Patrimonio da Comunidade - Edição 15

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cuidar da vida

nº15

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da comunidade www.damayaespacocultural.art.br

Informe Comercial

Informe Comercial

BAGÉ-RS Brasil Sexta-Feira 4/10/2013

O Percurso da Maya representa uma conversa entre o arroio Bagé e a cidade. Na verdade, visa provocar um encontro entre a natureza que clama por socorro e a população que ignora sua beleza e continua indiferente à poluição. Trata-se de um projeto voltado à comunidade bageense, portanto deve ser coletivo. Semeamos, aqui, a ideia de abraçarmos nossas belezas naturais. O passeio começa no dia 28 de novembro e estende-se por 14 meses.


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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Sexta-Feira, 4 de outubro de 2013

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Editorial /

Quando a gente ama, cuida

A proposta de percorrermos os arroios de nossa cidade, em suas entranhas belas e poluídas, representa um grande desafio. É como diz o poeta: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Sendo assim, o Percurso Da Maya propõe um resgate verdadeiro de nossas belezas e cicatrizes. E, somente nesse momento de introspecção, podemos encontrar nossa essência. Muitas vezes, bela. Outras, em decomposição e no abandono. Assim são todos os organismos vivos. Por isso aderimos à campanha internacional do Outubro Rosa, que visa chamar a atenção sobre o câncer de mama, lembrando que o nosso maior patrimônio é a saúde. Durante todo o mês de outubro, os prédios do Centro Integrado de Oncologia e Mama (CIOM), Da Maya Espaço Cultural e Da Maya Pousada/ Porão vão ficar iluminados de cor de rosa. Queremos acender a consciência de que quem ama, cuida.

Telmo Padilha Cesar*

“Eu, de mão com a filha. A mãe, de mão com nosso filho. Domingo de sol, passeando pela nossa cidade. Respirando a paz de viver no nosso lugar. Amando o que nossa cidade nos pode dar.”

Não consta, nem constará em livros. Não é, nem será tema de filme ou de poesia. Tão pouco será cantada por qualquer grupo musical de samba, bossa nova ou pagode. O fato é que minha mãe deixou uma história: “Nasci na Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre, no dia 11 maio de 1952, um domingo, Dia das Mães. Pesando 4kg e 50g, com 52cm. A chefe da enfermaria era conhecida como Teresona, um sinônimo de poderosa. Para apressar os partos, ela costumava sentar na barriga das mães. Foi um parto sofrido e o meu apelido era gigante para as enfermeiras.” Essa é a história do meu começo, só tem importância para mim. Como é a sua?

Expediente

Todo o ser humano tem sua história, única e indivisível, assim como cada cidade tem sua história. Ela pode ter nascido aos trancos, com guerra, conquista, mortos e feridos, como já aconteceu com muitas, em todo o nosso país ou, com a pacífica e democrática decisão de grupos da sociedade por uma emancipação. Melhor seria que todas elas fossem planejadas com arquitetura e urbanismo e voltadas para o convívio, trabalho, lazer e qualidade de vida de seus habitantes. Seria dar à luz a uma cidade. A vida em comunidades é costurada por conflitos que aumentam todos os dias, assim como aumentam seus habitantes. Vai do cego que tromba num poste, passa pelo vizinho que esparramou o lixo por toda a calçada e chega, no volume exagerado dos aparelhos de som dos automóveis dirigidos por surdos que incomodam mais que meio mundo. É o preço que a cidade cobra. A cidade para ser chamada de humana, primeiro precisa ter História e ser conhecida por todos. Depois precisa ser amada, ser cuidada e, finalmente, precisa ser vivida e exibida.

Jornalista Responsável Angelina Quintana - Reg. Prof. 5305 Capa Ana Remonti Rossi Projeto Gráfico Ana Remonti Rossi Impressão Gráfica do jornal Zero Hora Tiragem 5000 exemplares

Responda: “Quem vive na íntegra a sua cidade, sabendo o nome e conhecendo todos os bairros, as praças, os largos, os cafés, os monumentos, os prédios históricos, a vida noturna?” Agora responda essa: “Quem se orgulha de exibir a sua cidade ao receber visitantes, turistas, viajantes ou novos moradores?” É um desafio e uma provocação! Vale como teste. Repita essas perguntas para cada conhecido ou conhecida. Veja quantos “eu” consegue. Se forem muitos, parabéns a você e sua cidade. Se forem poucos, lamentavelmente, você precisa cuidar melhor da sua cidade e exigir melhorias dos poderes públicos municipais, além, é claro de escolher melhor os seus representantes políticos. Resumindo a culpa é mais sua do que deles!

* Gestor Cultural - Defender (Defesa Civil do Patrimônio Histórico/Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

{

{

A cidade humana

Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé. Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 Telefone (53) 3311.1874

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D

icas de

Lamentações sem muro

ona Zuleika

Uma surpresa inesperada mudou os planos e transformou-se em tempo de ócio e reflexão. Tempo passado a galope como sonho tornando-se realidade precisa ser analisado, 10 anos... Para quem vem da cidade grande o tempo deve ser aproveitado sempre. A lentidão do interior choca, talvez sejamos demasiado apressados e frenéticos. Morosidade cheira-me a preguiça e acomodação, pelo menos displicência: falta de uso da inteligência e ausência de cultivo impede o desenvolvimento físico e mental que leva a ignorar a evolução. Não consigo me acostumar a essa não curiosidade que foge do novo pois ela é vista como uma ameaça ao estabelecido. Que interpretação tola, sem cabimento desde quando a tentativa de mudança deixou de trazer melhora e sucesso a quem a abraça? Meus amigos, vamos acordar a letargia que nos dá essa falsa sensação de segurança e tentar! Alguns fazem por ignorância ou falta de oportunidade que acaba gerando desinteresse e desesperança. Como gostaria de não ter que repetir o que já virou hábito na minha luta para ser ouvida. A equipe Da Maya veio para somar mostrando pequenas coisas que parte da comunidade insiste em não ver. Como ignorar os quarteirões antigos construídos principalmente no século passado, num momento de prosperidade? E finalmente ver isso destruído e ser substituído por imóveis medíocres, sem qualidade e de gosto duvidoso. Mas a maior desilusão

favor, sei que algumas “ Por pessoas de boa vontade vão me ouvir e ajudar-me. Obrigada pela atenção!”

e inaceitável é que os moradores na sua maioria desprezam onde vivem. Tornou-se comum a ideia de que só o governo é responsável por tudo, ledo engano, pertence ao morador varrer e manter suas calçadas em estado correto, limpas e restauradas e cabe ao passante o mínimo de auto respeito usando-as para caminhar e não como lata de lixo. As calçadas do Espaço Cultural são um exemplo vergonhoso de falta de auto respeito. As bicicletas são usadas propositadamente para riscar de negro com seus pneus e é quase impossível limpá-las. Infelizmente optei por branco e breve vou ter que refazê-las. A má qualidade do ladrilho local e a insistência de sujá-la desde que existe não esmorecem. Dei o exemplo organizando e mantendo o canteiro central em frente ao prédio. Tento manter as arvores podadas, limpas de parasitas. Peço ao guardião que molhe e cuide do jardim porque não adianta fazer se não houver manutenção. Tudo isso é ignorado por todos. Começaram uma pretensa restauração das calçadas e canteiros dessa que é uma das avenidas principais de Bagé, inútil dizer que durou pouco o entusiasmo, pode se ver, ano depois, tudo jogado e pior. Foi pedida ajuda

e até sensibilizei-me e achei que podia fazê-lo. Então pensei: estou aqui à disposição de quem de boa vontade e convicção queira fazer alguma coisa. Não é o caso, não posso carregar o descaso e a ignorância. E o nosso querido arroio Bagé, outrora lugar de banhos gostosos para a garotada no verão? Primeiro transformou-se em seguimento do esgoto da cidade. Como exemplo cito os três caminhões de pneus velhos e uma carcaça de geladeira que foram se alinhar na Várzea lá da fazenda. Hoje é o lugar preferido dos passantes para atirar suas latas de refrigerantes, papeis, plásticos e toda a sorte de dejetos. Isto é falta de vergonha não tenho outra expressão para usar... Contou-me um senhor de aparente respeitabilidade, acabar sua lata de refrigerante, amassá-la com o pé e chutá-la como um garoto travesso, que belo exemplo! E assim os pobres militares novamente farão um mutirão para limpeza, que durará pouco como sempre, porque breve haverá um festival de cinema na cidade. Por favor, sei que algumas pessoas de boa vontade vão me ouvir e ajudar-me. Obrigada pela atenção!

Zuleika Torrealba


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O diagnóstico precoce ainda é cuidar da vida

O Outubro Rosa é um movimento internacional criado para chamar atenção da incidência do câncer de mama, que é o responsável pelo maior número de óbitos em mulheres. No Brasil, estima-se que cerca de 45 mil novos casos devem ser registrados em 2013, sendo que 4,5 mil somente no Rio Grande do Sul. No ano passado, em torno de 12 mil mortes foram provocadas pelo câncer de mama. O Ministério da Saúde calcula que 61% dessas mortes ocorreram até cinco anos após a descoberta da doença devido ao diagnóstico tardio. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o tipo mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano.

Mulher que se valoriza, toma frente de sua vida. Alimentação saudável, exercícios físicos e prevenção são a chave do sucesso!

Viva a vida! Mudar a realidade do câncer de mama depende de você. Realize mamografia anual a partir dos 40 anos.

19 DE OUTUBRO A PARTIR DAS 9H

O CIOM atende às cidades de Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul.

Centro Integrado de Oncologia e Mama

Rua Carlos Mangabeira n° 519 Bagé/RS Bairro Menino Deus - CEP 96402.100 (53) 3312.3003 / (53) 3312.2900

Cuide da Vida. Ela vale ouro!

Diante dessa realidade, a equipe do Centro Integrado de Oncologia e Mama(CIOM)prefere contabilizar o número de atendimentos que realiza nessa luta contra o câncer, aos usuários do Sistema Único de Saúde(SUS) dos municípios da 7ª Região da Saúde (Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul). De 13

de junho, quando foi inaugurado o CIOM, são realizados mais de 2 mil atendimentos/mês. Entre consultas e procedimentos. O coordenador do CIOM, Mario Mena Kalil, observa que esse ritmo pode ser comparado aos grandes centros do país. A partir do diagnóstico e a realização dos exames pré-operatórios,

Mulheres em estado de alerta O vírus do papiloma humano (HPV) é res-

O ginecologista especializado em gine-

ponsável por 95% dos casos de câncer de

cologia cervical, Ricardo Mendes Costa,

colo de útero no Brasil. Hoje ele representa

é um dos novos integrantes da equipe

a segunda maior taxa de mortalidade entre

do CIOM e observa que os índices de

os cânceres que atingem as mulheres. O

contaminação pelo HPV em Bagé se-

primeiro é o câncer de mama. Por isso, o

guem a tendência nacional. A grande

Ministério da Saúde decidiu ampliar a faixa

preocupação é como o HPV invadiu a

etária das meninas que podem receber a

sociedade.

é

O médico salienta também que se hou-

vacinação contra o HPV. A ideia é vacinar

crescente a contaminação entre as pa-

ver - de fato - uma educação para o uso

garotas de 11 a 13 anos a partir de março de

cientes jovens.

do preservativo, esse problema reduz de

Principalmente

porque

2014 e, no ano seguinte, abranger também

Ricardo Costa reforça a equipe do CIOM

forma significativa.

as meninas de nove a 11 anos. A imunização

_A medida em que os hábitos sociais fo-

será oferecida pela rede pública e faz parte

ram sofrendo liberação, provavelmente

_Essa alta incidência de contaminação

do Programa Nacional de Imunizações(PNI)

75% ou mais mulheres já tiveram contato

pelo HPV é uma das manifestações de fal-

que é composto por um conjunto de 12 vaci-

com HPV. A mucosa mais frequentemen-

ta de educação,de higiene e promiscuida-

nas consideradas de interesse prioritário para

te agredida é a do útero. O que vai de uma

de sexual. O que não tem nada a ver com

a saúde pública.

simples verruga até um câncer, alerta.

a boa sexualidade, complementa Costa.


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o melhor aliado

agenda Outubro de 2013 vai ficar marcado na história da saúde de Bagé e de toda a 7ª região de saúde. Vários eventos foram organizados para chamar atenção sobre a importância do diagnóstico precoce no tratamento do câncer de mama.

cuidar da vida

Fotos Joba Migliorin

Dia 1º “A mamografia, anual, a partir dos 40 anos é imprescindível”

o tempo necessário para a cirurgia não ultrapassa 10 dias. _Estamos trabalhando para que as mulheres tenham acesso ao exame e façam a detecção precoce. Fizemos a mamografia e os casos suspeitos recebem atenção especial. A consulta é marcada com urgência, a biópsia é realizada dentro de uma semana e o laudo é encaminhado ao ambulatório. Neste momento, a equipe de apoio ( psicóloga, enfermeira e nutricionista ) acolhe a paciente e seus familiares, orientando os próximos passos do tratamento, salienta o médico.

Outra conquista, ainda neste mês de outubro, deve ser a chegada ao CIOM da bobina de ressonância magnética para a detecção precoce do câncer de mama. Kalil explica que a ressonância magnética de mama é um exame importante na complementação de diagnóstico em pacientes de alto risco. _ A ressonância magnética mamária vai passar a ser ofertada às pacientes do SUS, o que é algo inédito no Brasil, projeta o coordenador do CIOM.

A flor Azaleia ou Azálea, tão comum em nossa cidade na cor rosada, é originária do oriente e as suas flores são o símbolo chinês da feminilidade. Além disso, significam elegância, felicidade e a “Alegria de amar”.

Elas são especiais

A Azaleia de flores rosadas, em especial, diz respeito ao amor pela natureza ou o amor de longa data, duradouro e sublime. Traduzindo do grego “azálea” significa “seco”, isto porque antes de florescer a planta parece um arbusto de ramos secos, mas depois ela dá a volta por cima e se abre em cores vivas, colorindo o inverno como ninguém!

Entrevista coletiva com a imprensa para apresentar o Outubro rosa. A partir desse dia, os prédios do CIOM/UNACOM, Da Maya Espaço Cultural e Da Maya Pousada/Porão ficam iluminados de cor de rosa, aderindo à campanha Acenda a sua consciência.

Dia 3

Sessão especial, na Câmara de Vereadores de Bagé, em homenagem ao trabalho do CIOM no tratamento do câncer de mama.

Dia 5

Distribuição de material de campanha na Avenida Sete de Setembro, em Bagé e nos municípios da 7ª Região de Saúde.

De 7 a 18 Palestras e rodas de conversa sobre o Outubro rosa com a equipe do CIOM. Dia 19 - DIA de cuidar da vida Dia 19 / 18h / Da Maya Espaço Cultural Conversas de Jardim. O coordenador do CIOM, Mario Mena Kalil, apresenta o trabalho que está sendo desenvolvido e as perspectivas de tratamento. Participação da artista plástica Alice Benvenuti, sobre sua experiência após a mastectomia.

Mistura da Terra no Outubro rosa Palestras às 14h no auditório da farmácia na Avenida Sete de Setembro, nº 1117. Dia 16 “Qualidade de vida e bem estar ao paciente oncológico”, com a psicóloga Orfelina Ricardo. Dia 23 “Nutrição e Oncologia”, com a nutricionista Tamara Karam. Dia 24 “Fatores de Risco e Rastreamento no Câncer de Mama”, com o médico Mario Mena Kalil. Dia 30 Encerramento: Palestra com o médico Renato Salim.

Dia 31 Entrevista coletiva à imprensa, às 11h, no CIOM, para apresentar o balanço da campanha Outubro rosa.


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Percurso

conversas entre o arroio e a cidade de Bagé Eulália de Souza Anselmo*

O Percurso Da Maya é a identificação do traçado urbano que une o Da Maya Espaço Cultural à Da Maya Pousada. Nesta trajetória geográfica queremos salientar à Comunidade a presença intensa do Arroio Bagé permeando o quadriculado urbano, para isto nossa caminhada começa no Espaço Cultural (Osório 572) , sobe a Conde de Porto Alegre até a Emílio Guilayn, passando pela primeira ponte sobre a arroio na Panela do Candal, segue na direção Norte pela Emílio Guilayn até a General Sampaio, dobra na frente da Pousada em direção à pça.Dr.Albano onde caminhamos pelos velhos trilhos até a quadra de esportes que conseguimos descer para o nível do arroio pela Rua dos Sargentos, o atravessamos pelo “paredão” e viemos por sua margem norte, até a ponte da prainha onde voltamos para a margem Sul e chegamos novamente na Panela do Candal, que consideramos o “coração do percurso”.

Fotos Cristiano Lameira

Quem vive longe, ignora. Quem está perto, acostumou-se com a poluição.

A intenção do percurso é identificar e promover o patrimônio Histórico construído e natural, material e imaterial existente na nossa Bagé, mostrar para a comunidade a importância do arroio para nossas vidas e como somos privilegiados por termos uma cidade histórica tão linda e ainda cortada por um Arroio mais lindo ainda e que poucos Bageenses conhecem e desfrutam. Estamos dividindo este percurso em 14 estações, que por 14 meses, começando no dia 28 de Nov, durante o Festival de cinema da Fronteira, iremos promover atividades trans disciplinares, com todas as facetas de nossa humanidade

que nos seja possível: Artes Plásticas, música, Poesia, Cinema, Teatro, História, biologia, arquitetura, ciências da Saúde, dança, botânica, recursos hídricos, ciências sociais, saneamento, legislação.... É um projeto para a comunidade e portanto deve ter esta autoria coletiva. Estamos em fase de planejamento e levantamentos, aqui só estamos semeando esta idéia para que todos a abracem conosco pois acreditamos em Bagé, em sua beleza e em sua potência ,e queremos trabalhar para que esta conversa permanente que arroio e cidade tem há 202 anos seja valorizada por todos.


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Estações principais do percurso 1. Da Maya Espaço Cultural - Catedral 2. Casa Barão do Amazonas - Panela do Candal 3. Entre pontes 4. Prainha - Olaria 5. Museu Dom Diogo 6. Cobagelã 7. Da Maya Pousada 8. Praça Dr. Albano 9. Pinguela trilhos até quadra de Esportes 10.”Ruinha Quermesse” - Paredão 11. Trilha - Aqueduto 12. Prainha (4) 13 e 14. Panela do Candal

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* Nascida em Pelotas no ano de 1965, formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas em 1986. Em 1990, completou Mestrado em Arte e Design nos Estados Unidos, Iowa State University, com a tese “Preservação do Espírito do Lugar”. Desde 2004 é designer e curadora da empresa Prima Design em Bento Gonçalves, desde 2009 é diretora de Artecultura-turismo do Grupo Da Maya em Bagé.

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Percurso

“ Na resistência, ele procuram vida

Aqui, se misturam diversos detritos

A intenção do percurso é identificar e promover o patrimônio Histórico construído e natural, material e imaterial existente na nossa Bagé, mostrar para a comunidade a importância do arroio para nossas vidas e como somos privilegiados por termos uma cidade histórica tão linda e ainda cortada por um Arroio mais lindo ainda e que poucos Bageenses conhecem e desfrutam.” EULÁLIA DE SOUZA ANSELMO

O Paredão de muitas enchentes e secas


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O trabalho Da Maya encanta Assis Brasil Assessoria de Comunicação/SEDAC

Mesmo com a rápida visita que fez a Bagé, no dia 9 de setembro, o Secretário de Cultura Luiz Antônio de Assis Brasil fez questão de conhecer o trabalho desenvolvido pela equipe Da Maya Arte, Cultura e Turismo. A diretora de criação do Da Maya Espaço Cultural, a arquiteta Eulália Anselmo, orientou a visita ao antigo casarão construído no Século XIX que passou por um processo de restauração e tornou-se referência de preservação. _Estou impressionado com o trabalho de vocês. Mas logo que se chega a Bagé, percebe-se que a cidade é diferenciada no aspecto da preservação, comentou o Secretário de Cultura. Antes de deixar o Da Maya Espaço Cultural, Assis Brasil comemorou também a parceria iniciada entre o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Macrs) com a exposição A Medida do Gesto. Ao chegar na Pousada Da Maya, o Secretário foi reconhecendo cada uma das

O Secretário visitou a exposição Medida do Gesto e conheceu os novos projetos do Espaço Cultural

obras de arte que compõem o ambiente e contextualizando-as em cada período da História da Arte. No restaurante Da Maya Porão restaurante, conferiu a adega e conheceu os diversos ambientes. Analisou a carta de vinhos e o cardápio dos mestres Marcos de

Sousa e Oseias Cavalcante. Encantado, prometeu voltar. _Mas com calma. Muita calma, aproveitando todas essas maravilhas que existem por aqui, prometeu Assis Brasil.

Da Maya Orquestra Filarmônica faz seu primeiro ensaio oficial Matheus Coitinho

O grupo é novo, mas já está bastante afinado

A tarde do dia 27 de setembro foi diferente no Da Maya Espaço Cultural. Os alunos da Orquestra Filarmônica realizaram o primeiro ensaio oficial, na regência do maestro Joab Muniz. O projeto contempla alunos das redes municipais e estaduais que estão na zona de vulnerabilidade social e com idades entre 6 a 17 anos. O maestro informa que esses alunos estão tendo a oportunidade de aprender música desde os princípios elementares. _E a Orquestra Filarmônica está estruturada, prioritariamente, para a execução da música erudita e já podemos dizer que os resultados são surpreendentes, comemora Muniz.


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“Não acredito em mudanças

Joba Migliorin

sem movimentos sociais” Para o Promotor Everton Luís Resmini Meneses, 52 anos, 30 de profissão, assumir a 1ª Vara Especializada de Bagé é um grande desafio. Mas, ao mesmo tempo, representa um resgate de suas raízes. Meneses nasceu em Rio Grande, formou-se em Direito pela FURG, casou, teve três filhos e, agora, foi designado para atuar na cidade de seu pai. O juiz de Direito aposentado, Luís Mendonça Meneses, criou-se na zona dos ferroviários e nunca rompeu suas ligações com Bagé. Talvez, por isso, após trabalhar nas promotorias de Nonoai, São Valentim, Ronda Alta, São José do Norte, Mostardas, Palmares do Sul, Rio Grande, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Pedro Osório e Dom Pedrito, seu filho chega a Bagé focado em defender o patrimônio histórico.

Quando surgiu a possibilidade de trabalhar em Bagé, o que foi determinante nessa decisão? Meneses: Permaneci 18 anos como Promotor de São José do Norte, Cidade considerada o primeiro povoado gaúcho (1725). Essa perspectiva histórica e de preservação me motivou a trabalhar por muito tempo lá. Mas a vida tem que andar e, depois dessa experiência, procurei me promover para um lugar que também tivesse uma riqueza patrimonial a ser preservada. Quando abriu a vaga da 1ª Promotoria Especializada de Bagé, para promoção, me inscrevi imediatamente e logrei êxito. O patrimônio histórico de Bagé já foi bastante descaracterizado a partir do final da década de 50. Mesmo assim, é uma das cidades gaúchas que ainda preserva importantes conjuntos arquitetônicos no centro histórico e também fora dele. O que deve acontecer a partir de agora? Meneses: Minha ideia é que as mudanças somente acontecem quando há movimentos sociais que as façam partir de baixo pra cima. Não acredito em mudanças sem movimentos sociais, sem a presença do povo. A realidade da preservação em Bagé ainda estou conhecendo, mas garanto que devem ter ocorrido alguns movimentos de pessoas abnegadas e cultas pela defesa do patrimônio histórico e dos princípios constitucionais,

incluindo o próprio trabalho do Ministério Público, por colegas que me antecederam. A dificuldade dessa preservação é que uma parte desse povo não quer preservar o patrimônio de sua Cidade, mas, paradoxalmente, admira e venera o patrimônio histórico alheio. A função dos movimentos é arrebanhar cada dia mais pessoas para a causa preservacionista. Há um grande caminho a ser percorrido, ainda. A comunidade de Bagé convive, principalmente no três últimos anos, com um embate entre os projetos que defendem a possibilidade de aliar desenvolvimento com preservação e a especulação imobiliária. Diante desse quadro, como é possível conciliar essas duas forças? Meneses: Todos temos um compromisso social, sejamos preservacionistas ou especuladores. Acredito na possibilidade de conciliar os dois interesses, respeitando a prevalência do interesse público, por ser este o entendimento que se coaduna com nossa Constituição. Há de se fiscalizar empreendimentos imobiliários, para que não maculem o patrimônio histórico, e, para isso, conto com denúncias e informações da comunidade. Não concebo, por exemplo, destruir uma casa centenária, de construção imponente, com aspectos construtivos de importância cultural e artística, para construir um prédio de apartamentos, de arquitetura moderna ou não, mas em contraponto com o entorno e com o próprio ambiente.

Meneses observa o que restou da casa onde seu pai passou a infância

No momento, quais são as ações prioritárias do Ministério Público no que se refere à preservação do patrimônio histórico de Bagé? Meneses: O pontapé inicial foi dado no dia em que comecei a trabalhar aqui em Bagé. Instaurei um procedimento relacionado ao prédio onde funciona o IMBA, porque assisti na televisão matéria sobre a situação de abandono em que se encontrava. Estamos, atualmente, em conversações com a Secretaria Municipal respectiva, com vistoria técnica feita na última segunda-feira. Estamos avaliando as reformas que precisam ser feitas, que não nos parecem de grande monta, mas que são imprescindíveis à conservação daquele prédio. O que fazer então para conciliar preservação com desenvolvimento? Meneses: Por último, gostaria de dizer que conto com o apoio de todos os movimentos sociais, do Poder Público e de toda a comunidade, para que, juntos, possamos continuar nessa batalha preservacionista, que já restarou e protegeu diversos monumentos históricos do Rio Grande do Sul. Contamos com pessoas qualificadas na direção do IPHAN e do IPHAE, sempre parceiros do Ministério Público. Utilizem o disque-denúncia do Ministério Público, ou mesmo o próprio telefone da Instituição, para denunciar as depredações ao patrimônio histórico. Compareçam à Promotoria, preferencialmente às terças-feiras à tarde, para conversarmos sobre o assunto. Enfim, vamos unir esforços pelo patrimônio cultural de Bagé.


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A 16ª Feira do Livro é um novo trem

na Praça da Estação O tema A Literatura entre a Tradição e a Modernidade puxou novos parceiros para 16ª edição da Feira do Livro de Bagé, na Praça da Estação. Pela primeira vez, o Da Maya Espaço Cultural participa desse evento apresentando à comunidade bageense o que está sendo produzido com o incentivo do selo Da Maya.

O novo espaço foi aprovado pelo público e assinala um

O professor de história e patrono da 16ªFeira do Livro 2013, Cláudio Antu-

16ª FEIRA DO LIVRO BAGÉ 27/09 A 06/10 Praça da Estação

PATRONO Claudio Antunes Boucinha

Divulgação SESC

momento de renovação

nes Boucinha, observa que essa edição apresentou um movimento diferente. Com maior interatividade entre os escritores e leitores. Além das tradicionais bancas de livreiros, acontecem bate-papos com escritores, sessões de autógrafos, contações de histórias, oficinas literárias, exposições de artes visuais e apresentações de espetáculos musicais e teatrais. Para a agente de cultura e lazer do Sesc Bagé, Natali Braga Spohr Schmidt, o novo local deu um brilho especial ao evento.

_A Praça da Estação não perdeu a sua identidade. Além disso, as tendas e árvores centenárias estão em perfeita harmonia. A intensa programação, que começou no dia 27 de setembro, encerra dia 6. Com a mesa redonda Cinema, teatro, história e patrimônio, às 14h, no espaço Tarcisio Taborda. A diretora de criação do Da Maya Espaço Cultural, Eulália Anselmo, é uma das debatedoras. Assim como Joba Migliorin, Tom Peres e Alessandro Bica. A 16ª Feira do Livro é uma realização do Sistema Fecomércio-RS/Sesc.

Divulgação

PROGRAME-SE!

*Segunda a sexta-feira 14h às 18h30

encerra dia

19 de outubro

*Sábado 15h às 19h


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Um festival com bases sólidas O V Festival Internacional de Cinema da Fronteira já é uma marca da cultura em Bagé. E também fora dela, trazendo nomes de renome no cenário nacional e internacional. Ele se destaca pelo forte caráter de formação do olhar e expressão audiovisual. Para o diretor artístico do V Festival de Cinema da Fronteira, Zeca Brito, o evento representa uma abertura de horizontes culturais e afetivos. _O Festival da Fronteira nasceu Janela pro Pampa. Da mirada da janela o horizonte se amplia... A primeira vista o quintal, as galinhas ciscando, o açude, a tropilha, e a paisagem além. Um Olhar pro mundo que começa aqui, e continua depois, e depois e também dentro da gente. Pouco a pouco a janela virou espelho. Revelando seres, espaços, tempos, paisagem iluminada de astros e estrelas. Fronteira de confluência. Cinema é a sina, é a voz, é a arte da Modernidade. O Cinema cristaliza épocas, costumes, tradições, dialogando com o futuro, chegando além de nós no

amanhã. Bagé dos artistas de hoje, e de sempre, se faz terra de devir, na poeira do tempo sopram os ventos do cinema.

5º FESTIVAL

INTERNACIONAL

Tudo começou em 2009, como uma mostra de filmes organizada pelos voluntários do Centro Histórico Vila de Santa Thereza. A produtora do V Festival de Cinema da Fronteira, Adriana Pires Gonçalves, explica que o objetivo foi fomentar a produção audiovisual na região e resgatar a relação do cinema com a cidade. Neste ano, a Associação Pró-Santa Thereza é quem assina a sua realização em conjunto com a Secretaria de Cultura.

DE CINEMADA

FRONTEIRA

_É um festival que reúne estudantes, universitários, intelectuais, teóricos, professores, povo na praça, nos bairros. É um festival que pensa e que absorve a arte em todas as suas possibilidades e, principalmente, sem fronteiras, comemora a produtora.

25 a 30 BAGÉ _RS_ BRASIL

novembro_2013

www.festivaldafronteira.com

Um prêmio para quem valoriza a Memória & Patrimônio Com o objetivo de estimular a produção cultural na cidade de Bagé e avivar a consciência da população, o Da Maya Espaço Cultural lançou o prêmio “Memória & Patrimônio”. No total, são R$ 15 mil, divididos entre 10 filmes de curta-metragem de até 25 minutos de duração, sendo a premiação de R$ 1,5 mil para cada categoria a respeito de temas envolvendo o patrimônio e a memória da cidade(confira as categorias abaixo.

Um olhar atento sobre a cidade

Podem participar filmes produzidos em Bagé, em qualquer data e mídia (incluindo película, vídeo, suporte digital e celular). O foco principal são os jovens e estudantes– a respeito da importância e da riqueza dos patrimônios materiais e imateriais da região. Os vencedores serão anunciados, no dia 30 de novembro, na cerimônia de encerramento e premiação. O idealizador do prêmio, o jornalista Jose Francisco Hilal Botelho, conta como surgiu a ideia.

Categorias História da cidade, Personagem, Oralidade e memória,Lendas e mitos, Patrimônio arquitetônico, Patrimônio natural, Patrimônio esquecido, Patrimônio perdido, Patrimônio artístico e Usos, costumes, tradição e folclore.

Inscrições até dia 11/10: www.festivaldafronteira.com

O objetivo desse prêmio é desautomatizar a mirada das pessoas sobre sua própria cidade. Muitas vezes passamos por nossas ruas sem perceber o seu valor intrínseco, pois essas paisagens são tão conhecidas de nossa mente que perdemos de vista a sua “estranheza” – no bom sentido. Eu próprio sou um exemplo disso, e admito. Só percebi o imenso valor do nosso patrimônio porque minha namorada, a Laura Ferrazza, que é historiadora, me abriu os olhos. Na primeira vez em que veio aqui, em 2005, me disse: “esta cidade é um tesouro; como pode ser que o patrimônio arquitetônico de Bagé seja tão pouco reconhecido?” Ela olhou a cidade não só com olhos de historiadora, mas com olhos de forasteira; ou seja, viu o que Bagé tem de peculiar, de extraordinário. Todo o meu envolvimento com o patrimônio só ocorreu graças a essa sacudida que o olhar da Laura me deu. E acho que esse prêmio pode exercer um efeito semelhante: levar as pessoas a enxergarem a cidade com olhos de estranheza, levantando a neblina do hábito. Quando olhamos o que é nosso, com mirada de visitante ou de viajante, percebemos o que temos de específico e, assim, entendemos um pouco melhor o que somos e o que podemos ser.”


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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Sexta-Feira, 4 de outubro de 2013

Informe Comercial

Bagé foi um dos roteiros regionais eleitos pelo artista plástico gaúcho Antonio Giacomin e pelo jornalista baiano Nivaldo Pereira para compor o livro Jeitos de Ser Brasil, que será lançado na cidade dia 24 de outubro, no Da Maya Espaço Cultural . Com aquarelas do artista e textos do jornalista, o livro mapeia as cinco regiões do país em recortes distantes dos cartões postais e das imagens óbvias, revelando um Brasil tão fascinante quanto diversificado em sua cultura.

Durante um ano, os autores percorreram cidades como Xapuri (AC), Belém (PA), Juazeiro do Norte (CE), Recife (PE), Diamantina (MG), Dourados (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Curitiba (PR), entre outras. Segundo Pereira, Bagé entrou no roteiro (único no RS) a partir de informações sobre a autenticidade de sua cultura e a sua riqueza arquitetônica. _ Não conhecíamos a cidade ainda, e foi amor à primeira vista. Fomos arrebatados pela atmosfera urbana, pela mística do pampa e pela acolhida das pessoas. Aqui está o Rio Grande do Sul mais profundo”, conta o jornalista.

Memória que resiste Impossível chegar a Bagé e não se impactar com seu original patrimônio arquitetônico. A cidade do pampa gaúcho, que sempre teve na pecuária um dos seus pilares econômicos, viveu uma fase áurea entre o final do século XIX e o começo do século XX, com o apogeu das charqueadas e a implantação de frigoríficos. Essa riqueza se espelhou em construções magníficas, erguidas sob as influências culturais dos países vizinhos, de herança espanhola, além das matrizes portuguesas locais, como filtros dos estilos arquitetônicos da época. São palacetes, mansões, sobrados e outras edificações que ajudaram a forjar em elegância a alcunha de Rainha da Fronteira.

Atentos a essa marca de identidade, artistas, intelectuais e outros militantes vigiam com rigor a gana do mercado imobiliário. Por isso, no final de 2010, correram a abraçar o antigo prédio da esquina das avenidas Marechal Floriano e Presidente Vargas. Peleadores desde sempre, os bageenses conseguiram deter os martelos e marretas que poriam abaixo o prédio. Sabem do valor da preservação da memória cultural, como no exemplo do restauro da Vila de Santa Thereza. O complexo urbanístico da charqueada inaugurada pelo visionário português Antônio Ribeiro de Magalhães em 1897 voltou a impressionar. Lá estão, recuperados, o palacete, a capela (agora com via-sacra de Glenio Bianchetti), o coreto e o teatro, num sítio histórico onde houve uma utópica união de poder econômico e vigor cultural. Neste final de manhã de abril de 2011, um trem de cargas passa a poucos metros do pátio da

Vila, cortando o horizonte do pampa. Exibe nos vagões imagens de marcas comerciais globais. Mas esse trem também presencia, na Vila refeita, a força da marca de uma memória que resiste e não se deixa vender. Outra vez, a Vila é modelo para o Brasil. Nivaldo Pereira Trecho do livro Jeitos de ser Brasil Editora Belas Letras


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