magazine
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DiretorA: FÁTIMA de SOUSA . Trimestral . Ano III . N.º 21 . outubro-dezembro de 2016 . 8 euros
plataforma de distribuição e comércio moderno
14 O PRIMEIRO MERCADO EXTERNO DA MERCADONA Abrir quatro lojas até 2019. É esta a ambição da Mercadona para Portugal, o seu primeiro mercado de internacionalização. A diretora de Relações Externas, Elena Castillo, apresenta a estratégia da insígnia espanhola.
04
PAULO ALEXANDRE FERREIRA, SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO E DO COMÉRCIO
CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS VEM COMPLEMENTAR EFICÁCIA DA REGULAÇÃO
20 A APOSTA OMNICANAL DA MEDIA MARKT “O único player verdadeiramente omnicanal” no retalho da eletrónica de consumo. É este o novo posicionamento da Media Markt em Portugal, nas palavras do diretor regional, Manuel Coimbra. O conceito de loja experiencial arrancou em Matosinhos.
JUNHO
Nacional e Internacional Novos Mercados, Novos Compradores, Novas Oportunidades Organização
Parceiros
TEMA DE CAPA
RESPONSABILIDADE SOCIAL
A LIDERANÇA DO RETALHO
Conselho editorial Ana Isabel Trigo Morais Catarina Oliveira Fernandes Mafalda Azevedo Mónica Ventosa Ricardo Domingos
O retalho é responsável por 26%
LEITE LEITE E LATICÍNIOS E LATICÍNIOS das donativos UM ALIMENTOS ALIMENTO PARA PARAAAVIDA VIDA do tecido empresarial Fazem parte de uma dieta equilibrada.
português, de acordo com um estudo recente.
Os laticínios são fornecedores de proteína e minerais dos quais se destaca o cálcio e as vitaminas.
Diretora
Mafalda Carvalho Sara Batista Sofia Dutra
Diretora-geral Sandra Silva T. 967 088 124 sandrasilva@newsengage.pt
INFÂNCIA
INSTITUCIONAL
250ml = 35% (281mg)
Fátima de Sousa fs@storemagazine.pt
Equipa editorial
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Ocorre o desenvolvimento neurológico onde a satisfação das necessidades de diversas vitaminas e minerais é imprescindível.
Ingestão diária recomendada de cálcio: 800 mg dia
EM DEFESA DO LEITE
04
PORTUGAL SOU EU E AUTORREGULAÇAO DO SECTOR AGROALIMENTAR
ADOLESCÊNCIA
Se se verificarem carências em proteínas, vitaminas do complexo B e minerais, como o cálcio, pode ser comprometido o bom desenvolvimento neurológico, físico e hormonal.
11
A APED e a ALIP estão unidas IDADE ADULTA na causa da promoção doVerifica-se leite um pico da massa óssea aos 30 junto dos consumidores eanos, dasendo necessário fornecer cálcio e fósforo em quantidades necessárias e de consequente defesa daquele forma contínua até esta fase. sector da produção nacional.
ÁGUA
IDADE SÉNIOR
INOVAÇÃO
Em entrevista, o secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Alexandre Ferreira, VALORIZE A PRODUÇÃO NACIONAL apresenta as virtuosidades da autorregulação no sector alimentar Associação Interprofissional do Leite e Lacticínios e do programa Portugal Sou Eu.
Distribuição por assinatura Preço: 32€ (4 edições) assinaturas@briefing.pt
Tiragem média mensal: 2.500 ex. Depósito legal: 338451/12 N.º registo ERC: 126154
Aumentam as necessidades de vitaminas do complexo B, cálcio, ferro e zinco.
FNAC MAIS DIGITAL
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A FNAC prossegue a sua estratégia omnicanal com um novo site, uma nova app e um novo serviço de entrega ao domicílio.
RECURSOS HUMANOS
TALENTOS NA SONAE
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A Sonae está no top 5 das empresas mais atrativas de Portugal para os jovens universitários. Maria Antónia Cadilhe e Isabel Barros explicam os programas de retenção de talentos do grupo.
Impressão TYPIA - Grupo Monterreina Área Empresarial Andalucia 28320 Pinto Madrid - España
FOOD & NUTRITION AWARDS PUBLISHER / proprietário
O VALOR DA INOVAÇÃO Acrescentar valor. É o objetivo deste concurso, nas palavras da organização e dos vencedores. Para conhecer nestas páginas os projetos mais inovadores deste ano, bem como o titular do troféu inovação de 2015.
Sabes o que é um Coccinella liber? Que nome complicado. Talvez o conheças por bichinho-da-leitura. Um bichinho com asas ainda mais redondo do que um berlinde. Não? Este livro está cheio deles. Este é, aliás, o livro ideal para que possas saber tudo o que precisas sobre os bichinhos-da-leitura e os seus parentes próximos, como o bichinho-da-escrita. Esta é a história de como conheci Artur, o meu bichinho-da-leitura de estimação, que me ensinou tudo o que sei sobre eles. Vem conhecê-los também.
Madalena da Luz Costa
Ricardo Ladeira Carvalho
administrador único
9 789896 228729
ISBN: 978-989-622-872-9
Apoio Técnico: Alêtheia Editores, S.A. Produzido por Alêtheia Editores para Pingo Doce — Distribuição Alimentar, S.A. Exclusivo
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© Pingo Doce — Distribuição Alimentar, S.A. Rua Actor António Silva, n.º 7, 1649-033 Lisboa Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor
O MEU LIVRO TEM BICHO
Este é um livro divertido que estimula o gosto das crianças pela leitura, incentivando-as a ganhar o «bichinho» desde cedo.
Madalena da Luz Costa e Ricardo Ladeira Carvalho
CULTURA
Newsengage - Media, Conteúdos e Comunidades, S.A. Edifício Lisboa Oriente Av. Infante D. Henrique, 333 H | 37 1800-282 Lisboa T. 218 504 060 | F. 210 435 935 NIPC 506871711
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OMEU LIVRO
TEM
BICHO Madalena da Luz Costa Ricardo Ladeira Carvalho
O SUCESSO DE UM PRÉMIO
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Este ano, o júri teve mais candidaturas do que nunca para avaliar. E identificou dois novos talentos: Madalena da Luz Costa escreveu “O meu livro tem bicho” e Ricardo Ladeira de Carvalho ilustrou.
ESTRATÉGIA
João Paixão
LA REDOUTE REINVENTA-SE
detentor do capital social
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Nasceu assente num catálogo de moda, mas entretanto teve de se reinventar. Mais comodidade para o cliente e, sobretudo, uma aposta nos meios digitais são a estratégia da La Redoute.
Mood Marketing - SGPS, S.A. (100%)
Estatuto Editorial disponível em www.store.com.pt - 3 STORE 2016 -
Grande Plano
Paulo alexandre Ferreira, secretário de Estado Adjunto e do Comércio
A Autorregulação é uma conquista O acordo de autorregulação alcançado pelo sector agroalimentar é “um grande feito”, na medida em que o código de boas práticas daí resultante vai permitir relações mais saudáveis entre os agentes económicos. É este o entendimento do secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Alexandre Ferreira, que, em entrevista, realça ainda as virtuosidades do programa Portugal Sou Eu, reputando de fundamental a entrada da APED para o Órgão Operacional, na medida em que assegura o interface quer com os consumidores, quer com os produtores, tendo em conta o objetivo de promover os produtos e serviços com elevada incorporação nacional. - 4 STORE 2016 -
Fátima dewww.storemagazine.pt Sousa, fs@briefing.pt
“O Portugal Sou Eu conta com mais de quatro mil produtos certificados, que representam cerca de 4,7 milhões de euros de volume de negócios e são produzidos por 467 empresas”
Store Magazine | Entre os programas que tutela, está o Portugal Sou Eu, que iniciou recentemente uma nova fase com a entrada de novos parceiros para o órgão operacional. Qual a importância estratégica deste programa? Paulo Alexandre Ferreira | O programa Portugal Sou Eu tem vários objetivos, sendo que eu destacaria a promoção do consumo informado de produtos com elevada incorporação nacional. A ideia inicial do programa, e que este governo continua a perfilhar, é promover a produção nacional. O que passa por criar no consumidor nacional uma maior predisposição para consumir produtos e serviços nacionais. Store | Diria que já existe essa predisposição, que o consumidor tem um comportamento diferenciador no momento de aquisição de produtos e serviços? PAF | Acredito que sim. E estamos a trabalhar para que isso aconteça cada vez mais. E quando digo “estamos a trabalhar” queria passar a mensagem de que este é sobretudo um programa prosseguido por entidades privadas, desde logo as que já estavam presentes na primeira fase como a AIP, a AEP e a CAP. O atual governo e a minha Secretaria de Estado em concreto fizeram uma avaliação no sentido de identificar o que podia correr melhor, o que nos levou este ano a entrar numa segunda fase, chamando entidades que visam potenciar quer a aproximação aos consumidores, quer a aproximação às empresas que produzem esses produtos e serviços com elevada incorporação nacional. Daí termos envolvido a APED, a CCP e a AHRESP. É preciso abordar essas
duas vertentes, por um lado, a de promover o consumo informado, e, por outro, a de trazer para o programa cada vez mais produtos e serviços. E considerámos que aquelas três entidades poderiam contribuir para esse objetivo. Store | Isso significa que ampliar o universo de produtos e serviços com o selo é uma das metas. Como se propõem alcançá-la? PAF | Neste momento, o programa conta com mais de quatro mil produtos certificados, que representam cerca de 4,7 milhões de euros de volume de negócios e são produzidos por 467 empresas. Temos indicadores de que há potencial para
mais, há empresas que mostraram intenção de aderir ao programa, embora não tenham passado ainda à fase de adesão. Além disso, é preciso trabalhar mais a área dos serviços, pois nos números que mencionei estamos a falar essencialmente de produtos, mas os serviços também têm uma forte componente de incorporação nacional que importa valorizar. Há uma dinâmica recente na economia nacional que decorre do turismo e que tem uma forte componente de serviços. Daí nesta reformulação do programa termos incluído o Turismo de Portugal no Conselho Estratégico.
O imposto que não chegou a ser No momento desta entrevista, no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, estava em discussão a aprovação de um adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis que afetaria os imóveis afetos ao sector terciário. Questionado, o secretário de Estado Adjunto e do Comércio evocou declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, manifestando abertura para alterar a intenção inicial do governo em sede de discussão da proposta de lei na especialidade. “Diria que aquilo que são as preocupações do comércio e dos serviços - 5 STORE 2016 -
estão acauteladas nesse quadro”, afirmou Paulo Alexandre Ferreira. A alteração à proposta de lei veio, efetivamente, a concretizar-se, o que levou a Confederação de Comércio e Serviços a congratular-se com o que considera uma vitória do diálogo social. De acordo com a CSP, a manter-se, este imposto adicional seria penalizador para um ambiente atrativo para o investimento, gerador de emprego e de crescimento económico. E, nas contas da APED, teria um impacto de 20 milhões de euros sobre o sector da distribuição.
Grande Plano
“O âmbito natural do programa é o mercado interno, mas no mercado interno temos consumidores nacionais e consumidores internacionais. E sabemos que há reconhecimento do selo por parte desses consumidores internacionais”
Store | A maioria dos produtos é agroalimentar. Há planos para diversificar? PAF | Tem sido essa a orientação ao nível do Órgão Operacional e do Conselho Estratégico. E já há iniciativas concretas que sumarizam essa intenção de alargar o universo. Ao nível dos serviços também têm sido estabelecidos alguns protocolos. É um traba-
lho que está a ser feito. Mas fazia sentido começar pelos produtos agroalimentares. Store | Estamos a falar de um programa virado para o mercado interno. Mas pode ser também uma ferramenta de promoção externa, de exportação? PAF | O âmbito natural do programa é o mercado interno, mas no
Investir na simplificação Paulo Alexandre Ferreira reconhece que os custos de contexto são muito pesados para o tecido empresarial, tendo em conta que é sobretudo constituído por pequenas e médias empresas. A Secretaria de Estado que tutela está, afirma, envolvida na simplificação da informação aos consumidores, mas também empenhada em tornar mais fácil às empresas cumprirem as obrigações legais neste âmbito. Trata-se, por um lado, de sistematizar a informação, para evitar que, quando entra num es-
tabelecimento, o consumidor se depare com uma série de quadros informativos parcelares, com informação que acompanha a evolução social e legislativa mas sem preocupação de sistematização. Trata-se, por outro lado, de reduzir as solicitações às empresas, permitindo que, sem perdas de informação, a administração pública possa utilizar informação de que já dispõe por outras vias, evitando reportes. “Espero apresentar resultados no início do próximo ano”, manifestou o governante. - 6 STORE 2016 -
mercado interno temos consumidores nacionais e consumidores internacionais. E sabemos que há reconhecimento do selo por parte desses consumidores internacionais. O próprio símbolo está associado a algo português e sabemos que é algo que valorizam nas suas compras. Em termos de mercado externo, a valência do programa não se liga tanto aos produtos, mas à definição de uma imagem de Portugal. Daí o símbolo com as cores nacionais, que permite assegurar horizontalidade em termos de comunicação. Store | Voltando ao alargamento do Órgão Operacional. Que importância atribui à presença da APED? PAF | A APED assegura aquela dupla vertente que mencionei, de ligação quer ao consumidor, quer às empresas produtoras. Um dos desafios que encontrámos no momento de repensar o Portugal Sou Eu era precisamente reforçar a ligação ao consumidor, construir junto do consumidor uma imagem de marca que era até agora deficitária. E a APED pode ajudar muito nesse interface, mas também na ligação aos agentes económicos que são fornecedores das empresas suas associadas, reforçando a mais-valia que existe na adesão dos produtos ou serviços ao selo.
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Store | O Portugal Sou Eu pode de alguma forma ser visto como um exemplo de diálogo entre a produção e a distribuição? PAF | Acho que é um exemplo da virtuosidade que pode ser construída em toda a cadeia de produção, até ao consumidor final, e onde a distribuição tem uma importância ímpar.
destacar que estas situações também já foram superadas.
Store | Se existisse em 2013, este código tornaria a chamada lei da PIRC menos necessária? PAF | Acho que se justificava sempre. Há o domínio da autorregulação e há o domínio do enquadramento legal. A lei já existe, embora não tenha ainda muito histórico. Store | Mas podemos considerá-lo Nós próprios estamos a olhar para um contributo para a autorregula- o efeito que está a ter nas relações ção do sector agroalimentar? entre os agentes económicos. Mas PAF | Todas as partes envolvidas be- aquilo que me tem sido sinalizado neficiam do diálogo. Tenho acompa- é que o enquadramento legal tem nhado pessoalmente e com grande contribuído para melhorar o aminteresse o diálogo entre as partes biente. E espero que a autorregulaque integram a PARCA [Plataforma ção possa complementar a eficácia de Acompanhamento das Relações do enquadramento legal. da Cadeia Agro-alimentar] e devo dizer que valorizo a autorregulação, que defendo que os agentes económicos devem construir uma base de entendimento que permita solucionar questões que se coloquem nas suas relações. Nesse âmbito, espero poder anunciar em breve uma novidade que reflete esse espírito e com a qual quer o Ministério da Economia, quer o da Agricultura se congratulam. Store | Não pode adiantar do que se trata? PAF | Posso apenas dizer que é um grande feito e que resulta de um grande esforço de todos os parceiros no sentido de se encontrar um código de boas práticas aceite por todos. Finalmente, foi possível. Tem sido um processo difícil, pelo que esta foi uma conquista das partes, tendo havido também um empenho do governo. Store | Esse documento está vocacionado para a resolução de conflitos? PAF | Sim, espero que este código possa contribuir para que situações de conflito possam ser ultrapassadas entre as partes. Situações como as que aconteceram há um ano, por exemplo, em que alguns produtores agroalimentares se queixavam de que as promoções da grande distribuição se refletiam nos preços que eram praticados à produção. Mas queria
“aquilo que me tem sido sinalizado é que o enquadramento legal tem contribuído para melhorar o ambiente”
Acordo pioneiro Já depois da entrevista, o anúncio antecipado pelo secretário de Estado viria a ter concretização na assinatura, a 12 de dezembro no Ministério da Economia, de um Código de Boas Práticas Comerciais do sector agroalimentar. Trata-se de um acordo de cooperação pioneiro entre a APED, a CAP, a CCP, a CIP, a CNA e a CONFAGRI, que se propõe acrescentar valor a toda a cadeia alimentar, tornando -a mais equilibrada e competitiva. De natureza voluntária, visa reforçar a cooperação e transparência e assegurar a promoção da equidade e reciprocidade entre parceiros dos sectores da produção, da transformação e da distribuição de produtos de grande consumo. - 7 STORE 2016 -
Assim, define um conjunto de princípios e procedimentos para a cadeia de abastecimento agroalimentar, em linha com as práticas de autorregulação em vigor na Europa, nomeadamente com a SCI – Supply Chain Initiative (o código de boas práticas europeu) e acordos semelhantes estabelecidos em países como a Bélgica e Espanha. Para a APED, e nas palavras da diretora-geral, Ana Isabel Trigo Morais, o acordo agora firmado permite “dar novos passos no trabalho pioneiro que os setores signatários têm desenvolvido em prol de um relacionamento equilibrado e equitativo entre agentes económicos e, acima de tudo, em prol do consumidor”.
Responsabilidade social
Retalho sobressai no retrato dos donativos em Portugal IDEIAS CHAVE
RETRATO DOS DONATIVOS EM PORTUGAL
DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS QUE FIZERAM DONATIVOS EM 2014 POR ESCALÃO DE DONATIVO
POR DIMENSÃO
O retalho é o sector que, entre o tecido empresarial nacional, mais donativos entrega, sendo responsável por 26% das doações. Esta é uma das conclusões do estudo “O 139,2papel das empresas na comunidade – retrato dos donativos em Portugal”, desenvolvido pela Informa D&B em parceria com a consultora Sair da Casca. Empresas
Donativos
Empresas
Donativos
96%
85%
milhões de euros em donativos
55%
47%
19%
15%
3,6%
Ações de voluntariado, lançamento de projetos próprios e contributos monetários são algumas das formas de que se reveste o apoio das empresas nacionais a variadas causas, assumindo um compromisso de responsabilidade social. Segundo este relatório, em 2014, as empresas portuguesas distribuíram donativos no valor de 139,8 milhões de euros. A contribuir para esta cifra estiveram 57.408 empresas, o que corresponde a 20% do tecido empresarial português, com destaque para as grandes empresas. Em Portugal, 0,1% do volume de negócios e 1,8% da receita anual das empresas é aplicado em donativos. Neste domínio, a relevância das grandes empresas tem vindo a aumentar, repre-
<€5.000
0,2%
5%
21%
13%
11% 12%
0,05%
0,2%
€5.000 €50.000
€50.000 €100.000
€100.000 €500.000
> €500.000
€12.954
€70.091
€197.767
€2.137.024
57 408
Micro < 2M€
empresas
12%
3% Médias 10M€ - 50M€
Grandes > 50 M€
€2.764
€9.646
€182.049
sentando 55% do valor total de donativos efetuados em 2014, o que tem um forte impacto no elevado número de POR SETORES POR ESCALÃO ETÁRIO projetos que permitem apoiar. A esta cifra acrescem 23,9 milhões de euros, contabilizados à parte, oriundos de 27 instituições bancárias e 10 seguradoras, o que indicia o seu maior peso relativo. No que diz respeito aos montantes moPOR REGIÕES bilizados, apesar de serem muito poucas as empresas que realizam donativos superiores a 500 mil euros – apenas 31 – estas são responsáveis por quase metade (47%) dos valores registados. A distribuição dos donativos pelas empresas regista grande paralelismo com a estrutura do próprio tecido empreEVOLUÇÃO DOS DONATIVOS NO PERÍODO 2010/2014 sarial, com um reduzido número de PESO DAS GRANDES EMPRESAS NO TOTAL DOS DONATIVOS grandes empresas (0,7% entre todas as €381
€591
Donativo médio efetuado por empresa
Donativo médio efetuado por empresa
Empresas
65,9%
Donativos
Maduras (+ 20 anos)
5,7%
0,2%
Jovens (1 - 5 anos)
20%
Serviços
Adultas (6 - 19 anos)
8%
17% 14%
Ind. transformadoras
Start-ups (< 1 ano)
12% 13%
Grossista
9%
Alojamento e restauração
2%
7% 7%
Construção
2%
2%
3%
3% 3%
Transportes
Algarve
Madeira
1%
Açores
25%
Norte
€2.346 €2.071
€754
2% 3%
Telecomunicações
1%
Gás, eletricidade e água
1%
4%
0% 0%
55%
-1,0%
€644
€1.066
Donativos
-0,3%
€1.958
2% 1%
Ind. extrativas
- 8 STORE 2016 -
€2.751
Agricultura, pecuária, pesca Atividades financeiras
56%
€1.049
2% 1%
11%
Lisboa
€2.511
Atividades imobiliárias
Alentejo
Centro
Donativo médio efetuado por empresa Universo empresarial
25% 26%
Retalho
28,2%
0,7%
Pequenas 2M€ - 10M€
18%
€4.455 €12.249 €69.341 €1.665
5,7% 0,2%
que fazem donativos) a assumirem 55% do total de donativos. A média é de 182 mil euros por empresa. Em contrapartida, a esmagadora maioria (96%) das empresas que contribuem monetariamente não atinge sequer a fasquia dos cinco mil euros, cingindo-se a uma contribuição média de 381 euros. É de salientar, porém, o papel relevante desempenhado pelas empresas de menor dimensão. As microempresas (com volume de negócios inferior a dois milhões de euros), que constituem a maioria (85%) das que doam, são também o segundo segmento que mais contribui para o total de donativos (21%). Disputando as duas posições cimeiras no que toca ao peso global das suas contribuições, micro e grandes empresas encontram-se, todavia, em extremos opostos em termos de donativo médio por entidade: 591 euros e 182 mil euros, respetivamente. A maioria dos donativos (26%) provém do retalho, que, em conjunto com gás, eletricidade e água (18%), indústrias transformadoras (14%) e grossista (13%), gera 71% do montante total de doações. O sector gás, eletricidade e água é aquele onde a média de donativos efetuados pelas empresas atinge a quantia mais elevada: quase 70 mil euros por ano. Já os serviços, embora mobilizem apenas 8% do total dos donativos, são o segundo setor com mais empresas que o fazem (20%), logo depois do retalho (25%). O valor dos donativos está bastante concentrado em termos regionais, com as empresas da Área Metropolitana de Lisboa a reunirem 56% do total, seguidas pelas do norte (25%) e do centro (11%). Estas duas últimas regiões concentram a maior percentagem de empresas que fazem donativos: 37% e 29%, respetivamente, contra 20% da Área Metropolitana de Lisboa. Quanto à distribuição etária, o relatório indica que o montante dos donativos tende a aumentar à medida que também aumenta a idade das empresas. Em função disso, às empresas maduras (com 20 ou mais anos de atividade) cabem 66% dos donativos efetuados em 2014, enquanto as adultas (entre seis e 19 anos) originam 28% e as empresas jovens (até cinco anos) contribuem para pouco mais de 6%. Segundo o documento, entre 2010 e
2014, não se registou uma significativa variação dos donativos empresariais em Portugal. Houve, assim, menos 0,3% de empresas a efetuarem donativos, tendo o montante doado mantido-se praticamente inalterado, quer em termos globais (menos 1%), quer em valor médio por empresa (menos 0,8%). Apesar de a percentagem de empresas que fazem doações ter diminuído (de 22% em 2010 para 20% em 2014), registou-se um aumento no rácio de donativos face aos resultados antes de impostos destas empresas (de 0,71% em 2010 para 1,80% em 2014). No período em questão, reconhece-se uma evolução marcadamente positiva nos últimos dois anos, que foram essencialmente de recuperação: de 2012 para 2014, o número de empresas que realizam donativos aumentou 0,7%, enquanto o valor dos donativos cresceu mais acentuadamente, tanto em termos globais (mais 12,9%), como em termos médios por empresa (mais 12,2%). O comportamento das grandes empresas nesta matéria também evoluiu em sentido ascendente, tendendo a consolidar ao longo de todo o período. Se em 2010 este segmento respondia por
Jovens (1 - 5 anos) www.storemagazine.pt Start-ups (< 1 ano)
POR REGIÕES 2%
2%
3%
Madeira
Algarve
1%
Açores
Alentejo
11%
Centro
56%
25%
Lisboa
Norte
38% do valor dos donativos, em 2014 as EVOLUÇÃO grandes empresas passaram a assegurar a maioria (55%) do montante global doado. A sua influência crescente traduziu-se não só em mais empresas de grande dimensão a efetuar donativos (mais 0,5%), como em montantes totais -0,3% -1,0% mais expressivos (mais 38%). de empresas valor em De 2010 a 2014, 31% dasde empresas foa fazerem donativos ram também regulares nos seus dodonativos nativos. Em 2014, este número subiu para 57%, o que, segundo o estudo, deixa antever uma consciência cada vez mais clara da necessidade de assu4 Informa D&B - Serviço de Ge mir e manter uma atitude de responsabilidade social constante por parte do tecido empresarial.
O futuro do investimento social A Sair da Casca promoveu outro estudo junto das empresas que realizam donativos para saber quais as práticas que privilegiam. E descobriu que, em geral, estão a evoluir para uma estratégia de filantropia cada vez mais bem organizada, com empresas que querem contribuir não apenas com financiamento, mas também com competências, e que manifestam interesse em seguir o desenvolvimento dos projetos. Segundo a partner da consultora, Nathalie Ballan,“a próxima etapa para maximizar o impacto social dos donativos empresariais deveria passar pelo investimento social, em que a empresa assume um papel ainda mais ativo de investidor, à espera de um retorno, mesmo que a longo prazo”. Na sua opinião, “este formato permitirá reciclar o dinheiro dos dona- 9 STORE 2016 -
tivos, criar parcerias fortes entre os diferentes setores empresarial, social e público, e será uma alavanca para entidades do sector social poderem desenvolver a sua atividade geograficamente ou criando novas competências e soluções”. De acordo com a consultora, o voluntariado tornou-se uma prática consolidada e integrada de 83% das organizações analisadas, criando oportunidades para os colaboradores conhecerem melhor o sector social e o contributo que podem ter, num contexto em que Portugal ainda faz parte dos países em que os cidadãos menos aderem a esta prática. Assim sendo, esta prática em Portugal está longe da média europeia: na Europa, 24% das pessoas com mais de 15 anos fazem voluntariado, valor que em Portugal é apenas de 11,5%.
OPINIÃO
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O fim do ano e as circunstâncias do retalho Observamos nas últimas quatro semanas do ano um momento decisivo para o sector do retalho ao qual os fornecedores de soluções de prevenção de perda não são alheios e que leva a melhorias significativas de ano para ano na procura da redução dos valores de perdas e aumento dos lucros para todo o sector do retalho.
David Pérez del Pino, Diretor-geral da Checkpoint Systems em Espanha e Portugal Com o aproximar do final do ano encontramo-nos com circunstâncias inigualáveis no sector retalhista mundial: as festividades do Natal e final do ano representam a maior afluência aos comércios nos 365 dias, ao mesmo tempo que começam a perspectivar-se as modificações a executar para o ano seguinte. Estamos perante um período de balanço e, simultaneamente, de projecção essenciais ao sucesso do futuro do retalho. Neste sentido, Portugal não é excepção verificando-se, no último mês do ano, um incremento das vendas na ordem dos 27%, tal como revela o Estudo sobre a Perda no Sector Retalhista na Campanha de Natal 2016, de Ernie Doyle, realizado com o patrocínio da Checkpoint Systems. Simultanea-
mente, a mesma investigação prevê um aumento de 28% das perdas desconhecidas no retalho nacional para o mesmo período. Esta tendência levanos a uma situação em que 35% das perdas acabem por ocorrer nos últimos três meses do ano. Este dramático aumento das perdas na época do Natal prende-se, essencialmente, com o tipo de produtos expostos, revelando maior tendência para o furto de artigos de moda, brinquedos para crianças, comida gourmet e produtos de cosmética – correspondentes às potenciais prendas para as festividades. Contudo, é também nesta época que os sistemas de prevenção de perda mais são colocados à prova devido à enorme afluência de clientes às lojas. Considerando a correria no pré-festividades para a aquisição de produtos e no pós-festividades para as trocas dos mesmos, verificamos a necessidade permanente de não só garantir perfeitas experiências de compra para os clientes – com a disponibilidade de artigos, visibilidade de stocks e eficiência de colaboradores na linha da frente para o sucesso da época – mas também, manter ao máximo os standards de prevenção de perdas transversais a todo o ano que garantam o aumento dos lucros. No sentido de ajudar os retalhistas a prepararem-se para esta época, os fornecedores de soluções de prevenção de perda são essenciais quer na hora de implementar as diferentes soluções no mercado, quer na hora de ouvir as necessidades e dar resposta às mesmas, garantindo épocas festivas de sucesso. Mais ainda, é numa altura em que, como já referido, a afluência é substancialmente superior ao resto - 10 STORE 2016 -
“São os resultados, quer em termos de venda quer em termos de perda desconhecida, que ajudam retalhistas e fornecedores a encontrarem quais as falhas a colmatar e quais os pontos estratégicos a desenvolver” do ano, que a assistência técnica se revela, em momentos de crise, uma ferramenta fundamental para os retalhistas. A capacidade de dar resposta às necessidades técnicas dos retalhistas, aliada ao desenvolvimento, ao longo do ano, de soluções com tecnologia de ponta à medida para as diferentes lojas, demonstra o papel fundamental que os fornecedores desempenham no dia-a-dia das lojas. Um papel ainda mais preponderante quando, no final do ano, o sector elabora o seu balanço anual e perspectiva quais as alterações, melhorias e modificações a realizar para o ano seguinte. Isto é, são os resultados, quer em termos de venda quer em termos de perda desconhecida, que ajudam retalhistas e fornecedores a encontrarem quais as falhas a colmatar e quais os pontos estratégicos a desenvolver. Assim, observamos nas últimas quatro semanas do ano um momento decisivo para o sector do retalho ao qual os fornecedores de soluções de prevenção de perda não são alheios e que leva a melhorias significativas de ano para ano na procura da redução dos valores de perdas e aumento dos lucros para todo o sector do retalho.
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LEITE LEITE E LATICÍNIOS E LATICÍNIOS
UM ALIMENTOS ALIMENTO PARA PARAAAVIDA VIDA
Fazem parte de uma dieta equilibrada. Os laticínios são fornecedores de proteína e minerais dos quais se destaca o cálcio e as vitaminas.
INFÂNCIA
Ocorre o desenvolvimento neurológico onde a satisfação das necessidades de diversas vitaminas e minerais é imprescindível.
250ml = 35% (281mg) Ingestão diária recomendada de cálcio: 800 mg dia
ADOLESCÊNCIA
Se se verificarem carências em proteínas, vitaminas do complexo B e minerais, como o cálcio, pode ser comprometido o bom desenvolvimento neurológico, físico e hormonal.
IDADE ADULTA
Verifica-se um pico da massa óssea aos 30 anos, sendo necessário fornecer cálcio e fósforo em quantidades necessárias e de forma contínua até esta fase.
ÁGUA
IDADE SÉNIOR
Aumentam as necessidades de vitaminas do complexo B, cálcio, ferro e zinco.
VALORIZE A PRODUÇÃO NACIONAL
Associação Interprofissional do Leite e Lacticínios
APED e ALIP unem esforços a favor do consumo de leite Sensibilizar para os benefícios do consumo do leite e lacticínios. É o objetivo da campanha que une a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Associação Interprofissional do Leite e Lacticínios (ALIP). A Distribuição contribui disponibilizando a informação nos seus suportes publicitários (folhetos, sites e lojas) e alargando, deste modo, a cobertura da campanha. Como explicou à Store Magazine a diretora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Ana Isabel Trigo Morais, a campanha foi “desenvolvida com base em duas grandes mensagens e objetivos: por um lado, dar a conhecer os benefícios da ingestão de leite e produtos lácteos; por outro, promover a elevada qualidade da produção nacional”. “Pretendemos fomentar o consumo, fornecendo
aos portugueses informação que lhes permite fazer as escolhas que considerem mais adequadas”, diz. O diretor-geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL), Paulo Costa Leite, conta, por sua vez, que “numa primeira fase, a Associação Interprofissional do Leite e Lacticínios (ALIP) lançou o repto à APED para colaboração das insígnias suas associadas na realização de uma campanha nacio- 11 STORE 2016 -
nal simbólica, a ter lugar no dia 1 de junho – dia mundial do leite – em todas as capitais de distrito, com o objetivo de distribuir informação sobre os benefícios do leite e produtos lácteos, nas lojas com maior dimensão local. Não tendo sido possível concretizar esta ação, ficou em aberto a possibilidade de se retomar a ideia, agora mais elaborada, e com maior envolvimento da APED, nomeadamente na sua divulgação
STORE institucional
Ana Isabel Trigo Morais, diretorageral da APED: “A Distribuição é, como tem sido desde sempre, um sector que privilegia a comercialização de produtos nacionais e tem estado na primeira linha do apoio à produção nacional”
pública, o que veio a acontecer no passado dia 11 de outubro, quando, em simultâneo, a mesma foi apresentada ao senhor ministro da Agricultura”. Assim, “o objetivo primordial da campanha” é, diz, “a desintoxicação da opinião pública em geral, e do consumidor em particular, sobre as propriedades nutricionais do leite e produtos lácteos, a sua adaptabilidade às exigências da vida moderna e a qualidade e rigor que presidem a todo o processo”. “Conhecedora da realidade que aponta para as quebras acentuadas do consumo de leite (de acordo com o Barómetro das Vendas APED, no primeiro semestre deste ano, a categoria dos Lacticínios registou um desempenho negativo com uma quebra de 2,4%, face ao semestre homólogo), a APED acredita que é essencial apostar na comunicação dos benefícios do consumo do leite e da qualidade do produto português”, refere Ana Isabel Trigo Morais. Neste sentido, a Distribuição, em conjunto com a ALIP, está mobilizada para a promoção e valorização do leite junto dos portugueses atra-
vés desta campanha. “Note-se que a fatia de escoamento de leite que a Distribuição representa é reduzida (apenas 7% do total da produção segue para o canal de Distribuição). Apesar disso, a APED assume este compromisso e posiciona-se como um importante parceiro nesta campanha, não só por ser um canal de comunicação privilegiado com o consumidor, com quem diariamente contacta, mas também porque acredita que a solução para o sector do leite passa pela intervenção de todos os agentes da fileira”. A diretora-geral da APED aproveita para reafirmar o “forte compromisso” da Distribuição com a produção nacional. “A Distribuição é, como tem sido desde sempre, um sector que privilegia a comercialização de produtos nacionais e tem estado na primeira linha do apoio à produção nacional”, observa. Deste modo, a campanha foi elaborada pela APED, em conjunto com a ALIP – Associação Interprofissional do Leite e Lacticínios e também com o apoio de “duas entidades bastante importantes”, a DireçãoGeral da Saúde e a Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN). - 12 STORE 2016 -
“Abrange mais de 1300 pontos de venda em todo o País, e está presente, até ao final do ano, nos híperes e supermercados da Sonae, Pingo Doce, Auchan, Aldi, DIA e El Corte Inglés através de cartazes, stoppers, folhetos e spots áudio. A informação pode também ser encontrada nos sites e revistas destas insígnias”, refere. Paulo Costa Leite explica que a adesão – na sua quase totalidade – por parte das associadas da APED e a disponibilização dos seus suportes publicitários (folhetos, sites e lojas) veio “exponenciar a cobertura da campanha e, necessariamente, obrigou a reorientá-la para objetivos mais ambiciosos”. Assim, solicitou-se à DGS e à APN o seu apoio e subscrição da campanha, “o que foi dado sem restrições e reforçado pela presença de ambas as instituições na sua apresentação pública”. “Deu-se ainda a feliz coincidência de a APN ter, em simultâneo, anunciado o lançamento do seu e-book “Conhecer o Leite”, com o apoio institucional do Ministério da Agricultura”, acrescenta. O diretor-geral da ANIL admite que “não se encontra colocada de lado a possibilidade” de a campanha se vir a repetir durante o primeiro trimestre do próximo ano. “Espera o sector que esta conjugação de esforços por parte do Organismo Interprofissional – onde se encontra representada a produção e indústria – e a Associação das Empresas de Distribuição seja um passo decisivo para elevação do leite e dos produtos lácteos ao patamar de dignidade que merecem, quer pela sua comprovada importância nutricional, quer pela importância que assumem na economia nacional”, adianta. Sobre a queda do consumo de leite, diz tratar-se de “um facto comprovado comum à maior parte dos países europeus e em grande parte resulta dos sucessivos ataques de que o leite tem vindo a ser alvo através de alguma imprensa, mas especialmente através das redes sociais, onde circula informação sem qualquer rigor e controlo de qualidade”. Admite, porém, que
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Paulo Costa Leite, diretorgeral da ANIL: “O sector deve continuar a persistir na coerência e assertividade das suas mensagens, convocando para este desígnio as entidades a quem estão atribuídas responsabilidades pelos destinos da nutrição em Portugal”
esta queda, “felizmente”, não se generalizou às outras categorias de lacticínios. “O sector tem vindo a abordar este assunto de uma forma bastante profissional, não hostilizando a diversidade de opções nutricionais que se apresentam ao consumidor, contrapondo sempre através dos – cada vez em maior número – estudos que reforçam a sua importância na dieta humana e que lhe garantem uma presença significativa nas pirâmides alimentares universais e em especial nas práticas alimentares mediterrânicas que, pela evidência, se tornam incontestáveis e lhe garantiram a elevação a património da humanidade”, nota. Na sua opinião, o sector deve “continuar a persistir na coerência e assertividade das suas mensagens, convocando para este desígnio as entidades a quem estão atribuídas responsabilidades pelos destinos da nutrição em Portugal”. A diretora-geral da APED confirma a “quebra das vendas de leite
Simplesmente intuitivo Básico e essencial em qualquer operação
e produtos derivados e, paralelamente, um crescimento de categorias de produtos que se apresentam como substitutos”. Considera, todavia, que os produtos lácteos devem continuar a fazer parte dos hábitos alimentares dos portugueses. “E é esse o fundamento desta campanha”, entende. “O mote desta iniciativa – ‘Leite e lacticínios para uma alimentação saudável’ – traduz claramente essa mensagem e comunica, de forma simples, quais as mais-valias do consumo, apresentando vários exemplos destes benefícios nas várias fases da vida, desde a infância à idade sénior”, acrescenta. Desde modo, “a APED acredita que esta campanha irá contribuir para que a fileira do leite ultrapasse os desafios que atualmente enfrenta”. Ana Isabel Trigo Morais defende que “campanhas de sensibilização como esta são essenciais”. “Esta iniciativa é um importante passo e acreditamos que venha abrir portas a futuras ações conjuntas”, conclui.
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STORE EXPANSÃO
O que atrai a Mercadona em Portugal? Abrir quatro lojas até 2019 no Grande Porto. É esta a ambição da cadeia de retalho espanhola Mercadona, que escolheu o mercado português para iniciar o projeto de internacionalização. A proximidade, geográfica e logística, ditou a escolha. Em Portugal, propõe-se contratar 200 colaboradores e assim contribuir para a criação de emprego “estável e de qualidade”. Propõese igualmente reforçar a ligação aos fornecedores nacionais, a que já compra uma média de 50 milhões de euros por ano. Portugal foi o país escolhido pela Mercadona para dar início ao plano de expansão internacional. Uma escolha que a cadeia de retalho espanhola justifica por este ser um mercado “atrativo para investir, altamente competitivo e no qual pode aprender muito”. Além disso, este é um mercado “de proximidade logística que se enqua-
dra no crescimento orgânico e natural da empresa”. “Portugal é uma grande oportunidade para iniciar o crescimento internacional da empresa, e um país com o qual podemos aprender, tanto com o consumidor como com o sector altamente competitivo da distribuição. A possibilidade de contribuir para o progresso económico - 14 STORE 2016 -
e social do país e para o desenvolvimento do sector agroalimentar é um desafio emocionante e uma aspiração de todos nós que fazemos parte do projeto Mercadona e que o sentimos como um compromisso”, afirma o presidente da empresa, Juan Roig. A internacionalização da empresa arranca na zona norte do País,
Sara Batista, www.storemagazine.pt sb@briefing.pt
Esses 120 responsáveis por liderar o projeto em território nacional estão já a participar num programa de formação com a duração de 18 meses, em Portugal e em Espanha
uma “opção natural, pois a proximidade à Galiza, Castela e Leão facilita o arranque da operação”, justifica a diretora em Portugal do Departamento de Relações Externas, Elena Aldana Castillo. Para isso, foi registada, no Porto, a sociedade Irmãdona, criada para assegurar que a operação em Portugal cumpre todos os requisitos fiscais, apesar de se manter a marca comercial Mercadona. Também em Espanha, a cadeia de supermercados conta com duas empre-
sas, Mena Supermercados, para a região de Navarra, e Saskibe, para o País Basco, nestes casos com o objetivo de se “adaptar” aos regimes tributários específicos daquelas regiões autónomas. Segundo a diretora, apesar de o objetivo inicial ser o de abrir as quatro lojas no Grande Porto até 2019, a Mercadona está a estudar o terreno e a analisar diferentes opções. “Para nós é importante manter o contacto também com o público português e dar a conhecer o trabalho que temos vindo a desenvolver, por isso, à medida que vamos avançando com este projeto, vamos comunicando”, refere. Nesta primeira fase de expansão, a empresa prevê investir 25 milhões de euros e criar 200 postos de trabalho. Para isso, e com o intuito de definir grande parte da estrutura e das posições-chave da organização em Portugal, deu início ao processo de contratação dos primeiros 120 diretivos. E, segundo a empresa, em apenas uma semana foram recebidas 5 mil candidaturas. Para estes postos de trabalho, foram considerados candidatos portugueses licenciados com pós-
graduação ou mestrado em economia, administração de empresas, direito, arquitetura e engenharia, com carta de condução, com vontade de liderar e disponibilidade para viajar regularmente. Esses 120 responsáveis por liderar o projeto em território nacional estão já a participar num programa de formação com a duração de 18 meses, em Portugal e em Espanha, no qual a cadeia de retalho espanhola investe mais de 50 mil euros por colaborador. Durante este processo, recebem formação específica acerca do Modelo de Qualidade Total da Mercadona, competências de gestão e liderança, passando ainda por um ciclo de imersão nos diversos departamentos da organização. Com isto, adianta a empresa, “constroem-se as bases necessárias para que a Mercadona crie uma equipa de recursos humanos, que cresça profissionalmente e demonstre o compromisso da cadeia com emprego estável e de qualidade no país”. Depois desse primeiro recrutamento, a Mercadona deu mais um passo na construção da equipa no mercado português com a abertura de
Quando o cliente é o chefe Fundada em 1977 pelo Grupo Cárnicas Roig, a Mercadona inicia a sua atividade enquanto empresa independente em 1981, com Juan Roig a assumir a direção. De origem familiar, diz manter um crescimento sustentável com base num modelo de gestão próprio, orientado para “o chefe”, que é como internamente a empresa trata o cliente. A satisfação desta figura é “uma obsessão”, pois é dele que depende o sucesso do projeto empresarial, estando no centro de todas as decisões. Assim, como missão, a cadeia de retalho espanhola propõe-se a ser “prescritora de todas as soluções necessárias para que ‘o chefe’ possa fazer uma compra completa (frescos e secos) dentro de uma cadeia agroalimentar sustentá-
vel”. Isto é “uma cadeia que a sociedade não só queira que exista, como também sinta orgulho da mesma, através da liderança e tendo sempre ‘o chefe’ como foco”. Assumindo-se “líder no segmento de supermercados”, tem, até à data, 1.574 lojas e, em 2015, registou uma faturação de 20.831 milhões de euros. Para isso, diz que, em 1993, decidiu colocar em marcha uma medida “pioneira no sector”, ao implementar uma estratégia comercial “única” em Espanha. Foi o início do SPB (Sempre Preços Baixos), que acabou por culminar na criação do Modelo de Gestão de Qualidade Total, através do qual pretende satisfazer os cinco elementos da cadeia agroalimentar sustentável: o “chefe”, o colaborador, o fornecedor, a socie- 15 STORE 2016 -
dade e o capital. Segundo a empresa, através deste modelo consegue ter “uma visão partilhada e responsável com todos os elementos que a envolvem”. Refere ainda que um dos oito princípios universais que forma este modelo é o de “dar-pedir-exigir”, ou seja, “para poder receber, primeiro é preciso dar”, um compromisso que lhe permite posteriormente exigir aquilo que ficou acordado. “Um modelo empresarial sólido que ajuda todos a caminhar na mesma direção, que nos facilita na tomada de decisões, que nos permite desenvolver estratégias adequadas e alcançar os objetivos definidos para contribuir da forma mais eficiente e sustentável para o crescimento e desenvolvimento onde a Mercadona está presente”.
EXPANSÃO
“Este ano, só entre janeiro e setembro já fizemos compras a fornecedores nacionais no valor de 35 milhões de euros”
“Temos muito a aprender com a APED” Store Magazine | O modelo de franchising interessa à marca? Se sim, quais os contornos? Elena Aldana Castillo | Na Mercadona, somos especialistas em gerir as nossas próprias lojas, pelo que não optamos pelo modelo franchising. Store Magazine | Quais os objetivos de negócio para o próximo ano, em Portugal? EAC | Continuar a aprender e a conhecer. Continuar a desenvolver o nosso projeto para cumprir o objetivo de abrir as nossas lojas em 2019. Store Magazine | A Mercadona vai ser associada da APED - Associação Portuguesa de Empre-
sas de Distribuição? Porquê? EAC | Estamos a iniciar contactos com a APED, a sua visão do mercado português vai ser muito importante para nós. Temos muito a aprender com esta grande associação. Store Magazine | Quais os mercados no horizonte da Mercadona? EAC | Agora estamos focados em Portugal, em conhecer um mercado altamente competitivo como o português. Queremos desenvolver pouco a pouco o nosso projeto empresarial e contribuir para o benefício de todos os que nele participam: chefes, colaboradores, fornecedores, sociedade e capital. - 16 STORE 2016 -
30 vagas para funções de analista de campo de produtos frescos, os quais também já estão a beneficiar de formação específica. Para preencher estes postos de trabalho, a empresa considerou profissionais com pelo menos dois anos de experiência em secções de perecíveis/frescos (talho, charcutaria, peixaria, padaria, frutas e vegetais) que já tivessem desempenhado funções de gestão de equipas. “Também em Portugal queremos ser uma empresa de referência na criação de emprego estável e de qualidade, por isso, agradecemos às universidades portuguesas que colaboram no processo de seleção a oportunidade que nos deram para captar excelente talento humano e a capacidade de detetarem profissionais que se identificam com os nossos valores”, menciona o diretor de formação dos Recursos Humanos da Mercadona, Javier Casans. Além da meta de contratar 200 profissionais, a empresa pretende continuar a fechar acordos com fornecedores portugueses, aos quais faz compras, em média, de 50 milhões de euros por ano. “Este ano, só entre janeiro e setembro já fizemos compras a fornecedores nacionais no valor de 35 milhões de euros – é, portanto, possível que este ano superemos os números do ano passado”, avança a diretora de Relações Externas. Apesar da proximidade dos dois países, a Mercadona diz ainda es-
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“é graças ao facto de estar focada no chefe que a empresa tem em Espanha uma taxa de êxito no lançamento de novos produtos quatro vezes superior à média do sector”
tar a conhecer o mercado português, onde pretende adaptar-se e aprender “o mais rápido possível” com as “grandes empresas do retalho alimentar que estão em Portugal”. Sempre sem esquecer que o objetivo é satisfazer o consumidor português através da implementação da estratégia comercial da empresa – Sempre Preços Baixos (SPB). Na Mercadona, diz a diretora, há a preocupação de “observar, ouvir e perguntar, constantemente, para conhecer os hábitos de compra, de consumo e as ne-
cessidades, para assim se adaptar aos chefes portugueses” (como internamente designam os clientes) com produtos “inovadores de alta qualidade e ao melhor preço possível”. Este modelo de escuta ativa é o que a empresa define como Modelo de Coinovação – “é graças ao facto de estar focada no chefe que a empresa tem em Espanha uma taxa de êxito no lançamento de novos produtos quatro vezes superior à média do sector”. Também as lojas estão pensadas para satisfazer o consumidor, sendo o
objetivo construir espaços confortáveis, com bons acessos e estacionamento, independentemente das zonas onde as lojas se situem. O que está certo é o modelo de loja assente num conceito de proximidade, um formato de supermercado com uma superfície de venda de, aproximadamente, 1.700 m2, onde os clientes podem realizar a sua compra na totalidade, com produtos de alimentação e bebidas, cosmética e higiene pessoal, limpeza do lar e alimentação e cuidados para os animais.
Os números* da Mercadona
1.574 lojas
76 mil
colaboradores
20.831 milhões de euros
faturados 14,7%
quota de mercado no total de vendas da distribuição organizada em Espanha
2 mil fornecedores
640 mil postos de trabalho em Espanha pela atividade direta e indireta
651 milhões de euros investidos - 17 STORE 2016 -
611 milhões de euros de lucro
125 média de dias de pagamento a fornecedores
produtores parceiros que partilham o modelo da Mercadona
45
*referentes a 2015
STORE Internacionalização
Amazon cativa PME portuguesas Acesso a milhões de consumidores. É a “promessa” por trás do programa “Vender na Amazon” que o gigante de comércio eletrónico acaba de lançar em Portugal, com o objetivo de atrair pequenas e médias empresas. Uma porta aberta para vender através dos cinco sites europeus da Amazon. É este o argumento da campanha com que o gigante norte-americano de e-commerce se propõe atrair as pequenas e médias empresas e os empreendedores portugueses. O programa “Vender na Amazon” funciona através de uma conta unificada, onde as empresas sediadas em Portugal podem listar os respetivos produtos e assim alcançar “milhões de novos consumidores” na Europa. Além disso, podem ainda beneficiar da rede de logística europeia da Amazon, através do registo no programa Fulfilment by Amazon (FBA). Diz a Amazon que para as empresas portuguesas, como para qualquer vendedor na União Europeia, proporciona um conjunto de ferramentas que facilitam a venda dos produtos no estrangeiro. Estas fa-
cilidades incluem informação sobre os serviços da Amazon e um manual de instruções, ambos em português, uma conta intuitiva de vendas, um eficiente serviço de entrega em FBA, apoio ao cliente em cinco línguas (inglês, espanhol, francês, alemão e italiano) e um método de pagamento simples. Uma vez submetido um novo produto pelo vendedor, ficará automaticamente disponível em todos os websites da Amazon na Europa, dando a oportunidade de alcançar milhões de clientes. As empresas que venderem na Amazon terão ainda acesso a relatórios abrangentes e a ferramentas de análise, beneficiando de informação em tempo real das suas vendas, o que lhes permite delinear ideias de negócio que poderão ajudar a definir preços, marketing e estratégias de produto de forma mais efetiva. - 18 STORE 2016 -
“As empresas portuguesas poderão vender em qualquer um dos nossos cinco websites europeus, para qualquer cliente de qualquer país do mundo. Vender internacionalmente nunca foi tão fácil. Além disso, estas empresas poderão utilizar o Fulfilment by Amazon, o que lhes permite enviar os seus produtos para um dos 31 centros de logítica de toda a Europa e nós tratamos do resto, garantindo uma entrega rápida ao comprador final e ainda a gestão do apoio ao cliente”, afirma Francois Saugier, Director EU Seller Services. E sublinha: “Ao facilitar às empresas portuguesas o acesso ao mercado da Amazon é nosso objetivo apoia-las no crescimento dos seus negócios ao conectá-las com clientes internacionais. Queremos apoiá-los na transição para uma economia digital”.
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O que ganham as empresas Justificando o desafio lançado em Portugal, a Amazon elenca uma série de vantagens associadas a este programa e que possam por “uma ampla gama de serviços e ferramentas, disponível também para as empresas portuguesas, para ajudar a reduzir a complexidade de venda no exterior”:
Solução num clique para vender em todos os sites da Amazon na União Europeia
- Os vendedores portugueses podem submeter tantos produtos quanto desejem nos cinco sites da Amazon em toda a Europa e gerir facilmente o seu negócio transfronteiriço através de uma única conta.
Rede Europeia de Logística & Atendimento ao cliente em língua local
– A Amazon tem 31 centros de logística em sete países europeus, bem como vários centros de atendimento ao cliente que ajudam em várias línguas. Com o Fulfillment by Amazon (FBA), os vendedores podem enviar os seus produtos para um destes centros e a Amazon trata de todo o restante processo, fazendo a entrega das encomendas, bem como a gestão do serviço ao cliente. Além disso, quando os vendedores utilizam o FBA, os seus produtos são disponibilizados no popular programa Prime da Amazon, o que representa que as empresas têm acesso direto aos mais ativos clientes da Amazon.
Tecnologia de tradução
– A Amazon traduz os nomes e descrição dos produtos dos vendedores para diferentes línguas.
Sem caixas, sem filas É uma das insígnias globais do ecommerce mas parece não estar a resistir ao canal físico: depois de há um ano ter anunciado a abertura de uma livraria, a Amazon entra agora num novo negócio de portas para a rua, o Amazon Go. Sem perder, contudo, a natureza tecnológica, porquanto no espaço que se estreou em Seattle, nos Estados Unidos, não há operadores humanos. O objetivo é eliminar as filas de checkout e devolver a conveniência às lojas físicas. São cerca de 160 m2 para vender sobretudo bens alimentares, incluindo refeições. Não se sabe ainda muito sobre a tecnologia subjacente, apenas que deverá envolver inteligência artificial. Os pormenores que foram adianta- 19 STORE 2016 -
dos e publicados pela imprensa internacional dão conta de que o cliente terá de fazer scan com o smartphone ao entrar na loja, de modo a que, quando sair, sejam detetados automaticamente os produtos retirados dos lineares. O valor da compra será debitado através da conta em Amazon.com. O conceito está a ser testado pelos colaboradores da própria Amazon, devendo abrir ao público em geral no próximo ano. Nessa altura se ficará a saber se é, ou não, muito diferente da ideia do sucesso Robert Hijason, que criou o Näraffär, uma loja aberta 24 horas por dia e que apenas necessita de um smartphone e de um bank ID, conforme se pode ler mais adiante nesta edição.
ENTREVISTA
Manuel Coimbra, diretor regional para Portugal
“A Media Markt é o único player verdadeiramente omnicanal” A Media Markt “vai ser o único player verdadeiramente omnicanal face à concorrência” do segmento de eletrónica de consumo. As palavras são de Manuel Coimbra, diretor regional para Portugal. A insígnia está a apostar na reformulação e num novo projeto no mercado português. Em Matosinhos abriu uma nova loja que, além de um novo visual, se diferencia pelo conceito experiencial.
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www.storemagazine.pt Mafalda Carvalho
Store Magazine | Como surgiu o conceito de loja experimental e digital? Manuel Coimbra | Porque percebemos que o mundo tinha mudado. A forma como o cliente compra mudou, a forma como o cliente tem acesso à informação também mudou e, portanto, o modelo de negócios que tínhamos precisava também de ser alterado em função daquilo que é este novo cliente da era digital, que tem muito mais informação e onde a transparência, quer dos preços, quer das gamas, é muitíssimo maior. Percebemos que precisávamos de nos reinventar. Store | Porque é que Portugal foi escolhido para testar este conceito? MC | Portugal surgiu por causa de uma coincidência temporal entre o que é o desenvolvimento do projeto e o relançamento da expansão em Portugal, mas também devido às características do próprio mercado português, em que, de alguma maneira, o projeto assentava que nem uma luva. É um mercado que, dentro do contexto Media Markt, é pequeno em termos de número de lojas e com uma capacidade de implementação integral muito rápida. Por outro lado, é um projeto completamente focado quer nas necessidades do cliente, quer na implementação de uma estratégia omnicanal e sentimos que Portugal ainda tem muito a desenvolver e existe uma oportunidade muito grande no que é o negócio online/offline na estratégia de comunicação sobre diversos canais de uma forma integrada e coerente com os clientes. Store | De que forma a loja digital vai destacar a Media Markt no mercado português? MC | Esta loja é uma primeira pedra de um edifício que estamos a construir totalmente novo, revolucionário, desportivo e digital, face ao que existe no mercado português. Portanto, é a nossa primeira conquista. Para o ano de 2017 vamos reformular todas as lojas do ponto de vista de conceito, ou seja, apresentação de loja. Mas também do ponto de vista de sistemas, processos e tecnologia, de maneira a que tenham exatamen-
“Esta loja é uma primeira pedra de um edifício que estamos a construir totalmente novo, revolucionário, desportivo e digital, face ao que existe no mercado português”
te os mesmos serviços, que o cliente tenha a mesma experiência de compra, o mesmo à vontade, que possa experimentar a tecnologia, que possa interagir com os equipamentos e que possa ter os serviços de personalização que tem nesta altura em Matosinhos. Simultaneamente, vamos também integrar isto no canal online, o que nos permite ter uma oferta coerente. - 21 STORE 2016 -
Store | O que levou à escolha de Matosinhos para inaugurar a primeira loja digital? MC | Fruto da evolução do negócio que temos tido em Portugal, começámos de facto a desenhar uma estratégia de expansão. Expansão essa focada no canal físico, porquanto sentimos que ainda não temos a cobertura de lojas que o mercado pode suportar. Há uma coincidência entre uma localização que nos pareceu ter muito potencial do ponto de vista comercial e as datas de implementação do projeto. Portanto é uma feliz coincidência a abertura de uma loja física com o lançamento do projeto de evolução digital da empresa. Store | Qual o investimento feito pela insígnia nesta loja? MC | Um investimento muito significativo porque é um projeto a nível corporativo, é um projeto de reformação de processos, de contacto com o cliente, de tecnologias, das nossas estruturas internas. Porque não podemos querer mudar a forma como interagimos com o cliente se não adaptarmos também internamente a nossa forma de trabalhar. Portanto, foi um investimento fortíssimo.
ENTREVISTA
Store | Que retorno é esperado? MC | Estou muito satisfeito com o desenvolvimento de Matosinhos. Todos os indicadores que temos na loja são muito positivos. Pelo feedback que temos tido dos clientes, pela forma natural como interagem nas zonas de experiência, por alguma curiosidade que têm pelos serviços e pelo negócio em si. Tem superado em muito as nossas expetativas.
do preço. Mas não chega. O cliente hoje em dia é mais curioso, tem outra forma de comprar, informa-se com os amigos, portanto é preciso entrar dentro deste ecossistema.
dentro das lojas, temos pessoas que se dedicam exclusivamente a analisar as respostas dos clientes, a perceber como é que os clientes estão na loja e a adaptar diariamente os nossos processos em função desse Store | A Media Markt disponibili- feedback. As estruturas mudaram. za novos serviços associados a este Pensámos cliente, processos e para conceito? suportar esses processos pensámos MC | Serviços de personalização, estruturas. por exemplo. Posso ter dez clientes a comprar o mesmo frigorífico e es- Store | Será através desse feedtarem a levar um (que é) único para -back do cliente que vão escolher Store | Que caraterísticas distin- casa. Criámos serviços ao nível de os produtos que vão disponibiliguem esta loja das restantes do workshops, iniciação à utilização de zar em loja? país? tecnologia, vamos ao ponto de de- MC | Vamos ter em consideração MC | A experiência. O foco está no senhar workshops específicos para tudo o que o cliente procura, quer cliente. Todos os processos foram clientes e, portanto, temos forma- procure na loja, quer procure onpensados a partir do cliente: como é ção um a um, cara a cara. Serviços line. É importante criar um valor que o cliente gosta de comprar, que focados a partir da experiência da adicional para que o cliente contipo de cliente há, os clientes que- utilização da tecnologia em que o tinue a vir à loja e esse valor vem rem mais atendimento, mais rapidez, cliente consiga usufruir do produto por termos o sortido adequado. o cliente mais informado, o cliente que leva para casa. Tem muito a ver com inovação, que tem duvidas. Este é o fator discom produtos diferenciadores, tintivo e foi com base nisso, isto é, Store | De que forma o novo mode- com serviços prestados na loja e o na vontade de satisfazer o cliente e lo operacional vai mudar a estru- caminho é exatamente esse. de criar fidelidade, que desenhámos tura interna da Media Markt? o projeto. MC | A 100%, porque de facto a es- Store | Prevê-se a abertura de trutura que tínhamos era uma es- mais lojas destas? Onde e para Store | De que modo é possível tirar trutura muitíssimo eficiente mas quando? partido dessas especificidades para focada naquilo que é o retalho MC | As lojas que vamos reformuatrair e reter clientes? tradicional. Nesta altura, em que lar para 2017 já vão ser desta nova MC | O cliente, se tiver uma boa ex- o foco é o cliente, temos logísticas geração. No pipeline que temos de periência de compra e se ficar satis- centralizadas que nos permitem abertura de lojas estamos proatifeito, fica fidelizado. Algo que para melhor tempo de resposta ao clien- vamente à procura de localizações nós é importante e de que não abdi- te. Temos a gestão do marketing e que sejam interessantes e que se camos nunca é a oferta que temos do o marketing personalizado em fun- coadunem com o negócio do ponto ponto de vista de marca, dos artigos, ção do cliente, temos funções novas de vista de acessibilidades, dimen- 22 STORE 2016 -
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digital na partilha de informação, digital na velocidade de adaptação à mudança, porque a mudança vai ser cada vez mais rápida. Muita tecnologia para suportar, quer os processos, quer os serviços que queremos entregar aos clientes, mas muito relacional. Há um fator humano que é muito importante nas lojas, há um fator relacional que é muito importante ao nível do digital, das comunicações, das interações com os clientes. Como avaliam a loja, como avaliam o produto, como avaliam a marca. Tudo isto está numa disrupção muito grande e o retalho terá de evoluir. Deixa-me muito feliz que seja a Media Markt a dar este grande passo e a adotar, mais uma vez, este género da disrupção e de diferenciação. são, proximidade a zonas urbanas. Caso essas lojas venham de facto a abrir, já serão com certeza dentro deste conceito, ou seja, todas as nossas unidades no final de 2017, sejam atuais, sejam novas, terão este conceito. Store | O que torna a Media Markt diferente da concorrência, que também aposta cada vez mais no omnicanal? MC | A Media Markt vai ser absolutamente diferente porque vai ser, na eletrónica de consumo, o único player verdadeiramente omnicanal, quer do ponto de vista da apresentação ao cliente da sua proposta de valor, quer do ponto de vista de sortidos, preços e serviços, com informação em tempo real independentemente do canal que o cliente escolha para contactar a Media Markt – seja no online, no offline (através das lojas), seja através de outros canais que iremos implementar, o cliente vai ter a mesma experiência de compra. Por outro lado, para cada uma das lojas ou para o online a informação que vamos ter e a relação que vamos ter com o cliente vai ser igual. Store | Como pode o conceito de loja digital influenciar o futuro do retalho? MC | Acho que o futuro do retalho vai ser digital. Digital nos processos,
A primeira loja da nova era A nova loja de Matosinhos é a primeira em Portugal a espelhar o plano de transformação digital da Media Markt. É mais experiencial, com espaços completamente digitalizados:
2.600 m2 de superfície de venda
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Etiquetas eletrónicas, que garantem “preços sempre atualizados”
Displays digitais que permitem ao cliente comparar o produto com outros através da tecnologia Kinet, da Microsoft
Robot WiiGO para assistência a pessoas com mobilidade reduzida
Social walls onde são projetados conteúdos diversos, desde selfies dos clientes a vídeos sobre os serviços da loja - 23 STORE 2016 -
áreas de experiência: House Tech, Home & Personal Care, Audio e Mobile & Outdoor Zona de personalização de produtos
Zona Stop&Go para recolher as compras de forma rápida e sem sair do veículo
INOVAÇÃO
FNAC mais digital A FNAC está a comemorar o 18.º aniversário de atividade em Portugal com um novo site, novos serviços de entregas ao domicílio e uma app, que vem dar resposta ao crescente tráfego via smartphones. Atualmente, um terço dos acessos aos canais online da insígnia é efetuado através de telemóveis. Consciente de que as compras online têm aumentado significativamente nos últimos anos, a FNAC decidiu reforçar a sua posição nos meios digitais. No ano em que comemora 18 anos de atividade no mercado português, a empresa renovou o seu site e lançou uma aplicação mobile que vem substituir o cartão de aderente. Além disso, passou a disponibilizar serviço de entregas no próprio dia. O site surge agora com uma imagem renovada e mais atrativa, mas também mais intuitivo, com um campo de pesquisa mais eficiente, mais rápido na navegação e compra e com novas funcionalidades. Para facilitar a compra, além de uma ferramenta de pesquisa otimizada, apresenta o top de vendas em destaque na homepage –”Bestsellers da FNAC” –, assim como em cada uma das páginas principais de cada categoria. Outra das novidades da loja online passa pela disponibilização de conselhos dos especialistas FNAC – “Experts FNAC” –, através de vídeos e
tutoriais, assemelhando-se ao apoio prestado nas lojas físicas pelos colaboradores. Esse aconselhamento pode ser obtido na homepage ou junto às fichas dos artigos, onde os clientes podem também pedir para ser alertados sobre alterações de preço ou disponibilidade de determinados artigos. Através do site, os clientes podem ainda consultar o stock de um determinado produto nas lojas físicas, sendo possível reservá-lo e levantá-lo uma hora depois na loja pretendida. Para complementar a rapidez de compra online, a insígnia lançou em simultâneo duas propostas de entregas ao domicílio: o “Same Day Delivery” e o “Same Night Delivery”. A primeira permite receber no próprio dia encomendas efetuadas até às 11 horas, a outra permite receber os produtos na própria noite, entre as 19 e as 22 horas, se as compras forem realizadas até às 17. Sendo conhecida a tendência dos portugueses para deixar as compras de Natal para os últimos dias, a empresa espera uma forte adesão a estes - 24 STORE 2016 -
serviços nesta época e, aquando do lançamento do site, lançou um novo repto: “Deixa tudo para a última hora”. Com cerca de 47 milhões de visitas anuais, o site da FNAC é a loja de retalho online portuguesa com mais visitas em Portugal e um terço desses acessos é efetuado através de smartphones, o que explica o lançamento de uma aplicação. A app é dirigida aos mais de 550.000 aderentes do Cartão FNAC e vem, de certo modo, substituí-lo, dando acesso às promoções e aos descontos em vigor, ao saldo do cartão, bem como ao histórico de compras, útil, por exemplo, para pedir segundas vias de faturas. Uma forma mais fácil e conveniente de ter o cartão sempre “à mão”. Através da app, que está disponível para os sistemas operativos Android e iOS, os clientes podem ainda conhecer as parcerias da empresa e encontra as lojas mais próximas de si, consultando a morada e o horário de funcionamento. “Tudo à distância de um dedo.”
Recursos Humanos
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Dar futuro aos líderes de amanhã Potenciar a aprendizagem e desenvolvimento dos colaboradores tem sido uma das missões da Sonae. Um trabalho reconhecido e valorizado pelos jovens universitários que colocaram a insígnia no top 5 do ranking das “Empresas Mais Atrativas de Portugal”. A diversidade de atividades na relação com os estudantes é o que, segundo a diretora de Talent Management & Development, Maria Antónia Cadilhe, justifica o resultado. Proporcionar aos colaboradores, independentemente da função, geração ou geografia, experiências que potenciam o crescimento pessoal e profissional é, desde sempre, um objetivo Sonae. Por isso, ser eleita a empresa portuguesa mais atrativa para jovens universitários é o reconhecimento enquanto escola de líderes e de desenvolvimento de talentos. É que o estudo “As Empresas Mais Atrativas de Portugal”, de-
senvolvido pela Spark Agency, com o apoio da Universidade do Minho, auscultou 3.160 alunos das áreas de gestão e tecnologias de 15 universidades portuguesas, os quais colocaram a Sonae no top 5 do ranking das empresas nacionais onde mais gostariam de trabalhar. Um resultado que, segundo a diretora de Talent Management & Development, Maria Antónia Cadilhe, reforça a convicção de que “os jovens reconhecem - 25 STORE 2016 -
e valorizam esse investimento e que procuram empresas e lideranças que proporcionam oportunidades para aprender todos os dias”. Para chegar a esta posição, a Sonae segura-se no facto de ser uma multinacional presente em mais de 85 países e que integra um “conjunto alargado de atividades”, que vão desde o retalho e centros comerciais, às tecnologias e telecomunicações. É esta diversidade que, afirma a diretora, “permite
Recursos Humanos proporcionar verdadeiros desafios aos jovens talentos, que valorizam a possibilidade de crescer dentro de uma organização com múltiplas oportunidades de desenvolvimento de progressão”. Para este resultado também contribui a aposta que a Sonae faz na diversificação do modo como se relaciona com os estudantes, “investindo verdadeiramente em conhecer os seus interesses e expectativas” e considerando-os nas suas iniciativas. Exemplo disso é o Programa Contacto, iniciativa de captação de jovens de elevado potencial, que, de acordo com Maria Antónia Cadilhe, demonstra a capacidade da Sonae de responder aos desafios que as diferentes gerações de jovens talentos colocaram à empresa ao longo dos últimos 30 anos. “Na edição de 2016, por exemplo, criámos dois momentos de onboarding (setembro e novembro), de forma a permitir que os trainees iniciassem o estágio no momento compatível
com os seus projetos académicos e pessoais”, adianta. Neste âmbito, a Sonae tem vindo a desenvolver, ao longo dos anos, um trabalho “de grande proximidade e parceria” com diferentes instituições académicas e que se traduz num acompanhamento ativo do ciclo de vida do estudante. “É nossa convicção que serão tanto melhores os resultados quanto mais cedo iniciarmos essa relação com o público jovem”, explica. Neste sentido, a empresa atua em três etapas: antes do ingresso na universidade, apoiando os jovens no processo de desenvolvimento vocacional, tendo para o efeito um programa que lhes permite realizar a sua escolha vocacional em contexto real de trabalho, em parceria com os colaboradores Sonae e com profissionais de orientação vocacional; a partir do momento em que ingressam na universidade, através de estágios (de verão ou curriculares), presenças em feiras de emprego, apresentações,
Maria Antónia Cadilhe, diretora de Talent Management & Development: “É muito gratificante sentir que contribuímos ativamente para que os jovens façam escolhas profissionais suportadas num conhecimento do que o trabalho é hoje e do que poderá ser no futuro”
workshops, visitas de estudo, iniciativas de open innovation, entre outras; e, numa fase final do percurso académico, através da possibilidade de desenvolver, na empresa e com o apoio dos colaboradores da insígnia, a sua dissertação de mestrado. Mas que vantagens a Sonae colhe com estas iniciativas? Diz a diretora que, além de a capacidade de atração de talento jovem ser, naturalmente, um benefício importante, existem outros que a empresa valoriza. Tais como a possibilidade de promover o contacto entre diferentes gerações, potenciando a diversidade etária dentro da Sonae e a oportunidade de conhecer o modo como as gerações mais jovens sentem e resolvem os temas do negócio da empresa. Em simultâneo, “é também muito gratificante sentir que contribuímos ativamente para que os jovens façam escolhas profissionais suportadas num conhecimento do que o trabalho é hoje e do que poderá ser no futuro”. Por isso, a Sonae orgulha-se de ter construído as condições que permitem potenciar, de uma forma direcionada às necessidades dos diferentes segmentos de colaboradores, o desenvolvimento das pessoas, desde os níveis mais operacionais a estratégicos da empresa, considerando as diferentes gerações e geografias que caraterizam o capital humano da empresa. Além disso, acrescenta a diretora, este capital que foi sendo constituído internamente permitiu também concretizar um outro “ambicioso objetivo do grupo” – o de promover a aprendizagem junto da comunidade, disponibilizando o conhecimento e a experiência dos colaboradores da insígnia.
“É nossa convicção que serão tanto melhores os resultados quanto mais cedo iniciarmos essa relação com o público jovem” - 26 STORE 2016 -
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Chamada aos jovens talentos do retalho das maiores empresas a nível nacional”. A afirmação é da diretora de Recursos Humanos da Sonae MC, Isabel Barros, que salienta que, no estudo desenvolvido pela Spark Agency, a Sonae, além de ser a empresa portuguesa melhor posicionada no ranking, lidera as preferências dos jovens universitários entre todas as empresas que operam no sector do retalho. Direcionado para jovens recém-licenciados, pós-graduados ou mestres, com interesse pela grande distribuição e pela Isabel Barros, diretora de mobilidade nacional e internacional, Recursos Humanos da Sonae o “Future Leaders@Retail” privilegia a identificação e promoção do talento MC: “Temos consciência que interno, mas compreende também a os jovens de hoje são as atração, o desenvolvimento e a retennossas equipas de amanhã ção de jovens que procurem ingressar no sector do retalho alimentar. Segune o sucesso destas equipas do a diretora, o processo de seleção “é representa o futuro do bastante rigoroso”, sendo que existe retalho” uma primeira triagem das candidaturas recebidas, interna e externamente, Para captação de talento, a Sonae de- seguida de uma seleção “ainda mais senvolve diversas iniciativas como o aprimorada”, através de pitchs, entre“Programa de Talento Jovem”, o “Call vistas presenciais e sessões de avaliafor Solutions” ou o “Call for Summer”. ção. Depois de cumpridos estes passos, E, este ano, decidiu também apostar são identificados os candidatos que no “Future Leaders@Retail”, progra- vão, de facto, participar nos 198 dias de ma de Gestão e Liderança, com foco formação “intensiva”, dos quais 40 são na área do retalho, que é, assim, mais em sala, 143 on-the-job e 15 são desum exemplo que espelha a política tinados a atividades de networking e da Sonae no que concerne à atração mentoring. Ao longo destes nove mede recursos humanos. Uma iniciativa ses, os participantes têm a oportunique tem como objetivo captar inter- dade de desenvolver cinco domínios na e externamente os futuros líderes de conhecimento que lhes permitem do retalho moderno, garantindo aos ter uma visão global do core business participantes um conhecimento inte- do retalho, isto é, boas práticas para grado das áreas core do negócio e a a execução de processos comerciais, possibilidade de fazer carreira “numa logísticos, de marketing, de operações - 27 STORE 2016 -
de loja, bem como, o desenvolvimento de competências de gestão e liderança. Para isso, a Sonae desenvolveu um plano de formação em parceria “com os melhores especialistas internos em cada uma das temáticas abordadas”, ministrado através do “know-how e expertise” dos 80 formadores da empresa. O programa conta com o envolvimento de 100 tutores em loja, ou seja, dos colaboradores seniores de cada uma das unidades, responsáveis pela preparação prática dos formandos, mas também de 18 mentores, pertencentes aos quadros da Sonae, e que, “pelo seu percurso de carreira sólido, enriquecem o desenvolvimento destes participantes, através da partilha de experiências profissionais”. De acordo com a diretora, todos os custos inerentes, desde a remuneração dos participantes às despesas associadas ao processo formativo, são assegurados pela empresa. Com este programa, “totalmente pensado e desenhado internamente”, a Sonae pretende contribuir para o sucesso dos próximos líderes do retalho, uma vez que, os 35 participantes podem, de acordo com o desempenho, vir a assumir funções dentro da empresa. Mas, ressalva Isabel Barros, as vantagens não são apenas para os jovens; também a Sonae, ao acolher estes “talentos”, recebe novas ideias e “inputs que contribuem para a melhoria do negócio”. “Temos consciência que os jovens de hoje são as nossas equipas de amanhã e o sucesso destas equipas representa o futuro do retalho”, conclui.
Sustentabilidade
Ação coletiva é o caminho Colaborar é o caminho a seguir, segundo a Sustainable Retail Summit 2016, que decorreu nos dias 27 e 28 de outubro, em Paris (França). Das conclusões da primeira reunião de retalho sustentável do CGF – Consumer Goods Forum destaca-se a necessidade de implementar ações coletivas para liderar o processo de diminuição do desperdício alimentar, luta contra o trabalho forçado e comunidades mais saudáveis. A primeira edição da Sustainable Retail Summit contou com a presença de 240 delegados, provenientes de 27 países, que tiveram acesso a informação para implementar práticas sustentáveis de negócio nas suas organizações e impulsionar mudanças positivas em toda a indústria. O primeiro dia da conferência centrou-se na colaboração na indústria e em três megatendências com impacto nas marcas globais do Grande Consumo (Fast Moving Consuming Goods) proeminentes em termos de sustentabilidade: desperdício alimentar, trabalho forçado e comunidades mais saudáveis. Especialistas envolveram-se em painéis de discussão sobre as tendências emergentes nessas áreas, ao mesmo tempo que usaram a plataforma para partilhar as melhores práticas das suas empresas e organizações. Segundo a organização, “esta partilha das melhores práticas foi fundamental para o
sucesso da conferência deste ano”. Os CEO da Tesco e da Sainsbury’s, respetivamente David Lewis e Mike Coupe, discutiram o papel da legislação e da autorregulação na luta contra o desperdício de alimentos, o que “desperdício” significa realmente e enfatizaram a importância da ação coletiva. A conferência foi preenchida com exemplos colaborativos como estes, que foram seguidos por outros pesos pesados da indústria, como o chairman da Barilla and Barilla Center for Food and Nutrition Foundation, Guido Barilla, a presidente e CEO da COOP, Sonat Burman-Olsson, e o CEO da Danone, Emmanuel Faber. No segundo dia, a conferência afastou-se das tendências gerais e incidiu em iniciativas específicas em cada uma dessas três categorias. Especialistas como Kevin Hyland (o primeiro Comissário Independente Anti-escravidão do Reino Unido), Bertrand Swiderski (head CSR do - 28 STORE 2016 -
Carrefour) e Julie Greene (diretora de Saúde e Nutrição da Ahold Delhaize) abordaram os três tópicos. Numa sessão sobre redução do desperdício alimentar, os participantes foram divididos em três grupos, cada um com um profissional experiente nessa área, para discutir a forma de construir um plano de perda de alimentos e o mapeamento de resíduos nas suas organizações. Na discussão sobre comunidades mais saudáveis, os especialistas reuniram-se para debater o papel da nutrição e da reformulação na ajuda a inspirar consumidores e funcionários. Segundo o GFC, ficou claro que tanto retalhistas como fabricantes têm um papel a desempenhar e que as maiores marcas da atualidade entendem o papel que têm em ajudar a educar e a inspirar os consumidores e que o impacto do seu papel pode ser aprimorado através de uma maior colaboração.
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estabelecidos três “Princípios Prioritários da Indústria”, na tentativa de erradicar o trabalho forçado das cadeias de fornecimento globais nas indústrias de bens de consumo. A Organização Internacional do Trabalho relata que existem atualmente 21 milhões de vítimas de trabalho forçado no mundo e o ConA terceira sessão centrou-se na er- selho de Administração do CGF radicação do trabalho forçado. Vá- antecipa que estas áreas de foco rios intervenientes, da sociedade recém-estabelecidas irão inspirar a civil, sector privado e organizações indústria, assim como outras, a tragovernamentais, discutiram o modo duzir a Resolução em ação. como o trabalho forçado pode ser Através da investigação no sector e abordado hoje e o papel importan- de consultoria, o CGF identificou te que as colaborações entre seto- três práticas de emprego mais prores devem desempenhar. A sessão blemáticas, embora comuns, a nível também analisou o trabalho que mundial, que podem levar a casos está a ser feito dentro do Consumer de trabalho forçado – especialmenGoods Forum para desenvolver a te entre trabalhadores vulneráveis. sua Resolução de Trabalho Forçado Embora o CGF reconheça que ese focar as atividades em áreas e geo- sas práticas podem ter causas comgrafias-chave. plexas e manifestações diversas nos Aproveitando o momento da Reso- locais de trabalho, advoga que o calução de Trabalho Forçado do CGF, minho rumo à sua eliminação deve anunciada no início de 2016, foram começar com seriedade. Os Princí-
pios Prioritários da Indústria são os seguintes: • Todo os trabalhadores devem ter liberdade de movimentos. A capacidade dos trabalhadores de circular livremente não deve ser inibida pelo seu empregador. • Nenhum trabalhador deve pagar por um emprego. As taxas e os custos associados ao recrutamento e ao emprego devem ser pagos pelo empregador. • Nenhum trabalhador deve ser coagido a trabalhar. Os trabalhadores devem trabalhar livremente, cientes dos termos e condições do seu trabalho e pagos regularmente como acordado. De acordo com o CGF, a Resolução de Trabalho Forçado do CGF tem sido bem acolhida por uma vasta gama de agentes, nomeadamente a Oxfam e a Organização Internacional do Trabalho. Esta receção leva o conselho a acreditar que outras partes interessadas venham a seguir a mesma abordagem.
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Food & Nutrition Awards
Inovação com ADN nacional Estimular a inovação no sector agroalimentar. Este é o foco dos Food & Nutrition Awards, de cuja sétima edição se sagraram vencedores o projeto Nutrimento, a marca Fruut, as embalagens Rose4pack e o produto Pato Real NutriMinuto, cujos responsáveis testemunham nas páginas seguintes o valor da inovação. O mesmo faz o cofundador da Movelife, o software de informação nutricional que conquistou o troféu Inovação em 2015 e que pretende reforçar a presença na distribuição alimentar na convicção de que essa é uma exigência do consumidor. E em entrevista, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas faz o balanço de sete edições desta iniciativa conjunta com a consultora GCI.
Um concurso que acrescenta valor célia craveiro
Credibilizar a iniciativa, projeto ou produto vencedor, incentivando a novos desenvolvimentos e a mais inovação. São méritos dos Food & Nutrition Awards, nas palavras de Célia Craveiro, presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas.
Store Magazine | Que balanço faz dos Food & Nutrition Awards 2016? Célia Craveiro | Pelo 7.º ano consecutivo, o concurso revelou ser um sucesso, espelhado pelo número de candidaturas, parceiros e número de pessoas presentes na cerimónia
de entrega dos prémios. O Food & Nutrition Awards é já reconhecido como um concurso de referência, onde os candidatos procuram uma distinção para poder acrescentar valor aos seus projetos, iniciativas ou produtos. - 30 STORE 2016 -
Store | Como reinventam o evento ano após ano? CC | Procura-se inovar com base naquilo que são os resultados de ano para ano. É o exercício que se faz, por exemplo, ao nível da gestão das categorias. No ano anterior encerrámos
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uma categoria – Serviço Inovação – e em 2016 criámos uma nova – Sustentabilidade Alimentar – que se traduziu num sucesso, pois recebemos inúmeras candidaturas. Procuramos, sobretudo, acompanhar as tendências existentes na área de abrangência das ciências da nutrição. Store | Qual a importância dos prémios para o desenvolvimento e inovação do setor agroalimentar? CC | Ao distinguirmos os melhores trabalhos apresentados em cada uma das categorias temos noção de que estamos a auxiliar na credibilização da iniciativa, projeto ou produto vencedor, pelo que acreditamos que, dessa forma, poderemos incentivar a novos desenvolvimentos e ainda mais inovação no setor. Temos inclusivamente histórico disso no concurso. Determinados vencedores, movidos pela distinção que receberam, sentiram-se impelidos a dar continuidade aos trabalhos iniciados, inovando e desenvol-
vendo novas vertentes para concorrem novamente ao concurso. Além disso, este concurso serve ainda como uma boa forma de fazer um levantamento dos diversos projetos, iniciativas e produtos que temos em Portugal. No site da iniciativa, é possível consultar as listagens de finalistas de cada edição, o que nos dá essa perspetiva. Store | Equacionam adicionar outras categorias aos Food & Nutrition Awards? Porquê? E se sim, quais? CC | Nesta fase, ainda não temos essa informação devidamente trabalhada para a poder partilhar. Mas a evolução de um concurso desta natureza exige que haja uma constante reciclagem das categorias, de forma a acompanhar a evolução do setor e tornar-se, assim, atrativo. A história deste concurso conta isso mesmo. As categorias da primeira edição são bastante diferentes das categorias de 2016, por exemplo.
Store | Quais as vantagens para os investigadores, marcas, empresas e empreendedores que participam nos Food & Nutrition Awards? CC | O principal objetivo de concorrem é ganhar, pelo que a principal vantagem será obterem essa distinção – galardão ou menção honrosa, sendo que depois poderão usar essa informação na sua comunicação, através do uso de um selo próprio para o efeito.
“Procuramos, sobretudo, acompanhar as tendências existentes na área de abrangência das ciências da nutrição”
Transformar a “fruta feia” em snacks saudáveis com defeitos na casca e de calibres reduzidos, e que garantiram ao grupo um Food & Nutrition Award na categoria “Sustentabilidade Alimentar”. “É um reconhecimento muito importante para o nosso percurso. Mas acima de tudo traz-nos responsabilidade de fazermos cada vez melhor e de nunca nos desviarmos dos compromissos que assumimos desde o primeiro dia e que passam pela melhoria dos hábitos alimentares e para um mundo sustentável”, reflete Filipe Simões, diretor executivo da Frueat. De facto, em três anos, a Fruut já conseguiu aproveitar mais de 13 milhões de peças de fruta. E, só em 2016, estima-se que serão vendidas mais de 1,5 milhões de emfilipe simões balagens que combatem “ombro a ombro” com os alimentos salgados, açucarados ou fritos presentes nos É a isso que se propõe a Fruut, lineares dos supermercados, gasolimarca de snacks de fruta desi- neiras, cinemas e máquinas de vendratada pertencente à Frueat. da automática, enumera o responSnacks esses que são confecio- sável, que encara o produto como a nados a partir de fruta nacional, antecipação de uma tendência. “Re- 31 STORE 2016 -
lembro que se tratava de uma família de produto completamente nova e estranha aos portugueses, sem qualquer hábito de consumo. As pessoas pura e simplesmente não sabiam o que era fruta desidratada”, comenta Filipe Simões, acrescentando que, em termos numéricos, “a marca cresce todos os anos a ritmos superiores a dois dígitos”. A inovação do produto não está, por enquanto, no topo da lista de tarefas: “Em primeiro lugar estão as pessoas e só depois os produtos. Não somos uma empresa de laboratório, mas sim uma empresa virada completamente para o mercado. Não nos interessa investir dezenas de milhares de euros num produto que é completamente inovador, mas que na prática não acrescenta nada à vida das pessoas”, defende o diretor executivo da Frueat. Para 2017, a Fruut vai apostar na divulgação da marca e tem em carteira duas novas linhas de produto.
Food & Nutrition Awards
Receitas nutritivas e práticas com selo DGS
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito da missão de “aumentar a literacia alimentar e nutricional e a capacitação dos cidadãos de diferentes estratos socioeconómicos e etários, para as escolhas e práticas alimentares saudáveis
e o incentivo de boas práticas sobre a rotulagem, publicidade e marketing a produtos alimentares”, desenvolveu o projeto Nutrimento. Trata-se de um conjunto de vídeos, com uma duração aproximada de um minuto, que incluem receitas saudáveis, simples e práticas que podem ser facilmente reproduzidas e partilhadas. E o resultado garantiu um Food & Nutrition Award 2016, na categoria “Iniciativa de Mobilização”, o qual, para o diretor do PNPAS, Pedro Graça, simboliza o reconhecimento da “estratégia digital para promover a alimentação saudável em Portugal”, conduzida pelo programa. Sem avabçar números, comenta que os vídeos têm registado “milhares de descarregamentos”. “E acima de tudo têm trazido muita gente para conteúdos mais densos no interior do blogue Nutrimento ou no nosso site da DGS”, acrescenta. A diferença, comparativa-
mente a outros blogues ou canais dedicados à nutrição, está na qualidade dos conteúdos. “Existe muita informação sobre nutrição na rede digital, mas muita dela esconde interesses comerciais, mais ou menos encobertos por capas de responsabilidade social. Ou má qualidade. Ou ainda uma repetição de conteúdos semi copiados. Tudo isto origina pouca credibilidade para o cidadão”, sustenta. Quanto a planos para a rentabilização do projeto, como por exemplo passar do digital para a televisão, o diretor do PNPAS refere que a equipa trabalha com recursos mínimos e imaginação máxima: “Infelizmente, e como tenho dito, as alfaces não têm lóbi”. Contudo, conta com a ajuda de cadeias da grande distribuição e de organizações mão governamentais para passar a mensagem.
Prolongar o tempo de vida útil dos alimentos
ana teresa sanches silva
O projeto Rose4Pack, premiado nos Food & Nutrition Awards 2016 na categoria “Investigação e Desenvolvimento,” é o acrónimo de embalagem biodegradável ativa com extrato de alecrim (Rosma-
rinus officinalis L.). A ideia partiu da investigadora Ana Teresa Sanches Silva e visou desenvolver e avaliar a eficácia de uma nova embalagem alimentar ativa, que incorpora extrato de alecrim, o qual é aprovado como aditivo alimentar e é também antioxidante. Deste modo, evita-se, ou pelo menos atrasa-se, a oxidação lipídica, aumentando o prazo de validade dos alimentos embalados. Paralelamente, a Rose4Pack contribui para a proteção da saúde dos consumidores, porque permite a ingestão de alimentos mais seguros durante mais tempo, bem como a redução, e possível isenção, de conservantes. A alteração na mentalidade quer dos consumidores, quer da indústria, nomeadamente alimentar e das embalagens, foi um dos fatores que motivou Ana Teresa Sanches Silva a apostar na Rose4Pack: “Os consumidores estão cada vez mais informados e ‘exigem’ alimentos de maior qualidade - 32 STORE 2016 -
e mais seguros. Daí que haja uma necessidade de desenvolver novas embalagens, nomeadamente embalagens ativas, que permitam obter alimentos com estas características”. A Rose4Pack encontra-se em processo de registo de patente nacional, pelo que ainda não existe previsão de quando chegará ao mercado. E, na ótica da investigadora premiada, o investimento em inovação no sector agroalimentar é do interesse da própria indústria. “A indústria alimentar está atenta a novas tendências e muito interessada em desenvolver produtos diferenciadores que zelem pela saúde dos seus consumidores, pelo que é fundamental haver um maior investimento em investigação no sector agroalimentar. Por este motivo, é importante o reforço de consórcios entre a indústria e unidades de investigação e desenvolvimento”, conclui.
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Valorizar um recurso nacional e tradicional
É a segunda vez que a Pato Real NutriMinuto arrecada o prémio “Produto Inovação”, o que, diz a diretora de Marketing e Comunicação, Carolina Morgado Preve, constitui “um reconhecimento extremamente importante para a marca”, aumentando a notoriedade e a premiando o trabalho de investigação desenvolvido com o objetivo de valorizar um recurso nacional e tradicional como o arroz carolino. Este galardão – acrescenta – “reforça a componente nutricional de um produto pronto-a-comer e por vezes, erradamente, considerado pouco saudável”, Reforça igualmente o posicionamento da marca no segmento de saúde passiva, uma vez que, pelas suas características intrínsecas e pela naturalidade do processo pro-
dutivo, é um produto inerentemente saudável adequado a uma dieta saudável, equilibrada e isenta de glúten. Vencer em 2015, foi um incentivo para continuar a inovar, apostando na conveniência – facilidade e tempo de preparação – associada a benefícios nutricionais. Em consequência, a Pato Real lançou uma nova gama, “com maior riqueza nutricional à base de arroz integral e outros ingredientes inerentemente saudáveis pelo seu teor em fibras, vitaminas, minerais, fitonutrientes e antioxidantes naturais” – a Pato Real NutriMinuto, que viria a ser distinguida nesta última edição. Explica Carolina Preve que “a ideia foi criar produtos saborosos e convenientes à base de arroz carolino, com benefícios nutricionais naturalmente inerentes aos ingredientes ou que resultem da complementaridade entre si. Assim, optou-se por usar carolino integral, por apresentar maior valor nutricional e maiores ganhos de conveniência na preparação face ao branqueado, e enriquecê-lo com outros (pseudo) cereais, sementes e vegetais que, para além de complementar o perfil nutricional do arroz, são isentos de glúten, aptos a dieta vegetariana e suficiente-
mente originais para suscitar interesse do consumidor”. A empresa está já a colher os benefícios dos prémios: o arroz integral Pato Real Minuto está distribuído na maioria dos clientes da marca; enquanto o vencedor deste ano começa a dar os primeiros passos, mas conseguiu entretanto integrar o linear de alimentação saudável do El Corte Inglés e é “Escolha do Chef José Avillez”, na Mercearia do Bairro. “Acreditamos que este prémio atribuído pela Associação Portuguesa dos Nutricionistas reforçará os argumentos de venda de Pato Real NutriMinuto junto do cliente e o credibilizará junto do consumidor”, comenta a diretora de Marketing. Na ótica da Pato Real, a inovação é crítica para o sector alimentar. Em primeiro lugar, porque, sendo um sector de margens de negócio extremamente baixas, é preciso constantemente adicionar valor com novos produtos e minimizar custos. Por outro lado, estando o mercado em constante evolução, as necessidades e preferências vão também mudando, podendo tornar produtos obsoletos num tempo cada vez mais curto.
Movelife quer ser parceira da distribuição
ricardo batista
O software nutricional Movelife conquistou, em 2015, o prémio Inovação dos Food & Nutrition Awards. Com parcerias já estabelecidas com a indústria alimentar e com o canal Horeca, procura agora trabalhar com as empresas da distribuição alimentar. Segundo o cofundador, Ricardo Baptista, trata-se de corresponder ao novo quadro de exigências, colocado por regulamentos europeus mas também pelos próprios consumidores.
Store Magazine | Qual a mais-valia de um software nutricional para as empresas do setor alimentar? Ricardo Baptista | A Movelife tem como objetivo proporcionar soluções tecnológicas que possibilitam aos diversos setores de atividade do canal HORECA e da indústria ali-
mentar obter conhecimento nutricional da sua oferta alimentar e disponibilizar essa informação aos seus clientes e consumidores. O software nutricional Movelife permite às empresas do setor alimentar fazer face às exigências legais que decorrem do Regulamento (EU) n.º 1169/2011 e do - 33 STORE 2016 -
recente Decreto-Lei n.º 26/2016. Identifica e monitoriza automaticamente os 14 alergénios obrigatórios, efetua a avaliação nutricional de cada receita ou produto, gera ementas, rótulos e fichas técnicas da receita e do produto com a informação analisada. Permite igualmente uma gestão de custos.
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Store | Desde a criação da empresa, de que modo tem evoluído o software? RB | Desde o lançamento temos apostado na melhoria contínua do software, face ao feedback constante que vamos obtendo dos nossos utilizadores/parceiros/clientes, o que nos tem levado a efetuar novas atualizações e a evoluir para novas áreas ou setores. A Movelife foi lançada inicialmente como uma solução direcionada para os estabelecimentos do canal HORECA. Com a evolução do mercado, verificámos a necessidade de adaptar a solução às empresas de segurança alimentar, aos seus técnicos, aos engenheiros alimentares e nutricionistas, uma vez que a Movelife se revelou uma ferramenta essencial O foco da Movelife é reduzir tra- claração nutricional nos seus pro- para o desenvolvimento e rentabilibalho e custos, garantindo uma se- dutos. Recentemente, foi lançada zação do seu trabalho no âmbito da gurança na gestão e atualização da a versão Movelife & Indústria, que segurança alimentar. informação disponível para o con- possibilita aos pequenos produto- Recentemente, lançámos a versão sumidor. Disponibiliza a declaração res efetuar a avaliação nutricional para indústria alimentar. A entranutricional às diversas entidades do a baixo custo, bem como reduzir o da nesta nova área foi uma evolusector alimentar, com o objetivo de extenso trabalho na elaboração das ção natural face às dificuldades proteger a saúde e bem-estar dos fichas técnicas e na criação dos ró- sentidas pelo sector em cumprir as consumidores e garantir o direito à tulos para os seus produtos, possi- exigências legais. Assim, a Moveliinformação. bilitando-lhes cumprir facilmente as fe torna-se naturalmente a solução exigências legais. adequada e a que pode responder Store | Em que medida as emprede imediato às necessidades de sas do retalho e distribuição podem Store | E os consumidores valorizam qualquer uma das empresas do secbeneficiar? a informação nutricional? tor alimentar no que se refere ao RB | O benefício é mútuo e diverso. RB | Cada vez mais os portugueses cumprimento das disposições leA informação que está a ser agrega- se preocupam com a sua saúde e em gais sobre a identificação de alergéda no software Movelife advém dos manter-se informados. Não só valori- nios e avaliação nutricional. produtos que estão a ser distribuídos zam a informação nutricional, como nos setores do retalho e distribuição. também exigem que esta seja mais Store | A Movelife venceu um préEstes produtos alimentares podem já completa e detalhada. No desenvol- mio de ideias da ANJE, em 2013, ter sido analisados pelo software nu- vimento da solução Movelife, efe- e o prémio Inovação dos Food & tricional Movelife, permitindo que os tuámos um estudo que nos permitiu Nutrition Awards, em 2015. Qual o produtores possam facilmente forne- aferir e confirmar o interesse do con- impacto desses prémios na prática? cer fichas técnicas e rótulos credíveis sumidor em conhecer a composição RB | Os prémios vêm dar reconhedos seus produtos em conformidade nutricional das refeições consumidas cimento a todo o trabalho que decom as exigências legais. Consequen- nos estabelecimentos que visitam. senvolvemos e prestígio ao projeto temente, permitirá que as empresas pela sua exposição mediática, motide retalho e distribuição comuni- Store | Além da parceria com a Ma- vando-nos para fazer mais e melhor. quem e facultem prontamente infor- kro, estão em vigor ou previstas par- O prémio de ideias da ANJE foi o mações aos seus clientes. cerias com outras empresas da dis- impulsionador do projeto e, dois Da mesma forma, com estas parce- tribuição, sejam retalhistas, sejam anos depois, ganhar o prémio Inorias, a Movelife chega diretamente grossistas? vação dos Food & Nutrition Awards ao público-alvo com o apoio reco- RB | Estamos a trabalhar diariamente trouxe visibilidade e credibilidade à nhecido pelas próprias marcas. com esse intuito, procurando que a marca. Face ao Regulamento (EU) n.º Movelife seja, a curto prazo, parcei- A evolução da Movelife e a procura 1169/2011, os produtores, em paralelo ra das demais entidades nacionais em responder às necessidades do com a atual identificação de alergé- de distribuição e que a nossa marca sector alimentar dá-nos a certeza e nios, a partir de dezembro de 2016 esteja presente no maior número de a convicção de que estamos no casão obrigados a disponibilizar a de- empresas do sector alimentar. minho certo. - 34 STORE 2016 -
Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce
O MAIOR NÚMERO DE CANDIDATURAS DE SEMPRE Madalena da Luz Costa e Ricardo Ladeira Carvalho
“O meu livro tem bicho” é o vencedor da 3.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce, uma iniciativa que visa descobrir novos talentos na escrita e na ilustração, mas também cativar as crianças portuguesas para a leitura.
O MEU LIVRO TEM BICHO
a,
Cultura
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OMEU LIVRO
TEM
BICHO Madalena da Luz Costa Ricardo Ladeira Carvalho
Madalena da Luz Costa e Ricardo Ladeira de Carvalho foram os vencedores da 3.ª edição do Prémio de Literatura Infantil lançado pelo Pingo Doce, nas categorias de texto e de ilustração, respetivamente. “A qualidade e as inúmeras candidaturas que, pelo terceiro ano consecutivo, recebemos são um importante incentivo para continuar o trabalho desenvolvido na categoria de livros infantojuvenis”, comenta a diretora-geral do Pingo Doce, Isabel Pinto, após a seleção dos dois autores de entre mais de 2.500 candidaturas provenientes de norte a sul do país. “Este ano recebemos o maior número de candidaturas de sempre, em ambas as categorias”, reforça a presidente do Júri, Zita Seabra, acrescentando que, por isso, a escolha dos vencedores não foi “tarefa fácil”. “A história vencedora tem humor e consegue falar da necessidade que todos os pais sentem de criar hábitos de leitura nos filhos com uma graça e leveza contagiantes”, justifica Zita Seabra, responsável, em conjunto com Eduardo Sá, Isabel Stilwell, Isa-
bel Zambujal e Sara Miranda, pela escolha do texto “O meu livro tem bicho” de Madalena da Luz Costa. Com 21 anos, é a mais jovem vencedora das três edições. É lisboeta, licenciou-se em Ciências da Cultura, está a frequentar o Mestrado em Ciências da Comunicação e desde nova optou pelas letras: “Desde pequena que sou viciada em ler e que gosto de escrever histórias e de as ilustrar, mas sempre as guardei para mim. Penso neste prémio como uma forma de, finalmente, partilhar uma dessas histórias”, partilha. Já Ricardo Ladeira de Carvalho, vencedor da categoria de ilustração, explica o que o levou a participar no concurso pela segunda vez: “Ter a liberdade de ilustrar personagens que são fruto do imaginário da autora, como é o caso do ‘bichinho-da-leitura’, representou um desafio que me entusiasmou muito”. A categoria contou com Zita Seabra, Inês Moura Paes, Pedro Sousa Pereira, Susana Oliveira e Sara Miranda no júri. “A ilustração destacou-se das restantes candidaturas pela criatividade que imprimiu na interpretação da história e das personagens, especialmente do bicho Artur”, explica Zita Seabra. Nascido no Porto, Ricardo Ladeira de Carvalho tem 24 anos e é freelancer na área de pintura, desenho e escultura. Licenciou-se em Arte e Design pela Escola Superior de Educação de Coimbra e tem participado em exposições coletivas e individuais. “O meu livro tem bicho” está disponível nas mais de 400 lojas Pingo Doce e junta-se aos vencedores das últimas duas edições do concurso, “Orlando, o Caracol Apaixonado” (2015) e “De - 35 STORE 2016 -
Madalena da Luz Costa escreveu
Ricardo Ladeira de Carvalho ilustrou
onde vêm as Bruxas?” (2014), que, em conjunto, já venderam mais de 20.000 unidades. O Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce é uma iniciativa anual que pretende contribuir para a promoção e difusão da literatura infantil e para a identificação de novos talentos nas áreas da literatura e design gráfico e ilustração, reconhecendo obras originais, de autores sem livros publicados, que incentivem o gosto pela leitura das crianças portuguesas.
Tendência
Näraffär: um supermercado no smartphone Um smartphone e um bank ID. Estes são os únicos itens que os clientes do supermercado Näraffär, em Viken (Suécia), precisam para realizar as suas compras. Uma loja aberta 24 horas, todos os dias, e que pretende colmatar uma necessidade comum às zonas mais rurais: a conveniência.
Na Suécia, mais concretamente na vila de Viken, foi criado um novo modelo de loja de conveniência, a Näraffär. Com 50 m2, 450 artigos distintos (com exceção de tabaco, medicamentos e bebidas alcoólicas) e 8 mil itens no total, este supermercado está aberto 24 horas, todos os dias, e distingue-se de todos os outros porque não tem funcionários: o processo de compra é totalmente efetuado via smartphone. A ideia partiu de Robert Ilijason – que conta com mais de 20 anos de experiência nas áreas de Tecnologias de Informação (TI) e consultoria – depois se ter mudado de uma grande cidade para a pequena vila de Viken com a namorada, quando estavam à espera do primeiro filho. Um dia, quando tomava conta do bebé, deixou cair o último boião de comida que havia em casa e percebeu que na localidade não havia nenhuma loja aberta e que, em consequência, a solução estava a 20 minutos de carro. Depois desse incidente, começou a idealizar a abertura de um supermercado de conveniência. Porém, refere, em declarações à Store Ma-
gazine, “o principal problema para quem quer abrir este tipo de lojas é o custo financeiro. Ter pessoas a trabalhar toda a noite é demasiado dispendioso”. E por isso decidiu recorrer à tecnologia para suprimir a necessidade de ter funcionários. Contudo, para transformar a ideia num espaço real, o empreendedor precisava de assegurar quatro pontos: a identificação dos clientes para a entrada na loja, o processo de compra, o método de pagamento e a segurança do espaço, de modo a garantir que os consumidores efetivamente pagavam os itens adquiridos. A primeira “dificuldade” foi resolvida com o recurso ao bank ID dos consumidores, isto é, o cliente faz o download da aplicação Näraffär, regista-se com o bank ID e, para abrir a porta do supermercado, bas- 36 STORE 2016 -
ta deslizar o dedo no ecrã do smartphone. Uma vez no interior da loja, a app transforma-se automaticamente num scanner de códigos de barras. “Grande parte dos kits para programadores de smartphones tem API que reconhecem códigos de barras. Basta ativá-los, para que as pessoas possam fazer compras com o smartphone”, esclarece Robert Ilijason. Quanto às opções de pagamento, o fundador da Näraffär pensou inicialmente no recurso aos cartões de crédito e na app bancária sueca Swish. Acabou por optar por uma solução invoice, isto é, após o cliente terminar a compra e aceder a uma lista dos itens adquiridos, só precisa carregar num botão de confirmação e sair do estabelecimento. A fatura é enviada 30 dias depois. Por fim, no que à segurança diz respeito, Robert Ilijason
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decidiu-se pela instalação de câmaras de vigilância que cobrem toda o espaço, inclusive as prateleiras. “A cada dez minutos é tirada uma fotografia ao inventário, dividida em segmentos, para verificar o stock e perceber se houve alterações. Se assim for, o sistema retém essa informação, analisa quem esteve presente na loja e envia-me os vídeos”, descreve o empresário. No final da semana, se as contas não corresponderem ao inventário, os vídeos são visualizados para perceber quem se apropriou do produto em falta. E, apesar de não existirem quaisquer funcionários, os clientes dispõem de um serviço de call center, via chamada ou através da aplicação, para que possam pedir apoio. Já o fornecimento é assegurado pelo grossista sueco Menigo e por fornecedores locais. Ainda que a internacionalização da Näraffär não esteja nos planos, Robert Ilijason conta que nos primeiros meses recebeu centenas de emails de vários pontos do globo. “Vou tentar encontrar uma forma de ajudá-los, para que possam criar algo semelhante nos seus países. Há tantas áreas rurais que poderiam beneficiar com esta tecnologia”, afirma, ressalvando que “não há nada no conceito central que diga que só pode ser aplicado a vilas ou aldeias. Nas cidades, este tipo de comércio também seria viável”. Por agora, o foco está na expansão local, estando prevista a abertura de duas a três novas lojas no país, assim como a implementação de melhorias, tais como um acesso ao supermercado ainda mais facilitado,
A “desumanização” do retalho Para o fundador do Näraffär, a “desumanização” no comércio a retalho é uma questão ambivalente. Na opinião de Robert Ilijason, as soluções desumanizadas tornar-se -ão generalizadas nos próximos 10 anos, porém esse fenómeno não afastará os humanos do retalho. O uso deste tipo de tecnologia será apenas um apoio ao comerciante e poderá acrescentar valor ao negócio. O empresário sueco dá um exemplo: “Recentemente estive checkout mais rápido, introdução do serviço de click & collect e integração de outros métodos de pagamento. No âmbito da segurança, o criador da Näraffär pretende instalar câmaras mais inteligentes, que reconhecerão a quantidade de itens presentes nas prateleiras, o que lhe permitirá fazer uma verificação do inventário em tempo real. Um dos desafios ao desenvolvimento prende-se com a dimensão da loja: “Sendo a loja de pequenas dimensões e existindo dois hipermercados nas redondezas, os níveis de vendas ainda são baixos, situando-se as médias diárias nos 100 euros, com visitas de 10 a 20 clientes por dia”. Quanto a potenciais clientes que não possuem smartphone ou que não estão tão familiarizados com o uso de tecnologias, Robert Ilijason espera ter uma solução em breve.
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numa sapataria. Gostei de um modelo, no entanto o tamanho que eu queria não estava disponível para experimentar. A funcionária estava demasiado ocupada na caixa para me ajudar, por isso acabei por ir embora já que estava na minha pausa de almoço. Se a finalização da compra fosse feita pelo cliente, com a tecnologia, ela poderia passar mais tempo a aconselhar e auxiliar os outros clientes”, explica.
Robert Ilijason Licenciado em Economia, conta com mais de 20 anos de experiência na área das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). Trabalhou como consultor em empresas como a Sigma Exallon e a B3IT. Integra os quadros do departamento de TI do IKEA desde 2008, também no âmbito da consultoria, tendo desempenhado funções de Application DBA Business Intelligence, Business Intelligence Tech Lead, Project Leader e, atualmente, de Service Operation Owner. Em setembro de 2015 fundou o supermercado Näraffär.
estratégia
La Redoute reinventa negócio Investimento em visibilidade, meios digitais e comodidade para o cliente. Estes são, segundo Paulo Pinto, CEO da La Redoute para Portugal e Espanha, os vetores estratégicos da insígnia para o mercado português e que visam não só o desenvolvimento do negócio, mas também a inversão da tendência de crise, e consequente quebra das vendas, que verificou nos últimos anos. Para a La Redoute, insígnia de retalho a catálogo, o mercado português é estratégico. Prova disso é o facto de ser um dos 18 países onde existe uma filial (num total de 27 mercados), situada em Leiria e considerada “uma estrutura operativa importante” com 153 colaboradores, como salienta o CEO ibérico, Paulo Pinto. Não obstante, nos últimos anos, o mercado português foi penalizador para a insígnia: entre 2014 e 2015, as vendas diminuíram 4%. Com o aparecimento da crise económica, “as pessoas passaram a comprar, cada vez mais, em função das suas necessidades e não dos seus impulsos”, justifica Paulo Pinto. Perante esse clima, a La Redoute sentiu necessidade de se reinventar, investindo em visibilidade, para atrair mais clientes, e, ainda, na digitalização
do negócio. “A La Redoute sempre foi conotada como uma empresa com catálogo, mas neste momento desinvestimos do papel para investir mais no digital e televisão. E reforçou-se também o posicionamento da marca e da qualidade da roupa que nós comercializamos”, enumera o CEO ibérico. Porém, não foi apenas a retração do consumo a ditar esta evolução: também a chamada fast fashion, anterior à crise, teve influência. Desencadeada por insígnias como a Zara e a H&M, esta é uma tendência que se caracteriza por uma rotação de coleções muito elevada. Difícil para uma insígnia por catálogo, um formato demasiado estático para acompanhar o novo ritmo: “Uma coleção de verão antigamente via-se logo em janeiro e, hoje em dia, vê-se mas de uma forma mais suave. - 38 STORE 2016 -
As pessoas só vão começar a comprar roupa de verão a partir de abril, quando o tempo melhora”, elucida Paulo Pinto. O segundo aspeto que conduziu à alteração da estratégia de atuação da La Redoute no mercado português prende-se com a evolução do consumidor, que “passou a estar muito mais informado, a ter muito mais poder, a influenciar muito mais”. E é mais digital, com o catálogo a não permitir nomeadamente conquistar as gerações mais novas que estão continuamente conectadas. Feita a inflexão na estratégia, atesta o CEO que o digital corresponde já a 80% da totalidade das vendas efetuadas em Portugal. Também no processo de entrega de encomendas, a La Redoute sofreu alterações. Conta Paulo Pinto que a insígnia tinha uma rede privada própria que
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O conceito Madame Em abril, a La Redoute decidiu criar uma insígnia que abrange toda a moda e calçado feminino: a La Redoute Madame. Explica Paulo Pinto que dentro da companhia já havia sido criada uma unidade de negócio para a área de decoração (La Redoute Intérieurs), porém havia a necessidade de criar uma identidade para o têxtil. “A La Redoute Madame é o conceito de comunicação que permite especificar os valores que a marca tem. Essa nova identidade vai permitir uma melhor leitura do nosso produto no segmento de e-commerce, porque nós somos especialistas, como dizemos, do ‘estilo à francesa’, e destacando três conceitos: a criação, a seleção e a distribuição”, esclarece o CEO ibérico. Outro dos eixos estratégicos da nova insígnia passa por contar histórias sobre os vários estilos de mulher, mostrando que a La
Redoute Madame tem as roupas mais adequadas para o público feminino, tanto para o ambiente de trabalho, como de fim-de-semana, por exemplo. Em Portugal, a marca introduziu looks como a Madame Flower Summer, a Madame Fashion Madness, a Madame Riviera Francesa, a Madame Indecisa, a Madame ao sabor do vento e a Madame com pinta, convidando as portuguesas a descobrir qual é a Madame que combina com elas, através de um questionário. No âmbito de promoção, a La Redoute Madame trabalhou com bloggers portuguesas, nomeadamente Ana Lice do “Mini-Saia”, que levou a Paris para apresentar o conceito, Ana Gomes do blogue “A Melhor Amiga da Barbie” e Cátia Dias e Margarida Almeida do “Style it up”, sendo que estas três últimas são embaixadoras oficiais da nova marca. - 39 STORE 2016 -
foi, posteriormente, vendida à Chronopost, que a melhorou e modernizou. Assim surgiram os pick-up points, isto é, pontos de recolha de encomendas com horários alargados – onde são efetuadas 70% do total de entregas – e que permitem “uma comodidade ao consumidor para ele ir levantar a sua encomenda quando achar conveniente, sem que isso cause qualquer transtorno na sua gestão diária”. No total, são 420 os pontos de recolha em território nacional, aos quais se somam 222 lavandarias 5 à Sec e 105 papelarias, que fazem parte da rede Pick Me, também pertencente à Chronopost. Quanto a objetivos para o mercado português, nomeadamente no que respeita à abertura de lojas físicas, este passo não será, por enquanto, equacionado pela La Redoute. Porém, em Paris, a marca abriu uma unidade La Redoute Intérieurs. “A decoração é algo que, de facto, pesa muito nas nossas vendas. Estamos a arrancar com um projeto-piloto em Paris e se os resultados forem bons, quem sabe o dia de amanhã”, comenta Paulo Pinto acerca da possibilidade de importar o conceito para Portugal, reforçando embora que o investimento em lojas do segmento têxtil “é pouco provável”.
Do catálogo ao mobile Em 2016, a La Redoute estreouse no mercado das aplicações móveis, com uma solução que estabelece uma ligação entre os catálogos de coleções e o site de e-commerce, mediante a introdução da opção Scan & Buy. Esta funcionalidade permite aceder diretamente aos detalhes de um produto, passando apenas o smartphone sobre a página de interesse. Compatível com qualquer smartphone com sistema operativo iOS ou Android, a app da La Redoute possibilita ainda pesquisar e encomendar roupa e artigos de decoração quando e onde se quiser, receber ofertas personalizadas, consultar lookbooks e gerir a conta cliente.
Tendências
O que vale dezembro para o retalho alimentar? O mês de dezembro continua a ser o período do ano mais importante para as vendas no retalho alimentar, representando cerca de 9% do total. E os hipermercados acolhem uma fatia crescente do consumo, ainda que os supermercados dominem. São conclusões de um estudo da Nielsen para o mercado português. É nas duas semanas anteriores ao Natal que se regista o maior pico de vendas no retalho alimentar, sendo que, no seu conjunto, o mês de dezembro é o período do ano mais importante para o sector. A conclusão é da Nielsen, que estudou a evolução das vendas entre 2014 e 2016. E o que verificou foi que se registou um crescimento de 3% entre esses anos, sendo que nesta altura intensificou-se igualmente o esforço promocional, com as vendas em valor com promoção a subirem 14%. É nos supermercados que se concentra a maior fatia do consumo, mas os consumidores estão a aumentar as compras em hipermercados, que, de acordo com este estudo, disputam espaço às lojas ditas tradicionais. Este crescimento dos hipers deve-se à conquista de novos lares compradores, mas também ao aumento da cesta média – na ordem dos seis euros, entre os dois períodos em análise. Há categorias para as quais este é mesmo o período em que registam maior percentagem de vendas. É o caso dos bombons e das figuras de chocolate, em que o Natal de 2015 representou 63% e 42% das vendas, respetivamente. Mas
também é o caso dos perfumes, que cresceram 6% face a 2014, tendo sido mesmo a categoria que mais cresceu. Licores, vinho do Porto, whisky, espumante e, claro, bacalhau seco são outras categorias com bom desempenho nesta época. Já os frutos secos viram o Natal perder impacto nas vendas, uma vez que passaram a ser consumidos ao longo do ano. Ainda assim, esta altura do ano representa 19% das vendas. Quanto ao bacalhau, o alimento que está presente na maioria dos lares portugueses, tem registado alguma evolução no consumo, com o seco a representar 90% das vendas natalícias, mas com o congelado a apresentar uma dinâmica de crescimento. Em dezembro do ano passado, cresceu mesmo 7% face a 2014, enquanto o seco decaiu 6%. A conveniência e a forte atividade promocional poderão explicar esta tendência. Esta é também uma época alta para as bebidas alcoólicas, com o vinho a representar quase metade (48%) das vendas da categoria no Natal de 2015, seguindo-se o whisky, o espumante e o vinho do Porto. Mas o gin também está a entrar nas preferências: o peso do - 40 STORE 2016 -
mês de dezembro no negócio é de apenas 6%, mas o ano passado assistiu-se a um crescimento em volume de 117% (aqui por comparação com 2013). Aliás, só o gin e o vinho cresceram no Natal passado. No caso dos vinhos, segundo a Nielsen, a explicação está, mais uma vez, nas promoções, que justificam uma maior procura de marcas mais caras. Já na categoria dos perfumes, a dinâmica é muito explicada pelas chamadas “equivalências” (58% no Natal versus 23% no total do ano), mas também pelos produtos para criança (42% no Natal versus 12% no total do ano), aqui devido ao apelo das embalagens com as personagens infantis mais mediáticas. E no final do ano? O consumo muda, com o marisco a substituir o bacalhau e apresentar uma dinâmica positiva de 10%, face a 4% no total do ano. Nas bebidas, destaca-se o espumante, que chama a si 23% das vendas em valor das bebidas alcoólicas neste período. Face a estes resultados, e num cenário de recuperação das vendas de bens de grande consumo e com um shopper mais confiante, a Nielsen manifesta a convicção de que o Natal de 2016 continuará a ser sinónimo de crescimento.
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Experiência de consumo omnicanal
Online vs loja física: para onde pesa a balança? Os consumidores portugueses continuam fiéis às lojas físicas. Pelo menos na hora de comprar. Porque para acederem a informação preferem a Internet. São tendências identificadas no estudo de Natal da Deloitte. É um facto que o digital tem vindo a assumir uma importância crescente nos hábitos dos consumidores e os portugueses não são exceção. Contudo, o que se verifica é que o online é, sobretudo, fonte de informação, com os consumidores a recorrerem à Internet para procurar ideias, obter conselhos e comparar preços. Na altura do Natal esta tendência confirma-se, de acordo com o estudo desenvolvido pela consultora Deloitte em nove países europeus, envolvendo um total de 6.580 inquiridos, 760 dos quais portugueses. Mas, uma vez na posse da informação, é às lojas físicas que os portugueses rumam maioritariamente.E mesmo relativamente aos canais digitais, são as lojas online dos retalhistas tradicionais – os mesmos que possuem lojas físicas – que recolhem as preferências dos consumidores nacionais. É aí que pesquisam
e comparam produtos das categorias de videojogos, música, material informático, dispositivos móveis, moda e livros. Já para as demais categorias, os motores de busca são a primeira opção. Menos valorizados parecem ser os fóruns e blogues. Pelo menos para encontrar presentes de Natal. As redes sociais também entram nesta dinâmica de pesquisa, com os consumidores inquiridos a utilizá-las em busca de inspiração nas categorias de brinquedos, atividades de lazer, artigos para casa e livros ou para comparar preços de artigos de desporto, material informático, dispositivos móveis e moda. Na hora de comprar, a lealdade dos consumidores portugueses é para com as lojas físicas: são elas as escolhidas por mais de 75% dos inquiridos, independentemente da categoria dos produtos. O digital é a segunda opção, mas 16% dos in- 41 STORE 2016 -
quiridos não fez qualquer compra online. E se o produto desejado não está disponível na loja física escolhida? A alternativa é procurar noutra loja da mesma cadeia ou solicitar a ajuda de um funcionário – é o que fazem 40% dos portugueses. Outros 31% tentam uma loja de outra cadeia. Já quando a compra se faz online e o produto está indisponível, a tendência é direcionar a procura para uma loja física, com apenas 22% a tentar uma segunda loja online. Para a Deloitte, é a segurança e a rapidez na aquisição dos produtos a justificar a preferência dos consumidores nacionais pelas compras em lojas físicas, mas, nos próximos anos, o online irá assumir uma importância crescente, muito por via da convergência entre os dois canais, mas também devido à ascensão de uma nova geração de consumidores, os nativos digitais.
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Pingo Doce & Go com mais duas lojas
El Corte Inglés lança serviço de entregas em 1 hora A parceria entre a Jerónimo Martins e a BP levou à abertura de duas novas lojas de conveniência sob o conceito Pingo Doce & Go, uma no Parque das Nações e outra em Corroios, concelho do Seixal. Passam agora a ser quatro os estabelecimentos na Grande Lisboa sob esse conceito, uma vez que já existiam lojas na BP da Estrada da Luz e na do Restelo. O objetivo é “reforçar os atributos de conveniência, qualidade e preço que caracterizam a marca Pingo Doce”, explica a diretora-geral do Pingo Doce, Isabel Pinto. Estas lojas visam diferenciar-se pela “forte aposta” no serviço de cafetaria e take-away, sendo possível fazer uma refeição no local ou comprar para levar, pela oferta de produtos frescos,
pelo horário de funcionamento e pelo fácil acesso a produtos do supermercado Pingo Doce. Está ainda disponível uma parafarmácia Bem-Estar. À semelhança do cartão Poupa Mais, lançado em 2013, o conceito Pingo Doce & Go é um projeto desenvolvido pela BP e pelo Pingo Doce com o intuito de “minimizar o impacto da redução do poder de compra do consumidor”. O conceito expandiu-se para o Parque das Nações a 3 de novembro e para o posto de Corroios no dia 17 do mesmo mês. A primeira loja surgiu no posto da Estrada da Luz em março de 2015, seguindo-se a abertura da loja no Restelo em dezembro do mesmo ano.
O novo serviço do El Corte Inglés faz as encomendas chegarem aos clientes no prazo máximo de uma hora. Associado ao supermercado online e disponível desde dia 7 de novembro, o Click & Now apresenta-se como “o serviço de entregas ao domicílio mais rápido de Portugal”. O Click & Now surge de um investimento de 500.000 euros e foi idealizado e desenvolvido internamente pela insígnia. Inicialmente o serviço vai beneficiar um milhão de clientes das áreas de Lisboa, Gaia e Porto, pretendendo, em breve, chegar a um milhão e meio. O El Corte Inglés afirma que o projeto resulta da “política de inovação da empresa, desenvolvida ao longo dos últimos anos”.
Lidl é o 1.º em Portugal com selo de qualidade Deco Proteste O Lidl Portugal é a primeira insígnia de retalho nacional a assinar um acordo de licenciamento com a Deco Proteste, o que lhe permite utilizar selos de qualidade da associação nas embalagens dos produtos. Os produtos que receberam prémios e distinções em testes independentes realizados pela Deco Proteste passaram a ter o selo de “Melhor do Teste” ou de “Escolha Acertada”. São eles o creme hidratante Cien Aqua, as fraldas Toujours Maxi, os pensos higiénicos Siempre, o detergente para máquina da loiça W5 e o detergente para máquina da roupa Formil Activo. Segundo o porta-voz do Projeto Selos Deco Proteste, Nuno Fortes, a licença para a utilização dos selos irá permitir ao consumidor fazer “opções com base em informação isenta e com o rigor técnico que nos é reconhecido”. - 42 STORE 2016 -
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El Corte Inglés ultrapassa 250M€ em volume de vendas em Portugal
Portugal responde por 8% das vendas do Grupo Dia
O volume de compras do El Corte Inglés em Portugal atingiu este ano máximos que ultrapassam os 250 milhões de euros, valor que inclui a compra direta de produtos de marcas nacionais, mas também de produtos incorporados nas marcas próprias da insígnia. Para 2017, o grupo avança que prepara “uma importante ação de reforma e de introdução de novidades comerciais, com um investimento associado muito substancial”. O grupo conta agora com mais de 50% de
Nos primeiros nove meses de 2016, o grupo DIA registou vendas brutas na ordem dos 7.800 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 11% face ao período homólogo. O mercado português foi responsável por 8,1% do total (635,2 mil euros). O CEO do grupo, Ricardo Currás, admite que “a tendência de vendas tem sido forte em cada mercado DIA, com vendas comparáveis positivas em todos os países, apesar das condições económicas desfavoráveis”. Acrescenta ainda que as prioridades para 2016 são o “crescimento das vendas e geração de fluxo de caixa”. No mercado ibérico, as vendas brutas cresceram 2% para 5.103 milhões de euros, enquanto nos países emergentes (Argentina, Brasil e China) houve um aumento de 27,2% para 2.697 milhões de euros. No fecho de setembro, o grupo DIA totalizava 7.824 lojas.
fornecedores portugueses e investe na formação e valorização de todos os profissionais, com o objectivo “de continuar a ser um referente de qualidade, de serviço e de garantia”, refere. O número de empregados da insígnia também aumentou e ultrapassa os 3 mil. No último ano a empresa atingiu um volume de negócios de 429 milhões de euros, com resultados que ultrapassaram os 19 milhões.
Sonae compra Go Natural e lança novo formato de supermercado A Sonae adquiriu 51% do capital da empresa que detém a Go Natural e anunciou o lançamento de um novo formato de retalho alimentar com supermercados que operarão sob a insígnia Go Natural. Com esta associação, a Sonae MC espera reforçar a aposta na oferta de soluções adaptadas ao estilo de vida saudável, enquanto para a Go Natural “marca um ponto de viragem na estratégia” da insígnia e vai “potenciar uma aceleração de crescimento e de criação de novas oportunidades”. O investimento nos novos supermercados a operar sob a insígnia Go Natural insere-se na estratégia da Sonae MC de “liderar a área de saúde e bem-estar no retalho em
Portugal, oferecendo soluções e produtos que contribuam para melhorar a saúde e qualidade de vida das pessoas”. O primeiro supermercado Go Natural abriu ao público no dia 6 de dezembro, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, conta com uma área de venda de cerca de 350 m2, inclui um supermercado com cerca de 4.000 Sku, um restaurante com 40 lugares sentados e emprega 18 colaboradores. No supermercado estão disponíveis produtos saudáveis, biológicos e dietéticos, alimentos adequados a pessoas com restrições e intolerâncias alimentares, bem como suplementos, vitaminas e nutrição desportiva. - 43 STORE 2016 -
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Prémio Intermarché Produção Nacional elege seis projetos sustentáveis
Os vencedores da 3.ª edição do Prémio Intermarché Produção Nacional foram a Vivid Foods na categoria “Carnes e Preparados de Carne”, a Receituarium em “Produtos da Pesca e Preparados de Pesca”, a POM-Portugal em “Fruta e Preparados de Fruta”, a Hubertus J. Lenders (Bonjardim) em “Produtos Processados – Vinho”, a Adolfo Ângelo Cândido Hen-
riques (Granja dos Moinhos) em “Produtos Processados – Queijo” e a Quinta dos Fumeiros (Presunto de Peru) em “Produtos Processados – Enchidos”. O júri atribuiu ainda menções honrosas à Quinta dos Fumeiros com o Cachaço de Porco e à Coresa – Conserveiros Reunidos, nas secções de “Processados – Enchidos” e “Preparados de Pesca”, respetivamente.
Vendas Sonae MC crescem 8,4% no terceiro trimestre A Sonae MC atingiu um aumento de 8,4% das vendas, chegando aos 993 milhões de euros no terceiro trimestre de 2016. Nos primeiros nove meses do ano, a empresa teve um crescimento de 5,3% no volume de negócios, para 2.685 milhões de euros, com um crescimento de 1,8% no universo comparável de lojas que no terceiro trimestre ascendeu a 4,1%. Durante os primeiros nove meses de 2016, a Sonae MC abriu 14 Continentes Bom Dia, 54 lojas Meu Super, um 1 hipermercado Continente e 14 lojas Well’s. A abertura dos novos espaços levou a um aumento de 54% do investimento da MC, que passou de 74 para 114 milhões de euros. Nos últimos trimestres a empresa implementou ainda medidas como a perceção de preços, a comunicação da oferta distinta de produtos e o lançamento de novas campanhas promocionais “com o objetivo de reforçar a proposta de valor do Continente”, lê-se em comunicado. - 44 STORE 2016 -
O prémio pretende eleger os projetos que melhor combinam as vertentes de inovação, sustentabilidade e respeito pelas origens e o escoamento dos produtos dos vencedores será assegurado, não só na rede nacional de lojas Intermarché, mas também – sempre que se justifique – nos pontos de venda da insígnia em França, na Bélgica e na Polónia.
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Vendas da Jerónimo Martins atingem 10.738 milhões
IKEA investe quatro milhões em energia solar
As vendas consolidadas do grupo Jerónimo Martins situaram-se nos 10.738 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 5,5 % face ao período homólogo. Ao grupo pertencem as insígnias Pingo Doce, Biedronka, Recheio, Amanhecer, Ara e Hebe. Numa base comparável, o resultado líquido foi de 266 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 12%. Neste período, o grupo investiu 295 milhões de euros, tendo 43% deste valor sido alocado à Biedronka. A insígnia fez um investimento de 7 milhões de euros e os produtos de marca própria registam um peso de 44% no total das vendas. Durante o período considerado foram
A IKEA Portugal anunciou um investimento superior a quatro milhões de euros em mais de dez mil painéis solares a colocar nas lojas de Alfragide, Loures e Matosinhos. Também a unidade de Loulé deverá beneficiar desta estratégia, com um milhão de euros a ser canalizado para a estrutura fotovoltaica. De acordo com a insígnia, este constitui o maior projeto do País no domínio da potência energética em coberturas e integra-se no compromisso de sustentabilidade do grupo. Para Portugal, a estratégia da IKEA passa por manter o objetivo de ter dez pontos de contacto até 2025. A mais recente inauguração foi em Braga, em março último, após o que a insígnia lançou a loja online. Quanto aos resultados da exploração, os dados mais recentes indicam um aumento de 7,4% nas vendas totais, para os 35,1 milhões de euros.
realizadas 17 remodelações e inauguradas seis novas lojas do Pingo Doce. A marca própria da insígnia representa 34,5% das vendas. Quanto ao Recheio Cash & Carry inaugurou apenas uma loja e as gamas de marca própria representam cerca de 21% das vendas totais. No entanto, foram lançados 93 novos produtos. Relativamente à insígnia da Jerónimo Martins da Colômbia, Ara, chegou a Bogotá em setembro e já conta com 183 lojas. As vendas totais ascenderam aos 162 milhões de euros e a marca própria, produzida por fornecedores colombianos (94%), já representa mais de um terço das mesmas. Finalmente, a Hebe chegou às 141 lojas com as vendas a chegarem aos 85 milhões de euros.
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