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Entrevista
Vasco Perestrelo, ceo da MOP
Cannes é como os Óscares
“Cannes está para a publicidade como os Óscares estão para o cinema. É o ícone mundial da publicidade. Podem inscrever-se maus trabalhos, mas uma coisa é certa: todo o trabalho bom está lá”, garante Vasco Perestrelo, ceo da MOP (Multimedia Outdoors), representante em Portugal do festival, cuja 57.ª edição se realiza de 20 a 26 deste mês.
Briefing | Este é o primeiro festival de Cannes que tem a MOP como representante em Portugal. Como é que se deu esse encontro? Vasco Perestrelo | A minha relação com Cannes vem de há muitos anos. Primeiro como cliente, por ter o pelouro do Marketing nas empresas cuja administração integrei, a última das quais a então PT Multimédia, hoje ZON. Depois estive quatro anos na Euro RSCG e passei a ir a Cannes como actor do sector. A representação foi uma questão de oportunidade. Não havia representante em Portugal e o festival sempre me interessou muito. Briefing | Ainda é preciso promover Cannes? VP | O sector da publicidade tradicional, que inclui as categorias mais antigas de Filme, Imprensa e Outdoor, 34
Junho de 2010
tem já um histórico de relação com o festival. O grande desafio coloca-se com as novas categorias - Design, Direct, Promo e Activation, Eventos. Um dos meus grandes objectivos como representante é precisamente atrair estas indústrias e os seus criativos para Cannes. Durante muitos anos, o festival foi conotado exclusivamente com publicidade e foram sendo criados prémios alternativos para as disciplinas que não se sentiam representadas. Actualmente, o festival é mais alargado mas sinto que em Portugal ainda há um défice de conhecimento sobre as novas categorias. Daí que nos Young Lions (na selecção nacional) tenha sido criada uma categoria de design. Briefing | A publicidade tradicional está a perder terreno? VP | A publicidade nos meios tradi-
cionais ainda tem uma grande quota de mercado, mas tem vindo a diminuir, e cada vez há mais mercado para as novas áreas. Tanto que as agências de design e eventos têm proliferado e, nas grandes empresas, estas áreas de negócio têm registado as maiores taxas de crescimento. Há indústria há, o que não acontecia era a ligação a Cannes. E o nosso trabalho é despertar a atenção, promover esse conhecimento. Também por isso criámos nos Young Lions a categoria de Marketing, para anunciantes. Procurámos recriar Cannes dos dias de hoje. Briefing | Cannes mudou muito? VP | Há 20 anos era um festival exclusivo para directores criativos mas agora inclui uma exposição de Marketing que é talvez do mais rico que há no mundo e com uma vertente
pedagógica fortíssima, com conferências e workshops de grande qualidade. Se eu fosse director-geral de uma empresa, não teria dúvidas de que Cannes seria o melhor espaço de formação para os meus colaboradores. Briefing | A MOP indicou três jurados. Porquê estes criativos? VP | O processo é relativamente idêntico para todos os países. O número de jurados é definido com base num critério de alguma proporcionalidade entre o volume de inscrições e o número de prémios. No entanto, cada representante nacional tem espaço para fazer uma pré-selecção de três nomes para cada categoria em que pode indicar jurados. E o festival depois escolhe um deles. Os critérios que usámos foram os mesmos, naturalmente O novo agregador do marketing.