O anunciante
“O Continente não é só uma grande marca mas é também, e perdoem-me a imodéstia, uma instituição no panorama das marcas portuguesas”. Quem o diz é Miguel Osório, administrador da Sonae MC com o pelouro do marketing, empresa que detém a marca Continente, o maior investidor publicitário em Portugal, parceiro fiel da RTP e da seleção portuguesa de futebol e que é capaz de comunicar “quer num contexto económico de expansão quer num de recessão”
Miguel Osório, administrador da Sonae MC
nFactos
O Continente é uma instituição
Briefing | O Continente é o maior anunciante em Portugal. Este sempre foi um objetivo da marca? Miguel Osório | O nosso objetivo é sermos o líder na preferência dos nossos clientes. Não temos nenhum KPI key performance indicator, termo utilizado mais a nível de recursos humanos, usado normalmente para avaliar o sucesso de uma atividade, projeto ou área em relação à ordem e posicionamento entre os anunciantes. Obviamente que acreditamos que as coisas estão interligadas no sentido em que o negócio do retalho 18
Setembro de 2012
é muito ativo e dinâmico e que a capacidade de marcar a agenda e de inovar num negócio que é muito transversal e ter uma quota de presença na mente dos consumidores é obviamente importante. Uma curiosidade: se olharmos para a sua quota de investimento e de mercado o Continente tem, provavelmente, o rácio mais baixo dos últimos cinco anos, o que não deixa de ser curioso quando vemos o indicador dos preços de tabela que nos vai aparecendo a todos nas notícias e que também, para quem está na indústria, diz muito pouco sobre os investimentos reais. Digo
muitas vezes, a brincar, que esse é aquele tipo de indicador que me dá a mim mais dores de cabeça do que benefício pois não diz nada sobre nada mas que a indústria, de alguma maneira, e a media, vai dando sempre grande significado. Não deixa de ser curioso que é o indicador mais irrelevante e provavelmente com mais top of mind na relação com os meios. Briefing | Para si, qual é o indicador mais relevante? MO | Por um lado, as vendas, a quota. Por outro, e muito importante, são também todos os in-
dicadores que temos, uns mais qualitativos, outros mais quantitativos, da qualidade da relação que temos com os nossos clientes. É evidente que, no curto-prazo, as vendas são um barómetro muito importante mas, depois, todos os indicadores referidos, os prémios que a marca vai conquistando, também atestam que não é uma relação “oportunista” de curto-prazo. Se olharmos para os quase 27 anos de história do Continente vemos que o seu posicionamento tem sido muito estável e a comunicação tem procurado e sabido desbravar novos territórios sempre www.briefing.pt