Director: Jorge Fiel
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Martinho Dutschke, presidente da Syncrea
Saber dar respostas a tudo
Mensal
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Ano I
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N.º 2
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Fevereiro de 2011
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O novo agregador das comunicações
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“Dentro da nossa área, faremos o que o cliente necessitar. Queremos saber dar resposta a tudo. Queremos ser integradores. Queremos mesmo servir os clientes, numa relação qualidade/preço e com muito rigor”, explica Martinho Dutschke, que gosta de cozinhar e é fã de Tina Turner
Elvira Fortunato, cientista
Vamos ter ecrãs em papel desdobrável Pág. 33
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Nuvem não é passageira
As mil maravilhas e alguns perigos da cloud computing vistos à lupa por seis reputados especialistas na matéria: Paulo Fernandes (Microsoft), Carlos Leite (HP), Márcio Antunes (Quidgest), João Paulo Cabecinha (PT), Rodrigo Sousa Coutinho (Outsystems) e João Ricardo Moreira (Optimus)
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História de amor
Scumbag, da banda portuguesa de rock The Glockenwise, foi, às zero horas de 26 de Janeiro, a Alberta Marques Fernandes da Vodafone FM. O novo episódio da história de amor (correspondido) entre a operadora 91 e a música já está no ar e é sintonizável em 107,2 (Lisboa) ou 94,3 (Porto)
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Destaques
EDITORIaL O novo agregador das comunicações
Director-geral João David Nunes jdn@briefing.pt Director Jorge Fiel jf@briefing.pt Directora de Arte Patrícia Silva Gomes psg@briefing.pt Editor Executivo Hermínio Santos hs@briefing.pt Editor Online António Barradinhas ab@briefing.pt Redacção Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa Directora de Marketing Maria Luís T. 925 606 107 ml@briefing.pt Distribuição por assinatura Preço: 85€ (12 edições) assinaturas@briefing.pt Tiragem média mensal: 2.500 ex. Depósito legal: 321206/10 N.º registo ERC: 125953 Editora Enzima Amarela - Edições, Lda Av. Infante D. Henrique, 333H, 44 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 • F. 210 435 935 fibra@briefing.pt • www.fibra.pt Propriedade Boston Media – Comunicação e Imagem, SA Impressão: Sogapal, Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo 2730-120 Barcarena
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Uma mulher de ideias sem rugas
João, o mais novo dos meus três filhos, tem dez anos e uma enorme dificuldade em perceber porque é que o telefone passou um século agarrado por um fio à parede. E não foi à primeira que processou a informação de que na época em que eu nasci o mundo era a cores, tal como agora – e que apenas as recordações desse passado (emissões de televisão e fotografias) são a preto e branco. Nesta edição do Fibra que tem nas mãos falamos do presente, que dá pelo nome de tablets e cloud computing, as mais recentes novidades de um mundo em desvairadas mudanças de vidas e de costumes. Mas também conversamos com Elvira Fortunato, 46 anos, que está a construir o futuro com as suas duas mais célebres invenções – o transístor de papel e a electrónica invisível – que vão mudar radicalmente o nosso estilo de vida. Não vai demorar muito até o João comunicar com o mundo através de uma folha de papel que guarda, dobrada, no bolso e passe a olhar com estranheza o tempo em que não era possível mudar a seu belo prazer a cor da parede do quarto. Tudo por cortesia de Elvira, uma mulher de ideias sem rugas, e do seu Laboratório de Ciência dos Materiais da Nova de Lisboa, um exemplo luminoso que demonstra que a genialidade portuguesa não se esgota no futebol
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COmO É TRaBaLHaR Em...
Na ROFF até contratam grávidas de 5 meses
Instalada no topo do mais alto edifício de escritórios do país, a ROFF é um sítio fixe para trabalhar. Todos se tratam por tu – e podem candidatar-se a usar os camarotes que a empresa tem na Luz e em Alvalade. Os horários são flexíveis. Não há plafond para os gastos de telemóvel. Há bicicletas disponíveis para quem quiser aproveitar a hora do almoço para ir dar um passeio. E até contratam grávidas de cinco meses para trabalhar
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InTERnET
A web está moribunda ou vivinha da Silva?
Chris Anderson lançou a polémica na Wired. Longe de ser o culminar da revolução digital que prometia ser quando foi inventada, a web está moribunda, duas escassas décadas depois de ter sido inventada. Hubert Guillaud discorda e declara-se convicto de que a verdadeira web continuará a ser uma alavanca para mudar o mundo. A polémica está instalada
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PaSSEIO PÚBLICO
Luísa, benfiquista e apaixonada pelo vermelho
Já vai para 18 anos que Luísa (que é benfiquista e sempre adorou o vermelho) começou a trabalhar na Telecel, a mãe da Vodafone. Até parece que foi ontem. Entretanto mudou quase tudo. O milénio, o presidente, o accionista, a marca da operadora, o modelo de telemóvel que usa (o primeiro foi um “tijolo” Motorola, que transportava numa mala, e agora tem dois: um iPhone e um Blackberry). Só duas coisas permanecem iguais: o indicativo 91 e ela própria, a Comunicadora do Ano em 2010
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TaBLETS
Quem arriscará ir para a praia sem um?
A Apple deu o pontapé de saída com o iPad. O tablet acrescentou uma nova dimensão no acesso à internet, email, redes sociais, vídeos, música e outros conteúdos. É o gadget mais na moda que há. Em 2010 venderam-se 19,5 milhões. Este ano calcula-se que se vendam 55 milhões e sejam lançados 80 novos modelos. Nuno Parreira (Samsung), Duarte Sousa Lopes (Optimus), Emanuel Sousa (Vodafone) e João Amaral (Toshiba) reflectem sobre o fenómeno
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O mUnDO à mInHa PROCURa
Bibá Pitta tem um Sony Vaio cor de limão
Maria Gabriela de Viterbo Pitta Gouveia, Bibá Pitta, 45 anos, é mãe de cinco filhos tem um iPod dos pequeninos, todo reciclado, dois telemóveis (um Samsung, com Windows 7, e um iPhone, da Optimus), um Sony Vaio verde limão e uma Montblanc cor-de-laranja que usa em ocasiões especiais Fevereiro de 2011
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debate
No Fibra 1, Eduardo Cintra Torres levantou 10 questões sobre a RTP e o serviço público de televisão. Até ao fim do ano vamos procurar respostas a essas perguntas
Deve a RTP manter todos os canais actuais? Deve manter a RTPN, que foi criada para fazer concorrência a serviços privados que cumprem bem a missão, como a SIC Notícias? Tanto mais que os canais de cabo não cumprem todos os requisitos de serviço público, por não serem acessíveis a todos os portugueses
? Paulo Pimenta
2011
Alberto Arons de Carvalho Professor universitário e ex-secretário de Estado da Comunicação Social
António José Teixeira Director da SIC Notícias
José Alberto Lemos Director da RTP N
Manuel Carvalho Director-adjunto do jornal Público
Todos os operadores públicos europeus de rádio e televisão têm uma multiplicidade de canais. Alguns deles oferecem mesmo mais de uma dezena de canais de televisão (e outros tantos de rádio), a maior parte dos quais temáticos, de géneros tão diversos como informação, programação infantil e juvenil, cultura, regiões, parlamento, música, etc. Diversas resoluções da União Europeia e do Conselho da Europa incentivam mesmo esta evolução do serviço público na era digital. Faz todo o sentido que a RTP tenha um canal informativo, aproveitando a qualidade e a quantidade de profissionais de que dispõe, a vasta rede de correspondentes em vários pontos do país e do mundo, e o prestígio ganho pela sua informação, que merece invariavelmente a preferência das audiências sempre que há algum acontecimento de grande importância informativa. Os desafios que hoje se colocam a quem defina a linha estratégica do serviço público de rádio e de televisão não consistem, desta forma, em discutir a sua existência ou a sua presença junto dos públicos, seja qual for a rede ou a plataforma utilizada. Importa sim assegurar a sua qualidade distintiva, formas de financiamento sustentáveis, mas que recorram ainda menos à publicidade comercial e a institucionalização, tal como preconizam as instâncias europeias, de regras de apuramento do valor e contributo públicos dos serviços que asseguram aos cidadãos e ao país.
Defendo há muito o mercado aberto e a livre concorrência. É uma convicção que mantenho, mesmo tendo em conta as limitações objectivas do mercado. A verdade é que em Portugal não há livre concorrência. O Estado, por ser parte e regulador, não tem assegurado condições de igualdade. Em nome de um alegado serviço público, que pouco se diferencia dos canais comerciais, habituou-se a ocupar todo o espaço mediático. Abandonou a imprensa, mas ganhou raízes na rádio e na televisão, que não param de crescer. Pessoalmente, julgo que a RTP tem canais a mais. Devia circunscrever-se a um serviço público limitado e realmente alternativo à oferta comercial. Devia ser proporcional às reais capacidades do país e não onerar tão pesadamente os cidadãos contribuintes. A RTPN enquadra-se nesta ânsia estatal de tudo ocupar e preencher sem valor acrescentado assinalável. Não é alternativa, replicou o modelo da SICN e acrescentou despesa.
Se a RTP deve manter todos os canais actuais, ou não, depende da política para o audiovisual do Governo. Deste ou de qualquer outro. Tal como a existência de serviço público de televisão depende de decisão governamental. Se um qualquer governo entender que o serviço público não faz sentido, privatiza a RTP. Se entender que deve ser substancialmente reduzido pode mandar fechar canais e outros serviços. No actual modelo – o da existência de um serviço público abrangente, diversificado, regulador do mercado, de referência – não vejo qualquer razão válida para que a RTP não tenha uma estratégia para o cabo e uma presença efectiva no cabo. O facto de a RTP ser serviço público não a pode inibir de estar presente numa plataforma onde a maioria dos portugueses está assiduamente. E é também falacioso dizer que a RTPN faz concorrência desleal aos canais noticiosos privados porque a RTPN não onera o orçamento do serviço público. O canal é sustentado com as receitas publicitárias e com os proventos dos operadores de cabo onde está presente. Por outro lado, o facto de se considerar que a SIC Notícias “cumpre bem a missão”, como assinala a pergunta, deveria pô-la a coberto da concorrência? Não me parece que seja um bom princípio numa sociedade plural, democrática e de mercado…
A questão de se saber se a RTP deve, ou não, manter todos os seus canais é acessória e recomenda um “talvez não”. Mais importante é discutir de que canais poderia a televisão pública prescindir. Ora, se a resposta for a RTP Memória, não me parece que venha mal algum ao mundo. Já se falarmos da RTPN ou da RTP África a resposta é muito mais exigente e difícil. A começar, porque se é verdade que a SIC Notícias cumpre muito bem a sua missão de informar, não me parece que essa condição lhe deva garantir o exclusivo no cabo. Porque o que é importante discutir é outra questão: a existência de canais públicos no cabo. Ora, na minha opinião, a natureza pública de um órgão de informação não pressupõe um anátema que leve à exclusão do que quer que seja. E não vejo perigo algum na concorrência entre canais públicos e privados, desde que haja respeito pelas regras da competição e que os públicos não se sirvam de recursos do Orçamento do Estado para se imporem aos concorrentes. Além destes argumentos de princípio, a RTPN é o único canal de informação baseado e dirigido a partir do Porto. O simples facto de permitir outros olhares e perspectivas sobre o país e o mundo, que não os da capital, é um bem público que merece ser considerado nesta discussão. (Declaração de interesses: sou colaborador eventual da RTPN)
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ENTREVISTa
Cristina Arvelos Jornalista
“O futuro passa pela integração de todas as tecnologias, incluindo as telecomunicações”, diz Martinho Dutschke, 42 anos, responsável de uma empresa que nasceu na Siemens mas hoje é autónoma e aposta na integração de soluções tecnológicas. Para 2011 promete, em vez da crise, trabalho e bem servir os clientes
Martinho Dutschke, presidente e ceo da Syncrea Portugal
Ramon de Melo
Futuro passa pela integração
Fibra | Como apresentaria a Syncrea a um empresário? Martinho Dutschke | A Syncrea tem as telecomunicações na sua origem, ligada à marca Siemens. Há duas ou três décadas que estamos em Portugal, sabemos fazer e com competência. Podía6
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mos entrar nessa empresa pelas telecomunicações. Conseguiríamos arranjar soluções técnicas que o deixassem satisfeito, pela qualidade dos produtos e pelo que isso representaria para a empresa. Começámos como Siemens e hoje somos integrador, exactamente
por causa desse tipo de clientes que tem necessidade de infra-estruturas em geral, integração, segurança, um portefólio vasto que nasceu com origem nas comunicações e satisfaz as necessidades de pequenos, médios e grandes empresários. O novo agregador das comunicações
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Fibra | O futuro será o aumento das telecomunicações? MD | O futuro passa pela integração de todas as tecnologias, incluindo as telecomunicações. Ou seja: a central telefónica já não é a de há 20 anos, uma caixa que se aparafusava na parede. Hoje em dia é software e, por isso, a integração da voz, dos dados necessários para gerir uma empresa, da imagem, do vídeo nos telefones. Fibra | O futuro vai passar por controlar tudo? MD | Dou-lhe um exemplo. Fui a uma feira na Alemanha, no sábado. Comprei o bilhete online em Portugal. Sabiam que o nome da pessoa que ia à feira era Martinho Dutschke. Com isso souberam quando entrei na feira. À saída tive de picar o ponto. Ou seja, nesse dia, soube-se como fui para a feira e quanto tempo estive na feira. Essa realidade já existe. Nós é que não nos apercebemos.
“Começámos como Siemens e hoje somos integrador, exactamente por causa desse tipo de clientes que tem necessidade de infra-estruturas em geral, integração, segurança, um portefólio vasto que nasceu com origem nas comunicações e satisfaz as necessidades de pequenos, médios e grandes empresários”
“Temos boas perspectivas para 2011. Sabemos que em 2011 os pagamentos vão ser a maior dificuldade. Vai ter que se gerir o cash da empresa e possivelmente servir de banco a alguns clientes”
Fibra | Qual é o seu telemóvel? MD | Tenho um Iphone. A Siemens não tem telemóveis. Enquanto a Siemens teve telemóveis eu tive telemóveis da Siemens e eram óptimos.
Fibras | Os portugueses aderem bem às tecnologias? MD | Os portugueses são geralmente rápidos e flexíveis a apreender as novidades. Há uma grande vontade de querer perceber e querer fazer acontecer.
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Fibra | Fornecem apenas os equipamentos e/ou também a formação? MD | Ninguém conhece o funcionamento na totalidade dos equipamentos quando o compra. Fazemos questão de propor e dar formação. Umas vezes é aceite, outras não. Quando é, os resultados são claramente mais positivos, porque as pessoas exploram as capacidades da máquina quase até ao limite. Quando não é, o número de chamadas a tirar dúvidas é muito superior. Fibra | De todos os produtos que vende, qual elege? MD | Nascemos com as telecomunicações, com os telefones em cima da mesa. É a origem da nossa empresa, a tecnologia que dominamos há muitos anos, com uma boa prestação, com muitas competências.
Fibra | Isso não é mau? MD | Depende do quanto quer mostrar e esconder. A Via Verde também regista por onde se anda, o Facebook também ajuda a que se saiba de nós. Tudo isto tem que ser gerido com a devida cautela. Não deixamos a porta de casa aberta quando nos vamos deitar. É preciso gerir as tecnologias e saber usá-las.
Fibra | Que tecnologia fornece a Syncrea às unidades hospitalares? MD | Nos hospitais há muita tecnologia: desde o telefone, novamente, às necessidades de guardar as informações em data center. Cada vez mais todos os pacientes estão registados em centros de dados. Temos ainda os cockpits, que são tipo braços dos dentistas, colocados junto às ca-
mas dos pacientes, onde se pode consultar informação do paciente e onde o paciente pode comunicar com o exterior por internet e ver TV. Este sistema já funciona no Hospital da Luz, uma história de sucesso internacional, consequência de uma aposta em boas e novas tecnologias, em todas as áreas, não apenas na nossa.
Fibra | É nesta sala que faz reuniões em vídeo-conferência? MD | É noutra sala.
“O alemão tem a competência de conseguir ser sempre rigoroso, metódico e bastante objectivo. Isto num produto traduz-se em garantia e sucesso”
Fibra | Poupa-se tempo e dinheiro, é? MD | Com o 11 de Setembro, as pessoas passaram a deixar de viajar por medo. A seguir deixaram de viajar para reduzir as despesas. Hoje em dia viaja-se menos. Para se falar de números, se se tiver que fazer balanços ou apresentações, usa-se a conferência telefónica, vídeo-conferência ou email. E funciona claramente. Fevereiro de 2011
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ENTREVISTa
Fibra | Não se perde por não haver a componente de proximidade: os olhos nos olhos? MD | Essa componente é muito importante, tanto que se está a retomar a opção de fazer algumas viagens. No passado viajava-se por causa de uma reunião qualquer. Hoje viaja-se porque faz sentido, quando a proximidade pessoal é necessária, uma mais-valia.
“Sou rigoroso, metódico, gosto da qualidade e de não perder tempo em coisas supérfluas, na costela alemã. Gosto de viver a vida e apanhar sol, na costela portuguesa. Acho que é uma boa mistura”
Fibra | O Dutschke é alemão. Influenciou-o a trabalhar com uma marca alemã? MD | O meu avô alemão veio trabalhar para Portugal, para uma empresa alemã. O meu pai, nascido por acaso no Porto, trabalhou a vida toda numa empresa alemã. E eu também trabalhei 22 anos numa empresa chamada Siemens até criar a Syncrea. Fibra | Como foi seduzido por esta área? MD | Estudei no Colégio Alemão e, antes desta área, trabalhei na área financeira e de marketing da Siemens. Depois fui convidado para director financeiro desta empresa, ainda como Siemens e, em Março do ano passado, após seis anos como chefe de compras, fiz a melhor compra da minha vida: comprei esta empresa. Fibra | Já era este universo que sonhava quando em miúdo brincava aos cowboys? MD | Não era aos cowboys. Era
aos índios. Nessa altura, só queria mesmo ser índio. O espírito de líder já tinha. Naturalmente fui chefiando áreas com resultados positivos. Tinha algumas características e capacidades válidas e fui aproveitando as oportunidades. Fibra | O que impõe uma marca é a relação emocional que se consegue estabelecer com ela? MD | Exactamente. A Siemens é um mundo. Cada departamento da Siemens é gerido como se fosse uma empresa autónoma. Há culturas diferentes dentro da própria Siemens. No entanto, todas têm em comum o que identifica a marca: rigor, disciplina, qualidade. Tudo isto é fascinante e deixa-nos trabalhar com segurança, porque sabemos que são efectivamente bons e sempre líderes. Fibra | Qual é a sua costela alemã e a sua costela portuguesa? MD | Sou rigoroso, metódico, gosto da qualidade e de não perder tempo em coisas supérfluas, na costela alemã. Gosto de viver a vida e apanhar sol, na costela portuguesa. Acho que é uma boa mistura. Fibra | Quais são os objectivos da Syncrea para 2011, ano de crise? MD | Os outros países da Europa já tiveram esta crise. A Alemanha há dois anos se calhar estava como Portugal…
PERFIL
Constelação de filhos, Tina Turner e massas Em casa tem uma constelação moderna de cinco filhos. Explica: “Dois meus, dois teus e um nosso, com 15, 14, 11, 10 e 3 anos de idade”. Não lhe sobra por isso muito tempo para leituras ou idas ao cinema. Gosta de estar com a família, com os amigos e não se limita a ser um bom garfo. Também cozinha, sobretudo pratos italianos: risotos e massas. Não dispensa ainda a música. Conta: “Viajo atrás dos concertos que gosto”. Há dois anos foi a Dublin, Irlanda,
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ver Tina Turner. “Memorável a noite, as canções e as pernas de Tina Turner, que dançou três horas, apesar dos seus 69 anos”. O mar, o sol e os barcos fazem ainda parte dos seus prazeres. Tanto que desistiu de férias na neve, apesar de saber esquiar desde miúdo, no tempo em que viveu na Alemanha. Do alemão, que fala correctamente, escolhe a palavra “liebe”. Conclui: “É sempre uma boa palavra”.
Fibra | … Mas os portugueses são mais fatalistas! MD | Enquanto se estiver a falar da crise, não é preciso fazer. Há uma falta de dinamismo dos empresários e das pessoas em geral. Cada um pode contribuir para melhorar, dentro da sua área de intervenção, seja em casa, no supermercado, no diaa-dia, no trânsito ou nas empresas a fazer acontecer e a gerar empregos e melhores produtos. Enquanto se continuar a achar que o primeiro-ministro e o Presidente da República é que vão resolver os problemas do país, não se vai lá. Fibra | Mas e os objectivos da Syncrea? MD | Nascemos na crise. Fizemos esta empresa num cenário de crise. Sabemos que os clientes não querem soluções megalómanas e todos os nossos produtos estão pensados para melhorar as empresas nesta altura de crise. Por tudo isso temos boas perspectivas para 2011. Sabemos que em 2011 os pagamentos vão ser a maior dificuldade. Vai ter que se gerir o cash da empresa e possivelmente servir de banco a alguns clientes. Fibra | Que produto vai ser a mais-valia da Syncrea em 2011? MD | Dentro da nossa área, faremos o que o cliente necessitar. Queremos saber dar respostas a tudo. Queremos ser integradores. Queremos mesmo servir os clientes, numa relação qualidade/preço e com muito rigor. E mais: não anunciamos nada que não tenhamos já feito. Fibra | Tem ideia que esse seu optimismo é uma excepção? MD | Já foi pior. Já consigo encontrar pessoas que conseguem preparar as coisas e com uma atitude construtiva puxar pelas pessoas e empregos. Se eu chegar aqui mal disposto, a dizer que o dia vai ser cinzento e só temos problemas, certamente nada se irá resolver. É uma questão de atitude. O novo agregador das comunicações
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Como é trabalhar em...
Todos se tratam por tu – e podem candidatar-se a usar os camarotes que a empresa tem na Luz e em Alvalade. Os horários são flexíveis. Não há plafond para os gastos de telemóvel. Há bicicletas disponíveis para quem quiser aproveitar a hora do almoço para ir dar um passeio…
Todos se tratam por tu Ao contratar Ana Rocha, a 5 de Janeiro de 2010, a ROFF estava a dar um dos mais luminosos exemplos da sua responsabilidade social. Porquê? Porque Ana estava grávida de cinco meses. Líder no mercado português de implementação de soluções SAP, a ROFF tem cerca de 450 colaboradores, uma fábrica na Covilhã e escritórios no Porto, Paris, Estocolmo e Luanda. Instalada nos dois últimos pisos (15.º e 16.º) da Torre de Monsanto, o mais alto edifício de escritórios de Portugal, foi uma das vencedoras do Prémio Excelência no Trabalho 2010/11, atribuído pelo Great Place to Work. No ambiente geral de open space, as salas de reunião e alguns (poucos) gabinetes são delimitados por paredes de vidro, transparentes, onde estão escritas as palavras que, de acordo com os próprios colaboradores, melhor definem a ROFF e representam os seus valores: Família, Equipa, Força, Imaginação, Mudança, Qualidade, Clientes, Orgulho, Rigor, Prazer, Missão, Dedicação, Divertimento e assim por aí adiante. Os espaços delimitados estão sempre de porta aberta e são identificados por uma placa reveladora do humor de quem os baptizou: Régie (o gabinete do ceo, Francisco Febrero), Cockpit (o gabinete dos outros dois administradores), Atelier (a sala dos arquitectos), Tasca (cafetaria) … Enquanto petiscava uma tangerina (a fruta da época é distribuída duas vezes ao dia), no Kiosk (uma das sala de reunião) Pedro Gil, director de Marketing, resumia numa frase curta o dress code da ROFF: “Adaptamo-nos ao cliente”. Se o cliente é um banco onde toda a gente anda de fato e gravata, o consultor veste da mesma maneira. Se o ambiente é informal ele ajusta-se”. Trabalhar na ROFF deve ser mesmo cool. Todos se tratam por tu. E todos podem candidatar-se a usar os camarotes que a empresa tem na Luz e em Alvalade. Os horários são flexíveis e não há plafond para os gastos de telemóvel. Há bicicletas disponíveis para quem quiser aproveitar a hora do almoço para ir dar um passeio…E por cada licença SAP vendida, manda plantar duas árvores, de espécies autóctones, em Almeirim, nos termos de uma parceria com o Instituto Superior de Agronomia. 10
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Os últimos dois pisos da emblemática Torre de Monsanto são a sede da ROFF
O escritório situa-se na intersecção entre CRIL e A5
Palavras escolhidas pelos colaboradores para definir a ROFF decoram o espaço
Descontracção e produtividade não são incompatíveis
Um open space com dois pisos em mezzanine é a configuração escolhida
Fruta da época duas vezes ao dia está sempre disponível
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As salas de reunião primam pelo conforto e permitem concentração adicional, sem interrupções
A sala “Cinema” é um dos escapes do escritório, onde colaboradores podem ver um jogo de futebol ou um filme com som surround
“Tasca” é uma das duas copas da sede da ROFF, onde é possível aquecer refeições ou apenas beber um café expresso em convívio com os colegas
Carlos Mateus é o director financeiro, bem conhecido pelo aguçado e repentista sentido de humor. Como ele diria, “o director que manda nisto”
No gabinete do CEO, Francisco Febrero, lê-se o nome “Régie” e vê-se sempre a porta aberta para todos os colaboradores
“Cockpit” é o gabinete dos outros dois administradores, Mário Oliveira e Ricardo Regal
O projecto ReciclOFF de reciclagem de um conjunto alargado de materiais O novo agregador das comunicações
O espaço está pontuado por recantos onde se pode manter alguma privacidade e descontrair a ler uma revista ou o jornal do dia
Na garagem há bicicletas que todos podem usar Fevereiro de 2011
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Internet
Fátima Sousa jornalista fs@briefing.pt
Chris Anderson lançou a polémica na Wired. Longe de ser o culminar da revolução digital que prometia ser quando foi inventada, a web está moribunda, duas escassas décadas depois. Hubert Guillaud discorda e declara-se convicto de que a verdadeira web continuará a ser uma alavanca para mudar o mundo
João Campos/Who
A web tem os dias contados?
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Será que as redes sociais e as aplicações móveis ameaçam a web? Ou será que ela consegue resistir? Dois gurus das novas tecnologias esgrimem argumentos. Por enquanto, sem vencedores. “Mal acordas, pegas no iPad que está na mesa-de-cabeceira e verificas o email – é uma aplicação. Durante o pequeno-almoço, espreitas o Facebook, o Twitter e o The New York Times – mais três aplicações. A caminho do escritório, ouves um podcast no teu smartphone – outra aplicação. No trabalho, os feeds RSS põem-te a par da actualidade enquanto tens conversas pelo Skype – mais aplicações… “. É com este exemplo que Chris Anderson, co-fundador da revista Wired, prenuncia o fim da web. Num artigo intitulado The web is dead, long live the internet, publicado online, conclui: “No fim, passaste o dia na internet – mas não na web. E não estás sozinho”. Em defesa da sua teoria, Anderson argumenta que nos últimos anos uma das principais mudanças no digital foi a passagem da web aberta para plataformas semi-fechadas que usam a internet como veículo, mas não o seu principal browser. São as aplicações móveis, disponíveis aos milhares nos smartphones e nos tablets. Foi a Apple que, no Verão de 2008, abriu as portas a este novo mundo, onde o HTML não tem lugar. E é um mundo que – continua os consumidores preferem cada vez mais, não porque rejeitem a ideia da web mas porque estas plataformas se adaptam melhor ao seu modo de vida – é o ecrã que vai até eles, não são eles que vão até ao ecrã. Além disso, é mais fácil para as empresas fazerem dinheiro nestas plataformas, o que cimenta a tendência para substituírem a web. Hubert Guillaud tem uma visão completamente diferente. Chefe de redacção da revista InternetActu.net e especialista em novas tecnologias da Fundação O novo agregador das comunicações
Uma das principais mudanças no digital foi a passagem da web aberta para plataformas semi-fechadas que usam a internet como veículo, mas não o seu principal browser. São as aplicações móveis, disponíveis aos milhares nos smartphones e nos tablets
A web é, por natureza, um espaço em transformação. Assiste-se a uma chegada massiva de novos utilizadores, cada vez mais numerosos
“A internet móvel veio transformar a internet livre e aberta das origens numa internet com portagem, em que o mínimo dos nossos movimentos dá lugar a facturação e pagamento”
“Mal acordas, pegas no iPad que está na mesa-de-cabeceira e verificas o email – é uma aplicação. Durante o pequeno-almoço, espreitas o Facebook, o Twitter e o The New York Times – mais três aplicações”
Hubert Guillaud
Chris Anderson
Chefe de redacção da revista InternetActu.net
Co-fundador da revista Wired
Internet Nova Geração (FING), continua a acreditar na web. Em declarações ao Fibra, mostra-se mesmo peremptório: “A web nunca esteve tão bem, nunca foi tão abrangente, tão rica”. E prova a sua posição com os números avançados por outro defensor da web, Rob Beschizza, em www.boingboing.net. Beschizza contraria a teoria de Anderson com dados da Cisco: entre 1995 e 2006, o volume global de tráfico na web passou de 10 terabytes por mês para um milhão de terabytes (1 exabyte) e o tráfico global na internet disparou de um exabyte para sete exabytes entre 2005 e 2010. Guillaud rechaça completamente a ideia de que a web esteja a ser ameaçada pelas demais práticas de internet dos consumidores, como as aplicações móveis. Vê, porém, no horizonte uma ameaça, mas à liberdade dos utiliza-
dores: “A internet móvel veio transformar a internet livre e aberta das origens numa internet com portagem, em que o mínimo dos nossos movimentos dá lugar a facturação e pagamento”. Na sua opinião, os operadores de telecomunicações ameaçam a neutralidade da internet na medida em que “distinguem os conteúdos e priorizam as suas redes e o que nelas transita. Está, pois, aberta a porta a uma internet a duas velocidades, onde os operadores farão as suas leis, decidindo que conteúdos são prioritários, privilegiando, por exemplo, os conteúdos audiovisuais de que são patrocinadores ou promotores, em detrimento de conteúdos de outros media”. Aquilo que Anderson vê como uma vantagem é um risco na óptica do jornalista francês… Fevereiro de 2011
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As redes sociais e as aplicações móveis que, segundo Anderson, constituem uma ameaça directa à web, não passam, para Guillaud, de pretextos. Porque “a pior ameaça” é o risco de regulação excessiva, com leis que “visam controlar a utilização da internet em detrimento da presunção de inocência.” E com a “ajuda” da própria internet, que contém no seu próprio ADN os meios para identificar e vigiar os utilizadores: o IP. Apesar das ameaças, o especialista da FING acredita que a web sobreviverá. Até porque não poderá haver web fechada sem web aberta: “Para construir aplicações fechadas, como fazem os ecossistemas da Apple (iPhone’s OS) ou da Google (Android e Chrome), é preciso extrair dados das interfaces de programação (API), cujo acesso é reservado aos serviços web. É nesta internet dos API que se constroem as aplicações”. A confiança de Hubert Guillaud assenta noutro exemplo: o do lançamento da Chrome Web Store que permite descarregar aplicações no navegador da Google: “Quando se pensava que as aplicações eram reservadas aos terminais móveis, eis que elas desembarcam nos nossos computadores tradicionais. Com a vantagem de ficar acessível automaticamente, sem necessidade de instalar programas”. A web é, por natureza, um espaço em transformação. Assiste-se a uma chegada massiva de novos utilizadores, cada vez mais numerosos: o simples facto de passarem de algumas centenas de milhões a muitos milhares de milhões faz a diferença. Tanto mais que estes utilizadores são, também eles, diferentes: não conhecem, nem querem aprender, a programação, procuram apenas divertimento, uma web que os ligue às suas relações sociais. Ou seja, uma web acessível e popular. Estão, pois, a mudar a sua natureza. É um desafio acolher estes novos utilizadores sem renegar 14
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Os operadores de telecomunicações ameaçam a neutralidade da internet, na medida em que distinguem os conteúdos e priorizam as suas redes e o que nelas transita?
os princípios originais da web. Guillaud sustenta que é preciso apostar na educação, para que as novas gerações não se façam apenas de meros utilizadores da web e da internet mas de conhecedores. E concretiza: não basta que saibam usar o mural do Facebook para falar do seu quotidiano, importa que saibam também como funciona o Facebook e como podem utilizá-lo para criar outros serviços pois as tecnologias estão à mão de semear. Se assim não for, corre-se o perigo de ter duas webs e duas internets: uma para os que percebem de programação e onde tudo será possível, e outra para
o comum dos mortais, os utilizadores passivos. A discussão está longe de chegar ao fim. Foi Chris Anderson quem a lançou com o seu polémico artigo na Wired. Para ele, longe de ser o culminar da revolução digital que prometia ser quando foi inventada, a web está moribunda duas escassas décadas depois. “Claro que continuaremos a ter páginas web. Ainda temos telegramas e postais não temos?” Mas, há quem se recuse a aceitar esta morte anunciada. Hubert Guillaud e a FING estão convictos de que a web “verdadeira” continuará a ser uma alavanca para mudar o mundo.
POLÉMICA
Long live the web!
A web é um espaço em transformação, com a chegada massiva de novos utilizadores, cada vez mais numerosos e diferentes: não conhecem, nem querem aprender, a programação, procuram apenas divertimento, uma web que os ligue às suas relações sociais
A world wide web ganhou vida em Dezembro de 1990 no desktop do britânico Tim Berners-Lee, quando trabalhava no CERN, o Centro Europeu para a Investigação Nuclear, sediado na cidade suíça de Genebra. Consistia num site e num browser, em simultâneo num mesmo computador, pondo em evidência um conceito revolucionário: que qualquer pessoa poderia partilhar informação com qualquer outra, em qualquer parte. Vinte anos depois, Berners-Lee, director da W3C, o consórcio que gere a web, responde aos que vaticinam o fim da rede: “A web continua a ser crítica, não só para a revolução digital, mas para a nossa prosperidade e até para a nossa liberdade. Tal como a democracia, precisa de ser defendida”, escreve na revista Scientific American. Tal como Hubert Guillaud, também Berners-Lee reconhece que a web, tal como a conhecemos, está ameaçada. Porque “alguns dos seus mais bem sucedidos habitantes começaram a afastar-se dos seus princípios”. Princípios igualitários que são postos em causa pelos fornecedores de serviços móveis, que não resistem à tentação de abrandar o tráfego de sites com os quais não têm negócios, e por governos – democráticos e totalitários – que não resistem à tentação de vigiar os hábitos online dos seus cidadãos, pondo em perigo importantes direitos do Homem. Se os utilizadores da web – adverte o seu criador – deixarem estas tendências progredirem, a web poderá fragmentar-se: em última instância é a liberdade que está em causa.
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Cloud computing
Na cloud computing o céu é o limite. Eficiente, dinâmica, inovadora e permitindo o armazenamento quase infinito da informação em centros de dados, a nuvem representa uma nova forma das tecnologias de informação responderem a várias necessidades. Seis empresas explicaram ao Fibra como é que estão a aproveitar a febre da cloud
Gonçalo Gameiro/Who
Mais barato e mais depressa
Está a dar os primeiros passos mas em Portugal já há empresas que aderiram à cloud computing. A farmacêutica Generis apostou neste novo conceito e a Sociedade Ponto Verde também se rendeu à eficiência que esta tecnologia representa. Trata-se de um modelo inovador de acesso a um conjunto de recursos de tecnologias de informação, desde infra-estruturas a aplicações, via internet ou rede privada. A Microsoft já investiu 10 mil milhões de dólares na investigação e desenvolvimento da cloud computing. Este valor demonstra o interesse do gigante da informática num novo paradigma que está a transformar o negócio e o modelo operacional da companhia. Paulo Fernandes, director da divisão de administração pú16
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blica e educação da Microsoft Portugal explica como é que a “nuvem” poderá ter um papel importante na recuperação da crise. Carlos Leite, director comercial de grandes clientes da HP Portugal, afirma que a cloud representa uma nova forma de as tecnologias de informação responderem às necessidades cada vez mais dinâmicas das empresas. O seu papel é que tudo aconteça mais depressa e com menos custos. Para a Quidgest, empresa portuguesa de software que já disponibiliza aplicações em ambiente cloud, esta tecnologia afirma-se cada vez mais como o novo paradigma de disponibilização de aplicações informáticas, diz Márcio Antunes, consultor na área de recursos humanos.
Para a Portugal Telecom (PT) a adopção inteligente de soluções cloud exige antecipadamente um conjunto de informação para evitar que se transforme num mar de problemas. João Paulo Cabecinha, director de gestão de produto e pré-venda da PT, fala das 10 questões capitais na elaboração de uma estratégia para a cloud. Rodrigo Sousa Coutinho, da equipa fundadora da Outsystems, explica porque é que a cloud é simplesmente uma metáfora para a internet e João Ricardo Moreira, director de Marketing de empresas da Optimus, afirma que a tendência sugere uma migração de processos e funcionalidades para a internet, longe da “caixa” que todos temos, desde o PC ao smartphone. O novo agregador das comunicações
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Passaporte para ultrapassar a crise? A nuvem poderá desempenhar um papel importante na recuperação da crise, seja pelos níveis acrescidos de eficiência, seja também pelo modelo económico que encerra onde, sem entrada inicial ou pagamentos à cabeça, se paga o que se usa, à medida que se usa A longo prazo, a promessa da cloud computing – para muitos, uma nova buzzword, para alguns uma janela que se abre à oportunidade – reside na descoberta das infinitas possibilidades inerentes a este novo modelo de consumo de informação, onde dados, aplicações e programas não residem fisicamente nas instalações de uma organização, mas na web, algures num data center espalhado pelo globo. Em Portugal, existem já alguns bons exemplos dos benefícios da cloud computing. A farmacêutica Generis apostou neste novo conceito e decidiu encontrar uma solução que aumentasse a eficiência das suas comunicações e reduzisse os custos de energia e licenciamento, garantido paralelamente a componente de segurança. O rompimento dos laços com o modelo tradicional foi apenas um pequeno passo para uma transição segura que coloca agora ao dispor dos colaboradores a tecnologia mais actual. Outro caso de sucesso é o da Sociedade Ponto Verde, a qual adoptou recentemente o serviço de Exchange Online, através de um breve processo de migração que veio possibilitar uma maior segurança dos dados do correio electrónico e uma crescente eficiência, no que diz respeito à administração do serviço. É incontornável pensar a cloud computing como um factor chave que nos poderá ajudar a ultrapassar este contexto de crise que vivemos. Em toda a Europa, governos e empresas procuram novas formas de impulsionar as suas economias. Estamos convictos de que a “nuvem” poderá desempenhar um papel importante na O novo agregador das comunicações
10 mil
milhões de dólares foi quanto a Microsoft já investiu na investigação e desenvolvimento da cloud computing, um novo paradigma que está a transformar o negócio e modelo operacional da companhia
“Os organismos públicos estão também a tirar partido desta revolução, facto que lhes permite chegar aos cidadãos de uma forma mais atempada e efectiva. A cloud injecta um novo espírito de empreendedorismo, dinamismo e experimentação no sector público”
recuperação de todos estes desafios económicos, seja pelos níveis acrescidos de eficiência, seja também pelo modelo económico que encerra onde, sem entrada inicial ou pagamentos à cabeça, se paga o que se usa, à medida que se usa. Este simples facto permite às empresas transferirem a linha dos investimentos de capital (Capex) para os custos de operação/exploração (Opex). Prova de que esta flexibilidade do modelo cloud pode efectivamente ser apelativa são os exemplos dos early adopters, pequenas e médias empresas que estão a utilizar a tecnologia da cloud para derrubar muitas das barreiras no arranque de um projecto, desenvolvendo novas formas de iniciar ou gerir um negócio e competir. Na verdade, a cloud computing permite às organizações reduzirem custos, ao mesmo tempo que possibilita a externalização de componentes das TIC e uma maior concentração em soluções de maior valor acrescentado, como entrar em novos mercados, agir com base em novos modelos de negócio ou pensar em acções direccionadas para o cliente. Mas serão apenas as empresas as grandes beneficiadoras deste paradigma? A par do mercado empresarial, os organismos públicos estão igualmente a tirar partido desta revolução, facto que lhes permite chegar aos cidadãos de uma forma mais atempada e efectiva. Para além disso, temos também vindo a verificar que a cloud injecta um novo espírito de empreendedorismo, dinamismo e experimentação no sector público. Resta sublinhar que o papel dos governos ultrapassa o mero consumo da cloud computing. Os
Paulo Fernandes Director da Divisão de Administração Pública e Educação da Microsoft Portugal
governos são também a alavanca indispensável para que o conceito da cloud se imponha, nomeadamente através do estabelecimento de políticas e legislação que ajudem a moldar a forma de adopção da cloud computing e a cimentar os benefícios inerentes a esta mudança. Até ao momento, a Microsoft já investiu, a nível global, perto de 10 mil milhões de dólares na investigação e desenvolvimento deste novo paradigma, e é certo afirmar que a cloud computing está a transformar o nosso próprio negócio e modelo operacional. Para além da compreensão por parte da restante indústria de TI, o apelo dirigido aos governos é essencial para que haja uma aceleração deste processo, para que muitos mais cidadãos possam beneficiar dos serviços públicos com maior flexibilidade e possibilidade de escolha. Não esqueçamos que a tecnologia é, cada vez mais, um dos grandes impulsionadores da produtividade no nosso país, pelo que as bases da regulamentação da cloud lançadas pelos responsáveis de hoje terão um impacto significativo no futuro de todos nós. Face aos actuais e complexos desafios, este novo modelo pode ser a chave do sucesso e da competitividade no futuro imediato. Um desafio que implica a participação e colaboração de todas as partes envolvidas e cujo percurso terá de ser percorrido de mãos dadas. Fevereiro de 2011
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Céu é o limite A cloud representa uma nova forma das TI responderem às necessidades cada vez mais dinâmicas das empresas. O seu papel é que tudo aconteça mais depressa, e com menos custos. É uma espécie de entidade omnipresente, que através da internet, permite a computação e o armazenamento quase infinito de informação em centros de dados
O céu é o limite para as empresas que recorrem à computação na “nuvem”. A computação na “nuvem” (cloud) é um exemplo flagrante da velocidade ciclónica com que a inovação revoluciona hoje as Tecnologias de Informação (TI). Mais do que uma moda ou uma tendência declarada, a cloud representa uma mudança de paradigma que revoluciona o modelo de negócio tradicional. A cloud representa uma nova forma das TI responderem às necessidades cada vez mais dinâmicas das empresas. O seu papel é que tudo aconteça mais depressa, e com menos custos. É uma espécie de entidade omnipresente que, através da internet, permite a computação e o armazenamento quase infinito de informação em centros de dados. É um meio, através do qual, as TI são disponibilizadas enquanto um serviço, e na medida exacta, das necessidades das empresas – Everything as a service (EaaS). O que permite um melhor aproveitamento das TI existentes, simplificando a sua gestão e reduzindo os custos de manutenção e operação. A cloud permite a racionalização de custos, ao mesmo tempo que melhora a agilidade, a flexibilidade e escalabilidade de cada negócio. A grande vantagem da cloud está na forma como nos ligamos uns aos outros e, em particular, como nos ligamos à informação. A cloud permite às empresas alargar o alcance da tecnologia a novos mer18
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“A cloud é hoje, e será cada vez mais, uma realidade incontornável, pelo que as empresas devem preparar-se para aproveitar da melhor maneira as vantagens reais que esta potencia, para que o céu seja o único limite para os seus negócios”
“A grande vantagem da cloud está na forma como nos ligamos uns aos outros e, em particular, como nos ligamos à informação. A cloud permite às empresas alargar o alcance da tecnologia a novos mercados e torná-la ainda mais relevante nos mercados em que hoje operam”
Carlos Leite Director comercial de Grandes Clientes da HP Portugal
cados e torná-la ainda mais relevante nos mercados em que hoje operam. Deste modo, são potenciados novos modelos de negócio mais ágeis, flexíveis e escaláveis, através da criação de novos serviços, até hoje ainda não equacionados, e com grandes benefícios para o cliente final. A HP desenvolveu um conjunto de soluções de segurança especificamente dirigidas para cloud. Destaca-se a sua oferta de Serviços de Análise de Segurança, cuja principal função é analisar toda a infra-estrutura, bem como todas as aplicações associadas aos serviços disponibilizados na cloud. Esta oferta visa detectar e mitigar possíveis ameaças à segurança da informação e ajudar a gerir os riscos e a protecção dos sistemas, mantendo a consistência da informação e a operacionalidade do negócio. A cloud é hoje, e será cada vez mais, uma realidade incontornável, pelo que as empresas devem preparar-se para aproveitar da melhor maneira as vantagens reais que esta potencia, para que o céu seja o único limite para os seus negócios.
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O software na nuvem A cloud computing afirma-se cada vez mais como o novo paradigma de disponibilização de aplicações informáticas. Apresenta uma multiplicidade de significados, consoante o contexto em que é mencionado A cloud computing (tradução directa: computação em nuvem) não se tratando de um conceito isolado, mas de um conjunto de abstracções, aparece por vezes como uma definição difusa de carácter comercial com algumas (poucas) características comuns às diversas definições possíveis. O cloud computing apresenta, portanto, uma multiplicidade de significados, consoante o contexto em que é mencionado. Características comuns a todas as definições parecem ser a utilização da internet como meio de transmissão, a disponibilização de recursos partilhados (por exemplo, computadores ou aplicações informáticas), a virtualização de recursos (por exemplo, através da utilização de “máquinas virtuais”) e a utilização do web browser (por exemplo o Internet Explorer ou o Mozilla Firefox) como ferramenta de acesso às aplicações. Associados ao cloud computing aparecem vários tipos de serviço, consoante o nível de abstracção a que se colocam, desde o hardware até ao produto final, que será utilizado por pessoas que se abstrairão da forma de computação que estão a utilizar. Podemos definir assim quatro camadas, todas correspondentes a computação na “nuvem”, mas a diferentes níveis. Em primeiro lugar, a virtualização, que nos permite falar de um computador independentemente dos pormenores técnicos que o definem; em segundo lugar, o IaaS (Infra-estrutura como um Serviço) que consiste em disponibilizar os recursos virtualizados segundo a sua utilização; em terceiro lugar, o PaaS (Plataforma como um Serviço) que consiste em utilizar uma 20
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“Associados ao cloud computing aparecem vários tipos de serviço, consoante o nível de abstracção a que se colocam, desde o hardware até ao produto final, que será utilizado por pessoas que se abstrairão da forma de computação que estão a utilizar”
“A Quidgest, através da utilização do Microsoft Windows Azure (que podemos catalogar como pertencente à camada PaaS), já disponibiliza aplicações em ambiente cloud”
plataforma de computação que incorpora todas as camadas anteriormente mencionadas de forma transparente para o programador; finalmente, em quarto lugar, aparece o já sobejamente conhecido SaaS (Software como um Serviço), que consiste em disponibilizar as aplicações informáticas ao cliente final sob a forma de uma subscrição. As grandes vantagens associadas à utilização de aplicações em ambiente SaaS prendem-se com os recursos e com os riscos associados à manutenção das aplicações no parque informático do cliente. Ao serem transferidas para fora do seu espaço físico, é minorada a necessidade de manutenção de um data center dedicado, bem como das aplicações que nele vivem. Por outro lado, a segurança sobre os dados ou sobre as aplicações deixa de ser implícita para passar a ser contratualizada. Tendo em conta a grande problemática que pode estar associada a esta mudança, surgem muitas vezes modelos mistos ou híbridos, que conjugam algumas das vantagens do cloud computing anteriormente referido com a abordagem clássica da instalação local das aplicações: a este fenómeno chama-se “nuvem privada”. Esta consiste essencialmente na colocação das aplicações em ambiente web, com recurso a virtualização, mas em data centers do próprio cliente ou a ele dedicados por um fornecedor externo. Se por um lado não se tira proveito da partilha de recursos com outras entidades, obrigando à aquisição, manutenção e gestão do respectivo data center, por outro torna-se possível manter os dados local-
Márcio Antunes Consultor da área de Gestão de Recursos Humanos da Quidgest, licenciado em Engenharia Informática e de Computadores, ramo de Sistemas Computacionais, em 2006, pelo Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa.
mente e efectuar uma mudança gradual. A Quidgest, através da utilização do Microsoft Windows Azure (que podemos catalogar como pertencente à camada PaaS), já disponibiliza aplicações em ambiente cloud. Para além de uma nova geração de aplicações desenvolvidas em Silverlight, também a anterior geração de aplicações web pode ser disponibilizada em ambiente cloud (áreas de Recursos Humanos, Documental, Patrimonial, Financeira e outras). É estratégico para as empresas tecnológicas acompanhar esta nova tendência do mercado. O futuro está na nuvem.
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Como evitar um céu negro Para que a implementação e utilização do modelo cloud não se transforme numa tempestade de problemas, existe um conjunto de 10 questões capitais na elaboração da estratégia João Paulo Cabecinha Director de Gestão de Produto e Pré Venda da PT
A Cloud computing é um modelo inovador de acesso a um conjunto de recursos TI (desde infra-estrutura a aplicações) via internet e/ou rede privada. O actual contexto económico promove o desenvolvimento de estratégias alternativas para a criação de competitividade e a cloud surge como uma oportunidade. Não obstante, a adopção inteligente de soluções cloud exige antecipadamente um conjunto de informação, para além de tomadas de decisão disruptivas em relação à actual arquitectura e a eventual necessidade de mudança em processos da organização. Para que a implementação e utilização deste modelo não se transforme numa tempestade de problemas, existe um conjunto de questões capitais na elaboração da estratégia cloud. 1. Qualidade de serviço de rede O modelo cloud é executado sobre a rede, sendo os recursos disponibilizados e acedidos via portal self-care. Assim, a disponibilidade da rede é um aspecto crítico. Num contexto público (internet) não há garantia da disponibilidade da rede ou responsabilidades sobre quebras de performance. No contexto privado é essencial que avaliar a adequabilidade do tipo de rede à utilização cloud, equacionando níveis de redundância, sistemas de controlo e segurança e SLA. 2. Localização do data center No modelo cloud a virtualização é uma das tecnologias base. Mas quer se trate de uma máquina virtual ou de uma instanciação aplicacional, os dados estão fisicamente num data center. A sua localização assume um aspecto crucial quando avaliada em função do quadro legal relativo à propriedade da informação, da reguO novo agregador das comunicações
“A adopção inteligente de soluções cloud exige antecipadamente um conjunto de informação, para além de tomadas de decisão disruptivas em relação à actual arquitectura e a eventual necessidade de mudança em processos da organização”
“A diversidade e o número crescente de prestadores de serviços são aspectos que adicionam complexidade na selecção do parceiro cloud”
lamentação do sector, de infra-estruturas de comunicação e da política interna da organização. 3. Planos de migração No plano de migração legacy to cloud (soluções actuais em modelo não-cloud) é importante avaliar as características de cada sistema e impacto no negócio, avaliando os benefícios/riscos cloud versus legacy. Para além de questões sobre ambientes de desenvolvimento e campanhas ocasionais, é importante avaliar a criticidade das aplicações, nível de maturidade, ritmo de evolução, volume e tipo de acessos. E os planos cloud-legacy? Quais as possibilidades e condições para migrar serviços cloud? 4. Os must have do prestador de serviços cloud A diversidade e o número crescente de prestadores de serviços são aspectos que adicionam complexidade na selecção do parceiro cloud. No entanto, características como a experiência TI, dimensão, integração da oferta com comunicações e localização do data center são factores chave. 5. Aspectos contratuais A prestação e a utilização de serviços cloud devem ser regidas por condições de responsabilidade do prestador de serviços e do cliente. Entre outros, deverá ser acautelada a regulação de: prestação dos serviços, gestão de subscrições, termos de responsabilidade e de rescisão. O contrato é uma garantia de responsabilidade, credibilidade e controlo para a organização. 6. Segurança Na rede privada o acesso é condicionado e existe um conjunto de procedimentos de encriptação, confidencialidade e segurança. Se a organização dispõe de reporting de
segurança é crítico que o analise à luz da utilização cloud. Que serviços de segurança disponibilizados reforçam e/ou colmatam eventuais lacunas? Outro ponto importante é a actualização da estrutura hierárquica de acessos para a gestão e utilização de serviços cloud. 7. Disaster recovery É crítico actualizar os planos de disaster recovery em função das soluções cloud adoptadas. Quais as opções de backup e disaster recovery que os serviços cloud apresentam? Se a organização utiliza uma solução cloud como ambiente de disaster recover quais os Recovery Point Objective (RPO) e Recovery Time Objective (RTO)? 8. Processos internos O cloud proporciona agilidade e flexibilidade, com automatismos, realtime e pay-per-use. Os processos internos da organização acompanham esta dinâmica? Permitem o valor dos benefícios cloud? Por outro lado, o cloud poderá ser um enabler de optimização de processos. 9. Suporte e assistência técnica Avarias, quebras de disponibilidade, dificuldades de utilização… É crítico conhecer e analisar a viabilidade dos canais de atendimento, tempos associados ao suporte e assistência técnica e custos associados. 10. Visão integrada A arquitectura TI das organizações será um mix de soluções legacy e cloud, ambientes in-house e em outsourcing, contextos públicos e privados. É utópico dispor de um único sistema de gestão para todas estas vertentes; mas é obrigatório ter como requisito estratégico uma visão integrada avaliando as plataformas de gestão integradas, abertura de API e reporting disponibilizados. Fevereiro de 2011
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Uma metáfora para a Internet A cloud é simplesmente uma metáfora para a internet. Quando se fala em cloud computing, isso significa mudar os sistemas de informação do interior da empresa para um fornecedor externo, algures na internet. Um pormenor interessante é que esta mudança pode acontecer a vários níveis A cloud é um conceito que tem estado bastante na moda, e como acontece com a maioria das modas, tem gerado alguma confusão e muita especulação. Embora o conceito por trás da cloud seja relativamente simples, esta nova forma de olhar para as tecnologias de informação tem uma série de consequências bastante interessantes!
O que é? A cloud é simplesmente uma metáfora para a internet. Quando se fala em cloud computing, isso significa mudar os sistemas de informação do interior da empresa para um fornecedor externo, algures na internet. Um pormenor interessante é que esta mudança pode acontecer a vários níveis. Existem serviços na cloud que fornecem coisas simples como espaço de disco, até serviços que fornecem aplicações complexas prontas a funcionar. Entre estes dois extremos temos serviços que fornecem infra-estruturas e plataformas on demand.
“Existem serviços na cloud que fornecem coisas simples como espaço de disco, até serviços que fornecem aplicações complexas prontas a funcionar. Entre estes dois extremos temos serviços que fornecem infra-estruturas e plataformas on demand”
Quais as vantagens? Normalmente são apontadas três grandes vantagens para o modelo cloud: flexibilidade para aumentar e diminuir a infra-estrutura conforme as necessidades, acessibilidade a partir de todo o lado, incluindo aparelhos móveis e redução de custos. A redução de custos vem da partilha da infra-estrutura pelos vários clientes. O modelo cloud funciona como uma companhia de electricidade, onde a infra-estrutura é partilhada por todos os clientes, e cada cliente paga a electricidade que usa. Para o cliente os custos são muito inferiores a produzir a sua própria electricidade, e permite-lhes 22
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“Da mesma forma que a internet é rápida e barata mudou completamente a nossa forma de trabalhar, não se limitando a permitir fazer downloads mais depressa, o mesmo vai acontecer com a cloud”
gerir os custos através da gestão da energia que usam. Mas estas três vantagens são apenas o início da história. Da mesma forma que a internet é rápida e barata mudou completamente a nossa forma de trabalhar, não se limitando a permitir fazer downloads mais depressa, o mesmo vai acontecer com a cloud. Uma das grandes mudanças que antevemos na OutSystems está relacionada com a forma como os departamentos de TI trabalham com o negócio.
O desafio da TI Actualmente os departamentos de TI gastam muito do seu tempo na manutenção de infra-estruturas e aplicações, e têm pouco tempo para dar apoio às necessidades do negócio. Mas o negócio não pára, e por isso procura as suas próprias soluções fora da TI. Acontece que, em alguns casos, estas aplicações que nascem à margem da TI começam a crescer, tornando-se críticas para o negócio. Quando uma aplicação ganha esta importância estratégica, a responsabilidade pela sua manutenção passa para a TI. Mas a aplicação apareceu de forma “não oficial”, e não obedece aos requisitos de segurança, escalabilidade, usabilidade, etc., fundamentais para uma aplicação crítica de negócio. Isto significa que a TI herda outro pesadelo de manutenção, resultando em cada vez menos tempo para dedicar ao negócio, e tornando esta situação ainda mais dramática.
O verdadeiro valor Uma forma de dar a volta a esta espiral descendente é fazer outsource da infra-estrutura para a cloud,
Rodrigo Sousa Coutinho Faz parte da equipa de fundadores da OutSystems e teve um papel chave no desenho e desenvolvimento da Agile Platform
comprando assim tempo para a TI ajudar o negócio. Mas para ter verdadeiros ganhos, é também necessário apostar numa plataforma preparada para a cloud e mudar a forma como a TI e o negócio trabalham juntos. Os projectos à margem da TI não vão desaparecer e são óptimas fontes de inovação, sendo apenas necessário algum controlo. Assim, a ideia é dar aos departamentos liberdade para fazer o desenvolvimento inicial das aplicações, mas fornecer uma plataforma na cloud onde as aplicações são construídas. Isto permite à TI distribuir o esforço de desenvolvimento, mas centralizar e controlar a plataforma e a infraestrutura. Um exemplo de uma plataforma preparada para a cloud é a OutSystems Agile Platform, desenhada para suportar cenários distribuídos de desenvolvimento, com um controlo centralizado. Esta abordagem de uma TI federada resulta no melhor de dois mundos. Os departamentos têm a flexibilidade que precisam para criar e mudar aplicações à velocidade do negócio, enquanto a TI mantém o controlo da infra-estrutura e consegue assumir rapidamente a manutenção das novas aplicações, à medida que estas se tornam críticas. O novo agregador das comunicações
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A reencarnação do mainframe Como a história se repete, assistimos à reencarnação do mainframe a uma escala superior, já não confinado a uma empresa ou grupo de empresas, mas à escala planetária
João Ricardo Moreira Director Marketing Empresas da Optimus
A língua portuguesa, tão criativa na sua essência, não conseguiu encontrar uma boa adaptação para a buzzword que retrata uma realidade cada vez mais próxima e disseminada: o cloud computing. A tradução literal, “computação na nuvem”, provoca na maioria das pessoas alguma aflição, quando, na verdade, a expressão apenas se refere à utilização, de forma partilhada, de serviços ou outros recursos que estão na internet, nuvem, ou cloud. Tendências como o crescente número de aplicações a que acedemos através do browser e cujo processamento é feito principalmente online, como o Google Docs, ou a crescente procura de armazenamento de dados online, sugerem uma migração de processos e funcionalidades para a internet, longe da “caixa” que todos temos, independentemente se esta “caixa” é um PC, um notebook, um tablet ou um smartphone. Esta tendência de “webização” e centralização de processamento a que se está a assistir nas aplicações e plataformas dirigidas ao consumidor final está também a chegar às empresas, mas será que é algo de absolutamente novo? Há muito tempo atrás, antes da era da internet e das redes sociais, o paradigma informático nas empresas existia em redor de algo denominado como mainframe computing, em que, nas empresas e quase exclusivamente só nas grandes empresas com elevados recursos financeiros, cada colaborador utilizava um simples teclado e um terminal sem capacidade local de processamento e armazenamento, para aceder a O novo agregador das comunicações
“A tendência sugere uma migração de processos e funcionalidades para a internet, longe da “caixa” que todos temos, independentemente se esta “caixa” é um PC, um notebook, um tablet ou um smartphone”
“Hoje é possível utilizar aplicações e aceder a recursos de forma simples, a partir de qualquer computador pessoal, de um laptop, de um tablet, de um smartphone, e de uma forma colaborativa e sincronizada”
um sistema computacional centralizado (mainframe) e partilhado entre todos, normalmente localizado num data center distante do seu local de trabalho. Como o trabalho era executado e guardado num sistema centralizado, era possível retomá-lo mais tarde, a partir de qualquer outro terminal na empresa, sem a preocupação de transportar dados ou ficheiros, e de saber onde e como estavam os dados salvaguardados. Com o advento do computador pessoal foram disponibilizadas, a cada utilizador, elevadas capacidades de processamento e de armazenamento de dados, o que se traduziu em mais liberdade de escolha na forma de trabalhar, mas obrigou a mecanismos de coordenação e controlo mais pesados. Ainda com a proliferação do laptop privilegiou-se a mobilidade das pessoas para modelos de trabalho a partir de qualquer lugar, mas por outro lado, obrigou-se a um maior esforço de investimento na implementação e gestão de infra-estruturas e criação de novos mecanismos para garantir um trabalho cooperativo. Como a história se repete, assistimos à reencarnação do mainframe a uma escala superior, já não confinado a uma empresa ou grupo de empresas, mas à escala planetária. Hoje é possível utilizar aplicações e aceder a recursos de forma simples, a partir de qualquer computador pessoal, de um laptop, de um tablet, de um smartphone, e de uma forma colaborativa e sincronizada. O cloud computing refere-se, então, ao desenvolvimento e uso de tecnologia computacional, que
permite às organizações aceder a recursos de software e hardware de forma partilhada. Tipicamente, os serviços de cloud computing são apresentados de acordo com três categorias: Software as a Service, onde as aplicações são entregues a utilizadores na internet; Infra-Estruturas as a Service, onde são disponibilizados servidores, armazenamento, rede e software de base; e Plataforma as a Service, onde é disponibilizada toda uma plataforma de desenvolvimento e lançamento de aplicações. Pode ainda classificar-se a cloud de acordo com o modelo de desenvolvimento e visibilidade: public cloud, private cloud e hybrid cloud. Em Portugal, a Optimus foi pioneira a fornecer estes serviços, permitindo aos seus clientes usufruir de plataformas de serviços em modelo As a Service, como o IPCentrex, alguns e-Services como o e-Fax, e-Conference e e-Camera, ou os Carrier Ethernet Services. Em Novembro de 2010, a Optimus lançou os serviços chancelados pela Microsoft, e-Exchange, e-Communicator, e-Meeting e e-Share, numa oferta inovadora para o mercado empresarial nacional, suportada pela capacidade e desempenho da rede convergente de última geração da Optimus. Fevereiro de 2011
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Jorge Fiel Jornalista jf@briefing.pt
Luísa Pestana começou a trabalhar há 17 anos na Telecel, dos grupos Amorim, Espírito Santo e PacTel, que dava os primeiros passos no admirável mundo novo das telecomunicações. Entretanto mudou quase tudo – o milénio, o presidente, o accionista. Só duas coisas permanecem iguais: o indicativo 91 e ela, que foi eleita pelos seus pares a Comunicadora do ano 2010
Ramon de Melo
A grande comunicadora
Desde que, há 17 anos, acabou o curso de Gestão na Católica, Luísa trabalhou sempre na mesma empresa. Ora aqui está uma daquelas frases verdadeiras mas que encerram em si um bocado de mentira. A directora de Comunicação Institucional da Vodafone começou a trabalhar em 1993 na Telecel, uma start up assente num tripé accionista (os portugueses Amorim e Espírito Santo e os californianos da PacTel) que se aventurava no promissor, mas ainda desconhecido, 24
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mundo das comunicações móveis, após ter ganho o renhido concurso público para a atribuição de uma licença para um operador privado concorrer com a pública TMN. Desde então, manteve-se o indicativo 91, mas quase tudo o resto mudou. Mudou o milénio, mudou o mundo, mudou a vida de Luísa, que casou e teve dois rapazes, ainda sem idade para usarem telemóvel (Miguel tem seis e o Diogo fez três). Mudou também, e de que maneira, a empresa onde ela
foi admitida, que já não se chama Telecel, mas sim Vodafone e onde já não resta nenhum dos accionistas originais. Amorim e GES saíram com os bolsos cheios, a PacTel foi adquirida pelos norte-americanos da Air Touch, que controlou esta estrela do PSI 20 até ser comprada pela multinacional inglesa Vodafone e deixar de ter as suas acções cotadas. Mudou quase tudo. Mudou o presidente executivo (Carrapatoso deu o lugar a Coimbra) da companhia, O novo agregador das comunicações
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bem como o tamanho e funcionalidades dos telemóveis. As funções de Luísa também foram mudando. O que não mudou foi o seu número de telemóvel e o aspecto e espírito da mulher que acaba de ser eleita pelos seus pares da APCE como a Comunicadora do ano 2010 e mantém o look fresco de uma estudante universitária. Ninguém desconfia que é uma recém-entrada no clube dos entas. Filha mais velha (a irmã, seis anos mais nova, está também numa multinacional, a Royal Canin, que vende comida para cães e gatos) do matrimónio entre uma professora primária e um funcionário do Banco de Portugal, Luísa começou por ter uma queda pela área de Saúde. Quando frequentava a escola secundária em Benfica, encarou seriamente a hipótese de cursar Medicina ou Farmácia. Acabou a decidir-se por Gestão e pela Católica. Não se arrependeu. No último ano, já estava a receber em casa telefonemas com propostas de emprego, a mais atraente das quais era a da Telecel, que lhe oferecia um belíssimo salário de entrada (230 contos) e um trabalho interessante. Estava a começar a substituir-se por portugueses os americanos expatriados da PacTel que iniciaram a montagem da rede. Luísa foi contratada para a área técnica. Durante quatro anos integrou a equipa de engenharia, chefiada por um americano, que desenvolvia e implantava no terreno as infra-estruturas da rede de comunicações sem fios. Por diversas vezes viajou até Walnut Creek, na baía de S. Francisco, onde batia o coração da PacTel. “Fazia a análise financeira dos projectos e ajudava os engenheiros a negociar. Foi um trabalho muito interessante. Na altura, 75 por cento do investimento era aplicado na área técnica, que era a de maior crescimento”, explica Luísa que, quando, em 96, a administração ultimava o IPO (oferta pública inicial de acções, condição prévia à admissão à cotação) foi desafiada a trabalhar com as pessoas da Air Touch que tratavam da relação com os investidores. O novo agregador das comunicações
Ser directora de Relações com os Investidores implicava participar na definição do discurso externo da companhia, conhecer com detalhe os números e evolução das congéneres do sector, bem como entrar às sete da manhã para atender as morning calls dos analistas londrinos
Das torres no cimo de montes saltou para o road show da Telecel pelas principais praças financeiras mundiais e para as conversas com gestores de fundos e banqueiros de investimento. O inglês não constitui obstáculo, pois, durante os quatro anos que se demorou na área técnica, treinara e aperfeiçoara, em contacto diário com um chefe americano, a fluência adquirida no British Council, que frequentou enquanto era estudante. Ser directora de Relações com os investidores implicava participar na definição do discurso externo da companhia, conhecer com detalhe os números e evolução das congéneres do sector, bem como entrar às sete da manhã para atender as morning calls dos analistas londrinos. O take over da Vodafone sobre a Air Touch teve como consequência, em 2003, a saída de bolsa das acções Telecel e uma nova missão para Luísa que passou a dirigir a Comunicação Institucional, tarefa que acumula com a de responsável executiva da Fundação Vodafone, constituída no âmbito do concurso para a atribuição de uma licença de 3G. A fundação é a menina dos olhos de Luísa. “O nosso princípio é simples. Não fazemos donativos. Ajudamos a desenvolver projectos em parceria”, explica. Os exemplos bem-sucedidos desta atitude multiplicam-se em áreas tão diversas como a segurança dos taxistas, dos banhistas e da floresta, onde a Fundação Vodafone, nos últimos
sete anos, contribuiu para melhorar Portugal. Uma série de mortes de taxistas, ocorrida em 2005, despertou a fundação para a necessidade de, em colaboração com motoristas e PSP, projectarem, testarem e desenvolverem um mecanismo eficaz e barato. O resultado é uma caixa, actualmente instalada em mais de 900 carros de praça, accionada por um botão, localizado no local que o motorista escolher. Se se sentir em perigo, o taxista acciona o botão e a partir desse momento soa o alarme na central de polícia que imediatamente passa a monitorizar a situação, ouvindo tudo quanto se passa dentro do táxi e seguindo o seu trajecto em tempo real. A segurança e preservação das praias é outra das áreas de intervenção prioritária da fundação, onde trabalha em colaboração com um largo espectro de parceiros, que vão da Marinha ao INEM, passando pelo Instituto de Socorros a Náufragos, polícias municipais, Instituto de Conservação, etc. Os totens SOS (alimentados a energia saudável) nas praias não vigiadas, a rede de comunicações privada que liga 250 postos de nadadores-salvadores, as motos de salvamento marítimo e os pequenos carros ligeiros (equipados com macas, bóias, etc) que ajudam a percorrer rapidamente as praias com areais extensos, são alguns dos resultados deste esforço da Vodafone, que dá um novo fôlego à velha frase batida, de que há mar e mar – há ir e voltar.
TELEMÓVEIS
Usa o Blackberry e o iPhone Luísa, que é benfiquista e sempre adorou o vermelho (a cor da Vodafone), começou a trabalhar na Telecel em Agosto de 1993 mas ainda teve de esperar uns meses até que lhe oferecessem um telemóvel de serviço – um Motorola que era um verdadeiro “tijolo” transportado dentro de uma enorme mala preta. Agora usa dois, mas que lhe pesam infinitamente menos: um Blackberry e um iPhone. E mantém o número.
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tablets
A sexta dimensão
Manuela Oliveira/Who
Os tablets são a nova moda no reino dos gadgets. Mas o pequeno aparelho lançado inicialmente pela Apple promete não ser uma coisa passageira
Os números revelam: a onda que aí vem. Em 2011, serão vendidos 55 milhões de tablets em todo o mundo. Um significativo aumento em relação aos 19,5 milhões comercializados no ano passado. Ainda em 2011 deverão ser lançados 80 novos modelos de tablets. Estes pequenos aparelhos que prometem revolucionar a comunicação foram a grande atracção da feira de produtos de electrónica de consumo que se realizou no início de Janeiro, em Las Vegas. O mercado português despertou para os tablets no final de 2010. Tal como aconteceu no resto do mundo, foi o modelo da Apple, o iPad, que chamou a atenção mas há outras propostas tão ou mais interessantes do que o da empresa de Steve Jobs. Nuno Parreira, head of division mobile da Samsung Electró26
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nica Portuguesa, considera que os tablets tornaramse numa forma de estar sempre ligado e que não são uma moda passageira. O director de Marketing da Optimus Kanguru, Duarte Sousa Lopes, reconhece o pioneirismo da Apple mas considera que o jogo ainda agora começou e a guerra entre fabricantes promete muitas novidades para os próximos tempos. João Amaral, director-geral da Toshiba Portugal, define os tablets como verdadeiros auxiliares móveis mas que não provocarão o desaparecimento dos telemóveis. Para a Vodafone, o gadget acrescenta uma nova dimensão no acesso à internet, email, redes sociais, vídeos, música e outros conteúdos, diz Emanuel Sousa, director de Marketing de particulares da operadora. O novo agregador das comunicações
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Não são uma moda passageira Os tablets tornaram-se mais uma forma de estar sempre ligado, complementar ao portátil, ao smartphone e à televisão. Uma moda passageira da era digital? Não me parece. Os tablets vieram para ficar
Nuno Parreira Head of Division Mobile da Samsung Electrónica Portuguesa
Os tablets deram os primeiros passos em Portugal no final do ano de 2010 e passado pouco tempo assumiram-se como um gadget que veio para ficar num mercado cada vez mais competitivo. Os tablets foram, sem sombra de dúvida, a grande novidade tecnológica do ano de 2010 e prometem continuar a marcar tendência para os próximos meses e, provavelmente, anos. A consultora americana Gartner estima que em 2011 sejam adquiridos em todo o mundo 55 milhões de tablets, um número bastante superior aos 19,5 milhões que se comercializaram em 2010. Se avançarmos para 2014 as previsões apontam para a venda de 208 milhões de unidades. Estes dados indiciam a relevância que este equipamento vai assumir em todo o mundo. A empresa de pesquisas Forrester prevê que em 2015, um terço dos norte-americanos seja dono de um tablet. De acordo com a mesma consultora, o número de utilizadores norte-americanos de tablets deverá totalizar os 26 milhões no final deste ano, chegando aos 82,1 milhões em 2015. Valores que colocam este dispositivo próximo dos níveis de crescimento dos smartphones ou de um computador. Em Portugal, acreditamos que os tablets estão a ter igualmente uma aceitação muito grande por parte dos consumidores. Esta espécie de computador pessoal de pequena dimensão (com telefone no caso do Samsung Galaxy Tab) – usado para acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos ou leitura de livros, jornais e revistas, mas também para entretenimento, como jogos – é a grande aposta das marcas e Portugal é, sem dúvida, O novo agregador das comunicações
55 milhões
de tablets vão ser vendidos este ano de acordo com as previsões da consultora americana Gartner. Em 2010 foram comercializados 19,5 milhões
“O decréscimo das vendas dos jornais nas bancas tem forçado os grupos de media a encontrarem alternativas e o uso do tablet como plataforma poderá ser uma solução. Acreditamos que estas parcerias são uma mais valia para todos nós”
Samsung Galaxy Tab Sistema operativo Android 2.1 (Éclair). Ecrã Super Amoled de 4’’. Android market. Layar (com Tele Atlas) / Google Maps /Swype. Processador – 1.0GHz. - Suporta DLNA / Memória 8GB/16GB
um mercado alvo. A Samsung foi, aliás, a primeira marca a lançar um tablet em Portugal, nomeadamente o Galaxy Tab, que começou a ser vendido em Outubro do ano passado. Decidimos apostar em Portugal por sermos um país com forte apetência para as tecnologias e porque Portugal funciona como uma rampa de lançamento para outros países europeus. Podemos desde já dizer que estamos muito satisfeitos com os resultados que conseguimos alcançar, apesar da forte concorrência com que nos deparámos. Actualmente, o mercado português conta já com a comercialização de pelo menos mais cinco modelos de tablets e tudo indica que vêm aí muitos mais, tendo em conta as novidades apresentadas na Consumer Electronic Show (CES) 2011, que decorreu em Las Vegas e reuniu mais de 2.500 empresas. Aqui ficou claro que os tablets continuam a ser as “estrelas” da próxima estação com a grande parte das marcas a não querer ficar de fora desta “guerra tecnológica”, inovando no design, bem como na disponibilização de
aplicações para cativar cada vez mais clientes. Mas além do consumidor final, os tablets cativam outros segmentos que poderão assumir uma importância crucial, nomeadamente ao nível dos media e das empresas, principalmente dos sectores da banca e telecomunicações. Os media têm sido, aliás, grandes entusiastas no crescimento dos tablets. O decréscimo das vendas dos jornais nas bancas tem forçado os grupos de media a encontrarem alternativas, e o uso do tablet como plataforma poderá ser uma solução. Acreditamos que estas parcerias são uma mais-valia para todos nós. Por todo o mundo, fabricantes de equipamentos e produtoras de conteúdos têm-se aliado para fazerem aumentar este segmento de mercado. Em Portugal devemos seguir esta tendência e a Samsung está disponível para o fazer. Os tablets tornaram-se mais uma forma de estar sempre ligado, complementar ao portátil, ao smartphone e à televisão. Uma moda passageira da era digital? Não me parece. Os tablets vieram para ficar. Fevereiro de 2011
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tablets
Entre o smartphone e o net PC Posicionado a meio caminho entre o smartphone e o net PC, o tablet acrescenta uma nova dimensão no acesso à internet, email, redes sociais, vídeos, música e outros conteúdos, sendo o equipamento ideal para um acesso instantâneo à informação em qualquer momento e em qualquer lugar Apesar do formato tablet não ser novo, com vários fabricantes a optarem no passado por disponibilizar equipamentos deste tipo, só com a introdução, relativamente recente, do iPad, este formato ganhou adeptos e alcançou sucesso no mercado, tendo a Apple vendido mais de sete milhões de unidades, só no último trimestre de 2010. Para este ano está previsto o lançamento de mais de 80 modelos de tablets dos diferentes fabricantes. Sem dúvida que o tablet será o formato de 2011. Os tablets proporcionam uma maior portabilidade e mobilidade em relação aos net PC e uma facilidade e conforto de leitura superior aos smartphones. Com este posicionamento, a meio caminho entre o smartphone e o net PC, o formato tablet acrescenta uma nova dimensão no acesso à internet, email, redes sociais, vídeos, música e outros conteúdos, sendo o equipamento ideal para um acesso instantâneo à informação em qualquer momento e em qualquer lugar. Na Vodafone há uma preocupação constante em disponibilizar aos clientes os equipamentos mais inovadores e que melhor se ajustam as suas necessidades de comunicação. Os tablets fazem parte de um novo segmento de utilização que a Vodafone considera muito importante, tendo por isso introduzido em Portugal o Samsung Galaxy Tab, o primeiro tablet à venda no nosso país (19 de Outubro de 2010) e, em exclusivo, o tablet de baixo custo ZTE V9 (26 de Novembro de 2010). Para uma completa utilização destes equipamentos é importan28
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Emanuel Sousa Director de Marketing de Particulares da Vodafone
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modelos de tablets de diferentes fabricantes deverão ser lançados este ano
Os tablets proporcionam uma maior portabilidade e mobilidade em relação aos net PC e uma facilidade e conforto de leitura superior aos smartphones
ZTE V9 Lançado em exclusivo em Portugal pela Vodafone, a 249,9 euros, o preço mais baixo do mercado. Sistema operativo Android 2.1 (e possibilidade de upgrade para 2.2), ecrã LCD touch panel de 7 polegadas com resolução WVGA 800x480, câmara de 3 Megapixel CMOS, A-GPS, rádio FM, cliente de email (compatível com Gmail, Hotmail, MS Exchange, etc.), memória externa (cartão microSD) até 32GB e bateria com capacidade até sete horas de vídeo e disponibilizado com um cartão microSD de 8GB
Samsung Galaxy Tab Sistema operativo Android 2.2 (Froyo), ecrã de 7 polegadas com resolução de 1024x600, experiência completa de navegação na web (browser com suporte de Flash 10.1 e HMTL 5), câmara traseira e frontal, GPS, cliente de email compatível com todos os sistemas, memória interna de 16GB/32GB e externa até 32GB, é um dos mais completos e inovadores tablets do mercado. Pode ser adquirido por 614,90 euros (versão de 16 GB) ou 714,90 euros (versão de 32 GB) nas lojas Vodafone
te poder aceder à internet sempre que necessário e em qualquer local. Para tal, os cientes da Vodafone têm acesso ao serviço de banda larga móvel mais rápido do mercado português. Para as situações em que o cliente tem um equipamento já com ligação 3G (Samsung Galaxy Tab, ZTE V9 ou iPad versão 3G), basta utilizar um cartão SIM ou microSIM da Vodafone e escolher o plano tarifário que mais se ajusta à sua utilização. Para equipamentos sem ligação 3G, como por exemplo o iPad na versão wi-fi, os clientes da Voda-
fone podem utilizar o Vodafone Hotspot R201, um router 3G/HSPA de última geração, para partilha da ligação de banda larga móvel via wi-fi. Para além dos tarifários normais de banda larga móvel, a Vodafone disponibiliza na sua oferta dois tarifários específicos para tablets, os Best Net Tab. Estes tarifários, com mensalidades a partir de 15,48 euros. e com a garantia de oferecer sempre o mesmo valor de factura, possibilitam também a realização de chamadas de voz e vídeo-chamada e ainda o envio de sms/mms. O novo agregador das comunicações
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O choque entre duas indústrias Estamos a viver um choque entre a indústria das comunicações e a indústria da informática, o qual promoverá a existência de equipamentos intermédios entre o telemóvel e o computador Há dois anos, quando surgiu o fenómeno netbook, a indústria dos fabricantes de telemóveis tremeu com a ameaça dos pequenos computadores portáteis que podiam estar sempre ligados à internet e que, sendo mais baratos do que os smartphones – com os quais vieram concorrer – geraram grande interesse junto dos principais operadores de telecomunicações. Em meados de 2010 surgem os tablets equipamentos similares aos telemóveis, que usam os mesmos sistemas operativos e interfaces de utilizador mas que, devido às suas maiores dimensões, nomeadamente de ecrã, oferecem um maior conforto no acesso aos conteúdos online. Num curto espaço de tempo surgiram dois novos segmentos de produtos: o dos netbooks, mini portáteis pequenos e baratos, mas com sistema operativo de computador, e o dos tablets, telemóveis gigantes para acesso a dados. Na Toshiba, não temos dúvidas de que, graças à sua simplicidade de utilização, o tablet será um sucesso. O seu enorme potencial em termos de portabilidade e autonomia – garantidas por um sistema operativo básico e pelos processadores de baixo consumo dos telemóveis –, aliado à simplicidade de utilização, apenas equiparável à dos telemóveis, fazem dele um computador menos complexo e passível de ser utilizado por qualquer pessoa, independentemente dos conhecimentos informáticos ou faixa etária. Acreditamos que os tablets serão verdadeiros auxiliares móveis, permitindo o acesso a conteúdos, gravados numa memória interna ou distribuídos online, acessíveis sempre e em qualquer lugar, não conduzindo, no entanto, ao desaparecimento dos pequenos telemóveis para comunicação por voz. Quando falamos de conteúdos estaO novo agregador das comunicações
João Amaral Director-geral da Toshiba Portugal
“Os tablets serão verdadeiros auxiliares móveis, permitindo acesso a conteúdos, gravados numa memória interna ou distribuídos online, acessíveis sempre e em qualquer lugar, não conduzindo, no entanto, ao desaparecimento dos pequenos telemóveis para comunicação por voz”
“Na Toshiba, não temos dúvidas de que, graças à sua simplicidade de utilização, o tablet será um sucesso”
Toshiba Folio 100 Com ecrã de 10”, permite ainda o contacto com família e amigos através de vídeo-chamadas e, graças ao acesso ao Toshiba MarketPlace, facilita o download de conteúdos multimédia, serviços e aplicações. A aplicação Music Place dá acesso a um dos maiores catálogos de música existentes e potencia o acesso a uma ampla secção de serviços de rádio IP, via Radio Place. Permite ainda o download de aplicações através do App Place. Está disponível desde início de Novembro com um pvpr de 399 euros
mos a falar não só de livros electrónicos, música, filmes, documentários, palestras e aulas (que poderão ser distribuídos tanto em formato áudio como vídeo), mas também de pequenas aplicações de suporte ao dia-a-dia, como o Facebook ou o Twitter, aplicações de acesso a informação noticiosa ou relativa ao estado do tempo, mapas de apoio à navegação, aplicações de lazer, como passatempos e jogos, ou mesmo até funcionalidades básicas de algumas aplicações existentes em sistemas mais complexos como o browser, o cliente de email, o processador de texto, a folha de cálculo ou o software de apresentação. Em suma, estamos a viver um choque entre a indústria das comunicações e a indústria da informática, o qual promoverá a existência de equipamentos intermédios entre o telemóvel e o computador. Serão criados vários formatos e interfaces de utilizador sendo que, com o tempo, haverá lugar a uma selecção natural, ditada pelo sucesso da sua utilização. Acompanhando a evolução da tec-
nologia, a Toshiba lançou em Outubro de 2010 o seu primeiro tablet, o Folio 100 – que utiliza o sistema operativo Android e um processador ARM da NVIDIA. Outros modelos mais evoluídos se seguirão ao longo de 2011, ano de afirmação deste novo segmento. Outra aposta complementar é a criação de uma plataforma universal de distribuição de conteúdos, pois o sucesso dos tablets vai estar directamente relacionado com a disponibilização dos conteúdos através das plataformas na internet. A este nível ocorrerá também uma selecção natural das plataformas com base no modelo de negócio, conforto, flexibilidade e facilidade de utilização. O Toshiba Places pretende ser um duplo influenciador do sector, ao nível da criação dos dispositivos e da disponibilização de uma plataforma de distribuição de conteúdos flexível, passível de ser acedida através de qualquer equipamento electrónico, independentemente da marca e do formato – um telemóvel, um tablet, um computador ou até mesmo um televisor. Fevereiro de 2011
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tablets
O jogo ainda agora começou A Apple foi pioneira com o lançamento do iPad, estabelecendo as regras do jogo e criando enormes expectativas para este mercado. Mas como vimos, o jogo ainda agora começou e a guerra entre fabricantes promete muitas novidades para os próximos tempos Em Janeiro de 2010, Steve Jobs, ceo da Apple, antevia que o iPad seria o maior lançamento que alguma vez a Apple teria feito. Em Maio de 2010, o iPad atingia um milhão de vendas em metade do tempo do iPhone e era considerado por todos como um sucesso estrondoso. Em Maio do mesmo ano, a iSuppli revia as suas estimativas e previa que o iPad vendesse cem milhões de unidades no espaço de três anos. Dois meses após o seu lançamento, o primeiro tablet da Samsung batia as melhores expectativas e quebrava a barreira de um milhão de vendas. A verdade é que a categoria dos tablets parece estar a revolucionar o mercado dos PC e todos os grandes fabricantes de PC e telemóveis parecem estar a apostar neste novo tipo de produto. A previsão da Gartner é que tenham sido vendidas 19,5 milhões de unidades em 2010, e que se atinja a marca dos 208 milhões em 2014. Durante a CES 2011, que decorreu nos EUA, foram apresentados cerca de 80 modelos diferentes de tablets. Tudo isto quando, até há um ano atrás, ninguém tinha ouvido falar desta categoria. O tablet não é um telemóvel nem é um PC. Nem pretende ser. Muitos anteciparam um flop relativamente a este tipo de equipamentos, que era “grande demais como telemóvel” e não “cumpria como PC”. A verdade é que o tablet não pretende substituir o telemóvel – ou smartphone – nem o PC. O tablet terá um espaço próprio na vida das pessoas. É uma nova categoria que tira partido da combinação de um conjunto de características, que fazem dele um companheiro inseparável: enorme 30
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“A categoria dos tablets está a revolucionar o mercado dos PC e todos os grandes fabricantes de PC e telemóveis parecem estar a apostar neste novo tipo de produto”
“Desenhado e pensado especificamente para tablets, o Optimus Kanguru Inside é a solução ideal para quem pretende aceder à internet a partir de um tablet ou PC com módulo integrado, em total mobilidade”
mobilidade, ecrã táctil de grandes dimensões, excelente experiência de utilização e acesso permanente aos conteúdos. O tablet é um “tudo-em-um”: email, internet, redes sociais, jornais, revistas, jogos, aplicações, livros, bloco de notas, leitor de música, vídeos, filmes, mapas… A dificuldade é descobrir o que é que um tablet não faz. Numa lógica mais profissional, mas acima de tudo, numa perspectiva mais lúdica, não é difícil ficarmos rapidamente viciados neste novo “companheiro”. Com as infinitas possibilidades que o tablet oferece, facilmente nos apercebemos da importância de estar sempre online e da necessidade de o levarmos connosco para todo o lado. Começa, por isso, a ser frequente vermos pessoas com tablets nos aeroportos, nos cafés, nas esplanadas, na praia, nas universidades ou mesmo no trabalho. E porque, em Portugal, o wi-fi não está presente em todo o lado, o micro SIM 3G é a única solução que nos permite desfrutar do tablet na sua plenitude. Foi nesse sentido que a Optimus decidiu lançar, pela primeira vez em Portugal, o Optimus Kanguru Inside – um produto desenhado e pensado especificamente para tablets, que resulta da combinação de uma série de factores que fazem deste produto a solução ideal para quem pretende aceder à internet a partir de um tablet ou PC com módulo integrado, em total mobilidade: • Processo de registo e escolha do tarifário totalmente online; • Período de experimentação grátis; • Compatível com todos os equipamentos; •A melhor gama de tarifários, com total controlo de consumos.
Duarte Sousa Lopes Director de Marketing da Optimus Kanguru
A Optimus, através do lançamento do Kanguru Inside, está na linha da frente das soluções que permitem aos utilizadores destes equipamentos desfrutar de conectividade de banda larga permanente, e em todo o lado, dando-lhes, assim, a possibilidade de tirar pleno partido desta nova geração de produtos. A Apple foi, sem dúvida, pioneira com o lançamento do iPad, estabelecendo as regras do jogo e criando enormes expectativas para este mercado. Mas como vimos, o jogo ainda agora começou e a “guerra” entre fabricantes promete muitas novidades para os próximos tempos. O novo agregador das comunicações
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rádio
Há sempre música no ar A Vodafone FM está aí a emitir em 107,2 (Lisboa) ou 94,3 (Porto), em mais um episódio da paixão (correspondida) entre a operadora 91 e a música. Mexer na música, no sentido literal e figurado, é o desafio da nova estação
How are you? A história de amor (correspondido) da Vodafone com a música já não é nova e a demonstrá-lo está aí a recordação de uma campanha televisiva em que à pergunta, com que se iniciam nove em cada dez conO novo agregador das comunicações
versas eram dadas diferentes respostas tendo como banda sonora a canção Bohemian like you, dos Dandy Warhols, uma banda nascida em Portland, no declínio da cultura grunge, mas que no nosso país só conseguiu emergir do
anonimato pela mão da publicidade feita pela operadora 91. O namoro entre a Vodafone e a música (já foram juntos a uma série de festivais e concertos!) conheceu um novo desenvolvimento às zero horas de 26 de Ja-
neiro com o arranque das emissões da Vodafone FM (107,2, em Lisboa, e 94,3, no Porto), que se estreou com a canção Scumbag, da banda portuguesa The Glockenwise.“Penso que somos o primeiro operador de comuniFevereiro de 2011
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rádio
cações do mundo a associarmo-nos a uma estação de rádio”, explica António Carriço, director de marca e crm da Vodafone Portugal, sublinhando o carácter inovador da iniciativa. A frequência pertence à Média Capital Rádios, a quem também coube a ideia e a iniciativa de desinquietar a operadora, desafiando-a a patrocinar uma estação de rádio, ficando com o direito de lhe dar o nome (naming) em troco de um acordo que contempla um investimento em publicidade. “Não somos nem queremos ser donos de uma estação de rádio. A Media Capital apresentou-nos uma proposta que mereceu logo a nossa concordância e entusiasmo”, garante António Carriço, acrescentando que apesar do tempo que o projecto esteve a marinar da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social) decorreu menos de um ano entre a ideia surgir e a emissão ir para o ar. A nova estação ocupa as frequências da defunta Romântica FM, substituindo as canções açucaradas de Tony Carreira e Marco Paulo por música mais jovem, moderna e alternativa. “Não vai ser uma rádio mainstream. Vai ser uma rádio diferente, que está em construção e desenvolvimento”, avisa, Miguel Cruz, director da Media Capital Rádios, declarando-se ultra-satisfeito por estar a trabalhar numa área nova e pouco explorada. A Vodafone FM não tem noticiários e ainda não tem (mais vai ter) programas e animadores. A sua dieta assenta em quatro grandes famílias (pop, rock, hip-hop e dance) musicais que estão representadas numa playlist que evoluirá ao sabor do gosto dos consumidores. A playlist está disponível no site da rádio onde os ouvintes podem manifestar a suas preferências, votando no sentido da manutenção ou saída das músicas. Para começar não há programas. Apenas música a tocar 24 horas por dia, sete dias por semana. “Estamos a tomar o pulso ao mercado”, diz Miguel Cruz, antes de 32
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A nova estação ocupa as frequências da defunta Romântica FM, substituindo as canções açucaradas de Tony Carreira e Marco Paulo por música mais jovem, moderna e alternativa
O namoro entre a Vodafone e a música – já foram juntos a uma série de festivais e concertos – conheceu um novo desenvolvimento às zero horas de 26 de Janeiro com o arranque das emissões da Vodafone FM
“Não vai ser uma rádio mainstream. Vai ser uma rádio diferente, que está em construção e desenvolvimento”
“Penso que somos o primeiro operador de comunicações do mundo a associarmo-nos a uma estação de rádio”
Miguel Cruz
António Carriço
Director da Media Capital Rádios
Director de marca e crm da Vodafone Portugal
anunciar o início de um casting público para a escolha dos locutores. Em vez de procurar no mercado existente, a Vodafone FM optou por recrutar os dj entre os seus ouvintes. A aposta é na interactividade é. “A filosofia é simples. Esta é uma rádio que tem a ver contigo. Podes influenciar o que toca e podes candidatar-te a animador”, sintetiza Miguel. A Vodafone FM não terá notícias, mas pode ter informações úteis (trânsito, agenda de concertos e espectáculos, etc, etc). Não tem mas vai ter programas, não só os animados pelos locutores recrutados entre os ouvintes mas também outros, da autoria de
músicos portugueses. “Queremos aglutinar à volta da rádio as bandas portuguesas”, confidencia Miguel. E vai ter publicidade, mas a operadora jura que não vai encharcar a emissão com anúncios e declara não temer que os operadores concorrentes aproveitem a nova antena para aí publicitarem os seus produtos. “A mim não me passaria pela cabeça comprar espaço num rádio chamada TMN”, diz António. Mexe na música é a assinatura da nova estação, que se fez anunciar por uma campanha maciça, ao estilo carpet bombing, de outdoors que tem marcado a face urbana do Porto e Lisboa. O novo agregador das comunicações
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Entrevista
Hermínio Santos Jornalista hs@briefing.pt
Elvira Fortunato, professora associada com Agregação, FCT-UNL
Ramon de Melo
Estamos a tratar o papel como material de electrónica “Fomos os primeiros a mostrar que o papel pode ser um material de electrónica, em vez de ter uma função passiva, agora já estamos na fase de testar a impressão a jacto de tinta”, diz Elvira Fortunato, 46 anos, professora e investigadora da FCT-UNL que espantou o mundo com investigações na área do papel, também aplicadas na área das comunicações
Fibra | Há dois anos foi distinguida com a bolsa do European Research Council. De então para cá o que é que tem vindo a investigar? Comprou o tal microscópio de que falava na altura? Elvira Fortunato | Sim, já está instalado. Uma grande fatia dessa verba, quase metade, foi para O novo agregador das comunicações
comprar o microscópio electrónico para o laboratório de nanofabricação. É o único em Portugal e, tal como está equipado, é único no mundo. É um laboratório equipado à nanoescala. Custou-nos quase um milhão de euros. Para além disso também contratámos pessoas de forma a dar corpo
ao projecto com destaque para a área da electrónica transparente e electrónica de e com papel. Fibra | Iniciou mais alguma linha de investigação ou consolidou essas duas áreas? EF | Desde há dois anos que não abrimos linhas novas, propriamenFevereiro de 2011
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ENTREVISTa
“Quinze milhões e setecentos mil euros é o valor dos projectos já desenvolvidos ou em desenvolvimento”
te ditas. As linhas, ou melhor, as áreas de investigação, são mais ou menos as mesmas e temo-las consolidado, com novas funcionalizações visando sempre as aplicações possíveis e imagináveis. Há assim uma optimização e, acima de tudo, um conhecimento mais profundo na área destes novos materiais semicondutores e de como os integrar em plataformas cada vez mais complexas. Trabalhamos na área da electrónica transparente, electrónica de papel (transístor de papel, por exemplo), dos materiais electrocrómicos (que mudam de cor), dos biossensores e energias renováveis, olhando não só para as formas de os processar e rentabilizar, mas como integrá-los com a electrónica que temos vindo a desenvolver, não envolvendo o recurso ao silício. Estas são algumas das linhas fulcrais de investigação que temos no laboratório. Fibra | Já há aplicações práticas de algumas das investigações que têm feito? EF | Já há protótipos. A Samsung lançou uma televisão 3D com base numa tecnologia que ajudámos a desenvolver. Já registámos a marca paper-e para a área do papel, onde também temos patentes. Continuamos a usar papel celulósico mas com as aplicações de electrónica. Ou seja, voltámos ao papel. Para além disso temos vários projectos com empresas quer a nível nacional, no âmbito do programa QREN, quer a nível europeu, no âmbito do programa FP7, para além de solicitações por grupos ou empresas internacionais. Já agora uma inconfidência: recentemente fomos contactados por um português que está ligado a um grande banco que pretende transportar estas “nossas invenções” para grandes grupos… tal orgulha-nos e orgulhamo-nos por tais portugueses, também. Fibra| Como é que surgiu o interesse da papeleira brasileira Suzano nas vossas investigações sobre o papel? EF | Há mais de um ano que esse
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“A Samsung lançou uma televisão 3D com base numa tecnologia que ajudámos a desenvolver. Já registámos a marca paper-e para a área do papel, onde também temos patentes. Continuamos a usar papel celulósico mas com as aplicações de electrónica. Ou seja, voltámos ao papel”
Francisco Maria Balsemão Presidente da ANJE
“O ritmo da evolução tecnológica até a nós, por vezes, nos surpreende”
interesse surgiu pois nós mantemos, de forma regular, um estreito contacto com a universidade de São Paulo, em particular com o Instituto de Física de São Carlos. Fomos convidados a dar um seminário na área do papel e nessa altura a Suzano demonstrou interesse no nosso trabalho. O que demorou mais foi o processo de negociação sobre a forma de colaboração entre nós e a empresa, em especial os aspectos ligados à propriedade intelectual e de compensação de royalties à universidade, mas estão neste momento todos concluídos. Francisco Maria Balsemão (ANJE) | Como justifica o desinteresse da indústria portuguesa pela patente dos transístores em papel? Pensa ser possível manter por mais tempo este know-how em Portugal? EF | Neste momento é porque a Suzano pegou nele. A razão pela qual as empresas portuguesas não estão interessadas não sei, elas poderão e saberão responder, mas penso que por talvez medo de apostar em áreas disruptivas, cujos resultados não serão imediatos... Mas, como acima frisei, existem outros portugueses que querem que este sucesso venha a ser uma marca portuguesa…. Fibra | Algumas destas investigações que têm feito aplicam-se ao sector das comunicações? EF | Em especial na área das matrizes activas dos mostradores planos endereçados por transístores de película fina, os conhecidos TFT (Thin Film Transistors). É nesta área que trabalhamos e é esta área que nos tem dado maior visibilidade no panorama internacional. Para além disso, com a memória de papel, podemos tornar todos esses mostradores não só interactivos, como também com memória. Este nosso trabalho foi considerado o melhor trabalho de científico de 2010 pela “Associação Industrial Coreana de Mostradores”, a maior do mundo, nesta área das tecnologias de informação. O novo agregador das comunicações
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Fibra | É a faculdade que proporciona os serviços de apoio aos vossos projectos nas negociações com as empresas? EF | A faculdade criou uma Unidade de Promoção do Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia que nos deu muito apoio nessa área.
Fibra | Como é que funcionou o acordo com a Samsung? EF | O projecto já acabou. Foi celebrado directamente com o Centro de Investigação da Samsung na Coreia do Sul. Conheceram-nos através dos trabalhos publicados. Vieram três vezes a Portugal. Desenvolvemos um processo tecnológico na área da passivação dos transístores, eles testaram e chegaram exactamente às mesmas conclusões que nós, razão pela qual tal projecto deu origem a uma patente internacional. Fibra | Na área dos transístores de papel já estão tão avançados como na de electrónica invisível? EF | Ainda não. No caso da electrónica invisível é uma substituição, não muda o produto em si, mas na dos transístores não é assim. É completamente novo, não existe nada similar.
Daniel Deusdado Director-geral Farol de Ideias
PERFIL
Uma rapariga da margem Sul Elvira Fortunato, 46 anos, nasceu e cresceu em Almada, onde o pai trabalhava como gerente das lojas do Cristo Rei. Em miúda começou por sonhar ser médica, mas desistiu da ideia pela poderosa razão de que se impressionava muito com o sangue. Acabou por decidir ser engenheira (“assim podia estragar as coisas à vontade”, ironiza) e inscreveu-se no curso de Física de Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Entrou no campus da Caparica da Nova de Lisboa, como estudante, e 29 anos depois ainda lá está, depois de ter concluído a licenciatura, debutado como assistente estagiária, feito o mestrado e alcançado o estatuto de investigadora vedeta do Laboratório de Ciência de Materiais, fundado por Rodrigo Martins, 60 anos, seu professor de Materiais Semi-Condutores no 4.º ano, com quem mais tarde casaria e de quem teve Catarina, uma miúda de 13 anos que quando foi grande ainda quer ser melhor cientista do que a mãe. “É importante dar aulas. Se queremos ter bons alunos temos de ser nós a dar-lhes aulas”, explica Elvira, que gosta de carros japoneses (tem um Nissan Qashqai branco comprado em Outubro do ano passado) e faz a vida toda na Margem Sul – só vai a Lisboa para ver o Sporting (cada vez menos, confessa) e apanhar o avião, como iria fazer dois dias depois, com destino a S. Francisco, para apresentar uma comunicação num congresso internacional.
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Daniel Deusdado (Farol de Ideias) | Massificar ecrãs em papel desdobrável é ficção ou tem uma data (no nosso horizonte de vida, claro)? EF | Tem uma data mas não sabemos quando lá chegaremos. Falta chegar a um produto na área do papel que seja compatível com um custo acessível. Nós fomos os primeiros a mostrar que o papel pode ser um material de electrónica, em vez de ter uma função passiva, agora já estamos na fase de testar a impressão a jacto de tinta. Quando esta tecnologia estiver madura, então sim, tudo será mais barato. Não lhe posso indicar um horizonte temporal mas que isso será possível no futuro, isso é certo.
“Em Novembro de 2007 lembrámo-nos de experimentar o papel para outros fins, tendo por base toda a tecnologia que tínhamos até então desenvolvido para produzir semicondutores à temperatura ambiente. Teoricamente era quase uma missão impossível, mas como somos experimentalistas, testámos e funcionou”
Fibra | Quantas pessoas trabalham convosco? Como é que gere os recursos humanos? EF | Neste momento, cerca de 40, das quais metade é estrangeira. Acima de tudo as pessoas têm de gostar daquilo que fazem. As pessoas que trabalham na nossa equipa estão muito motivadas porque sabem que estão a participar em projectos para o qual contribuem com o seu próprio trabalho. A gestão acaba sempre por ser fácil. Às vezes é preciso trabalhar aos sábados ou até mais tarde. Não há propriamente uma gestão de recursos humanos antes uma gestão científica, é como que uma família, partilhamos os maus e os bons momentos e, acima de tudo, gostamos todos muito do que fazemos. Participo nos recrutamentos quase todos. Fibra | Nos últimos anos a investigação em Portugal deu um grande salto. O que é que Fevereiro de 2011
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ENTREVISTa
“Em Novembro de 2007 lembrámo-nos de experimentar o papel para outros fins, tendo por base toda a tecnologia que tínhamos até então desenvolvido para produzir semicondutores à temperatura ambiente”
tem contribuído mais para essa evolução? EF | Sem dúvida, mas para isso também contribui o facto de partirmos de um patamar muito baixo. Mas é verdade que evoluímos e parte dessa evolução deve-se ao Mariano Gago. Ele fez uma coisa na década de 90 que foi fundamental para este aumento: as avaliações internacionais dos laboratórios de investigação e dos projectos. O ensino superior deveria seguir esse caminho. Ele teve o mérito de organizar e classificar a investigação científica, promoveu a competitividade científica, coisa que não existia até então. Estes factores são importantes porque senão continuamos todos a ser um grupo amorfo de bons amigos que julgamos ser os melhores, porque
“Às vezes é preciso trabalhar aos sábados ou até mais tarde. Não há propriamente uma gestão de recursos humanos, há mais uma gestão científica, é como que uma família, partilhamos os maus e os bons momentos e acima de tudo gostamos todos muito do que fazemos”
nos comparamos connosco próprios e não com quem deveríamos. Aliás, o público em geral poderá mesmo julgar-nos melhor se, a par destes critérios, seja feito o balanço desses mesmos investimentos, quer os que são feitos na investigação, quer nas parcerias da Edução e Investigação. É vital que esta componente se venha a fazer. Fibra | Nunca se sentiram tentados a ir para fora? EF | Não. Para já temos a família aqui e temos coisas que não encontramos em mais lado nenhum. Além disso, temos os projectos que estamos a desenvolver. Nos últimos cinco anos obtivemos cerca de 15,7 milhões de euros em projectos, uns já acabaram outros estão em de-
MAKING OF
Cataplana de tamboril, no Barbas Elvira é sportinguista (tal como o marido Rodrigo), mas não é sectária e por isso escolheu almoçar no Barbas que considera, sem espinhas, o melhor restaurante de peixe da Margem Sul. O dia estava lindíssimo, com um sol de Inverno como o cantado por Simone de Oliveira – e uma luz que facilitou imenso o trabalho do Ramon de tirar as fotografias. Era 21 (dia de receber o salário para os funcionários públicos) de Janeiro de 2011, dia mau para os funcionários públicos que ganham mais de 1500 euros por mês, porque pela primeira viram o seu salário minguar. No caso de Rodrigo e Elvira, um casal de professores e investigadores, foram mil euros a menos. Mas como tristezas não pagam dívidas, a cientista entusiasmou-se a falar das suas invenções e projectos (o contrato com os brasileiros da Suzano, as negociações com a CIN para fazer uma tinta que muda de cor à vontade do freguês, a bateria de papel que faria a primeira página do Expresso do dia seguinte, o uso que a Fiat vai fazer da electrónica invisível), esquecendo rapidamente o corte de 10 por cento no salário. Ao fim e ao cabo, Elvira está de bem com a vida (“faço aquilo que gosto e ainda me pagam por cima”) e costuma dizer que “há coisas na vida
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mais importantes que do que um bruto ordenado”, quando lhe perguntam porque é que teima em fazer orelhas moucas aos convites que recebe para emigrar. Como não haviam as garoupinhas dos Açores que ela trazia na cabeça, Elvira decidiu-se logo por uma cataplana de tamboril, acompanhada por um branco de Bucelas, marca Myrtus. No final do almoço, tivemos direito a uma visita guiada pelo Laboratório de Ciência de Materiais, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova de Lisboa, situado no coração do Campus da Caparica e onde são chocadas as novas novidades saídas da cabeça de Elvira e que vão revolucionar o nosso dia-a-dia num futuro não muito longínquo.
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senvolvimento. Um dos últimos é um projecto com o grupo Fiat. Fibra | Como é que começaram as investigações dos transistores em papel? EF | Nós em 2004 tivemos um projecto com a Ydreams e a Renova em que o papel era usado como suporte, para fazer coisas com o papel, superfícies interactivas. Foi aí que este material entrou no nosso laboratório e nós demos o passo a seguir: usar o papel como um componente electrónico em transístores. Em Novembro de 2007 lembrámonos de experimentar o papel para outros fins, tendo por base toda a tecnologia que tínhamos até então desenvolvido para produzir semicondutores à temperatura ambiente. Teoricamente era quase uma missão impossível, mas como somos experimentalistas, testámos e funcionou.
“A tendência actual é que os equipamentos acabem com os livros, as revistas e os jornais mas nós estamos a dar uma nova utilização ao papel tradicional, coisa que nunca tinha sido feita”
Fibra | Com as vossas investigações assistimos a um regresso ao papel, que estava condenado… EF | Exactamente. É um regresso às origens. A tendência actual é que os equipamentos acabem com os livros, as revistas e os jornais mas nós estamos a dar uma nova utilização ao papel tradicional, coisa que nunca tinha sido feita. Nos transístores de papel ou na bateria de papel, a celulose, o papel, é um componente activo do dispositivo, portanto é um material de electrónica, se quiser. Não tem uma função passiva como no caso do papel de escrita.
Fibra | O que é que ambiciona inventar? EF | Um mundo melhor…Inventar coisas que sejam úteis à sociedade. Contribuir para um melhor bem-estar. Fibra | Se começarmos a enumerar as empresas com as quais trabalham ou já trabalharam, temos uma multinacional… EF | Sim. Temos a Samsung, LG, Fiat, Saint Gobain, HP, Suzano, uma empresa alemã do papel – a Felix & Scholler, entre outras. Noutras áreas trabalhamos com a Revigrés e Solar Plus por exemplo na área das células fotovoltaicas. Henrique Fonseca (Vodafone) | Verifica-se actualmente uma tendência crescente para o consumo de conteúdos digitais em telemóveis e outros dispositivos móveis (tablets, por exemplo). Quais os impactos que espera, nesta indústria dos conteúdos digitais, do trabalho desenvolvido no âmbito do seu projecto? EF | Que a tecnologia dos tablets pode ser substituída pela tecnologia do papel. O novo agregador das comunicações
Fibra | A revista Economist escreveu uma vez que vivemos na era smart, com pequenos sensores a detectarem tudo o que se passa e a transmitir informação em tempo real. São tempos excitantes ou perigosos? EF | É como tudo. Temos sempre o preto e o branco. Na sua origem, a descoberta da bomba atómica não era para ser uma bomba. Não podemos fugir a isso. Tudo aquilo que nós fazemos é no bom sentido mas pode sempre ser aplicado no mau sentido. O ritmo da evolução tecnológica até a nós por vezes nos surpreende.
Henrique Fonseca Responsável pelos Serviços de Internet na Vodafone em Portugal
“Nós em 2004 tivemos um projecto com a Ydreams e a Renova em que o papel era usado como suporte, para fazer coisas com o papel, superfícies interactivas. Foi aí que este material entrou no nosso laboratório”
Fibra | Os transistores de papel quando chegarem à sua vulgarização e comercialização irão tornar obsoletos alguns suportes que estão actualmente a surgir? EF | Se calhar e até mais do que isso. Uma área que eu acho que vai ter uma grande aplicabilidade é na parte das embalagens inteligentes. No projecto europeu que temos na área do papel uma das coisas que se está a tentar desenvolver é, por exemplo, nas embalagens de medicamentos ter logo uma série de funções e poder controlar se se toma a medicamentação a horas, com alarmes, especialmente para pessoas com mais idade. Fevereiro de 2011
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Filipe Santa Bárbara Jornalista
DECSIS e HP investem dois ME As empresas DECSIS e Hewlett Packard (HP) Portugal estão a construir em Évora um data center (centro de dados) de serviços, um investimento de cerca de dois milhões de euros, previsto estar operacional em Abril. O equipamento está a “nascer” no Parque Industrial e Tecnológico, na zona onde vai ser instalado o futuro Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA) e uma incubadora destinada a empresas de base tecnológica. O projecto das duas empresas prevê ainda a criação de um centro de investigação em Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), ao abrigo de um protocolo entre a HP e a Universidade de Évora. Com as obras a decorrer desde Dezembro passado, num terreno cedido pela autarquia, o centro de dados vai incluir “tecnologia de última geração, no que respeita aos consumos de energia, climatização, aproveitamento de águas residuais”, entre outras vertentes. O PCTA é uma das componentes mais importantes da rede regional de ciência e tecnologia que vai ser criada no Alentejo e Lezíria do Tejo, num investimento de quase 41,8 milhões de euros, co-financiado por fundos comunitários.
Facebook é o site mais visitado
Windows 7 lidera mercado português
De acordo com os dados do estudo Netpanel da Marktest, o site da rede social Facebook foi o que em Novembro obteve maior número de visualizações a partir do lar. Já o Google, mantém a liderança em número de utilizadores únicos. Em Novembro de 2010, mais de 3,4 milhões de portugueses, com 4 e mais anos, navegaram em suas casas na internet, o que representou uma quebra mensal de 2.2 por cento e a uma subida homóloga de 4.8 por cento. No que diz respeito a páginas visitadas, a lista dos domínios com mais visualizações mantém-se encabeçada pelo facebook.com, com 858 milhões de páginas visitadas, seguido do Google.pt, com 346 milhões de páginas e do Google.com, com 181 milhões.
A Microsoft Portugal anunciou que o Windows 7 é o sistema operativo mais utilizado pelos portugueses. Em Dezembro passado, o número de computadores com o Windows 7 ultrapassou, pela primeira vez, o anterior líder – Windows XP. Os dados divulgados pelo Statcounter indicam uma crescente procura desta versão do Windows no mercado português nos últimos meses, sendo que, a quota de utilização deste sistema operativo atingiu agora os 38 por cento, mais de dez pontos percentuais em relação ao Windows Vista e XP.
RTP lança interface de conteúdos
SIC assina acordo com Oi TV
A RTP apresentou uma nova interface de conteúdos que permite a criação de “canais de oportunidade” para visualização na internet e em dispositivos móveis como tablets e telemóveis. O projecto RTP Play possibilita a criação de “canais de oportunidade” de “resposta imediata” para determinados acontecimentos, como afirmou Marina Ramos, coordenadora do Gabinete de Comunicação da RTP. O projecto arrancou com o canal Presidenciais 2011, reunindo conteúdos sobre o acto eleitoral, como debates e entrevistas aos candidatos.
De modo a reforçar a sua presença no mercado brasileiro, a SIC Internacional assinou um acordo com a Oi TV, a plataforma de distribuição de televisão por subscrição do operador de telecomunicações brasileiro. Após este acordo, o objectivo da SIC é ter uma cobertura de 100 por cento no Brasil utilizando as plataformas de cabo, satélite e de IPTV. Desta forma, o próximo passo pode passar pela presença do canal no pacote de subscrição da Telefónica, uma vez que estão a decorrer negociações nesse sentido.
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pessoas Antonio Papale foi nomeado director executivo da Acer para Espanha e Portugal e será vice-presidente regional para esta área, acumulando com o actual cargo de vice-presidente da Gateway Professional na região EMEA. Esta nomeação enquadra-se num conjunto de alterações na chefia da organização nesta zona de actuação. Larry Page vai ser o próximo ceo da Google. Declarando receitas superiores a 6 mil milhões de euros, Eric Schmidt, o ainda ceo da Google, afirma que “estivemos a conversar para saber como melhorar e simplificar a nossa estrutura administrativa e tomámos esta decisão. Ao esclarecermos os nossos papéis individuais vamos criar responsabilidades mais claras no topo da empresa. Na minha honesta opinião, Larry está pronto para liderar, e eu estou empolgado para trabalhar com ambos por um longo tempo que está por vir”. Steve Jobs, ceo da Apple, suspendeu a sua actividade por questões de saúde. Jobs anunciou esta decisão aos colaboradores da Apple por correio electrónico, no inicio de Janeiro. No email enviado por Steve Jobs pode ler-se que “a meu pedido, o conselho de administração concede-me uma licença médica de forma a poder focar-me na minha saúde. Vou continuar como ceo e a estar envolvido nas decisões estratégicas da empresa”. Durante o período de baixa do ceo da Apple, a gerência da empresa cabe a Tim Cook. O novo agregador das comunicações
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News Corp avalia venda do MySpace A News Corp está a avaliar opções estratégicas para o MySpace, que podem incluir a venda ou a divisão das suas operações. A informação foi avançada pela própria empresa, um dia depois de ter anunciado um corte, para quase metade, do seu quadro de funcionários. A News Corp, que pagou quase 440 milhões de euros pelo MySpace, em 2005, acredita que uma separação será o caminho mais adequado a ser adoptado. O MySpace, que já foi a maior rede social na internet, foi ofuscado nos últimos anos pelo Facebook, que possui actualmente cerca de 600 milhões de usuários e foi avaliado em mais de 36 mil milhões de euros.
Portugueses ignoram fim da emissão analógica Nove em cada dez portugueses desconhecem quando vai ser desligado o sinal analógico de televisão, previsto para 7 de Janeiro de 2012, e que passará a ser transmitido em sinal digital. Segundo um estudo da Universidade Lusófona, apenas 7,8 por cento dos inquiridos identificaram correctamente 2012 como o ano do desligamento do sinal analógico de TV terrestre. A maioria dos participantes neste inquérito (85,4 por cento) afirmou não saber quando tal vai acontecer, 6,1 por cento indicaram o ano de 2011 como a data do desligamento e 0,7 por cento apontaram o ano de 2013. A data prevista para o desligamento total do sinal analógico é a 26 de Abril de 2012. O novo agregador das comunicações
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Descobrir um novo “planeta” com um jogo online
Firefox, o browser mais utilizado em Dezembro
Tem 22,5 hectares, é habitado por 17 espécies de animais e 17 de flora e tem veículos eléctricos. Chama-se Planeta BES e trata-se de um jogo online desenvolvido pela Biodroid para o Banco Espírito Santo. Segundo o banco, o Planeta BES (disponível através de www.planetabes.pt) é a primeira aplicação de entretenimento e aprendizagem online, a nível mundial, desenvolvida para uma entidade financeira. O objectivo é mostrar que pensar e agir de forma ecológica e promover a literacia financeira e a inovação, contribuem para um futuro sustentável. Os vários jogos interactivos permitem acumular pontos convertíveis em prémios para quatro pessoas (dois adultos e duas crianças): entradas no Fluviário de Mora, na reserva natural Faia Brava e no Oceanário de Lisboa. No planeta existe ainda uma Casa BES, que possui um conjunto de salas virtuais, onde estão representadas áreas estratégicas para o banco: BES Inovação, Literacia Financeira, BESart, BESphoto, BESrevelação, Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, Arquitectura de Responsabilidade Social.
Em Dezembro, o browser mais utilizado na Europa foi o Firefox, ultrapassando, pela primeira vez, o Internet Explorer (IE), segundo dados da StatCounter. A empresa especializada em análise de tráfego web mostra que no mês de Dezembro o browser Mozilla alcançou uma quota de 38,1 por cento na Europa. O segundo browser mais usado no continente europeu foi o IE, com uma quota de 37,5 por cento e o terceiro lugar coube ao Chrome (14,6 por cento). Apesar da perda de utilizadores na Europa, o IE lidera as estatísticas mundiais, com uma quota de 46,9 por cento de utilizadores em todo o mundo.
Vodafone lança novo smartphone
Facebook com mais de 600 milhões de utilizadores
A Vodafone Portugal lançou um novo smartphone com sistema operativo Android: o Vodafone 945. Este é o segundo equipamento do género lançado pela marca Vodafone, com sistema operativo Android, e pode ser adquirido por 129,9 euros. O smartphone tem as características esperadas num telefone topo de gama, apresenta tecnologia 3,5G com Android e serviços Vodafone 360. Permite o acesso à internet e à loja online Android Market, onde se podem adquirir aplicações para potenciar a utilização do telemóvel. O Vodafone 945 possui ainda um ecrã táctil de 3,2 polegadas, GPS, câmara de 5 MP e conectividade wi-fi e bluetooth.
Uploads no YouTube duplicam nos últimos 2 anos A utilização do YouTube relativamente à disponibilização de conteúdos tem vindo a aumentar. Os uploads (em horas de vídeo por minuto) duplicaram nos últimos dois anos sendo que os números mais recentes sobre o uso do serviço de partilha de vídeos da Google indicam que são carregadas 35 horas de vídeo por minuto para o site. Desta maneira, a quantidade de vídeos na página do YouTube cresce a um ritmo de 50.400 novas horas de conteúdo por dia. O crescimento deve-se, em grande parte, ao aumento do tempo limite dos vídeos (de 10 para 15 minutos) e do tamanho dos ficheiros a carregar – podem ir agora até aos 2 GB.
Toshiba lança e-reader recarregável a luz solar Para resolver o problema de se ficar sem bateria, a Toshiba lançou um leitor de livros electrónico que pode ser recarregado através da luz solar. O Biblio Leaf possui um ecrã de seis polegadas com tecnologia e-Ink, ligação wi-fi e 3G, 2GB de memória, uma caneta stylus e suporte para um cartão SD que tem capacidade para armazenar até 3 mil livros. A iniciativa surge após a Toshiba ter entrado no mercado dos sistemas fotovoltaicos que abrange uma geração de energia por meio da luz solar. Contudo, a empresa ainda não revelou quanto tempo demora o aparelho a ser recarregado pelo método solar sendo que, por ora, o Biblio Leaf está apenas disponível no mercado japonês. 40
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A empresa que anunciou um investimento de 343 milhões de euros no Facebook, a Goldman Sachs, declarou que a rede social já reúne 600 milhões de utilizadores activos mensais, um número revelado pela empresa a potenciais investidores do Facebook. A rede social ganhou cem milhões de utilizadores no último semestre. Zuckerberg anunciou em Junho que esperava que o Facebook atingisse o primeiro milhar de milhão de utilizadores, dentro de três a cinco anos.
Mais de 50% dos portugueses usam netbanking Um estudo da Deco Proteste publicado este mês divulga que mais de metade dos inquiridos recorrem aos serviços da banca online para consultar saldos e movimentos de conta, fazer transferências, entre outros. Numa análise que engloba mais três países europeus, o estudo revela que os portugueses ficam na última posição com 54 por cento a utilizar o netbanking. As razões apontadas para a utilização destes serviços disponibilizados pelos bancos passam, sobretudo, pela comodidade, pela rapidez e pelos custos mais baixos. O novo agregador das comunicações
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SÉRIES
Vasco Falcão é fã do South Park
Pode dizer-se que cada episódio da série de animação South Park é único e imprevisível. Mas uma coisa é certa: Kenny, o boneco vestido de laranja, morre sempre para aparecer vivo no episódio seguinte. Vasco Falcão, director-geral da Konica Minolta Portugal inveja a sorte de Kenny: “poder renascer e reinventar-se todos os dias”. South Park estreou na televisão americana no Verão de 1997. Criada pela dupla Trey Parker e Matt Stone, a série gira em torno das aventuras de quatro crianças: Stan Marsh, Kyle Broflovski, Eric Cartman, e Kenny McCormick, e das suas bizarras aventuras na cidade que dá nome à série. South Park, que já conta com mais de 200 episódios transmitidos pela Comedy Central é conhecida, bem como amada ou odiada, pelo seu humor negro e forma única como retrata a realidade, sendo vista como um meio de forte crítica social debaixo de uma capa de linguagem politicamente incorrecta. Em 2007, a Time incluiu-a na lista de “100 melhores programas de televisão de todos os tempos” e como “a melhor fonte de sátiras rápidas e certeiras da América na última década”. Já em 1997 a Rolling Stone tinha eleito South Park como o “programa mais engraçado da televisão”.
Segunda-feira • 10h15 e 13h15 Terça-feira • 11h51 Quarta-feira • 11h31 Sexta-feira • 20h15 Sábado • 13h45 O novo agregador das comunicações
Vasco Falcão Director-geral da Konica Minolta Portugal, desde Abril de 2010. É frequentemente convidado para apresentar case-studies da Konica Minolta. Juntou-se em 2003 à empresa japonesa, tendo exercido os cargos de senior manager nas áreas de finanças e tecnologias da informação durante a fusão entre a Konica e a Minolta e de Deputy General Manager nos anos 2008 e 2009. Colaborou com a Portugal Telecom e foi consultor na Arthur Andersen e Deloitte, ao serviço da qual teve uma experiência profissional na Alemanha. Formou-se em Gestão e Administração de Empresas.
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HÓBI
João Pires da Cruz
A esgrima foi a ajuda decisiva que encontrou quando, aos 40 anos, decidiu deixar de fumar. “Na altura, o meu desporto diário era desenrolar o celofane de três maços de Marlboro”, graceja João, que largou o vício do tabaco quando estava a ultimar a criação da Closer. Não começou cedo, mas chegou ainda a tempo de ser campeão nacional, pelo Clube Atlântico de Cascais, numa modalidade que o ensinou a ser paciente, a abordar os problemas com mais inteligência e a articular o desempenho individual com o trabalho de equipa. Foi um caso de amor à primeira vista. “É um desporto com um ponto de entrada muito baixo. Se eu for correr com o Obikwelu só o vejo na linha de partida, depois nunca mais lhe ponho os olhos em cima. Na esgrima, basta esticar o braço. Se o campeão mundial estiver a jogar com displicência pode perder com um adversário muito inferior”, explica João, acrescentando: “Tal como nas empresas, a preparação é feita em equipa mas, no final do dia, cada um de nós tem que encarar e resolver individualmente os desafios”.
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João Pires da Cruz Sócio-gerente da Closer, consultora de tecnologias de informação onde trabalham 60 engenheiros informáticos, matemáticos e físicos. Tem 45 anos. Licenciado em Física, pela Faculdade de Ciências de Lisboa, mestrado em Engenharia Física. Está a concluir o doutoramento.
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Restaurante
Despesas de representação
Manuel Falcão Director-geral da Nova Expressão
Melhor ao almoço do que ao jantar Assinatura Rua do Vale de Pereiro 19 A, Lisboa Telefone 213 867 696
Mesmo junto ao Largo do Rato, na primeira transversal de quem desce a Rua Alexandre Herculano em direcção à Avenida da Liberdade, fica a Rua do Vale de Pereiro. Logo ali, perto da esquina, está o Assinatura, dirigido pelo chefe Henrique Mouro que ganhou reputação no restaurante Club, em Vila Franca de Xira. O Assinatura é composto por duas salas – uma ao nível da entrada e outra, em baixo, a ver-se a cozinha, e onde fica uma “mesa do chefe”, que dá para um grupo maior, e que é o local ideal para Henrique Mouro explicar os seus “menus degustação”, uma das opções da carta. A decoração é atraente, quer os altos cadeirões encostados à parede, quer as cadeiras são confortáveis. A iluminação é simpática e o grande lustro que domina toda a sala é de fazer inveja. O jogo de cores é tranquilo e há um curioso toque junto à montra, por cima das escadas de acesso à sala do piso inferior, que é uma mesa, devidamente posta com louça, copos e talheres e as respectivas cadeiras a ladeá-la, a dar a imagem de estar virada ao contrário e presa ao tecto. O estacionamento é relativamente fácil em parques públicos e à noite faz-se sem dificuldade nas proximidades.
Ao almoço O Assinatura proporciona experiências diferentes, desiguais, nas duas refeições do dia. Ir almoçar ao Assinatura é uma coisa, ir jantar é outra. Passo a explicar: existe um menu de almoço que, por 24 euros, proporciona entrada, prato e sobremesa, além de água, café e couvert. O menu de almoço varia semanalmente e pode ser consultado na página do restaurante na internet, www.assinatura. com.pt. Há sempre várias propostas de vinho a copo para acompanhar a refeição, além de uma carta de vinhos razoável, bem organizada por regiões e com algumas propostas a O novo agregador das comunicações
preços sensatos, outras nem tanto. No menu de almoço tem ainda a possibilidade de preferir só o prato principal e escolher, ou não, entrada ou sobremesa – o prato sozinho fica por 18 euros e a entrada e sobremesa por três euros cada, até aos 24 acima referidos. As propostas do menu de almoço são boas, produtos frescos e boa confecção. Confesso que fiquei com melhor impressão do ambiente e da comida ao almoço do que ao jantar. Ao almoço, numa zona onde abundam sedes de instituições e escritórios de profissões liberais, o restaurante é mais movimentado e a própria refeição parece fluir melhor. E a lista parece adequada a um bom almoço de trabalho que não deixe demasiadas marcas pela tarde fora. Para quem precise de marcar um almoço para a zona do Rato este é claramente um local a ter em conta.
Ao jantar À noite, ao jantar, a coisa é um pou-
co diferente e o serviço torna-se um pouco presente demais nas explicações e ligeiramente distraído no serviço do vinho. O serviço é simpático e atencioso, mas talvez um pouco intrusivo. Ao jantar o chefe oferece um pequeno amouse bouche de entrada e logo aí se percebe qual é o grande ponto forte do Assinatura: um cuidado invulgar no tempero, na combinação de aromas, na criação de texturas de molhos. O couvert inclui um curioso pão de alfarroba, quinoa, um pratinho de azeite de Trásos-Montes e manteiga de ovelha. A carta oferece uma lista variada com entradas, várias propostas de peixe e carne e menus de degustação de cinco (45 euros) e sete pratos (55 euros). Na carta, os pratos principais rondam em média os 25 euros cada. Ao jantar, nos pratos principais, registei opiniões desencontradas sobre a matéria-prima principal e os acompanhamentos: a pescada no forno (que inexplicavelmente pa-
recia ter, em alguma altura, sofrido de excesso de refrigeração) estava mediana mas os legumes de acompanhamento eram excepcionais; os filetes de bacalhau eram decentes, embora um pouco salgados – enquanto o arroz de línguas e bochechas de bacalhau que acompanhava, excedia todas as expectativas. Nas sobremesas a grande revelação é um arroz doce envolto em massa filo, enquanto os figos com amêndoas e ovos se revelaram um pouco pesados.
Contas à vida Quanto aos vinhos – ao almoço bebeu-se um Meandro, um tinto do Douro, que estava óptimo, e ao jantar um Monte dos Cabaços, Alentejo, que confirmou ser um dos bons vinhos brancos que se fazem hoje em dia. Ambos rondavam os 20 euros, o que, atendendo ao local e aos vinhos que são, não parece exagerado. De qualquer forma o Assinatura não é propriamente barato quando comparado com outros restaurantes de igual nível. Duas pessoas ao almoço pagaram pelo menu reduzido 61 euros e ao jantar, pela descrição acima escrita, 94 euros – e, a menos que não se beba vinho, parece-me difícil descer alguma coisa que se veja destes valores.
BANDA SONORA
Com Que Voz, de Amália Rodrigues Originalmente editado há 40 anos, em 1970, o álbum “Com Que Voz” é considerado, a par de “Busto”, a melhor gravação de Amália Rodrigues. Este é o disco marcante da viragem da carreira de Amália, muito por obra de Alain Oulman, que nessa altura começou a trabalhar com a fadista e que musicou os poemas de nomes como Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, Ary dos Santos, Manuel Alegre ou Pedro Homem de Mello. David Ferreira, o filho do poeta, que conhece como poucos a obra de Amália, pegou no disco original, rodeou-se de pessoas conhecedoras da obra da fadista, como Frederico Santiago, e com base nos arquivos da Valentim de Carvalho criou
uma nova edição com dois discos – o álbum original, remasterizado (e ainda mais surpreendente) e um segundo disco, intitulado “A Procura”, que revela 19 gravações feitas na época, entre as quais alguns inéditos, como por exemplo uma gravação alternativa de “Com Que Voz”. Da edição faz ainda parte um livro, de 88 páginas, no formato do CD, e que agrupa textos de vários autores, contando diversos episódios que marcaram uma época e as pessoas que na altura trabalhavam mais de perto de Amália Rodrigues. (Edição Valentim de Carvalho/iPlay)
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Viajantes
Nova Iorque
Os inconfundíveis prédios de Nova Iorque
Maravilhosa Times Square
A transformação da cidade do dia para a noite, vista do Rockefeller Center
Uma composição de imagens inesquecível no MoMA
A precisar de parar, de vaguear, de dançar, de me encantar, parti em Maio, rumo a Nova Iorque. E, como se fosse a primeira vez, senti-me fervilhar com os anúncios luminosos de Times Square; maravilhei-me com a transformação da cidade ao anoitecer; deixei-me envolver pelo mundo posh do Meatpacking District e pelo glamour do MoMA; perdi-me nas lojas de Soho e deliciei-me no Central Park com sushi e champanhe comprados no Dean & Deluca. Recomendo: Para almoçar: Pastis (reservar para brunch); Balthazar (excelente ambiente). Para jantar: Hotel Grifou (muito bom); Spice Market (não perder o arroz de gengibre); Budakkan (super cool); La Esquina (grande DJ; pedir tapas); Cipriani Downtown (muito posh). Para comprar: Meatpacking (zona de galerias; bom para “descarregar os bolsos”); Soho (Prince Street com Broadway and around); Bleeker (mais alternativo, muitos designers e lojas boas). Para sair: Brooklyn; Williamsburg (zona menos característica do que Manhattan onde estão a nascer os artistas do mundo - pintura, escultura, música. Lojas diferentes, restaurantes e vários sítios para sair à noite). 44
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Maio 2010
A agitação da cidade
Joana Ribeiro da Silva Directora de Marketing Particulares da Optimus. Mora no Porto. Depois de se licenciar em Engenharia Química fez um MBA. Adora tirar fotografias. Tira todos os dias, com a sua máquina ou com o iPhone a rostos, ambientes e pormenores
O novo agregador das comunicações
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montra
Biotherm luta contra a idade Skin Vivo Serum é o nome do novo anti-idade para o rosto, criado pela Biotherm. Este produto reúne dois poderosos ingredientes naturais: o Plâncton Termal puro e o Reverserol SV. A sua fórmula actua a nível da reparação e protecção do ADN, corrigindo as suas alterações e estimulando o nascimento de novas células. A pele fica firme, rejuvenescida e visivelmente radiante.
O Cérebro do Matemático A editora Gradiva destaca para 2011 o livro de David Ruelle “O Cérebro do Matemático”, um livro criado a partir das histórias de vida de matemáticos que passa pelos seus ditos espirituosos, pelas suas excentricidades, tragédias pessoais, comportamentos bizarros, acessos de loucura, fins trágicos e assombrosas descobertas de beleza sublime. Este é também um livro informativo que explica os conceitos matemáticos em discussão, permitindo compreender os nossos processos de pensamento matemático e filosófico.
Swatch “quebra barreiras” A Swatch Bijoux tem agora uma nova colecção de bijutaria quem tem deliciado as suas clientes. A colecção Breaking Ranks vem superar as barreiras da elegância colocando o mesmo elemento geométrico em todas as peças da colecção. O pentágono foi a forma geométrica escolhida para tornar o colar, o anel, a pulseira e os brincos em peças harmoniosas e originais.
Novo Volkswagen Passat Depois do sucesso do bestseller da Volkswagen, com mais de 15 milhões de unidades vendidas, chega agora a sétima geração do modelo Passat que, depois de totalmente reinterpretado, expressa ainda mais presença e imponência. Para além do estilo exterior, o novo Passat espelha o progresso tecnológico através do seu sistema de detecção de fadiga e função de travagem de emergência para a condução em cidade. O novo Volkswagen Passat vai, também, ser o mais económico de sempre, com um consumo combinado de 4,2 l/100 km. O novo agregador das comunicações
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O mundo à minha procura
Bibá Pitta Esferográfica Tem uma Montblanc, cor-de-laranja, para “ocasiões especiais”
Portátil O Sony Vaio é verde-limão, “irreverente como eu gosto”. Já com o Office 2010 e o Internet Explorer 9. De utilização fácil, nele guarda toda a sua base de contactos como relações públicas, ao mesmo tempo que descobre as potencialidades do Windows Live Gallery e do Movie Maker. “É a minha cara”
Magalhães Para o Dinis, de quatro anos, um Magalhães. Sempre com acompanhamento. A HP TouchSmart, para a Madalena, de 12 anos, portadora de síndrome de Down. Parece uma televisão. Tem jogos intuitivos, tácteis. Não ter de usar teclado e rato, “faz toda a diferença”
Cartões Cartões de débito e crédito. E cheques. Mas não por muito tempo, porque está apostada em ser totalmente “verde” e verdadeiramente high tech também nas operações bancárias
Scala Home Server Scala Home Server onde estão a ser guardados todos os registos multimédia da família Pitta Gouveia. Para memória futura 46
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Bibá, como é conhecida Maria Gabriela de Viterbo Pitta Gouveia, é presença assídua nas páginas das revistas cor-de-rosa. Assume a exposição como genuína, em parte pela profissão – é relações públicas – em parte pela personalidade. Mãe de cinco filhos, dos quatro aos 18 anos, acredita na família acima de tudo. E é em família que participa no projecto de relações públicas na área do grande consumo da Microsoft. Abraçou-o com entusiasmo porque é “um projecto sério”. E agora até o avô vai participar, testando o Active PC Senior… Aos 45 anos, Bibá é também a cara da solidariedade e do direito à diferença, causa pela qual escreveu “O cromossoma do amor”
Telemóvel Usa dois telemóveis. Um Smartphone Samsung com o Windows Phone 7, ao abrigo da parceria com a Microsoft. Foi a primeira pessoa em Portugal a tê-lo. É prático e “muito feminino”. O outro é um iPhone 4.ª geração, com número da Optimus, com quem também faz algumas colaborações. Estão ambos sempre ligados: “Atendo toda a gente”
Consola A sua família testou o Kinect para a Xbox 360 e é a “grande loucura”. Não há gerações, jogam todos. É a única consola em que “os pais podem ganhar aos filhos”, porque é só usar os gestos e a voz, não é preciso dominar os comandos
iPod “Tenho um iPod daqueles mais pequenos que vai ser todo reciclado, só com música escolhida por mim”
Relógio Não usa relógio, bastam-lhe os telemóveis. Garante que é pontual, porque não gosta de fazer esperar nem de esperar: “É uma questão de respeito”
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Um passado que faz antecipar o futuro Em 25 anos, temos mantido sempre uma posição de referência e de vanguarda do mercado português de Conselho em Comunicação. Todos os dias, continuamos a inovar, a superar desafios, a oferecer novos serviços. A nossa experiência não é apenas passado: é sobretudo uma garantia de futuro.
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