Vendas online aceleram

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Comércio electrónico

As empresas têm expectativas positivas quanto à evolução dos negócios na internet: é o que indica o mais recente Barómetro Trimestral do Comércio Electrónico, um estudo promovido pela Netsonda para a ACEPI. E os resultados do segundo trimestre de 2011 indicam que há uma boa percentagem que acredita que as vendas online vão acelerar o ritmo de crescimento

Vendas online aceleram As empresas associadas da ACEPI – Associação do Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva, mantêm a confiança nas virtudes dos respectivos sites para gerar negócio, não obstante a retracção registada no consumo em Portugal. A conclusão emana da leitura dos resultados do mais recente barómetro sobre comércio electrónico elaborado pela Netsonda e relativo ao segundo trimestre de 2011. E o que se verifica é que 59 por cento das empresas inquiridas acredita que o respectivo site vai pelo menos manter o ritmo de crescimento das vendas. Destes, 14

Março/Abril de 2012

59 por cento das empresas inquiridas acredita que o respectivo site vai pelo menos manter o ritmo de crescimento das vendas

37 por cento são ainda mais optimistas, pois crêem numa aceleração das vendas online. São valores mais positivos do que os registados no primeiro trimestre de 2011, mas ainda aquém do optimismo assinalado no trimestre homólogo e mais aquém ainda das expectativas do mesmo trimestre de 2009. Um optimismo que é ainda maior quando se analisam as empresas B2B, ou seja, aquelas cujo mercado são outras empresas e não o consumidor final. E nessas são 88 por cento as que acreditam na estabilização ou aceleração das vendas através do site.

Esta confiança no comércio electrónico reflecte-se no investimento feito na presença online: assim, 57 por cento das empresas inquiridas neste estudo aumentou o investimento nos respectivos sites, a elas se somando outras 31 por cento que investiram o mesmo por comparação com o período homólogo. Só em 11 por cento dos casos o investimento diminuiu. E o investimento compensa? Para 65 por cento das empresas inquiridas o volume de vendas no site aumentou, comparando o segundo trimestre de 2011 com o de 2010. E destas 14 por cento mais STORE MAGAZINE


do que duplicou as vendas, ainda que a maioria (37 por cento) tenha crescido apenas até 20 por cento. Menos bem sucedidas foram as empresas que integram a fatia de 34 por cento que viu as vendas diminuírem. No mesmo período de 2010, o número de empresas cujas vendas decaíram foi menor – 21 por cento. Para mais de metade dos sites abrangidos (55 por cento), o volume de vendas, no período em apreço, ficou abaixo dos 20 mil euros, mas houve 14 por cento que venderam mais de um milhão. Estes campeões de vendas, no entanto, fizeram menos negócio do que no período homólogo, em que foram 17 por cento a facturar mais de um milhão. Já entre os que venderam menos do que 20 mil euros o número aumentou (era de 21 por cento em 2010). Entre o volume de vendas e o número de clientes há um paralelismo: em 26 por cento dos casos, os consumidores online da empresa diminuíram; ainda assim menos do que os 31 por cento do período homólogo. Em 17 por cento dos casos, a carteira de clientes mais do que duplicou, o que constitui uma subida face aos 12 por cento que apresentou o mesmo resultado no segundo trimestre de 2010. Independentemente do crescimento ou não, verifica-se uma grande disparidade entre o número de clientes dos sites: 23 por cento possui até 25 clientes, mas há 17 por cento que conta com uma carteira superior a 50 mil clientes. Entre estes extremos situam-se empresas com 25 a 100 clientes (17 por cento), 100 a 1000 (26 por cento), 1000 a 5000 (três por cento) e 10 mil a 50 mil (14 por cento). Não há empresas na faixa dos cinco a dez mil clientes. E o que se vende mais online? Produtos de electrónica e telemóveis: são estas as categorias mais apontadas (20 por cento das respostas), mas a informática, com 17 por cento, está muito próxima do topo. Em terceiro lugar surgem, empatados, os produtos para a casa, arte e decoração e os das categorias alimentação, bebidas, tabacaria e charutos – responsáveis por 14 por cento das vendas, cada. No final do ranking, com três STORE MAGAZINE

Esta confiança no comércio electrónico reflecte-se no investimento feito na presença online: assim, 57 por cento das empresas inquiridas neste estudo aumentou o investimento nos respectivos sites, a elas se somando outras 31 por cento que investiram o mesmo por comparação com o período homólogo

por cento das vendas, encontram-se os produtos relacionados com viagens e turismo, foto e serviços, flores e presentes, bilhetes de música, desporto e outros, e animais, jardim e bricolagem. Os telemóveis e outros artigos de electrónica têm liderado sempre a tabela, mas já conheceram melhores dias: houve uma queda face ao

trimestre anterior (as vendas representavam 24 por cento do total), face ao trimestre homólogo (37 por cento) e face ao mesmo período de 2009 (41 por cento). Serão estes dados consequência da crise económica que o País atravessa? Há que esperar pelos próximos barómetros para confirmar, ou não, a tendência.

FICHA TÉCNICA

Comércio electrónico à lupa Avaliar a evolução e o desenvolvimento do comércio electrónico em Portugal na perspectiva da oferta, assim como a confiança e expectativas dos seus protagonistas, é o que propõe o barómetro que a Netsonda elabora trimestralmente para a ACEPI. Para a recolha da informação foram enviados questionários online às empresas associadas, tendo os dados sido fornecidos entre 27 de Julho e 12 de

Setembro de 2011. Foram obtidas, neste segundo trimestre, 35 respostas consideradas válidas. A amostra contempla as mais representativas empresas no domínio do comércio electrónico, do ponto de vista do volume de negócios, nos mais variados modelos de negócio (B2B, B2C, C2C e homebanking) e sectores económicos (banca, comércio, turismo, construção, imprensa, desporto, entre outros).

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