Mais do que prescritores de meios

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Entrevista

Ramon de Melo

Fátima de Sousa jornalista fs@briefing.pt

Assumiu em outubro a direção-geral da OMD, depois de um percurso de seis anos na agência de meios do Omincom Media Group em Portugal. Num contexto de contração dos orçamentos para a comunicação comercial e de depreciação de preços, Bernardo Rodo defende que a agência não pode ser um mero prescritor de meios: tem de ser – e é essa a marca que quer imprimir – um parceiro relevante para os anunciantes, ajudando-os a tomar as decisões que sejam melhores para o negócio e para as marcas

Bernardo Rodo, managing director da OMD

Mais do que prescritores de meios Briefing | É, desde outubro, managing director da OMD em Portugal. Que desafios lhe trazem estas novas funções? Bernando Rodo | Fico satisfeito por confiarem em mim, mas encaro esta nomeação com muita naturalidade. O que eu trago do meu cunho pessoal é aquilo que, penso, faz as lideranças – é uma maneira de estar, de lidar com as pessoas, de perceber os negócios, de falar com os clientes. Penso que se vai começar a sentir mais com o passar do tempo e quando eu conseguir adaptar a estrutura a esta forma de estar que, no fundo, não é muito diferente daquilo que 6

Dezembro de 2012

o grupo é – estou cá há seis anos, não sou propriamente protagonista de uma rutura com o passado. Briefing | Apesar de não ser uma rutura, em que medida é que a mudança vai ser visível? BR | Primeiro, acredito que tenho uma capacidade para pensar marcas mais do que propriamente para prescrever media. Hoje sabemos que as marcas precisam de parceiros que sejam relevantes nas relações com elas e que lhes deem confiança nas decisões que têm de tomar. É essa forma de estar que trago: dar confiança aos anunciantes. Trago a preocupação

constante de ser um parceiro efetivamente relevante, de os ajudar a perceber muito bem como podemos contribuir para o negócio e não sermos meros prestadores de serviços. Depois, trazendo o mindset digital para a equação certamente que vou conseguir ajudar a equipa da OMD a pensar de raiz como é que as marcas devem estar em todos os meios e não continuar a fazer a distinção – que deve ser extinta do nosso vocabulário – entre os meios tradicionais e os digitais. Briefing | O que quer dizer quando afirma que não se limi-

ta a ser um prescritor de meios para as marcas? BR | Sou um prescritor de meios e vou continuar a ser, mas, quando digo que quero ser mais do que isso, não é tanto na ótica da oferta, mas no modo de contribuir efetivamente para que os anunciantes tenham mais confiança nas decisões que têm de tomar. Quando há uma contração de investimento a tendência, quanto a mim errada, é haver um corte equitativo em todas as áreas da comunicação – publicidade, eventos, ativação de marca, digital… Ora, sabemos hoje que esta não é a melhor forma de readequar orçamentos. As marcas www.briefing.pt


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