Patrimonio da Comunidade - Edição 16

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nº16

da comunidade

Informe Comercial

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Informe Comercial

BAGÉ-RS Brasil Quinta-Feira 28/11/2013

A Pampa pede

socorro... As áreas degradadas aumentam e já não existem mais sementes de pastagens nativas disponíveis para sua recuperação.


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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Quinta-feira, 28 de novembro de 2013

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Editorial /

Mais um patrimônio ameaçado

Toda ação tem uma reação. Tanto no mercado financeiro, quanto nas relações com a natureza. Os reflexos da agressão à Pampa já são bem claros. Na região sulina, cerca de 35% dos campos nativos foram extintos pela ação predadora do homem com a natureza. Mas, ao mesmo tempo, as soluções para deter essa descaracterização e empobrecimento da região são bastante simples. Talvez, baste descer do cavalo e observar o horizonte com um novo olhar. Mais comprometido e responsável. A mudança de postura está nas mãos dos produtores rurais. Tanto no agronegócio, como na agricultura familiar. O que representa um manejo adequado das espécies forrageiras e, por consequência, a renda produzida no campo. A pesquisa revela que é possível construir e conciliar estratégias sustentáveis de produção. Portanto, cabe também à comunidade da Metade Sul exigir esse compromisso com a sustentabilidade.

Adriana Alves*

Bagé, além de sua imponente e reconhecida arquitetura, possui área de forte significado histórico, cultural e ambiental : o nosso ARROIO BAGÉ e seu entorno. Hoje essa área se apresenta como uma ferida aberta entristecendo nosso olhar. Poluído, esse arroio, expõe nosso indefensável descuido por nosso patrimônio e nossa escassa cidadania. Como não preservar essa paisagem engrandecida por um instigante Paredão, uma Panela do Candal, suas lendas e o nosso Passo do Onze, silencioso e pesado de história ali recostado em nosso centro histórico? Esse espaço nos inquieta pelos seus valores, sua visão de mundo, seu cenário desgastado pelo tempo e aquele sentido sofrido de exclusão. O arroio que passa ali e lá

Expediente

adiante, carrega o lixo como a mais sombria agressão de seus filhos à sua Bagé. Pensar o Passo do Onze e o Arroio é pensar lugares esquecidos, é pensar a desmemória de uma comunidade e sua tão adormecida consciência. A cidade é construída de pontos fortes e vazios, mazelas que violam seu urbanismo. Diante dela perguntamos: o que é, afinal, uma cidade? Produto de que e de quem? Quais suas buscas e seus impasses? Devemos projetá-la ou deixá-la fluir desordenadamente? Penso que devemos avançar com cuidado. Embasar nossas construções e nossos projetos em leituras sensíveis, articuladas com o contexto estético e histórico e contemplando vários olhares e variáveis.

Jornalista Responsável Angelina Quintana - Reg. Prof. 5305 Capa Jean Paulo Santos Projeto Gráfico Ana Remonti Rossi Impressão Gráfica do jornal Zero Hora Tiragem 5000 exemplares

Uma das conquistas que desejamos seria a apropriação do Arroio por nossa comunidade com expressivos e atentos atos de cidadania por todas as nossas gerações. Luta pela revelação e revitalização do Passo do Onze, pela limpeza de nosso arroio, pelo convívio alegre do povo com sua Panela do Candal. O interesse hoje do Da Maya Espaço Cultural envolve um projeto muito interessante de Percurso do Arroio em seus cenários históricos. Penso que esse Projeto abrirá a consciência da comunidade e um novo momento com ações integradas retirará o nosso arroio das sombras do abandono. Acreditamos na mudança. Acreditamos que desenhamos e somos desenhados por nossos sonhos e eles poderão nos oferecer uma História que queremos viva , muito mais viva e plena, iluminando nossa Bagé.

* Arquiteta e urbanista

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Pelo Passo do Onze e o Arroio Bagé

Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé. Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 Telefone (53) 3311.1874

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE

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Bagé, Quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Informe Informe Comercial Comercial

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icas de

ona Zuleika

Estou cansada, e em férias...

Cansei de pregar no “deserto para gente surda e

Foto Joba Migliorin

acomodada que prefere esmola ao trabalho. Estou começando a envergonhar-me de ser brasileira!!! O que ainda nos ajuda a resistir são pessoas como Dr. Mario Kalil, graças a eles a esperança não morre.

Conversas de Jardim colocou o câncer na roda: Alice Benvenutti, Dona Zuleika, Tamara Karam, Mario Kalil, Maurício Collares, Ricardo Costa, Dionísio Becker e Ana Paula Nicoloso

Lutamos por um ideal, pela integridade e prezamos o trabalho. O câncer não perdoa e a experiência do CIOM comprova que é possível aliar iniciativa privada e governo na luta para cuidar da saúde do povo. Os empresários locais precisam acordar e comungar com essa ideia e o melhor exemplo, foi a criação do CIOM. Podemos hoje levar o resultado de um exame de câncer de mama com uma rapidez recorde, fazendo desta região, Bagé e vizinhança, a pioneira deste tipo de atividade no país.

Zuleika Borges Torrealba

O Outubro Rosa de 2013 foi agregador e eficiente. Assim o coordenador do Centro Integrado de Oncologia e Mama, Mario Mena Kalil, sintetizou o trabalho desenvolvido durante todo o mês de outubro na luta pela prevenção do câncer de mama na área de abrangência da 7ª Região de Saúde. _Agregamos toda a região nesse trabalho de conscientização e maior visibilidade ao processo. No mutirão do dia 19 de outubro, atendemos 404 mulheres somente em Bagé e somando os outros municípios foram mais 900 atendimentos, calcula Kalil. A equipe do CIOM percebeu que a 5ª edição do Outubro Rosa seria diferente já, no dia 1º, durante o lançamento da campanha.

A presença dos representantes de Aceguá, Hulha Negra, Dom Pedrito e Lavras do Sul, da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Bagé e a grande procura pelo material de divulgação já indicava que a comunidade estava mais receptiva. No decorrer da campanha, as demandas foram sendo agregadas à programação inicial. Como, por exemplo, a passeata organizada pela Coordenadoria da Mulher, no 18, representando outro ponto alto e reuniu mais 250 pessoas. Além dos prédios do CIOM, Da

Maya Espaço Cultural, Porão e Pousada muitos outros foram iluminados de cor de rosa. _Fechamos o mês de outubro muito tranquilos e satisfeitos com o trabalho realizado. Hoje, a população de Bagé e região sabe que pode contar com o CIOM e que será bem atendida. O movimento do Outubro Rosa mostrou que estamos trabalhando de uma forma que vai ao encontro das ações governamentais e com um processo mais ágil. Da consulta à cirurgia(quando necessária) não chega a 15 dias, salientou.

O CIOM é referência Dois mil e treze encerra com muitas conquistas na área da oncologia. A conversa informal, no mês de fevereiro, entre a empresária Zuleika Borges Torrealba e um grupo de médicos transformou-se no Centro Integrado de Oncologia e Mama (CIOM). Hoje, Bagé é um município referência no tratamento de câncer. Ao retornar do 1º Curso de Ecografia Avançada do Centro de Treinamento em Ultrassonografia (Cetrus/ São Paulo), o médico Mario Mena Kalil comentou esses avanços. O coordenador do CIOM observou que além do Governo Federal

ter liberado verba para a compra do equipamento de radioterapia, Bagé deve receber mais recursos do Governo do Estado para serem investidos no ambulatório de mama, colo de útero e oncologia. _E como já temos o espaço pronto, os recursos que seriam investidos em obras podem ser destinados a melhoramentos na Santa Casa de Caridade. O que coloca Bagé a frente dos 30 municípios contemplados com essa verba estadual, calculou Kalil.

ENDEREÇO Rua Carlos Mangabeira n° 519 - Bagé/RS (AO LADO DO SAMU) / Bairro Menino Deus - CEP 96402.100 ATENDIMENTO GRATUITO 7h30 às 17h30 (sem fechar ao meio dia) TELEFONES (53) 3312.3003 / (53) 3312.2900 / FACEBOOK CIOM


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Propriedades rurais que dão exemplo Quando se percorre a zona rural de Bagé e região, é possível bservar vários exemplos de respeito à história familiar e que ultrapassam várias gerações. O pequeno recorte das sedes das fazendas Caneleira, Parada Pons, Sobrado e São Francisco ilustra muito bem que desenvolvimento e preservação podem andar juntos.

Pousada do Sobrado

Estância da Caneleira

Fotos divulgação

Produção/Canal Rural

Parada Pons

O casarão foi construído em 1820 para abrigar a família de José Luiz Martins. Em 1853, a sua filha Plácida Martins casou com o Capitão Pedro Luiz Osório e a família foi morar na propriedade, fazendo diversas melhorias. A bisneta do casal, Elizabeth Terra, assumiu a administração da propriedade e preserva a antiga casa assim como o mobiliário.

Cássio Gomes Lopes

A Parada Pons está localizada a 26 quilômetros de Bagé, na estrada que dá acesso a Lavras do Sul e tornou-se uma referência em termos de preservação. Hoje, a propriedade é administrada por Fernando Dornelles Pons e já está na 5ª geração da família.

A sede da estância da Caneleira foi construída no início do Século XX, no distrito do Piraí, em Bagé. E tudo começou com Manoel Alves Suñe. Atualmente, a propriedade é da família de Carlos Mário Suñe e administrada por Mário Móglia Suñe.

Estância São Francisco Construída no início da década de 30, a sede da estância São Francisco está localizada na estrada do Viola/ Serrilhada a 21 quilômetros de Bagé. Em 2003, serviu como set de filmagens da minissérie “A casa das sete mulheres” e “O Tempo e o Vento” no ano de 2012. Atualmente é administrada por Manuel Luís Sarmento e família.

FONTE * AS ESTÂNCIAS CONTAM A HISTÓRIA (Carlos Fontes e Yara Maria Botelho Vieira) * INVENTÁRIO CULTURAL DE BAGÉ Um passeio pela história (Elizabeth Macedo de Fagundes) Editora Praça da Matriz


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As pastagens naturais do Bioma Pampa apresentam em torno de 800 espécies de gramíneas e 200 variedades de leguminosas, o que configura um patrimônio biológico inestimável. O Campo Nativo Sul-brasileiro destaca-se entre os outros biomas do país e representa a base da produção pecuária no extremo sul.

Cristiano Lameira

um patrimônio desperdiçado

Pampa, Jean Paulo Santos

O correto manejo do campo nativo além de preservar o bioma, reverte em maior produtividade tanto no rebanho de corte como de leite

Mesmo assim, esse conhecimento não está sendo transformado em potencial de produção e diferenciação de produto para a pecuária. Diferentemente do que acontece nos países desenvolvidos que agregam muito mais valor à carne, lã e leite produzidos a pasto. A experiência de produtores gaúchos que investem no manejo do campo nativo e as pesquisas revelam que se trata de uma mudança de comportamento. E que exige menos investimento financeiro, mas um maior acompanhamento do produtor e construção de estratégias sustentáveis de manejo da produção pecuária do campo nativo.

Um exemplo de que é possível pode ser comprovado com o trabalho do pesquisador Marcos Borba, da Embrapa Pecuária Sul. Em 2006, ele começou a trabalhar a organização de um grupo de produtores do Alto Camaquã (municípios gaúchos localizados na parte alta do Rio Camaquã – Bagé, Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Pinheiro Machado, Piratini e Santana da Boa Vista). _O fato de regiões como essa terem permanecido à margem dos modelos convencionais de desenvolvimento permitiu a conservação de uma série de elementos que, no mundo atual, onde começa a haver demanda por outros serviços, produtos e formas de produção, lhes garantem um potencial enorme, projeta Borba.

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O pecuarista familiar é muito importante

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A Pampa é um patrimônio natural que teve uma grande importância na formação sociocultural dos gaúchos. No entanto, cerca de 35% do bioma já foi destruído. E não há sementes de pastagens nativas para recuperação de área degradadas. O que foi preservado coincide com as áreas destinadas à pecuária. A supervisora regional do departamento de defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura Pecuária e Agronegócio (regional de Bagé/Campanha) e coordenadora da Câmara Setorial da Carne do Estado do Rio Grande do Sul, Anna Isabel Suñe, observa que o pecuarista familiar é um importante componente de conservação desse bioma. _Questões relacionadas ao relevo, fertilidade do solo, flora, fauna, permitiriam que esta atividade se desenvolvesse e esses quesitos foram pontos fundamentais para a determinação de Indicação de Procedência “Pampa Gaúcho da Campanha Meridional”. É uma região privilegiada para a atividade pecuária, garantindo dessa forma o potencial para exploração e produção de carne, na mesma medida que se constituiu como importante ferramenta de preservação deste bioma, no escopo real de sustentabilidade econômica, ambiental e social, orienta a zootecnista.

O Rio Grande do S O mercado valoriza melhor os produtos oriundos de regiões preservadas

Jean Paulo Santos

Diante desse quadro, o Rio Grande do Sul possui essa importante característica para a produção de carne. Além disso, Anna ressalta que a forma mais eficiente de preservação desse ambiente foi através da pecuária. Num primeiro momento garantiu a fácil adaptação de raças bovinas selecionadas para uma carne de mais qualidade, sabor e maciez. Ao mesmo tempo, formou um homem em total simbiose de história, preservação da cultura e natureza, a ponto de conquistar o Brasil e o mundo com o tradicional churrasco, “Cidadão do Mundo”. Entretanto, o avanço da agricultura nessas áreas começou a descaracterizar a Pampa resultando na redução do rebanho.


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Alexandre Teixeira

Entretanto, com a redução do quan titativo populacional nas áreas de campos naturais, aumentaram as áreas de agricultura. Que, nos últimos tempos, se mostram mais rentáveis. Especialmente depois da valorização mundial da soja. _O que automaticamente propõe o desafio de diferenciar a atividade de modo a garantir a sua sustentabilidade e produtividade, em uma menor área. A alteração de culturas e interferência sobre o pampa tem um impacto grande sobre a fauna e flora. Como por exemplo, a silvicultura notadamente nestas regiões leva a uma modificação da população de aves nativas, bem como da composição florística, salienta a zootecnista. Alheios a essa realidade, muito produtores da região parecem ignorar que os consumidores em todo o mundo valorizam e estão dispostos a pagar mais e agregar valor a produtos que são advindos de ambientes sustentáveis. Onde existe equilíbrio dos ecossistemas e conservação dos biomas. A pampa é uma região privilegiada para a atividade pecuária

_Querem produtos naturais, oriundos de ambientes preservados, com garantias

de bem-estar animal. Entretanto, necessitam da comprovação e certificação desta produção. Também é fundamental a certificação de que estes produtos são inócuos e os sistemas de produção são controlados em um regime em que a origem é comprovada e medidas sanitárias são cumpridas rigorosamente convergindo sempre na segurança alimentar, complementa Anna. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui um rebanho de 14 milhões de cabeças. O que é pouco em relação ao centro-oeste e outras regiões do país. Portanto, sem perspectivas de competir no mercado mundial sob o ponto de vista quantitativo. Diante desse quadro, a coordenadora da Câmara Setorial da Carne do estado do Rio Grande do Sul alerta: _O caminho é a valorização deste produto diferenciado através de mecanismos setoriais, que serão responsáveis pela manutenção dos pecuaristas no campo e pela conservação do meio ambiente, além do estímulo da vocação do gaúcho, que sob o ponto de vista cultural, é também um importante fator de valorização neste mundo globalizado.

Sul perde terreno A coordenadora da Câmara Setorial da Carne do Estado do Rio Grande do Sul salienta ainda outros fatores que também podem ser considerados como determinantes para esse cenário. Em primeiro lugar, destaca a falta de políticas públicas que valorizem o produto excelente do Rio Grande do Sul. _A carne gaúcha é notadamente melhor, seja por quesitos qualitativos da carne, graças a origem europeia e qualidade genética dos rebanhos, seja pela questão ambiental, de sustentabilidade e bem-estar animal. A pecuária gaúcha é de campo aberto e extensiva, analisa.

A fácil adaptação de raças bovinas selecionadas resultam numa carne de mais qualidade, sabor e maciez

Alexandre Teixeira


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Cabanha Da Maya é excelência na pecuária Rosane Coutinho

Muita emoção na 10ª edição do Prêmio Mário Lopes, com a ausência de Ernesto Lima (falecido em 06/02/2013) que foi um dos seus idealizadores. Mas, ao mesmo tempo, um momento para repensar Bagé. Pela quarta vez consecutiva a empresária Zuleika Borges Torrealba recebe a distinção dos jornalistas bageenses. Desta vez, o reconhecimento recaiu sobre a área da agropecuária com o trabalho desenvolvido pela Cabanha da Maya. Com um discurso plural e incisivo, Dona Zuleika - como prefere ser chamada pelos amigos e colaboradores - falou sobre suas origens, o trabalho no campo, comportamento e cultura. Dona Zuleika fez questão de subir ao palco com Chico Vieira, o administrador da Cabanha Da Maya

_A nossa família trabalha tendo a excelência como meta. Em tudo o que fazemos, procuramos sempre o melhor. Por isso eu tinha que trazer o Chico para receber esse prêmio comigo. Ele é um homem apaixonado e dedicado à Cabanha Da Maya. Dona Zuleika recordou que tudo começou em 2003. Quando se apaixonou pela Pampa em uma das visitas que fez ao seu filho que já investia em Bagé, criando cavalos PSI (Puro Sangue Inglês). Naquele ano, resolveu arrendar 110 hectares de terra em

Bagé para trabalhar com gado Jersey e cachorro ovelheiro gaúcho.

Prêmio Mário Lopes 2010

De lá pra cá, a Cabanha Da Maya tornou-se referência. Não só na criação do gado de leite, como na raça Angus, cavalo crioulo, ovelha crioula, cabras anglo-nubianas e cachorro ovelheiro gaúcho. Foi a primeira propriedade do Brasil a produzir clones, em 2009, e na 101ª Expofeira de Bagé a vaca Ivana 966 Action da Maya bateu o recorde brasileiro na produção de leite, com 46.385 quilos.

Destaque em Artes

2011 Destaque em Benemerência

2012 Destaque em Turismo Receptivo

2013 Destaque em Agropecuária

Jean Paulo Santos

UMA RECEITA QUE DEU CERTO A alquimia que misturou paixão, trabalho, seriedade, ousadia e competência resultou na Cabanha Da Maya. Dez anos de excelência de trabalho no campo. Os principais prêmios conquistados, apenas, ilustram o que ainda está por vir.


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Dez anos na marca da coragem e determinação Fotos: divulgação Cabanha da Maya

A trajetória da Cabanha da Maya desde o seu início, em 2003, assinala um trabalho de empreendedorismo e responsabilidade social. A proprietária Zuleika Borges Torrealba considera que o segredo para vencer em qualquer atividade é ter caráter, idoneidade e honestidade. Com essa determinação, a Cabanha da Maya vem arrebatando prêmios por onde passa. Seja nos bovinos de corte e leite, ovinos, caprinos ou cavalos crioulos. Apaixonada por cães, Dona Zuleika decidiu batizar o novo empreendimento com o nome de uma cachorrinha Lhasa Apso que jamais esqueceu. _Desde pequenininha, a Maya foi criada com uma cachorra que era cruza de lobo com pastor e um dia resolveu atacá-la. No entanto, a Maya não se intimidou e defendeu-se com todas as suas forças e sobreviveu. Para mim é o nome da coragem, relata com emoção.

IVANA 966 ACTION DA MAYA Expointer 2013 (Esteio) 101ª Expofeira ( Bagé) 32ª Exposição Nacional da raça Jersey Interlactea 2013 (São Paulo) * recorde nacional na produção de leite

MAYA GALHARDO 180 TRAVELER 14 JUÁ Reservado Grande Campeão Nacional Expointer 2013

BUZZO DA MAYA Freio de Ouro (3º lugar) Expointer 2013

Alguns exemplos das últimas premiações conquistadas pela Cabanha da Maya:

EMILIA 193 Grande campeã Fêmea PO Expointer 2013.

CHUÍ Um símbolo de ovelheiro gaúcho da Cabanha da Maya

JM 516 DE RIO BRANCO Campeão adulto e Reservado Grande Campeão Feinco 2011 Campeão Adulto e Grande Campeão / Expointer 2011


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Música ao

Jeitos de Ser Brasil, em Bagé

cair da tarde

Foi um final de tarde mágico, do Outubro Rosa, no Da Maya Espaço Cultural. Sob a regência do maestro Joab Muniz, cinco professores e 45 alunos da Da Maya Orquestra Filarmônica fizeram o espetáculo. Com menos de 30 dias de ensaio, o grupo mostrou que já está bastante afinado. No momento, integram a equipe alunos das escolas públicas Frei Plácido, Pery Coronel, General Mallet, CIEP Luiz Maria Ferraz, Roberto Burns e da Fundação Bradesco.

Com a alegria de Ser Bagé, Nivaldo e Giacomin encontraram os novos conterrâneos

O lançamento do livro “Jeitos de Ser Brasil”, no Da Maya Espaço Cultural, teve gosto de volta pra casa. Na importa que o jornalista Nivaldo Pereira seja baiano e que o artista plástico Antônio Giacomin tenha nascido em Caxias do Sul, Bagé representa um resgate de muitos sentimentos e recortes perdidos na história do Brasil. Com alegria, eles relembraram cada roda de conversa na comunidade bageense e as cores que compõem

_ A maioria dos alunos que temos estão entre a faixa etária de 11 a 17 anos, porém, agora com o ingresso dos funcionários do grupo Da Maya teremos vários alunos maiores de idade, acrescenta o maestro.

cada uma as aquarelas que revelam o jeito de ser Bagé. Dentro de sua singularidade e de seus contrastes.

Fotos Joba Migliorin

A harmonia tomou conta do jardim no Da Maya Espaço Cultural

Memórias e afetos constroem Constelações Dez mil nomes teceram uma rede de afetos com a instalação “Constelações”, do artista capixaba Hilal Sami Hilal, percorrendo ruas e corações de Bagé. Na mistura de trapos e afetos, muitas memórias foram reveladas em caligrafias que-aparentemente- estavam esquecidas. E, conforme Hilal, todas as nossas histórias contidas em cada trama de algodão, em cada trapo, são maceradas e misturadas, criando um só corpo. _O singular torna-se plural. Matéria prima da instalação. A estética escolar é dominante. O jardim da infância se lambuza de cola. Parece mais um manifesto. Uma celebração.

Divulgação

Algo escapa, se impõe. Cada escrita é uma estrela, uma luz, uma voz, ilustra o artista. Portanto, não foi à toa que nesse jogo de memórias e afetos surgiu a “Noite estrelada”, de Van Gogh. O catálogo da Exposição Constelações foi lançado na 45ª Feira do Livro de Porto Alegre e encontra-se à venda no Da Maya Espaço Cultural.

Catálogo “Constelações” E como diria Pessoa: “Tudo vale à pena, quando a alma não é pequena.”

155 pág. + DVD / R$ 40


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Percurso Da Maya, O projeto Percurso Da Maya, conversas entre o arroio e a cidade de Bagé - idealizado pela arquiteta, designer e diretora de Arte, Cultura e Turismo do Grupo Da Maya em Bagé Eulália Anselmo- visa sensibilizar a comunidade bageense da importância desse espaço.

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_A intenção do percurso é identificar e promover o patrimônio Histórico construído e natural, material e imaterial existente na nossa Bagé, mostrando à comunidade a importância do arroio para nossas vidas e como somos privilegiados por termos uma cidade histórica tão linda e ainda cortada por um Arroio mais lindo ainda e que poucos bhageenses conhecem e desfrutam, salienta a arquiteta.

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ESTAÇÕES PRINCIPAIS DO PERCURSO

conversas entre o arroio e a cidade de Bagé 1. Da Maya Espaço Cultural Catedral 2. Casa Barão do Amazonas Panela do Candal 3. Entre pontes 4. Prainha - Olaria 5. Museu Dom Diogo de Souza 6. Cobagelã 7. Da Maya Pousada 8. Praça Dr. Albano 9. Pinguela trilhos até quadra de Esportes 10.”Ruinha Quermesse” Paredão 11. Trilha - Aqueduto 12. Prainha (idem ao nº4) 13 e 14. Panela do Candal

O trajeto foi dividido em 14 estações, que devem ser percorridas durante 14 meses. A primeira intervenção acontece no dia 28 de novembro, durante o Festival de Cinema da Fronteira, com a promoção de diversas atividades transdisciplinares. Entre elas, a apresentação do Da Maya Orquestra Filarmônica, sob a regência do maestro Joab Muniz. _Com todas as facetas de nossa humanidade que nos seja possível como artes plásticas, música, poesia, cinema, teatro, história, biologia, arquitetura, ciências da Saúde, dança, botânica, recursos hídricos, ciências sociais, saneamento, legislação e tantas outras áreas que envolvam as atividades humanas. O Percurso Da Maya é um projeto para a comunidade e portanto deve ter esta autoria coletiva, explica Eulália.

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CINEMA O lançamento do Percurso Da Maya acontece, às 20h, na Panela do Candal. Com a apresentação do projeto, exposição de trabalhos e fotografias sobre o arroio.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

21h Rodacine na Panela do Candal. Curta-metra-

22h Show Mamadu Baio - Concerto

gem: Teresa Poester: 10.357 Km em linha de Niura Borges. Curta-metragem: Escolinha de Arte de Marilú Teixeira. Curta-metragem: A Memória da Memória de Paula Gaitán

Acústico.Rodacine na Panela do Candal. Longa-metragem: “A Batalha de Tabató” (Guiné-Bissau)

#vemprabagé

NA PANELA DO CANDAL


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PROGRAMAÇÃO

Bagé, Quinta-feira, 28 de novembro de 2013

> QUI. 28/nov MANHÃ Seminário: O tu e o você no Cinema Gaúcho Seminário de História do Cinema do Rio Grande do Sul com Fernando Mascarelo UNISINOS. > Local Casa de Cultura Pedro Wayne

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OFICINA Som de Cinema / (Kiko Ferraz, ESPM)

TARDE

5º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DA FRONTEIRA

14h JORNADA UNIPAMPA EIXO FRONTEIRAS (Ana Zanotti, Fran Rebelato) 15h 1º CINE FRONTEIRINHA Escolas Municipais de Bagé e Lavras do Sul > Local CHVST (Centro Histórico Vila de Santa Thereza)

Divulgação

FEMININO & MUSICAL. tema 2013 O TAMBOR E O VULCÃO, CINEMA FEMININO E MUSICAL, cineasta homenageada PAULA GAITÁN

Longa-metragem: A última Vez Que Vi Macau de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata (Macau) > Local CHVST

NOITE

19h MOSTRA COMPETITIVA UNIVERSITÁRIA > Local CHVST 20h Lançamento do Percurso Da Maya > Local Panela do Candal

21h RODACINE na Panela do Candal Curta-metragem: Teresa Poester: 10.357 Km em linha de Niura Borges / Curta-metragem: Escolinha de Arte de Marilu Teixeira. / Curta-metragem: A Memória da Memória de Paula Gaitán

22h SHOW Mamadu Baio - Concerto Acústico. RODACINE na Panela do Candal. Longa-metragem: A Batalha de Tabató (Guiné-Bissau)

Celebramos a Musicalidade Africana, a antropofagia Lusófona, celebramos a Mulher!

> SEX. 29/nov MANHÃ

A Batalha de Tabató de João Viana / QUI 22h

Das transformadoras Marés nos chega a Africa complexa em suas idiossincrasias. Feminina mãe memória, de tempos cristalizados em cinema, feminina língua portuguesa de naus, ilhas e arquipélagos. O negro tambor será nosso elo, a musicalidade Afro-Lusófona-Latina será nossa alma. Lanceiros, guerreiros Erreros, batuqueiros, Candombeiros, de Cuba, Brasil, Angola, Uruguai ou Guiné. De Cabo Verde o crioulo, de São Tomé os angolares costumes. São Sebastião padroeiro perdeu a cabeça, se desfez do gênero, andrógino, masculino, feminino, cabe a nós o destino de sua identidade. É chegado o momento de quebrar o espelho, e de ver o outro que existe em nós. De Bagé para o mundo, do mundo para Bagé, um cinema feminino e musical, que vem para fazer a cabeça destas gentes de Fronteira. ZECA BRITO DIRETOR ARTÍSTICO DO FESTIVAL

Já disse o critico Frederico Morais “desconfio das gentes de fronteira”. Quem defende um território, seja pela cultura ou pela força tem em si a a contradição e a “contaminação” do outro, da beleza e da cultura do outro. A transgressão de um cinema de fronteira deve gerar desconfiança, a transformação do conflito em confluência em terras de sangue e degola será nossa sina, nossa romã descascada de amarguras e afetos. A distancia nos afasta dos trópicos, as geografias nos envolvem em verde manto pampa, de calor meridional, de geadas frias e véus de noivas em galhos das pitangueiras. Bagé, feminina rainha de uma fronteira seca, de águas tão profundas e invisíveis. Feminina na força da resistência, de chuvas escassas, de um cinema que insiste em fertilizar a terra. Feminino Vulcão, de identidade, exílio e luxuria. Da Amazônia materna nos chega a raiz cultural do Brasil caboclo, das fronteiras da Selva, dos Mitos, das Lendas, das Águas.

16h MOSTRA COMPETITIVA INTERNACIONAL > Local CHVST 17h MOSTRA CINEMA ÀS CINCO

RODA DE CONVERSA Cinema na Fronteira (com Jean-Claude Bernardet, Giba Assis Brasil, Fran Rebelato, Bruno Polidoro, Boca Migotto, Fernando Mascarelo, Milton do Prado, Ivonete Pinto) OFICINA de Interpretação de Filmes (Fatimarlei Lunardelli, UFRGS) > Local Palacete Pedro Osório

TARDE

14h OFICINA Projeto Primeiro Filme Excelência na Produção, independente do orçamento - com Luciana Tomasi - (Prana Filmes)

15h MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL > Local CHVST 16h MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL > Local CHVST 17h MOSTRA CINEMA ÀS CINCO Longa-metragem: Construção de Carolina Sá (Brasil/Cuba) > Local CHVST

NOITE

19h AUDIÊNCIA PÚBLICA Debate Curso de Cinema em Bagé 20h COMENDA para Jean-Claude Bernardet 21h MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL (Rodacine) 22h MOSTRA COMPETITIVA REGIONAL (Rodacine) 23h RODACINE SESSÃO DA MEIA NOITE Longa-metragem: Love Kuduro de Mário Patrocínio (Angola) > Local CHVST

0h FESTA OFICIAL do Festival Internacional de Cinema da Fronteira > Local Paradouro Griffe

> SÁB. 30/nov MANHÃ Encontro de Estudos de Fronteira (FLEP): Ana Zanotti

TARDE

14h Mostra Especial CRAV 10 Anos - Curso de Realização Audiovisual da Unisinos - Sessão seguida de debate > Local CHVST 16h Curta-metragem: Janete de Tatiana Sager. (Porto Alegre) /

PRÊMIO

MEMÓRIA PATRIMÔNIO O “Prêmio Memória & Patrimônio”, lançado pelo Da Maya Espaço Cultural, visa estimular a produção cultural na cidade de Bagé

Longa-metragem: Sobre Sete Ondas Verdes Espumantes de Bruno Polidoro e Cacá Nazario > Local CHVST

18h Longa-metragem: O Diário de Sintra de Paula Gaitán

e avivar a consciência da população – especialmente entre os jovens – a respeito da importância e da riqueza dos patrimônios materiais e imateriais da região. O prêmio de R$15 mil será dividido entre 10 filmes de curta-metragem de até 25 minutos de duração.

> Local CHVST

NOITE > Local: Complexo Cultural do Museu Dom Diogo de Souza

20h CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO Mamadu Baio e músicos convidados

21h PREMIAÇÃO 22h SESSÃO DE ENCERRAMENTO Longa-metragem Exilados do Vulcão de Paula Gaitán. (RODACINE)

0h FESTA Anti Filmes > Local Atelier Coletivo


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