Consumo
A certificação Sabor do Ano constitui para a distribuição uma garantia de qualidade e de aceitação de um produto no mercado, apresentando por isso um forte potencial de vendas. Quem o diz é Débora Santos Silva, da Tryp Network, que em Portugal conduz o processo de distinção gustativa dos produtos
Qualidade e potencial de vendas Mais de 2500 produtos reconhecidos. Mais de 500 milhões de embalagens. Dez produtos comprados por segundo. A todos estes números poderia ser acrescentada a expressão Sabor do Ano, pois todos eles testemunham o balanço desta certificação de qualidade independente nascida em França e entretanto importada por Portugal. Há outro número que certifica esta iniciativa: é que 86 por cento dos consumidores ficaram satisfeitos com os produtos Sabor do Ano que adquiriram. A edição de 2013 está já em cur40
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so. Uma excelente oportunidade – sublinha Débora Santos Silva, da Tryp Network, a organização responsável pela edição nacional desta certificação de qualidade gustativa – para as marcas verem reconhecida a sua aposta no desenvolvimento de produtos que vão ao encontro do gosto e das preferências dos consumidores. Tanto mais importante – destaca num contexto em que a confiança dos consumidores passa cada vez mais pela qualidade dos produtos. Contudo, não é apenas a confiança dos consumidores que importa.
Também a confiança dos canais de distribuição nesses mesmos produtos. Débora Santos Silva não tem dúvidas de que a certificação Sabor do Ano se constitui para a Distribuição “como uma garantia de qualidade e de aceitação de um produto no mercado, uma vez que são os próprios consumidores que determinam os produtos certificados através de uma metodologia rigorosa de provas cegas”. A responsável da Tryp Network adianta que, “ao acrescentar maior atractividade aos produtos certificados, o selo Sabor do Ano
aplicado na embalagem ou em outros materiais de ponto de venda vem facilitar a escolha por parte dos consumidores no momento de compra, o que se traduz numa maior rotação do produto no linear”. Há estudos que confirmam esta opinião, fornecendo “números muito interessantes que reforçam o posicionamento de selo distintivo do Sabor do Ano”. Um deles, efectuado em 2010 e envolvendo 100 compradores, 50 responsáveis de marketing e 50 responsáveis de loja, revelou que 89 por STORE MAGAZINE
cento dos profissionais da Distribuição conhecem o selo, 80 por cento reconhecem-no como um real símbolo distintivo de qualidade, além de que 77 por cento sustentam que é uma referência para o consumidor no momento da compra quando confrontado com dois produtos semelhantes. Em conclusão: os produtos que exibem o selo Sabor do Ano têm um forte potencial de aumento de vendas, pelo que a sua entrada em linha é facilitada. “Quanto maior for o número de pontos de venda em que um produto está presente, maior será o contacto dos consumidores e, consequentemente, maiores serão as suas vendas”, sustenta Débora Santos e Silva. A Tryp Network não influencia as escolhas dos pontos de venda, deixando-as para o foro das negociações entre a Indústria e a Distribuição: “O reforço do posicionamento dos produtos Sabor do Ano como os mais saborosos e a utilização deste argumento negocial junto da Distribuição é uma ferramenta a ser utilizada pelas próprias marcas na sua estratégia comercial”, justifica. Ainda assim, a organização Sabor do Ano mantém “um contacto próximo” com a Distribuição ao nível de um reforço da disponibilização de informação, nomeadamente no que se refere aos vencedores e a dados de estudos efectuados. A certificação Sabor do Ano chegou em Portugal em 2008, sendo representada pela Tryp Network, uma estrutura independente especializada em processos de avaliação de produtos por consumidores. Assumiu como missão a defesa e garantia do direito dos consumidores à informação correcta sobre os produtos, propondo-se, assim, contribuir para um consumo mais esclarecido. O selo Sabor do Ano é aposto a produtos do sector agro-alimentar, não admirando, pois, que o sabor seja o principal motivo de compra destes produtos por parte do consumidor. O estudo “Alimentação e estilos de vida da população portuguesa”, realizado em 2011 pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA), conclui isso mesmo: 52,2 por cento dos portugueses STORE MAGAZINE
afirmam que o sabor é a primeira razão de compra de um produto alimentar. O preço surge em segundo lugar, com 32,1 por cento das respostas, a disponibilidade dos alimentos é o terceiro factor considerado, com 25,5 por cento, a qualidade ou frescura é remetida para quarto lugar, com 24 por cento das respostas, e a embalagem para último, com sete por cento. Daí que – comenta Débora Santos Silva - um selo que traduz a qualidade gustativa (o sabor) dos produtos que o exibem seja automaticamente considerado com um ponto forte por parte dos consumidores. Aliás, segundo o mesmo estudo, 65,2 por cento dos portugueses não têm dúvidas em afirmar que uma marca com este selo é digna de confiança. Sublinha, por outro lado, que o rigor da metodologia é igualmente reconhecido. É que a escolha é o culminar de provas cegas, em que consumidores anónimos atestam
a qualidade gustativa de produtos, sem qualquer influência da notoriedade da marca. Os consumidores – 120 - são seleccionados de acordo com o perfil do produto em avaliação, com o objectivo de medir a satisfação espontânea dos testes de degustação. Avaliam factores como o aspecto, o odor, a textura e, claro, o sabor. As provas são controladas por laboratórios especializados em análise sensorial - em Portugal com a chancela da FullSense, unidade da ControlVet. Débora Santos Silva sustenta ainda que, cada vez mais, os consumidores confiam na recomendação de outros consumidores para as suas decisões de consumo. O estudo realizado junto dos consumidores-provadores da operação Sabor do Ano 2010 concluiu que 75 por cento deles comprariam voluntariamente um produto que exibisse o selo Sabor do Ano.
Débora Santos Silva, Tryp Network “O reforço do posicionamento dos produtos Sabor do Ano como os mais saborosos e a utilização deste argumento negocial junto da Distribuição é uma ferramenta a ser utilizada pelas próprias marcas na sua estratégia comercial”
CERTIFICAÇÃO
Os eleitos em 2012 Foram 146 sessões de análise sensorial e 12.540 provas de degustação, num total de 4.075 horas. Participaram 168 produtos e 27 foram distinguidos, sendo que 80 por cento destes são produzidos em Portugal. Enquanto não se conhecem os eleitos de 2013, eis os de 2012: • Bacalhau demolhado ultracongelado Riberalves • Vinho Tinto DOC (+2,5) e (-2,5) Carmim • Azeite - Carmim • Carne de Porco - SEL • Enchidos do Alentejo - SEL • Sumo - Orangina Schweppes • Doces - Hero • Rebuçados - Kraft • Arroz - Orivárzea • Pão de forma - Sara Lee – Bimbo • Especiarias - Navires – Sociedade Nacional de Víveres
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Moscatel - Adega Cooperativa de Favaios Gelados - Grupo Kalise Menorquina Charcutaria - Incarpo – Indústria e Comércio de Carnes Enchidos da Beira - Incarpo – Indústria e Comércio de Carnes Vinagres - Unilever – Gallo Worldwilde Sangria - Unicer Bacalhau Salgado Doce - Constantinos Salgados com a marca Sabalar – Sociedade Industrial de Alimentos Pratos Prontos com a marca Sabalar – Sociedade Industrial de Alimentos Bolachas - F.Lima Cafés - José Maria Vieira – Torrié Vinho de Mesa - Esporão
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