Jornal de Saúde Pública, Março de 2013

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Estas empresas associam-se ao Dia das Doenças Raras:

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Este Jornal é parte integrante da edição do Expresso n.º 2106, de 9 de março de 2013. Venda interdita.

50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia

28 de fevereiro: Dia das Doenças Raras

600 mil portugueses sofrem de

doenças raras

Pág. 3

HPV e o cancro do colo do útero

Uma doença é considerada rara quando afeta uma em duas mil pessoas. Muitas vezes, o diagnóstico destas patologias é complicado porque, na grande maioria dos casos, apresentam sinais e sintomas diferentes, complicando desta forma a sua identificação. Págs. 4/5

Evitar a infeção com profilaxia primária

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2 | Jornal de Saúde Pública | 9 de março 2013

Intolerância à lactose. Os mitos do vinho Sabe o que é? e a saúde pública

António Madureira Nutricionista

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lactose é um açúcar encontrado no leite e produtos lácteos, que precisa de ser dividido em duas partes mais pequenas para poder ser absorvido pelo nosso organismo. No intestino delgado, temos uma enzima chamada lactase que tem essa função. Em algumas circunstâncias, o nosso corpo deixa de produzir lactase em quantidade suficiente para suprir as suas necessidades e, nesse caso, podemos ter então um quadro de intolerância à lactose. Esta patologia é muito frequente em todo o mundo, em especial no adulto a partir dos 20 anos de idade. Distensão e dor abdominal, flatulência e diarreia são os sintomas típicos desta intolerância e são ocasionados pelo facto de a lactose não desdobrada permanecer no intestino e servir de alimento às bactérias que nele se encontram, produzindo como resultado um excesso de gás que provoca a distensão e as dores abdominais. Além disso, a presença da lactose também provoca um aumento da osmolaridade dentro do intestino e a consequente chamada de água para equilibrar esse gradiente, provocando então, em alguns casos, um quadro de diarreia. O diagnóstico pode ser difícil em pessoas que têm sintomas isolados ou em casos mais ligeiros, de qualquer modo, existem testes específicos para essa determinação. Uma vez diagnosticada esta doença, convém referir que ela afeta homens e mulheres da mesma

forma, as suas consequências não são de grande morbilidade ou mortalidade e o tratamento mais habitual é a adaptação do regime alimentar, excluindo os alimentos ricos em lactose. Por isso, é muito importante ter o conselho do médico ou do nutricionista para estabelecer uma dieta equilibrada isenta em lactose. Quais os principais alimentos a excluir? Logicamente, o leite e a maioria dos seus derivados, como queijos e iogurtes, mas a principal dificuldade é, por vezes, detetar em que outros alimentos o leite foi adicionado. Só para referir alguns, sabia que o leite é adicionado a alimentos processados tais como pão e bolos, bolachas e biscoitos, cereais para pequeno-almoço, enchidos, molhos para saladas, purés de batata, refeições pré-preparadas, sopas instantâneas, salgadinhos, etc.? Nem sempre é fácil descobrir. É por isso necessário aprender a ler com muita atenção os rótulos dos produtos que consumimos, para verificar se contêm ou não leite ou lactose. Existe já disponível no comércio uma grande variedade de produtos isentos de lactose, nomeadamente, substitutos do leite, ou leite sem lactose, bolos, bolachas e biscoitos isentos de lactose, produtos esses que habitualmente indicam no rótulo a frase “isento de lactose” ou então incluem um símbolo como o que pode ver aqui em baixo. Convém também aqui realçar que há doentes que têm alguma capacidade de digerir a lactose e, portanto, não necessitam fazer a sua exclusão por completo, mas tão-somente reduzir as quantidades ingeridas. Com a retirada ou restrição dos produtos lácteos, não podemos esquecer que eles são ricos em cálcio e que, por isso, haverá necessidade de aumentar a ingestão de outro tipo de alimentos que também são boas fontes ou, eventualmente, ser necessário um suplemento adicional de cálcio e vitamina D.

Sem lactose

Muitos são os que consideram que o consumo moderado de vinho faz bem à saúde. Outros defendem que se trata de um mito. Uma questão que merece reflexão.

“O

s portugueses bebem mais dade de álcool por copo é semelhante. por acompanhamento do praHá uma forma muito grave de alcoolismo to do que por razões sérias e em voga nalguns jovens. É o chamado hedonistas”, refere João Paulo Martins, “binge drinking”. Significa beber muito jornalista e crítico. Atualmente, as pesnum curto espaço de tempo. Considerasoas gostam exatamente de -se “binge” beber em duas saber o que bebem, quem horas mais do que 5 bebiproduz e, por fim, quem são das, no caso do homem, e os enólogos. Sobre esta mamais do que 4 bebidas, na téria, “crescemos muito nos mulher. Este tipo de alcooúltimos 20 anos”. lismo está associado a morParece provado que o vites na estrada, suicídios, nho pode ajudar a prevenir sexo de risco, morte súbita, alguns problemas cardíacos, violência, etc. mas sempre num registo de O consumo excessivo de consumo muito moderado. álcool está associado a mais Uma das grandes novidades do que 130 doenças, muitas está relacionada com o facto João Paulo Martins delas mortais: cirrose hede que algumas castas branpática, acidentes de viação cas têm as mesmas virtudes mortais, vários tipos de canque outras tintas nessa prevenção, “o que cro (esófago, boca, laringe, fígado, mama, até há pouco tempo se desconhecia”. pâncreas, língua), homicídios, suicídios, Quanto a gostos, os portugueses apreviolência familiar, doenças cardíacas, ciam mais o vinho tinto. No entanto, “a demências, impotência, malformações enorme melhoria que os brancos tiveram no feto, doenças cardíacas, doenças do nestes anos trouxe muitos consumidores pâncreas, entre outras. “Cerca de 10% dos para o lado dos brancos, o homens na Europa morrem que é muito positivo”. O crípor causa do consumo de tico esclarece que “o verde é álcool.” uma grande paixão nacional Perante a questão: o vie um vinho de saudade aprenho faz bem à saúde?, Rui ciado pelos emigrantes”. Tato Marinho responde: Sobre o teor alcoólico, “De forma geral, não. Pohoje em dia, os consumidores deremos afirmar que é um não têm praticamente escomito.” A ideia de que “o állha porque os vinhos têm um cool faz bem ao coração, a teor muito elevado, de 13 a ser verdade, será em quan15º. “Felizmente, começam tidades diminutas (meio a surgir alguns produtores Prof. Rui Tato Marinho copo de vinho à refeição)”. atentos a este fenómeno e Para além de todos os alerestão agora a surgir vinhos tas que foram deixados, de teor mais moderado, na casa dos 12 ou deixa ainda mais uma mensagem: “Se be12,5º.” ber não conduza. Uma bebida equivale, Como em tudo na vida, deve haver de uma forma geral, a 0,2 de alcoolemia.” moderação e contenção. Na opinião do Prof. Rui Tato Marinho, hepatologista no Este artigo tem o apoio: Hospital de Santa Maria, em Lisboa, consumir antes dos 18 anos é prejudicial para a saúde, com riscos elevados de dependência futura. “Cerca de metade dos jovens que se embriagam de forma regular aos 13 anos vão ser os alcoólicos do futuro e vão ocupar as urgências e as camas dos hospitais.” Efetivamente, “um homem não deve consumir mais do que duas a três bebidas por dia e a mulher mais do que uma a duas”. Quando de fala de uma “bebida” entende-se um copo de vinho, ou uma cerveja, ou um shot, ou um uísque. Apesar de cada tipo de bebida alcoóli­ ca conter uma percentagem de álcool diferente, em termos práticos, a quanti-

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9 de março 2013 | Jornal de Saúde Pública | 3

11 de março: Dia Nacional da Epilepsia

50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia Em Portugal, existem 40 a 70 mil pessoas com epilepsia. Em cada ano surgem cerca de 50 novos doentes por cada 100 mil pessoas. A probabilidade de cada um de nós vir a ter uma crise epilética ao longo da vida é de 1 para 100.

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epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela ocorrência de crises epiléticas recorrentes, não provocadas, que se traduzem numa descarga elétrica anormal e excessiva no cérebro, manifestando-se com alterações clínicas motoras e não motoras. De acordo com o Dr. Francisco Sales, presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE), “esta é a doença neurológica mais frequente a seguir à enxaqueca”. Cerca de 50 milhões de pessoas em todo

Dr. Francisco Sales

Dr. João Chaves

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o mundo sofrem de epilepsia, sem distinção por sexo ou etnia. É de salientar que pode manifestar-se em qualquer idade, embora com picos nos extremos da vida. Mais de metade das epilepsias ocorre durante a infância. Quanto mais precoce maior a probabilidade de comprometer as outras aquisições do desenvolvimento normal para uma criança. Entre os 20 e os 60 anos, a frequência diminui, voltando depois a aumentar. “Depois dos 60 anos a epilepsia deve-se ao aparecimento de um conjunto de patologias relacionadas com processos degenerativos, vasculares e tumorais.”

Apesar de haver uma maior sensibilização acerca da doença, “é verdade, infelizmente, que quase todos os dias temos conhecimento de situações que envolvem pessoas com epilepsia que se sentiram descriminadas, por razões bem concretas no seu quotidiano”. Diagnóstico e tratamento Mais de metade das epilepsias ocorre durante a infância

O diagnóstico de crise epilética é eminentemente clínico e pode ser auxiliado por alguns exames complementares, embora nenhum exame tenha a capacidade plena de confirmar ou excluir este diagnóstico. O Dr. João Chaves, neurologista e especialista em epilepsia no Hospital de Santo António, no Porto, explica que, “dada a grande diferenciação e especialização que a Medicina tem sofrido nos últimos anos, no mínimo, o doente deve ser seguido numa consulta específica”. Em caso de não serem controladas as crises e na possibilidade de o doente ser um candidato cirúrgico, “este

deve ser referenciado a um centro com nível mais diferenciado médico-cirúrgico”. Quanto ao tipo de tratamento que pode ou deve ser recomendado a um doen­te, afirma que “existem medidas não farmacológicas que são muito úteis no doente com epilepsia: ter hábitos de sono regulares, evitar o álcool e estímulos luminosos intermitentes, no caso de se tratar de uma epilepsia fotossensível”. Felizmente, existe atualmente um grande número de fármacos antiepiléticos com os quais “conseguimos controlar cerca de 70% dos doentes. Os fármacos mais recentes trouxeram menos efeitos secundários, permitindo uma melhor qualidade de vida”.

300 especialistas juntos no 25.º Encontro Nacional No âmbito das celebrações do Dia Nacional da Epilepsia, assinalado a 11 de março, decorre o 25.º Encontro Nacional de Epilepsia, nos dias 8 e 9 de março, na Ordem dos Médicos, no Porto. Este é o evento científico anual mais importante na área da epilepsia em Portugal, reunindo cerca de 300 participantes. Trata-se de um fórum multidisciplinar de discussão entre os diferentes técnicos envolvidos na área da investigação e da assistência aos doentes com epilepsia. Ontem realizou-se ainda um Jantar/Sarau na Casa da Música, aberto a todos os interessados, a propósito da celebração dos 25 anos de Encontros de Epilepsia.

7.as Epijornadas: empregabilidade na epilepsia

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doente que está controlado e que não sente efeitos secundários da sua medicação para a epilepsia faz uma vida totalmente normal, com integração social plena. O problema coloca-se no doente em relação ao qual “sendo normal, a sua vida é ocasionalmente interrompida por alguns instantes por uma crise epilética”, explica João Chaves. A crise epilética, ao ocorrer de forma imprevisível, leva a uma perda momentânea no controlo das funções cerebrais, gerando medo e angústia antecipatórias, pelo risco a perigos que expõe. O cidadão com epilepsia tem uma dificuldade acrescida de obter emprego, sendo mesmo mais facilmente excluído se o revelar na entrevista aquando da candidatura a um posto de trabalho. As 7.as Epijornadas, promovidas pela Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia (EPI), “visam debater programas de apoio ao emprego e ouvir casos de sucesso de integração no meio laboral”, explica.


4 | Jornal de Saúde Pública | 9 de março 2013

Doenças raras

afetam 600 mil pessoas em Portugal Comemorou-se, mais uma vez, no dia 28 de fevereiro, o Dia das Doenças Raras. Nesta data, por todo o Mundo, centenas de organizações promovem atividades de sensibilização para a problemática. Estima-se que, na União Europeia, 6-8% das pessoas possam ter uma doença rara (um total de 30 a 40 milhões). A nível nacional, calcula-se a existência de 600 mil doentes.

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a Europa, uma doença é considecentros de referência em reorganização rada rara quando afeta uma em atualmente”, considera. duas mil pessoas. O diagnóstico destas doenças é, na maioria dos casos, A ação das associações de doentes difícil. Por um lado, os quadros clínicos são pouco familiares para os profissioA atividade das associações de nais de saúde e existem poucos testes doen­tes tem sido cada vez mais impordiagnósticos específicos tante. Associações como para estas patologias. Por a Raríssimas – Associação outro, as mesmas doenças Nacional de Doenças Raras podem apresentar-se com e Mentais, a FEDRA (Fedesintomas e sinais diferentes, ração das Doenças Raras complicando a sua identifide Portugal), a Associação cação. Portuguesa das Doenças Apesar de tudo, de acordo Lisosoma (APL) ou a do com o Dr. Luís Brito Avô, ALIANÇA (Aliança Portumédico internista do Hospiguesa de Associações das tal de Santa Maria, em LisDoenças Raras) têm sido boa, e coordenador do Núcapazes de aumentar o cleo de Estudos de Doenças Dr. Luís Brito Avô reconhecimento da exisRaras da Sociedade Portutência destas doenças e guesa de Medicina Interna (SPMI), “nos destes pacientes. últimos anos, esta área da patologia No Dia das Doenças Raras, a Rarísmédica suscitou marcado interesse e insimas inaugurou uma exposição, que vestimento científico e esestará aberta ao público trutural, no sentido de foraté ao dia 15 de março, na matar uma melhor resposta Assembleia da República, dos serviços nacionais de e que revela o rosto de 26 saúde europeus para esta patologias raras. Segundo população de doentes”. Paula Brito e Costa, presiNas palavras do especiadente da Raríssimas, “apelista, “é crescente o número sar da associação sempre de pacientes identificados ter tentado proteger a e a aplicação das terapêuimagem dos seus doentes, ticas disponíveis para várias chegou-se a uma altura em entidades está em progresque os próprios doentes siva expansão”. Além disso, Paula Brito e Costa nos desafiaram a dar a cara prossegue, “o envolvimenpelas suas patologias”. to dos serviços das várias instituições “Esta foi a forma que encontrámos de Saúde nesta área está em franco de mostrar e levar as doenças raras para crescimento e, apesar das limitações a ‘casa’ do povo português”, afirma a orçamentais atualmente presentes, não responsável, adiantando ser “uma honse têm verificado constrangimentos na ra que, numa conjuntura difícil como utilização de meios de diaga que o País atravessa, de nóstico e na aplicação de uma forma simpática, os medicamentos órfãos (utideputados acolham a prolizados para tratar as doen­ blemática das doenças raças raras)”. ras”. Luís Brito Avô indica que Na opinião do Dr. Frano exercício dos internistas cisco Beirão, presidente nesta área está patente no da APL e vice-presidente seu dia-a-dia clínico, em da ALIANÇA, esta efeque, como refere, as doméride representa “uma enças raras surgem como oportunidade para a um desafio para o qual consciencialização social estão cada vez mais sen- Dr. Francisco Beirão e governamental para as sibilizados. “Estão por nós necessidades das pessoas lançadas as respostas necessárias e esportadoras de doenças raras e do deperamos do Ministério da Saúde a conver de toda a sociedade providenciar, sagração da nossa especialidade como facilitar e minimizar a estas pessoas os uma das valências médicas a integrar os efeitos nefastos destas patologias para

a vivência de um dia a dia dito normal por quem delas é portador”. Consequências da raridade Segundo Francisco Beirão, a principal dificuldade dos portadores de doenças raras resulta do “grande desconhecimento existente, a todos os níveis, sobre as mesmas, e da ausência de legislação específica que obste à falta de organização e disper-

As doenças raras são difíceis de identificar, dado que apresentam sinais e sintomas diferentes

Criação dos centros de excelência está para breve No passado dia 15 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde publicou o Despacho n.º 2545/2013 (DR, 2.ª Série) que, pela primeira vez, vem dar início à criação dos centros de excelência no que se reporta ao acompanhamento e tratamento de doenças raras, no caso das doenças lisossomais. O despacho realça a necessidade de reorganização da coordenação das doenças lisossomais e terapêuticas associadas, criando uma comissão, exclusivamente constituída por profissionais de saúde, a funcionar no Instituto Nacional Ricardo Jorge, que se articule com as instituições mais especializadas no diagnóstico e tratamento das doenças lisossomais de sobrecarga. De salientar, ainda, a criação e manutenção de um Registo Nacional de Doentes Portadores destas patologias Este documento representa um primeiro passo importante na implementação dos centros de referência, prevista no Plano Nacional para as Doenças Raras, cujos trabalhos iniciais remontam a 2008.


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são do apoio de que estes doentes precisam a nível médico, social, educacional e de integração na vida ativa e que levam a verdadeiras situações de injustiça social”. O responsável refere ainda as dificuldades decorrentes da falta de acessibilidades para livre circulação tanto na rua, como em edifícios (públicos ou privados). Segundo indica, ainda que exista legislação comunitária específica, “a mesma tem sido objeto de adiamento quanto à sua entrada em vigor no nosso País”. Outro dos problemas apontados por Francisco Beirão “é a ausência da necessária autorização de comercialização de medicamentos já aprovados pela UE”, sobretudo por questões relacionadas com o seu alto custo e em manifesto prejuízo dos doentes afetados.

Casa dos Marcos concluída em julho A Raríssimas conseguiu angariar as verbas necessárias para a construção da Casa dos Marcos, na Moita. As obras do complexo médico-residência, que nasceu da imaginação de uma criança, devem ficar concluídas em julho e até ao final do ano deverá estar a funcionar em pleno. A concretização do projeto dependeu da disponibilização da linha de crédito à economia social lançada pelo Ministério da Saúde e Segurança Social, em parceria com o Montepio Geral, assim como da dedicação de todos os mecenas da Raríssimas. A Casa dos Marcos terá uma clínica, um lar residencial, uma residência autónoma e centro de ocupações de tempos livres e de aquisição de competências, unidade de cuidados continuados, centro de dia e diversas atividades, como massagens e ginástica.

Doença de Morquio A: terapia em fase de estudo A doença de Morquio A ou mucopolissacaridose IVA (MPS IVA) é uma patologia rara que afeta o crescimento e atinge cerca de 3000 pessoas em todo o Mundo. Deve o seu nome ao Dr. Morquio, um pediatra uruguaio que, em 1929, descreveu uma família com quatro crianças afetadas. Dr.ª Paula Garcia Pediatra do Serviço do Centro de Desenvolvimento da Criança (Doenças Metabólicas), Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

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MPS IVA é uma doença genética, caracterizada por muito baixa estatura, doença óssea grave e inteligência normal. A deficiência na enzima galactose-6-sulfatase (G-6-S), cuja função é degradar o glicosaminoglicano (mucopolissacarídeo ou GAG) sulfato de queratano, leva à sua acumulação dentro das células, com consequente dano progressivo na formação dos ossos, cartilagem, pele, tendões e muitos outros tecidos do corpo.

ser realizados estudos (ensaios clínicos) com terapia de substituição enzimática. Esta consiste numa perfusão endovenosa semanal da enzima deficitária (G-6-S) fabricada por engenharia genética. A enzima administrada vai substituir no organismo a função da enzima em falta, com o objetivo de corrigir ou minorar os efeitos da doença. Outra forma de reduzir ou de prevenir sintomas da doença é o transplante de medula óssea, mas este tem tido pouco sucesso. A Unidade de Doenças Metabólicas do Hospital Pediátrico de Coimbra é um dos 31 centros envolvidos num dos maiores ensaios clínicos deste género até à data, com 176 doentes com diagnóstico de MPS IVA em terapia de substituição enzimática experimen-

Investigação em doenças raras De acordo com o Prof. António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o investimento em investigação clínica na área das doenças raras ainda é “modesto”, sendo a maioria dos ensaios clínicos realizada fora do País (Europa e EUA). “Alguns especialistas portugueses participam nestes estudos, colaborando no recrutamento de alguns doentes e nos seus cuidados. Mas não existe nenhum centro de investigação clínica exclusivamente dedicado ao estudo destas doenças”, indica. Segundo o responsável, em média, são aprovados 10-12 medicamentos órfãos por ano na Europa. “Existem no mercado europeu dezenas de medicamentos órfãos e pensa-se que este ano se atingirá o 100.º fármaco aprovado, podendo este número duplicar até 2017. Em desenvolvimento estão dezenas de novas moléculas, a serem testadas em inúmeros ensaios clínicos”, informa, acrescentando que o principal obstáculo no desenvolvimento de medicamentos órfãos é o número escasso de doentes para Prof. António Vaz Carneiro estudar.

A baixa estatura evidencia a doença

A MPS IVA apresenta um amplo espetro de gravidade das manifestações clínicas associadas, originando desde quadros graves com sinais ao nascimento até formas muito ligeiras do adulto, com sinais frustres e difíceis de reconhecer, o que pode contribuir para um diagnóstico tardio. Como em qualquer outra doença multissistémica (ie, que afeta vários órgãos), na doença de Morquio A, é importante que exista apoio de diferentes especialidades, médicas e não médicas, de modo a promover uma melhor qualidade de vida aos doentes e tratar de forma mais eficaz algumas das suas manifestações clínicas. Atualmente, não existe cura para os indivíduos afetados. De entre o tratamento conservador, assumem relevância as cirurgias ortopédicas corretivas. Estão a

tal, a nível mundial. Resultados preliminares anunciados recentemente demonstram melhorias significativas no principal parâmetro analisado (teste de marcha em seis minutos), assim como no teste de três minutos de subida de escadas e testes da função pulmonar, com a dose semanal de 2 mg /kg. Estes resultados são promissores, mas ainda decorrem estudos que permitirão avaliar com maior rigor a eficácia e segurança desta terapia, informação fundamental para que haja aprovação comercial deste tratamento pelas autoridades europeias e nacionais competentes. Só nessa altura este tratamento poderá ser disponibilizado a todas as pessoas afetadas pela doença. Aguardamos com expectativa os resultados finais do ensaio clínico em curso.


6 | Jornal de Saúde Pública | 9 de março 2013

15 de março: Dia Mundial do Sono

Dormir menos de cinco horas aumenta o risco de morte

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odos os dias existe sempre alguém que usa a expressão: “Tenho sono.” Pode parecer uma frase banal, mas a população em geral deve estar devidamente alertada para as consequências que podem surgir devido à restrição ou à privação de sono, dado que aumenta o risco de desenvolver outras doenças. A título de exemplo, dormir menos de cinco horas aumenta o risco de morte por qualquer causa nos anos subsequentes. Os efeitos são tão negativos para o nosso corpo como o foram para o planeta os mecanismos que geraram o aquecimento global. Dormir é essencial para a realização de múltiplas funções, no entanto, as funções do sono têm sido sucessivamente discuti-

das, sendo diversas as funções propostas, desde a antiguidade até agora. O que se pensa, hoje em dia, é que o sono é um processo multifuncional, que executa diversas funções. Esse caráter multifuncional faz com que o sono não seja facilmente substituível, tal como o são outros órgãos ou sistemas. O sono é uma interação de cérebro com todo o resto do organismo, torna-se evidente que a sua substituição não será facilmente possível. É de salientar, neste Dia Mundial do Sono, assinalado a 15 de março, que 19 a 38,4% dos idosos sofrem de insónia; as queixas de sono são mais frequentes nas mulheres. Os indivíduos que tomam mais medicamentos têm maior probabilidade de sofrer de insónias. O sono é

A duração do sono varia muito com a idade:

- à nascença - 16 a 18h - aos 6 meses – 14-15h - aos 3-4 anos – 12h/dia - aos 10 – 12 anos – 10h/dia - idade adulta – 7-8h/dia; - envelhecimento – 5-6h/dia

uma viagem. O cérebro funciona como um motor a três tempos: vigília, sono lento e, sono paradoxal, e vai alternando estes fases (estados), com regularidade, em episódios sucessivos que duram

cerca de 90 minutos (os ciclos de sono). Em cada noite fazemos cerca de cinco ciclos de sono, com uma duração média de 60 minutos, seno o primeiro mais longo, cerca de 90 minutos.

Considera o Prof. José Luís Medina

Médicos de família são a base da diabetologia clínica

“A

diabetes é uma doença crónicina Geral e Familiar constituem a base ca que requer cuidados médifundamental da diabetologia clínica”, cos continuados, porque estão mais próxiuma estratégia no que diz mos da população e, de um respeito à educação, permodo geral, é a eles que as mitindo alguma autonomia pessoas recorrem pela pricompetente ao diabético e meira vez quando se senapoio no sentido de prevetem doentes. nir complicações agudas e É de salientar que mais de reduzir o risco de comde um quarto da populaplicações tardias”, explica o ção portuguesa integrada Prof. José Luís Medina, preno escalão etário dos 60-79 sidente da Sociedade Poranos tem diabetes. O restuguesa de Diabetologia ponsável sublinha a releE reforça a ideia de que vância do rastreio em gru“os especialistas de Medi- Prof. José Luís Medina pos de risco na diminuição

Factos e números A diabetes atinge mais de 370 milhões de pessoas em todo o mundo, correspondendo a 8,3% da população mundial, e continua a aumentar em todos os países. Em 2012, a diabetes matou 4,8 milhões de indivíduos, metade dos quais tinha menos de 60 anos. Estima-se que em 2030 o número de afetados atinja os 552 milhões, o que representa um aumento de 49% da população atingida pela doença.

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da prevalência da diabetes, sobretudo a de tipo 2. A população tem de estar alertada para a doença e os profissionais de saúde devem estar munidos da melhor informação clínica e terapêutica para que este problema possa ser travado. Neste sentido, inúmeros especialistas estiveram juntos, há dias, em Tomar, na Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Diabetologia. “Houve oportunidade de ouvir duas conferências sobre as novas Recomendações da ADA/EASD adaptadas à realidade portuguesa e outra sobre o Programa Nacional da Diabetes”, esclarece José Luís Medina.

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NOTÍCIAS

News Farma lança agenda de eventos sobre saúde

2/3 dos diabéticos estão controlados nas unidades de cuidados primários Um estudo promovido junto das unidades de cuidados de saúde primários, envolvendo mais de 1500 doentes, permitiu concluir que 65% dos diabéticos estão controlados. Denominado TEDDI-CP, o estudo em causa foi realizado pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). “Conclui-se que está a ser feito um excelente trabalho nos cuidados

de saúde primários também a este nível e que os diabéticos podem e devem confiar no seu médico de família e nas equipas de saúde para o tratamento e prevenção das complicações desta doença crónica”, considera a Dr.ª Clara Fonseca, da APMGF. Aquela médica falava no decorrer de um simpósio intitulado “Desafios na diabetes em Portugal”, que se realizou na Fundação Champalimaud, em Lisboa, com o apoio da Sanofi.

Um dos intervenientes, o Prof. José Luís Medina, presidente da SPD, lembrou que “a prevenção da doen­ ça é fundamental” e que é absolutamente necessário combater o excesso de peso e a vida sedentária para travar a expansão da diabetes.

Atualizada diariamente, a Agenda de Eventos da News Farma disponibiliza informação detalhada sobre reuniões científicas e várias outras iniciativas promovidas no campo da saúde, particularmente dirigida aos profissionais de saúde das mais diferentes áreas e especialidades. A News Farma disponibiliza também, através do portal, um serviço gratuito de subscrição de notícias e informações diárias sobre eventos de saúde.

Vacina pneumocócica aprovada para crianças e adolescentes A Comissão Europeia aprovou a extensão do uso da vacina pneumocócica conjugada desenvolvida pela Pfizer a crianças e adolescentes dos 6 aos 17 anos para a imunização ativa para a prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda causada por Streptococcus pneumoniae. Crianças desta faixa etária que ainda não tenham levado anteriormente esta vacina podem receber uma dose única. A vacina pneumocócica conjugada também está aprovada para a utilização em adultos a partir dos 50 anos de idade em mais de 80 países e é a primeira e única vacina pneumocócica a receber a pré-qualificação pela Organização Mundial de Saúde para a população adulta mais velha. O termo doença pneumocócica engloba um grupo de doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, também conhecida por pneumococo. Embora possa causar infeções em pessoas de todas as faixas etárias, os lactentes, as crianças e as pessoas com certas condições crónicas subjacentes estão em maior risco. Algumas comorbilidades, como a asma ou doenças que interferem com o sistema imunitário, podem aumentar o risco de doença pneumocócica, que se associa a morbilidade e mortalidade significativas.

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Em www.newsfarma.pt é ainda possível aceder às diversas publicações editadas regularmente pela News Farma, artigos e entrevistas sobre temas atuais, bem como um conjunto de notícias diárias, algumas publicadas em exclusivo. Na galeria de imagens pode ser consultado um vasto leque de fotos de eventos ocorridos recentemente na área da saúde. A informação disponível na Agenda de Eventos, assim como em todas as outras secções de www.newsfarma.pt, é de acesso livre e completamente gratuito.


8 | Jornal de Saúde Pública | 9 de março 2013

O papilomavírus humano (HPV) e o cancro do colo do útero

Evitar a infeção com profilaxia primária A infeção pelo HPV é a doença de transmissão sexual mais frequente, afetando entre 80 a 90% das mulheres, em algum período das suas vidas, desde que iniciam a atividade sexual. Do ponto de vista clínico, a infeção por HPV é “quase natural”, todavia, alguns subtipos virais têm potencial oncogénico, podendo gerar lesões malignas. O aparecimento de vacinas que previnem a infeção pelos tipos de HPV 16 e 18, responsáveis por 70% dos cancros do colo do útero, representa um passo em frente no combate à prevenção desta doença. No entanto, dado que 30% dos cancros são provocados por subtipos virais não incluídos na vacina, é preciso não descuidar medidas preventivas secundárias (citologia cervical e/ou testes de HPV) para continuarmos a diminuir a incidência e mortalidade desta doença. Cátia Jorge

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Elas são altamente eficazes em mulheres sexualmente ativas, especialmente se forem naïves para a infeção ou ADN negativas para o HPV. Daí o interesse em vacinar também jovens mais velhas, especialmente até aos 26 anos, independentemente de terem iniciado ou não a atividade sexual.

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HPV é um vírus epiteliotrófico, que infeta a pele e mucosas de revestimento. Existem mais de 100 variedades, destas, 40 têm capacidade para infetar os órgãos genitais. Entre estas últimas, 15 são consideradas oncogénicas, porque são Impacto da vacinação necessárias para o aparecimento do cancro do colo do útero. As vacinas contra o HPV começaram a “São necessárias, mas não suficientes, ser comercializadas em Portugal em 2007, porque a maioria das mulheres infetadas pelo que “ainda é cedo para determinar o (cerca de 90%) clarifica naturalmente a inimpacto da vacinação na incidência da infefeção, num prazo de 6 a 18 meses, e, deste ção por HPV ou de cancro do colo do útero”, modo, não desenvolvem qualquer doença. justificou o Dr. Henrique Nabais. Apenas 1% das mulheres com infeção persis“Esses dados só poderão ser avaliados Vacina incluida no PNV é administrada em raparigas pré-adolescentes tente pelo mesmo tipo de HPV oncogénico dentro de alguns anos, quando as jovens proteção cruzada, demonstrada no âmbito tra doença sexualmente transmissível, mas apresenta lesões pré-cancerosas (displasias), que já foram vacinadas começarem a fazer da investigação clínica. Ou seja, “além de não maligna, então a vacina quadrivalente que, se não tratadas, podem rastreio de cancro do colo do prevenir a infeção por HPV 16 e 18, a vacina poderá ser mais adequada”, esclarece. evoluir para cancro”, afirma o útero”, acrescentou o ginecobivalente também protege contra a infeção Ao contrário do que possa pensar-se, “a vaDr. José Maria Moutinho, eslogista/obstetra do Hospital por outros tipos de HPV igualmente responcina quadrivalente não oferece mais proteção pecialista em Ginecologia OnBeatriz Ângelo, em Loures. sáveis por lesões malignas, nomeadamente contra o cancro, pelo facto de proteger contra cológica, em declarações ao Há, contudo, um estudo o 31, o 33 e o 45”, justificou. quatro tipos do HPV, na medida em que apeJornal de Saúde Pública. de impacto económico, conA mesma opinião é partilhada pela Dr.ª nas dois deles são oncogénicos (16 e 18). Neste momento, a infeção duzido pela Escola Nacional Cláudia Marques. A ginecologista/obstetra “Segundo os resultados dos estudos, a por HPV é considerada pande Saúde Pública, cujos resulda Maternidade Júlio Dinis entende que amvacina bivalente, além da proteção contra démica, ou seja, existe em tados demonstram que “só bas as vacinas são muito eficaos HPV 16 e 18, demonstrou todo o mundo e em todas as com os três primeiros anos de zes na prevenção da infeção maior eficácia na prevenção sociedades com uma incidênvacinação contra o HPV (2007contra os HPV 16 e 18, contude lesões relacionadas com cia e prevalência crescentes. 2010) será possível poupar 114 do, a bivalente parece oferecer outros tipos de HPV de risco, De acordo com o especialista, Dr. José Maria Moutinho milhões de euros”. Por outras maior proteção cruzada contra em relação à vacina quadriva“a boa maneira de evitar a inpalavras, estes seriam os cusoutros subtipos do vírus. lente”, explica a ginecologisfeção passa pela implementação de profilatos futuros do tratamento das lesões causa“Perante um grau de efita/obstetra. xia primária, através da vacinação”. das pela infeção, caso estas mulheres não cácia semelhante, por norma, Independentemente da Atualmente, estão disponíveis duas vativessem sido vacinadas na adolescência. prescrevo a vaexistência de vacinação contra cinas que previnem a infeção para os dois Para já, “a única forma de cina que está o HPV, tanto o Dr. Henrique tipos mais prevalentes de HPV no cancro do avaliar os resultados da vacicomparticipada Nabais como a Dr.ª Cláudia colo do útero (16 e 18). Uma delas (quadrivanação seria através da análipara as mulheMarques concordam que é nelente) está incluída no Plano Nacional de Vase das mulheres adultas que res não abran- Dr. Cláudia Marques cessário manter o rastreio do cinação (PNV) e é administrada a raparigas foram vacinadas já depois gidas pelo PNV, cancro do colo do útero, bem pré-adolescentes com 13 anos. Esta vacina do início da atividade sexual. no entanto, a escolha deve como outros meios de proteção, tanto conatua também contra as lesões provocadas Sabe-se que cerca de 25% das sempre ser feita em função tra estirpes não vacinais do HPV como contra pelos HPV 6 e 11, responsáveis pelas vermulheres com idade entre os de cada mulher e daquilo que outras doenças sexualmente transmissíveis rugas genitais e pela papilomatose respi20 e os 25 anos estão infetapretendemos prevenir.” graves, como é o caso do VIH, da hepatite, do ratória laríngea. A outra vacina (bivalente) das com HPV, pelo que, nesta Isto é, “se pretendo preherpes, da clamídia, da sífilis, etc. é a única que está comparticipada para as população, a vacina protege venir a infeção por HPV e o Ainda assim, ambos consideram que o mulheres não abrangidas pelo PNV. apenas contra a reinfeção”, cancro do colo do útero, enaparecimento de vacinas contra o HPV repreSegundo o Dr. José Maria Moutinho, sublinhou. tão a vacina bivalente pode senta um marco na saúde sexual da mulher “ambas são altamente eficazes na prevenNestas mulheres que não Dr. Henrique Nabais ser mais adequada, pois parece, segundo no século XXI. “Na realidade, estas são as prição primária das lesões pré-neoplásicas do estão abrangidas pelo PNV o preço é um as evidências científicas, ser mais imunogémeiras vacinas que temos contra uma doencolo do útero, originadas pelos HPV 16 e 18. fator de peso na decisão entre uma e outra nica, ou seja, dá mais defesa, sobretudo em ça oncológica. Isto é uma coisa excecional e As vacinas não têm efeito terapêutico, apevacina, contudo, há critérios clínicos que o mulheres mais velhas. Se o objetivo for preé, claramente, um marco em termos de saúnas profilático, logo, não atuam nas mulheginecologista/obstetra do Hospital de Louvenir também os condilomas, que são oude pública”, remata o Dr. Henrique Nabais. res que tenham uma lesão ou infeção ativa. res não desvaloriza. É o caso da potencial

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