Missão: exportar

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Feira

Abrir novos mercados para a indústria alimentar nacional é a grande meta da próxima edição da Alimentaria. Uma meta para a qual convergem as principais entidades do setor e as grandes empresas exportadoras nacionais. É que, como resume Fátima Vila Maior, diretora de Feiras da FIL, neste momento crítico do País as exportações são uma lufada de ar fresco

Missão: exportar

“Só se fazem boas omeletas com bons ovos”. Este é o conceito de comunicação subjacente à Alimentaria & Horexpo Lisboa 2013 e a sua razão de ser é muito simples: “O negócio só se faz quando se têm bons ingredientes e as empresas portuguesas têm-nos”. As palavras são de Fátima Vila Maior, diretora de Feiras da FIL – Feira Internacional de Lisboa, promotora do evento agendado para abril do próximo ano. Uma feira que se orienta por dois vetores – novos compradores, novos mercados – mas com um denominador comum: contribuir 24 Novembro/Dezembro de 2012

para impulsionar as exportações portuguesas neste segmento da economia. Tradicionalmente vocacionada para o mercado interno e para os países de expressão portuguesa, a Alimentaria quer expandir horizontes. Congregando novos parceiros, como a Portugal Foods, a Portugal Fresh e a Vini Portugal, a feira aceitou o desafio de conquistar novas geografias. E com esse objetivo foi criada uma task force constituída pelas maiores empresas exportadoras nacionais que, juntamente com os parceiros institucionais, vai concentrar esforços no sen-

tido de tornar a Alimentaria no principal instrumento de exportação dos produtos alimentares nacionais. “Neste momento especialmente difícil para o País, em que as exportações são uma lufada de ar fresco, há que juntar esforços e tentar captar para a Alimentaria visitantes e compradores de outras geografias que até agora não compravam a empresas portuguesas”, justifica Fátima Vila Maior, sublinhando o “espírito de interajuda e a consciência empresarial”. Para o efeito, foi desenvolvida uma estratégia um pouco à

semelhança da que vigora noutros certames promovidos pela FIL e que passa por trazer a Lisboa compradores internacionais, construindo uma ponte entre eles e os expositores, de modo a que estes possam evidenciar o que de melhor produzem e assim potenciar oportunidades de negócio. Os contactos não se limitarão apenas ao espaço físico da feira, já que o propósito é conduzir esses visitantes internacionais aos próprios locais de fabrico, para que conheçam o processo produtivo e saiam com garantias de qualidade. Saiam com confiança, enfatiza a STORE MAGAZINE


diretora de Feiras. E no que respeita a esses compradores, a organização da Alimentaria atua em dois níveis distintos, como explica o gestor da feira, Paulo Rodrigues: um envolve uma seleção de empresas que são convidadas diretamente a estar presentes, sendo os respetivos custos de deslocação custeados pela feira. Um outro assenta numa base de dados com 33 mil entradas, de compradores internacionais que são estimulados a fazer parte do chamado Clube Alimentaria, deslocando-se até Lisboa com benefícios ao nível da viagem e da estadia, mercê de condições mais favoráveis negociadas com a TAP e com hotéis da cidade. Beneficiando ainda da intermediação da organização da feira no agendamento de contactos com os expositores. A meta já está traçada: ter na Alimentaria & Horexpo 2013 mais de dois mil compradores (e 30 mil visitantes). Mas também aqui há um desafio acrescido: o de trazer à feira compradores de segmentos de maior valor acrescentado. Porque – argumenta Fátima Vila Maior – está provado que as empresas com mais êxito são as que incorporam no seu produto e na sua estratégia de marca um posicionamento mais elevado. Esse espírito de upgrade estende-se às próprias geografias que a feira se propõe atrair. “O grande desafio – acrescenta a responsável – é alterar o espetro nos países para onde Portugal já exporta produtos mais massificados e introduzir produtos mais segmentados, mas também chegar a países onde até agora as empresas portuguesas não têm compradores”. Emergem, daí, dois grupos de potenciais mercados: de um lado a Europa, os Estados Unidos e países de expressão portuguesa e, do outro, geografias mais distantes como Singapura, Japão. Médio Oriente, Canadá e Colômbia, mas também os países nórdicos. São estes os que os expositores têm de conquistar com os seus produtos e as suas estratégias. E é para eles que os organizadores da feira deixam um repto: “Não nos podemos dar ao luxo de ter STORE MAGAZINE

“Há que juntar esforços e tentar captar para a Alimentaria visitantes e compradores de outras geografias que até agora não compravam a empresas portuguesas”

metade das empresas – têm de estar cá todas. Não podemos convidar um comprador internacional para ver cinco empresas quando temos dez… “. Daí que – enfatiza Paulo Rodrigues – tenham sido concebidos formatos que potenciam essa presença alargada, com um pacote de serviços a custos controlados. Há, inclusivamente, formatos para empresas mais pequenas que podem estar representadas de uma forma agrupada, nomeadamente por região ou por tipologia de produto. Para que – sublinha – “todos possam mostrar o que fazem de melhor”. São pormenores a que “os organizadores de feiras têm de estar atentos”. A dimensão é fundamental na Alimentaria e é precisamente um dos aspetos que a diretora de Feiras da FIL valoriza. É – diz – a maior feira de produtos alimentares alguma vez feita em Portugal. Valoriza igualmente a assertividade na definição de metas e estratégias, mas também a união entre instituições e empresas do sector neste impulso à internacionalização e às exportações. “Em boa hora fomos desafiados”, resume.

Paulo Rodrigues, gestor da Alimentaria

ALIMENTARIA & HOREXPO

Razões para uma união A Alimentaria e a Horexpo decorrem em simultâneo e há razões para isso. Desde logo porque os dois certames têm a alimentação como denominador comum, ainda que em diferentes formatos (num caso para consumo doméstico e noutro para o canal horeca). Mas a verdade é que as empresas são praticamente as mesmas. E depois porque se tem assistido a uma evolução na relação entre a distribuição e a restauração: hoje os espaços permeiam-se, na medida em que cada vez mais há supermercados com cafés. As duas atividades são, pois, complementares, pelo que, para a FIL, faz todo o sentido uni-las numa feira comum. Mas há outra razão e prende-se com os mercados. As cadeias hoteleiras portuguesas – caso dos grupos Pestana, Vila Galé, Oásis, Porto Bay, Tivoli,

Visabeira – estão a internacionalizar-se, umas para geografias onde já há reconhecimento de Portugal, outras não. Mas todas levam consigo produtos portugueses, nomeadamente têxteis lar, cutelaria, equipamentos. O que a realização conjunta das feiras permite é tirar partido desses mercados onde já existem hotéis portugueses e alargar os canais de distribuição. Em rigor, a feira agendada para abril reúne três certames num, porque à Alimentaria propriamente dita e à Horexpo junta-se a Tecnoalimentaria, mostra de tecnologia, maquinaria e equipamentos para a indústria alimentar. Mais uma vez, do que se trata é de gerar sinergias. São – justifica a organização – três ingredientes essenciais na receita para o sucesso do negócio.

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