Brazilian Vibe No. 4 - Summer 2012

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Vancouver Culture / Cultura

THE BOOM BOOMS AND THEIR LATIN VIBE OS BOOM BOOMS E SUA VIBE LATINA Study / Estudos

English | Português • Summer | verão 2012 • Vol. 2 • No. 4 • Year | Ano 1

VANCOUVER UNIVERSITIES REACH OUT TO BRAZIL UNIVERSIDADES DE VANCOUVER FECHAM PARCERIAS NO BRASIL

we are

Brazilian ASIAN-BRAZILIANS STRUGGLE TO FIND THEIR IDENTITY IN CANADA BRASILEIROS ASIÁTICOS EM BUSCA DE IDENTIDADE NO CANADÁ

FREE GRÁTIS



4

inside

NUMBER NÚMERO SUMMER/VERÃO 2012 On the cover / Na capa: Hana Ozawa Chui Cover photo / Foto da capa: Lucas Socio

índice 4

LETTER FROM THE PUBLISHERS CARTA DOS EDITORES

6

PROFILE PERFIL

I spend most of the time outside of work playing soccer.

Gilliard Lopes brings the Brazilian “ginga” to Electronic Arts’ FIFA franchise Gilliard Lopes traz a ginga brasileira para os jogos FIFA da Electronic Arts

12

PROFILE: GILLIARD LOPES p. 6

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STUDY ESTUDOS

26 TOURISM: SÃO PAULO p. 13

PHOTOS/FOTOS: TOP/TOPO: LUCAS SOCIO/BRAZILIAN VIBE, MIDDLE/MEIO: THIAGO SILVA/BRAZILIAN VIBE, BOTTOM/EMBAIXO: SYD WOODWARD

SPECIAL ESPECIAL

Asian-Brazilians struggle to find their identity in Canada Brasileiros asiáticos em busca de identidade no Canadá

Local universities reach out to Brazil and sign agreements to host top students Faculdades de Vancouver fecham parcerias no Brasil e assinam contratos para receber alunos

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Gilliard Lopes, Game producer

SPORTS ESPORTES

Popular in Brazil, handball is struggling in B.C.

TOURISM TURISMO

Popular no Brasil, handebol sofre em Vancouver

São Paulo will take you on a world tour in 24 hours São Paulo, A “cidade da garoa” o levará ao redor do mundo em 24 horas

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COLUMNIST CRÔNICA Sérgio Malbergier

16 CULTURE CULTURA

30

Vancouver band comes back from Brazilian tour ready for more Banda de Vancouver volta de turnê no Brasil

LAST WORDS SAIDEIRA Canadian NGO searches for solutions to environment issues en route to Rio+20 ONG canadense busca soluções para problemas ambientais a caminho da Rio+20 Brazilian Vibe Summer/verão 2012

CULTURE: THE BOOM BOOMS p. 16

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VITOR MUNHOZ/BRAZILIAN VIBE

letter from the publishers carta dos editores

THIAGO SILVA & LUCAS SOCIO

ENGLISH

PORTUGUÊS

Summer has finally arrived in Vancouver and we are looking forward to all the festivals and great weather ahead of us. This issue starts off with one of the most popular summer sports: soccer. Often regarded as the national sport in Brazil, it is no surprise that Gilliard Lopes, a Brazilian from Rio de Janeiro, is the producer of FIFA 2013, the latest soccer videogame by Electronic Arts. The Canada-Brazil relations are also getting warmer as Canadian university presidents headed south, along with the Governor General, to sign agreements with Brazilian universities in Rio and in Brazil’s largest city, São Paulo. Thiago Tufano, a São Paulo native, shares his local insights in this edition’s tourism article. We sat down with the local band The Boom Booms, who have just returned from a tour in Brazil, to hear about their adventures in the Amazon and elsewhere in the country. They were really impressed by the multiculturalism that can be found throughout the country, but especially in São Paulo, where many different ethnic groups make up the city’s diverse population including a significant Asian population. We caught up with some Asian-Brazilians who live in Vancouver to find out how they keep true to their Brazilian roots while honouring the Asian traditions. In our sports section Luiza Amaral hunted down a handball team in Vancouver. She talked with two Brazilian players who have joined the team and hope to make the sport as popular in the Great White North as it is in the schoolyards of Rio. Our columnist brings an interesting point of view of Brazilian ex-pats and the opportunities in the tropics, and to wrap things up we talk about sustainable development and Vancouver’s role in the Rio+20 conference. What better way to celebrate summer than to read a Brazilian magazine on the beach – get a tan and feel the Vibe!

O verão finalmente chegou a Vancouver e todos estamos empolgados com os dias ensolarados e os festivais que nos aguardam. Esta edição começa com um dos esportes mais populares do verão: o futebol. Muitas vezes tido como o esporte nacional no Brasil, não é de surpreender que o carioca Gilliard Lopes seja produtor do videogame FIFA 2013, o mais novo game de futebol da Electronic Arts. As relações entre Canadá e Brasil também estão esquentando. Presidentes de universidades canadenses, juntamente com o governador-geral, assinaram contratos de cooperação com universidades brasilerias no Rio e em São Paulo. O paulista Thiago Tufano escreve sobre São Paulo a partir de um olhar local, na matéria de turismo. Conversamos com a banda The Boom Booms, que acabou de voltar de uma turnê pelo Brasil e nos contou sobre suas aventuras na Amazônia e em outras partes do país. Eles ficaram muito impressionados com a diversidade cultural do Brasil, principalmente em São Paulo, onde diversas etnias formam a população local, inclusive com uma significante presença oriental. Falamos com alguns brasileiros asiáticos que moram em Vancouver para saber como conseguem manter as raízes brasileiras e ao mesmo tempo honrar as tradições asiáticas. Na se��������������������������������� ção de esportes, Luiza Amaral encontrou um time de handebol em Vancouver. Ela falou com dois brasileiros que jogam no time e esperam torná-lo t����������������� ão popular no Canadá como nos pátios de escolas brasileiras. Nosso colunista traz um interessante ponto de vista de um expatriado e as oportunidades que o esperam nos trópicos. Para fechar com um caloroso abraço, a saideira faz um balanço da influência de Vancouver na conferência Rio+20. Não há melhor maneira de celebrar o verão do que lendo uma revista brasileira na praia! Bronzeie-se e sinta a Vibe!

THIAGO SILVA & LUCAS SOCIO Publishers Editores Gerais 4

Brazilian Vibe Summer/verão 2012


www.brazilianvibe.ca facebook: brVIBEmag twitter: @brVIBEmag PUBLISHERS EDITORES GERAIS Thiago Silva thiago@brazilianvibe.ca Lucas Socio lucas@brazilianvibe.ca EDITOR-IN-CHIEF REDATOR-CHEFE Thiago Silva PHOTO EDITOR EDITOR DE FOTOGRAFIA Lucas Socio CONTRIBUTORS COLABORADORES Luiza Amaral Vítor Borba Silvia Campos Sérgio Malbergier Thiago Tufano COPY EDITORS REVISORES Silvia Campos Maia Odegaard Edson de Oliveira WEBMASTER WEBMASTER Erico Nascimento GRAPHIC DESIGN DESENHO GRÁFICO Thiago Silva PUBLISHED BY S&S Media 349 W. Georgia St. PO Box 2807 Vancouver, BC V6B 3X2 Brazilian Vibe magazine is published quarterly by S&S Media. All contents copyrighted. S&S Media does not assume responsibility for any claims made by its advertisers, or for any information dispensed. The articles and information printed are for information only and do not necessarily reflect the views from the publishers. Written permission from the publishers is required to reproduce, quote, reprint or copy any content in part or whole. To distribute Brazilian Vibe magazine in your store please call 604.618.3843 or email info@brazilianvibe.ca To send feedback or for contribution guidelines please email info@brazilianvibe.ca For advertising opportunity enquiries email info@brazilianvibe.ca or call Lucas Socio 778.772.6808

PRINTED IN BRITISH COLUMBIA, CANADA

this issue’s contributors colaboradores desta edição LUIZA AMARAL Amaral holds a Journalism degree from PUC-Rio. She has worked as public relations at the Legislative Assembly of Rio de Janeiro and video editor at Conspiração Filmes and TV Bandeirantes.

Formada em jornalismo pela PUC-Rio, já atuou como assessora de imprensa da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e editora de vídeo na Conspiração Filmes e TV Bandeirantes.

VÍTOR BORBA Besides studying Communication and French at SFU he is involved with the campus radio station CJSF, Vancouver Latin American Film Festival and the Community Arts Council of Vancouver.

Além de ser aluno de comunicação e francês na SFU, ele faz parte da rádio do campus CJSF, do Vancouver Latin American Film Festival e da Community Arts Council of Vancouver.

SILVIA CAMPOS Campos is a journalist and has worked at TV Bandeirantes, Radio Eldorado, Canadian Immigrant Magazine, as well as at O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil, and Metro (Vancouver) newspapers.

Jornalista, Campos já trabalhou na TV Bandeirantes, na Rádio Eldorado, nos jornais O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Metro (Vancouver), e na revista Canadian Immigrant.

SÉRGIO MALBERGIER Malbergier is a journalist and media consultant. He writes a weekly column at Folha.com and is the former editor of the Economy and International sections of Folha de S. Paulo newspaper and a correspondent in London.

THIAGO SILVA

Silva has over 10 years of experience in communication and is an award-winning documentary filmmaker. He has worked for TVE Brasil, SBT, Disney Channel, and currently works in corporate communications.

Malbergier é jornalista e consultor de mídia. Escreve uma coluna semanal na Folha.com. Foi editor de Economia e Internacional na Folha de S. Paulo e correspondente em Londres. Silva tem mais de 10 anos de experiência em comunicação. Documentarista premiado internacionalmente, já atuou na TVE Brasil, no SBT e no Disney Channel. Atualmente, trabalha com comunicação corporativa.

LUCAS SOCIO Professional photographer since 2006, Socio has had articles and photographs published in major publications. He was the photo editor at SFU’s The Buzz and photojournalist at The Source newspaper.

Fotógrafo profissional desde 2006, Socio já publicou matérias e fotos em grandes veículos de comunicação. Foi editor de fotografia da revista The Buzz, da SFU, e fotojornalista do jornal The Source.

THIAGO TUFANO Tufano is an online reporter and has worked for important Brazilian news portals. He currently writes for Terra Portal and covered the last summer and winter Olympics for Terra.

Repórter com experiência em jornalismo on-line, já atou em grandes portais da internet. Atualmente, trabalha no Portal Terra, onde participou da cobertura da última Olimpíada de verão e inverno.

Brazilian Vibe Magazine acknowledges the support received from:

Copyright ©2012 S&S Media. All rights reserved Brazilian Vibe Summer/verão 2012

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PROFILE PROFILE PERFIL PERFIL

Gilliard Lopes is in the game! Game producer brings the Brazilian ginga to Electronic Arts’ FIFA franchise Text/Texto: SILVIA CAMPOS Photos/Fotos: LUCAS SOCIO

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Brazilian Vibe Summer/verão 2012


ENGLISH

G

illiard Lopes did not achieve the dream of every Brazilian boy. He did not become a soccer player. But it is quite possible that he got the second most-desired career by kids all over Brazil and much of the world: he is the producer of Electronic Arts’ (EA) FIFA 13 videogame. Lopes, who began working at EA as a software engineer and programmer in 2008, works in the largest game development studio in the world: EA’s complex in Burnaby. Referred to as a campus, it includes a restaurant, indoor and outdoor sports courts, various leisure areas for employees, and hundreds of computers where the passes of some of the world’s best soccer players come alive on the screen. It was from there that Lopes explained how he got this dream job, which he said is also a lot of hard work.

PORTUGUÊS

G

Gilliard Lopes está no jogo! Produtor de games traz a ginga brasileira para os jogos FIFA da Electronic Arts

illiard Lopes não conseguiu o sonho de todo garoto brasileiro. Ele não virou jogador de futebol. Mas é bem possível que ele tenha conseguido a segunda carreira mais desejada por garotos em todo o Brasil e em grande parte do mundo: ele é produtor do videogame FIFA 13, da Electronic Arts (EA). A vida dura de Lopes, que começou a trabalhar na EA como engenheiro de software e programador em 2008, inclui trabalhar no maior estúdio de desenvolvimento de games do mundo, a unidade da EA em Burnaby. O complexo é conhecido como campus, e faz por merecer o nome: inclui restaurante, quadras esportivas internas e externas e diversas áreas de lazer para os funcionários, além, é claro, das centenas de computadores onde os passes dos melhores jogadores de futebol do mundo ganham vida digitalizada. Foi de lá que Lopes explicou como conseguiu este emprego dos sonhos, que, segundo ele, é bem trabalhoso também. Brazilian Vibe Summer/verão 2012

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ENGLISH

Brazilian Vibe – How did you start working with videogames? Gilliard Lopes – I met another student in college, Fabio Policarpo, who worked with computer graphics and had a lot in common with me. We had the same interests and decided to open our computer graphics studio. At the time, ‘98 and ‘99, it was very difficult to work in the gaming industry, especially in Brazil. We developed what we call graphics engines, or tools for making games, and we licensed these to universities worldwide. However, when we tried to take the next step in our company and start competing outside Brazil, we bumped into a lack of investment in this area. So, that was the first major disappointment I had in the Brazilian industry. Then I went to Florianópolis, where there was the largest gaming studio in the country at the time. I worked there for two and a half years until I decided that in order to continue to advance in my career I would have to leave the country. So, I started sending out resumes in 2008. In August of that year, Electronic Arts contacted me. I had a series of telephone interviews and talked to people in many different positions, until finally they saw something in me and decided to send me a proposal. They sent me a contract to sign and the immigration process began. In November 2008, I immigrated to Vancouver. I came to work at EA and not necessarily because I wanted to leave Brazil, it was really for the sake of my career. This is where the opportunity was for me. But I have no complaints because this is one of the best cities in the world to live in and EA is the biggest gaming studio in the world. BV – How much do you think the fact that you are Brazilian influenced your selection for the FIFA 13 game? Lopes – I think at the beginning of the interview process it was actually a disadvantage because the videogame industry in Brazil is not well known, and it was even less known at that time. So, in the beginning, many of the questions I got were to test my experience and see if it was relevant. But, after they knew me better, I think it was an advantage, especially since the position was working with a soccer game. Then, the fact that I am Brazilian, know a lot about soccer, and follow soccer helped a lot. BV – You’re the producer of FIFA 13. Is it the first time you have worked as a producer? Lopes – Here, yes. In Brazil, I was a pro8

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ducer for two and a half years. But when it was time to look for a job, I thought it would be better to look for a position as a software engineer and programmer because it is a bigger field in the gaming industry than production. Depending on the company where you are, the role of the producer varies greatly. So, my fear was that looking for a job in production, I would have more barriers, and a producer also has more responsibility. My plan was always to become a producer, but the way I found to get there was looking for a job as a programmer first. I am very happy that I’m taking steps in the direction I wanted in my career: the right direction. BV – Did you recently hear about this promotion? Lopes – I learned in October of last year, when we finished FIFA 12 and began plans for FIFA 13. In fact, I had been trying to get this position for a long time. The truth is that the position of producer is where I can combine my technical knowledge of games with my knowledge of soccer itself and FIFA in particular, which I have always played. As a developer, my contribution was limited; I added features that other people designed. Now, as a producer, I’m part of the team that decides what will go or not in the game. It seems that it’s all great and wonderful, but it is a lot of responsibility. It’s hard work and being a new position, I’m learning a lot. It’s a challenge, but I wanted the challenge for me, so I’m very happy about it. BV – How many producers work on the game? Lopes – In FIFA today we have around 10 producers. The game is pretty big, so it’s divided by functional areas. I take care of the graphics. So, I’m the presentation producer. I’m responsible for everything that has to do with graphics, visuals, and audio. Likewise, there’s the online producer, gameplay (game modes) producer, etc... There are several parts of the game for which we have a different producer. BV – What is a typical working day like for you? Lopes – A producer is a great communicator, so the programmers, artists, sound artists, etc., they all need to know details of the tasks that we have for them on that day. So much of what I do is answer emails with questions and monitor the progress of tasks. It depends a lot on the phase of the project. During pre-production, I’m much more focused on looking for references in the real world of soccer for us to


put in the game and write documents with these functionalities. Then, in production, we implement these changes. Since I have my roots in programming, I always find one or two hours a day to make a change in the code and plan something too. I still enjoy doing that. But now I’m in a position where I can program something extra: the icing on the cake, let’s say, for I have a team of programmers to do the heavy work. So, I would say my work is now 80 per cent documentation, monitoring, and management, and 20 per cent programming. This is particularly the case for me because I came from this field and I always find something in the code that I want to improve. So, when other programmers are busy, I make these changes myself. BV – What do you do in your spare time? Lopes – I think I spend most of the time outside of work playing soccer. I’ve always liked it and it’s my favourite type of exercise. When I can, I play three times a week. At home I’m always playing videogames, but I also like to go out and explore the city with my wife. Now that we have been here for three and a half years, we like to travel to other places in the United States and Canada as well. Another activity I have is a website and podcast www.podquest.com.br. In fact, I do them with two other friends who came from Brazil to work with games in Canada and we publish a weekly podcast where we discuss curiosities, challenges, and innovations that we find in the videogame industry out here. It is a way for us to give back a little to our country’s industry and help those in the Brazilian community who work in this field. Also, it’s a way for us not to lose contact with them. BV – What advice would you give to Brazilians who want to work in the videogame industry in Canada? Lopes – Obviously there’s no magic formula, but you need to make your first game. This is a way to open doors – it’s up to you to have something tangible to show. It’s very important for you to have material to show in your interview. Today it’s much easier to develop independent videogames. It’s a great exercise in independent learning. You have to use Google forums and have good English to look for materials. I know many people in the gaming industry in Brazil who managed to follow this path and are now in North America and Europe, working in studios with major videogames. So the trick is this: to develop a portfolio to have something tangible to show.

INSIDE ELECTRONIC ARTS’ BURNABY CAMPUS DENTRO DO CAMPUS DE BURNABY DA ELECTRONIC ARTS PORTUGUÊS

Brazilian Vibe – Como é que você começou nos games? Gilliard Lopes – Na faculdade, conheci outro aluno, Fábio Policarpo, que trabalhava na área de computação gráfica, e a gente se identificou bastante. Tínhamos os mesmos interesses, e resolvemos abrir nosso primeiro estudiozinho para trabalhar com computação gráfica. Na época, 98 e 99, era muito difícil trabalhar na indústria de jogos, principalmente no Brasil. Nesse tempo, a gente desenvolveu o que chamamos de engines gráficos, ou ferramentas para fazer jogos, e a gente licenciou isso para universidades no mundo inteiro. Porém, quando tentamos dar o próximo passo na empresa e deixar de ser um estúdio de pequeno investimento e começar a competir fora do Brasil, esbarramos na falta de investimento que havia nessa área. Então, foi a primeira grande decepção que tive na indústria brasileira. Aí, fui para Florianópolis, onde havia o maior estúdio de games do país na época. Trabalhei lá por dois anos e meio, até que decidi que, para continuar minha carreira e tentar progredir mais, precisava, infelizmente, ir para fora. Então, comecei a mandar currículos em 2008. Em agosto daquele ano, a Electronic Arts entrou em contato. Fiz uma série de entrevistas por telefone, conversei com pessoas de vários cargos diferentes aqui dentro, até que no final eles viram alguma coisa em mim e resolveram me mandar uma proposta. Enviaram um contrato para eu assinar, e aí começou o processo de imigração. Quando foi novembro de 2008, eu emigrei para Vancouver. Vim para trabalhar na Electronic Arts. Então, não foi uma

coisa que queria sair do Brasil por si só, mas foi uma questão de carreira mesmo. Aqui foi onde a oportunidade estava. Não posso reclamar, porque é uma das melhores cidades do mundo para viver e a Electronic Arts é o maior estúdio de games do mundo. BV – Quanto você acha que pesou o fato de você ser brasileiro para ser selecionado para trabalhar com o jogo da FIFA? Lopes – Acho que, no começo do processo de entrevista, pesou até um pouco contra, visto que a indústria de games no Brasil não tem um grande respeito, e naquela época acho que tinha menos ainda. Então, no início, muitas das perguntas que eu recebia eram para testar minha experiência e para ver se ela era relevante. Mas, depois que eles me conheceram melhor, acho que foi uma vantagem, principalmente pela vaga ser num projeto de jogos de futebol. Aí o fato de ser brasileiro, conhecer futebol e acompanhar bastante futebol foi bom. BV – Você é produtor do FIFA 13. É a primeira vez que você trabalha como produtor de games? Lopes – Aqui, sim. Na verdade, no Brasil, fui produtor por dois anos e meio. Na hora de procurar a vaga fora, achei importante procurar como programador, porque a área de computação e programação está mais bem estabelecida que a de produção na indústria de games. Dependendo da empresa onde você está, a função do produtor varia muito. Então, meu receio é que, se procurasse uma vaga dessa forma, Brazilian Vibe Summer/verão 2012

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GILLIARD LOPES AT WORK AT ELECTRONIC ARTS GILLIARD LOPES TRABALHANDO NA ELECTRONIC ARTS

PORTUGUÊS

poderia ter uma barreira mais difícil de entrada, porque o produtor é um cargo com muito mais responsabilidade. Meu plano sempre foi me tornar produtor, mas o meio para chegar a isso que encontrei foi procurar uma vaga como programador e abrir as portas dessa forma. Estou muito feliz que estou conseguindo dar os passos da minha carreira na direção que queria, – a direção certa. BV – Foi recentemente que você ficou sabendo desta promoção? Lopes – Fiquei sabendo em outubro do ano passado, quando a gente fechou o FIFA 12 e começou os planos para o FIFA 13. Na verdade, eu vinha pleiteando isso fazia tempo. A verdade é que a posição de produtor é onde consigo juntar meu conhecimento técnico, de ter feito jogos todos estes anos, com meu conhecimento do futebol em si e do jogo FIFA em particular, que sempre joguei. Como programador, minha contribuição era limitada nesse sentido. Implementava as funcionalidades que as outras pessoas estavam definindo. Agora, como produtor, posso fazer parte do time que decide o que vai ter ou não no game. Parece que é tudo muito bom e muito bonito, mas é muita responsabilidade. É muito trabalho e, sendo um cargo novo, estou aprendendo muito. É um desafio, mas é o desafio que queria para mim, então, estou muito feliz com isso. BV – Há quantos produtores no jogo? Lopes – No FIFA, hoje, temos em torno de 10 produtores. O jogo é bem grande, então, a gente separa por área funcional. Cuido da parte gráfica. Então, sou produtor da parte de apresentação. Tudo que tem a ver com gráfico, visual e áudio, sou eu o responsável. Da mesma forma, você vai ter produtor online, de gameplay (modos de jogo) etc. Há vários pedaços aí para os quais a gente tem um produtor diferente. 10

Brazilian Vibe Summer/verão 2012

BV – Como que é um típico dia de trabalho para você? Lopes – Um produtor é um grande comunicador, então, os programadores, os artistas, os artistas de som, todos eles precisam saber detalhes das tarefas do dia. Então, muito do que faço é responder a e-mails com dúvidas e acompanhar o andamento das tarefas. Depende muito da fase do projeto. Numa fase de pré-produção, estou muito mais concentrado em procurar referências do futebol no mundo real, para a gente colocar no jogo e escrever documentos com essa funcionalidade. Então, na produção, a gente vai executar essas mudanças. Como tenho minhas raízes na programação, sempre encontro uma ou duas horinhas por dia para voltar lá, fazer uma mudança no código e programar alguma coisa. Também ainda não perdi o gosto por isso. Mas agora estou numa posição que posso programar o a mais : a cereja do bolo, vamos dizer, porque tenho um time de programadores para fazer o trabalho grosso das funcionalidades que estamos colocando. Então, diria que meu trabalho hoje é 80% documentação, acompanhamento e gerência e 20% programação, mais para colocar os ajustes finais no jogo. Isso é particular do meu caso, porque vim desta área e sempre encontro algo no código que quero melhorar. Então, quando a agenda dos programadores está cheia, pego e faço eu mesmo. BV – O que você faz no seu tempo livre? Lopes – Acho que passo a maior parte do tempo fora do trabalho jogando futebol. Sempre gostei e é meu exercício preferido. Não tenho muito estômago para academia, então, jogo bastante futebol. Quando consigo, jogo três vezes por semana. Em casa, estou sempre jogando videogame e outros jogos, mas também passean-

do com minha esposa e conhecendo os pontos turísticos da cidade. Agora, nós já estamos há três anos e meio aqui e gostamos de viajar para outros lugares nos Estados Unidos e Canadá. Outra atividade extracurricular que tenho é um website e um podcast www.podquest.com.br. Na verdade, me juntei com outros dois amigos que vieram do Brasil para trabalhar com games no Canadá, e a gente publica um podcast semanal, em que a gente discute as curiosidades, os desafios e as novidades que a gente encontra trabalhando nesta indústria aqui fora. É uma maneira de a gente devolver um pouquinho para a indústria nacional também e ajudar o pessoal da comunidade brasileira nesta área, além de não perder o contato com eles. BV – Qual conselho você daria para brasileiros que queiram trabalhar com games no Canadá? Lopes – Obviamente, não tem fórmula mágica, mas você precisa fazer os seus primeiros jogos. Isso é para abrir portas é para você ter algo palpável para mostrar. É muito importante que na sua entrevista você não seja só papo, mas que você tenha material para mostrar. Hoje em dia, diferentemente de quando comecei e de quando estava procurando emprego fora, é muito mais fácil de você desenvolver jogos independentes, ou indie games. É um exercício de autodidática muito grande. Você tem de utilizar Google forums na internet e ter o inglês muito afiado para procurar material em inglês. Conheço muita gente da indústria de games no Brasil que conseguiu trilhar esse caminho e está hoje na América do Norte e na Europa, em estúdios grandes trabalhando com games. Então, a dica é esta: desenvolver um portfólio para ter alguma coisa palpável para mostrar.


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SFU PRESIDENT SIGNS AGREEMENT WITH UNICAMP PRESIDENTE DA SFU ASSINA ACORDO COM UNICAMP

PORTUGUÊS

Canadian universities reach out to Brazil Universidades fecham parcerias no Brasil VÍTOR BORBA ENGLISH

It is fairly common to find smiley and talkative young Brazilians in Vancouver, mixing English and Portuguese in the parks, clubs, bars, and busy sidewalks of the lower mainland. The city has notably been one of the most popular destinations for ESL (English as a second language) students but now, due to recently established partnerships between UBC, SFU, Kwantlen and Brazilian post-secondary institutions, top students will have the opportunity to come up north to experience British Columbia for an entire year. On April 25th, the Association of Universities and Colleges of Canada (AUCC) sent nearly 30 presidents of post-secondary institutions to Brazil for a week. They joined Governor General David Johnston on a mission to position Canada as an attractive destination for students taking part in the recently announced Science Without Borders scholarship program. “We must not be content to sit back, admiring the determination of our southern friends. Rather, this is the time to generate strong new partnerships with Brazil that will secure future opportunities for British Columbia, and Canada”, declared Stephen Toope, president of the University of British Columbia, during a speech in Brasília, Brazil’s capital. The institution will receive Brazilian students for summer internships, as well as for master’s and PhD fellowships through the Globalink Program developed 12

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by Mitacs, a national, non-profit research organization that encourages international academic exchange. Johnston also met with Brazilian President Dilma Rousseff to announce the creation of 12,000 spots for Brazilian students at Canadian universities over the next few years. The agreement was sealed through the Science Without Borders program and through CAPES, a Brazilian organization that facilitates post-secondary education nationally and internationally. Professor Andrew Petter and Dr. John McKendry, presidents of Simon Fraser University and Kwantlen Polytechnic University respectively, were also in AUCC’s Brazil mission and affirmed Vancouver’s position as a major recipient of exchange students from the South American nation. Kwantlen created a Horticultural Science Scholarship for undergraduates to spend one year at the institution. Similarly, Petter established a number of partnerships between SFU and its southern counterparts, including a partnership with Unicamp (University of Campinas), one of the leading Brazilian universities, and FAPESP (São Paulo Research Foundation). The future of Brazilian-Canadian relations is promising. In the next years, Vancouverites can expect to meet even more young Brazilians who will play an important role in consolidating bilateral bonds.

É bem comum ver jovens brasileiros sorrindo e conversando em Vancouver. Eles misturam inglês e português nos parques, baladas, bares e movimentadas calçadas da Grande Vancouver. A cidade tem sido um dos destinos mais populares para alunos de inglês, mas agora, devido a recentes parcerias entre a UBC, a SFU, a Kwanten e as universidades brasileiras, muitos estudantes universitários terão a oportunidade de vir aproveitar um ano de estudos na Colúmbia Britânica. No dia 25 de abril, a Associação de Universidades e Faculdades do Canadá (AUCC, em inglês) enviou 30 presidentes de instituições de ensino superior ao Brasil. Eles se juntaram ao governador-geral, David Johnston, numa missão oficial para posicionar o Canadá como um destino atrativo para os estudantes. “Não podemos nos contentar em admirar a determinação de nossos amigos do sul. Em vez disso, agora é a hora de criarmos fortes parcerias com o Brasil para garantir futuras oportunidades para a Colúmbia Britânica e para o Canadá como um todo”, declara Stephen Toope, presidente da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), durante discurso em Brasília. A instituição receberá alunos brasileiros no seu programa de estágio durante o verão, assim como alunos de mestrado e doutorado, através do programa Globalink, desenvolvido pelo Mitacs, uma organização canadense sem fins lucrativos que incentiva o intercâmbio internacinal entre faculdades. Johnston também se encontrou com a presidente Dilma Rousseff para anunciar a criação de 12 mil vagas para alunos brasileiros em universidades canadenses durante os próximos anos. O acordo se deu dentro do programa Ciência sem Fronteiras, juntamente com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O professor Andrew Petter e o Dr. John McKendry, presidentes da Universidade Simon Fraser (SFU) e Universidade Politécnica Kwantlen, respectivamente, fizeram parte da comitiva na AUCC e posicionaram Vancouver como uma grande receptora de alunos brasileiros. A Kwantlen criou uma bolsa para alunos de graduação na área de ciência da horticultura, o que permitirá que alunos brasileiros estudem por um ano na instituição. Igualmente, Petter estabeleceu várias parcerias entre a SFU e universidades brasilerias, inclusive uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e com a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). O futuro das relações entre Brasil e Canadá é promissor, nos próximos anos podemos esperar ver cada vez mais jovens brasileiros sendo embaixadores das relações bilaterais entre os países.


TOURISM TURISMO

The “misty city” will take you on a world tour in 24 hours A “cidade da garoa” o levará ao redor do mundo em 24 horas

Text/Texto: THIAGO TUFANO Photos/Fotos: THIAGO SILVA EDIFÍCIO ALTINO ARANTES - BANESPA

Brazilian Vibe Summer/verão 2012

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IBIRAPUERA PARK PARQUE DO IBIRAPUERA

ANHANGABAU VALLEY VALE DO ANHANGABAU

ENGLISH

To say that São Paulo is the heart of Brazil is the true definition of the largest city in the southern hemisphere. This city has 10 million people in the sixth most populous metropolis on earth and makes the region the main economic and commercial centre in Latin America. But don’t be fooled, the “misty city” is not only famous because of the frenetic pace of its workers; there are also a lot of options for leisure in Brazil’s largest metropolis. With so many skyscrapers to visit in the endless sea of buildings, one building in particular is noteworthy. Edifício Altino Arantes, best known as the Banespa Building, named after the bank which used to be headquartered there. This masterpiece was completed in 1947, in downtown São Paulo, and was inspired by the Empire State Building, in New York. From the tower’s observatory it is possible to have a panoramic view of the city and see sights from as far away as 40 kilometres. Although there are many beautiful old buildings in downtown São Paulo, Paulista Avenue, a short subway ride from there, is the land of skyscrapers. On Paulista, São Paulo’s most famous avenue, it is possible to see massive mirrored buildings reflecting the sunshine and brightening the most culturally diverse place in the city. The world meets at Paulista Avenue where you can see hippies, Asians, Europeans, and Americans in the same day, or maybe in just a few hours. The best day to go on this cultural adventure is on Sunday, when a crafts fair takes over the freestanding area of the Art Museum of São Paulo JAPANTOWN BAIRRO DA LIBERDADE

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Brazilian Vibe Summer/verão 2012

(Masp) building, a sight in itself. São Paulo’s cuisine is an institution on its own. The city’s cultural diversity is reflected in the many different types of food that can be found here. In the neighbourhood around Paulista avenue you can taste an authentic Brazilian breakfast, have lunch in an Arabic restaurant, go for an afternoon snack in an American snack bar, and have dinner in a Italian canteen– all of this in one day and in only one neighborhood. Japantown, or Bairro da Liberdade, (Liberty Neighborhood), is one of the most famous sights of the city. As you walk through its streets you will be immersed in Japanese culture and feel as if you are in Japan when you notice the typical Japanese décor and people. Its renowned restaurants and craft art fairs are the major attractions here. A visit to the city’s largest park is also a mandatory stop for anyone in São Paulo. Ibirapuera Park has 1,584 square kilometres of green area, with sports pitches and bike paths that welcome millions of people every day. The park is a great place to practice sports and visit the many museums located within the park, as well as admire its bridges and three artificial lakes. For all of these reasons we can say that the so-called “misty city” is one of the most famous cities in the world, despite the constant traffic jams and irregular climate. Musician and poet Caetano Veloso described São Paulo like no other in a song entitled “Sampa”, when he said that the city is “the opposite of the opposite of the opposite of the opposite.” MUNICIPAL THEATRE TEATRO MUNICIPAL


SÃO PAULO METRO METRÔ DE SÃO PAULO

JAPANTOWN BAIRRO DA LIBERDADE

PAULISTA AVENUE AVENIDA PAULISTA

PORTUGUÊS

Dizer que São Paulo é o coração do Brasil é a definição mais verdadeira e correta sobre a maior cidade do hemisfério sul. São dez milhões de habitantes que movimentam a sexta metrópole mais populosa do mundo e faz com que a região seja o principal centro econômico e mercantil da América Latina. Mas se engana quem diz que a “terra da garoa” é famosa apenas pelo ritmo frenético de seus trabalhadores. São muitas as oportunidades de lazer da cidade, localizada na região Sudoeste do Brasil. Dentre tantos prédios para conhecer nos milhões de metros quadrados da cidade, um dos arranha-céus que merecem destaque é o Edifício Altino Arantes, também conhecido como Edifício do Banespa, devido ao banco que o construiu. Inaugurado em 1947, no centro de São Paulo, a obra-prima foi inspirada no famoso Empire State Building, de Nova York. Da torre que fica em seu topo, é possível ter uma visão panorâmica da cidade de São Paulo, com um alcance de 40 km. Apesar dos lindos prédios antigos do centro de São Paulo, a avenida Paulista é a grande “casa” dos arranha-céus. Na via mais famosa da cidade, é possível ver imensos edifícios espelhados, refletindo a luz do sol e abrilhantando um dos locais com maior diversidade cultural da cidade. O mundo inteiro se encontra na Paulista. Lá, é possível avistar hippies, orientais, europeus e americanos, tudo em um mesmo dia. O dia mais propício para tal aventura cultural é aos domingos, quando são realizadas as “feirinhas de artesanato” no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Também não é exagero falarmos que a gastronomia da cidade de São Paulo é algo incrível. Por conta da diversidade cultural, é possível encontrar comida de dezenas de países andando apenas pelo bairro dos Jardins ou pela região da Paulista. Em um mesmo dia, você pode tomar café da manhã tipicamente brasileiro, almoçar em um restaurante árabe, tomar o lanche da tarde em uma lanchonete americana e jantar em uma cantina italiana. Tudo isso em apenas um bairro. O bairro da Liberdade, por exemplo, é um dos grandes pontos turísticos de São Paulo. A região é vista como a casa dos japoneses. Ao andar pela vizinhança, você se sente nas ruas de uma cidadezinha nipônica, com decoração e moradores de origem japonesa. Restaurantes e feiras de artesanato do país oriental também são as grandes atrações do famoso bairro da capital paulista. Porém, é impossível falar de lazer sem citar o Parque do Ibirapuera. Com 1,584 km², é a área verde mais famosa da cidade, com quadras esportivas e ciclovias que recebem milhões de visitantes todos os dias da semana. Além de ser um ambiente saudável para a prática de esportes, o parque abriga museus, pontes e três lagos artificiais, que, juntos, ocupam 15,7 mil m². É por todas essas razões que a chamada terra da garoa é uma das cidades mais famosas do mundo. Mesmo com a dificuldade de locomoção causada pelo trânsito intenso e pelo clima instável, São Paulo é, na definição do músico e poeta baiano Caetano Veloso, “o avesso do avesso do avesso do avesso”. ART MUSEUM OF SÃO PAULO - MASP MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO - MASP

COPAN BUILDING AND SÃO PAULO SKYLINE

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CULTURE CULTURA

Text/Texto: LUIZA MOREIRA Photos/Fotos: LUCAS SOCIO

Shake that Boom Boom T ENGLISH

Vancouver band with a Latin twist comes back from a Brazilian tour ready for more Banda de Vancouver com um sabor latino volta de turnê no Brasil e quer muito mais 16

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he Canadian band “The Boom Booms” has just returned to Vancouver after a 68-day Brazilian tour. The six band members performed nine concerts in six different Brazilian states and brought back more than 30 hours of video footage of this adventure. What was meant to be a business trip, ended up turning into a “business for pleasure” trip, with a stop for Carnival in Salvador, a concert for an audience of 1,000 people, new business opportunities, and an overdose of beachcombing and late-night partying. The band is comprised of vocalists Aaron Ross, Geordie Hart on acoustic guitar and back vocal, Richard Brinkman, drums, Sean Ross, ukulele and


PORTUGUÊS

back vocal, Theo Vincent, percussion, and three hours playing music and laughing it Tom Van Deursen on electric guitar. off, until another bus came by to resume To make this tour happen, they asthe trip. They finally made it to Altamira sembled a team made up of the online and visited the area where the dam is beTV channel Grounded TV Network and ing built and spent three intense days with Point Blank Creative Productions to put the local tribes. everything together along with the band. “It was the most memorable part of This Canadian ensemble joined forces with the trip for me. They are incredible. It band producer Filipe Miranda, the only was a privilege to be able to spend time Brazilian in the group. amongst the natives and hear their ver“Filipe’s involvement was essential besion of the facts. It’s very sad and tragic cause there is nothing more efficient than to see what they are enduring. They have having a Brazilian native to help us in his nowhere to go and their future is uncerown country. Some of us in the band know tain,” recalled Ross. some Portuguese but Miranda is a local, Salvador, in the state of Bahia, was he is fluent in the language and knows the next stop on the tour. It was Carnival how to approach people,” said Hart. and they were really looking forward to The adventure started on January the next few days. The party atmosphere 18; they left Vancouver and headed to took over the Canadian travelers and they Manaus, in the chose to stay heart of the in Bahia for a Amazon, where whole month, They are incredible. It was a they stayed for a taking in the week. In Manaus privilege to be able to spend time natural beauty of they put on a its beaches and amongst the natives and hear concert for 450 partying all night. their version of the facts. people. From As a result they there the band only had time for got on a boat and one show. headed to Alter do Chão, in the city of “The guys went crazy! It was a mix of Santarém in the state of Pará. It would beach and partying almost 24 hours a day. have taken 20 hours to complete the trip, There was music everywhere. They even but one of the engines broke down. The took part in percussion and Samba classes journey ended up taking two days, but it in Salvador,” said Miranda. didn’t curb the band’s enthusiasm – esAfter 68 days immersed in Brazilian pecially once they discovered this paradiculture, the band felt like it couldn’t have siacal place with its crystal clear waters. gone any better. Even the obstacles on the Despite the misfortune of the boat’s way served as good stories to tell and laugh mechanical problems, they ended up with about afterwards. Rio de Janeiro was the the reward of an invitation to play at a bar last stop on the tour and made everyone on the banks of the Tapajós River for an feel the desire to stay forever. Ross was audience of 100 people. heavy hearted as he left Rio. Miranda, who The group left Alter do Chão for Alhas been living abroad for seven years and tamira, also in the state of Pará, to learn is the only Brazilian in the group, explained more about the Belo Monte dam project. In this feeling in a very Brazilian way. keeping with tradition, the bus broke down “Do you know what you are feeling? It’s on the way there. Did they complain? Of called saudade! There is no translation for course not! They sat by the shoulder of that. It’s what I feel every time I return to the Transamazonica Highway and spent Vancouver,” explained Miranda.

A

banda canadense The Boom Booms acabou de voltar a Vancouver após uma turnê de 68 dias pelo Brasil. Os seis integrantes da banda fizeram nove apresentações em seis estados brasileiros e trouxeram na bagagem mais de 30 horas de imagens dessa aventura. O que era para ser uma viagem a trabalho acabou se transformando numa “viagem de lazer a trabalho”, com direito a carnaval em Salvador, show para um público de mais de mil pessoas, novas propostas de negócios e overdose de praia e noitadas. A banda é formada por Aaron Ross (vocal), Geordie Hart (baixo e backing vocal), Richard Brinkman (bateria), Sean Ross (ukulele e backing vocal), Theo Vincent (percussão) e Tom Van Deursen (guitarra). Para a realização do projeto, foi formada uma parceria entre a banda, o canal on-line Grounded TV Network e a produtora Point Blank Creative. Essa equipe de canadenses se juntou ao produtor da banda na turnê, Filipe Miranda, o único brasileiro da trupe. “A presença do Filipe na viagem foi essencial, pois nada mais eficiente do que um próprio cidadão brasileiro para resolver as coisas no seu país. Alguns de nós da banda até sabemos um pouco de português, mas ele é local, tem a fluência do idioma e sabe como falar com as pessoas, como abordá-las, já vai direto nas pessoas certas”, afirma Hart. A aventura começou no dia 18 de janeiro, saindo de Vancouver com destino a Manaus, no Amazonas, onde passaram quase uma semana. Lá, a banda fez um show para cerca de 450 pessoas. De Manaus, o grupo pegou um barco para Alter do Chão, em Santarém, no Pará, que demoraria cerca de 20 horas para chegar se não tivesse quebrado um dos dois motores. Conclusão: a banda chegou ao seu destino dois dias depois do previsto. Porém não foi o suficiente para tirar a empolgação da turma para conhecer o

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lugar paradisíaco com águas cristalinas. O azar do imprevisto no barco acabou sendo compensado com um convite para tocar em um bar nas margens do rio Tapajós para mais de cem pessoas. De Alter do Chão, o grupo partiu para Altamira, também no Pará, para conhecer mais a fundo a questão das barragens de Belo Monte. Para não perder o costume, no meio da madrugada, a roda do ônibus quebrou. Motivo para revolta? De jeito nenhum! Sentaram-se no meio-fio em plena rodovia Transamazônica e passaram três horas fazendo música e rindo da situação, até a chegada do próximo ônibus. Até que, finalmente, chegaram a Altamira, onde puderam visitar o local das barragens. Foram três dias intensos, convivendo com as tribos indígenas da região.

“Para mim, foi o momento mais marcante de toda a viagem. Eles são incríveis. Foi um privilégio poder estar entre os índios e ouvir a versão deles da história. É muito triste e traumático o que eles estão passando. Não têm para onde ir. Não sabem como será o futuro”, diz Ross. A próxima parada foi em Salvador, na Bahia. Era carnaval e os próximos dias prometiam. O clima de festa encantou tanto os canadenses que acabaram passando um mês curtindo praias e noitadas diariamente e só “tiveram tempo” para fazer um show. “Os caras ficaram alucinados! Era praia, música e bagunça quase 24 horas por dia. Tinha música em todos os lugares. Até aulas de percussão de samba a banda

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r!

Whistle

teve em Salvador”, conta Miranda. Após 68 dias imersos na cultura brasileira, a banda afirma que foi tudo impecável e não poderia ter sido melhor. Até os obstáculos no meio do caminho serviram de história para contar e rir depois. O Rio de Janeiro fechou a turnê com chave de ouro, fazendo com que ninguém quisesse voltar ao Canadá naquele momento. Ross se emocionou ao deixar a Cidade Maravilhosa, e o brasileiro Miranda, que há sete anos mora no exterior, explicou ao canadense como é esse sentimento – de uma maneira bem brasileira. “Sabe o que você está sentindo agora? Saudade! Não tem tradução, é sentimento. É o que eu sinto toda vez que volto para Vancouver”, explicou Miranda.

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Cresci numa cidadezinha do interior com cerca de 20 mil habitantes e com 18 anos me mudei para uma cidade maior quando fui para a universidade estudar jornalismo. Ainda não satisfeita, me mudei para Curitiba e lá foi quando eu conheci o Vancouver Institute - parceiro do Canadian College no Brasil - e hoje estou aqui, na maravilhosa cidade de Vancouver. Nunca poderia imaginar minha vida tomando um rumo como esse, apesar de ter como um sonho de infância fazer intercâmbio e morar fora do país. Vim para Vancouver pelo programa work/study por oito meses. Frequentei as aulas de inglês intensivo no Canadian College e lá eu evoluí demais. Digo isso pois nunca ter estudado inglês no Brasil a não ser no Vancouver Institute. Foi bem difícil no início mas aí você percebe que todos estão lá pelo mesmo motivo e isso foi incrivelmente positivo na hora de me relacionar com as pessoas. Fiz amigos de diversos países, conheci suas culturas e até aprendi algumas palavras em Coreano, Árabe e Japonês. Percebi o quanto era “ignorante” em relação a muita coisa - culturas, idiomas e até mesmo no inglês. Nessa época também, passei a escrever para o blog do CCEL em português, já que antes de vir para cá criei um blog sobre Vancouver para contar minhas experiências. Também fiz trabalhos voluntários e sempre procurei me engajar o máximo possível. Depois que o período de aulas acabou, passei a trabalhar como busser num restaurante africano, onde pude praticar tudo aquilo que tinha aprendido durante os quatro meses de estudo intensivo. Depois evoluí, passei a ser hostess num restaurante no badalado bairro de Yaletown onde estou até hoje. Fiquei tão engajada com Vancouver e me sentindo tão “em casa” que a idéia de já voltar para o Brasil me deixava desolada. Foi aí que procurei novamente o Canadian College para saber mais sobre os cursos profissionalizantes pois conheci alguns brasileiros que estudavam lá e falavam super bem. Fiquei muito empolgada com o programa Co-op em International Business e vi ali uma grande oportunidade de continuar morando aqui, aprendendo inglês mas ao mesmo tempo ganhando conhecimento em uma área super crescente no mercado. Tudo passou de apenas um plano para uma realidade e decidi, junto aos meus pais que sempre me apoiaram, fazer o curso de International Trade Co-op no Canadian College. A possibilidade de imigrar através do programa “Canadian Experience Class” e pelo fato de poder trabalhar para pagar meus estudos foram um dos pontos mais decisivos na escolha do Canadian College. Com certeza isso fez toda a diferença para mim tendo em vista a chance de cada vez mais me tornar independente e evoluir como profissional e também, claro, como pessoa. Mal posso esperar por este desafio. (Liliane)


SPECIAL ESPECIAL

Mistaken identity

BIANCCA OZAWA

Asian-Brazilians struggle to find their identity in Canada Brasileiros asiáticos em busca de identidade no Canadá THIAGO SILVA ENGLISH

If you think that choosing what to wear in the morning can be a challenge, imagine if you also had to choose a nationality— out of three. This is how numerous AsianBrazilians feel when they hear the most frequently asked question in Vancouver: “where are you from?” “Most Canadians don’t realize that Brazil is also a country of immigrants,” says Biancca Ozawa, president of the Brazilian Community Association in Vancouver. Ozawa, whose grandparents emigrated from Japan to Brazil, is a third-generation Brazilian from São Paulo. During her 10 years in Canada, she has had a hard time 22

Brazilian Vibe Summer/verão 2012

identifying with the Japanese community in Vancouver. “Since most Japanese immigrants settled in Brazil before the Second World War, I find that many traditions I learned from my parents are quite different from the Japanese traditions observed by Japanese-Canadians since immigration from Japan to Canada happened mostly after the war,” she notes. The fact that Vancouver also has a large Asian community adds to the struggle Asian-Brazilians face when defining their identuty. Most people simply assume they are from Asia and completely dismiss, and sometimes even question, their Brazilian identity. André Lee, a first-generation Brazilian

from São Paulo and a business student at Simon Fraser University, is constantly encountering such situations and often times finds himself in heated arguments with friends who refuse to see him as Brazilian. “Even though Canadians, and especially Brazilians, see me as Korean, I always try to explain that I am truly Brazilian,” explains Lee. Nori Kinoshita, a pet groomer from Curitiba, who has been living in Canada for 13 years, agrees. “People are shocked when I say I am not Japanese or Chinese but Nippo-Brazilian,” she explains. There are over two million people of Asian ancestry in Brazil according to the Brazilian Geographic and Statistic Institute


LUCAS SOCIO/BRAZILIAN VIBE

(IBGE, in Portuguese), which includes over 1.4 million people of Japanese ancestry, the largest Japanese diaspora in the world. “Asian-Brazilians are a lot different from Asian-Canadians in a way that is hard to explain. Even though we might share a language and customs, Asian-Brazilians are more open-minded,” explains Lee. Ozawa has experienced this openminded outlook many times in her life and ignored most of the traditional rules imposed by her family. She has dated a Brazilian man whose parents were originally from Okinawa, going against her parents’ preferences. She also has friends from many different cultural backgrounds and is currently married to a Chinese-Canadian. “All of my siblings chose to only befriend and date Japanese-Brazilians, as long as their families were not originally from Okinawa, since people from that region tend to have darker skin and my parents frowned upon that. I think this is a very racist attitude,” explains a rebellious Ozawa. Family traditions are notoriously present in the daily lives of Asian-Brazilians, such as the importance their families put on education. On the list of top scorers in the country’s most competitive university entrance exam, FUVEST, one will undoubtedly notice that most of the Marcelos, Eduardos, and Marianas have Asian last names. The fact that Brazil’s population is made up of immigrants from all over the world sheds a light on the acknowledgment that Asian-Brazilians are part of the country’s fabric, and while everyone is sometimes judged by the way they look, Asian-Brazilians seem to have a harder time not falling into stereotypes. “When Canadians see my Asian face they have a very hard time believing I am Brazilian, they are always surprised, not to say suspicious,” says Lee. While Brazilians of all other ethnicities are undoubtedly seen as Brazilians, AsianBrazilians stand out from the crowd due to their unmistakably Asian physic. “If an Asian-Brazilian is not recognized to be an authentic Brazilian then you cannot say that Brazilians exist as a people . . . you would have to say that there are only Europeans, Asians, and Africans,” argues Lee. No matter how they identify themselves, or how their social circles influence their identity in Canada, these Asian-Brazilians have one thing in common: they are overconfidently “green and yellow” patriots. “Here in Canada I identify myself more with the Chinese culture, mostly because of my daily contact with my husband’s family and the Chinese community, than with Canadian culture. But my daughter, Hana, speaks Portuguese! ”exclaimed a proud Ozawa.

BIANCCA OZAWA AT BRAZILFEST 2011 BIANCCA OZAWA NO BRAZILFEST 2011 PORTUGUÊS

Se decidir qual roupa usar de manhã já é difícil, imagine se também tivesse de escolher uma nacionalidade – dentre três. É assim que muitos brasileiros asiáticos se sentem quando escutam a pergunta mais frequente em Vancouver: “De onde você é?”. “A maioria dos canadenses não sabe que o Brasil também é um país de imigrantes”, diz Biancca Ozawa, presidente da Associação da Comunidade Brasileira em Vancouver (BCA, em inglês). Ozawa, que é paulista e neta de japoneses, explica que nestes seus dez anos de Canadá ela teve dificuldade em se identificar com a comunidade japonesa de Vancouver. “����������������������������������� Como a maioria dos imigrantes japoneses chegou ao Brasil antes da Segunda Guerra Mundial, percebi que muitas das tradições que aprendi com meus pais eram bem diferentes das tradições dos japoneses daqui, uma vez que a emigração japonesa para o Canadá se deu depois da guerra”, ela disse. O fato de Vancouver ter uma grande comunidade asiática também contribui para esse sentimento de exclusão dos asiáticos brasileiros, visto que a maioria das pessoas simplesmente assume que eles vieram de algum país asiático e completamente ignora, as vezes até questiona, sua identidade brasileira. O paulista André Lee, cujos pais emigraram da Coreia do Sul, é aluno de Administração na Universidade Simon Fraser e constantemente se depara com essa situação. Ele chega até a discutir arduamente com colegas de classe que se recusam a vê-lo como brasileiro. “Acho que, apesar de os canadenses – e principalmente os brasileiros – me considerarem coreano, sempre tento dar um toque para as pessoas de que sou brasileiro”, disse Lee.

A curitibana Nori Kinoshita mora há 13 anos no Canadá, e concorda com Lee. “As pessoas ficam chocadas quando menciono que não sou japonesa ou chinesa, e sim nipo-brasileira”, ela explica. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de dois milhões de brasileiros são de origem asiática, dos quais mais de 1,4 milhão tem ancestrais japoneses – a maior diáspora japonesa no mundo. “Os asiáticos brasileiros são bem diferentes dos asiáticos do Canadá, de um jeito que não dá para expressar especificamente. Ainda que possamos nos comunicar na mesma língua, ou que tenhamos alguns costumes asiáticos semelhantes, sempre tem uma diferença, uma vez que os asiáticos do Brasil têm a mente mais aberta para as coisas, já têm o jeitinho brasileiro”, explica Lee. Ozawa já sentiu na pele o reflexo da mente aberta brasileira, e muitas vezes ignorou as regras tradicionais impostas pela família. Ela namorou um brasileiro cujos pais vieram de Okinawa, contrariando as preferências da família. Ela também tem amigos de várias raças e culturas, além de ser atualmente casada com um sino-canadense. “Meus irmãos sempre namoram e têm amigos nipo-brasileiros, desde que eles não sejam de famílias que tenham vindo de Okinawa, porque as pessoas de lá têm a pele mais escura, e meus pais não gostaram quando namorei um cara de uma família que veio de lá. Olha só que racismo!”, explica a rebelde Ozawa. Essas tradições familiares estão notoriamente presentes em seu cotidiano, como a importância que elas colocam na educação, e, ao olhar a lista dos mais bem colocados no exame do vestibular mais concorrido do Brasil, a Fuvest, é impossível não perceber que a maioria dos Marcelos, Eduardos e Marianas tem um sobrenome oriental. Brazilian Vibe Summer/verão 2012

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PORTUGUÊS

O Brasil é um país que acolheu imigrantes de todas as partes do mundo, e os asiáticos são um pilar da estrutura que compõe o Brasil. Porém até hoje os brasileiros asiáticos sofrem com estereótipos. “Quando falo que sou do Brasil, com a minha cara asiática, sempre vai ter cara espantada ou desconfiada”, afirma Lee. Enquanto brasileiros de todas as outras etnias são vistos como brasileiros, os orientais CHINA

中华人民共和国

chamam mais a atenção por conta de sua inquestionável aparência asiática. “Se um asiático brasileiro não é reconhecido como sendo um brasileiro autêntico, não podemos dizer que existe um povo brasileiro, teríamos, então, que dizer que só existem europeus, asiáticos e africanos”, argumenta Lee. Indiferentemente de como eles se identificam, ou como seus círculos de amizades JAPAN / JAPÃO

influenciam sua identidade no Canadá, esses asiáticos brasileiros têm algo em comum: seu patriotismo verde e amarelo. “Aqui���������������������������������� , no Canadá, acho que me identifico mais com a cultura chinesa do que com a canadense, principalmente por conta do meu contato diário com a família do meu marido e com a comunidade chinesa local. Mas minha filha, Hana, fala português!”, diz Ozawa, orgulhosa. KOREA / COREIA 대한민국

日本国

2012 marks the 200th anniversary of Chinese immigration to Brazil. The first immigrants came to work in the construction of railroads and to set up tea crop plantations. Immigration from China peaked in the 1950s, and many Chinese immigrants now come to Brazil to work in the service industry, especially in restaurants and electronics stores.

On June 18, 1908, after a 52-day journey from Kobe, Japan, the ship Kasato-Maru arrived in Santos, Brazil with 781 Japanese immigrants. This was the first of hundreds of trips that followed bringing over 200 thousand Japanese immigrants to Brazil. They were fleeing poverty in the rural areas of Japan and were recruited as cheap labour by coffee crop farms.

Korean immigration to Brazil officially started in the 1960s, though there was some sporadic migration as early as 1918. Brazil is home to the seventh largest Korean diaspora in the world, and in the past 20 years over 50 thousand Koreans have immigrated to Brazil and settled mostly in São Paulo to work in the service and garment industries.

2012 marca o bicentenário da imigração chinesa no Brasil. Os primeiros imigrantes vieram para trabalhar na construção de ferrovias e plantações de chá. O pico da imigração chinesa foi na década de 1950. Mais recentemente muitos imigrantes chineses vão ao Brasil trabalhar na área de serviços, principalmente em restaurantes e no comércio de eletrônicos.

Em 18 de junho de 1908, após uma viagem de 52 dias desde Kobe, no Japão, o navio KasatoMaru atracou em Santos, São Paulo, com 781 imigrantes a bordo. Essa foi a primeira de centenas de viagens que seguiram e trouxeram mais de 200 mil imigrantes japoneses ao Brasil. Os imigrantes, que estavam fugindo da pobreza nas áreas rurais do Japão, eram recrutados para trabalhar em plantações de café.

A imigração coreana no Brasil começou oficialmente na década de 1960, porém, desde 1918, já havia uma onda de imigração esporádica. A comunidade coreana no Brasil é a sétima maior do mundo, e nos últimos 20 anos mais de 50 mil coreanos emigraram para o Brasil. A maioria se estabeleceu em São Paulo, onde trabalham na área de serviços e confecção. SOURCE/FONTE: IBGE, UNICAMP, BUNKYO

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SPORTS ESPORTES

Text/Texto: LUIZA MOREIRA Photo/Foto: LUCAS SOCIO

Hand me that ball BC NATIONAL HANDBALL TEAM TRAINING AT UBC BC NATIONAL HANDBALL TEAM TREINANDO NA UBC ENGLISH

It’s a dynamic and fast-paced game in which the primary goal is to get through the defenders and attack in order to score the most goals. No, I am not talking about soccer, but rather, another sport which is also very popular in Brazil: handball. Mixing basketball and soccer, handball was first played in Germany in 1919. It was initially played on a grassy field similar to a soccer field and each team had 11 players. Today the sport is played in smaller fields and each team is comprised of seven players: two sideliners, a pivot, two defenders, a central player, and a goal keeper. Even though handball is very popular in Brazil and Europe, the game is not very well-known in Canada. Romanian Adrian Tarcea coaches the BC National Handball Team and thinks that if there were more players and federated teams in the country the sport would get more visibility. “We need more people to get involved with the game, more teams, but for this to happen people have to know that the sport exists. The first step is to teach children to play what we call ‘European 26

Brazilian Vibe Summer/verão 2012

Popular in Brazil, Handball is struggling in B.C. Popular no Brasil, o handebol sofre em Vancouver Handball’,” said Tarcea. Brazilian Jean Lucas de Andrade agrees that the sport needs to get more recognition within the school system. “Here in Canada, European immigrants especially, are trying to bring people’s attention to the sport. There is a lack of support from government and schools. The kids should be taught how to play handball early on.” Andrade has been playing handball for 15 years and as soon as he arrived in Vancouver in September 2011, he had a hard time finding a team to practice with. But after a lot of research, he ended up finding the BC National Handball Team. The team usually travels to compete; however, they do not receive sponsorship and must pay their own way. This year they have already played in Abbotsford, Kamloops, Seattle, and San Francisco, in addition to Vancouver. Despite being founded in 1995 and

having a few constant players, the team formation is very inconsistent because most of the players are not Vancouver residents and end up returning to their countries of origin after their stay in Canada. This is the case for Marcos Vinicius Cons, a Brazilian who came to Vancouver to study English and was part of the team before returning to his native Curitiba. “I didn’t want to stop playing handball just because I came to study in Canada, so when I found out that there was a handball team in BC, I joined the team to keep practicing, but then my English course ended and I went back to my country and my routine,” said Cons. Despite the inconsistency in the team’s formation and the lack of sponsors, the team hopes that one day the sport will be more recognized in Canada and surely Brazilians can contribute to this initiative.


PORTUGUÊS

O que é, o que é: um jogo dinâmico e veloz cujo objetivo principal é conseguir espaço no meio da defesa para poder atacar e fazer o maior número possível de gols? Não, não estou falando de futebol, mas sim de outra modalidade esportiva muito popular no Brasil: o handebol. Uma mistura de basquete com futebol de salão, o handebol nasceu na Alemanha, em 1919. Inicialmente, o jogo era praticado na grama, em um campo similar ao do futebol, e cada time contava com onze jogadores. Hoje em dia, o esporte é praticado em quadras menores e cada equipe possui sete jogadores, sendo eles: dois pontas, um pivô, dois defensores, um central e um goleiro. Embora popular no Brasil e na Europa, a modalidade esportiva é pouco conhecida aqui no Canadá. O romeno Adrian Tarcea, técnico do BC National Handball Team, afirma que, se existissem mais jogadores e times federados no país, certamente o esporte teria mais visibilidade.

“Precisamos de mais atletas que se interessem pelo jogo, mais equipes, mas, para isso, as pessoas precisam saber da existência do esporte. O primeiro passo é ensinar às crianças o que chamamos de “handebol europeu”, afirma Tarcea. O brasileiro Jean Lucas de Andrade também acredita que o esporte deve ser mais valorizado nas escolas. “Aqui no Canadá, os imigrantes, principalmente europeus, lutam para dar visibilidade ao handebol. Falta iniciativa do governo, das escolas. As crianças deveriam aprender desde cedo.” Andrade joga desde os 15 anos e, assim que chegou a Vancouver, em setembro de 2011, teve dificuldade para encontrar um time para treinar, mas, depois de pesquisar e perguntar muito, acabou achando o BC National Handball Team. A equipe costuma viajar para competir, no entanto, não existe patrocínio e todos os custos são bancados pelos próprios jogadores. Só neste ano, eles já jogaram em Abbotsford, Kamloops, Seat-

tle e San Francisco, além de Vancouver. Apesar de o time ter sido criado em 1995 e ter alguns atletas antigos, o BC National Handball Team é bastante instável, pois a maioria dos jogadores são estrangeiros que vêm passar um tempo no Canadá e voltam para o país de origem. Este é o caso do também brasileiro Marcos Vinicius Cons, que veio para Vancouver estudar inglês, treinou com a equipe do BC e depois voltou para sua cidade, Curitiba. “Não queria parar de jogar handebol só porque fui passar um tempo estudando no Canadá. Aí, quando descobri o BC National Handball Team, aproveitei para treinar e manter o hábito, mas meu curso acabou e tive de voltar para o meu país e para a minha rotina”, lamentou Cons. Apesar da inconsistência de jogadores e da falta de patrocínio, o time tem a esperança de um dia o esporte ser mais valorizado no Canadá. E certamente os brasileiros têm muito a colaborar com essa iniciativa.

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COLUMNIST CRÔNICA

Back to the country of the future

De volta ao país do futuro SÉRGIO MALBERGIER ENGLISH

PORTUGUÊS

Life outside of Brazil in the past was very different than today. I lived abroad for one year in the 1980s and one year in the 1990s. Communications were poor: there was no e-mail, Skype, internet, or mobile phone. We wrote letters! We used to ask one thing one week and receive a response two weeks later. While today we can watch the Jornal Nacional from anywhere in the world just hours after it was aired by Rede Globo in Brazil, decades ago, for months on end, we would circulate a Brazilian magazine as if it was a treasure. We lived like Fred Flintstone. The sense of distance was much bigger, a distance that mystified a country with no opportunities and an uncertain future. Brazil looked so much better when we were outside. And the world outside looked so good when we were inside. Today everything is alike, the inside and the outside pasteurized by globalization and total communication. In Vancouver or in São Paulo, we see almost the same things, we have almost the same things. But there is one thing here in Brazil that you can’t see from abroad: the spark in people’s eyes. Not that they are all doing well, far from it. But since Lula, the father of the poor and the mother of the rich, closed the national consensus around capitalism, there is no social class or region in Brazil that has not improved, and people can see a better future for their children. So, the biggest change for those who live outside Brazil is not life outside Brazil, but Brazil itself. Prepare yourself.

Viver fora do Brasil antigamente era muito diferente de viver fora do Brasil hoje. Vivi fora do Brasil por um ano nos anos 1980 e um ano nos anos 1990. As comunicações eram precárias: não havia Skype, e-mail, internet ou celular. Escrevíamos cartas! Perguntávamos uma coisa numa semana e recebíamos a resposta duas semanas depois, em letra nem sempre compreensível. Enquanto hoje vemos o Jornal Nacional poucas horas depois de ele ir ao ar, antes, uma revista brasileira, qualquer que fosse, circulava meses de mão em mão como uma preciosidade. Vivíamos como verdadeiros Fred Flintstones. A sensação da distância era muito maior, uma distância que mistificava um país atrasado, sem oportunidades, de futuro duvidoso. O Brasil parecia muito melhor quando estávamos fora. E o exterior parecia muito melhor quando estávamos dentro. Hoje, está tudo mais parecido, o dentro e o fora pasteurizados pela globalização e pela comunicação total. Em Vancouver ou em São Paulo, vemos quase as mesmas coisas, temos quase as mesmas coisas. Mas há uma coisa aqui, no Brasil, que não dá para sentir daí: o brilho nos olhos das pessoas. Não que estejam todos bem, longe disso. Mas, desde que Lula, pai dos pobres e mãe dos ricos, fechou o consenso nacional em torno do capitalismo, não há região ou classe social do Brasil que não esteja melhor, que não veja para seus filhos um país melhor. Por isso, o que mais mudou para quem vive fora do Brasil não é a vida fora do Brasil, mas o Brasil para o qual voltar. Prepare-se.

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LAST WORDS SAIDEIRA PORTUGUÊS

On the road to Rio Canadian NGO in search of suggestions for Rio+20 ONG canadense está em busca de sugestões para Rio+20 Text/Texto & Photo/Foto: LUCAS SOCIO ENGLISH

The countrywide tour organized by the not-for-profit organization We Canada entitled “Earth Summit 2012” made its last stop in Vancouver on April 12 at Simon Fraser University. There they discussed the issues Canada should be addressing at the upcoming United Nations Conference on Sustainable Development to be held this June in Rio de Janeiro, Brazil. The conference is also known as Rio+20 because it celebrates the 20th anniversary of the United Nations Conference on Environment and Development which took place in Rio de Janeiro in 1992 (Rio-92), Each country represented will bring a list of topics related to the conference’s theme to be discussed with other world leaders. Victoria Wee, youth engagement director at We Canada, explains how they are contributing to the debate. “At the end of each tour we gain ideas and input from Canadians coast to coast about what interests and values they think Canadian authorities should negotiate at the summit. We will gather all this information and categorize it and then bring it to Rio for authorities to consider,” she said The organization calls attention to the fact that Canada won the “Fossil of the 30

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Year Award”, which is presented every year by a collective of more than 500 international NGOs. A letter was also sent to Peter Kent, minister of the environment, outlining measures it believes should be taken by the federal government at the summit, such as the elimination of fossil fuel subsidies and pricing carbon. Jorge Amigo, editor-in-chief at We Canada, believes that there are many different issues that should be discussed at the summit, such as the connection between the degradation of the environment and advertising. “The connection between consumerism and environmental destruction is absolutely direct. We send this double message that says we want a better world, yet we motivate advertisers to freely persuade us in buying things we don’t need, like cars for example. That does not make us a better society,” noted Amigo. The earth summit in Rio de Janeiro brings together several influential leaders from around the world but you can also make a difference in their decisions. At the summit’s website www.earthsummit2012.org you can get involved in meetings and petitions.

A turnê nacional “Earth Summit 2012”, organizada pela organização não governamental (ONG) We Canada, fez sua última parada em Vancouver, no dia 12 de abril, na Universidade Simon Fraser. Os participantes discutiram os assuntos que o Canadá deverá apresentar na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro. A conferência também é conhecida como Rio+20, pois celebra o vigésimo aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio-92). Cada país apresentará uma lista de assuntos relacionados ao tema da conferência que será discutida por líderes mundiais. Victoria Wee, diretora de relacionamento com os jovens da We Canada, explica como eles estão contribuindo para a discussão: “No fim de cada turnê, nós juntamos as ideias apresentadas pelos canadenses sobre o que eles acham que as autoridades devem negociar no encontro. Coletamos toda essa informação, catalogamos e levaremos ao Rio para que as autoridades considerem nosso ponto de vista”. A organização chamou a atenção para o fato de que o Canadá ganhou o prêmio de “Fóssil do Ano”, um prêmio às avessas entregue todo ano por uma organização que reúne mais de 500 ONGs internacionais. Uma carta também foi enviada ao ministro do Meio Ambiente, Peter Kent, listando medidas que devem ser tomadas pelo governo federal na conferência, como a eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis e a implementação de taxas de carbono, entre outros. Jorge Amigo, editor-chefe da We Canada, acredita que há vários assuntos que devem ser discutidos na conferência, como a relação entre a degradação do meio ambiente e a publicidade. “A relação entre consumismo e destruição ambiental é completamente direta. Enviamos essa mensagem de que queremos um mundo melhor, mas ao mesmo tempo motivamos anunciantes a nos persuadir livremente a comprar coisas que não precisamos, como carros. Isso não nos torna uma sociedade melhor”, diz Amigo. A conferência do meio ambiente no Rio de Janeiro trará vários líderes mundiais, mas você também pode participar e fazer uma diferença nas decisões. Visite o site montado pela We Canada, www.earthsummit2012.org e descubra como paticipar.


“The Canadian Council for The Americas British Columbia was founded in 1992 and is the leading not-for-profit organisation that facilitates trade, investment, and technological linkages between organisations in British Columbia and the countries of Latin America and the Caribbean.�

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2012 Saturday, August 18th at Granville Street (between Dunsmuir and Robson st.)

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