Nova, da Gulbenkian, inclui gente dos Media e do audiovisual que por ali perto trabalha – mas se vier de mais longe saiba que tem o parque Berna mesmo ao lado. O custo geral da operação fica abaixo dos 15 euros se for para o prato do dia e o vinho a copo e na casa dos 20 se for para outras opções, dependendo dos vinhos escolhidos. Para a qualidade da matéria-prima, da cozinha e do serviço é bom preço – mesmo em tempos de crise. Já agora – mesmo ao lado da porta do restaurante, mas ainda pertencendo ao De Castro Elias, há uma outra entrada onde se acede a um balcão onde se pode encomendar comida para levar para casa – qualquer dos pratos da lista, e onde também estão à venda alguns vinhos e o belo pão da casa.

Os Conteúdos Miguel Castro e Silva fez a carta da casa e o arquitecto Rui Carmo tornou-a confortável com a decoração em tons de branco, preto e vermelho. A casa acomoda 40 comensais. Nas paredes estão fotografias a preto e branco – algumas do chefe Miguel Castro e Silva, outras de algumas das iguarias servidas. À entrada há umas mesas altas com bancos correspondentes que são ideais para se petiscar, o que aliás se pode fazer ao longo da tarde. A ementa não muda, do almoço para o jantar, à excepção de algum dos pratos do dia que entretanto se possa ter esgotado. A lista regular tem boas sugestões, desde o emblemático feijão manO novo agregador das comunicações

BANDA SONORA

Caetano Veloso e Maria Gadú Multishow ao vivo - Duplo CD e DVD Universal Caetano Veloso é um dos mais criativos músicos brasileiros – na forma como compõe, nos arranjos e na interpretação. Há alguns meses Caetano, agora com 69 anos, chamou para o seu lado Maria Gadú, um dos recentes talentos femininos do Brasil, uma cantora com 24 anos, que se tornou notada com o seu disco de estreia e com um dueto que fez com Eagle-Eye Cherry. Uma sua versão do tema “Leãozinho” de Caetano Veloso, interpretada no programa de televisão de Xuxa, fez com que os dois se juntassem. Há uma coisa curiosa neste disco – tinha Caetano a idade de Maria Gadú quando a sua

irmã Maria Bethânia, então já famosa, o chamou para alguns espectáculos que o tornaram conhecido. É engraçado que neste disco Maria Gadú faz lembrar, em alguns momentos, os duetos de Caetano e Bethânia dessa época – sobretudo pela emoção e calor colocados na interpretação. Este «Multishow Ao Vivo» foi gravado no Citibank Hall, do Rio de Janeiro e o disco inclui 26 temas como “Vai Levando”, “Rapte-me Camaleoa”, “Beleza Pura”, “Nosso Estranho Amor” ou “Leãozinho”, entre outros.

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montra

Cores vibrantes e sofisticadas A Hollywood Nails apresenta as novas cores de verniz para a estação Outono/Inverno de 2011: Petrol Moon, True Black, Solid Grey e Chocolate. A predominância de cores vibrantes é acompanhada pela inclusão de tons mais escuros e sofisticados, próprios da elegância da estação.

Perfume musical A Azzaro lançou uma nova fragrância masculina – Decibel – inspirada no mundo do Rock’n’Roll e no estado de espírito que dele advém. Em forma de um microfone, o perfume transmite a ideia do despertar de sensações musicais e liberdade que existe nos homens. Composto por apontamentos de tangerina verde da Itália, alcaçuz, violeta, incenso, aldeídos, vetiver do Haiti, cumaru e baunilha, Decibel é uma experiência elegante e cheia de ritmo.

Tricô de tecnologia A United Colors of Benetton uniu o tradicional ao tecnológico, na criação de um porta-Ipad feito de tricô, às tranças. Forrados por uma fina malha Jersey e fechados por um botão marcado pelo logo histórico da Benetton, os porta-Ipad estarão disponíveis em cinco cores vibrantes: laranja, azul, roxo, amarelo e verde.

Samsung Galaxy Gio Com um design sóbrio e elegante, o novo smartphone exclusivo da Vodafone – Samsung Galaxy Gio – proporciona aos seus utilizadores uma experiência optimizada, com a integração do Google Search, Maps, Gmail, Youtube, Calendar Google Talk e Picasa. Com um ecrã touchscreen de 3.2 polegadas e plataforma Android 2.2, o Samsung Galaxy Gio permite o acesso directo às redes sociais e ao e-mail. O processador de 800 MHz e a memória interna de 158 MB possibilitam executar diversas tarefas e aplicações em simultâneo.

Timberland Earthkeepers City Ligadas ao espírito aventureiro, as botas Timberland Earthkeepers City, com sola em Green Rubber e sistema anti-fatigue, conferem ao homem um calçado resistente, confortável e ideal não só para as actividades diárias, como também para os momentos de lazer ligados à natureza. 44

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O mundo à minha procura

Ana Galvão Mochila Na realidade, aponta-a como “Pack do Pedro”, o seu filho e de Nuno Markl. Lá dentro, diz, tem “tudo o que é preciso: fraldas, toalhetes e muito importante, o Pokoyo”, o boneco preferido.

Madrilena de gema, Ana Galvão, de 37 anos, veio para Portugal há 23. Filha de pai português e mãe espanhola, quando chegou a este país “à beira mar plantado” ingressou no Instituto Espanhol; só mais tarde viria a frequentar a escola regular portuguesa. Iniciou-se no mundo radiofónico ao microfone da Rádio Comercial da Linha, tendo passado depois pela Rádio Marginal, Rádio Expo e, agora, Antena 3. Em televisão estreou-se no programa musical Top + e apresenta hoje o Prove Portugal, na RTP1. Nos tempos livres gosta de praticar longboard, ler e confessa-se uma “devoradora de séries”. O croché também faz parte dos seus hobbies, considerando-o “um bom método de meditação”. Não se considera “viciada em gadgets”, usando apenas o que tem de usar. Na realidade, vivia “perfeitamente sem eles”, inclusive sem telemóvel.

Polaroid Tal como a mota, é também um gadget que possui há pouco tempo mas que admira. O filho também: “O Pedro gosta de ver sair uma fotografia de uma máquina. É um delírio”, comenta. Ela própria retira “prazer de ter uma máquina que tira só uma fotografia”, apesar de, como revela, ser difícil encontrar rolos…

Ramon de Melo

iPhone e TMN Apesar de pensar que a vida sem telemóvel seria muito melhor, Ana Galvão mantém o contacto através do iPhone, com a “ajuda” da operadora TMN, que lhe fornece o necessário para estabelecer ligações.

Headphones Acompanham-na há anos, em parte por fazer rádio. No ano passado, o pai do filho e companheiro, Nuno Markl, ofereceu-lhe nos anos uns headphones da marca Panasonic RP – HTX7, cor-de-rosa. Para quem gosta de música, são indispensáveis.

MEO Televisão, vê alguma. Essencialmente pelas séries, quando não são vistas no Macbook Pro. O sinal chega-lhe através da MEO. 46

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Macbook Pro “Herdei do Nuno e dá bastante jeito para actualizar o Facebook”, diz a locutora, que é uma utilizadora assídua das redes sociais. O Youtube também é um site onde costuma passar algum tempo, à procura de novos vídeos. Como grande consumidora de séries que diz ser, também utiliza o computador para visionar algumas das preferidas: da sua vasta lista contam Mad Men, Dexter, True Blood ou The Wire. O Macbook Pro também é utilizado para tirar filmes, sobretudo para o filho.

Gira-discos Pro-Tec É um gadget muito importante para Ana: um gira-discos Pro-Tech. “Adoro escutar música de vinil, tenho uma respeitável colecção de discos neste formato, inclusivamente de álbuns actuais, mas gosto de ouvir discos que trouxe da casa do meu pai (que é produtor de música e tem, por isso, pérolas em formato vinil) ”, explica. “Adoro o ritual de estar em casa e ter que mudar do lado A para o lado B”, adianta a locutora.

Mota É a sua mais recente aquisição porque “facilita a vida em Lisboa, gasta pouco, polui menos e é prática”. A BWS 125 foi a alternativa à bicicleta que escolheu. Este Inverno vai ser o primeiro em que andará de mota, tal como fazia na adolescência.

Relógio “Sou uma utilizadora de relógio”, afirma. Por isso, é vasta a colecção que possui mas revela que tem um preferido: “É um Casio muito antigo, de tal forma que nem sequer é waterproof. Era da minha mãe e funciona na perfeição. Anda sempre comigo”. O novo agregador das comunicações




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